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PROPÓSITO
O estudo de como funcionam os sistemas de geração, transmissão e distribuição da energia
elétrica, bem como do domínio das grandezas físicas como tensão, corrente e potências
necessárias para compreender o funcionamento de instalações elétricas é fundamental para o
engenheiro de qualquer especialidade, que na aplicação prática dos seus conhecimentos
técnicos precisará lidar com instalação, operação e manutenção de equipamentos elétricos.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora ou
use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
APLICAÇÕES DA ELETRICIDADE NA
ENGENHARIA
AVISO
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por
questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um
espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais
materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos
números e das unidades.
MÓDULO 1
NATUREZA DA ELETRICIDADE
INTRODUÇÃO À ELETRICIDADE
A eletrostática se refere ao estudo das cargas estáticas, isto é, em repouso, e são a base para
o entendimento dos fenômenos elétricos. A eletrodinâmica, por sua vez, dirige-se às cargas em
movimento. O objetivo principal deste conteúdo é entender o papel da eletrodinâmica,
considerando que ela é responsável pelas grandezas conhecidas como corrente elétrica,
tensão, potência e resistência. Neste módulo, apresentaremos conceitos e notações
importantes para o estudo da eletricidade básica, desde o estudo de cargas estáticas até a
avaliação das cargas em movimento.
CARGA ELÉTRICA
Os átomos são partículas que constituem a matéria. A composição deles é dada por meio de
elétrons, prótons e nêutrons, que são também conhecidos por cargas. Como é de
conhecimento, os elétrons (cargas negativas) orbitam ao redor do núcleo, onde, por sua vez,
encontram-se os prótons (cargas positivas) e nêutrons (carga nula), como pode ser observado
no exemplo da imagem 1.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem 1 - Representação da estrutura atômica.
O menor valor atribuído a uma carga elétrica, passível de ser encontrado, é conhecido por
carga elementar. Esse valor é dado em coulomb (C), sendo:
−19
e = 1,602 ⋅ 10
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O valor apresentado equivale, por sua vez, ao módulo da carga do elétron (ou próton), uma vez
que ambos possuem o mesmo valor, diferindo apenas em sinal.
O átomo em seu estado de equilíbrio possui certa quantidade de energia. Quando um material
é exposto a excitações externas, o elétron adquire energia e, com isso, passa a um estado
conhecido por ser instável. O elétron, ao receber energia, torna-se capaz de transitar para
camadas mais externas do átomo. Essa ação faz com que a distância entre o elétron e o
próton se torne superior à anterior, reduzindo, por sua vez, a força de atração entre essas
partículas (Lei de Coulomb, que será apresentada nos tópicos posteriores). Caso a força seja
suficientemente reduzida, o elétron pode atingir o estado de elétron livre.
A carga elétrica total de um corpo, definida por Q, é dada pela diferença entre prótons e
elétrons, e o seu cálculo pode ser executado pela expressão apresentada pela Equação 1:
Q = ± (ne)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Equação 1
Sendo:
Um átomo em seu estado natural possui números iguais de elétrons e prótons; essa condição
faz com que a carga dele seja neutra. Dessa forma, esse átomo é dito neutro ou em estado de
equilíbrio.
DICA
1
−19
1,602⋅10
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
EXEMPLO
Inicialmente, cabe ressaltar que um corpo cuja carga inicial é nula está em equilíbrio.
Dessa forma, esse corpo possui a mesma quantidade de prótons e elétrons.
Dadas as considerações que fizemos e, ainda, considerando a Equação 1, que define o cálculo
da carga elétrica, vamos definir para a mesma que o sinal utilizado deve ser positivo, por se
tratar de prótons em excesso, e temos n = 4, o que pode ser observado a seguir:
−19
Q = +(4 ⋅ 1,602 ⋅ 10 ) C
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
PROCESSO DE ELETRIZAÇÃO
Um corpo é dito eletrizado quando há retirada ou inserção de elétrons nas suas órbitas. Esse
processo recebe o nome de ionização e pode ocorrer por meio de atrito, contato e indução.
Quando o número de prótons é superior ao de elétrons, diz-se que o corpo está eletrizado
positivamente; da mesma forma, quando o oposto é identificado, o corpo está eletrizado
negativamente. Vejamos algumas formas de promover essa ação nos corpos:
ATRITO
CONTATO
INDUÇÃO
ATRITO
Ao atritar dois corpos, produz-se calor. O calor gerado durante a ação, em certos casos, pode
ser suficiente para que haja transferência de elétrons entre os materiais. Com isso, ambos
passam a estar eletrizados, sendo um positivamente e outro negativamente. A imagem 2
representa uma simples experiência de eletrização por atrito, por meio de materiais facilmente
encontrados no nosso cotidiano.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem 2 - Eletrização por atrito.
