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Eletricidade

Profa. Carolina Freitas


Transmissão de energia elétrica

O sistema de geração e transmissão de energia elétrica conecta


as usinas geradoras aos consumidores residenciais, comerciais e
industriais, formando grandes circuitos elétricos.
Circuitos elétricos
A forma mais simples de um circuito elétrico é constituída de um
gerador ligado a um receptor, equipamento elétrico que utiliza
energia elétrica para funcionar, por meio de fios.

Para que os equipamentos


funcionem corretamente, os fios
devem ser feitos de materiais que
apresentem ductilidade e
condutibilidade, ou seja que
possam ser moldados em fios
mantendo certa resistência e que
permitam a movimentação de
cargas elétricas.
Cargas elétricas
Os fenômenos elétricos estão
relacionados à estrutura da matéria, ou
seja, à estrutura atômica. O átomo
possui um núcleo, no qual se eletrosfera

encontram os prótons e os nêutrons, e


seus elétrons se localizam na
eletrosfera.

Em geral, os corpos na natureza são eletricamente neutros. Isso significa


que eles são compostos de átomos que têm o mesmo número de
elétrons (cargas elétricas negativas) e de prótons (cargas elétricas
positivas), de modo que a carga elétrica total do átomo seja zero.
Cargas elétricas
Corpo eletricamente negativo: a quantidade de elétrons é maior do
que a de prótons (o corpo recebeu elétrons).

Corpo eletricamente positivo: a quantidade de prótons é maior do que


a de elétrons (o corpo perdeu elétrons).

Corpo eletricamente neutro: a quantidade de prótons é igual a


quantidade de elétrons.

ATENÇÃO: No cotidiano, isso é feito por fornecimento ou extração de


elétrons, uma vez que alterações no núcleo só podem ser produzidas em
equipamentos altamente sofisticados: os aceleradores de partículas.
Cargas elétricas

Observações:

Para simplificar a linguagem, falamos


frequentemente em “carga” quando
deveríamos dizer “corpo eletrizado
com determinada carga”.

Quando se fala “cargas puntiformes”


ou “partículas eletrizadas”, entende-se
que se trata de corpos eletrizados
cujas dimensões são desprezíveis em
comparação com as distâncias
consideradas na situação em estudo.
Cargas elétricas
A carga elétrica de um corpo, nas unidades do SI, é dada em coulombs
(C) e é proporcional ao número de elétrons em excesso ou em falta. O
valor da carga elétrica é dado pela seguinte relação:

Em que n representa o número de cargas em excesso e e o valor da


carga elementar:

C
OBS.: O valor de n é sempre um número inteiro.
Princípios da eletrostática
Eletrostática é o estudo das cargas elétricas em repouso. Ela se baseia
em dois princípios: o princípio da atração e da repulsão e o princípio da
conservação das cargas elétricas.

Princípio da atração e repulsão:

Partículas eletrizadas com


cargas de sinais iguais se
repelem, enquanto as
eletrizadas com cargas de
sinais opostos se atraem.
Princípios da eletrostática
Princípio da conservação das cargas elétricas:

A soma algébrica das cargas elétricas


existentes em um sistema eletricamente
isolado é constante.
Condutores e isolantes
Em alguns corpos, podemos encontrar portadores de cargas elétricas
com grande liberdade de movimentação. Esses corpos são
denominados condutores elétricos. Nos demais, essa liberdade de
movimentação praticamente não existe; esses corpos são denominados
isolantes elétricos ou dielétricos.

OBS.: Tanto um condutor como um isolante podem ser eletrizados. É


importante observar, porém, que, no isolante, a carga elétrica em
excesso permanece exclusivamente no local onde se deu o processo de
eletrização, enquanto no condutor essa carga busca uma situação de
equilíbrio, distribuindo-se em sua superfície externa.
Condutores e isolantes
Condutores Isolantes

Os metais, a grafita, os O ar, o vidro, a borracha, a


gases ionizados e as porcelana, os plásticos, o
soluções eletrolíticas são algodão, a seda, a lã, as
exemplos de resinas, a água pura, o
condutores elétricos. enxofre e a ebonite são
exemplos de isolantes
elétricos.

Quando se diz que um material é condutor, deve-se entender que se trata


de um bom condutor. Do mesmo modo, quando se diz que um material é
isolante, estamos nos referindo a um bom isolante.
https://youtu.be/x6ddQDBrbV8
Processos de eletrização
Eletrização por atrito

Registra-se que no século VII a.C. houve a observação


de que o âmbar (em grego elektron) quando atritado
com outros materiais, conseguia atrair pequenas
partículas, como pedaços de folhas.

Tales de Mileto foi o primeiro filósofo a buscar


explicar este fenômeno, por volta de 600 a.C. Na
Antiguidade também se notou os fenômenos
O âmbar é uma
relacionados às chamadas “pedras magnéticas”, que resina vegetal.
conseguia atrair pedaços de ferro.
Processos de eletrização
Eletrização por atrito

Em 1629, o jesuíta italiano Nicola Cabeo


constata a existência da repulsão elétrica.

