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MAIO DE 2021
ENSAIOS DE MANUTENÇÃO PARA TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA
A ÓLEO COM TENSÃO SUPERIOR A 69 kV
Examinado por:
________________________________________________
Prof. Jorge Nemésio Sousa, MSc.
(Orientador)
________________________________________________
Prof. Jorge Luiz do Nascimento, Dr. Eng.
(Coorientador)
________________________________________________
Engº. João Victor de Paiva
MAIO DE 2021
Carrusca, Gabriel Martins
Maio/2021
May/2021
Power transformers are essential equipment for the functioning of the modern world, changing
voltage and current levels to interconnect the generation, transmission and distribution of
electrical energy. Thus, the maintenance of this equipment is an important activity in the
industries, electric energy concessionaires, or any other large commercial establishment. The
application of predictive maintenance techniques allows to evaluate the state of the
transformers in operation and to predict possible occurrences of abnormalities, such as defects
and / or failures, thus increasing the reliability of processes and reducing costs. The work was
founded using technical standards, manufacturers' manuals and specialized literature on the
subject and aims to present the main aspects relevant to power transformers, as well as
predictive techniques for electrical maintenance, describing the testing procedures, talking
about the interpretation of the results and the diagnosis of the state of this equipment.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
°C grau Celsius
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ASTM American Society for Testing and Materials
AT Alta Tensão - compreende tensões acima de 36,2 kV
BT Baixa Tensão - compreende tensões abaixo de 1 kV
CFCA Critério Flexível de Classificação de Aquecimentos Elétricos
CR Criticidade Racional - método de diagnóstico de termografia em instalações
elétricas.
DC Direct Current - Corrente Contínua
DEE Departamento de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da UFRJ
FCC Fator de Correção de Corrente - fator de correção da temperatura de um
termograma em função da corrente elétrica circulando pela peça no momento
da medição.
FCV Fator de Correção do Vento - fator de correção da temperatura de um
termograma em função da velocidade do vento no momento da medição.
FD Fator de Dissipação - indicador que relaciona as perdas ativas e a potência
aparente aplicadas sob tensão alternada e serve para se determinar o nível
de contaminação de um material isolante elétrico.
GT Gravidade Térmica - variável do método Criticidade Racional de diagnóstico
de termografia em instalações elétricas.
HPLC High Performance Liquid Chromatography
IEC International Electrotechnical Commision
LMTA Limite Máximo de Temperatura Admissível
MT Média Tensão - caracteriza-se por valores entre 1.000 V e 36,2 kV
TTR Transformer Turns Ratio - Instrumento Medidor de Relação de Transformação
em Transformadores
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
vii
SUMÁRIO
1.1 APRESENTAÇÃO
1.2 OBJETIVOS
O Capítulo 4 irá tratar de uma descrição sobre a aplicação das técnicas preditivas de
manutenção, listando o passo a passo de cada um dos ensaios mais utilizados na indústria e
como interpretar os resultados obtidos: ensaio de relação de transformação, ensaio de
resistência ôhmica dos enrolamentos, ensaio de resistência de isolamento DC, ensaio de
isolação AC, ensaio do indicador de nível de óleo, ensaio do relé de gás (Buchholz) e o ensaio
de estanqueidade.
Pesquisa básica: aquela que tem o objetivo de gerar conhecimentos novos úteis
para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista.
Este TCC trata-se de uma pesquisa aplicada, uma vez que serão estudadas
especificamente as técnicas de manutenção aplicadas a transformadores de potência a óleo,
e as interpretações que devem ser tomadas ao se avaliar os resultados dos ensaios.
Tratando-se deste trabalho, fica claro que ele possui uma natureza exploratória com
características descritivas, uma vez que esse documento é baseado em normas, livros,
manuais técnicos de fabricantes, e material acadêmico.
Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir
em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.
1 Michael Faraday foi um físico e químico britânico que teve grandes contribuições para os estudos do
eletromagnetismo e da eletroquímica.
2
William Stanley Jr. foi um físico estadunidense e obteve 129 patentes cobrindo uma grande gama de
dispositivos elétricos.
3
Sebastian Ziani de Ferranti foi um engenheiro eletricista britânico que promoveu a instalação de
grandes estações geradoras de eletricidade e redes de distribuição de corrente alternada na Inglaterra.
4
Károly Zipernowsky foi um engenheiro eletricista húngaro, nascido na Áustria. Ele ajudou a inventar o
transformador na empresa de fabricação húngara Ganz Works e contribuiu significativamente com seus
trabalhos também para outras tecnologias de corrente alternada.
5
Miksa Déri foi um engenheiro húngaro. Ele contribuiu com o desenvolvimento do transformador de
núcleo de ferro fechado e do modelo ZBD.
6
Lucien Gaulard foi um cientista que inventou dispositivos para a transmissão de energia elétrica de
corrente alternada.
7
Ottó Titusz Bláthy foi um engenheiro eletricista húngaro. Ao longo de sua carreira se tornou o co-
inventor do transformador elétrico moderno, do regulador de tensão, do capacitor CA do medidor de
watt-hora para o motor elétrico monofásico, o turbo gerador e o turbo gerador de alta eficiência.
8
Mikhail Osipovitch Dolivo-Dobrovolski foi um engenheiro eletricista e inventor russo, um dos
fundadores do sistema trifásico.
7
9
Charles Eugene Lancelot Brown foi um engenheiro eletricista e o fundador do SLM - Schweizerische
Lokomotiv- und Maschinenfabrik.
