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ELETROSTÁTICA

1 – ELETROSTÁTICA

O que se chama eletricidade teve seu inicio em observações experimentais


com atrito entre objetos de substâncias diferentes. O primeiro registro histórico
sobre esse fenômeno veio de 600 AC com Tales de Mileto ao observar que um
pedaço de âmbar podia atrair fios de palha e de cabelo.
Modernamente a origem dos fenômenos elétricos está no átomo cujo modelo
clássico figura 1, se caracteriza por um núcleo constituinte de prótons e
neutrons circundados por elétrons girando em torno desse núcleo. (sabe-se da
existência de outras partículas que estão presentes no núcleo, mas para
nossos propósitos bastarão essas três partículas)

Núcleo: prótons e neutrons

elétron

2 – INTRODUÇÃO

2.1 – ESTRUTURA DA MATÉRIA – CARGA ELÉTRICA

As principais partículas constituintes do átomo : o elétron, o próton e o nêutron


que por sua vez constitui toda a matéria são a base dos fenômenos elétricos
Por experimentação comprova-se que essas partículas elementares ora se
atraem, ora se repelem embora a partícula chamada neutron não manifeste
essas propriedades. Sendo assim caracterizam-se por possuírem cargas
elétricas: o próton possui carga positiva, o elétron carga negativa e o nêutron
não possui carga.
O valor determinado para a carga elétrica do elétron e do próton, que são
iguais, mas com sinais contrários foi de

e= ∓1,6 10-19 C

No Sistema Internacional de unidades (SI), a unidade de medida de carga


elétrica é o coulomb ( C ).
Temos então que, quando um átomo possui um número de prótons igual ao
número de elétrons, torna-se eletricamente neutro. Agora, se o átomo perder
um ou mais elétrons, a quantidade de prótons no núcleo passa a predominar e
o átomo terá propriedades elétricas, tornando-se um íon positivo. Se, por outro
lado, o átomo ganhar elétrons, ele passará a ter propriedades elétricas oposta
tornando-se um íon negativo.

Portanto, um corpo estará eletrizado quando o número total de prótons


for diferente do número total de elétrons.

OBSERVAÇÃO:

 NÚMERO DE PRÓTONS < NÚMERO DE ELÉTRONS → corpo eletrizado negativamente


 NÚMERO DE PRÓTONS > NÚMERO DE ELÉTRONS → corpo eletrizado positivamente
 NÚMERO DE PRÓTONS = NÚMERO DE ELÉTRONS → corpo neutro

Dessa forma teremos:

“corpos com cargas de mesmo sinal repelem-se e corpos com


cargas de sinais contrários atraem-se”.

Tendo em vista que a eletrização de um corpo se deve a falta ou excesso de


elétrons, podemos escrever que a carga elétrica de um corpo é calculada da
seguinte forma:

Q n . e

Exemplo

Um corpo neutro perde 5 x 105 elétrons. Qual a carga desse corpo ?

Resposta: Se o corpo perde elétrons isso quer dizer que sobrou 5 x 10 5 prótons
com carga positiva, logo teremos:

Q = + 5 x 105 . 1,6 x 10-19 C

Q= 8 x 10-14 C
3 – PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

3.1 – ELETRIZAÇÃO POR ATRITO

Duas substâncias de naturezas diferentes, quando atritadas, eletrizam-se com


igual quantidade de cargas em valor absoluto e de sinais contrários. Se , por
exemplo, atritarmos vidro com seda, elétrons migrarão do vidro para seda,
portanto o vidro ficará eletrizado positivamente e a seda negativamente com o
mesmo módulo de carga.

3.2 – ELETRIZAÇÃO POR CONTATO

Quando um corpo neutro é posto em contato com um corpo eletrizado, eletriza-


se com carga do mesmo sinal.

Antes do contato contato depois do contato

corpo corpo transferência corpo corpo

positivo neutro de elétrons positivo positivo

Figura 3

3.3 – ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO

Quando um corpo neutro é colocado próximo de um corpo eletrizado, sem que


exista contato, o corpo neutro tem parte das cargas elétricas separadas
(indução eletrostática), podendo ser eletrizado.

