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COMO DIMENSIONAR CONDUTORES

ELÉTRICOS – PASSO A PASSO

1 Quais são os critérios que devem ser atendidos segundo


NBR-5410:2004:
Para fazer o dimensionamento dos condutores elétricos
devemos seguir o item 6.2.6.1.2 da NBR-5410:
“6.2.6.1.2 A seção dos condutores deve ser determinada
de forma a que sejam atendidos, no mínimo, todos os
seguintes critérios:
Seção mínima (6.2.6.1.1);
Capacidade de condução de corrente (6.2.5);
Proteção contra sobrecargas (5.3.4);
Queda de tensão (6.2.7);
Curto-circuito e solicitações térmicas (5.3.5). ”

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2 Exemplo prático do dimensionamento segundo a NBR-
5410:2004:
Para o exemplo iremos considerar as seguintes características
do circuito:
Alimentação 220/380V;
Circuito de força monofásico F+N;
Condutor em PVC 750V, 70oC;
Temperatura ambiente 35oC;
Circuito instalado em eletroduto aparente de PVC;
Número de circuitos instalados no mesmo condutor: 2
(Ver Figura 1);
Corrente nominal do circuito Ib=34,45A e Fator de
Potência=1,00;
Comprimento do circuito L=16 metros;
Queda de tensão máxima considerada para esse circuito
= 2%.

Figura 1 – Exemplo de
instalação 2 circuitos

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2.1 Critério da seção mínima (6.2.6.1.1):
6.2.6.1.1 A seção dos condutores de fase, em circuitos de
corrente alternada, e dos condutores vivos, em circuitos de
corrente contínua, não deve ser inferior ao valor pertinente
dado na Figura 2 (Tabela 47 NBR-5410).

Figura 1 – Tabela 47 da NBR-5410

Para o exemplo, definido como circuito de força deveremos


adotar a seção mínima de 2,5mm² para condutor de cobre
isolado.

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2.2 Capacidade de condução de corrente (6.2.5):
As prescrições referentes sobre a capacidade condução de
corrente são destinadas a garantir uma vida satisfatória a
condutores e isolações submetidos aos efeitos térmicos
produzidos pela circulação de correntes equivalentes
às suas capacidades de condução de corrente durante
períodos prolongados em serviço normal (Item 6.2.5.1.1).
Para determinar a capacidade de condução de corrente
do condutor devemos seguir os seguintes passos:
1º Passo: definir o método de instalação do condutor
conforme Tabela 33 da NBR-5410, para o exemplo temos
o circuito instalado em eletroduto aparente de PVC
temos o método de referência B1.

Figura 3 – Trecho da Tabela 33 NBR-5410

2º Passo: Definir o número de condutores carregados


instalados, conforme Tabela 46 da NBR-5410, para
o exemplo como o circuito é monofásico devemos
considerar 2 condutores carregados.

Figura 4 – Tabela 46 NBR-5410

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3º Passo: Definir o fator de temperatura conforme Tabela
40 da NBR-5410, para o circuito do exemplo foi definido
a temperatura ambiente igual a 35oC e condutor com
isolação em PVC, então temos um fator de correção
para temperatura igual a 0,94.

Figura 5 – Trecho da Tabela 40 NBR-5410

4º Passo: Definir o fator de agrupamento conforme


Tabela 42 da NBR-5410, para o exemplo foi definido
que ele está instalado com mais um circuito e com um
método de referência tipo B1, por isso temos um fator
de agrupamento igual a 0,80.

Figura 6 – Trecho da Tabela 42 NBR-5410

5º Passo: Definir a seção do condutor em função da


capacidade de condução de corrente, para definir a
capacidade de condução mínima podemos fazer de
duas formas:
1. Aplicar os fatores de correção (temperatura e
agrupamento) no valor de capacidade de corrente
encontrado nas Tabelas 36 a 39 (consultar a tabela

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de acordo com o tipo de condutor), até encontrar um
condutor que a corrente obedeça a seguinte definição
Ib < Iz, onde, Iz é a corrente real do condutor após aplicar
os fatores de correção:
• Para um condutor de PVC, 70ºC, 10mm (capacidade
de condução 57A – Tabela 36)
• Iz=Icondutor x Ft x Fa=57x0,94x0,80=42,86 A

• Aplicando os fatores de correção como Ib


Iz = 34,45 < 42,86 podemos utilizar o condutor de
10mm².