8
10Efeito Joule é um fenômeno físico que se baseia na conversão de energia elétrica em calor, e ocorre
quando um certo corpo é atravessado por uma corrente elétrica.
9
óleo. Esse tipo de equipamento tem como forma de resfriamento a troca de calor
com o ar.
Este acessório (Figura 2.5) tem como função expor de forma clara a temperatura em
que se encontra o óleo isolante dentro do transformador. Deve ser graduado de 0 a 120 ºC e
possuir indicação de temperatura máxima alcançada - ponteiro vermelho da Figura 2.5. O
acompanhamento da temperatura do transformador é importante, uma vez que um
superaquecimento pode gerar o envelhecimento precoce do papel isolante e,
consequentemente, perda de vida útil do equipamento.
11
Este relé de gás (Figura 2.6), também conhecido como relé Buchholz, tem como
função detectar acumulação de gases, falta de óleo, e falhas dielétricas 11 no transformador.
Este relé funciona da seguinte forma: internamente encontram-se duas boias
montadas uma sobre a outra, contatos de ampolas de vidro com mercúrio, visor de nível,
válvulas de amostra e de ensaio. Quando há acúmulo de uma certa quantidade de gás dentro
do relé, a boia superior é forçada a descer, ativando a proteção do equipamento, se por sua
vez, uma produção excessiva de gás provoca uma circulação de gás no relé, a boia inferior
reage também ativando a proteção do equipamento. A Figura 2.7 mostra um esquemático do
funcionamento interno do relé Buchholz.
11Falhas dielétricas são associadas ao material dielétrico que tem como finalidade o isolamento entre
os componentes condutores de um equipamento elétrico.
12
líquido isolante e a tampa do transformador. Existem modelos que atuam acima do nível do
óleo isolante, ou então, em contato com o óleo. No primeiro caso, o relé é acionado quando
ocorre uma súbita pressão interna, independente da pressão de trabalho do transformador.
Já no segundo, quando há pressão interna ascendente ou, ainda, uma obstrução indevida na
tubulação de respiro14 do transformador que possa desencadear sobrepressão interna. Vale
ressaltar que o relé não opera por mudanças lentas de pressão, provenientes de raios,
sobretensões de manobras e curtos-circuitos, desde que não ocasionem falha no
transformador. A Figura 2.9 mostra um corte lateral do Relé de Súbita Pressão.
12 O transformador tipo selado é composto por um tanque principal selado, que tem por finalidade
impedir o contato do líquido isolante com a atmosfera. O uso deste sistema requer que o tanque seja
grande o suficiente para acomodar as variações de volume do líquido isolante decorrentes da operaç ão
normal do equipamento. O espaço acima da parte ativa é pressurizado com ar sintético ou nitrogênio
super seco.
13 O tanque de expansão (ou conservador) é um reservatório fixado na parte superior da carcaça do
transformador. É destinado a receber o óleo do tanque quando este se expande, devi do aos efeitos do
aquecimento por perdas internas.
14
A tubulação de respiro liga a atmosfera à bolsa ou membrana que separa o líquido isolante da
atmosfera, no tanque de expansão.
14
São dispositivos utilizados para permitir a liberação do óleo isolante quando há uma
sobrepressão interna no transformador. Este acessório protege contra uma possível
deformação no tanque, em casos de defeito interno com aparecimento de pressão elevada.
Este é um dispositivo muito sensível, e que atua em menos de 2 segundos.
15
Qualificado como qualquer desvio de uma caraterística de um item em relação aos seus requisitos.
Esses requisitos podem, ou não, ser expressos na forma de uma especificação.
16
Caracterizado pela incapacidade de um item em desempenhar uma função requerida.
19
17
Modo de falha é uma causa de falha ou uma possível forma pela qual um sistema pode falhar.
20
Há uma gama de técnicas que são aplicadas na predição de uma falha em um certo
equipamento. Porém é necessário o bom uso dessas técnicas e dos conhecimentos
associados, para interpretação correta e assertiva dos dados obtidos.
Para o uso correto das técnicas preditivas se faz necessário o uso de recursos
computacionais, instrumentos de medição e técnicas organizacionais. A maneira correta
para a aplicação desse método é através dos seguintes tópicos [14]:
18
Análise de causa raiz é o processo de descobrir a causa primária de problemas para identificar as
soluções adequadas.
23
Existe uma vasta gama de ensaios que podem ser realizados, todavia é de suma
importância saber avaliar corretamente os parâmetros que serão acompanhados. Para cada
tipo de equipamento há parâmetros específicos. Tomando como foco os transformadores de
potência, deve-se monitorar sua temperatura, estado do óleo isolante, isolamento, relação de
transformação, entre outros. Conforme BARONI [13], pode-se classificar as técnicas
preditivas de manutenção mais importantes nas seguintes ‘famílias de especialização’.
Termografia
Análise de Óleos Isolantes
Índice de neutralização da acidez ou basicidade
Rigidez dielétrica
Tensão interfacial
Ponto de fulgor
Perdas dielétricas
Teor de água
Viscosidade
Presença e teor de insolúveis
Exame visual e coloração
Estabilidade à oxidação
Contagem de partículas
Análise da espectroscopia
Cromatografia Gasosa
Determinação das concentrações de CO e CO2
Análise de gases combustíveis dissolvidos
Estudo da relação entre os gases e as falhas incipientes
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência - HPLC
Ensaios Elétricos
Corrente
Tensão
Espectro de corrente ou tensão
Ensaios Dielétricos da Isolação
Resistência de isolamento
Rigidez dielétrica
Perdas dielétricas
24
19
Defeitos ou falhas incipientes são aqueles que já estão instalados, mas no início do desenvolviment o,
isto é, que se encontra no estado de incipiência. Identifica o estágio inicial do processo ou ciclo da
ocorrência anormal.
