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DIMENSIONAMENTO DA FIAÇÃO DOS CIRCUITOS TERMINAIS

◙ Os circuitos residenciais são os circuitos de alimentação, os circuitos de distribuição e os


circuitos terminais. Nosso projeto contém 12 circuitos terminais e 03 circuitos de alimentação,
ou seja, é alimentado por três fases e um neutro.

◙ Dimensionar um circuito é aplicar as recomendações das normas técnicas na escolha de sua


fiação, dos seus elementos de proteção e do eletroduto por onde passará a fiação.

◙ Vejamos a primeira parte do dimensionamento dos circuitos, que é o dimensionamento da


fiação.

◙ Começaremos pelo dimensionamento da fiação dos circuitos terminais, e depois faremos o


dimensionamento da fiação dos circuitos de alimentação.
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◙ De acordo com o item 6.2.3.7 da NBR 5410, os condutores utilizados nas linhas elétricas devem
ser de cobre ou alumínio. De acordo com o item 6.2.3.8, o uso de condutores de alumínio só é
admitido em alguns casos, em instalações industriais ou comerciais. Portanto, o condutor usado
em instalações elétricas residenciais e prediais é o condutor de cobre.

◙ Dimensionar a fiação significa determinar a seção nominal (bitola) dos condutores. É a área da
seção transversal dos condutores.

◙ Antes de fazer o dimensionamento da fiação é necessário fazer a distribuição da fiação elétrica


nos eletrodutos. Como já fizemos isso no slide 15, podemos passar para o dimensionamento.

◙ A seção nominal será obtida por três processos, sendo admitida como seção (bitola) do condutor
a mais grossa encontrada em qualquer um desses processos.
→ Dimensionamento pela seção mínima.
→ Dimensionamento pela capacidade de condução de corrente.
→ Dimensionamento pela queda de tensão.
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► 1º PROCESSO – DIMENSIONAMENTO DA FIAÇÃO PELA SEÇÃO MÍNIMA.

◙ De acordo com o item 6.2.6.1.1 da NBR 5410, a seção dos condutores de fase, em circuitos de
corrente alternada, não deve ser inferior ao valor dado na tabela 47 nesse mesmo item.

Obs.: Circuitos de tomadas (TUG’s ou TUE’s) são circuitos de força.

◙ De acordo com o item 6.2.6.2.2 da NBR 5410, o condutor neutro de um circuito monofásico
deverá ter a mesma seção do condutor de fase.
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► 1º PROCESSO – DIMENSIONAMENTO DA FIAÇÃO PELA SEÇÃO MÍNIMA.

◙ Aplicando essas recomendações no nosso projeto, temos:

Circuito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Ilum./Tomada I I T T T T T T T T T T
#(mm²) 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
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► 2º PROCESSO – DIMENSIONAMENTO DA FIAÇÃO PELA CAPACIDADE DE CONDU-


-ÇÃO DE CORRENTE (AMPACIDADE OU LIMITE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE).

◙ Capacidade de condução de corrente de um condutor é a máxima corrente que pode ser


conduzida por esse condutor em condições especificadas, sem que sua temperatura ultrapasse um
valor determinado.

◙ Ao circular uma corrente elétrica em um condutor, ele aquece e o calor gerado é transferido
para o ambiente ao redor, dissipando-se.

◙ Se o condutor está instalado ao ar livre a dissipação é maior. Caso o condutor esteja instalado
em um eletroduto embutido na parede, a dissipação do calor é menor.

◙ Quando existem vários condutores no mesmo eletroduto embutido, as quantidades de calor


geradas em cada um deles se somam, aumentando ainda mais a temperatura dentro desse
eletroduto.
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◙ Os condutores são fabricados para operar dentro de certos limites de temperatura, a partir dos
quais começa a haver uma alteração nas características de isolação/isolamento, que deixam de
cumprir as suas finalidades.

◙ A tabela 35 da NBR 5410 mostra as temperaturas características de condutores utilizados em


instalações elétricas residenciais.

