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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO

Campus Governador Mangabeira


PROFESSOR: Denilson Vicente DISCIPLINA: FÍSICA 3º ANO
ALUNO (A): ___________________________________________________ DATA: ____ /_____/ ______

ELETRICIDADE
CARGA ELÉTRICA
A matéria é constituída por átomos, que são estruturados basicamente a partir de três partículas elementares:
o elétron, o próton e o nêutron (é importante ressaltar que essas não são as únicas partículas existentes no
átomo, mas para o nosso propósito elas são suficientes). Em cada átomo há uma parte central muito densa, o
núcleo, onde estão os prótons e os nêutrons. Os elétrons, num modelo simplificado, podem ser imaginados
descrevendo órbitas elípticas em torno do núcleo, como planetas descrevendo órbitas

Átomo A palavra átomo foi usada na Grécia antiga para designar a menor partícula. Aquela que não poderia
ser dividida. Então átomo significa indivisível. Hoje em dia sabe-se que existe uma grande quantidade de
partículas constituintes do átomo. Adotaremos nesse trabalho um modelo simplificado denominado modelo
planetário
Como o próton se encontra no núcleo do átomo a força de ligação é muito grande e, portanto numa situação
do dia a dia é praticamente impossível arrancar o próton do núcleo do átomo.
Experimentalmente provou-se que, quando em presença, prótons repelem prótons, elétrons repelem elétrons,
ao passo que próton e elétron atraem-se mutuamente. O nêutron não manifesta nenhuma atração ou repulsão,
qualquer que seja a partícula da qual se aproxima. Na figura procuramos esquematizar essas ações.

Dessas experiências é possível concluir que prótons, nêutrons e elétrons apresentam uma
propriedade denominada carga elétrica.
Convenciona-se: Carga elétrica positiva (+) = próton
Carga elétrica negativa (–) = elétron

Verifica-se que, quando um átomo apresenta um número de prótons igual ao número de elétrons, o átomo é
eletricamente neutro. Se o átomo perder um ou mais elétrons, o número de prótons no núcleo passa a
predominar e o átomo passa a manifestar propriedades elétricas, tornando-se um íon positivo. Se o átomo
receber elétrons, ele passará a manifestar um comportamento elétrico oposto ao anterior e tornar-se-á um íon
negativo. Portanto, um corpo estará eletrizado quando o número total de prótons for diferente do número total
de elétrons.
IMPORTANTE:
Apresenta o número de cargas positivas igual ao número de cargas negativas.
NP < NE corpo eletrizado negativamente NP > NE corpo eletrizado positivamente
Apresenta o número de cargas positivas igual ao número de cargas negativas.
NP = NE corpo neutro
OBS: Ne é o número de elétrons e NP o número de prótons.

CARGA ELEMENTAR (e)


A carga elétrica do elétron é chamada de carga elementar, em módulo, o seu valor é igual a carga elétrica do
próton. Através de experiências, foi possível determinar seu valor:

e  1,6 . 10 19 C
carga do próton = + e = 1,6 x 10-19 C
carga do elétron = - e = - 1,6 x 10-19 C

Tendo em vista que a eletrização de um corpo se deve a falta ou excesso de elétrons, podemos escrever que a
carga elétrica de um corpo é calculada da seguinte forma: n = número de cargas elementares

Q  n. e

UNIDADES NO SI:
Q carga elétrica => Coulomb (C) n número de elétrons em excesso (-) ou em falta (+) e carga elementar =>
Coulomb (C)
No sistema internacional (S.I.) as unidades de medida de carga elétrica é o Coulomb © em homenagem a
físico francês Charles Augustin Coulomb.
Como já sabemos, em relação ao Coulomb o valor da carga elementar é e = 1,6. 10-19C.
Apesar de 1 Coulomb corresponder a apenas uma unidade de carga elétrica, ele representa uma quantidade de
carga muito grande dessa grandeza física. Por este motivo trabalharemos com submúltiplos do Coulomb, a
saber:
1 miliCoulomb = mC = 1. 10-3C
1 microCoulomb =  C = 1 . 10-6C
1 nanoCoulomb =  C = 1 . 10-9C

1 picoCoulomb =  C = 1 . 10-12C
Princípio da conservação das cargas elétricas
Dentro de um sistema isolado, a soma algébrica tanto das cargas positivas como negativas, irão permanecer
constantes.
A função que representa a conservação das cargas elétricas é:
Se pegarmos dois objetos A e B, que possuem cargas Q1 Q2. Considerando que ocorreu uma troca de cargas
entre esses dois corpos, ficando assim com cargas Q1’ e Q2’. A partir daí temos que as cargas elétricas são:
Q1 + Q2 = Q1’ + Q2’= constante.