25
4.1 INTRODUÇÃO
Dentro deste escopo, neste Capítulo serão estudados os ensaios preditivos aplicados
na manutenção de transformadores de potência, podendo ser elétricos, químicos e físicos.
20
O TTR - Medidor de Relação de Transformação em Transformadores, é um instrumento usado para
medir a relação de espiras entre os enrolamentos. As medições de relação são conduzidas em todas
26
H2
H1
X2
X1 TTR
as posições das derivações dos enrolamentos e calculadas dividindo a leitura da tensão induzida pelo
valor da tensão aplicada.
21
Chama-se de primário o enrolamento do transformador que recebe tensão direto da rede.
22
Chama-se de secundário a bobina do transformador que fornece tensão transformada .
27
H3
H1
X3
X1
TTR
H3
H2
X3
X2
TTR
De acordo com a NBR 5356 [16], a tolerância no erro de relação de transformação não
deve exceder a ± 0,5% ou 1/10 do valor medido da tensão de curto-circuito em porcentagem,
devendo-se considerar o menor dos valores. Dessa forma o cálculo do erro máximo da relação
de tensão permissível é dado pelas Equações 4.1 e 4.2.
𝑉𝐴𝑇
𝑉𝑛 = ∗ √3 (4.1)
𝑉𝐵𝑇
29
𝑉𝐴𝑇
𝑉𝑛 = (4.2)
𝑉𝐵𝑇
Onde:
Deste modo, pode-se calcular o erro entre os valores de relação nominal medida,
através da Equação 4.3.
𝑉𝑛 − 𝑉𝑚
𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = ∗ 100% (4.3)
𝑉𝑛
Onde:
23
Megômetro é um instrumento de manutenção utilizado para medir a resistência de isolamento de um
equipamento. O megômetro mede valores elevados de resistências elétricas em que outros
instrumentos não são capazes de medir.
30
materiais isolantes. Entretanto, deve-se tomar cuidado, uma vez que seus valores se
modificam com a umidade e a sujeira, gerando alterações da capacitância 24 do isolamento,
da resistência total, das perdas superficiais e da temperatura do material. O ensaio consiste
em aplicar no isolamento uma tensão em corrente contínua com os valores listados na Tabela
4.2.
H3
24
É a grandeza escalar que mede a capacidade de armazenamento de energia em equipamentos e
dispositivos elétricos.
31
X3
X3
Conexões
Isolamento Medido Identificação
Line Earth Guard
Alta contra Baixa com Terra
RAB A B T
em GUARD
Alta contra Terra com Baixa
RAT A T B
em GUARD
Baixa contra Terra com Alta
RBT B T A
em GUARD
RAT//RAB Alta contra Baixa aterrada A B+T -
Para entender os resultados deve-se consultar a NBR 7036 [15]. Esta Norma fixa,
como temperatura de referência, 75 ºC, e apresenta as Equações 4.4 e 4.5 para a correção e
adaptação de resultados.
𝑅𝑇
𝑅75 º𝐶 = (4.4)
2𝐴
Sendo,
75 − 𝑇
𝐴= (4.5)
10
Em que:
𝑘 ∗𝑉
𝑅𝑀 = 𝑀Ω (4.6)
𝑆
√
𝑓
Onde:
● RM - Resistência mínima de isolamento a 75 ºC, em MΩ.
● V - Classe de isolamento do enrolamento de maior tensão no momento da
medição, em kV.
● S - Potência nominal do transformador, em kVA.
● f - Frequência nominal, em Hz.
● k - 7,95 para transformadores monofásicos e 2,65 para transformadores trifásicos.
36
Com o RM em mãos, basta compará-lo com o valor corrigido obtido nos ensaios
descritos anteriormente (R 75 ºC). Para valores normais de funcionamento R 75 ºC deve ser maior
do que RM.
𝐶×𝑉
𝑅𝑚 = 𝑀Ω (4.7)
√𝑘𝑉𝐴
Onde:
Rm - Resistência mínima de isolação de 1 minuto, 500 VDC, em MΩ, do
enrolamento para a terra, com os outros enrolamentos guardados, ou de
enrolamento para enrolamento com o núcleo guardado, a 20 ºC.
C - Constante para medidas a 20 ºC.
V - Tensão nominal do enrolamento em ensaio, em Volts.
kVA - Capacidade nominal do enrolamento em ensaio.
Para referir a medição para 20 ºC, deve-se utilizar a Tabela 4.5 que apresenta os
fatores de correção para esta temperatura de referência.
37
𝑅 𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎 1 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜
𝐼𝑎𝑑 = (4.8)
𝑅𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎 30 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠
De modo geral, se Iad for menor do que 1,1 indica que a isolação se encontra fraca.
Todavia, se esse valor for superior a 1,6, pode indicar que a isolação se encontra em bom
estado.
𝑅𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎 10 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
𝐼𝑝 = (4.9)
𝑅𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎 1 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜
Este ensaio tem como objetivo se obter o valor da resistência ôhmica dos
enrolamentos do transformador, podendo detectar curto-circuito nas espiras e envelhecimento
das bobinas. O ensaio consiste em medir com auxílio de um microhmímetro25 ou uma ponte
Kelvin26, as resistências ôhmicas dos enrolamentos primários e secundário do transformador,
verificando-se também a sua continuidade.
