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INSTRUMENTOS, MEDIDAS E

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESTIMATIVA DE POTÊNCIA E
DIVISÃO DE CIRCUITOS

Prof. Miguel Enéas da Silva Neto


Semestre: 2019.2
Email: miguel.eneas@gmail.com
SUMÁRIO

 Potência estimada para iluminação, tomadas de


utilização geral e tomadas de utilização especifica;
 Tipo de fornecimento;
 Critérios para divisão da instalação em circuitos;
 Exemplo;
PREVISÃO DE CARGAS
O levantamento das potências

 É feito mediante uma previsão das potências (cargas)


mínimas de iluminação e tomadas a serem instaladas;

 Possibilitando, assim, determinar a potência total prevista


para a instalação elétrica residencial.
POTÊNCIA DE ALIMENTAÇÃO NBR 5410

Item 4.2.1 – Utilização e demanda

A determinação da potência de alimentação é essencial para a


concepção econômica e segura de uma instalação, dentro de
limites adequados de elevação de temperatura e de queda de
tensão.
DEFINIÇÃO
Ponto de utilização

Ponto de uma linha elétrica destinada à conexão de


equipamento de utilização;

Natureza da carga prevista (Ex: ponto de luz, ponto para


aquecedor, ponto para aparelho de ar condicionado, etc);

Tipo de conexão previsto (ponto de tomada, ponto de ligação


direta).
DEFINIÇÃO
Ponto de tomada

Ponto de utilização em que a conexão do equipamento ou


equipamentos a serem alimentados é feita através de tomada de
corrente;
DEFINIÇÃO

Ponto de iluminação ou ponto de luz

 Em cada cômodo ou dependência deve ser


previsto, pelo menos, um ponto de luz fixo no
teto, comandado por interruptor;
DEFINIÇÃO

Potência instalada

 O levantamento de cargas é o primeiro passo a ser dado num


projeto de instalação elétrica, servindo de subsídio para
consultas prévias às concessionárias, para elaboração de
projetos, orçamentos preliminares e definição da viabilidade
econômica da obra.
PREVISÃO DE CARGA NBR 5410
Item 4.2.1.1

A determinação da potência de alimentação é essencial para a concepção


econômica e segura de uma instalação, dentro de limites adequados de
elevação de temperatura e de queda de tensão.

Para a potência de alimentação deve-se considerar:


 Os equipamentos de utilização com suas respectivas potências nominais;
 A possibilidades de não-simultaneidade de funcionamento destes
equipamentos;
 Capacidade de reserva para futuras ampliações.
PREVISÃO DE CARGA NBR 5410

Item 4.2.1.2
 A carga a ser considerada em um equipamento de utilização é
a potência nominal por ele absorvida, dada pelo fabricante ou
calculada a partir da tensão nominal, da corrente nominal e
do fator de potência;

 Nos casos em que for dada a potência nominal fornecida pelo


equipamento (potência de saída), e não a absorvida, devem
ser considerados o rendimento e o fator de potência.
PREVISÃO DE CARGA NBR 5410

Iluminação

 As cargas de iluminação devem ser determinadas como


resultado da aplicação da NBR ISO/CIE 8995-1;

 Para os aparelhos fixos de iluminação a descarga, a potência


nominal a ser considerada deve incluir a potência das
lâmpadas, as perdas e o fator de potência dos equipamentos
auxiliares.
CARGA DE ILUMINAÇÃO

 Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo


menos um ponto de luz fixo no teto, comandado por
interruptor.

 Podendo ser ponto na parede em locais de pequenas


dimensões (depósitos, dispensas, lavabos, varandas etc).
CARGA DE ILUMINAÇÃO
 Na determinação das cargas de iluminação em cômodos ou
dependências pode ser adotado o seguinte critério:

 Área ≤ 6 m2  carga mínima de 100 VA.

 Área > 6 m2  carga mínima de 100 VA para os


primeiros 6 m2 acrescida de 60 VA para cada aumento de
4 m2 inteiros.

