Você está na página 1de 62

MANUTENÇÃO E ENSAIOS DE SUBESTAÇÕES DE MEDIA TENSÃO

TREINAMENTO PARA A EQUIPE DE MANUTENÇÃO


1° PARTE: REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES NA SUBESTAÇÃO
Realização da atividade conforme estabelecido NR10
EPI e EPC utilizados

2° PARTE: MANOBRAS NA SUBESTAÇÃO


Operação de desligamento.
Retirar carga, (BT e MT)
Abertura de chave de MT
Detector de tensão
Aterramento temporário (DESENERGIZAÇÃO)
3° PARTE: MANUTENÇÃO PREVENTIVA
 Inspeção
Limpeza

4° PARTE: ENSAIOS ELÉTRICOS


Ensaio de relação de transformação TTR
Ensaio de resistência ôhmica dos enrolamentos
Ensaio de resistência de isolamento
1° PARTE:PREMISSAS PARA O TRABALHO EM SUBESTAÇÕES
Capitulo 7 da NR-10 aborda os “trabalhos
envolvendo alta tensão (AT). Os trabalhadores
que realizam atividades em subestações na zona
controlada ou na zona de risco devem atender ao
disposto no item 10.8 da NR10 que trata de
habilitação, qualificação, capacitação e
autorização dos trabalhadores. A figura 5.4
resume este item da NR-10.

 Mas o que são essas Zonas?


Zona de risco e
zona controlada
A título de exemplo,
analisando uma subestação
alimentada em 13,8 kV, a zona
de risco (ZR) compreende um
afastamento a partir de um
ponto energizado (PE) até uma
distância de 0,38 metros ou 38
centímetros. O afastamento
que compreende a zona
controlada (ZC) inicia a partir
de 0,38 metros do ponto
energizado até 1,38 metros. A
figura 5.3 represente estas
distancias.
Mas em relação aos
profissionais que vão
trabalhar ou acessas essas
Zonas ?
Atendimento do Item 10.8 da NR 10 quanto
aos profissionais
 Toda e qualquer
atividade desenvolvida
em uma subestação
energizada não pode ser
realizada de forma
individual, visto que o
10.7.3 da NR-10 proíbe o
trabalho realizado
individualmente em
instalações elétricas
energizadas em alta
tensão.
 Em instalações elétricas energizadas em alta tensão. Todo trabalho
realizado em subestações deve ser precedido de ordem de serviço.
Esta exigência encontra-se no item 10.7.4 da NR-10
Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados
em AT, o superior imediato e a equipe, responsáveis
pela execução do serviço, devem realizar uma
avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e
ações a serem desenvolvidas de forma a atender os
princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de
segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço. Intem
10.7.5 da NR10
Toda tarefa realizada em uma subestação deve ter um
procedimento de trabalho detalhado e assinado por
profissional autorizado. Esta exigência encontra-se no
item 10.7.6 da NR-10
 O procedimento de manutenção de subestações
requer uma preparação prévia. Do ponto de vista
documental é necessário:

 ART preenchida por um profissional legalmente


habilitado
 Manual dos equipamentos
 Procedimento de trabalho conforme determina a
NR-10
 Relatórios técnicos das manutenções anteriores
OPERAÇÃO DA SUBESTAÇÃO
 Para realizar manobras na subestação, a equipe deve
ser provida de alguns EPI’s e EPC’s conforme o tipo de
operação a ser realizada, esses equipamentos de
proteção são discriminados pela NR 10.
Os EPC’s devem estar em perfeitas condições de uso quanto
ao isolamento conforme item 10.7.8 da NR-10. Os EPC’s
normalmente utilizados são:

Detector de tensão
 Conjunto de aterramento temporário
 Vara de manobra
Escada
Cones de sinalização
 Os EPI’s devem estar em perfeitas condições de uso quanto ao
isolamento conforme item 10.7.8 da NR-10. Os EPI’s normalmente
utilizados são:

 Bota de segurança isolante sem biqueira metálica


 Luva de vaqueta
Luva de borracha com classe de tensão adequada
Óculos de segurança
 Capacete de segurança classe B: sempre usado quando há risco
de choque elétrico

 10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às


atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade
e influências eletromagnéticas.
QUANTO AO UNIFORME RF, BALACLAVA,
VISEIRA...
 Além dos EPI’s e EPC’s são necessários diversos materiais e
ferramentas para a execução do serviço, como por exemplo:

 Conjunto de chaves de fenda


Conjunto de chaves de boca
 Chave de regulagem
 Martelo
 Alicate universal
 Materiais de limpeza: pano de limpeza, solvente e etc.
2 ° PARTE: ORDEM DE MANOBRA PARA DESLIGAMENTO DA
SUBESTAÇÃO
Desligar carga disjuntor geral de BT (1)
Desligar disjuntor geral de MT da subestação.(2)
Abrir seccionadoras de MT (3)
Abrir chave fusível no poste (4)
*ABERTURA DO DISJUNTOR DE BT INICIALMENTE
• Os impulsos de manobra surgem devido à abertura e ao fechamento dos
disjuntores, seccionadores e outros dispositivos de manobra instalados nos
sistemas. por isso os disjuntores de BT devem ser os primeiros a serem
desligados na desernergização do transformador e os ultimos a serem ligados
na energização para ISOLAR A CARGA DESSA SOBRETENSÃO
ISOLANDO OS EQUIPAMENTOS SENSÍVEIS
NO MOMENTO DA ENERGIZAÇÃO
OBS: SUBESTAÇÃO PRINCIPAL DO HCB
* Algumas instalações possuem um disjuntor geral na cabine de entrada e alguns
projetistas não instalam disjuntor de media tensão na entrada das subestações a
montante, nesse caso a seccionadora deve possuir contato e câmara de arco
deve ser aberta após o desligamento do disjuntor de BT.
TRANSFORMADORES “1, 2 E 3” DA “SE PRINCIPAL” A
SECCIONADORA NÃO PODE SER OPERADA COM CARGA ,
PORÉM PODE SER OPERADA COM TENSÃO.
SEQUÊNCIA DE ABERTURA DA CHAVE DE MEDIA
TENSÃO DO POSTE
DESENERGIZAÇÃO
Detector de tensão
Aterramento provisório
O ATERRAMENTO DEVE SER ENTRE DOIS PONTOS
PARA ISOLAR A ARÉA DE TRABALHO
PONTO IDEAL PARA REALIZAR O ATERRAMENTO NA SE PRINCIPAL
3° PARTE: MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA SE

MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS.
Para-raios tipo; Na manutenção preventiva deste equipamento
recomenda-se:
 Verificar as condições dos isoladores quanto a trincas ou rachaduras
 Reaperto de conectores
 Limpeza do corpo do para-raios
Ensaio de resistência de isolação
O ensaio de resistência de isolação é realizado com o megôhometro e
tem o objetivo de verificar se há corrente de fuga através do corpo do
equipamento
CHAVE SECCIONADORA:
Na manutenção preventiva deste equipamento recomenda-se:
 Verificar as condições dos isoladores quanto a trincas ou rachaduras
 Verificar o estado dos contatos
 Limpeza, lubrificação e reaperto dos contatos
 Limpeza e lubrificação das articulações da chave
 Ensaio de resistência de isolação
 Ensaio de resistência de contato
O ensaio de resistência de isolação é realizado com o megôhmetro e tem
o objetivo de verificar se há fuga de corrente em relação aos bastões de
acionamento e a massa.
O ensaio de resistência de contato é realizado com o microhmímetro e
tem o objetivo de verificar a resistência de contato de cada uma das
fases.
DISJUNTOR
Na manutenção preventiva deste equipamento recomenda-se:
 Verificar e limpeza do mecanismo de acionamento (molas, travas,
motor, engrenagens, articulações, carregamento de mola e etc)
 Verificar a existência de trincas ou rachaduras nas câmaras de extinção.
 Ensaios de abertura e fechamento mecânico, elétrico, local e remoto
 Ensaio de resistência de isolação
 Ensaio de resistência de contato
O ensaio de resistência de isolação é realizado com o megôhometro e tem o
objetivo de verificar o isolamento de entrada e saída de cada fase e ainda o
isolamento de cada pólo em relação a massa.
O ensaio de resistência de contato é realizado com o microhomímetro e
tem o objetivo de verificar a resistência de contato de cada uma das fases.
TRANSFORMADOR A SECO
Na manutenção preventiva deste equipamento recomenda-se:
Verificar a existência de trincas ou rachaduras nos isoladores
 Verificar as conexões dos cabos e reapertar se necessário
ENSAIO DE RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO
ENSAIO DE RESISTENCIA DO ENROLAMENTO
ENSAIO DE RESISTENCIA DE ISOLAMENTO
4° PARTE
ENSAIOS ELÉTRICOS
TRANSFORMADORES
E DISJUNTORES DE
MÉDIA TENSÃO
Ensaios elétricos
na subestação

Em relação ao ensaios
básicos do transformador:
 Resistência enrolamento
Relação de transformação
 Resistência de isolamento
RESISTÊNCIA ÔHMICA DOS ENROLAMENTOS
Com este ensaio pode-se determinar a resistência dos
contatos, apertos dos terminais, conexões maus
fixadas/danificadas/parcialmente rompidas, contatos do
comutador, verificar curtos entre espiras e também
determinar as perdas ôhmicas que irão entrar no cálculo das
perdas totais (Resistência vezes a Corrente de fase ao
quadrado).