Ao se atritar dois materiais diferentes,


elétrons são “arrancados” de um dos objetos
e transferido para o outro, de modo que um
fica positivamente carregado (falta de
elétrons) e o outro fica negativamente
carregado (excesso de elétrons).

https://youtu.be/INR5YuwFUZY Tabela triboelétrica


Processos de eletrização
Eletrização por atrito

Exemplo: Ao se atritar um pedaço de


vidro com um tecido de seda, o vidro tem
a tendência de ceder elétrons, enquanto
que a seda tem a tendência de receber
elétrons.
Assim, o vidro ficará positivamente
carregado, enquanto o tecido de seda
ficará negativamente carregado, com o
mesmo valor absoluto de carga elétrica.
Tabela triboelétrica
Processos de eletrização
Eletrização por atrito

Exemplo: Em locais secos, brincar no


escorregador deixa com que crianças
possam experimentar eletricidade
estática.

Da mesma forma, em lugares secos, é


comum que as pessoas tomem choques
elétricos ao abrir maçanetas. Por quê?

Garoto com cabelo arrepiado por


conta da eletrostática.
Processos de eletrização

Eletrização por contato


Em bons condutores, como metais, sabemos que há
facilidade de movimentação dos elétrons. É possível se
aproveitar deste fato para eletrizar um outro condutor
neutro.
Considere, por exemplo, dois condutores A e B, estando
A eletrizado positivamente e B neutro. É importante
observar que, ao se fazer contato entre esses dois
condutores, obtém-se um novo condutor de superfície
externa praticamente igual à soma das superfícies
individuais. Assim, a carga elétrica de A redistribui-se
sobre a superfície total.
Processos de eletrização

Eletrização por contato

O corpo neutro adquire carga do mesmo sinal da carga


do corpo inicialmente eletrizado.

A quantidade de carga elétrica existente em cada


um dos condutores no final do processo depende da
forma e das dimensões deles.

Caso os objetos tenham o mesmo formato e a mesma


dimensão, a carga elétrica será dividida entre eles
igualmente.
Processos de eletrização

Caso os objetos tenham o mesmo formato e a mesma


dimensão, a carga elétrica será dividida entre eles igualmente.
Processos de eletrização
Condutores em contato com a terra

Sempre que um condutor eletrizado


(sem fonte) é colocado em contato
com a terra, ele se neutraliza. Caso o
condutor tenha excesso de elétrons,
estes irão para a terra. No caso de
excesso de prótons, ou seja, falta de
elétrons, estes subirão da terra para
neutralizá-lo. Assim, pode-se dizer
que todo condutor eletrizado se
“descarrega” ao ser ligado à terra.
Processos de eletrização
Eletrização por indução eletrostática
Quando aproximamos (sem tocar) um
condutor eletrizado de um neutro,
provocamos no condutor neutro uma
redistribuição de seus elétrons livres.
Esse fenômeno, denominado indução
eletrostática, ocorre porque as cargas
existentes no condutor eletrizado
podem atrair ou repelir os elétrons
livres do condutor neutro. O condutor
eletrizado é chamado de indutor, e o
condutor neutro, de induzido.
Processos de eletrização
Eletrização por indução eletrostática

Para eletrizar de forma definitiva um condutor, para tal, realiza-se o


seguinte procedimento:

1. Aproximar o indutor (condutor eletrizado) do induzido (condutor


neutro). Em seguida, na presença do indutor, ligar o induzido à
terra.
Processos de eletrização
Eletrização por indução eletrostática

Para eletrizar de forma definitiva um condutor, para tal, realiza-se o


seguinte procedimento:

2. Desligar o induzido da terra. Em seguida, afastar o indutor do


induzido.
A importância do aterramento elétrico
Funções do aterramento elétrico:
– Proteger o usuário do equipamento das
descargas atmosféricas, viabilizando um
caminho alternativo destas para a terra;
– Mandar as cargas acumuladas nas carcaças dos
equipamentos para a terra;
– Facilitar o funcionamento dos dispositivos de
proteção como disjuntores.
Aplicações da eletrostática
Fotocópia - Xerox

https://youtu.be/NFr_qSWsAL0
Aplicações da eletrostática
Pintura eletrostática

Separação eletrostática
Aplicações da eletrostática Relâmpagos

Leia mais sobre a física dos raios e tempestades:


http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/apoio/textos/raios.
pdf
Eletroscópios

Um eletroscópio é um dispositivo que permite revelar a


eletrização de um corpo. Os principais tipos são: o
eletroscópio de pêndulo e o eletroscópio de folhas.
Exercícios
1. As esferas da figura ao lado estão suspensas por barbantes. A
carga elétrica da esfera A é negativa. As cargas elétricas do
bastão isolante B e da esfera C, são, respectivamente:

A C

B
Exercícios
2. Duas esferas de metal são eletrizadas com cargas elétricas
iguais e são colocadas uma próxima da outra. Nesta situação,
podemos afirmar que os portadores de carga elétrica:
a) distribuem-se uniformemente por todo
volume das esferas;
b) distribuem-se uniformemente por toda
superfície das esferas;
c) tendem a se concentrar no centro de cada
esfera;
d) tendem a se concentrar nas extremidades
diametrais mais próximas;
e) tendem a se concentrar nas extremidades
diametrais mais afastadas.
Exercícios
3. Considere duas esferas idênticas com cargas de 2 μC e -8 μC. Após
entrarem em contato, qual será a carga elétrica de cada esfera?
Exercícios
4. As figuras apresentam dois corpos eletrizados negativamente. a
partir das figuras, pode-se concluir:
Ch1
I. Em A os portadores de carga
A
estão parados, enquanto em
B estão se movendo.
II. Pela distribuição de cargas, A
não é condutor.
III. Os dois corpos são isolantes. Ch2
IV. Basta fechar a chave 1 para B
descarregar o corpo A.
V. Basta fechar a chave 2 para
descarregar o corpo B.
Exercícios
5. Determine o número de elétrons que deverá ser fornecido a
um condutor metálico, inicialmente neutro, para que fique
eletrizado com carga elétrica igual a -1,0 C.
Dado: C
Carga pontual
Vamos considerar uma carga pontual ou carga puntiforme um corpo
eletrizado cujas dimensões (tamanho) podem ser desprezadas.

Observe que: como não se levam em conta as dimensões de um ponto


material, não há sentido em falar de indução elétrica para cargas pontuais.

Suponha que dois pontos materiais eletrizados


estão num mesmo meio (ar, água, vácuo),
separados por uma distância d. Sabemos que
haverá entre eles uma interação elétrica, seja
de repulsão ou atração. Mas como descrever
quantitativamente esta interação?
Força elétrica - Lei de Coulomb
A interação entre duas cargas puntiformes foi
estudada em 1785 por Charles Coulomb. Ele
utilizou um dispositivo chamado balança de
torção. Ele observou a lei que leva o seu nome:

A intensidade da força elétrica trocada entre


dois pontos materiais eletrizados é
diretamente proporcional ao produto dos
valores absolutos das quantidades de carga
elétrica e inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre eles.
Força elétrica - Lei de Coulomb
Matematicamente a Lei de Coulomb é expressa por:

Em que k0 é a constante eletrostática


do meio, no caso, do vácuo.
k0=9٠109 N٠m²/C²
Força elétrica - Lei de Coulomb
A direção das forças elétricas trocadas entre as cargas pontuais é a
da reta que une os pontos materiais, e seu sentido depende dos
sinais das cargas elétricas.

Cargas elétricas de sinais contrários. Cargas elétricas de sinais iguais.


Força de atração. Força de repulsão.
Força elétrica - Lei de Coulomb
Observações:

A interação de cargas elétricas


pontuais ocorre independentemente Para uma carga elétrica
de haver contato entre os corpos. pontual o valor de 1 C é muito
Assim, dizemos que a força elétrica é elevado. Por isso, usa-se:
uma força de campo.
● milicoulomb: 1 mC = 10–3 C;
Pela Terceira Lei de Newton (Princípio ● microcoulomb: 1 µC = 10–6 C;
da Ação e Reação), a força elétrica ● nanocoulomb: 1 nC = 10–9 C.
entre dois pontos materiais eletrizados
tem a mesma intensidade e sentidos
opostos.
Força elétrica x distância
Mantendo-se constante as cargas e o meio.

F d
F/4 2d
F/9 3d
F/16 4d
F/25 5d

Conclusão: com o aumento da distância há uma diminuição da intensidade da força elétrica.


Gráfico da força
elétrica entre duas
cargas constantes em
um mesmo meio,
variando a distância.
Exemplo

Temos duas pequenas esferas metálicas eletrizadas, respectivamente, de


cargas QA= 8 µC e QB = – 4 µC, atraindo-se mutuamente com força de
intensidade 1,8 N, no vácuo. Elas são colocadas em contato e depois
ficam separadas a uma distância de 30 cm.
Considere a constante eletrostática k0= 9 ∙ 109 N ∙ m2 /C2 .
a) Qual é a distância que as separava antes do contato?
b) Que tipo de força de interação existe entre as cargas após o contato?
Qual é a nova intensidade?
Exercícios
6. Duas cargas elétricas puntiformes de 4٠10–6 C e 8٠10–6 C estão
colocadas no vácuo a 3 cm de distância. A intensidade da força de
repulsão entre elas é de:

a) 32 N
b) 320 N
c) 400 N
d) 460 N
e) 580 N
Exercícios
7. (PUC) Seja F a intensidade da força de atração elétrica entre duas
partículas carregadas com cargas +q e -q, separadas por uma distância
d. Se a distância entre as partículas for reduzida para d/3, a nova
intensidade da força de atração elétrica será:

a) 3F.
b) F/3.
c) 6F.
d) 9F.
e) F/9.

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