25Microhmímetro é um instrumento controlado por um microprocessador que tem como função medir
com alta precisão resistências ôhmicas muito baixas, ou de contato de disjuntores e chaves, barras
condutoras e bobinas de transformadores e motores.
26 Ponte Kelvin é um instrumento de medição usado para determinar resistências elétricas muito
enrolamento de um transformador. Pode ser do tipo de derivações em carga, que opera energizado,
em vazio ou em carga; ou comutador de derivações sem tensão, que opera desenergizado.
39
H2
H1 C2
C1 P1 P2
𝑅12 + 𝑅13 − 𝑅 23
𝑅1 = (4.13)
2
𝑅 23 + 𝑅12 − 𝑅31
𝑅2 = (4.14)
2
𝑅 31 + 𝑅23 − 𝑅21
𝑅3 = (4.15)
2
Para esse tipo de ensaio deve-se comparar os valores medidos com os especificados
no catálogo do fabricante. Para qualquer diferença acima de 2% do valor médio deve ser
pesquisada a existência de anormalidades tais como: espiras em curto, número incorreto de
espiras, dimensões incorretas do condutor e outros. Também é importante que seja analisado
o histórico do equipamento, para se verificar se já houve reparos nos terminais dos
enrolamentos ou em chaves comutadoras.
28 Rigidez dielétrica é o limite superior da intensidade de campo elétrico que determinado isolante
elétrico é capaz de suportar sem tornar-se condutor.
42
29O instrumento destinado à medição de grandezas de isolantes elétricos mais conhecido é a Ponte
Doble, utilizada para encontrar as perdas dielétricas em Watts, perdas dielétricas em Volt -Ampéres,
capacitância, fator de potência ou fator de perdas, resistência em CA e corrente total em mA.
43
30
Esta posição UST (Ungrounded Specimem Test) de ensaio, elimina do circuito de terra o enrolament o
que está sendo medido. É aplicado na medição da isolação entre dois eletrodos desaterrados, isto é, é
usada quando deseja-se obter a leitura direta da isolação entre dois enrolamentos. Para se efetuar esta
medição conecta-se o terminal UST do instrumento ao enrolamento de alta tensão e mede-se a isolação
entre os enrolamentos.
44
Este ensaio (Figura 4.13) fornece as isolações entre o enrolamento de Alta e a Terra
(CH ) e, em paralelo, as isolações entre os enrolamentos de Alta e Baixa (C HL).
Este ensaio (Figura 4.14) fornece a isolação entre o enrolamento de Alta e a Terra
(CH ).
45
Este ensaio (Figura 4.15) fornece a isolação entre os enrolamentos de Alta e Baixa
(CHL) [10].
Este ensaio (Figura 4.16) fornece as isolações entre o enrolamento de Baixa e a Terra
(CL) e entre os enrolamentos de Baixa e Terciário (C LT).
Este ensaio (Figura 4.17) fornece a isolação entre o enrolamento de Baixa e a Terra
(CL).
47
Este ensaio (Figura 4.19) fornece as isolações entre o enrolamento Terciário e a Terra
(CT) e entre os enrolamentos Alta e Terciário (C HT).
Este ensaio (Figura 4.20) fornece a isolação entre o enrolamento Terciário e a Terra -
CT.
49
A Tabela 4.7 mostra os detalhes das ligações dos ensaios para o caso de um
transformador de 2 enrolamentos.
Alta - Baixa - CH
Baixa Alta - - CH + CL
Baixa - Alta - CL
Onde:
● CH – Isolação entre o enrolamento de Alta tensão e Terra.
● CL – Isolação entre o enrolamento de Baixa tensão e Terra.
● CHL – Isolação entre os enrolamentos de Alta e Baixa tensão.
ativa em forma de aquecimento por efeito Joule; e do valor da capacitância do isolamento [10]
- ver a Seção 4.5.2 e a Figura 4.14.
2
𝑇𝑜 = 𝑇𝑡 + × (𝑇𝑡 − 𝑇𝑎 ) (4.16)
3
A correção do fator de potência pela temperatura da isolação pode ser feita com o
auxílio da Tabela 4.8, que mostra os fatores de conversão de uma determinada temperatura
de ensaio, para 20 ºC.
51
31
Os transformadores de respiração livre são tanto os selados quanto os com conservador - ver Seção
2.4.3 e notas de rodapé 13 e 14. São equipados com um colchão de ar ou de N 2 sob a tampa ou com
um conservador, para permitir que o óleo se expanda, nas variações de temperatura. Para
determinadas potências, com a intenção de evitar contato entre o óleo e o ar no c onservador, é utilizado
um separador de borracha entre o óleo e o ar ambiente.
52
Esta Tabela 4.8 deve ser utilizada para a maioria dos transformadores de potência que
possuem tanque conservador, de instalações de transmissão e de distribuição, e em
subestações de parques industriais. Para valores de temperaturas não encontrados na
Tabela, a recomendação é que os valores sejam obtidos por interpolações.
𝑊 × 10
𝑓. 𝑝 (%) = (4.17)
𝐼
Onde:
W – Perdas ativas na isolação.
I – Corrente da isolação sob ensaio.
Com o fator de potência entre 3% e 4% devemos analisar o óleo isolante. Caso o óleo
esteja em boas condições, deve haver indícios de contaminação dos isolamentos sólidos. Se
os ensaios do óleo indicarem deterioração e/ou contaminação, devemos proceder a uma
manutenção corretiva neste óleo - recondicionamento ou regeneração.