Ao atritarmos um pente e aproximamos


o mesmo de um filete de água, a água
será atraída pelo pente por indução.
O processo de indução não eletriza um corpo. O que ocorre é um rearranjo no
posicionamento das cargas.

antes da indução indução depois da indução

figura 5

Podemos, dentro deste procedimento, fazer uma ligação á terra do corpo


induzido e eletrizá-lo.

Ligando o corpo Induzido à terra,


Como o corpo estava neutro, bastava um
teremos, neste caso, o deslocamento de
único elétron que ele ficaria negativo.
elétrons da terra para o corpo

OBS: Caso a região ligada à terra seja negativa, haverá deslocamento de


elétrons do corpo para terra, fazendo com que o corpo fique positivo.

Exemplo
Um estudante, usando uma luva de material isolante, encosta uma esfera
metálica A, carregada com carga +10 µC, em outra idêntica B, eletricamente
neutra. Em seguida, encosta a esfera B em outra C, também idêntica e
eletricamente neutra. Qual a carga de cada uma das esferas?
Resposta

Precisamos calculamos a carga total do primeiro contato, pela média aritmética


delas:
Como uma tem 10μC e a outra é neutra, a carga total será de 10μC + 0μC ,
dando 5μC para cada esfera pois elas possuem o mesmo tamanho, Logo:
Q A =Q B = 5μC
Agora, o contato da esfera B, com a esfera C nos dará uma carga total de:
5μC + 0μC=5μC
Logo, cada uma ficará com metade 2,5 μC
Portanto, as cargas finais das 3 esferas são:
QA = 5μC
QB = 2,5μC
QC = 2,5μC
 

3.4 – ELETROSCÓPIOS

Para constatar se um corpo está ou não eletrizado, utilizamos dispositivos


denominados eletroscópios. Um eletroscópio de folhas por exemplo, possui
uma haste com duas folhas metálicas presas em sua extremidade de tal
maneira, que quando o corpo fica eletrizado cargas de mesmo sinal se alojam
nas folhas e ocorre uma abertura dessas folhas por repulsão eletrostática, veja
figura.

4- Corrente Elétrica

Definição: É o movimento ordenado de cargas elétricas em um condutor.

Os condutores elétricos mais comuns são os metais, que se


caracterizam por possuírem grande quantidade de elétrons-livres Esses
elétrons possuem uma ligação fraca com o núcleo, tendo certa liberdade de
movimentação, o que confere condutibilidade aos metais.
Normalmente, o movimento dos elétrons livres no metal é caótico e
imprevisível. No entanto, em certas condições, esse movimento torna-se
ordenado, constituindo o que chamamos de corrente elétrica.

Embora a corrente elétrica nos metais seja constituída de elétrons em


movimento ordenado, por convenção, tradicionalmente aceita, admite-se que o
sentido da corrente elétrica é oposto ao movimento dos elétrons.
Portanto de agora em diante iremos utilizar o sentido convencional, para indicar
o sentido da corrente elétrica.
Podemos medir o valor de corrente elétrica pela expressão:

Q
I=
∆t

A unidade de corrente elétrica é o Ampére ( A )

Exemplo

Um fio é percorrido por uma corrente elétrica constante com intensidade de


10A. Qual o módulo da carga elétrica que atravessa uma secção transversal do
condutor, durante um segundo? E quantos elétrons atravessam tal região neste
intervalo de tempo?
Primeiramente devemos lembrar da definição de corrente elétrica:

Substituindo os valores dados :


Q=10 . 1
Q=10 C
Em seguida utilizarmos a equação da quantização da carga elétrica:
Q=ne
Q
n=
e
10
n=
1,6 x 10−19
n= 4,38 x 10 10 elétrons

Física geral e Experimental III


2- Força Eletrica
2.1 Lei de coulomb

Charles Coulomb pesquisou em 1875 a interação entre cargas elétricas,


usando balanças de torção para medir a intensidade da força entre elas. Sua
descoberta mais importante é a dependência da força de interação entre
cargas elétricas com o inverso do quadrado da distância que as separa. Temos
então a lei de coulomb para interação eletrostática entre partículas puntiformes.

