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De qualquer forma, com certeza, sabe-se que pelo menos desde a época de Platão, século IV
a.C., o efeito âmbar já era conhecido na Grécia antiga. Por esta época, o âmbar provavelmente
era atritado no cabelo, em um tecido, na pele de uma pessoa ou de um animal. E era
observado que ele atraía corpos leves como plumas, palha seca, fiapos de tecido, pelo de
animais ou farinha”. (ASSIS, p. 21, 2010).
Tales de Mileto: Tales de Mileto, que viveu na Grécia, fez uma importante observação sobre o
atrito entre o âmbar, uma resina fóssil, e o tecido ou a pele de animal. Esse atrito produzia na
resina a capacidade de atrair pequenos pedaços de palha e penas de aves. Hoje, sabemos que
a palavra grega para âmbar, élektron, originou as palavras "elétron" e "eletricidade".
William Gilbert: William Gilbert, no século XVI, além de reafirmar a descoberta de Tales sobre
as propriedades do âmbar, demonstrou que uma grande variedade de materiais também
poderia atrair corpos leves depois de atritados. A essa força de atração, ele chamou
eletricidade.
Stephen Gray e Charles François Du Fay: No século XVIII, Stephen Gray e Charles François
Du Fay fizeram importantes descobertas sobre eletricidade. Gray percebeu que a eletricidade
podia ser transferida de um corpo para outro por contato, enquanto Du Fay sugeriu a existência
de duas espécies de eletricidade: a vítrea e a resinosa. Antes disso, acreditava-se que apenas
o atrito produzia eletricidade.
Benjamin Franklin: Em 1747, Benjamin Franklin propôs uma teoria sobre eletricidade que
considerava a existência de um único fluido elétrico. Esse fluido poderia ser transferido de um
corpo para outro: o corpo que perdesse esse fluido ficaria eletrizado negativamente (negativo),
e o que o recebesse ficaria eletrizado positivamente (positivo).
Elétron: Hoje, entre os modelos atômicos, podemos destacar o modelo que consiste em um
átomo com núcleo formado de partículas denominadas prótons e nêutrons e, na região
chamada eletrosfera, movem-se partículas chamadas elétrons.
Carga elétrica: Experimentos mostram que as partículas constituintes dos átomos, quando
lançadas, em certas condições, em uma região com campo magnético, podem interagir com
ele. Enquanto o nêutron não sofre desvio em sua trajetória, o próton e o elétron, ao interagirem
com o campo magnético, desviam suas trajetórias. Observa-se que o desvio na trajetória do
próton é diferente da do elétron. Isso permite concluir que o próton e o elétron têm uma
propriedade, chamada carga elétrica. Convencionou-se que o próton tem carga elétrica
positiva, e o elétron negativa.
Carga elétrica: Mas em valor absoluto, as cargas elétricas do próton e do elétron são iguais e,
por isso, serão denominadas como e (carga elementar). A carga elementar (e) determinada
experimentalmente pelo físico Robert Andrewes Millikan (1868-1953) é: e = 1 , 6 X 10−19 C
Portanto, temos:
Quantização da carga elétrica: A carga elétrica de um corpo é quantizada, o que significa que
ela é sempre um múltiplo inteiro da carga elementar. Em outras palavras, um corpo ganha ou
perde um número inteiro de elétrons.
Q = n.e
Sendo que:
Condutores: Podemos classificar como condutores os corpos nos quais as cargas podem se
movimentar com facilidade. Alguns exemplos de condutores são metais, gases ionizantes e
soluções eletrolíticas, entre outros. Os condutores podem ser classificados em três categorias
de espécies: primeira, segunda e terceira.
Condutores de primeira espécie são aqueles cujos portadores de carga são elétrons livres.
Esses elétrons têm uma grande liberdade de movimentação por estarem afastados do núcleo
do átomo. Alguns exemplos de condutores de primeira espécie são os metais e a grafita.
Condutores de segunda espécie são aqueles cujos portadores de carga são íons livres,
átomos que perderam ou receberam elétrons e são corpos carregados negativa ou
positivamente. Como exemplos, destacam-se soluções aquosas de ácidos, bases ou sais.
Condutores de terceira espécie são caracterizados por terem todos os tipos de portadores de
cargas: íons e elétrons livres. Nesse caso, estamos falando de gases ionizantes.
