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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO ARNULPHO MATTOS

CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA


PROJETO ELÉTRICO PREDIAL

ROTEIRO SIMPLIFICADO PARA ELABORAÇÃO DO MEMORIAL DE CÁLCULO DE


PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS DE ACORDO COM A NBR5410/04

MEMORIAL DE CÁLCULO
1) Levantamento do quadro estimativo de carga e definição de pontos na planta baixa.
1.1) Quadro estimativo de carga
Tabela I – Quadro estimativo de Carga
Potência de Potência de Potência de
Perímetro Área
Dependência iluminação (VA) T.U.G. (VA) T.U.E. (VA)
(m) (m2)
Estim. Adotad. 100 600 Potênc. Desc.

NOTA(1): !!! Cuidado !!! A soma algébrica da potência em VA só pode ser feita se o fator de
potência for o mesmo para todas as cargas.

NOTA(2): Para efeito de cálculo da potência instalada, poderá ser considerado:


- Iluminação incandescente: cos   1,0
- Iluminação fluorescente: cos   0,85
- Tomadas de uso geral (TUG’s): cos   0,8

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1.2) Alocação dos dispositivos na planta baixa da instalação.
a) Localização do quadro geral de medição;
b) Localização do (s) quadro(s) terminal(is);
c) Definição dos pontos de iluminação, interruptores e das interligações com os
respectivos símbolos (ponto de luz, interruptores, eletrodutos, etc);
d) Localização das tomadas de utilização geral e específica com respectiva simbologia.

2) Divisão das cargas de iluminação em circuitos terminais.


• Nota:

a) Limitar em 2500VA em 220V, a potência máxima dos circuitos de iluminação;


b) Não é proibido a utilização de apenas um circuito terminal de iluminação que
contemple todos os ambientes.
Circuito 01
Ex.: Dormitório, sala, etc. (Área Social) Potência: W
Circuito 02
Ex.: Cozinha, A. Serviço, etc. (Área de serviço) Potência: W
.
.

3) Divisão das cargas de utilização geral em circuitos e elaboração dos diagramas unifilares.
• Nota:
a) Devem ser previstos circuitos independentes para equipamentos com corrente
nominal superior a 10A. E, também, deve ser previsto circuitos exclusivos para
cada TUE;
b) Devem ser previstos circuitos individuais (tanto quanto forem necessários) para
pontos de tomada de cozinha, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e
locais análogos;
c) Devem ser previstos circuitos individuais (tanto quanto forem necessários) de
pontos de tomadas para os demais cômodos ou dependências (isto é, fora aqueles
listados no item “c”);
d) Limitar em 2100VA/2500VA em 110V/127V e 4300VA em 220V, a potência
máxima dos circuitos de TUGs;
e) Nas instalações alimentadas com duas ou três fases, as cargas devem ser
distribuídas entre as fases de modo a obter-se o maior equilíbrio possível.
3.1) Circuito(s) exclusivo(s) de Copa, Cozinha, etc.
Número de tomadas de 100VA
Número de tomadas de 600VA
3.2) Circuitos restantes (sugestão: mínimo de 2 circuitos)
Circuito 01
Ex.: Dormitório, sala, etc Potência: W
Circuito 02
Potência: W
.
.

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3.3) Elaboração dos diagramas unifilares na planta baixa da instalação.
a) Elaboração de diagramas unifilares dos circuitos de iluminação;
b) Elaboração de diagramas unifilares dos circuitos de tomada de uso específico;
c) Elaboração de diagramas unifilares das tomadas do circuito de copa-cozinha;
d) Elaboração de diagramas unifilares dos circuitos das demais tomadas de uso geral;
e) Análise do traçado (percurso) dos unifilares dos circuitos e possível otimização dos
mesmos;

4) Levantamento do carregamento estimado para cada circuito terminal.