◙ Cabos com isolação PVC são os tipos mais usados em instalações elétricas residenciais e
prediais.
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◙ A NBR 5410 define que os condutores com isolamento termoplástico, para instalações
residenciais, sejam especificados para uma temperatura de trabalho de 70 ˚C (PVC/70˚C), e as
tabelas de capacidade de condução de corrente (tabelas 36 a 39 da NBR 5410) são calculadas
tomando como base esse valor e a temperatura ambiente de 30 ˚C.
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◙ A tabela 36 da NBR 5410 especifica a capacidade de condução de corrente elétrica para


condutores de cobre, mais especificamente para condutores com isolamento em PVC.
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◙ Se olharmos na NBR 5410, na identificação da tabela 36, vemos que os valores de capacidade
de condução de corrente elétrica estabelecidos pela tabela são em função de uma temperatura
ambiente de referência de 30 ˚C. Se a temperatura ambiente for maior ou menor do que 30 ˚C,
teremos que aplicar um fator de correção na capacidade de condução de corrente do condutor.
Quanto mais quente o ambiente e o cabo, menos corrente o cabo suporta. Esse fator de correção
é o fator de correção de temperatura (FCT), dado pela tabela 40 da NBR 5410.
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◙ Porém, como a temperatura ambiente é quase a mesma em várias cidades, aproximadamente


30 ˚C, vamos considerar sempre um fator de correção de temperatura (FCT) igual a 1.0, que é o
FCT para uma temperatura de 30 ˚C.
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◙ Existem várias formas de se instalar um cabo elétrico, e isso faz variar a capacidade de
condução de corrente desse cabo. No caso de instalações residenciais, o método mais comum é o
método 7, referência B1, da tabela 33 da NBR 5410. Ele se refere a condutores de seção circular
em eletrodutos embutidos em alvenaria (na parede).
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◙ Depois de identificar o método de instalação, precisamos saber também qual é a quantidade de


condutores carregados que temos no circuito terminal que está sendo dimensionado, se são 02
condutores carregados ou 03 condutores carregados.
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◙ Quantos condutores carregados temos em um circuito?

⟹ Condutores carregados são a fase e o neutro. O fio terra não é condutor carregado.

⟹ Para um circuito terminal monofásico com fase, neutro e terra, por exemplo, teremos dois
condutores carregados, a fase e o neutro.

⟹ Para um circuito terminal bifásico com duas fases e um terra, teremos dois condutores
carregados, as duas fases.
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◙ Uma outra informação que devemos ter é sobre a quantidade de circuitos terminais que estão
passando pelo mesmo eletroduto onde passa o circuito terminal que estamos dimensionando.
Quanto mais circuitos passarem dentro desse eletroduto, mais ele irá esquentar, e vemos que a
temperatura é um fator importante para o dimensionamento dos cabos. Portanto, quanto mais
circuitos estiverem passando no eletroduto, menor a capacidade de condução de corrente dos
cabos dentro desse eletroduto.
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◙ A tabela 42 da NBR 5410 mostra qual deve ser o fator de correção aplicado na capacidade de
condução de corrente do condutor dimensionado, em função da quantidade de circuitos terminais
que estão passando dentro do mesmo eletroduto. Esse é o Fator de Correção de Agrupamento
(FCA). Usaremos sempre a referência número 01, porque os eletrodutos serão embutidos.
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◙ Atenção!! Como o circuito terminal analisado passará, provavelmente, por mais de um


eletroduto, considera-se aqui o trecho no qual esse circuito está junto com um maior número de
outros circuitos terminais. Esse trecho é o caminho entre o QDC e o primeiro ponto de
iluminação.
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◙ De acordo com a nota 1 do item 6.2.5.5.3 da NBR 5410, esses fatores de agrupamento foram
calculados admitindo-se todos os condutores vivos permanentemente carregados com 100% de
sua carga. Caso o carregamento seja inferior a 100%, os fatores de correção podem ser
aumentados. A nota não diz para quanto, mas convenhamos que, para residências, dificilmente
os circuitos estarão 100% carregados. O bom senso e o conhecimento sobre o assunto nos levarão
a adotar um coeficiente mais adequado. No entanto, usaremos os valores da tabela 42.
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◙ Exemplo1: Vamos dimensionar cabos para um circuito terminal de tomadas cuja corrente de
projeto seja de 18 Ampères.
A corrente de projeto é a corrente nominal desse circuito terminal. E como encontramos essa
corrente de projeto? Basicamente, encontramos a potência nominal, fazendo a soma das potências
aparentes (VA) desse circuito. Depois, dividimos essa potência nominal pela tensão desse
circuito, e assim encontramos a corrente desse circuito, que é a corrente de projeto.
Esse circuito terminal será monofásico, ou seja, tensão de 127 Volts.
Vamos utilizar cabos com isolação em PVC. A isolação em PVC geralmente é a isolação mais
barata de cabos, então, cabos com isolação em PVC costumam ser mais baratos do que os cabos
com outro tipo de isolação, e por isso é a isolação mais comum.
Nesse exemplo, o número de circuitos terminais dentro do eletroduto serão quatro circuitos.
O método de instalação dos cabos é o método B1, pois serão cabos passando por eletrodutos
dentro da alvenaria, como em nossas casas.
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Solução:
Vamos obter a seção nominal (bitola) da fiação através dos dois processos estudados. A seção a
ser usada será a mais grossa encontrada em um desses dois processos.

