Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Seleção de Condutores
Abril 2019
Estrutura da Aula
2
Características de Cabos
3
Seleção de Condutores
Projeto considerando corrente de carga
• Os condutores representam entre 30 a 50% do custo total de uma LT
• Considerar 2 tipos de corrente:
– Corrente de operação (normal/emergência)
– Corrente de curto-circuito
• Devido à resistência, uma corrente elevada leva a um aquecimento do
condutor, o que pode causar:
– Danos ao condutor (distensão mecânica, etc.)
– Aumento da flecha/Diminuição da distância fase-solo
– Adicionalmente, poderá haver rompimento do limite da elasticidade dos cabos,
levando a deformação plástica e perda de resistência mecânica.
• Desconsiderando restrições operacionais (tensão e estabilidade), a
capacidade de transmissão de energia de uma LT aérea depende apenas do
LIMITE TÉRMICO DOS CONDUTORES, isto é, das temperaturas máximas
permitidas para a operação da LT.
4
Princípios para determinação da temperatura do condutor
• Baseado no balanço de calor no condutor (calor gerado no condutor e
calor dissipado no meio) é possível determinar a capacidade de condução
de corrente de um cabo considerando o efeito da temperatura.
• A capacidade de condução de corrente elétrica de uma linha de
transmissão é chamada de AMPACIDADE.
• Quanto maior for a temperatura de um condutor, maior será a corrente
circulante (transportada)
• Para se especificar um condutor deve-se ter um compromisso entre:
– A temperatura de operação do condutor, que determina seu carregamento;
– Perdas;
– Sua vida útil;
– Investimento em estruturas.
5
Equação de Equilíbrio Térmico
6
Equação de Equilíbrio Térmico
• Sob condições constantes de vento, temperatura, radiação solar e corrente
elétrica, existe um equilíbrio entre o calor gerado no condutor e o calor
dissipado pelo ambiente.
• A equação que rege este equilíbrio é dada por:
𝑄𝑐 + 𝑄𝑟 = 𝑄𝑤 + 𝑄𝑠
Calor Calor
perdido adquirido
Onde
𝑄𝑐 = calor perdido por convecção
𝑄𝑟 = calor perdido por radiação
𝑄𝑤 = calor produzido no condutor por efeito Joule
𝑄𝑠 = calor recebido por radiação solar
7
Equação de Equilíbrio Térmico
• A partir destes valores, o balanço de calor pode ser escrito como
𝑑𝑇
𝑚𝑐 𝑐𝑝 = 𝑄𝑤 = 𝑄𝑠 −𝑄𝑐 −𝑄𝑟
𝑑𝑡
Onde
𝑄𝑐 = calor perdido por convecção
𝑄𝑟 = calor perdido por radiação
𝑄𝑤 = calor produzido no condutor por efeito Joule
𝑄𝑠 = calor recebido por radiação solar
𝑚𝑐 = massa do condutor por unidade de comprimento
𝑐𝑝 = calor específico
T = temperatura do condutor
𝑑𝑇
Em regime permanente, a temperatura T no condutor é constante, ou seja, = 0, e
𝑑𝑡
tem-se:
𝑄𝑤 + 𝑄𝑠 = 𝑄𝑐 +𝑄𝑟
9
Calor Adquirido por Efeito Joule
O ganho de calor por efeito Joule é dado pela equação
𝑄𝑤 = 𝑘𝑗 𝑅𝑑𝑐 𝐼 2 1 + 𝛽 𝑇𝑐 − 20
Onde
I é a corrente efetiva, em A;
Rdc é a resistência dc a 20°C;
𝑘𝑗 é o fator que contabiliza o aumento da resistência devido ao efeito pelicular;
𝛽 é o coeficiente de variação da resistência com a temperatura e
𝑇𝑐 é a temperatura média da seção do condutor (𝑇𝑐 = (𝑇𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 +𝑇𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 )/2)
𝑅𝑎𝑐 = 𝑘𝑗 𝑅𝑑𝑐
10
Perda de Calor por Convecção
• A relação fundamental para perdas de calor por convecção em condutores cilíndricos
aéreos é dada pela expressão:
Esta fórmula é
0,52
𝐷 𝑉 𝜌𝑚 recomendada para um
𝑄𝑐 = 1,005 + 1,351 𝑘𝑚 𝑡𝑐 − 𝑡𝑎
𝜇𝑚 número de Reynolds
entre 1 e 1000
Onde
𝐷 𝑉 𝜌𝑚
( ) - Número de Reynolds
𝜇𝑚
12
Perda de Calor por Radiação
• Este é o calor perdido basicamente por radiação infravermelha do material,
dependendo do estado da superfície do material e da temperatura do
condutor.