F F

q1 d q2

k 0 q1 q2
F= 2
d

Onde:

F é o módulo da força elétrica


Q é o módulo da carga elétrica
d a distância entre as cargas
k = 8,99 x 109 N.m2/C2 é a constante eletrostática do vácuo
Esta fórmula é conhecida como Lei de coulomb

2.2 A Ação Vetorial Entrre Força Elétricas


Caso tenhamos várias forças agindo sobre uma partícula carregada, a força
resultante sobre ela é dada por:

F R =∑ ⃗
⃗ Fi
i

Exemplo

1) (sofísica.com) Sejam duas partículas carregadas respectivamente com


+2,5 µC e -1,5 µC, dispostas conforme mostra a figura abaixo:

sófísica.com

Qual a intensidade da força que atua sobre a carga 2?


Analisando os sinais das cargas podemos concluir que a força calculada
pela lei de Coulomb será de atração, tendo o cálculo de seu módulo dado por:

Portanto a força de atração que atua sobre a carga 2 tem módulo 0,375N e seu
vetor pode ser representado como:

2) (Freedman 1996) Qual deve er a ditância entre a carga pontual q 1 = 26,3


µC e q2 = -47,1 µC para que a força elétrica atrativa entre elaas tenha
intensidade de 5,66 N ?
Solução:
2.3 Exemplos com Distribuição de Carga no Plano

(sofísica.com) Três partículas carregadas eletricamente Q1 , Q2 e Q3


são colocadas sobre os vértices de um triângulo equilátero de lado
d=40cm conforme a figura abaixo. Qual a força resultante sobre a carga
3?

primeiramente devemos calcular a influência que as cargas 1 e 2 causam nela.


Para calcularmos a força de repulsão sofrida entre as duas cargas positivas:

Para calcularmos a força de atração sofrida entre a carga positiva e a negativa:


Para calcularmos a força resultante:

Para esboçarmos a direção e o sentido do vetor força resultante


devemos lembrar do sentido de repulsão e de atração de cada força e
da regra do paralelogramo:

2.4 Exemplos mais complexos

1) ( Freedman 2010) Considere dois pontos materiais A e B no vácuo,


afastados de qualquer outro corpo. O ponto A é fixo e possui carga elétrica
positiva +Q. O ponto B executa movimento circular e uniforme com centro A e
raio r, ele tem massa m e carga elétrica negativa –q. Desprezando se as ações
gravitacionais, determine a velocidade de B. É dada a constante eletrostática K.

Solução:

Como o movimento é circular e uniforme, a força elétrica está voltada para o


centro, decorrendo que ela é uma força centrípeta:
3-Campo Elétrico
3-1 O que é um Campo?
Assim como um campo gravitacional, gerado por um planeta, atrai um outro
corpo com massa que esteja presente nesse campo, o campo elétrico gerado
por uma carga pontual vai atrai ou repelir uma outra carga pontual que esteja
carregada e presente em seu campo elétrico. A noção de campo permite que
as forças ajam à distância, sem contato físico.

Campo de uma carga pontual

Consideremos, então, uma carga puntual Q, no ar, e um ponto P situado a


uma distância r desta carga. Ele gera um vetor campo elétrico E, veja figura
abaixo

P
Q r E
Renan Faria

3-2 A Força Elétrica e o Campo elétrico

Ao colocarmos uma carga q nesse ponto surge então uma força eletrostática
dada por:

Q r q
F=q . E

Se dividirmos essa força por q teremos a força por unidade de carga no ponto
P, o que chamaremos de campo elétrico E em P gerado por Q:

Q.q
Como sabemos pela Lei de coulomb: F=K 0
r2

Então :

Q F
E=K 0 2 ou E=
r q

Portanto podemos calcular a intensidade do campo em um ponto no espaço,


quando conhecemos o valor da carga puntual Q que criou este campo e a
distância do ponto a esta carga

+Q r

-Q r
Renan Faria

A direção do campo elétrico são os mesmo do vetor força elétrica, mas o


sentido dependerá do sinal da carga: se positiva se afasta da carga, se
negativa, fica no sentido da carga.

