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CAMPUS MACAÉ
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA: ELETRICIDADE APLICADA
PROF.: CARLOS MÁRCIO
Transformador
trifásico a seco
Macaé-RJ / 2023
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O transformador trifásico é usado em âmbitos de alta potência elétrica, como
em cabines primárias ou postes de distribuição de energia elétrica. São essencias nas redes
elétricas, os transformadores são aparelhos que conseguem modificar, ou seja, transformar a
tensão de um circuito para outro. O transformador trifásico, por sua vez, recebe esse nome
porque é equipado com três bobinas, cada uma delas composta por um circuito primário e um
circuito secundário. Por conta dessa configuração, ele trabalha tanto com tensões simples,
quanto compostas.
O transformador trifásico pode tanto elevar quanto baixar a voltagem até atingir o
valor desejado, assim como converter uma tensão bifásica em trifásica ou vice-versa.
Também é interessante saber que eles são formados por um conjunto de três transformadores
monofásicos, que juntos compõem esse sistema. Isso faz com que a montagem do
transformador trifásico seja mais fácil e flexível, podendo atender a diferentes necessidades.
Para garantir o suprimento de energia elétrica e evitar incidentes, todos os
transformadores precisam ser submetidos a testes de rotina, para verificar a necessidade (ou
não) de realizar uma manutenção preventiva ou corretiva. Estes testes costumam incluir a
verificação de resistência de isolamento; resistência dos enrolamentos do transformador;
polaridade; deslocamento angular; resistência de isolamento das buchas de alta e baixa tensão.
Os testes são feitos com ajuda de equipamentos específicos, os medidores de transformadores
trifásicos, que inclusive você pode conhecer melhor aqui em nosso site. Eles são capazes de
detectar dados sobre o fluxo de energia para identificar quais são as tensões que estão em uso.
São reconhecidos pela alta precisão.
Além de gerar relatórios de dados sobre a tensão, os medidores também são
responsáveis pelos ensaios que determinam os padrões de funcionamento do transformador.
Nesse caso, são observadas questões como magnetização, perdas de cobre e outras. O intuito é
identificar discrepâncias entre os padrões ideais e reais para efeitos de manutenção, para
assegurar a funcionalidade e a segurança do sistema elétrico.
Os testes em transformadores de força são procedimentos essenciais para assegurar o
bom funcionamento do transformador, garantindo que este gere, transmita e distribua energia,
obedecendo às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A empresa que
realiza os testes em transformadores de força, após conduzi-los, entrega um relatório com
laudos completos de ensaio, esquemas elétricos e certificados de garantia, para que os
transformadores possam operar com segurança e eficiência.
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São vários os tipos de testes em transformadores de força realizados. São
analisados: gás dissolvido, valores elétricos como corrente sem carga, enrolamento e
resistência de isolamento ou capacitância e valor de fator de potência na frequência de linha.
Esses testes em transformadores de força identificam condições ou localizações específicas
com falhas, fazendo com que não só os transformadores sejam reparados e estejam prontos
para utilização, mas também que a manutenção regular seja mais objetiva e simples.
Como os transformadores são equipamentos complexos, compostos por uma
variedade de elementos, existem tipos de testes em transformadores de força específicos para
identificar a localização da falha. São feitos testes na resistência elétrica dos enrolamentos,
relação de tensões, resistência de isolamento, polaridade, deslocamento angular e sequência
de fase, perdas em vazio e corrente de excitação, perdas em carga e impedância de curto
circuito, tensão aplicada (na maioria das vezes são testes em transformadores de força usados
e reparados), tensão induzida (também aplicados, majoritariamente, em transformadores
usados ou reparados) e determinação do fator de potência. Esses testes específicos identificam
detalhadamente se existe alguma falha em algum desses componentes, atestando se o produto
está pronto para utilização.
Periodicamente, devem ser realizadas algumas inspeções no transformador:
• deve ser verificado periodicamente a existência de vazamento de óleo, limpeza das buchas,
estado dos conectores e funcionamento da ventilação forçada;
• devem ser realizados registros da carga e da temperatura do óleo e dos enrolamentos;
• deve ser verificado o nível de óleo do transformador;
• deve ser verificada a coloração da sílica gel do desumidificador do transformador.
