Você está na página 1de 30

DE-61A

Desenho Elétrico
APNP
SEMANA 06

Nota: Material exclusivo para uso didático pelos alunos da disciplina DE61A. Proibida a divulgação, impressa ou digital, externa à
Conteúdo da aula

• Critérios para dimensionamento de condutores (fase, neutro e terra)


no projeto de instalação elétrica.

• Espaço reserva para o Quadro de Distribuição


Projeto de Instalação Elétrica

PASSO 4 – SEÇÃO DOS CONDUTORES

Objetivo é determinar a seção:


• Fase, neutro e terra.
Dimensionamento dos
condutores
[Cap. 16, 3]
Dimensionamento de Condutores
[Cap. 16, 3]

• O dimensionamento dos condutores de um circuito consiste na


determinação mínima de suas seções de modo que atendam
simultaneamente as seguintes condições NBR 5410 – 6.2.6.1.2:
• Operem abaixo do limite de temperatura
• Operem abaixo do limite de queda de tensão;
• Suportem correntes acima da capacidade de atuação dos dispositivos de
proteção contra sobrecarga;
• Suportem a corrente de curto-circuito por um intervalo de tempo
satisfatório.
Dimensionamento de Condutores
[Cap. 16, 3]

• O dimensionamento de um circuito implica na seção nominal


dos condutores e na escolha do dispositivo que os protegerá
contra sobrecorrentes.

• São utilizados os seguintes critérios conforme prescrição da NBR


5410 – 6.2.6.1.2:
• seção mínima (NBR 5410 – 6.2.6.1.1); Utilizaremo
s esses dois
• capacidade de condução de corrente (NBR 5410 – 6.2.5); critérios
• limites de queda de tensão (NBR 5410 – 6.2.7);
• proteção contra sobrecarga (NBR 5410 – 5.3.4 e 6.3.4.2);
• proteção contra curto-circuito (NBR 5410 – 5.3.5 e 6.3.4.3);
• proteção contra choques elétricos por seccionamento automático da
alimentação em esquemas TN e IT (NBR 5410 – 5.1.2.2.4).
Dimensionamento de Condutores
[Cap. 16, 3]

• Inicialmente é feito o dimensionamento do condutor fase


do circuito, sendo os condutores neutro e de proteção
dimensionados a partir das fases.

• A seguir, o dimensionamento dos condutores será feito na


seguinte ordem:
1. Capacidade de Condução de Corrente
2. Seção Mínima

• Observação: no APP, serão utilizadas as seguintes


especificações:
1. Cabo de cobre: isolação de PVC / 70°C
2. Método de instalação: embutido em alvenaria
3. Temperatura ambiente: 30° C
4. Eletroduto: PVC
Capacidade de Condução de Corrente
[Sec. 16.2, 3]
Capacidade de Condução de Corrente

• Roteiro: [Sec. 16.2, 3]


1. Tipo de isolação dos condutores (NBR 5410 – Tabela 35);
2. Classificação do método de instalação (NBR 5410 – Tabela 33);
3. Cálculo da corrente de projeto, IB (ou IP);
4. Determinação do número de condutores carregados (NBR 5410 –
Tabela 46);
5. Determinação dos fatores de correção (NBR 5410 – Tabelas 40 e 42);
6. Cálculo da corrente de projeto corrigida, IC;
7. Escolha da seção dos condutores e respectiva capacidade de condução
de corrente, IZ (NBR 5410 – Tabela 36).
Capacidade de Condução de Corrente
1. Escolha do tipo de isolação (NBR 5410 – Tabela 35) [Sec. 16.2.1, 3]

Utilizaremos os condutores com isolação PVC (resistentes à chamas), pois são mais
comumente usados em instalações elétricas residenciais, e também porque são
mais baratos e fáceis de se encontrar.
Capacidade de Condução de Corrente
2. Classificação do método de instalação (NBR 5410 – Tabela 33) [Sec. 16.2.3, 3]

Utilizaremos
o método de
instalação B1
Capacidade de Condução de Corrente
3. Cálculo da corrente de projeto, IB (ou IP) [Sec. 16.2.4, 3]

• A corrente de projeto IB (ou IP) é determinada a partir de suas especificações


nominais (potência, fator de potência e rendimento) e do tipo de circuito
(monofásico, bifásico ou trifásico)*