• Nota:
a) Deve-se prever o espaço reserva para instalações futuras, conforme a Tabela II
mostrada abaixo (NBR 5410/04);
Tabela II – Quadro com a alocação de carga em circuitos terminais

4.1) Tabela dos circuitos de iluminação e tomadas


Tabela III – Quadro com a alocação de carga em circuitos terminais
Lâmpadas Tomadas Potência
Circuito
Incandescente Fluorescente T.U.G. (VA) T.U.E. (W) Total
No
40W 60W 100W 9W 20W 100 600 Descrição Potênc. (W)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
Potência Instalada 

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5) Critérios de dimensionamento dos condutores e dispositivos de proteção dos circuitos.
5.1) Condutores
Proceder com o dimensionamento seguindo os seguintes critérios

➢ Critério da capacidade de condução: I B  I Z (1)


onde, I B  Corrente do circuito projetado (Corrente de projeto)
I Z  Capacidade de corrente do condutor conforme o tipo de linha elétrica e
temperatura ambiente. (Tabelas: 33, 36, 37, 38 e 39 da NBR 5410/04)
➢ Critério da seção mínima normalizada: (Condutores de cobre)
S  1,5mm2  Para circuitos de iluminação
S  2,5mm2  Para circuitos de força

• Nota: O condutor a ser especificado deverá ser o que prevalece de maior seção entre
os dois critérios citados.

➢ Critério para determinação da seção dos condutores de proteção (PE). A seção mínima
dos condutores de proteção pode ser determinada pela Tabela IV.

Tabela IV – Seção mínima de condutores de proteção


Seção dos Condutores Fases Seção Mínima dos Condutores
(mm2) de Proteção (mm2)
S  16mm2 S
16  S  35mm 2 16
S  35mm 2
S
Sl 
2

5.2) Dispositivo de proteção

Para o dimensionamento do dispositivo de proteção deve-se adotar o seguinte critério:


I B  I N  I Z (2)
onde, I N  Corrente nominal do disjuntor a ser especificado.

• Nota: Alguns valores comerciais de correntes dos disjuntores:


10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 70A, 80A, 100A ...

6) Dimensionamento dos condutores e dispositivos de proteção dos circuitos.

6.1) Circuito terminal n ( )


Dimensionamento do condutor
Potência (W) = IB  A
 Pelo critério da capacidade de condução do condutor
S= mm 2
 Pelo critério da seção mínima
S= mm 2

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 Condutor adotado: (Fase / Neutro)
S= mm 2
 Condutor adotado: (Proteção)
S= mm 2
Dimensionamento da proteção
 Disjuntor:
 IN 
Logo, IN  A  Disjuntor adotado no projeto

7) Dimensionamento dos condutores e dispositivos de proteção do alimentador geral.

OBS: A potência de alimentação deve levar em conta as possibilidades de não simultaneidade


no funcionamento das cargas de um dado conjunto de cargas, o que é feito através da adoção
de um fator de demanda (g) adequado. (Algumas concessionárias de energia utilizam
diretamente a potência instalada e a partir disto se determina o condutor do ramal de
entrada. Ex.: COELCE).

Para o cálculo da potência demandada utiliza-se a equação (3).


m
PAL  ( Pilum  PTUG )  g   PN , j (W, kW) (3)
j 1

onde, g  Fator de demanda relacionado com a Tabela V, em função da potência


instalada de iluminação e tomadas de uso geral:

Pilum  Potência instalada de iluminação;


PTUG  Potência instalada de tomadas de uso geral;
m

P
j 1
N, j  Soma das potências nominais dos equipamentos específicos aplicando os

respectivos fatores de demanda;


m  Quantidade de conjuntos de cargas;

7.1) Cálculo da potência demandada


a) Listagem dos circuitos de potência demandáveis ( Pi )

Circuito No Potência (W)

Total 

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Tabela V – Fatores de demanda para instalações de iluminação e tomadas de uso geral para
unidades consumidoras residenciais (casas, apartamentos, etc.) (Fonte: Instalações Elétricas,
Niskier 2008)