Campo de várias cargas puntuais

Consideremos várias cargas elétricas puntuais Q1 , Q2 , Q3....Q n , como


mostra a abaixo:
FR

Renan Faria
Para calcular o campo elétrico que o conjunto destas cargas criam em um
ponto P qualquer do espaço devemos calcular, inicialmente, o campo E 1 criado
em P pela carga Q 1. A seguir, determinamos o campo 2 , criado por Q 2, o
campo 3, criado por Q3.....etc. O campo elétrico resultante em P, será dado
pela soma vetorial dos campos E1, E2...En

E R= ∑ ⃗
⃗ Ei

6-3 Campo de uma esfera

Suponhamos uma esfera eletrizada, possuindo uma carga Q distribuída


uniformemente em sua superfície. Essa esfera não é pontual.

Para calcular o campo elétrico em um ponto C exterior à esfera, teríamos que


usar um recurso matemático imaginando a esfera dividida em pequenas
porções, de tal modo que o elemento de carga dQ existente em cada porção
pudesse ser considerada como uma carga puntual. Cada uma dessas
pequenos elementos de carga dQ criaria em P um pequeno campo, ver figura,
que pode ser facilmente calculado. O campo em P, devido à carga total, Q, da
esfera seria obtido somando-se vetorialmente estes pequenos campos.

RR d

r
Renan Faria
Integrando os campos gerados pelos elementos de carga dQ teremos:
Q
E=K 0 2
r
onde r é a distância do ponto C ao centro da esfera. Observe que esta
expressão é idêntica àquela que nos fornece o campo elétrico criado por uma
carga puntual. Concluímos, então, que o campo criado por uma esfera
eletrizada, em pontos exteriores a ela, pode ser calculado imaginando-se que
toda a carga da esfera estivesse concentrada (como se fosse uma carga
puntual) em seu centro. Se na figura considerássemos um ponto situado bem
próximo à superfície da esfera, sua distância ao centro dela seria praticamente
igual a R (raio da esfera). Portanto, o campo neste ponto seria dado por

K 0Q
E=
R2

Já o campo no interior da esfera seria nulo

6-4 Linhas de Força

O conceito de linhas de força foi introduzido pelo físico inglês M. Faraday, no


século passado, com a finalidade de representar o campo elétrico através de
diagramas.

Por convecção as linhas de força, que representam o campo elétrico, se


afastam de uma carga positiva e se aproximam numa carga negativa, elas
estão representadas abaixo.

Lemes 2000

6-5 Campo elétrico uniforme

Consideremos duas placas planas, paralelas, separadas por uma distância


pequena em relação às dimensões destas placas. Suponhamos que elas
estejam uniformemente eletrizadas com cargas de mesmo módulo e de sinais
contrários ver figura.
Lemes 2000

Em qualquer ponto que colocarmos uma carga pontual surgirá uma força de
mesmo módulo e sentido.

Um campo como este é denominado campo elétrico uniforme e pode ser


representado por um vetor , como aquele indicado no ponto P da figura
anterior.

Na figura abaixo estão traçadas as linhas de força do campo existente entre as


duas placas.

Observe que estas linhas são paralelas (a direção de não varia) e igualmente
espaçadas (o módulo de é constante), indicando que o campo elétrico nesta
região, é uniforme. Deve-se notar, entretanto, que estas considerações são
válidas para pontos não muito próximos das extremidades das placas.

Lemes 2000
3-3 Exercícios Básicos

1) (www.Sofísica.com.br) Um campo elétrico é gerado por uma carga


puntiforme positiva. A uma distância de 20cm é posta uma partícula de
prova de carga q= -1µC, sendo atraída pelo campo, mas uma força
externa de 2N faz com que a carga entre em equilíbrio, conforme mostra
a figura:

www.sofíica.br

Qual deve ser o módulo da carga geradora do campo para que esta situação
seja possível?
Resolução:
Usando:

E lembrando também que:

Podemos igualar, obtendo :

2) O Campo elétrico E1 de uma carga puntiforme Q, a uma ditância d,, tem


intenidade X. Portanto, o campo elétrico E 2, de uma carga 4Q, a uma
distância 2d, tem que intensidade ?

Resolução:

K0 Q
E1= 2
=X
d
K0 4 Q 4 K0 Q
E 2= 2
= 2
=X
( 2d ) 4d

Logo vemo que o campó elétrico continua com o mesmo valor X.

