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Centro Federal de Educação

Tecnológica de Minas Gerais

Subestações e Equipamentos Elétricos

Disjuntores

Prof. Eduardo G. Silveira


Características Elétricas

Corrente Nominal (In): Valor RMS da corrente em regime contínuo que o disjuntor
deve ser capaz de conduzir permanentemente, sem que a elevação de temperatura
exceda os valores especificados nas condições especificadas na respectiva Norma.

Corrente de Interrupção (kA): Corrente no polo de um disjuntor no instante do início


do arco durante uma operação de abertura.

Corrente de Interrupção Simétrica Nominal (Icc): Valor RMS da componente


alternada da corrente de interrupção nominal em curto-circuito. A corrente de
interrupção simétrica é utilizada em alternativa à Potência de Interrupção.

Potência de Interrupção (Pcc): A Potência de Interrupção (Pcc) é dada (para os


circuitos trifásicos) por: Pcc = V . Icc . √3, onde V é a tensão de operação e Icc a
corrente de interrupção, sendo usuais as grandezas MVA e GVA.
Características Elétricas
Corrente de Interrupção Assimétrica: A corrente de interrupção assimétrica é dada
por: Iass = Isim . a, onde a = fator de assimetria obtido conforme indicado abaixo.

Porcentagem da Componente Contínua: Relação percentual entre a componente


contínua no momento da abertura e seu valor inicial.

Corrente de Estabelecimento (Ie): Valor de crista do primeiro ciclo de corrente em um


polo de um disjuntor, durante o período transitório que se segue ao instante do
estabelecimento da corrente, em uma operação de fechamento.
Características Elétricas

Tempo da Corrente Nominal de Curto-Circuito (Tcc): A duração nominal da corrente


de curto-circuito é aquela a qual o disjuntor, quando fechado, pode suportar a corrente
de interrupção simétrica nominal. A duração nominal da corrente de curto-circuito dos
disjuntores é usualmente de 1 a 3 segundos.

Tensão Nominal (kV): Valor RMS da tensão para o qual o disjuntor é projetado para
operar e ao qual são referidos os outros valores nominais.

Nível de Isolamento (kV): Valor da tensão suportável que caracteriza o isolamento de


um disjuntor em relação a sua capacidade de suportar esforços dielétricos.
Características Elétricas

Nível de Isolamento em função da Altitude:

• Os valores nominais das tensões suportáveis à


frequência industrial (60 Hz) e de impulso são
especificados de acordo com a NBR 6936 e IEC –
Publ. 71 para cada nível de tensão de isolamento
e são válidos para as condições atmosféricas
normais referidas ao nível do mar, ou seja: 1013
mbar a 20°C e umidade do ar 11g/cm³.
• Como se sabe, a capacidade de isolação de um
isolamento no ar decresce com o aumento da
altitude, devido às alterações da densidade do ar. As
Normas Técnicas costumam desprezar esta redução
da capacidade de isolação para altitudes de até
1.000 m. Para altitudes superiores, deve ser
aplicado um fator de correção “k” conforme gráfico
apresentado ao lado;
Características Elétricas

Tensão Suportável Nominal de curta duração à Frequência Industrial (kV): Valor


RMS da tensão senoidal de frequência industrial (60Hz) que um disjuntor deve
suportar, em condições de ensaio especificadas (a seco e sob chuva)/(1 min).

Tensão Suportável de Impulso –TSI (kV): Valor do impulso normalizado, atmosférico


pleno ou de manobra que um disjuntor suporta, nas condições prescritas nos ensaios.

Tensão de Restabelecimento Transitória (TRT): Tensão de restabelecimento no


intervalo de tempo em que ela tem uma característica transitória apreciável.

.
Características Elétricas

Algumas das condições de operação nas quais o disjuntor deverá garantir a sua
capacidade de interrupção:

✓ Manobra de Banco de Capacitores (ou interrupção de correntes


capacitivas);

✓ Operação em Condições de Tensão de Restabelecimento Transitória;

✓ Ciclo de Operação;

✓ Operação em Oposição de Fases;

✓ Operação em Frequência Própria.