Principio da atração e repulsão


Cargas de sinais opostos se atraem e cargas de mesmo sinal se repelem.

Condutores e Isolantes

Condutores Em alguns materiais, os átomos possuem elétrons tão fracamente ligados que com facilidade
abandonam o átomo e passam a mover-se livremente no espaço interatômico. Então, nesses corpos as cargas
elétricas são móveis, podendo deslocar-se de um local a outro do corpo com grande facilidade. Materiais com
essa propriedade chamam-se condutores.
São condutores todos os metais e as ligas metálicas; geralmente os elétrons mais afastados do núcleo de cada
átomo passam a se mover no espaço, formando uma chamada "nuvem eletrônica". Os átomos do metal ficam
assim ionizados, mas permanecem em seus postos no reticulado cristalino, e a nuvem eletrônica passa a
constituir uma carga móvel que pode percorrer todo o volume ocupado pelo corpo.

Isolantes Outros materiais têm átomos em que todos os elétrons são fortemente ligados, não havendo muita
possibilidade de que os elétrons abandonem os átomos em que estão. Nessas condições, o corpo não apresenta
nenhuma carga móvel e é chamado "isolante". São isolantes a louça, a borracha, os plásticos, o papel, o vidro,
etc.
Processos de Eletrização
ELETRIZAÇÕES POR ATRITO: Duas substâncias de naturezas diferentes, quando atritadas,
eletrizam-se com igual quantidade de cargas em valor absoluto e de sinais contrários. Se atritarmos
vidro com seda, elétrons migrarão do vidro para seda, portanto o vidro ficará eletrizado
positivamente e a seda negativamente.

ELETRIZAÇÃO POR CONTATO: Quando um corpo neutro é posto em contato com um corpo eletrizado,
eletriza-se com carga do mesmo sinal.

O fenômeno que ocorre quando um corpo neutro encosta-se a um corpo eletrizado e vice-versa.

Observe que os corpos, após o contato, ficam eletrizados com cargas de mesmo sinal.

O corpo A está está eletrizado com seis cargas elementares positivas e o corpo B está neutro. Durante o contato há
então a transferência de duas cargas elementares negativas de B para A, fazendo então diminuir a quantidade de
cargas positivas do corpo A, enquanto que, no corpo B o número de cargas positivas passa a exceder o número de
elétrons.

ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO


Chama-se indução eletrostática o fenômeno caracterizado pela mudança no posicionamento das cargas
elétricas ou na orientação dos dipolos elétricos de um corpo, ocasionadas pela presença de um campo elétrico nas
proximidades do respectivo corpo.

Consideremos dois corpos, sendo que um deles possui carga elétrica líquida igual a zero. A este,
chamaremos induzido. O segundo corpo possui carga elétrica líquida diferente de zero, e será denominado indutor.
Caso este corpo seja um dielétrico, ou seja, mal condutor de eletricidade, também denominado isolante, o máximo que
pode acontecer é uma reorientação dos dipolos elétricos. Porém, não há um deslocamento de cargas ao longo da rede
de átomos deste referido corpo conforme mostra a figura abaixo.
Mas quando um corpo carregado eletricamente é aproximado de um corpo neutro que seja bom condutor de
eletricidade, este último pode ter suas cargas elétricas reorganizadas em pontos diferentes da estrutura da
substância.

Isto ocorre devido às interações entre as cargas elétricas do respectivo corpo e o campo elétrico criado pelo indutor.
Neste caso, um campo elétrico gerado por um indutor carregado positivamente ou negativamente atrai ou repele
os elétrons livres do condutor neutro, fazendo com que estes se reorganizem na estrutura do induzido. No caso de
um indutor carregado negativamente, temos a seguinte situação:

O processo de eletrização por indução é facilmente realizado com induzidos metálicos. Isto porque a fácil
locomoção dos elétrons permite uma eficiente reorganização dos mesmos ao longo da rede de átomos. Para concluir
o processo de eletrização por indução, é só ligar um fio à terra, de modo a anular as cargas da extremidade oposta
à da região do campo elétrico aplicado pelo induzido.

Após o sistema atingir o equilíbrio eletrostático, ou seja, depois que as cargas param de se movimentar pelo fio
ligado à terra, pode-se desligar este fio. O induzido permanecerá carregado eletricamente. No caso aqui
representado, com cargas negativas:

Mesmo afastando o indutor do induzido, este permanecerá com a carga negativa:


O sinal da carga elétrica líquida do induzido será sempre oposta à carga que originou o campo elétrico, ou seja, a
carga do indutor. A intensidade da carga elétrica depende de vários fatores. Dentre os mais relevantes, são as
dimensões do induzido e as dimensões do indutor, bem como a quantidade de cargas presentes no indutor e ainda
o distanciamento entre ambos.