3-4 Exercício mais complexo

−7
1) (UFPE) Uma gota de óleo de massa m =1 µg e carga q = 2 × 10 C, é
solta em uma região de campo elétrico uniforme E, conforme mostra a
figura a seguir. Mesmo sob o efeito da gravidade, a gota move-se para
cima, com uma aceleração de 1 m/s². Determine o módulo do campo
elétrico, em V/m.

Reolução:
As força que agem na gota de óleo são a força elétrica Fe e a força peso
P.

Fe

Como a gota se move com aceleração temo:

F R =ma

F e −P=ma

F e =mg+ ma=1 x 10−6 (10+ 1)=11 x 10−6

Mas: F e =qE

11 x 10−6
E= =55 N /C
2 x 10−7
2) Na situação abaixo, determine a intensidade do campo elétrico
resultante que atua sobre o ponto P. O meio é o vácuo.

Q1=25C

4m

θ
Q2=16C 3m P

Resolução

K Q1 9
9 x 10 .25 x 10
−6
E1= 2
= 2
=9 x 103 N / C
d 5

K Q2 9 x 109 .16 x 10−6 3


E2 = 2
= 2
=9 x 10 N / C
d 4

Aplicando a regra do paralelogramo teremos:


2 2 2
E R =E 1 + E2 +2 E1 E 2 cosθ

E R=9 √3,2 x 103 N /C

3) (Freedman 2010) Duas cargas puntiformes são fixadas nos pontos A e B


distantes de um metro. Sendo a carga em A, 10 6 A Q = - C e a carga
em B, 4 10 6 B Q = × - C , determine um ponto P, onde o vetor campo
elétrico resultante seja nulo.

Solução:

Seja a figura abaixo:


4 – Potencial Elétrico

Até aqui, vimos a ação das cargas elétricas no espaço que as envolve, através
do campo elétrico, que é uma grandeza vetorial.
Vamos agora estudar os fenômenos elétricos através do conceito de energia,
por ser uma grandeza escalar.
Para isso estudaremos a Energia potencial elétrica e o potencial elétrico.
4.1 – Potencial Elétrico de uma Carga Puntiforme

Uma carga elétrica puntiforme Q, isolada, gera no espaço a sua volta, num
certo ponto P, por exemplo, uma energia potencial elétrica EP; basta que
coloquemos uma carga q nesse espaço. Dessa forma, definine-se potencial
elétrico ( V ) de um ponto no espaço, a energia potencial elétrica (Ep) por
unidade de carga de prova colocada nesse ponto, ou seja:

Nesse ponto P temos um Ep


potencial elétrico definido V=
q
pela relação ao lado

d
Q P

A partir desa expressão chega-se a definição de potencial elétrico gerado por


uma carga Q: ( unidade de potencial elétrico é o Volt [ V ] ).

K0 Q
V=
d

Onde:

K0 = 9x109 N.m2/C2

d é a distância da carga até o ponto P

Q a carga geradora do potencial

OBS:

Lembremos então, que uma carga no espaço geram duas grandeza física: o
campo elétrico, que é uma grandeza vetorial e o potencial elétrico, que é
uma grandeza escalar.

Exemplo

Na figura abaixo temos dois pontos no vácuo, A e B, no campo de uma carga


elétrica puntiforme fixa, de valor Q= 10 C. Determine:
Lemes 2010

a) A ddp (diferença de potencial ) entre os pontos A e B

Devemos primeiramente calcular os potenciais elétricos que Q cria


em A e B.

K 0 Q 9 x 10 9 x 10
V A= = =9 x 1010 V
d 1

K 0 Q 9 x 10 9 x 10
V B= = =¿6 x 1010 V
d 1,5

Agora calculamos a diferença de potencial:

VA – VB = 3 x 1010 V

OBS: quando várias cargas pontuais então presentes o potencial elétrico


resultante num determinado ponto é a soma algébrica dos potenciais
gerado pelas cargas.

4.2 – O Trabalho para Deslocar uma Carga Elétrica

Quando colocamos uma carga de q num campo elétrico qualquer, fazemos


com que essa carga adquira uma energia potencial elétrica, ou seja, a força
elétrica fica em condição de realizar trabalho. A energia desse sistema
corresponde ao trabalho que pode ser realizado pela força elétrica quando a
carga é deslocada de um ponto para outro.
Lemes 2010

A força é dada por F=q.E


então o trabalho será:

τ AB =qEd=E PA−E PB

Considerando E PB=0 colocando-o no infinito temos:

k0 Q . q
E PA =
d

Que é a energia potencial no ponto A.