• Para encontrar a seção do condutor de forma mais


rápida, podemos encontrar o valor de Ib’ (valor fictício de
corrente, utilizado somente para encontrar a seção do
condutor), aplicando os fatores de correção na corrente
nominal do circuito:

• Após encontrar Ib’, devemos consultar o valor de


capacidade de condução de corrente na Tabela 36 e
encontrar um condutor de forma que Icondutor > Ib’.
• Desta forma definimos o condutor de 10mm², obtendo
Icondutor > Ib’ = 57 > 45,81.

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Figura 7 – Trecho da Tabela 36 - NBR-5410

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2.3 Proteção contra sobrecargas (5.3.4):
Para que a proteção dos condutores contra sobrecargas
fique assegurada, as características de atuação do dispositivo
destinado a provê-la devem ser tais que:

Pelo critério da sobrecarga obtemos o dispositivo de


proteção de 40A com corrente de atuação do dispositivo
fazendo com que o disjuntor atue antes da temperatura
de sobrecarga máxima do condutor.

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2.4 Queda de tensão (6.2.7):
Para o cálculo da queda de tensão vamos considerar que
o circuito deve ter uma queda máxima de 2%, calculando
previamente a queda de tensão para o condutor de 10mm².
(Para mais detalhes sobre o cálculo de queda de tensão
consulte o Resumo da Aula 4 do esquenta).

Figura 8 – Tabela 17 Prysmian

Pelo critério da queda de tensão, o condutor de 10mm²


atende a NBR-5410:2004 que estabelece 4% para circuito
terminal e atende ao critério de queda de tensão definido
pelo projetista de 2%.

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2.5 Curto-circuito e solicitações térmicas (5.3.5):
O item 5.3.5 que tem como objetivo verificar se a energia
que o disjuntor deixa passar em curto-circuito é menor
que a energia que o condutor suporta, para verificar essa
condição devemos obter as seguintes informações:
Nível de curto circuito no ponto da instalação do
dispositivo (Ik) para nossa instalação iremos considerar
Ik=3kA (Para mais detalhes sobre como encontrar a corrente
Ik da sua instalação acesse nosso vídeo no Youtube
https://www.youtube.com/watch?v=dFRxzdyFt48);
Seção do condutor: 10mm² (PVC, 70 oC)
Para verificar se os condutores atendem ao critério de
curto circuito e solicitações térmicas a seguinte condição
deve ser satisfeita:

Onde:
i - Nível de curto circuito calculado no ponto onde será
instalado o disjuntor;
t - Duração do curto-circuito em segundos;
k - Fator para determinar a energia que o condutor suporta
no curto circuito;
S - Seção do condutor;
Considerando nosso exemplo iremos trabalhar com os
seguintes valores:
i=3kA=3000A
t=0,01 Valor encontrado no gráfico da curva de disparo do
disjuntor para uma corrente de 3000A (Figura 9)
k=115 Valor encontrado na Tabela 30 da NBR-5410 (Figura
10)
S=10mm²

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Resolvendo a inequação temos:

Com a condição acima satisfeita garantimos que a energia


que o disjuntor deixar passar é menor do que a energia
que o cabo suporta. Logo, em caso de curto-circuito, o
cabo está protegido.

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2.6 Resumo:

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3 Condutores de neutro e proteção segundo a NBR-5410:
No item 2 apresentamos todos os critérios para
dimensionamento dos condutores, mas para os condutores
de neutro e proteção a NBR-5410 define que:
“6.2.6.2 Condutor neutro
6.2.6.2.1 O condutor neutro não pode ser comum a mais
de um circuito.
6.2.6.2.2 O condutor neutro de um circuito monofásico
deve ter a mesma seção do condutor de fase.
6.2.6.2.3 Quando, num circuito trifásico com neutro, a taxa
de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 15%,
a seção do condutor neutro não deve ser inferior à dos
condutores de fase, podendo ser igual à dos condutores
de fase se essa taxa não for superior a 33%. ”
O condutor do exemplo deverá ser de 10mm², atendendo
assim o item 6.2.6.2.2.
Para definir o condutor de proteção devemos seguir a
Tabela 58 da NBR-5410:

Figura 9 – Tabela 58 NBR-5410

Como a seção do condutor de fase do exemplo é de 10mm²


o condutor de proteção será também de 10mm² conforme
a Figura 9 (Tabela 58 NBR-5410).

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