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DIMENSIONAMENTO DE DISJUNTORES TERMOMAGNÉTICOS

◙ A NBR 5410 estabelece as prescrições fundamentais destinadas a garantir a segurança de


pessoas, de animais domésticos e de bens contra os perigos e danos que possam resultar da
utilização das instalações elétricas em condições que possam ser previstas.

◙ Passaremos a dimensionar os elementos de proteção dos circuitos que, basicamente, evitam


que sobrecargas, sobrecorrentes e choques elétricos causem danos as pessoas e a seus
patrimônios.

◙ Nesse slide vamos analisar os seguintes elementos de proteção:


→ Aterramento.
→ Disjuntores termomagnéticos.
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◙ Denomina-se “aterramento elétrico” a ligação intencional de um componente através de um


meio condutor com a Terra. Por exemplo, ligar a carcaça de um chuveiro elétrico, através de um
conduto, com a Terra.

◙ Alguns tipos de solos são melhores condutores de corrente elétrica, pois têm uma menor
resistividade elétrica. A resistividade é em função do tipo de solo, umidade e temperatura.

◙ Quando há um defeito na parte elétrica de um equipamento que está corretamente aterrado, a


corrente elétrica escoa para o solo (Terra).
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◙ De acordo com a NBR 5410, os esquemas de aterramento são os seguintes: TN-S, TN-C, TN-
C-S, TT e IT.

◙ A CEMIG recomenda que, no caso da unidade consumidora atendida pela CEMIG em baixa
tensão, seja utilizado o esquema TN-C-S para aterramento junto ao padrão de entrada para o
fornecimento de energia elétrica.
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◙ Além do aterramento, outros elementos usados na proteção contra sobrecorrentes são os


disjuntores termomagnéticos.

◙ Em resumo, os disjuntores termomagnéticos cumprem três funções básicas.


→ Abir e fechar os circuitos (manobra).
→ Proteger a fiação, ou mesmo os aparelhos, contra sobrecarga, através do seu dispositivo
térmico.
→ Proteger a fiação contra curto-circuito, através do seu dispositivo magnético.

◙ Os disjuntores termomagnéticos (DTM’s) devem ser ligados aos condutores fase do circuito, e
apresentam a vantagem de permitir o religamento sem necessidade de substituição de
componentes.
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◙ Tipos de disjuntores termomagnéticos.

MONOPOLAR BIPOLAR TRIPOLAR


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◙ A NBR 5410 estabelece que os condutores vivos devem ser protegidos por um ou mais
dispositivos de seccionamento automático contra sobrecargas e contra curto-circuitos.

◙ Conforme a NBR 5410, devem ser previstos dispositivos de proteção para interromper toda
corrente de sobrecarga nos condutores dos circuitos antes que esta possa provocar um
aquecimento prejudicial a isolação, as ligações, aos terminais ou as vizinhanças das linhas.
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◙ Item 5.3.4.1 da NBR 5410 → Para que a proteção dos condutores contra sobrecargas fique
assegurada, as características de atuação do dispositivo destinado a provê-la devem ser tais que:
a) 𝐼𝐼𝐵𝐵 ≤ 𝐼𝐼𝑛𝑛 ≤ 𝐼𝐼𝑧𝑧
b) 𝐼𝐼2 ≤ 1,45 × 𝐼𝐼𝑧𝑧
onde
𝐼𝐼𝐵𝐵 é a corrente de projeto do circuto.
𝐼𝐼𝑛𝑛 é a corrente nominal do disjuntor. Segundo a NBR 60898, é a corrente que o disjuntor
pode suportar ininterruptamente, a uma temperatura ambiente de referência (30 ˚C).
𝐼𝐼𝑧𝑧 é a capacidade de condução de corrente dos condutores, nas condições previstas para
sua instalação.
𝐼𝐼2 é a corrente convencional de atuação do disjuntor.
1,45 × 𝐼𝐼𝑧𝑧 é a corrente do condutor em sobrecarga.

◙ Item 8.6.2.3 da NBR 60898 → A corrente convencional de atuação de um disjuntor é 1,45 vez
sua corrente nominal.
𝐼𝐼2 = 1,45 × 𝐼𝐼𝑛𝑛
⟹ Como a NBR 60898 estabelece que os disjuntores devem ter essa corrente de atuação, e como
𝐼𝐼𝑛𝑛 ≤ 𝐼𝐼𝑧𝑧 pela primeira condição do item 5.3.4.1 da NBR 5410, percebemos que a condição 𝐼𝐼2 ≤
1,45 × 𝐼𝐼𝑧𝑧 já fica satisfeita, não precisando ser analisada!
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◙ Como mostrado, 𝐼𝐼𝑧𝑧 é a capacidade de condução de corrente dos condutores nas condições
previstas para sua instalação!

E quais são essas condições?