Isolantes: Os materiais classificados como isolantes são aqueles em cujos portadores de
carga elétrica quase não existe movimentação de cargas. Entre os materiais, podemos
destacar o ar, a borracha, o vidro, o plástico, entre outros.
Eletrização por atrito: Quando dois objetos neutros de materiais diferentes são atritados um
contra o outro, ocorre a eletrização por atrito. Nesse processo, um dos objetos ganha elétrons
do outro, ficando eletrizado com carga negativa, enquanto o outro objeto perde elétrons e fica
com carga positiva.
Eletrização por contato: Quando colocamos dois ou mais corpos condutores elétricos em
contato, sendo que pelo menos um deles já está eletrizado, percebemos que ocorre
movimentação dos portadores de cargas elétricas em direção às suas superfícies. Vamos usar
como exemplo dois objetos idênticos, chamados de condutores X e W.
Para dar continuidade a esse processo, precisamos ligar o induzido à terra. A ligação com a
terra permite ao indutor, nesse exemplo positivo, atrair elétrons em sentido ao induzido.
Desfeita a ligação com a terra, na presença do indutor, os elétrons permanecem no induzido,
tornando-o negativo.
Lei de Coulomb: Por meio da Lei de Coulomb, podemos descrever que as forças de interação
que atuam em cada uma das partículas eletrizadas têm intensidades iguais e são sempre
dirigidas segundo o segmento de reta que as une. Suas intensidades são diretamente
proporcionais ao módulo do produto das cargas, e inversamente proporcionais ao quadrado da
distância entre as partículas.
Sendo assim, a intensidade da força de interação eletrostática entre duas partículas eletrizadas
pode ser calculada por:
|Q . q|
F¿ k
d2
Em que:
Vetor Campo Elétrico: Cada ponto do espaço do campo elétrico pode ser caracterizado por
uma grandeza física que possui intensidade, sentido e direção, assim, pode ser representado
por um vetor, chamado de vetor campo elétrico.
Uma única carga elétrica origina um campo elétrico ao seu redor, esta carga recebe o nome de
carga geradora. Se a carga geradora for negativa os vetores campo elétrico, que caracterizam
os pontos do espaço ao redor da mesma, estarão voltados para a carga geradora. Se a carga
geradora for positiva, os vetores campo elétrico estarão voltados para o sentido contrário à
carga geradora.
Campos Elétricos de
cargas geradoras
negativa e positiva.
Quando uma segunda carga, chamada de carga de prova, é colocada em um ponto do campo
elétrico originado pela carga geradora (Q), teremos as seguintes características do vetor campo
elétrico (⃗
E ):
F
Intensidade:⃗
E=
|q|
Direção: a mesma da força elétrica ⃗
F
Sentido: o mesmo da força ⃗
F , se q for positiva; e contrário da ⃗
F , se q for negativa.
q +¿¿⃗
E
Q
|Q|
E=K
d2
P ⃗E
d Vetor campo elétrico ⃗
E em um
ponto P do espaço.
+ + ++ +
+
+ Nesse condutor eletrizado
+ positivamente, a concentração de
+ + cargas é maior na região das
pontas.
+
+
+
+
+ +
Se o campo elétrico formado nas pontas dos condutores for suficientemente intenso, ele
poderá romper a resistência de meios dielétricos (isolantes), como o ar e, nesses casos,
poderão ocorrer descargas elétricas.
Gaiola de Faraday: Em 1836, Faraday construiu uma estrutura de telas metálicas isoladas
para demonstrar a ausência de campo elétrico no interior de um condutor eletrizado. Mesmo
altamente eletrizada, nenhum dispositivo detectou campo elétrico dentro dela. A Gaiola de
Faraday isola campos eletrostáticos. Conclusão: uma região cercada por condutores não é
afetada por campos elétricos externos.
A carga de prova (q) move-se do local de maior energia potencial elétrica (E pe ) para o local de
menor energia potencial elétrica. Cada ponto do espaço possui uma propriedade escalar que é
o potencial elétrico, o qual está relacionado à energia elétrica adquirida pela carga de prova em
um determinado ponto. Sendo assim, podemos calcular o potencial elétrico ( V ), gerado pela
carga fonte por meio da expressão matemática:
E pe
V=
q
No Sistema Internacional de Medida (SI), o potencial elétrico V é medido em volt (V).
U =V A−V B