Pn Pn :potência nominal (ativa) [W];


Mono/Bifásico: I B =I P =
Vn cosφ η Vn : tensão nominal [V];
Pn cosφ=1: fator de potência;
Trifásico: I B =I P =
3 Vn cosφ η η=1: rendimento (motores, etc);
Capacidade de Condução de Corrente
4. Determinação do número de condutores carregados (NBR 5410 – Tabela 46)[Sec. 16.2.5, 3]

Condutores que conduzem corrente elétrica em condições normais de operação são


denominados condutores carregados, como fase e neutro. Por outro lado, o condutor de
proteção PE, como não conduz normalmente a corrente elétrica, não é considerado carregado.

No nosso APP, será considerado número de condutores carregados igual a 2 para


monofásico e bifásico. Quem tiver carga trifásica no projeto, deve considerar número de
condutores carregados igual a 3.
Capacidade de Condução de Corrente
5. Determinação dos fatores de correção (NBR 5410 – Tabelas 40 e 42) [Sec. 16.2.6, 3]

Serão usados dois fatores de correção:

• Fator de Correção de Temperatura (FCT);


• Fator de Correção de Agrupamento (FCA);

Assim, a expressão para a corrente corrigida, 𝐼𝑐 , é dada por:

IB
IC =
FCT  FCA
Capacidade de Condução de Corrente
5. Determinação dos fatores de correção (NBR 5410 – Tabelas 40 e 42) [Sec. 16.2.6, 3]
Fator de Correção de Temperatura (FCT)

No nosso APP, será considerado temperatura ambiente de 30°, ou seja, FCT=1.


Capacidade de Condução de Corrente
5. Determinação dos fatores de correção (NBR 5410 – Tabelas 40 e 42) [Sec. 16.2.6, 3]
Fator de Correção de Agrupamento (FCA)

Quando há mais de um circuito instalado em um mesmo eletroduto,


deve-se aplicar um fator de correção de agrupamento (FCA).
O agrupamento de circuitos tende a aumentar a temperatura dos
condutores. Assim, o FCA compensará essa condição com o
aumento da seção dos condutores.

Para determinar o FCA de cada circuito, é necessário que o diagrama


unifilar do projeto elétrico esteja pronto.
Capacidade de Condução de Corrente
Fator de Correção de Agrupamento (FCA)
Escolha um No diagrama unifilar, Registre no quadro de
circuito de cada identifique os eletrodutos cargas o maior número
Repita o processo
vez para fazer a que contenham o circuito de circuitos agrupados
para os demais
contagem de escolhido. Para cada dentre todos os
circuitos.
circuitos eletroduto, some os circuitos eletrodutos do passo
agrupados. agrupados dentro dele. anterior.
Capacidade de Condução de Corrente
Exemplo: determinar o agrupamento de circuitos para o circuito 1
do projeto exemplo (disponível no Moodle)

O eletroduto que contém o circuito 1 e


que contém o maior número de circuitos
agrupados é aquele destacado em
vermelho. Portanto, número de circuitos
agrupados é 4 para o circuito 1
(conforme registrado no Quadro de
Cargas).

Caso um determinado eletroduto esteja


com elevado agrupamento de circuitos,
coloque mais eletrodutos para dividir o
número de circuitos agrupados.
Capacidade de Condução de Corrente

Fator de Correção de Agrupamento (FCA)

Valor que foi registrado no Quadro de Cargas

FCA
Utilizaremos sempre essa linha da tabela (Método B1)
Capacidade de Condução de Corrente
6. Cálculo da corrente de projeto corrigida, IC [Sec. 16.2.7, 3]

IB
IC =
FCT  FCA

Lembrando que I B =I P .

Com o valor de Ic , entramos na tabela 36 da NBR 5410 para obtermos a seção do


condutor que atende às condições impostas pelo circuito.
Capacidade de Condução de Corrente
7. Escolha da seção mínima dos condutores e respectiva capacidade de condução de
corrente, IZ (NBR 5410 – Tabela 36) [Sec. 16.2.8, 3]

• A tabela 36 da NBR 5410 fornece a capacidade de condução de corrente IZ de


condutores de cobre e alumínio de diversas seções.