⟹ Item 6.2.5.2.1 da NBR 5410 → A corrente transportada por qualquer condutor, durante
períodos prolongados em funcionamento normal, deve ser tal que a temperatura máxima para
serviço contínuo dada na tabela 35 não seja ultrapassada. A capacidade de condução de corrente
deve ser determinada conforme os itens 6.2.5.2.2 e 6.2.5.2.3.
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◙ Como mostrado na página anterior, 𝐼𝐼𝑧𝑧 é a capacidade de condução de corrente dos condutores
nas condições previstas para sua instalação!

E quais são essas condições?


⟹ Item 6.2.5.2.2 da NBR 5410 → A prescrição do item 6.2.5.2.1 é considerada atendida se a
corrente nos condutores não for superior as capacidades de condução de corrente adequadamente
obtidas das tabelas 36 a 39, corrigidas, se for o caso, pelos fatores indicados nas tabelas 40 a 45.
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◙ Corrente nominal do disjuntor (𝐼𝐼𝑛𝑛 ) → Os valores preferenciais de 𝐼𝐼𝑛𝑛 indicados pela NBR 60898
são: 6, 10, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 80, 100 e 125 Ampères. Portanto, usaremos esses valores
de corrente nominal de disjuntores nas nossas análises. Poderíamos também pegar esses valores
de catálogos de fabricantes.
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◙ A NBR 60898, item 4.5, define, para atuação instantânea do disjuntor, as curvas B, C e D.
⟹ Curva de disparo magnético B: Atua entre 3 e 5 × 𝐼𝐼𝑛𝑛 . Usado em circuitos de chuveiros,
aquecedores elétricos, cargas resistivas em geral, circuitos de TUG’s.
⟹ Curva de disparo magnético C: Atua entre 5 e 10 × 𝐼𝐼𝑛𝑛 . Usado em circuitos de ar
condicionado, bombas de piscina, micro-ondas, iluminação fluorescente e reatores.
⟹ Curva de disparo magnético D: Atua entre 10 e 20 × 𝐼𝐼𝑛𝑛 . Usado em circuitos com elevada
corrente de energização, como é o caso de grandes motores, transformadores e máquinas de
solda.
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◙ Identificações no corpo do disjuntor.


⟹ Capacidade de interrupção do disjuntor → Ela determina o
limite de corrente em que o disjuntor suporta atuar em um curto-
circuito.
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◙ Identificações no corpo do disjuntor.


⟹ Curva do disjuntor.
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◙ Identificações no corpo do disjuntor.


⟹ Corrente nominal do disjuntor.
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Exemplo 1: Dimensionar a fiação e o disjuntor do circuito terminal de um chuveiro elétrico. São


dados:
Potência do chuveiro → 7.500 Watts.
Tensão → 220 Volts.
Temperatura ambiente → 30 ˚C (Tabela 40 da NBR 5410).
Eletroduto embutido em alvenaria → Método 7, referência B1 (Tabela 33 da NBR 5410).
Número de circuitos dentro do eletroduto → 2 (Tabela 42 da NBR 5410).

Solução:
𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 = 1,0
𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 = 0,8
𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 × 𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 = 0,8
Número de condutores carregados no circuito analisado → 2.
Corrente de projeto.
7500 𝑉𝑉𝑉𝑉
𝐼𝐼𝐵𝐵 = = 34,09 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
220 𝑉𝑉
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Corrente corrigida.
34,09
𝐼𝐼𝑐𝑐 = = 42,61 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
0,8
Consultando agora a tabela 36 da NBR 5410, vemos que, para uma corrente corrigida de 42,61
Ampères, o valor de capacidade de condução de corrente imediatamente superior é, para 2
condutores carregados, 57 Ampères. Portanto, para esse valor, a seção mínima do condutor é de
10 mm².

Agora vamos dimensionar o disjuntor desse circuito terminal. Para dimensionar o disjuntor,
vamos precisar da capacidade de condução de corrente do cabo. Porém, como citado no item
6.2.5.2.2 da NBR 5410, temos que aplicar os fatores de correção no valor de capacidade de
condução de corrente do condutor escolhido!
𝐼𝐼𝑧𝑧 = 57 × 0,8 = 45,6 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
Essa é a capacidade de condução de corrente real dos cabos, nas condições de temperatura e
agrupamento desse circuito! É esse valor que devemos usar no dimensionamento do disjuntor
para esse circuito terminal.
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De acordo com o item 5.3.4.1. da NBR 5410


𝐼𝐼𝐵𝐵 ≤ 𝐼𝐼𝑛𝑛 ≤ 𝐼𝐼𝑧𝑧
34,09 ≤ 𝐼𝐼𝑛𝑛 ≤ 45,6

Vamos, então, usar um disjuntor de 40 Ampères de corrente nominal.

Um detalhe! Suponha que não tivéssemos um disjuntor com corrente nominal dentro do intervalo
mostrado acima (34,09 ≤ 𝐼𝐼𝑛𝑛 ≤ 45,6), o que fazer? Nesse caso, teríamos que aumentar a seção
do condutor de 10 mm² para 16 mm², calcular a capacidade de corrente real desse condutor e
fazer a análise acima novamente.

Como esse circuito terminal é de um chuveiro, usamos um disjuntor de curva B.

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