53
𝐼𝑐
𝑉 = 𝑋𝑐 × 𝐼𝑐 = (4.18)
𝜔×𝐶
Logo,
𝐼𝑐 𝐼𝑐
𝐶= = 𝐹 (4.19)
𝜔×𝑉 2× 𝜋 × 𝑓 ×𝑉
𝐼𝑐 = 𝐼𝑡 × 𝑠𝑒𝑛𝜑 (4.22)
Onde:
Ic – Componente em quadratura da corrente da isolação.
32Multímetro é um instrumento que tem como função medir e avaliar as grandezas elétricas tensão,
corrente e resistência.
55
Ensaio de funcionalidade
Verificação da operação dos contatos
Verificação do circuito elétrico
Para verificar a operação dos contatos de alarme, isto é, dos contatos da boia superior,
injeta-se ar na mangueira, e pelo registro 'a' admite-se ar lentamente na válvula de ensaio do
relé até que ocorra o fechamento do contato de alarme. Por outro lado, para constatar a
operação do contato da boia inferior, injeta-se ar comprimido na mangueira até uma pressão
de aproximadamente 2 kg/cm² e abre-se bruscamente o registro 'a' para permitir uma
liberação rápida do ar represado e provocar a atuação da haste do contato de desligamento
da boia inferior.
33 Os ensaios realizados em fábrica são chamados de ensaios de rotina ou de tipo. De uma forma geral,
entende-se que ensaios de rotina são aqueles que devem ser realizados em todos os equipament os
comprados, ou em determinada amostragem da quantidade total, a fim de se verificar a qualidade e a
uniformidade mão de obra e dos materiais utilizados na fabricação dos equipamentos. Com relação
aos ensaios de tipo, entende-se que não há necessidade de ser realizado em todos os lotes de
fornecimento e são ensaios realizados apenas em um dos equipamentos comprados, ou d e tipo
semelhante ao comprado, a fim de se comprovar que o projeto do fabricante atende aos requisitos
normalizados ou verificar uma determinada característica deste equipamento.
34 Pressão manométrica é definida como a diferença entre a pressão absoluta e a pressão atmosféric a
do local.
35 O dispositivo de estanqueidade é um certo tipo de ‘instrumento’ capaz de detectar vazament os
indesejados durante o ensaio, equipado com válvulas e registradores que fazem a medição do grau de
estanqueidade no equipamento por meio da análise da queda de pressão.
59
De acordo com ABREU et al. [18], trata-se de uma técnica de inspeção não invasiva e
não destrutiva de sensoriamento, que deve ocorrer com o equipamento ligado, e permite a
medição de temperatura e a aquisição de imagens térmicas (Figura 4.24) de um determinado
equipamento ou seu componente. Tal tipo de técnica é capaz de fornecer uma quantidade
suficiente de dados para realizar uma análise de tendências.
● Painéis e cubículos.
● Cabos e conexões.
● Barramentos.
● Subestações.
● Máquinas elétricas.
● Transformadores.
36Como o líquido isolante no transformador sofre grande variação de volume em função da temperatura
ambiente e da carga, a sobrepressão interna poderia danificar as bobinas, gaxetas, flanges etc. Por
isso é instalado um reservatório cilíndrico, cheio de sílica gel, com a finalidade de retirar parte da
umidade e partículas sólidas durante a ‘respiração’ do óleo e a expansão do seu volume, permitindo o
sair e entrar pelo reservatório passando por um dessecante químic o, a sílica gel. Esta retém a umidade
do ar aspirado pelo transformador, dificultando que ela entre em contato com o óleo.
60
4.9.1.1 Radiômetro
A técnica por trás deste instrumento chama-se radiometria, ela consiste em projetar
um laser sobre uma determinada superfície e o instrumento irá mensurar a temperatura
através da medição de diversos pontos da superfície e, após realizar a média entre eles,
revela o valor absoluto da sua temperatura.
4.9.1.2 Termovisores
O termovisor (Figura 4.26) permite uma análise em tempo real da temperatura de cada
ponto do componente inspecionado. Essa análise consiste na detecção de pontos quentes e
frios, que podem indicar que, por exemplo, um dos contatos do contator de um circuito de
controle e comando de um determinado motor, está desgastado e por isso gerando um
desequilibro de tensão ou corrente entre as fases de um circuito elétrico equilibrado.
37
Zero absoluto é o limite inferior de temperatura na natureza, que é equivalente a -273,15 °C ou 0 K.
62
Ela tem como vantagens a não necessidade de contato direto com o objeto em análise,
e de ser uma inspeção realizada com o equipamento em operação, não gerando assim perdas
por conta do desligamento da máquina inspecionada.
Para cada um desses fatores existe uma técnica para correção da medida.
63
É baseada na relação entre a energia irradiada por um corpo real e a energia que seria
irradiada por um corpo negro, ideal, com máxima capacidade de emissão. Pode-se dizer que
a emissividade determina a maior ou menor quantidade de energia que um determinado corpo
emite, em um dado comprimento de onda.
O vento pode se tornar um problema durante uma medição quando sua velocidade
atinge um valor acima da faixa considerada normal, entre 1 e 7 m/s, uma vez que ocorre o
esfriamento da superfície medida, gerando assim uma medição errada da condição do
38 Corpo negro ideal é um objeto hipotético que absorve toda a radiação eletromagnética que nele
incide: nenhuma luz o atravessa e nem é refletida.
64
equipamento. Logo deve-se fazer uma correção nessa temperatura de acordo com as
Equações 4.23 e 4.24.
