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Universidade Federal do Rio Grande

Campus Carreiros

Curso de Engenharia Civil e Engenharia Civil Empresarial

MEMORIAL DESCRITIVO

Eletrotécnica

Beatriz Mendonça (125915)

Cristiano Souza (112179)

Thiago Fontes (117614)

Larissa Portela (134991)

Rio Grande, fevereiro de 2023


OBJETIVO.
O presente instrumento, tem a finalidade de orientar a construção do projeto
elétrico de uma residência unifamiliar a ser realizada na cidade de Rio Grande/RS,
situada na rua: ________________________, nº: _____, bairro: _________. Este
memorial descritivo segue como principal base teórica a ABNT NBR 5410 e
apresentará os componentes utilizados e dimensionados ao longo do projeto.

IDENTIFICAÇÃO DA CONSTRUÇÃO.

A obra trata-se de uma residência unifamiliar com 2 pavimentos. O terreno


possui 360m² de área e dimensões de 30m x 12m. Possui 340,31m² de área
construída coberta; contando com 3 dormitórios, 1 suíte master, 4 banheiros
(incluindo o da suíte), escritório, 3 varandas, área gourmet, piscina com
hidromassagem, garagem, cozinha e sala de estar/jantar com conceito aberto.

A tensão das tomadas foi enquadrada no fornecimento trifásico, devido a


demanda da casa em comparação com o quadro de fornecimento disponibilizado
pela concessionária na cidade de Rio Grande/RS. A maioria das tomadas são de
127 V , porém algumas tomadas de uso específico como por exemplo as do ar
condicionado da sala de TV, piscina e chuveiros foram consideradas com 220V, por
terem maior carga. A residência é trifásica.

PREVISÃO DE CARGAS.

A previsão mínima de cargas na residência foi calculada de acordo com


critérios da norma NBR 5410/2004;

● Iluminação: para a iluminação, foi utilizado o método das áreas, como no


exemplo a seguir:

Para um cômodo com área igual a 16,00m² (dormitório 03), o método prevê
uma iluminação de 100VA para os primeiros 6m², acrescidos de 60VA a cada 4m²
inteiros.

6m²→100VA

10m²→160VA

14m²→220VA

“Sobra” 2m² para que a conta feche em 16m². Mas como só há acréscimo de
60VA para cada 4m², a iluminação desse dormitório fica sendo 220VA.
● Tomadas:

As tomadas foram divididas em dois grupos, tomadas de uso geral (TUG) e


tomadas de uso específico (TUE). Os métodos utilizados foram o Método da Seção
mínima, Método da Queda de Tensão e o Método da capacidade de condução de
corrente (CCC). Sendo escolhida a maior seção calculada entre os três métodos
para os condutores. Os três métodos são válidos para TUEs e TUGs.

MÉTODO DA SEÇÃO MÍNIMA:

O Método da Seção mínima é realizado através da tabela 47 da NBR 5410.


Utilizamos condutores de cobre, por isso a seção das tomadas é 2,5mm² e no
circuito de iluminação é 1,5mm².

Como por exemplo, as tomadas da bancada da pia da cozinha que possuem


condutores de 2,5mm² de acordo com este método.

Método da Queda de Tensão

Para o método da queda de tensão foi utilizada a fórmula abaixo, com


a finalidade de descobrir a seção em mm², adotando a queda de tensão
máxima por 4%, conforme recomendado pela norma NBR 5410:2001 -
6.2.7.1.a, para preservar uma margem de perda na entrega pela
concessionária, pois o projetista não tem controle sobre a mesma,

Aplicamos esta fórmula para cada tomada e cada ambiente

Exemplo: tomada média simples c/ interruptor à esquerda da cama no


dormitório 03.

Sc=[200 * (1/56) * 12, 5 * (100/127)]/(4 * 127)= 0,069

onde a tensão é 127V e p=1/56

Ao calcular a seção de todas as tomadas TUGs do cômodo, somamos elas.

O total da soma é 0,328 para um condutor comum a essas TUGs.

Método da capacidade de condução de corrente (CCC)

A corrente de projeto é obtida através da divisão da potência aparente do


circuito pela tensão eficaz do circuito.
Ao calcularmos as correntes de projeto e
agruparmos as TUGS utilizamos a tabela de
Padrão Métrico da ABNT NBR 5410 para
identificarmos a seção nominal.

Por exemplo: ar condicionado(1260w) do


dormitório 03.