FORÇA ELÉTRICA
Já sabemos que cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e que cargas elétricas de sinais contrários se
atraem. Além disso, as forças que atuam sobre as cargas devem obedecer ao princípio da ação e reação, ou
seja, devem ser forças de mesma direção, ao longo da reta que passa pelas cargas, e de mesma intensidade,
porém de sentidos opostos. Estas forças estão representadas na figura abaixo.

Por volta de 1785, o físico francês Charles Augustin Coulomb (1736 - 1806) estabeleceu a relação existente
entre a intensidade F da força, o módulo das cargas elétricas Q e q e a distância d entre elas. Tal relação é
conhecida como lei de Coulomb e estabelece que:
A intensidade da força de interação (atração ou repulsão) entre duas cargas elétricas puntiformes é
diretamente proporcional ao produto dos módulos dessas cargas elétricas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância que as separa.

Onde:
F é a força de interação entre duas partículas (N)
k é uma constante (N.m2/C2)
Q é a carga elétrica da primeira partícula (C)
q é a carga elétrica da segunda partícula (C)
d é a distância que separa as duas partículas (m)
A letra k representa uma constante de proporcionalidade que chamamos de constante eletrostática, está
constante depende do meio onde se encontram as partículas estudas. Para o vácuo
k = 9 . 109 N.m2/C2
É importante lembrar que utilizamos os módulos das cargas elétricas das partículas, ou seja, colocamos na
fórmula apenas o valor numérico, sem o sinal (que indica o sentido do vetor) desta carga.

Podemos tirar algumas conclusões sobre a Lei de Coulomb observando a equação acima, que relaciona o
valor da força elétrica de interação entre partículas eletrizadas com suas cargas elétricas e com a distância
que as separa. A relação entre a força e as cargas é uma relação diretamente proporcional, ou seja, quanto
maiores as cargas, maior será a força de interação. A relação entre a força e distância é uma relação
inversamente proporcional, quando aumentamos a distância entre as partículas a força elétrica diminui.

Logo, temos duas conclusões importantes:


1) mantendo-se a distância entre os corpos e dobrando-se a quantidade de carga
elétrica de cada um, a força elétrica será multiplicada por quatro.
2) mantendo-se as cargas elétricas e dobrando-se a distância a força elétrica será
dividida por quatro.

Gráfico F = f(d)
Para duas cargas Q e q distanciadas de r, no vácuo, estudando como varia a intensidade da força elétrica,
conforme variamos a distância entre elas, obtemos a tabela a seguir.

A lei de Coulomb, que expressa à forca elétrica entre duas cargas puntiformes, pode ser expressa em um
gráfico, como mostrado na figura ao lado:

A Lei de Coulomb pode ser aplicada para mais de duas cargas?


Para responder a esta pergunta, veja o exemplo abaixo envolvendo 3 cargas puntiformes. O procedimento é
simples: as forças são
calculadas
separadamente para cada par de cargas e o resultado é dado pela soma
vetorial das forças atuantes.
CAMPO ELÉTRICO

CAMPO ELÉTRICO: E o efeito produzido por uma carga ou distribuição de cargas que, de alguma forma,
modifica o espaço ao seu redor.

Campo Elétrico é a região estabelecida em todos os pontos do espaço sob a influência de uma carga
geradora de intensidade Q, de forma que qualquer carga de prova de intensidade q fica sujeita a uma força
de interação (atração ou repulsão) exercida por Q.

ANALOGIA DO CAMPO ELÉTRICO COM O CAMPO GRAVITACIONAL


Para entendermos o conceito de campo elétrico façamos uma analogia com o campo
gravitacional.

Sabemos que a Terra cria um campo gravitacional em torno de si e cada ponto desse campo existe um vetor
campo gravitacional g. Assim um corpo colocado num ponto desse campo fica sujeito a uma força de
atração gravitacional chamada Peso.

Com as cargas elétricas o fenômeno é semelhante, um corpo eletrizado cria em torno de si um campo
elétrico. Cada ponto desse campo é caracterizado por um vetor campo elétrico E. Qualquer carga colocada
num desses pontos ficará submetida a uma força elétrica. A grande diferença aqui é que a força poderá ser
de atração ou repulsão.

