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Electricidade

A máquina assíncrona

Nuno Alexandre Soares Domingues


nuno.domingues@isel.pt
Electricidade

Introdução
A máquina assíncrona
EG

Electricidade
A palavra electricidade provém da palavra grega eléktron que
significa âmbar. O âmbar é um tipo de resina fóssil, de origem vegetal,
utilizado no fabrico de utensílios e de joias.

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013/06/formacao-dos-cristais-
ambar.html?view=flipcard
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https://www.cristaisaquarius.com.br
eso-tela-bola-ambar/p
/blog/significado-da-pedra-ambar/
EG

Electricidade

É o ramo da Física que estuda os fenómenos relacionados com


as cargas eléctricas. Divide-se em 3 áreas:
a) Eletrostática - estuda as Cargas eléctricas em repouso e as interações
atrativas ou repulsivas que ocorrem entre elas.
b) Eletrodinâmica – estuda as Cargas eléctricas em movimento.
c) Eletromagnetismo - estuda os fenómenos que relacionam o Campo
Elétrico e o Campo Magnético.
Electricidade

Electroestática
A máquina assíncrona
EG

Eletrostática
• Eletrostática é o ramo da Física que estuda as Cargas eléctricas
em repouso e as interações atrativas ou repulsivas que ocorrem
entre elas
• Baseia-se no modelo molecular (estrutura atómica), que assume
que a matéria é constituída de pequenas partículas, os átomos,
que por sua vez, são constituídos de partículas ainda menores.
• Átomo é uma palavra grega que significa “indivisível”. Os átomos
são constituídos por partículas ainda menores: os Protões, os
Electrões e os Neutrões. Cada átomo é composto por um núcleo
positivamente carregado, rodeado por Electrões negativamente
carregados.
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Eletrostática
O fenómeno da atração, foi descoberto com o âmbar, mais ou menos há 25 séculos,
pelo filósofo grego Tales, da cidade de Mileto.

Por volta de 600 a.C., Tales de Mileto


já sabia que o âmbar amarelo (uma
resina), depois de friccionada com uma
substância seca (pele de gato),
adquiria a propriedade de atrair corpos
leves.
Imagem: Thales , um dos sete sábios da Grécia / Autor Desconhecido /
Disponibilizado por Tomisti / Public Domain.
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Eletrostática
No século XVI, William Gilbert, médico da rainha Isabel de
Inglaterra, descobriu que muitos outros corpos, quando
friccionados, adquirem a propriedade de atrair corpos leves, isto
é, comportam-se como o âmbar. Gilbert já usava a expressão
substância eletrizada para caracterizar.
Para indicar que esses corpos se estavam a comportar como o
âmbar, Gilbert diziam que estavam electrizados. Isso porque em
grego o âmbar chama-se electrão, e com a palavra eletrizada ele
queria dizer "do mesmo modo que o electrão". E essa propriedade
que aparece quando os corpos são friccionados, que Gilbert
chamou electricidade. Até hoje mantemos essas expressões:
chamamos corpo electrizado àquele que está com a propriedade
de atrair outros corpos, isto é, que manifesta electricidade. E
chamamos corpo neutro àquele que não está electrizado.
Imagem: William Gilbert (1544 - 1603) / Autor Desconhecido /
Disponibilizado por Hel-hama / Public Domain.
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Eletrostática
Desde que começaram os estudos de Eletrostática, os homens preocuparam-se em saber qual
seria a natureza da electricidade. A primeira teoria a esse respeito foi formulada por Benjamin
Franklin .

É conhecida como teoria do fluido único. Admitia que todo corpo possuísse certa quantidade de
um fluido indestrutível, associado a matéria em maior ou menor quantidade. Um corpo em estado
neutro teria uma quantidade desse fluido elétrico que era chamada a quantidade normal de fluido
para esse corpo. Se o corpo tivesse excesso desse fluido estaria electrizado positivamente. Se
tivesse falta, estaria electrizado negativamente.
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Eletrostática
Posteriormente criou-se a teoria dos dois fluidos, admitindo que em todos os corpos existem
quantidades praticamente ilimitadas dois fluidos elétricos: um positivo, outro negativo. Os fluidos
de mesma espécie repelem-se, e os de espécies diferentes atraem-se. Um corpo estaria
electrizado positiva ou negativamente de acordo com o excesso de um fluido sobre o outro.
As ideias actuais a respeito da electricidade surgiram quando os físicos começaram a conjecturar
a existência do electrão, em fins do século XIX, vindo a confirma-se pouco tempo depois.
Rutherford