𝑉1
∆𝑇2 = ∆𝑇1 ( ) 0,488 (4.23)
𝑉2
ou
Onde:
𝐼𝑛
∆𝑇2 = ∆𝑇1 ( ) 2 (4.25)
𝐼
Ou
Onde:
66
Onde:
Conexões e barramentos de BT 90
Conectores de AT 90
Régua de bornes 60 a 70
Banco de Capacitores 60
Secionadores 50 a 60
Conexões em geral 70 a 90
Conexões aparafusadas 90
Após a realização dos cálculos para obtenção do MAA, deve-se comparar esse
parâmetro com a temperatura corrigida (∆𝑇𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜) e, no caso do MAA estar acima do valor
de referência, o equipamento em questão deve ser tratado como potencialmente defeituoso.
Logo, poderá ser necessário programar uma intervenção e ela deve ser imediata quando a
temperatura medida corrigida supera em 50% o MAA.
como a ação a ser tomada na manutenção. Vale salientar que é importante realizar uma
comparação entre o ponto em análise do equipamento e pontos adjacentes.
Com o objetivo de adaptar essas medições para um padrão universal, GILL [25]
desenvolveu a fórmula-chave. Ela considera tanto a variação de carga do equipamento,
quanto a variação da temperatura ambiente, com a finalidade de calcular a máxima
temperatura admissível do equipamento.
𝐼 𝑚
𝑇𝑡𝑐 = (𝑇𝑟𝑡 − 𝑇𝑟𝑎 )( ) + 𝑇𝑚𝑎 (4.28)
𝐼𝑁
Onde:
Ttc - Temperatura total admissível, corrigida para medição de carga e
temperatura ambiente.
Trt - Temperatura máxima admissível.
Tra - Temperatura ambiente máxima.
Trt – Tra - Incremento máximo de temperatura admissível (rise).
I - Corrente medida.
In - Corrente nominal.
Tma - Temperatura ambiente medida.
m - Valor médio é de 1,8 (varia entre 1,6 e 2,0).
De acordo com C. FILHO [26], “a termografia não deve avaliar uma ocorrência apenas
considerando a sua Gravidade Térmica (GT) para determinar uma intervenção imediata ou
não. A avaliação também deve determinar a Prioridade Operacional (PO) da instalação.
Tão ou mais importante que estas duas variáveis, ainda há a Tendência Térmica (TT),
isto é, como o sobreaquecimento tem se comportado no decorrer de um determinado período
– performance.
𝐶𝑅 = 𝐺𝑇 × 𝑃𝑂 × 𝑇𝑇 (4.29)
Onde:
Os óleos isolantes são fluidos estáveis a alta temperatura, que possui elevadas
características isolantes. Nos transformadores o óleo atua principalmente como um
removedor de calor entre o interior do equipamento e as suas paredes. O calor gerado na
operação dos transformadores é proveniente da corrente que passa pelas resistências
elétricas das espiras, e esse aquecimento pode causar a degradação térmica do material
isolante, prejudicando assim todo o equipamento.
72
O óleo mineral isolante deve atender as especificações da ANP [28]. A Tabela 4.21
apresenta as principais características desses óleos, através do resultado de ensaios e
valores limites contidos nessa resolução.
Para realizar uma tomada de decisão baseada nos ensaios físico-químicos deve-se
consultar a Tabela 4.22, que direciona, através dos principais ensaios, se o óleo deve ser
mantido, recondicionado39, regenerado40 ou descartado.
Tabela 4.22 – Valores Limites para Classificação de óleo Isolante Mineral em Serviço
1. Fator de Dissipação
Fator de Dissipação ou Fator de Potência mostra a relação entre as perdas ativas (W)
e a potência total (VA) aplicada à amostra de um material isolante.
O conceito que embasa a importância desse fator está no fato que um sistema de
isolação ideal, seja qual for o tipo do material isolante, comporta-se como um capacitor sem
perdas, significando que ligado a uma fonte de corrente alternada será percorrido por uma
corrente IC , chamada corrente de carga, que está adiantada de 90° em relação à tensão
aplicada. Em um isolante real aparece também uma corrente IR , em fase com a tensão,
originando fuga de potência ativa através de isolação, que se manifesta produzindo
aquecimento devido ao efeito Joule - Seção 2.3.
Figura 4.28 - Representação vetorial das correntes na isolação sob VCA [10]
Esse ensaio tem como função o controle de qualidade do óleo isolante, sendo assim
um indicativo de contaminação ou degradação do óleo presente no transformador em análise,
tais como água, sabões, oxidação colóides 41 etc.
O Fator de Dissipação, por definição, pode ser calculado de acordo com a Equação
4.30.
𝑊
𝐹𝐷 = × 100 (4.30)
𝑉𝐴
Onde:
FD - Fator de Dissipação.
W - Perdas ativas.
VA - Potência aparente.
Quanto menor for o Fator de Dissipação melhor será a condição da isolação do óleo
isolante do transformador.
41Os coloides, ou sistemas coloidais, são misturas em que as partículas dispersas t êm um diâmetro
compreendido entre 1 nanometro e 1 micrometro, partículas estas que podem ser átomos, íons ou
moléculas.
76
2. Rigidez Dielétrica
Pode ser definida como a medida da capacidade dos óleos isolantes de suportar
tensões elétricas sem apresentar ruptura do dielétrico42. O ensaio é feito através da
aplicação de uma tensão alternada, que aumenta de forma gradual, a dois eletrodos
imersos no líquido isolante, ambos são separados por uma distância padrão. No momento
da aplicação da tensão chega um momento em que ocorre a ruptura do dielétrico, neste
instante é registrada a tensão de ruptura dielétrica do óleo isolante. Desta forma esse
ensaio permite determinar a máxima tensão suportada por certo óleo isolante antes que
ele venha a falhar.