Dimensionamento da fiação pela seção mínima (1º processo)


De acordo com a tabela 47 da NBR 5410, como é um circuito de tomadas de corrente, a seção
mínima do fio de fase deve ser de 2,5 mm².

Dimensionamento da fiação pela capacidade de condução de corrente (2º processo)


Consultando a tabela 36, vamos na coluna de B1. Como a tensão desse circuito terminal é de 127
Volts, vamos na primeira coluna de B1, que corresponde a dois condutores carregados, fase e
neutro.

A corrente de projeto desse circuito terminal analisado é igual a 18 Ampères, então procuramos,
na tabela 36, o cabo com capacidade de condução de corrente mais próxima de 18 Ampères,
sempre arredondando para cima. Nesse caso, o valor mais próximo é 24 Ampères.
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Seguindo para a esquerda na linha do valor de 24 Ampères na tabela, chegamos no cabo de 2,5
mm².

A princípio, o cabo a ser usado nesse circuito terminal seria o cabo de 2,5 mm², mas ainda temos
que verificar a quantidade de circuitos terminais no eletroduto e aplicar o fator de correção.

Analisando agora a tabela 42 vemos que, para 04 circuitos terminais, temos um fator de correção
de 0,65. Esse valor deve ser aplicado na capacidade de condução de corrente do cabo. Na tabela
36 havíamos encontrado o valor de 24 Ampères. É sobre esse valor que vamos aplicar o fator de
correção. Assim, teremos o valor que esse mesmo cabo consegue conduzir em um eletroduto por
onde estejam passando um total de 4 circuitos terminais.

Temos, então, uma multiplicação simples para aplicar esse fator de correção.
𝐼𝐼𝑍𝑍 = 𝐼𝐼𝐶𝐶 × 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐çã𝑜𝑜
𝐼𝐼𝑍𝑍 ⟹ 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐çã𝑜𝑜 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐.
𝐼𝐼𝐶𝐶 ⟹ 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐çã𝑜𝑜 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 (𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 36 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑁𝑁𝑁𝑁𝑁𝑁 5410).
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Portanto,
𝐼𝐼𝑍𝑍 = 24 × 0,65
𝐼𝐼𝑍𝑍 = 15,6 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟

Isso significa que o cabo de 2,5 mm², instalado em um eletroduto dentro da alvenaria, com um
total de 04 circuitos terminais dentro desse eletroduto, não tem uma capacidade de condução de
24 Ampères, e sim de 15,6 Ampères. A temperatura do eletroduto e dos cabos do circuito vão
reduzir a capacidade de condução de corrente do cabo que estamos dimensionando.

Os 15,6 Ampères corrigidos são menores do que os 18 Ampères originais do nosso circuito, a
corrente de projeto, então temos que aumentar a seção (bitola) do cabo. Ou seja, o cabo de 2,5
mm², para esse exemplo, não serve.

Voltando na tabela 36, vemos que o próximo cabo é o de 4,0 mm², que suporta 32 Ampères. Se
multiplicarmos o fator de correção nesse cabo, veremos que ele irá atender, pois o valor máximo
de corrente após a correção vai ser maior do que os 18 Ampères que precisamos.
𝐼𝐼𝑍𝑍 = 32 × 0,65
𝐼𝐼𝑍𝑍 = 20,8 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
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Conclusão: Dos 02 processos de dimensionamento analisados, seção mínima e capacidade de


condução de corrente, aquele em que chegamos a um condutor mais grosso é o processo de
capacidade de condução de corrente. Portanto, a seção do condutor de fase desse circuito terminal
será igual a 4,0 mm².