Superfícies Equipotenciais

Denomina-se superfície equipotencial o lugar geométrico dos pontos que


apresentam o mesmo potencial elétrico. Normalmente, costuma-se representar
um conjunto de superfícies equipotenciais, contendo cada uma um
determinado valor de potencial elétrico.
No caso de uma carga elétrica puntiforme Q tem-se, em cada ponto P do seu
campo elétrico, um potencial elétrico dado por:

K0 Q
V=
d

Se fixarmos uma distância d=R e considerarmos todos os pontos do espaço ao


redor de Q, e a essa distância R, estaremos gerando uma superfície
equipotencial que, nesse caso, será uma superfície esférica de raio R e centro
em Q, como ilustra a figura abaixo.
Mundim 1997

Copyright 1997: Kleber C. Mundim. All rights reserved.  Register No  169.766 -


Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura

4.3-Exemplos Básicos

1 ) ( M A C K ) S o b r e u m a c a r g a e l é t r i c a d e 2 , 0 x 106 C,colocada em
certo ponto do espaço, age uma força deintensidade 0,80 N. Despreze as
ações gravitacionais.A intensidade do campo elétrico nesse ponto é

F=q . E

F 0,8 5
E= = =4 x 10 V /m
q 2 x 10−6

2) (UF-PI) Uma carga de prova q, colocada num ponto de um campo elétrico E


= 2 x 10-3 N/C, sofre a ação de uma f o r ç a   F   =   1 8 x105 N .   O
v a l o r   d e s s a c a r g a , e m Coulomb, é de ?
F=q . E
5
F 18 x 10 8
q= = =9 x 10 C
E 2 x 10−3

3) (UF-MT) Uma partícula com massa de 2 g permanece estacionária no


laboratório quando submetida a um campo elétrico uniforme vertical de sentido para
baixo e com intensidade de 500 N.C-1. Baseado nos dados, calcule a carga
elétrica da partícula.

Pela figura temos q<0


F el

Então:

E q . E=m. g
P
Q=40µC

4.4- Exemplos mais Complexos

1) (FEI) Na figura, a carga puntiforme Q está fixa em O. Sabe-se que AO=


0,5m , OB=¿0,4 m e que a diferençade potencial entre B e A vale VB-
VA= – 9 000 V . O valor da carga Q (em µ C) é de ?

V A −V B =−9000

K . Q K .Q
− =−9000
0,5 0,4

Q ( 0,51 − 0,41 )= −9000


9
9 x 10
Q=2 μC

2) (UNIP) Na figura representamos uma partícula eletrizada fixa em um ponto


A. Em relação ao campo elétrico gerado pela partícula que está no ponto A,
sabe-se que:

A B C

d d

I.O potencial elétrico em B vale 40V.


II.O vetor campo elétrico em B tem intensidade 40Vm1
O potencial elétrico em C e a intensidade do campo elétrico em C são respectivamente
iguais a ?

Resolução:

Aplicando a fórmula do potencial elétrico:


9
K.Q 9 x 10 .Q
=40→ =40
d d

Aplicando a fórmula do campo elétrico:

K.Q 9 x 109 .Q
2
=40→ 2
=40
d d

Igualando as relações:

1 1 40
= → d=1m e Q=
d
2
d 9 x 10
9

Assim teremos:
9
K . Q 9 x 10 .40
V C= = 9
=20V
2d 2.9 x 10
9
K . Q 9 x 10 .40
EC = 2
= 9
=10 N /C
(2 d) 4.9 x 10

3) (MACK) Uma partícula de massa 2 centígramas e carga1 µC é


lançada com velocidade de 300ms-1, em direção auma carga fixa de
3µC. O lançamento é feito no vácuo,de um ponto bastante
afastado da carga fixa. Desprezando ações gravitacionais, qual a
mínima distância entre as cargas?

2
m . v2 m . v0
τ =q ( V A −V B )= −
2 2

Substituindo os valores , teremos:

d=0,9m

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