VETOR CAMPO ELÉTRICO


Assim como a Terra tem um campo gravitacional, uma carga Q também tem um campo que pode influenciar
as cargas de prova q nele colocadas. E usando esta analogia, podemos encontrar:

Desta forma, assim como para a intensidade do campo gravitacional, a intensidade do campo elétrico (E) é
definido como o quociente entre as forças de interação das cargas geradora do campo (Q) e de prova (q) e a
própria carga de prova (q), ou seja:
DIREÇÃO E SENTIDO:
Direção => É a mesma direção da Força Elétrica.
Sentido => se q > 0, o sentido é o mesmo da força;
Se q < 0, o sentido é o contrário da força.
UNIDADES NO SI:
q => carga elétrica => Coulomb (C)
F => Força Elétrica => Newton (N)
E => Campo Elétrico => Newton/Coulomb (N/C)

O campo elétrico pode ter pelo menos quatro orientações


diferentes de seu vetor devido aos sinais de interação entre as
cargas, quando o campo é gerado por apenas uma carga, estes são:

Quando a carga de prova tem sinal negativo (q<0), os vetores força e


campo elétrico têm mesma direção, mas sentidos opostos, e quando a
carga de prova tem sinal positivo (q>0), ambos os vetores têm
mesma direção e sentido.
Já quando a carga geradora do campo tem sinal positivo (Q>0), o
vetor campo elétrico tem sentido de afastamento das cargas e quando
tem sinal negativo (Q<0), tem sentido de aproximação, sendo que
isto não varia com a mudança do sinal das cargas de provas.

CAMPO ELÉTRICO GERADO POR UMA CARGA PUNTIFORME


Consideremos uma carga puntiforme Q. Colocamos uma carga de prova q a uma distância d da carga
geradora Q. Imaginando que as duas cargas são positivas, termos a situação que se segue:

IMPORTANTE:
Como conseqüência, do que vimos acima, podemos concluir que o campo elétrico no ponto estudado não
depende da carga de prova e sim da carga que gera o campo

CAMPO ELÉTRICO GERADO POR VÁRIAS CARGAS PUNTIFORMES.


Caso tenhamos mais do que uma carga puntiforme gerando campo elétrico, como na figura abaixo, o campo
elétrico resultante será dado pela soma vetorial dos vetores campos elétricos produzidos por cada uma das
cargas.
Neste caso o campo resultante no ponto P é a soma vetorial de cada um dos campos elétricos.
PROPRIEDADES DO CAMPO ELÉTRICO
 O campo elétrico criado por uma carga positiva diminui enquanto se afasta da carga e no infinito
assume seu menor valor que é ZERO
 O campo elétrico criado por uma carga negativa aumenta enquanto se afasta da carga e no infinito
assume seu maior valor que é ZERO
 Cargas positivas quando em presença de um campo elétrico se deslocam no mesmo sentido do
campo.
 Cargas negativas quando em presença de um campo elétrico se deslocam no sentido oposto ao do
campo.
 Em presença de um campo elétrico uniforme ou variável, uma carga elétrica se desloca em
movimento variado (varia a velocidade).
 Em presença de um campo elétrico uniforme, uma carga elétrica se desloca em movimento
uniformemente variado (aceleração constante, ou seja, a velocidade varia uniformemente).
 Em presença de um campo elétrico variável, uma carga elétrica se desloca em movimento variado
(aceleração variável, ou seja, a velocidade não varia uniformemente).
LINHAS DE FORÇA
A cada ponto de um campo elétrico associa-se um vetor campo elétrico E .
A representação gráfica de um campo elétrico é feita desenhando-se um número conveniente de vetores

Outra maneira gráfica de se representar um campo elétrico consiste em utilizar as linhas de forças.

CONCEITO Linhas de forças são linhas tangentes ao vetor campo elétrico em cada um dos seus pontos. As
linhas de forças são orientados no sentido do vetor campo elétrico.

O desenho das linhas de força numa certa região nos dá a idéia de como variam, aproximadamente, a
direção e sentido do vetor E na região considerada.
As linhas de forças são convencionadas da seguinte maneira:
CAMPO ELÉTRICO UNIFORME.
Um campo elétrico é chamado uniforme quando o vetor campo elétrico for o mesmo em todos os pontos desse
campo. Este tipo de campo pode ser obtido através da eletrização de uma superfície plana, infinitamente
grande e com uma distribuição homogênea de cargas.

As linhas de força deste campo elétrico são retas paralelas igualmente espaçadas e todas com o mesmo
sentido.
Para produzir um campo com essas características, deve-se utilizar duas placas planas e paralelas eletrizadas
com cargas de mesmo módulo e sinais opostos. A distância entre elas deve ser muito pequena em relação as
suas dimensões.
Se a distância entre as placas não for desprezível em relação as suas dimensões, o campo elétrico é quase
uniforme na região central e não-uniforme próximo às bordas.
Se a distância entre as placas não for desprezível em relação as suas dimensões, o campo elétrico é quase
uniforme na região central e não-uniforme próximo às bordas.