NOTA: Os valores apurados correspondem à potência destinada a iluminação


para efeito de dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência
nominal das lâmpadas.
CARGA DE ILUMINAÇÃO
 Uma dependência de unidade residencial, com 3,5 m x
4,5 m, tem-se:

Área = 15,75 m2 = 6 m2 + (2x4 m2) + 1,75 m2

100 VA + (2x60 VA) + 0 VA = 220 VA

 220 VA é a potência de iluminação atribuída à


dependência, para efeito de cálculo da potência de
alimentação.
PREVISÃO DE CARGA NBR 5410
Tomadas

 Em halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos deve ser


previsto no mínimo um ponto de tomada de uso geral;

 Para tomada de uso específico (TUE), deve ser a ele atribuída uma potência
igual à potência nominal do equipamento a ser alimentado. Quando valores não
forem conhecidos, a potência atribuída deve seguir um dos dois seguintes
critérios:

 potência ou soma das potências dos equipamentos mais potentes que o


ponto pode vir a alimentar, ou

 potência calculada com base na corrente de projeto e na tensão do circuito


respectivo;
QUANTIDADE DE PONTOS DE TOMADA
Critérios mínimos
 Banheiros: pelo menos 1 TUG, próximo ao lavatório;
 Varandas: pelo menos 1 TUG;
 Cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-
área de serviço, lavanderias e locais análogos:
 no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração,
de perímetro;
 sendo que acima da bancada da pia devem ser previstas no
mínimo duas tomadas de corrente, no mesmo ponto ou em
pontos distintos.
 Salas e dormitórios: pelo menos 1 TUG para cada 5 m, ou
fração, de perímetro, devendo esses pontos ser espaçados tão
uniformemente quanto possível.
QUANTIDADE DE PONTOS DE TOMADA

Critérios mínimos

 Demais cômodos:
 1 TUG, se a área for igual ou inferior a 2,25 m2;
 1 TUG, se a área for superior a 2,25 m2 e igual ou
inferior a 6 m2;
 1 TUG para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a
área do cômodo ou dependência for superior a 6 m2,
devendo esses pontos ser espaçados tão
uniformemente quanto possível.
POTÊNCIA DOS PONTOS DE TOMADA
Valores mínimos:
 Em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de
serviço, lavanderias e locais análogos:
 No mínimo 600 VA por ponto de tomada, até três pontos;
 e 100 VA por ponto para os excedentes, considerando-se cada
um desses ambientes separadamente.
 Quando o total de tomadas no conjunto desses ambientes for
superior a seis pontos, admite-se que o critério de atribuição de
potências seja de no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até
dois pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes, sempre
considerando cada um dos ambientes separadamente;

 Nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por


ponto de tomada.
DIVISÃO DA INSTALAÇÃO NBR 5410

Item 4.2.5
 A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos
necessários, devendo cada circuito ser concebido de forma a
poder ser seccionado sem risco de realimentação inadvertida
através de outro circuito.

 Devem ser previstos circuitos distintos para partes da


instalação que requeiram controle específico, de tal forma
que estes circuitos não sejam afetados pelas falhas de outros
(por exemplo, circuitos de supervisão predial).
DIVISÃO DA INSTALAÇÃO NBR 5410

Em locais de habitação:
 Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo
exclusivo ou virtualmente dedicado, equipamento com
corrente nominal superior a 10 A deve constituir um circuito
independente.

 Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas,


áreas de serviço, lavanderias e locais análogos devem ser
atendidos por circuitos exclusivamente destinados à
alimentação de tomadas desses locais.
DIVISÃO DA INSTALAÇÃO NBR 5410
Critério não normativo:
Como forma de evitar grandes seções nominais de condutores (o que
resultaria em dificuldades de confecção das ligações nos interruptores
e tomadas e de passar o cabo, inclusive, pelo eletroduto), a potência do
circuito deve ser limitada em:

 Iluminação: 1500 VA (127 V) e 2500 VA (220 V)

 TUGs: 2500 VA (127 V) e 4300 VA (220 V)


EXEMPLO – DIVISÃO DE CIRCUITOS
• Circuito 01 – Máquina de lavar louças
• Circuito 02 – Tomadas da cozinha
• Circuito 03 – Máquina de lavar roupas
• Circuito 04 – Tomadas da sala, varanda,
quarto, quarto de casal, escritório,
circulação, banheiro reversível e banheiro de
casal.
• Circuito 05 – Tomadas para computador no
quarto de casal, quartos e gabinete.
• Circuito 06 – Ar Condicionado Quarto
• Circuito 07 – Ar Condicionado Quarto casal
• Circuito 08 – Ar Condicionado gabinete
• Circuito 09 – Iluminação de todo o
apartamento
• Circuitos 10, 11 – Reserva
EXEMPLO
PREVISÃO DE CARGAS

A planta a seguir servirá de


exemplo para a execução de um
projeto de instalações elétricas.
ILUMINAÇÃO

Aplicando ao projeto exemplo:


ILUMINAÇÃO
Aplicando ao projeto-exemplo (quantidade de pontos):
PONTOS DE TOMADA
Aplicando ao projeto-exemplo (Nº de pontos de tomada):

Banheiro: 1 TUG + 1 TUE (chuveiro);


Copa: 2 x (3,10 + 3,05) = 12,3 m → 12,3/3,5 = 3,5 (4 TUG);
Cozinha: 2 x (3,75 + 3,05) = 13,6 m → 13,6/3,5 = 3,9 (4 TUG) + 1 TUE:
torneira elétrica;
Área de serviço: 2 x (1,75 + 3,40) = 10,3 m → 10,3/3,5 = 2,9 (3 TUG)
Hall: 1 TUG (< 2,25 m2);
Sala: 2 x (3,25 + 3,05) = 12,6 m → 12,6/5 = 2,5 (3 TUG);
Dormitório A: 2 x (3,25 + 3,40) = 13,3 m → 13,3/5 = 2,7 (3 TUG);
Dormitório B: 2 x (3,15 + 3,40) = 13,1 m → 13,1/5 = 2,6 (3 TUG).
PONTOS DE TOMADA
Aplicando ao projeto-exemplo (Nº de pontos de tomada):
PONTOS DE TOMADA
Aplicando ao projeto-exemplo (Nº de pontos de tomada):

Cuidado: a soma algébrica da potência em VA só pode ser feita se o fator de


potência for o mesmoProfpara
Adson todas
B. Moreiraas cargas.
- adsonbmoreira@gmail.com
PREVISÃO DE CARGA

Após concluída a previsão de carga, seguem-se as seguintes


etapas:

• Definição da potência instalada;


• Definição da potência de alimentação (demanda);
• Definição do tipo de fornecimento;
POTÊNCIA INSTALADA

A potência instalada de uma instalação, de um setor de uma


instalação ou de um conjunto de equipamentos de utilização

• É a soma das potências nominais (de entrada) dos


equipamentos de utilização da instalação, do setor da
instalação ou do conjunto de equipamentos.

• A potência instalada é dada em termos da potência ativa


(W).
POTÊNCIA INSTALADA
No caso do projeto do nosso exemplo, tem-se “potências nominais
dos equipamentos de conjunto” as potências de iluminação e das
tomadas de uso geral. Por outro lado, como “cargas isoladas”, tem-
se as potências das tomadas de uso específico (chuveiro e torneira
elétrica), resultando na expressão:
POTÊNCIA INSTALADA
TIPO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA
Em função da potência instalada (potência ativa total)
prevista para a residência é que se determina:
• O tipo de fornecimento,
• A tensão de alimentação;
• O padrão de entrada.
As unidades consumidoras ligadas em baixa tensão podem ser
atendidas das seguintes maneiras:
• A dois fios (uma fase e um neutro);
• A três fios (duas fases e um neutro);
• A quatro fios (três fases e um neutro).
TIPO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA
TIPO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA
TIPO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA

Prof Adson B. Moreira - adsonbmoreira@gmail.com


DIVISÃO DE CIRCUITOS
CRITÉRIOS
1) Cada Circuito terminal (CT) será ligado ao dispositivo de
proteção (disjuntores termomagnéticos, diferenciais residuais
DR);

2) Circuitos distintos para ILUMINAÇÃO e TUG’s;

3) Cirrcuitos exclusivos para TUE’s;


CRITÉRIOS

4) TUG’s de copas, cozinhas e área de serviço fazem parte de


circuitos exclusivos.
Demais cômodos podem ter TUG’s agrupadas em um mesmo
circuito.

5) A potência por circuito pode ser limitada em:


ILUMINAÇÃO ....2500VA/220V
TUG’S...............4300VA/220V
CRITÉRIOS

6) Instalações com 2 ou 3 fases, as cargas devem ser distribuídas


uniformemente entre elas.
Evitar a circulação de corrente no neutro.
Em instalações monofásicas 2 fios, 220 V (F-N).
Em instalações elétricas bifásicas e trifásicas, 3 e 4 fios, 220/380
e 220/380V.
CIRCUITOS TERMINAIS
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS

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QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS
DIAGRAMA UNIFILAR DE CARGAS
BIBLIOGRAFIA

ABNT. NBR 5410. 2008. DISPONÍVEL EM:


HTTP://WWW.ABNTCOLECAO.COM.BR/UFC/

MAMEDE FILHO, JOÃO. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


INDUSTRIAIS. 9. ED. RIO DE JANEIRO: LTC, 2017.

NOTAS DE AULA PROFESSOR ADSON MOREIRA.

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