I=1260/127=9,9A

Pela tabela a seção é 1,0mm².

A partir da comparação entre os 3 métodos, é utilizada a maior seção para o


condutor.

FATORES DE POTÊNCIA.

Os fatores de potência utilizados foram retirados da tabela 4 na NT


001(Equatorial). Para as tomadas de uso geral foi considerado FP = 0,8 e para as
tomadas de uso específico foi levado em consideração cada tomada e sua
respectiva função.

PERDA DE CARGA PROJETADA.

A perda de carga foi definida levando-se em conta a NBR 5410:2004-


6.2.7.1ª, na qual se considera uma margem de 7% de perda total admitida no
circuito. A partir daí, foi considerada uma perda de 4% depois do quadro de
distribuição.
FATORES DE CORREÇÃO.

Fator de temperatura: o fator de temperatura adotado para temperaturas


ambientes foi 1,0 (referente a 30°C), porém houve um ajuste neste número para
0,71 em uma região da cozinha exposta a temperaturas mais altas, com até 50°C.

Fator de Agrupamento: ajustado de acordo com a quantidade de circuitos


dentro do eletroduto. A referência utilizada foi a 1 , pois utilizamos conduto fechado
e método B.

Corrige-se então a corrente, dividindo a corrente de projeto pela multiplicação


dos fatores de temperatura e agrupamento.

TAXA DE OCUPAÇÃO.

A norma NBR 5410, no item 6.2.11.1.6, diz que as dimensões internas dos
eletrodutos e de suas conexões devem permitir que, após montagem da linha, os
condutores possam ser instalados e retirados com facilidade. Isto é, a norma prevê
uma forma de execução recomendada para instalação e retirada dos cabos, sendo
elas:

● 53% no caso de um condutor, ou seja, um eletroduto e apenas 1 condutor


dentro do eletroduto. Quando isso acontece, pode-se ocupar até 53% da
área.
● 31% no caso de dois condutores.
● 40% no caso de três ou mais condutores, sendo este o mais utilizado.
A norma também diz que no caso de instalações internas da edificação,
recomenda-se que não se deve passar de 15 metros de comprimento de um
eletroduto, como por exemplo, uma tomada que sai com um eletroduto para
alimentar uma outra tomada, a distância entre uma tomada e outra não deve passar
de 15 metros. E caso ocorra, é importante ter uma caixa de passagem. Na mesma
lógica, em áreas externas, a distância é de 30 metros, logo a cada 30 metros, é
necessário uma caixa de passagem.

CÁLCULO E DIMENSIONAMENTO DE ELETRODUTOS.

Para dimensionar um eletroduto e também respeitar as taxas de ocupação devemos


calcular a área interna de um eletroduto e também a área total dos cabos que irão
estar presentes dentro do eletroduto. A própria norma concede tabelas para auxiliar
no dimensionamento dos mesmos.

O método mais comum de instalações residenciais é o 7, com condutores isolados


ou cabos unipolares em um eletroduto circular embutido em alvenaria, no qual
corresponde ao método de referência B1, o mesmo adotado para o presente projeto.

BALANCEAMENTO DE CARGAS.

A norma NBR 5410 traz a obrigatoriedade do balanceamento das fases. No item


4.2.5.6 diz que as cargas devem ser distribuídas entre as fases, de modo a obter-se
o maior equilíbrio possível. Embora seja extremamente difícil ter um balanceamento
perfeito entre as fases, deve-se obter um equilíbrio mais próximo do ideal. O não
balanceamento correto de cargas pode acarretar na geração de harmônicas, e com
isso aquecimento dos condutores, assim como desarme do disjuntor.
Na parte do cálculo do balanceamento vale ressaltar que o ideal é não
sobrecarregar uma fase enquanto a outra está com folga. Caso isso ocorra, será
preciso alterar as posições das cargas para outras fases e verificar se está dentro do
valor que é considerado adequado.

CIRCUITOS.

A divisão dos circuitos foi feita buscando uma maneira de percorrer os


eletrodutos com condutores de bitola o menor possível e pela menor distância
possível. Para diminuir a perda de cargas ao longo do percurso e baratear os
custos, quanto maior a bitola do condutor maior o seu custo.
REFERÊNCIAS:

- Slides apresentados durante as aulas da disciplina de eletrotécnica


ministradas pelo professor Litieri Avila (em 2022/2023)

- ABNT NBR 5410

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