DENSIDADE SUPERFICIAL DE CARGAS


Um corpo em equilíbrio eletrostático, ou seja, quando todos possíveis responsáveis
por sua eletrização acomodam-se em sua superfície, pode ser caracterizado por sua
densidade superficial média de cargas , que por definição é o resultado do quociente da carga elétrica
Q, pela área de sua superfície A.

Sendo sua unidade adotada no SI o C/m².


Observe que para cargas negativas a densidade superficial média de cargas também é negativa, já que a área
sempre é positiva.
Utiliza-se o termo médio já que dificilmente as cargas elétricas se distribuem uniformemente por toda a
superfície de um corpo, de modo que é possível constatar que o módulo desta densidade é inversamente
proporcional ao seu raio de curvatura, ou seja, em objetos pontiagudos eletrizados há maior concentração de
carga em sua extremidade (ponta).

TENSÃO ELÉTRICA OU DIFERENÇA DE POTENCIAL (d.d.p)


Normalmente as cargas elétricas livres de um condutor metálico isolado estão em
movimento desordenado, caótico. Falamos anteriormente que em certas
condições podemos transformar este movimento desordenado em movimento
ordenado, basta ligarmos as extremidades do condutor aos terminais de um
dispositivo chamado gerador. A função do gerador é fornecer às cargas elétricas energia elétrica,
evidentemente à custa de outra forma de energia. Resumindo, um gerador é o dispositivo elétrico que
transforma um tipo qualquer de energia em energia elétrica.
São exemplos de geradores as pilhas, as baterias de relógio e as baterias de automóvel.

A medida que as cargas se movimentam elas se chocam com os átomos que constituem a rede cristalina do
condutor, havendo uma conversão de energia elétrica em energia térmica. Assim, as cargas elétricas irão
“perdendo” a energia elétrica que receberam do gerador. Portanto, considerando o condutor representado na
figura 5 na extremidade B cada carga elementar possui uma energia elétrica EB menor que a energia elétrica
na extremidade A EA (EB < EA).

A relação entre energia elétrica que a partícula possui num determinado ponto do condutor e a sua carga
elétrica (carga elementar) define uma grandeza física chamada de potencial elétrico (V).

EA EB
VA  VB 
e e e

Entre esses pontos haverá uma diferença de potencial elétrico (d.d.p.) ou tensão elétrica (U), dada por:

U  VA  VB onde VA > VB
UNIDADES NO SI:
E  energia  Joule (J)
e  carga elementar  Coulomb (C)
V  potencial elétrico  Joule por Coulomb = Volt (V)
U  d.d.p.  Joule por Coulomb = Volt (V)

INTRODUÇÃO À CORRENTE ELÉTRICA


A partir de agora passaremos a estudar o movimento da carga elétrica. Veremos desde os Princípios Básicos
até como todo processo de produção de energia elétrica é realizado.

CONDUTORES E ISOLANTES
Condutor elétrico é todo corpo que permite a movimentação de carga no seu interior. Caso não seja possível
essa movimentação, então o corpo é chamado de isolante elétrico.
A seguir mostramos numa tabela alguns condutores e alguns isolantes:
BONS CONDUTORES BONS ISOLANTES
 metais em geral  vidro
 grafite  cera
 cerâmica  borracha
 água  seda

Os condutores elétricos mais comuns são os metais, que caracterizam-se por possuírem grande quantidade de
elétrons-livres, por exemplo: o alumínio possui 2 elétrons na última camada, já o ferro possui 2 e o cobre
possui 1. Esses elétrons possuem uma ligação fraca com o núcleo, tendo certa liberdade de movimentação, o
que confere condutibilidade aos metais.

CORRENTE ELÉTRICA
Normalmente, o movimento o movimento dos elétrons livres no metal é caótico e imprevisível. No entanto,
em certas condições, esse movimento torna-se ordenado, constituindo o que chamamos de corrente elétrica.

IMPORTANTE:
CORRENTE ELÉTRICA É O MOVIMENTO ORDENADO DE
CARGAS ELÉTRICAS.
É o movimento ordenado de elétrons livres no interior de um condutor metálico.Existem condutores
líquidos (soluções eletrolíticas), cuja corrente elétrica é composta de íons) e condutores gasosos (gases
ionizáveis), cuja corrente elétrica é feita por íons e elétrons.

SENTIDO DA CORRENTE
Nos condutores sólidos, o sentido da corrente elétrica é o sentido do movimento dos elétrons no seu interior.
Esse é o sentido real da corrente elétrica. No estudo da eletricidade, entretanto, adota-se um sentido
convencional, que é o movimento das cargas positivas. Sempre que tratarmos de corrente elétrica, estaremos
adotando o sentido convencional.

