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Linhas de Transmissão

Capacidade de Condução de Corrente

Profª. Ana Paula C. de Mello Curso de Graduação em Engenharia Elétrica – Linhas de Transmissão
Introdução

• A capacidade de condução de corrente, ou ampacidade, de


uma linha de transmissão é uma das características mais
importantes para a sua correta operação

• Limite é determinado pelo equilíbrio térmico do condutor,


sendo a seção do cabo um dos parâmetros de maior
influência

• A ampacidade muda de acordo com as variáveis do meio-


ambiente, como vento e insolação

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Limites Térmicos

• As seções dos cabos condutores são fixadas normalmente


por:
 custo da instalação
 operação nas condições desejadas
 perdas de energia

• As restrições impostas são, em geral, de natureza tal que as


densidades de corrente nos condutores se mantêm
relativamente baixas, não havendo, portanto, maiores
problemas com um aquecimento excessivo dos condutores

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Limites Térmicos

• Operações sob contingência


 Pode ser conveniente a operação de linhas com densidades de
corrente mais elevadas

• Neste caso, o aquecimento dos condutores, em virtude das


perdas por efeito Joule, pode ser o fator de limitação de
maior importância

• Dependendo de:
 Projeto de distribuição das estruturas
 Deformações plásticas dos condutores

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Limites Térmicos

• Projeto de distribuição das estruturas:


 flechas máximas admitidas para os seus condutores da linha sobre o
terreno
• temperaturas máximas admitidas em projeto (50 a 70ºC)
• qualquer acréscimo não previsto de temperatura fará com que as
flechas aumentem, reduzindo as alturas de segurança exigidas
pelas normas de segurança

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Limites Térmicos

• Perdas de energia por efeito Joule:


 são proporcionais às resistências dos condutores, que, aumentam
com o aumento de suas temperaturas

• Deformações plásticas dos condutores:


 função das temperaturas máximas alcançadas pelos condutores,
acarretam em perda cumulativa de resistência mecânica
 devem ser observadas durante o projeto

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Equilíbrio Térmico de um Condutor

Calor: é a energia térmica em trânsito entre corpos que estão a


temperaturas diferentes. O calor passa de um corpo para o outro
até que seja atingido o equilíbrio térmico.

• Os cabos elétricos das linhas aéreas de transmissão estão


sujeitos ao aquecimento (ganho de calor) causado por:
 efeito Joule da corrente
 radiação solar

• Por outro lado, a superfície dos condutores perde calor de


duas maneiras:
 irradiação
 convecção

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Equilíbrio Térmico de um Condutor

• Sob condições de regime permanente de velocidade de


vento, temperatura ambiente, radiação solar e corrente
elétrica, a equação seguinte é válida:

Qi + Qs = Qc + Qr W/pol

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Equilíbrio Térmico de um Condutor

• Qc = Perdas de calor por convecção


• Qr = Perdas de calor por irradiação
• Qi = Calor absorvido por efeito joule
• Qs = Calor absorvido por radiação solar

Qi + Qs = Qc + Qr
I2.R + Qs = Qc + Qr

 A capacidade máxima de corrente sob limite de temperatura pré-


estabelecido:

Q c  Qr  Q s
Im ax 
R

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Equilíbrio Térmico de um Condutor

• A perda por calor por convecção:


Remoção de calor através de corrente de ar (convecção),
pode ser calculada por:

Qc  8,548.T .(v.d ) 0,448


W/m
Obtido a partir do número
de Reynolds e rugosidade
 T = diferença de temperatura entre o condutor (Tc ) e meio
ambiente (Ta ), em °C
 v = velocidade do vento em m/s
 d = diâmetro do condutor em m

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Equilíbrio Térmico de um Condutor

• Para o cálculo das perdas por irradiação, empregamos a


seguinte expressão:

Qr  d . .17,825.10 8
T C
4
 TA 4
 W/m
Obtido a partir da constante
  = emissividade em % / 100 de Stefan Boltzamann
• 23 % para condutores novos de alumínio
• 90 % para condutores enegrecidos pelo tempo
 TC = temperatura absoluta dos condutores em K
(273 + °C)
 TA = temperatura absoluta do meio ambiente em K

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Equilíbrio Térmico de um Condutor

• Como é difícil a determinação dos parâmetros de calor


pela ação do sol, esse termo geralmente é desprezado ou
simplificado
• Para a absorção da radiação solar, é aceitável a
expressão simplificada:

Qs  500.d W/m

 Equivale a absorção de 500 W/m2, valor estimado para o território


brasileiro.
 d = diâmetro do condutor em m

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Capacidade Máxima de Corrente

• A capacidade máxima de corrente, ou ampacidade, sob


limite de temperatura pré-estabelecido poderá ser calculada
pela equação:

Qr  Qc  Qs
I MAX  A
Rac
 na qual as perdas de calor Qr , Qc e Qs em W/m
 Rac resistência à corrente alternada em (ohms/m) à temperatura de
projeto (Tc)

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Capacidade Máxima de Corrente

• A máxima temperatura de um condutor ocorre de uma


combinação de condições tais como:
 ocorrência simultânea de cargas elétricas elevadas
 condições atmosféricas desfavoráveis
• temperaturas ambientes elevadas
• ausência de ventos

• Contingências no sistema que transfiram parte da carga de


linhas fora de serviço para a linha em consideração

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Tabela de Temperaturas

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Exercício

• a) Calcular a capacidade máxima de corrente de uma LT


com condutor Grosbeak, num dia de verão com temperatura
ambiente de 36 °C, vento de 5 m/s, para a temperatura do
condutor igual a 60 C
 Considere  = 0,5 (50 %)
 raio = 0,01257 m

• b) Recalcular para temperatura ambiente de 15 °C e vento


de 20 m/s a noite.

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Exercício

c) Re-calcular para temperatura ambiente de 40 °C e sem


vento.

d) Re-calcular para  = 0,3 e 0,8.

e) Re-calcular para temperatura ambiente de 15 °C e vento


de 20 m/s.

f) Determine as potências se a linha opera a 230 kV.

g) Re-calcular para condutores Drake e Dove

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MATERIAL DE APOIO E REFERÊNCIA PARA ESTA
APRESENTAÇÃO:

• P.R. Labegalini, “Projetos mecânicos das linhas aéreas


de transmissão”, 2ª Ed., Edgard Blücher, 1992.

• N. Kagan, C.C.B. de Oliveira, E.J. Robba, “Introdução aos


sistemas de distribuição de energia elétrica”, 1ª Ed., São
Paulo: Edgard Blucher, 2005.

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