𝑄𝑟 = 𝐾𝑟 𝐷 𝜀 𝑡𝑐 + 273 4 − 𝑡𝑎 + 273 4
Onde
13
Perda de Calor por Radiação
O coeficiente de emissividade de condutores muda drasticamente com o passar do
tempo. A maior parte do envelhecimento dos cabos ocorre no primeiro ano de sua
exposição, sendo que algumas referências descrevem que metade desse envelhecimento
ocorre no primeiro mês
14
Calor Recebido por Radiação Solar
• O total de calor recebido por uma superfície lisa perpendicular aos raios solares e
localizada fora da atmosfera terrestre é de aproximadamente 1300 W/m2.
15
Calor Recebido por Radiação Solar
• A soma de calor recebido do sol e do céu pode ser
A diferença na temperatura do
expressa como: condutor, com e sem sol, será de 5
a 10% (em torno de 5°C, em média)
𝑄𝑆 = 𝑎 𝑄𝐷 𝑠𝑒𝑛𝜓 + 𝑄𝑑 𝐴
Onde
𝑄𝐷 = radiação solar direta (W/m2)
𝑄𝑑 = Radiação do céu (W/m2)
a = Coeficiente de absorção solar, variando entre 0,23 para
condutores novos e 0,97 para condutores envelhecidos
𝐴 = área projetada do condutor (m2/m). Como esta projeção é
igual ao diâmetro e o cálculo é feito por unidade de
comprimento (1 m), o valor de 𝐴 é igual ao diâmetro do
condutor
𝜓 = 𝑐𝑜𝑠 −1 𝑐𝑜𝑠(𝐻𝑠 ) 𝑐𝑜𝑠 𝑍𝑠 − 𝑍𝑐 , tal que:
• Hs = altura do sol sobre o horizonte (graus)
• Zs = azimute do sol (graus)
• Zc = azimute do condutor (graus)
16
Calor Recebido por Radiação Solar
17
Calor Recebido por Radiação Solar
18
Corrente Térmica de Projeto
• Levando em conta os fatores do equilíbrio de calor sob o condutor, a corrente
que o condutor selecionado deve possuir para atender a estes critérios é
Qc = calor perdido por convecção
Qr = calor perdido por radiação
𝑄𝑐 + 𝑄𝑟 − 𝑄𝑠 Qs = calor recebido por radiação solar
𝐼= Tc = temperatura média da seção do condutor
1 + 𝛽 𝑡𝑐 − 20 𝑅
= é o coeficiente de variação da resistência
com a temperatura
R = Resistência do condutor
19
Exercício
• Determinar a corrente máxima admissível nos condutores de uma LT com
cabos ACSR tipo Cardinal, quando a temperatura máxima do condutor é de
40°C e com ausência total de vento, admitindo que a temperatura máxima
do condutor não deve ultrapassar 100°C. Os cabos estão enegrecidos pelo
tempo.
20
Seleção de Temperatura do Condutor
• Para operação normal dos condutores de LT aérea é selecionado um limite térmico
entre 60 e 80°C. Essa faixa de temperatura assegura que o condutor não perca mais
que 10 a 20% de sua tensão mecânica.
• Uma prática usual é utilizar 75°C, que assegura um limite para a perda de resistência
mecânica do condutor menor que 10% em uma vida útil de 30 anos.
• Em casos especiais onde existe limite de queda de tensão ou outras condições de
segurança, pode-se baixar o limite térmico para 60°C.
• Cada empresa tem seu padrão de projeto de temperatura.
• Em situações especiais e críticas, como grandes carregamentos em LT curta (p. ex.,
centros urbanos), pode-se avaliar um projeto com limite térmico de 80 e 85°C,
considerando, por exemplo, as seguintes características ambientais:
– Sol máximo de meio dia
– Velocidade do vento de 1 m/s
– Temperatura ambiente de 30°C
– Altitude média do local de 600 a 800 m
– Coeficiente de absorção de 0,90
– Coeficiente de emissividade de 0,65
21
Tensão Mecânica e Flecha do Condutor
22
Tensão Mecânica e Flecha do Condutor
• Supondo que a flecha máxima “d ” ocorra no meio da LT, ou seja, quando x =
l/2, então:
𝑙 2
𝑝 2 𝑝𝑙 2
𝑑= =
2𝑇0 8𝑇0
𝑝𝑙 2
𝑇0 =
8𝑑
8 2
𝑆=𝑙+ 𝑑
3𝑙
23
Exemplo
• Encontrar a flecha no meio de vão para um condutor ACSR 636MCM, 26/7
Grosbeak, com diâmetro de 25,15 mm, peso de 1,300 kgf/m e apoiado nos
seus extremos por torres com altura de suspensão igual a 26m. O vão
médio é tomado igual a 450 m e a tração imposta ao condutor (To) é de
2123 kgf, desconsiderando a ação do vento e com temperatura de 30°C.
24
Exercício
25
Bibliografia Adicional
José A. Martins e Hildebrando C. Coelho “Seleção de Condutores – Ampacidade
Estatística” – SALTEE 96 – Seminário Avançado em Linhas de Transmissão de Energia
Elétrica – BH – MG. 1996
26