Embora a corrente elétrica nos metais seja constituída de elétrons em movimento ordenado, por convenção,
tradicionalmente aceita, admite-se que o sentido da corrente elétrica é oposto ao movimento dos elétrons.

Portanto de agora em diante iremos utilizar o sentido convencional, para indicar o sentido da corrente elétrica.
IMPORTANTE:
Sentido Convencional: é o sentido contrário ao movimento dos elétrons (do negativo para o positivo de um
gerador);
Sentido Real: é o sentido do movimento dos elétrons(do negativo para o positivo de um gerador).

INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA


Definimos intensidade de corrente elétrica como sendo a quantidade de carga que passa numa seção
transversal de um condutor durante certo intervalo de tempo.

Considere uma secção no nosso fio condutor, onde podemos contar a quantidade de elétrons que passam por
ela. Cada elétron possui uma quantidade de carga elétrica conhecida como carga elétrica elementar.
Essa carga elétrica tem valor conhecido, e se multiplicarmos o valor da carga elétrica elementar pelo número
de elétrons que passa pela secção terá a quantidade total de carga elétrica(q).

É importante dizer que seção transversal é um corte feito no fio para medir, como num pedágio, quantos
elétrons passam por ali num intervalo de tempo.
Portanto, podemos escrever que:

Q
i
t

UNIDADES NO SI:
Q  carga elétrica  Coulomb (C)
t  intervalo de tempo  segundo (s)
i  intensidade de corrente elétrica  Coulomb por segundo (C/s) = Ampere
(A)

IMPORTANTE:
 FREQÜENTEMENTE UTILIZAMOS SUBMÚLTIPLOS DO AMPERE.
1 mA = 10-3 A (miliampere)
1 A = 10-6 A (microampere)
 Quando a corrente elétrica mantém sentido invariável ela é denominada corrente contínua (C.C.).
Caso o sentido da corrente elétrica se modifique no decorrer do tempo, ela é denominada corrente
alternada (C.A.)

EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA:


A corrente elétrica, ao passar por um determinado condutor, dependendo de sua natureza e também da
intensidade da corrente, pode produzir diferentes efeitos, dos quais destacam-se:
A) EFEITO MAGNÉTICO: Quando um condutor é percorrido por uma corrente elétrica, produz nas suas
proximidades um campo magnético.
B) EFEITO JOULE: Constitui o aquecimento do condutor, provocado pela colisão dos elétrons livres com
os átomos.
C) EFEITO LUMINOSO: Quando uma corrente elétrica atravessa um gás, sob baixa pressão, ocorre
emissão de luz.
D) EFEITO QUÍMICO: Quando uma corrente elétrica atravessa uma solução iônica ocorre a eletrolise.
E) EFEITO FISIOLÓGICO: Quando a corrente elétrica atravessa um organismo vivo, produz no mesmo
contrações musculares, conhecidas por choque elétrico. O ser humano, ao ser atravessado por uma corrente
de intensidade de 10mA ou mais, pode sofrer efeitos fatais.
OBS: Dos efeitos citados, o único que sempre ocorre é o magnético.
RESISTÊNCIA ELÉTRICA - 1a Lei de Ohm
O resistor possui uma característica de dificultar a passagem de corrente elétrica através do condutor. Essa
característica é chamada de resistência elétrica.
O físico George S. Ohm verificou, experimentalmente, no século XIX, que alguns condutores possuíam um
comportamento similar.
Ao alterar a tensão (figura 11) para valores U1, U2, U3, ...,UN, a intensidade de corrente no condutor também
se altera, mas de uma maneira sempre igual.

De tal forma que ao dividirmos as tensões pelas respectivas intensidades de corrente elétrica, para um mesmo
condutor, a divisão será uma constante, esta constante é a resistência elétrica.

U1 U 2 U 3 U
   ...  N  R
i1 i2 i3 iN

Os condutores que possuem este comportamento são chamados de condutores ôhmicos e para eles vale a
seguinte relação:

U  R.i

UNIDADES NO SI:
U  d.d.p entre os pontos A e B ou tensão elétrica  Volt (V)
i  intensidade de corrente elétrica  Ampere (A)
R  resistência elétrica  Ohm ()

Graficamente um condutor ôhmico é representado como na figura a, já a figura b mostra o comportamento de


algum condutor que não respeita a lei de Ohm. Este condutor é chamado de não-ôhmico.