Thomson
Schrodinger

Assumindo que os Electrões e os Protões são partículas materiais dotadas de carga eléctrica, é
possível explicar quase todos os fenómenos elétricos conhecidos.
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Estrutura atómica
Os Protões e os Neutrões localizam-se na parte central do átomo (designado por núcleo). Os
Electrões estão dispostos em camadas que constituem a eletrosfera e movem-se a grande
velocidade à volta do núcleo (numa região designada por eletrosfera), gerando campos
eletromagnéticos Para cada camada, há um determinado número de subníveis (orbitas)
preenchidos. A camada mais externa é chamada de valência, sendo também a mais energética.

Protões (p+)
Neutrões (n0)

Electrões (e-)

Imagem: Átomo de lítio estilizado / Halfdan./ GNU Free Documentation License.


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Corpos neutros e corpos electrizados


Normalmente, os átomos possuem
-+ o mesmo número de Protões e
-+ -+ Corpo eletricamente neutro: número de
Protões igual ao número de Electrões. Electrões, de modo que possuem
-+ carga eléctrica líquida nula (átomo
neutro).
-+ Por meio de um processo de
-+ -+ Corpo eletrizado positivamente: número de
Protões superior ao número de Electrões. electrização, um átomo pode
+ ganhar ou perder Electrões,
-+ ficando electrizado positivamente

- +- +
Corpo eletrizado negativamente: número de (símbolo +) quando perde
Electrões superior ao número de Protões.
Electrões ou electrizado
- negativamente (símbolo -) quando
ganha Electrões.
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Carga eléctrica
Existem dois tipos de carga eléctrica. Foi decidido denominar uma de positiva (+)
e outra de negativa ( - ) para as diferenciar.
Os Protões e os Electrões são portadores de carga eléctrica. A carga eléctrica
do protão é +e, e do electrão é –e (são iguais em módulo, mas de sinais
contrários). O Neutrão não possui carga eléctrica. A carga do protão é positiva e
a do electrão, negativa. Os Electrões de todos os átomos são idênticos. Cada
um deles possui a mesma quantidade de carga negativa e a mesma massa. Os
Protões tem cerca de 1800 vezes mais massa do que os Electrões. Os Neutrões
possuem uma massa ligeiramente maior do que a dos Protões.
A carga eléctrica de um protão ou de um Partícula Carga (C) Massa (Kg)
electrão é chamada de carga eléctrica electrão -1,6021917x10⁻¹⁹ 9,1095x10⁻³¹
elementar, sendo representada por e no protão 1,6021917x10⁻¹⁹ 1,67261x10⁻²⁷
Sistema Internacional. Neutrão 0 1,67261x10⁻²⁷
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Carga elementar e Quantidade de Carga eléctrica


• É a grandeza associada à quantidade de electricidade presente num corpo.
• A unidade de medida de carga eléctrica no SI é o Coulomb (C), homenagem ao
engenheiro e físico francês Charles Augustin Coulomb (1736 – 1806).
• 1 carga eléctrica elementar (e) tem o valor de 1,6 x 10-19 C.
• A quantidade de carga eléctrica de um corpo é dada pela expressão:

Q=n.e
• Em que:
• Q – quantidade de carga eléctrica.
• e – carga eléctrica elementar
• n – número de Protões (+) ou Electrões (-) em excesso
EG

Carga elementar e Quantidade de Carga eléctrica


• 1 Coulomb (6,25.1018 Electrões), é uma quantidade de carga muito grande
aproximadamente seis quintilhões de Electrões .
• Seria praticamente impossível manter essa quantidade de carga sob controle,
caso estivesse concentrada numa região muito pequena . Frequentemente as
cargas eléctricas dos corpos é muito menor do que 1 Coulomb. Assim usamos
submúltiplos. Os mais usados são:
EG

Carga elementar e Quantidade de Carga eléctrica

EXEMPLO:
Um corpo electrizado com 1C, quantos Electrões tem em falta?