A periodicidade dessas inspeções pode variar de acordo com diversos fatores, tais
como: criticidade do equipamento, potência do transformador, custo do equipamento etc. Para
equipamentos críticos, as inspeções devem ser realizadas no mínimo a cada semana.
Além das inspeções, também devem entrar no programa de manutenção do
transformador os testes dielétricos, sendo que os seguintes testes são os mais recomendados:
• medição da relação de transformação;
• medição da resistência ôhmica dos enrolamentos;
• medição da resistência ôhmica de isolamento dos enrolamentos;
• medição do fator de potência do isolamento.
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A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio.
Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores em ohms obtidos para a
temperatura de referência de 75ºC utilizada para enrolamentos de cobre pela fórmula:
Rt = Rm (T + Tr / T + Tm)
Onde:
Rt = resistência a temperatura de referência;
Rm = resistência medida;
T = 235ºC para enrolamento de cobre, conforme ABNT;
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Tt = temperatura de referência;
Tm = temperatura do teste.
Os valores devem ser comparados com os testes de fábrica do transformador ou em
caso da ausência dos mesmos, com histórico de medições anteriores do transformador.
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O equipamento TTR consiste basicamente em:
Um transformador de referência com uma relação ajustável de 0 - 130.
Uma fonte de excitação de corrente alternada
Um voltímetro
Um amperímetro
Um galvanómetro detector de corrente zero
Assim como um conjunto de terminais para ligação.
Na medição devem ser curto-circuitados os três terminais das fases do lado primário e
do lado secundário. As medições devem medir o fator de potência e a capacitância dos
isolamentos da Alta para a Baixa, da Alta para a Terra e da Baixa para a Terra. O
equipamento possui três formas de medição (conexões internas): Ground, Guard e UST e, em
cada uma dessas posições, é medida uma ou duas grandezas de isolamento do transformador.
Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a
temperatura de referência de 20 oC pela fórmula:
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FPc = FPm x F
Onde:
FPc = fator de potência corrigido;
FPm = fator de potência medido;
F = fator de correção, de acordo com a temperatura ambiente no local do teste. A tabela de
correção de acordo com a temperatura é mostrada a seguir:
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4) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento
A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento dos transformadores é realizada
através do uso de um Megôhmetro e também tem como finalidade avaliar o estado do
isolamento do transformador. O valor da tensão de teste a ser aplicada no transformador
depende da tensão nominal do enrolamento em que se está realizando o ensaio. Como pode
ser verificado na tabela a seguir.
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Para transformadores a seco, pode se considerar a seguinte fórmula para o cálculo do
valor mínimo aceitável em MΩ:
Rmin = kV + 1
Podemos, por exemplo, tomar um transformador com tensão nominal de 13.8 kV em
seu enrolamento primário, o que deverá resultar em uma isolação mínima de 13.8 + 1 = 14.8
MΩ a 75oC. Para transformadores a óleo pode ser considerado o cálculo abaixo para
transformadores trifásicos.
Rmin = 2.65 x V / (P/f) / 1.732
Onde:
Rmin = resistência ôhmica de isolamento mínima a 75ºC em MΩ;
V = tensão nominal do enrolamento em Volts;
P = potência nominal do transformador em KVA;
f = frequência nominal do transformador.
Também pode-se calcular os índices de polarização e absorção conforme:
Ia = R60 / R30 e Ip = R10 / R1
Onde:
I a = índice de Absorção;
I p = índice de Polarização;
R30 = resistência ôhmica de isolamento após 30 segundos de teste;
R60 = resistência ôhmica de isolamento após 60 segundos de teste;
R1 = resistência ôhmica de isolamento após um minuto de teste;
R10 = resistência ôhmica de isolamento após dez minutos de teste.
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Os índices de polarização e absorção apresentam grande variação de acordo com a
presença de umidade no transformador e devem ser avaliados juntamente a outros indicadores
da qualidade do óleo (análise do óleo). Em alguns casos, pode ser necessária a secagem do
transformador. Variações grandes (maiores que 50%) entre medições realizadas no mesmo
transformador em anos ou manutenções diferentes são indicativos de alguma deficiência no
isolamento do transformador.
De forma geral pode-se considerar a faixa de 1.25 a 1.80 como satisfatória para o
índice de absorção e de 3 a 5 para o índice de polarização.
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