Figura a Figura b
RESISTIVIDADE – 2A LEI DE OHM
É importante salientar que o título 2a Lei de Ohm é apenas didático. Na História da Física temos apenas o
conhecimento da Lei de Ohm e não 1a e 2a , mas para fins de uma melhor organização do conteúdo faremos
essa separação.

Um aspecto importante, levantado por Ohm, foi a descoberta de fatores que influem no valor da resistência
elétrica de um resistor, são eles:

 a dimensão do resistor (área e comprimento);


 o material que constitui este resistor.

No caso da energia elétrica e do condutor o comportamento é mantido o mesmo:

 a resistência elétrica é diretamente proporcional ao comprimento do fio, ou seja, quanto maior o comprimento
do fio maior é a dificuldade de movimentação dos elétrons.

 A resistência elétrica é inversamente proporcional ao valor da área da seção transversal do fio, ou seja, quanto
maior a área mais fácil é a movimentação dos elétrons, portanto a resistência elétrica diminui.

L
R 
Logo podemos escrever que: A

UNIDADES NO SI:
R  resistência elétrica  Ohm ()
L  comprimento do fio  metro (m)
A  área da seção transversal  metro quadrado (m2)
  resistividade  Ohm . metro ( . m)

FUSÍVEIS.
O fusível é um condutor que protege os circuitos elétricos contra correntes excessivas. Ele é projetado de
modo a não permitir que a corrente elétrica perdure no circuito, quando esta ultrapassa um determinado
valor. Esse excesso de corrente pode ser resultado de sobrecarga (excesso de aparelhos ligados
simultaneamente) ou de curto-circuito (contato direto entre dois fios da rede elétrica).
Se não fosse a intervenção dos fusíveis (e disjuntores), os riscos de incêndio nas instalações seriam muito
maiores. O símbolo dos fusíveis, nos esquemas de circuitos elétricos, é:
PENSE NISSO...
O que será mais perigoso – ligar um aparelho de 110 V a uma tomada de 220 V ou ligar um aparelho de 220
V a uma tomada de 110 V?

POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA


Nós sabemos que a energia não se perde, ela se transforma de uma modalidade em outra ou em trabalho.
Em eletrodinâmica, a quantidade de energia elétrica transformada em outra modalidade de energia, por
unidade de tempo, é denominada potencia elétrica.

Cálculo da potência elétrica (P)


Sabe-se que o trabalho da força elétrica em cada portador de carga (q) é obtido do produto
entre a d.d.p. (U) e a carga (q), ou seja:

Sabe-se também que ao atravessar um trecho do circuito, num intervalo de tempo, a carga (q) pode ser
calculada pela relação: q=i .t. Logo, o trabalho da força elétrica pode ser colocado na forma de:

Como a potência elétrica corresponde ao trabalho realizado pela força elétrica na unidade de tempo, temos:

Como toda grandeza física, a potência elétrica tem a sua unidade que, no SI, é o watt (W). Então: 1W = 1V .
1A
Nos terminais de um resistor ôhmico, aquele que obedece às leis de ohm, sabemos que a d.d.p. (U) é
calculada pela relação U = R.i. Então, a potência elétrica pode ser colocada na forma de:
Combinando a expressão da potência com a da 1º lei de Ohm, obtemos a potência elétrica dissipada num
resistor:

P = U.i

A quantidade de energia elétrica dissipada (consumida) no resistor, durante certo intervalo de tempo t,
vale:
E = P.t
Uma unidade de energia muito utilizada é o quilowatt-hora (kWh). Um kWh é a quantidade de energia com
potência de 1kW que é transformada, no intervalo de 1h.
Relação entre o kWh e o J: 1 kWh = 1 000W . 3600s = 3,6 . 106J

NOTA: Para entender o que é potência!


1. Quanto maior a potência de uma lâmpada incandescente, maior o seu brilho.
2. Quanto maior a potência de um chuveiro elétrico, maior o seu aquecimento.
3. Quanto maior a potência de um condicionador de ar, maior o seu resfriamento.

CIRCUITOS ELÉTRICOS
Para se estabelecer uma corrente elétrica são necessários, basicamente: um gerador de energia elétrica, um
condutor em circuito fechado e um elemento para utilizar a energia produzida pelo gerador. A esse conjunto
denominamos circuito elétrico.