Q = n.e

1c = n.1,6 .10 -19

n = 6,25.10 18 Electrões
EG

Conservação da carga eléctrica


• Dentro de um sistema isolado, a soma algébrica das cargas
positivas e das cargas negativas, irá permanecer constante. A
função que representa a conservação das cargas eléctricas é:

Σ Qantes =
Σ Qapós

• Num sistema eletricamente isolado, a soma das cargas


eléctricas é constante.
• A carga eléctrica não se cria e não se perde: apenas se
transfere.
EG

Princípio fundamental da Eletrostática

Ao aproximarmos dois corpos electrizados com mesmo tipo de electricidade,


aparece entre eles uma força mútua de repulsão; e, para corpos electrizados
com tipos diferentes de electricidade, aparece entre eles uma força mútua de
atração. Esses fatos permitem enunciar o princípio fundamental da
Eletrostática: cargas eléctricas de mesmo sinal repelem-se e de sinais
contrários atraem-se (BONJORNO, 1999, p.430).
Por abuso de linguagem, é comum dizer que cargas iguais repelem-se e
cargas diferentes atraem-se. Não se está a referir ao valor numérico da carga,
mas sim ao seu sinal.
EG

Princípio eletrostático de atração e repulsão

F F
+ + Cargas eléctricas
com o mesmo
F F sinal repelem-se.

F
+ F- Cargas eléctricas
com sinais opostos
atraem-se.
EG

Lei de Coulomb

O módulo do vetor força eléctrica mútua entre duas cargas puntiformes varia
com o inverso do quadrado da distância que separa as duas cargas e é
proporcional ao produto de cada uma das cargas eléctricas: F = k Q1Q2 / r2,
em que k é uma constante e depende do meio onde estão inseridas as
cargas eléctricas. Essa força eléctrica entre pares de cargas puntiformes
orienta-se segundo a reta que une as duas cargas; é uma força eléctrica
repulsiva, quando as cargas têm mesmo sinal, e atrativa, se os sinais são
opostos (TIPLER/2a, 1986, p. 600).
Eletrostática

Processos de electrização
EG

Eletrostática

• Processos de electrização
EG

Processos de electrização

É possível retirar ou acrescentar Electrões de um corpo, ficando o corpo com


falta de Electrões (excesso de Protões) ou excesso de Electrões (falta de
Protões), respectivamente. Em ambas as situações o corpo fica electrizado.
Considerando que np é o número de protões e ne é o número de electrões, se:
np>ne Np<ne
Corpo electrizado positivamente Corpo electrizado negativamente
(falta de Electrões ou excesso de (excesso de Electrões ou falta de
Protões) Protões)

-+ -+
-+ -+ - +- +
+ -
Processos de electrização

Antes de uma electrização Após uma electrização

QA QB QA  q QB  q

QTotal  QA  QB QTotal  (QA  q)  QB  q  QA  QB


FÍSICA, 3º Ano do Ensino Médio EG
Conservação de Carga eléctrica

Séries triboeléctricas

Nem todos os pares de corpos se eletrizam, sendo necessário que


tenham diferentes tendências para captar ou libertar Electrões. A
optimização na transferência de cargas eléctricas acontece
quando são friccionados corpos dos extremos do quadro. Isto é
uma consequência da conservação das cargas eléctricas, pois os
Electrões perdidos pelos corpos do lado esquerdo do quadro são
absorvidos pelos corpos do lado direito do quadro. O atrito de um
corpo com um corpo imediatamente próximo, segundo esta
classificação, é menos favorável à troca de Electrões.
FÍSICA, 3º Ano do Ensino Médio EG
Conservação de Carga eléctrica

Séries triboeléctricas
Experimentalmente obtém-se uma série, denominada triboeléctrica,
que informa qual é o corpo que fica positivo e qual fica negativo. A
série classifica os materiais quanto à facilidade de se eletrizarem por
atrito, i.e., quanto à possibilidade de perderem Electrões.

+ perder electrão (facilidade em...) receber electrão -

Filme PVC ('magipack')


Fibra sintética (nylon)
Pele humana seca

Cabelo humano

Polietileno ('fita
Pele de coelho

Borracha dura
Níquel, Cobre,

Ouro, Platina,

Polipropileno
Latão, Prata,
Pele de gato

Poliuretano

Vinil (PVC)
Alumínio

Poliéster

adesiva')
Chumbo

Algodão

Silicone
Madeira
Âmbar

Isopor
Couro

Teflon
Papel
Vidro

Seda

Aço

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Processos de electrização

• Por atrito

• Por indução

• Por aquecimento

• Por pressão

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EG

Processos de electrização
POR ATRITO

Imaggem: Khemkhaeng / GDFL / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported.