Características Elétricas

Condições em que o disjuntor deverá garantir a sua capacidade de interrupção:

✓ Manobra de Banco de Capacitores (ou de correntes capacitivas): Na


manobra de capacitores, é imprescindível que o disjuntor seja capaz de
interromper a corrente da potência mais elevada do banco, sem reacendimento
e, conseqüentemente, sem sobretensões. Os disjuntores devem ser
adequados para manobra de correntes capacitivas mais elevadas, sem risco de
ocorrer reacendimentos.

✓ Operação em Condições de Tensão de Restabelecimento Transitória:.


Como se sabe, mesmo após interrompida a corrente, surge no circuito a “tensão
de restabelecimento transitória”, cujo valor é fundamental para se determinar a
capacidade de ruptura do disjuntor. Desta forma, o projeto e a construção do
equipamento deverão possibilitar a total interrupção do arco elétrico, uma vez
conhecidos os parâmetros da referida tensão de restabelecimento.
Características Elétricas

✓ Ciclo de Operação: É a sequência nominal de operação estabelecida pela


norma, na qual deve ser garantida a capacidade de interrupção. Pode ser com
ou sem religamento rápido do disjuntor.

Sequência Nominal de Operação sem Religamento Rápido:

O-0,3s-CO-3 min-CO - Normas: NBR 7118 (ABNT); IEC56-2

Sequência Nominal de Operação com Religamento Rápido:

O-0,3s-CO-15 s-CO - Normas: NBR 7118 (ABNT); ANSI C37

Sendo,

O = Uma operação de abertura (open);

C = Uma operação de fechamento (close);

S = Tempo em segundos.
Características Elétricas
✓ Operação em Oposição de Fases: O disjuntor deve operar sem reignição ainda que
ocorra o desligamento de uma fonte, estando o sistema alimentado por vários geradores
em paralelo (sistema elétrico em anel). Pode ocorrer um defasamento de 180º no ângulo
das tensões, o que significaria surgir nos terminais de abertura do disjuntor durante sua
operação uma tensão de até duas vezes o valor de sua tensão nominal.

✓ Operação em Frequência Própria: Em consequência da presença de indutâncias e


capacitâncias no sistema elétrico, no instante da interrupção será provocada uma
oscilação de tensão entre os contatos. Essa oscilação obedece a uma frequência
designada “frequência própria do sistema elétrico”. Quanto maior for essa frequência,
mais difíceis serão as condições de interrupção do arco. Isto pelo fato destas oscilações
submeterem o disjuntor a sobretensões e, sendo estas sobretensões rapidamente
alcançadas, o tempo disponível para se regenerar o dielétrico entre os contatos será
muito pequeno. Caso as sobretensões atinjam valores em um tempo insuficiente para a
regeneração do meio dielétrico poderá ocorrer a reignição do arco elétrico.
Características Elétricas
Tensão de restabelecimento transitória
Denomina-se tensão de restabelecimento transitória (TRT) a diferença de
potencial entre os terminais do disjuntor em seguida a interrupção de uma
corrente, no período transitório anterior ao amortecimento das oscilações.
A tensão de restabelecimento transitória e particularmente elevada em
seguida a abertura de faltas terminais (faltas ocorridas praticamente sobre
os terminais dos disjuntores, seja nos barramentos, seja nas saídas de
linha) e de faltas quilométricas (faltas ocorridas sobre linhas de
transmissão, a distancia de poucos quilômetros do disjuntor) .
Nos testes de abertura de curto-circuito e necessário não somente que o
disjuntor seja submetido as correntes que caracterizam sua capacidade de
interrupção, como também que entre seus terminais seja estabelecida,
apos a interrupção, uma tensão não inferior a tensão de restabelecimento
transitória especificada.
Características Elétricas

Tensão de restabelecimento transitória

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