3. Teor de Água
Crepitação (chapa quente): este ensaio tem como função a detecção de água
em concentrações maiores que 0,1%. Ele recebe esse nome por conta do ruído
que o óleo produz ao ser submetido ao ensaio, uma vez que durante este ensaio
uma amostra do óleo é colocada sobre uma superfície quente. O ensaio é
baseado nos estalos ou ruídos que, se acontecerem com o aumento da
temperatura, indicarão que há contaminação por água.
Destilação: o ensaio consiste em se destilar uma porção da amostra e medir o
volume de água obtido, utilizando um resfriador. O teor mínimo detectável nesse
ensaio é de 0,1%.
42É um isolante elétrico que quando sofre a atuação de um campo elétrico permanente acima do limite
de sua rigidez dielétrica permite o fluxo de corrente elétrica.
77
Titulação por Karl Fischer: é considerado um dos métodos mais sensíveis para
a determinação da presença de água em qualquer tipo de amostra. Esse é o
método ideal para os transformadores elétricos, uma vez que ele permite
determinar quantidades tão pequenas quanto 0,0005%. Esse ensaio determina
o teor de água através da redução do iodo presente no reagente de Karl Fischer.
A mistura original consistia em iodo (I2), dióxido de enxofre (SO 2), e piridina
(C5H5N) em metanol (CH3OH). A reação química ocorre enquanto há a presença
de água, cessando quando toda a água for consumida. Este ensaio está descrito
na norma NBR 10710.
4. Tensão Interfacial
Pode-se definir a tensão interfacial como sendo a medida de força para romper a
interface entre dois líquidos não miscíveis. Para esse estudo será analisada a tensão
interfacial entre o óleo e a água. O ensaio é sensível à presença de compostos de
oxidação, da degradação do óleo, como ácidos e ésteres, e contaminantes polares
derivados da degradação dos materiais isolantes.
5. Cor
Como o próprio nome sugere, este ensaio analisa a cor do óleo isolante, e consiste
em transmitir uma luz através da amostra e, assim, associar a coloração a um determinado
valor numérico baseado na comparação com uma série de cores padrão. Com o número
da cor é determinado o nível de contaminação e deterioração do óleo isolante. Por
exemplo, se o líquido estiver turvo ou nebuloso provavelmente ele está contaminado por
água ou borra43. O ideal é que o óleo isolante seja claro e isento de partículas em
suspensão ou sedimentadas. Este ensaio está descrito na norma NBR 14483.
43
Borra é um produto da oxidação dos hidrocarbonetos no óleo isolante do transformador.
78
6. Índice de Neutralização
Pode ser definido como a medida dos componentes ácidos presentes no óleo isolante.
Quando existem altas concentrações de oxigênio dissolvido no óleo e altas temperaturas
de operação, a velocidade com que esses ácidos se formam aumenta. Esse índice é
importante, uma vez que seu valor indica a vida remanescente deste óleo. Após esse
prazo ele irá começar a contribuir para a degradação de outros componentes do
transformador, em especial na isolação celulósica. Caso a acidez aumente a níveis muito
altos, os procedimentos corretivos de manutenção deverão ser aplicados, por exemplo a
substituição ou recuperação do óleo isolante. Este ensaio está descrito na norma NBR
14248.
7. Ponto de Fulgor
8. Ponto de Combustão
Esse ensaio tem como finalidade determinar a temperatura mínima com que o óleo
isolante sofre ignição e em seguida apresenta uma queima contínua. Essa temperatura
deve sempre ser maior que a de fulgor, e a diferença entre os ensaios de Ponto de
Combustão e Ponto de Fulgor é que no fulgor há apenas uma queima rápida sem ignição
externa.
9. Ponto de Fluidez
O ensaio tem como finalidade determinar a temperatura mínima no qual o óleo isolante
flui. Transformadores funcionam em ambientes com diferentes temperaturas e alturas,
desta forma é necessário determinar o óleo isolante ideal para cada condição de
operação. Este ensaio está descrito na norma NBR 11349.
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O ensaio tem como objetivo detectar a presença de enxofre no óleo isolante. Esse
contaminante diminui as características dielétricas do líquido isolante, corrói todo o metal
do transformador, e ainda atrapalha na refrigeração do equipamento. Este ensaio está
descrito na norma NBR 10505.
11. Viscosidade
Pode-se definir a viscosidade como a resistência que o óleo tem ao fluir de maneira
contínua e uniforme, sem a presença de forças externas. Essa medida é realizada pelo
tempo de fluxo de uma determinada amostra, e revela a eficiência de refrigeração do óleo
isolante, uma vez que ela cai à medida que a viscosidade aumenta. Este ensaio está
descrito na norma NBR 10441.
44Bifenilas Policloradas (PCB) são compostos aromáticos clorados. Os produtos comerciais fabricados
à base de PCB, utilizavam misturas de compostos nas quais predominam desde as tricloro-bifenilas
até as heptacloro-bifenilas.
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O ensaio tem como finalidade definir a temperatura na qual uma mistura de óleo com
anilina se separa. Este ensaio está ligado ao poder de solvência do óleo em relação aos
materiais com os quais está em contato direto. Deve-se tomar cuidado com um baixo
ponto de anilina, uma vez que indica uma maior solvência do produto, prejudicando o
funcionamento do equipamento. Este ensaio é descrito pelas normas ASTM D611 e ISO
2977.