Foi o primeiro processo de electrização
conhecido. Quando duas substâncias de
naturezas diferentes são fricionadas,
pode ocorrer passagem de Electrões de
um corpo para outro (troca de cargas
entre eles) e ambas ficarem eletrizadas.
No final, os corpos ficam carregados com
a mesma quantidade de cargas mas com
sinais opostos. Isso ocorre devido à forte
interação entre os dois materiais durante
a fricção.
EG

Processos de electrização
POR ATRITO

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EG
Exemplos de electrização por atrito
Friccione um pente ou uma caneta, Verá que o pente, ou a caneta, depois de
com um pedaço de pano, lã ou seda; friccionado, atrai aqueles corpos leves.

aproxime de pedaços de papel ou de cortiça.

Com essa observação simples concluímos que o


pente ou a caneta, quando friccionado, adquire
uma propriedade nova, que não possui quando
não é friccionado.
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Exemplos de electrização por atrito
Considere um bastão de vidro friccionado em um Porém, se friccionarmos a lã com um bastão de
pedaço de lã . O vidro aparece antes da lã na série ebonite, como a lã aparece na série triboeléctrica
triboeléctrica. antes que a ebonite, a lã ficará positiva e a
ebonite ficará negativa isto é , durante o atrito , a
lã transfere Electrões para a ebonite

Portanto o vidro fica positivo e a lã negativa, isto


é, durante o atrito, o vidro transfere Electrões
para a lã.
... Vidro, mica, lã, pele de gato, seda, algodão, ebonite, cobre ...

Os corpos electrizados por atrito, ficam


electrizados com cargas eléctricas de
mesmo módulo, mas de sinais contrários.
EG

Processos de electrização
Antes do contacto
POR CONTACTO Corpo Corpo
Quando um corpo neutro electrizado
- -- neutro

é colocado em contacto - -- -
- - -
com um corpo electrizado, - --
por um meio condutor
uma parte dos Electrões Após o contacto

em excesso de um corpo -
irão para o outro corpo e o - -- - - - - -
corpo neutro eletriza-se. - -- -
Nota: tudo se passa de modo semelhante se o corpo estiver
carregado positivamente, mas com libertação do excesso de Os corpos ficam carregados com cargas de mesmo sinal. A carga final
protões em vez da libertação do excesso de electrões. de cada corpo é proporcional ao seu tamanho (forma e dimensões). A
soma algébrica das cargas eléctricas deve ser a mesma antes, durante
e após o contato (Lei Du Fay).
FÍSICA, 3º Ano do Ensino Médio EG
Conservação de Carga eléctrica

Processos de electrização
Corpo
POR INDUÇÃO electrizado
Corpo
neutro + + +
ELETROSTÁTICA + - - - +
+ - - +
(temporária)
+ + --
+ -

1ª situação
Quando um corpo neutro é + - - +
colocado próximo de um corpo Indutor + -- - - +
electrizado, sem que haja -
- +
+
+ +
contato entre eles, o corpo Induzido
neutro reorganiza as suas
cargas. Embora haja o mesmo Indutor Induzido

+
numero de cargas de ambos os
2ª situação

- ++

+
sinais, as cargas positivas do -
induzido aproximam-se do - +

indutor. Assim, pela Lei de


-- +
+
Coulomb, resulta uma força de Corpo Corpo
atração. electrizado neutro
Nota: por simplicidade, a carga do indutor tem apenas um sinal de maior dimensão.
EG

Processos de electrização
POR INDUÇÃO
ELETROSTÁTICA + + +
+ -
(duradoura) + -
- - - - -
-
+

1ª situação
+ --
Na situação anterior, + - + -
-
-
-
-
+ -- - -
quando se faz uma ligação + - - - -

à Terra do corpo neutro, as


cargas negativas repelidas
pelo indutor escoam-se para
a Terra e o induzido fica
2ª situação

- -
polarizado. O induzido e o
indutor ficam electrizados + + -
-
--
-
-
-
-
com cargas eléctricas de
sinais contrários.
EG

Indução em condutores
Repetimos a situação, em que o corpo B (condutor) está neutro, mas apresenta uma separação de cargas. As
cargas positivas de B são atraídas pelo corpo A enquanto as cargas negativas de B são repelidas por A. Porém, a
distância entre o corpo A e as cargas positivas de B é menor do que a distância entre o corpo A e as cargas
negativas de B. Assim, pela Lei de Coulomb, o que faz com que a força resultante seja de atração.
A B

De modo geral, durante a indução, sempre haverá atração entre o corpo electrizado (indutor) e o corpo neutro (induzido).