Faixa de Potência Fator de demanda Faixa de Potência Fator de demanda


0  P(kW )  1 0,80 6  P(kW )  7 0, 40
1  P(kW )  2 0, 75 7  P(kW )  8 0,35
2  P(kW )  3 0, 65 8  P(kW )  9 0,30
3  P(kW )  4 0, 60 9  P(kW )  10 0, 27
4  P(kW )  5 0,50 10  P(kW ) 0, 24
5  P(kW )  6 0, 45

b) Listagem dos circuitos de potência fixas ( Pj )

Circuito No Potência (W)

Total 

Tabela VI – Fatores de demanda de aparelhos para aquecimento de água (boilers, torneiras e


chuveiros elétricos) (Fonte: Instalações Elétricas, Niskier/2008)

Tabela VII: Fatores de demanda para condicionadores de ar tipo janela instalados em


residências (Fonte: Livro Instalações Elétricas, Niskier/2008)

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7.2) Cálculo da corrente de projeto

A potência de alimentação, associada a um quadro de distribuição, é utilizada na


determinação da corrente de projeto. Logo,
PAL
IB  (A) (4)
V  cos 
onde, cos   Fator de potência da instalação;
PAL  Potência demandada do alimentador geral, em W;
V  Tensão nominal eficaz, em V.

7.3) Dimensionamento dos condutores e dispositivos de proteção do alimentador da UC

Dimensionamento do condutor (*)


Potência (W) = IB  A
 Pelo critério da capacidade de condução do condutor
S= mm 2
 Pelo critério da seção mínima
S= mm 2
 Condutor adotado:
S= mm 2
Dimensionamento da proteção
 Disjuntor:
 IN 
Logo, IN  A  Disjuntor adotado no projeto

7.4). Outro critério de projeto do alimentador principal

A partir das normas técnicas da concessionária local (COELCE, NTs 001, 003 e
revisões), e tomando-se como referência a potência instalada da UC, verifica-se na tabela em
qual condição de fornecimento esta UC se enquadra. Desta forma, a especificação dos
condutores, eletrodutos e elementos de proteção já são informados diretamente nas tabelas
aplicáveis.

NOTA: Para ambos os procedimentos é necessária a verificação do critério adicional que


segue (queda de tensão) para determinação do condutor do alimentador geral.

➢ Critério da máxima queda de tensão entre o Quadro terminal (QT) e o Quadro de


Medição e Proteção (QMP), normalizada em 3% (NBR 5410/04). Assim,
200      Lc  I c 
S (5)
Vc V fn
onde, S  Seção mínima do condutor pelo critério de queda de tensão, em mm2 ;
  Resistividade específica do cobre. (1/56 .mm2/m);
Lc  Comprimento do circuito, em m;
I c  Corrente total do circuito, em A;
Vc  Queda de tensão máxima admitida em projeto, em %;
V fn  Tensão entre fase e neutro, em V.

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8) Levantamento do quadro geral de carga.
8.1) Tabela com as especificações do quadro geral de carga

Tabela VII – Quadro geral de carga

Seção dos
Circuitos
Potência Condutores Proteção
Terminais
Corrente (mm2)
Local
Quantidade (A) No
Total Corrente
No Tipo x Potência F / N PE Tipo de
(VA) Nominal
(VA) Pólos
1

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Quadro de Medição
Distribuição
Quadro do Medidor

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8.2) Diagrama Unifilar do Quadro de Medição e Quadro de distribuição da Instalação.

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9) Simbologia do sistema unifilar para Instalações Elétricas conforme a NBR 5444/89.

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10) Parte da Tabela 33 (NBR 5410/04) – Tipos de linhas elétricas comumente utilizadas em
instalações residenciais

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11) Tabela 36 (NBR 5410/04) – Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os
métodos de referência A1, A2, B1, B2, C e D

Condutores: cobre e alumínio


Isolação: PVC
Temperatura no condutor: 70°C
Temperaturas de referência do ambiente: 30°C (ar), 20°C (solo)

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