Com os valores do projeto original em mãos, é realizada uma


comparação com os valores de resistência ôhmica DO ENSAIO.
Uma fase com o dobro da resistência
original (em Ω) deve ser alvo de
intervenção no transformador, pois pode
haver uma espira pronta a entrar em
curto-circuito.

RESISTÊNCIA ÔHMICA DOS


ENROLAMENTOS (Ω)

ALTA TENSÃO H1-H3 H1-H2 H2-H3


Valor medido 18,3 34,5 18,5
INSTRUMENTO UTILIZADO - MILIÔHMIMETRO
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA
A temperatura também influência na resistência ôhmica do
enrolamento a temperatura padrão utilizada é de 75°C, e deve ser
corrigida para esse valor, por isso é importante a medição da
temperatura do enrolamento no momento do teste.

Rst=
Rst= resistência a temperatura padrão (Standard)
Rtest= Resistencia medida no teste
Tstand= temperatura padrão 75°C
Ttest= temperatura do teste
Tk= constate de temperatura
Tk= 225 para alumínio
TK=234,5 para cobre
RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO
(TTR- TRANSFOMER TURN RATIO)
 Tem como objetivo de verificar o desvio (diferença) entre a relação de tensão
teórica e a medida. Este valor não deve ser superior ao especificado pelas normas
NBR 5440 e NBR 5356. Usualmente o desvio máximo não pode ultrapassar os 0,5%
na maioria dos transformadores.
Cálculo da relação de transformação
V1 ÷ V2
onde V1 é tensão primária e V2 é tensão secundária
para enrolamentos trifásicos em estrela, dividir a tensão por raiz de 3 (ou 1,732)
* tensão de fase
Exemplo:
Transformador 300kVA, alta tensão 13800V delta, baixa tensão 380V estrela;
  13800     _ = 62,90 (relação nominal) * Verificar tape que se encontra
380 ÷ 1,732
Cálculo da variação da relação de transformação:

ΔV = (relação medida – relação nominal) x 100


[resultado expresso em porcentagem]

relação nominal

Exemplo:

ΔV = (62,750 [medida] – 62,900 [nominal]) x 100 = 0,23 %


[máximo 0,50 %]

62,900 [nominal]
DEVE SE ATENTAR PARA AS CONEXÕES DO INSTRUMENTO CONFORME O
TIPO DE DESLOCAMENTO ANGULAR DO TRANSFORMADOR
RESISTÊNCIA DE ÔHMICA DE ISOLAMENTO
Resistência de ôhmica de isolamento conforme a norma
NBR 5356, não constitui critério para aprovação ou rejeição
do transformador, porém pode denunciar degradação ou
falhas grosseiras no isolamento, como curtos entre
enrolamentos ou entre enrolamento e massa/carcaça.

Este teste tem variações que dependem da umidade,


temperatura, até mesmo das condições de limpeza dos
isoladores do transformador. Uma avaliação conforme
projeto do transformador e o acompanhamento destes
valores ao longo do tempo é essencial para, determinar a
qualidade do isolamento geral do transformador.
TESTE DE ISOLAMENTO

Desconectar os cabos de saída do


transformador: (X1,X2,X3), neutro e
aterramento do neutro na conexão “X0”
Desconectar os barramentos de entrada
das buchas do transformador (H1,H2,H3)
Curto circuitas os terminais (H1,H2 e H3)
entre si
Curto circuitas os terminais de caixa
tensão entre si (X1,X2,X3,X0)
PRINCÍPIO DO ENSAIO
OBS: 500 V
ENSAIO DO DISJUNTOR
OBSERVAÇÃO
PARA DISJUNTOR A VÁCUO RECOMENDA-SE O TESTE COM HIPOT
“VACUOTESTER” (2,5 X VL + 1KV)
ENSAIO DAS SECCIONADORAS
 ENSAIOS DO TP

Relação de transformação
Resistência ôhmica dos enrolamentos
Resistência de isolamento
ANÁLISE DE ENGENHARIA EM RELAÇÃO AOS VALORES
ENCONTRADOS

A análise de engenharia após a manutenção


preventiva visa comparar os valores dos ensaios de
fábrica e com os valores obtidos em campo. Para
transformadores antigos e sem projeto disponível, é
possível obter comparações com equipamentos
usados de anos de fabricação e marcas semelhantes,
neste caso se valendo da experiência dos técnicos de
campo, que sempre é de grande valia quando aliamos
os cálculos de projeto com a vivência de campo.

Você também pode gostar