a) Gerador elétrico
É um dispositivo capaz de transformar em energia elétrica outra modalidade de energia. O gerador não gera
ou cria cargas elétricas. Sua função é fornecer energia às cargas elétricas que o atravessam. Industrialmente,
os geradores mais comuns são os químicos e os mecânicos.
· Químicos: aqueles que transformam energia química em energia elétrica. Exemplos: pilha e bateria.
· Mecânicos: aqueles que transformam energia mecânica em elétrica. Exemplo: dínamo de motor de
automóvel.
i
+ -

b) Receptor elétrico
É um dispositivo que transforma energia elétrica em outra modalidade de energia, não exclusivamente térmica.
O principal receptor é o motor elétrico, que transforma energia elétrica em mecânica, além da parcela de
energia dissipada sob a forma de calor.
i
+ -
c) Resistor elétrico
É um dispositivo que transforma toda a energia elétrica consumida integralmente em calor. Como exemplo,
podemos citar os aquecedores, o ferro elétrico, o chuveiro elétrico, a lâmpada comum e os fios condutores em
geral.

d) Dispositivos de manobra
São elementos que servem para acionar ou desligar um circuito elétrico. Por exemplo, as chaves e os
interruptores.

e) Dispositivos de segurança
São dispositivos que, ao serem atravessados por uma corrente de intensidade maior que a prevista,
interrompem a passagem da corrente elétrica, preservando da destruição os demais elementos do circuito. Os
mais comuns são os fusíveis e os disjuntores.

f) Dispositivos de controle
São utilizados nos circuitos elétricos para medir a intensidade da corrente elétrica
e a ddp existentes entre dois pontos, ou, simplesmente, para detectá-las. Os mais comuns são o amperímetro
e o voltímetro
· Amperímetro: aparelho que serve para medir a intensidade da corrente elétrica.

· Voltímetro: aparelho utilizado para medir a diferença de potencial entre dois pontos de um circuito elétrico.

V
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Os resistores podem ser associados de diversos modos. Basicamente existem dois modos distintos de associá-
los: em série e em paralelo.
Em qualquer associação de resistores denomina-se resistor equivalente o resistor que faria o mesmo que a
associação.

1 – Associação de resistores em série.


Vários resistores estão associados em série quando são ligados um em seguida do outro, de modo a serem
percorridos pela mesma corrente.

Um grupo de resistores está associado em série quando estiverem ligados de tal forma que sejam percorridos
pela mesma corrente elétrica.

Consideremos três resistores, associados em série:

Os três resistores serão percorridos pela mesma corrente elétrica e, portanto cada resistor possuíra uma ddp
correspondente ao valor de sua resistência.

Para determinarmos a resistência equivalente Req, ou seja, aquela que submetida a mesma tensão V é
atravessada pela mesma corrente i, devemos proceder da seguinte maneira:

Portanto para associações em série, calculamos a resistência equivalente da seguinte forma:


Se tivermos n resistores iguais, de resistência elétrica R cada um, teremos:

Rq = nR

Saiba que na associação série a intensidade de corrente elétrica é igual nos três resistores ou seja:
I = I1 = I2 = I3 .

A tensão elétrica é a soma das tensões em cada resistor ou seja:


V = V1 + V2 + V3

2 – Associação de resistores em paralelo.

Um grupo de resistores está associado em paralelo quando todos eles estiverem submetidos a uma mesma
diferença de potencial elétrico (ddp).

Consideremos 3 resistores associados em paralelo:

A intensidade de corrente elétrica é dividida para cada resistor de acordo com o valor de cada resistência
elétrica, mas a ddp é igual para todos os resistores.

A resistência equivalente Req, seria a representada abaixo:

A intensidade de corrente em uma associação de resistores em paralelo é a


soma das intensidades das correntes nos resistores associados

i = i1 + i2 + i3
Em uma associação de resistores em paralelo, o inverso da resistência equivalente da associação é igual à
soma dos inversos das resistências associadas.

1 1 1 1
  
Rq R1 R2 R3

Se tivermos numa associação em paralelo , n resistores iguais, de resistência R cada um, resultará:
R
Rq 
n

3 – Associação mista de resistores


As associações mistas de resistores contêm associações em paralelo e associações em série de resistores.
Qualquer associação mista pode ser substituída por um resistor equivalente, que se obtém considerando-se
que cada associação parcial ( série ou paralelo ) equivale a apenas um resistor, simplificando aos poucos o
desenho da associação.
Para resolução do circuito faremos a resolução das associações conforme cada caso.

Exemplo de associação de resistores mista:

Note que [(R1//R2 +R3) // (R4 + R5)]+ R6

4 – Curto–circuito
Provoca-se um curto-circuito entre dois pontos de um circuito quando esses pontos são ligados por um
condutor de resistência desprezível.
i A (Va) B ( Vb )

i
R=0

Va – Vb = Ri = 0 Va – Vb = 0 Va = Vb
Sempre que dois pontos de um circuito tiverem o mesmo potencial, eles poderão ser considerados
coincidentes em um novo esquema do mesmo circuito.

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