Indução em isolantes
Quando um corpo electrizado A aproxima-se de um corpo B, feito de material isolante, os Electrões não se
movimentam como nos condutores, mas há, em cada molécula, uma pequena separação entre as cargas
positivas e negativas, denominada polarização. Verifica-se que também neste caso o efeito resultante é de uma
atração entre os corpos .
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Ligação à Terra

Ao se ligar à Terra um condutor electrizado, ele perde a sua electrização ou seja ele neutraliza-se. A Terra
é muito maior que os condutores com que usualmente trabalhamos. Assim, após o contato, a carga
eléctrica do condutor é praticamente nula.

EXEMPLOS
O condutor positivamente electrizado, ao ser
ligado á Terra, perde sua electrização em virtude
da subida de Electrões provenientes da Terra.

O condutor negativamente electrizado, ao ser


ligado á Terra, perde sua electrização em virtude
da descida de Electrões provenientes do corpo .
FÍSICA, 3º Ano do Ensino Médio EG
Conservação de Carga eléctrica

Processos de electrização

POR AQUECIMENTO
Certos corpos, quando
aquecidos, eletrizam-se. O
fenómeno é chamado
piroelétrico. É mais comum
em cristais, como na
turmalina.
FÍSICA, 3º Ano do Ensino Médio EG
Conservação de Carga eléctrica

Processos de electrização

POR PRESSÃO
Certos corpos, quando
comprimidos, eletrizam-se.
O fenómeno é chamado
piezoelétrico. É mais comum
em cristais, como turmalina,
calcita e quartzo.
EG

Uma máquina eletrostática simples


A máquina eletrostática é um dispositivo capaz de
produzir electricidade estática. Um tipo simples, que
utiliza a electrização por atrito, é o que está
esquematizado na figura. Um disco de vidro pode
ser colocado em rotação por uma manivela
adaptada ao centro. Uma peça de madeira, em
forma de U, é internamente revestida de couro
seco, que fica bem apertado ao disco. Quando o
disco gira, o vidro é friccionado pelo couro,
perdendo Electrões e eletrizando-se positivamente.
Os Electrões libertados pelo vidro passam para o
couro, que se eletriza negativamente, e são
acumulados num cilindro metálico, em contato com
o couro, carregando-se negativamente.
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FÍSICA, 3º Ano do Ensino Médio
Conservação de Carga eléctrica

Condutores elétricos
São materiais que apresentam bastantes portadores de cargas eléctricas
(Electrões) livres, havendo facilidade de mobilidade desses portadores de cargas
eléctricas no interior do material. Nos metais, por exemplo, os Electrões mais
afastados dos núcleos estão fracamente ligados a esses núcleos e podem-se
movimentar facilmente (de destacar o ouro, prata, cobre, ferro e alumínio).
FÍSICA, 3º Ano do Ensino Médio EG
Conservação de Carga eléctrica

Isoladores eléctricos ou dielétricos


São materiais que não apresentam portadores de cargas eléctricas (Electrões)
livres para movimentação. Nesses materiais, a mobilidade dos portadores de
cargas eléctricas é praticamente nula porque estão fortemente ligados aos
átomos. Exemplos: borracha, plástico , isopor , ebonite , vidro , lã, madeira, água
pura.
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Conservação de Carga eléctrica

Curiosidades

O trovão é uma onda sonora provocada pelo


aquecimento do canal principal durante a
subida da descarga de retorno. Ele atinge ++ + + + + +++
temperaturas entre 20 e 30 mil graus Celsius
em apenas 10 microssegundos. O ar aquecido
- - -- - - - -
expande-se e gera duas ondas: a primeira é
uma violenta onda de choque supersónica e
que nas proximidades do local da queda é um
som inaudível para o ouvido humano; a ++ + + + ++++
segunda é uma onda sonora de grande
RAIO, TROVÃO E RELÂMPAGO
intensidade a distâncias maiores que constitui
o trovão audível.
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Conservação de Carga eléctrica