Essas partículas chegam ao óleo isolante das mais diversas formas, tais como o
manuseio incorreto do fluido, resíduos de intervenções invasivas, filtros 45 em mau estado
de conservação, contaminação por vedações inadequadas, e pelo desgaste gerado
internamente pelo funcionamento do equipamento.
45 Os filtros têm como função remover o particulado, a água dissolvida no óleo isolante e a água livre.
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Corona
Óleo H2
Celulose H2, CO e CO 2
Pirólise
Óleo
Baixa temperatura CH4, C2H6
Alta temperatura C2H4, H2 (CH4, C2H6)
46
Hidrocarbonetos são moléculas apolares (não há diferença de eletronegatividade entre seus átomos)
e homogêneas (aquelas cujos componente - fases, são indistinguíveis), formadas por átomos de
carbono e hidrogênio.
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Pirólise
Celulose
Baixa temperatura CO2 (CO)
Alta temperatura CO (CO 2)
Arco elétrico H2, C2H2 (CH4, C2H6, C2H4)
Fonte: Pugh apud BINDA, M. apud NEMÉSIO SOUSA [10].
Segundo BINDA, M. apud NEMÉSIO SOUSA [29], este método tem como função
avaliar e acompanhar a formação de gases combustíveis 47 e de dióxido de carbono no
óleo isolante presente no transformador. Realiza uma comparação entre a concentração
atual desses gases e a de uma amostra retirada anteriormente. A análise do resultado,
dado em porcentagem, leva como referência uma discrepância de 10% do TGC – Total
de Gases Combustíveis em relação ao mês anterior. Se esse fato ocorrer, é muito provável
que haja uma falha incipiente no equipamento.
47Gases combustíveis são aqueles que queimam quando misturados com um oxidante e aproximados
de uma fonte de ignição.
83
Para períodos maiores do que 30 dias, deve-se utilizar a Equação 4.31 para se calcular
a taxa de formação de gases.
𝑇𝐺0 − 𝑇𝐺𝐴
𝑇𝐺 = 30 × × 100 (4.31)
𝑑 × 𝑇𝐺𝐴
Onde:
5 CONCLUSÕES
Este TCC foi desenvolvido através de uma Pesquisa Aplicada, com Objetivos
Exploratórios de características descritivas, utilizando abordagens Qualitativas e
Quantitativas, com caráter de Pesquisa Bibliográfica e Documental. O trabalho teve como
fundamentação teórica, a bibliografia relativa à manutenção de equipamentos elétricos,
manuais de fabricantes, normas técnicas, e material didático relativo à disciplina Manutenção
e Operação de Equipamentos Elétricos do DEE - Departamento de Engenharia Elétrica da
Escola Politécnica da UFRJ.
A maior dificuldade encontrada para a elaboração deste trabalho foi unir uma grande
quantidade de fontes que possuem métricas e abordagens diferentes, afim de criar um
trabalho conciso e sem contradições entre métodos e autores. Todavia, possuir uma
experiência prévia na área de manutenção industrial foi sem dúvidas um facilitador nesta
jornada.
Este documento torna claro três pontos importantes: é indispensável implementar uma
gestão da manutenção para que as empresas se tornem mais competitivas; as técnicas de
manutenção preditivas estão cada vez mais modernas e assertivas e, por isso, é necessário
estar sempre inovando; ensaios preditivos de manutenção são acessíveis a empresas de
todos os portes e aumentam a confiabilidade dos processos produtivos.
Por fim, o trabalho desenvolvido apresentou conceitos físicos e históricos relativos aos
transformadores de potência, bem como demonstrou como as técnicas preditivas de
manutenção são ferramentas indispensáveis tanto no diagnóstico quanto no
acompanhamento do envelhecimento e degradação do isolamento destes equipamentos. O
estudo realizado permeou, através dos ensaios de manutenção de transformadores a óleo
mais pertinentes no cotidiano industrial, buscando explicitar de forma clara e simples as
etapas para a realização desses ensaios, como analisar e entender os resultados obtidos e
as medidas a serem tomadas em caso de resultados problemáticos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[2] GIL, A. C.: Como Elaborar Projetos de Pesquisa. Ed. Atlas, 5ª edição, 2010.
[3] UPPENBORN, F.: History of the Transformer. E & F. N. SPON, London, 1889.
[7] MAMEDE FILHO, J.: Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. LTC, 2013.
[11] INDUBRÁS: Indubrás Indústria e Comércio Ltda. In: Indubrás. Disponível em:
<https://indubras.com.br/>. Acesso em fevereiro de 2021.
[12] PINTO, A. K.; XAVIER, J. N.: Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 1998.
[13] BARONI, T., XAVIER, J., PINTO, A.: Gestão Estratégica e Técnicas Preditivas.
Qualitymark, Rio de Janeiro, 2002.
[21] FLUKE: Fluke Ti480 PRO Infrared Camera. Disponível em: <https://www.fluke.com/
en-us/product/thermal-cameras/ti480-pro>. Acesso em fevereiro de 2021.
[25] GILL, P.: Electrical Power Equipment Maintenance and Testing, 2ª edição. CRC
Press, Washington, 2008. Disponível em: <https://www.amazon.com.br/Electrical-
Equipment-Maintenance-Testing-Second/dp/1574446568>. Acesso em fevereiro de
2021.
[27] ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas: NBR 10576 - Óleo mineral
isolante de equipamentos elétricos - Diretrizes para supervisão e manutenção.
Norma Brasileira, Rio de Janeiro, 2009.
[28] ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis: Resolução ANP
Nº 36, 2007. Disponível em: <https://www.udop.com.br/legislacao-arquivos/83/
Resolucao36.pdf>. Acesso em abril de 2021.
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