Portanto, para esse circuito terminal do exemplo, temos que usar um cabo de 4,0 mm², e não o de
2,5 mm². Isso mostra que não devemos generalizar, achando que o cabo de 2,5 mm² atenderá a
todo circuito de tomadas, por exemplo. Nesse exemplo que fizemos, se usarmos um cabo de 2,5
mm², talvez ele não apresente um problema a curto prazo, mas o aquecimento dos cabos dentro
desse eletroduto vai aumentar o consumo dos circuitos, e a instalação vai gastar muito mais do
que deveria. Portanto, teremos um grande desperdício energético e a vida útil dos cabos desse
circuito vai ser reduzida consideravelmente. Ou seja, futuramente os problemas aparecerão. Por
isso é tão importante dimensionar corretamente os cabos.
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◙ Obs.: Nesse primeiro exemplo nós multiplicamos o primeiro valor de capacidade de condução
de corrente pelo fator de correção, depois multiplicamos novamente o segundo valor. Fizemos
isso para mostrar que as vezes é necessário aumentar a seção do condutor, caso haja no eletroduto
mais circuitos terminais do que o que estamos dimensionando. Nos próximos exemplos, vamos
dividir a corrente de projeto pelos fatores de correção (FCT e FCA). Depois disso já teremos, na
primeira análise da tabela 36, a seção (bitola) do condutor que precisamos.
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O dimensionamento feito anteriormente foi o dimensionamento do condutor fase. Precisamos


ainda dimensionar os condutores neutro e de proteção.

De acordo com o item 6.2.6.2.2 da NBR 5410, o condutor neutro de um circuito monofásico
deverá ter a mesma seção do condutor fase. Portanto, o condutor neutro nesse exemplo terá uma
seção (bitola) de 4,0 mm².

A tabela 58 da NBR 5410 apresenta a seção do condutor de proteção em função da seção dos
condutores fase. Nesse caso, os condutores fase e de proteção têm que ser do mesmo material
condutor.

De acordo com a tabela 58, como a seção do condutor fase desse exemplo é menor do que 16
mm², concluímos que a seção do condutor de proteção é a mesma seção do condutor fase, ou seja,
4,0 mm².
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◙ Exemplo2: Dimensionar os condutores do circuito terminal de um chuveiro elétrico. Em um


certo trecho, há mais três circuitos terminais monofásicos (F-N) junto com o circuito do chuveiro,
dentro do mesmo eletroduto. São dadas as seguintes informações:
→ Potência do chuveiro – 4500 Watts
→ Tensão do circuito terminal – 220 Volts (fase-fase-terra)
→ Tipo de isolação – PVC
→ Método de referência – B1
→ Temperatura ambiente – 30 ˚C
→ Número de circuitos dentro do eletroduto – 04 (o circuito terminal do chuveiro mais três)
→ Número de condutores carregados do circuito analisado – 02 (as duas fases)
Obs.: Nos nossos estudos, só o que está em negrito irá variar.
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Solução:
Vamos obter a seção nominal (bitola) da fiação através dos dois processos estudados. A seção a
ser usada será a mais grossa encontrada em um desses dois processos.

Dimensionamento da fiação pela seção mínima (1º processo)


De acordo com a tabela 47 da NBR 5410, como é um circuito de tomada de corrente, a seção
mínima do fio de fase deve ser de 2,5 mm².

Dimensionamento da fiação pela capacidade de condução de corrente (2º processo)


Fator de potência = 1.0 (circuito puramente resistivo)
𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 4500
𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 = = = 4500 𝑉𝑉𝑉𝑉
𝐹𝐹. 𝑃𝑃. 1.0
𝑃𝑃𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛 = 𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 = 4500 𝑉𝑉𝑉𝑉
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Corrente de projeto:
𝑃𝑃𝑛𝑛 4500 𝑉𝑉𝑉𝑉
𝐼𝐼𝑛𝑛 = = = 20.45 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
𝑉𝑉 220 𝑉𝑉

Fator de correção de temperatura (Temperatura ambiente = 30 ˚C):


𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 = 1.0

Fator de correção de agrupamento (Tabela 42 da NBR 5410 – 04 circuitos agrupados):


𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 = 0.65

Corrente corrigida:
𝐼𝐼𝑛𝑛 20.45
𝐼𝐼𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = = = 31.46 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 × 𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 1.0 × 0.65
(A capacidade de condução de corrente do cabo deve ser maior do que esse valor!)

Número de condutores carregados no circuito terminal analisado: 02 (as duas fases)


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Indo agora na tabela 36, na coluna B1, depois na coluna referente a 02 condutores carregados,
vimos que o primeiro valor imediatamente superior a esse valor de 31.46 Ampères é o valor de
32 Ampères. Portanto, os condutores fase desse circuito terminal devem ter uma seção (bitola)
de 4.0 mm².

De acordo com a tabela 58 da NBR 5410, como a seção do condutor fase desse exemplo é menor
do que 16 mm², concluímos que a seção do condutor de proteção é a mesma seção do condutor
fase, ou seja, 4.0 mm².

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