Curiosidades
• Lenda: Se não está a chover não caem raios. Verdade: Os raios podem chegar ao
solo a até 15 km de distância do local da chuva.
• Lenda: Sapatos com sola de borracha ou os pneus do automóvel evitam que uma
pessoa seja atingida por um raio. Verdade: Solas de borracha ou pneus não protegem
contra os raios. No entanto, a carroceria metálica do carro dá uma boa proteção a
quem está em seu interior; sem tocar em partes metálicas. Mesmo que um raio atinja
o carro é sempre mais seguro dentro do que fora dele.
• Lenda: As pessoas ficam carregadas de electricidade quando são atingidas por um
raio e não devem ser tocadas. Verdade: As vítimas de raios não "dão choque" e
precisam de urgente socorro médico, especialmente reanimação cardiorrespiratória.
• Lenda: Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. Verdade: Não importa qual
seja o local ele pode ser atingido repetidas vezes, durante uma tempestade. Isso
acontece até com pessoas.
EG

Porque é que um corpo se eletriza?


É possível fazer a separação de cargas eléctricas por meios de processos de electrização entre
alguns materiais. Esse processo de separação de cargas pode ser observado em muitas
situações do quotidiano:
• Os raios que aparecem durante as tempestades são grandes movimentos de cargas
eléctricas da Terra para as nuvens ou das nuvens para a Terra. Essas grandes quantidades
de cargas nas nuvens são produzidas por atrito das gotículas de água com o ar.
• No inverno, num dia em que o ar está muito seco, ao manusearmos agasalhos de lã ou de
fios sintéticos, podemos ouvir estalidos e até observar faíscas (electrizados por atrito);
• Na fábricas de tecelagens e nas de papel jornal, estes materiais passam pelos rolos metálicos
das máquinas provocando o aparecimento de cargas eléctricas (por atrito). Para evitar, é
lançado vapor de água no ar, havendo a deposição de uma finíssima camada de gotículas de
água sobre as peças que se friccionam e que retira as cargas de electrização;
• O perigo da ocorrência de faíscas causadas por descargas eléctricas existe nas refinarias de
petróleo, em certas industrias de materiais inflamáveis e nas salas de cirurgia.
EG

Porque é que um corpo se eletriza?

• O atrito da fuselagem de um avião com o ar produz a electrização , para o escoamento


dessas cargas durante o voo existem nas asas pequenos fios metálicos. No
abastecimento de um avião , o mesmo é conectado à terra para que possíveis cargas
eléctricas existentes na sua fuselagem sejam escoadas ,evitando pequenas descargas
que poderiam explodir o combustível que está sendo introduzido no seu tanque.
• Quando a gasolina é transportada em caminhões, o chacoalhar da gasolina, faz com
que ela se atrite com as paredes do caminhão, pode gerar carga eléctrica. Quando uma
pessoa toca com as mãos a válvula para descarregar a gasolina, pode saltar uma faísca
que produzirá a combustão do vapor de gasolina. Para evitar isso, esses caminhões
mantêm uma corrente metálica se arrastando no chão. Essa corrente conduz para a
terra qualquer carga eléctrica que se possa gerar. Por isso, antes de descarregarem o
combustível nos postos, são aterrados. Nos lugares muito secos, isto é, onde há pouco
vapor d'água no ar, é perigoso limpar-se roupa atritando-a com um pano embebido em
gasolina, porque o atrito pode gerar cargas eléctricas, que podem dar faíscas, que por
sua vez podem incendiar os vapores de gasolina.
EG

Eletroscópio
Dispositivo destinado a verificar se um corpo está ou não electrizado.

Os mais comuns são:


• de pêndulo ou de fio;
• de folhas.
EG

Eletroscópio de pêndulo
É eletroscópio simples, constituído por uma haste de suporte e por um fio de seda com uma bola de
isopor ou outro material adequado na sua extremidade.

As imagens seguintes descrevem a sucessão de fases de uma experiência eletrostática.

_ +
+++++++ ++++++ + +++++++ + +
+
EG

Eletroscópio de folhas
É constituído por um frasco de vidro e duas leves folhas metálicas presas a um bastão metálico em ligação com o
exterior da garrafa.

As imagens seguintes descrevem a sucessão de fases de uma experiência eletrostática.


EG
EG

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O processo de pintura
electroestática

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EG

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EG- Electrotécnia Geral
A máquina assíncrona

Nuno Alexandre Soares Domingues


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