• O valor de IZ a ser escolhido na tabela dever ser igual ou imediatamente superior a IC


para garantir que as condições impostas pelo projeto sejam atendidas: I Z  IC

• A seção correspondente a IZ é provisoriamente a seção mínima dos condutores fase


do circuito.
Capacidade de Condução de Corrente

Exemplo: IC= 40A bifásico


Instalação em eletroduto embutido em alvenaria (B1)

Resultado: 6 mm2 e IZ=41 A


Seções Mínimas dos Condutores
[Sec. 16.4, 3]
Seção Mínima dos Condutores
1. Seção mínima do condutor FASE (NBR 5410 – Tabela 47) [Sec. 16.4.1, 3]

• Após determinar a seção do condutor fase de um circuito pelo método da


capacidade de condução de corrente, deve-se verificar se essa seção do
condutor fase é igual ou superior à seção mínima estabelecida pela NBR 5410.
Seção Mínima dos Condutores
1. Seção mínima do condutor FASE (NBR 5410 – Tabela 47) [Sec. 16.4.1, 3]
Seção Mínima dos Condutores
1. Seção mínima do condutor FASE (NBR 5410 – Tabela 47) [Sec. 16.4.1, 3]

Exemplo 1:

• Seção do condutor fase da iluminação seguindo o critério de capacidade de


condução de corrente: Sfase =1,0 mm2.
• Seção mínima para circuito de iluminação: Sfase = 1,5 mm2.
• Portanto, o critério de seção mínima prevalece e a seção do condutor da iluminação
deve ser Sfase = 1,5 mm2.
Exemplo 2:

• Seção do condutor fase da TUG1 seguindo o critério de capacidade de condução de


corrente: Sfase =4,0 mm2.
• Seção mínima para circuito de força (TUG e TUE): Sfase = 2,5 mm2.
• Portanto, o critério de capacidade de condução de corrente prevalece e a seção do
condutor da TUG1 deve ser Sfase = 4,0 mm2.
Observação: normalmente, a seção de TUGs é 2,5 mm2. Portanto, no exemplo 2, é recomendado
fazer alguma alteração no projeto de tal modo que a seção diminua de 4 para 2,5 mm2. Por exemplo,
dividir o circuito TUG1 em TUG1 e TUG2, diminuir o agrupamento do circuito da TUG1, etc.
Seção Mínima dos Condutores
2. Seção mínima do condutor NEUTRO (NBR 5410 – Sec. 6.2.6.2) [Sec. 16.4.2, 3]

O condutor neutro deve ter, no mínimo, a mesma seção das fases nos
seguintes casos:

1. Circuitos monofásicos;
2. Circuitos bifásicos com neutro, se a taxa de terceira harmônica e seus
múltiplos for inferior a 33%;
3. Circuitos trifásicos com neutro, se a taxa de terceira harmônica e seus
múltiplos for superior a 15% e inferior a 33%.

Observação 1: No APP estamos assumindo bifásico sem neutro.

Observação 2: o condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito.


Seção Mínima dos Condutores
3. Seção mínima do condutor de PROTEÇÃO (NBR 5410 – Tabela 58) [Sec. 16.4.3, 3]
O condutor de proteção (PE) é aquele que liga as massas dos equipamentos de
utilização e o terminal terra das tomadas ao terminal de aterramento do QD e pode ser
comum a vários circuitos.

Exemplos:
•Se Sfase =6 mm2, então, SPE=6mm2.
•Se Sfase =35 mm2, então, SPE=16mm2.
Espaço Reserva – Quadro de distribuição
1. Espaço de reserva no quadro de distribuição (NBR 5410 – Tabela 59)
Nos quadros de distribuição, deve ser previsto espaço de reserva para ampliações
futuras, com base no número de circuitos com que o quadro for efetivamente
equipado, conforme Tabela 59.
Referências*
[2] G. Cavalin, S. Cervelin. Instalações
Elétricas Prediais. Érica, 14 ed.

[3] E. C. A. Cruz, L. A. Aniceto. Instalações


Elétricas - Fundamentos, Prática e
Projetos em Instalações Residenciais e
Comerciais. Editora Érica, 2019.

*mesma numeração utilizada na página do curso no Moodle.

Você também pode gostar