CONTATO
Imagem: Shutterstock.com
Imagem 3 - Eletrização por contato.
INDUÇÃO
A eletrização por indução ocorre por aproximação dos corpos, considerando um neutro e outro
positivamente eletrizado. Ao aproximá-los, a carga do corpo neutro tende a se orientar, sendo
que os elétrons livres se deslocam no sentido do corpo eletrizado. Com isso, o corpo neutro
passa a estar polarizado. Uma conexão do corpo polarizado com o terra permite que as cargas
repelidas escoem, como pode ser observado na imagem 4.
FORÇAS ATUANTES
A ELETROSTÁTICA, ESTUDO DO
COMPORTAMENTO DAS CARGAS EM
REPOUSO, PARTE DO PRINCÍPIO DA REPULSÃO
E ATRAÇÃO EM QUE CARGAS DE SINAIS
IGUAIS SE REPELEM, ENQUANTO AS DE SINAIS
CONTRÁRIOS APRESENTAM ATRAÇÃO.
As cargas elétricas que compõem o átomo estão sob a ação de uma força (e pelo princípio
apresentado essa força pode ser atrativa ou repulsiva), que é definida pelo comportamento e
sinal das partículas envolvidas. Essa força, determinada pela Lei de Coulomb, é dada em
newton (N), e se trata de uma grandeza vetorial. Considere a imagem 5: nela é possível
observar os vetores referentes à força atrativa e repulsiva, sendo que inicialmente é
apresentada a repulsão entre cargas de sinais iguais e, em seguida, a força atrativa, que
ocorre entre duas cargas de sinais opostos.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem 5 - Lei de Coulomb.
CAMPO ELÉTRICO
O campo elétrico é uma grandeza vetorial, sendo este o indicativo (medidor) da força por
unidade de carga. O campo elétrico pode ser gerado por uma carga ou mesmo por um
conjunto delas. Ele é de natureza vetorial, possuindo direção e sentido.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem 6 - Campo elétrico divergente e convergente.
TENSÃO ELÉTRICA
A tensão elétrica, por sua vez, é dada pela diferença de potencial entre dois pontos, isto é, o
esforço ou trabalho necessário para mover uma carga em um campo elétrico, de um ponto “A”
até “B”. A diferença de potencial ou ddp é a variação de potenciais medidos. Essa medida,
assim como o potencial, é dada em volts [V]. Observamos maiores potenciais nas
proximidades da carga, pois a força a ser rompida para mover a carga é maior.
Uma carga POSITIVA, ao ser exposta a uma região de diferentes potenciais, tenderá a se
mover do maior para o menor potencial, o que é representado na imagem 7. A recíproca é
válida para uma carga negativa
VAB = VA − VB
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Equação 2
CORRENTE ELÉTRICA
Uma das características da carga elétrica é o fato de ela se movimentar, e essa movimentação
é o que denomina a corrente elétrica e conduz aos conceitos que envolvem, por sua vez, a
eletrodinâmica das cargas.
Ao se aplicar uma tensão, que pode ser uma bateria, as cargas livres, ou seja, os elétrons,
movimentam-se na direção contrária ao campo elétrico, originando a corrente elétrica. É
importante atentar aqui que o termo “corrente” obedece ao que chamamos de convenção de
sinais, sendo nesse caso denominado que a corrente é dada pelo deslocamento das cargas
positivas. Contudo, é de conhecimento que a corrente real em condutores ocorre devido à
movimentação de elétrons, o que pode ser visto na imagem a seguir.
Q
I =
Δt
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Equação 3
Onde:
segundo
ATENÇÃO
CORRENTE CONTÍNUA
É aquela na qual não é observada variação de carga à medida que o tempo passa. Isto é, a
carga que atravessa o condutor é constante. Isso pode ser visto com clareza na imagem 9.
CORRENTE ALTERNADA
Diferente da CC, é aquela em que há variação temporal. Isto é, a quantidade de carga que
atravessa o condutor ao longo do tempo é variável, isso pode ser visto com clareza na imagem
10.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 1,602 ⋅ 10−19
B) 1,87 ⋅ 1019
C) 28,8 ⋅ 1019
D) 3,12 ⋅ 1019
E) 9,36 ⋅ 1019
GABARITO
1. Considere um fio condutor sendo atravessado por uma corrente elétrica por um
intervalo de 3 segundos. A intensidade da corrente que o atravessa é de 5 A. Deseja-se
calcular a quantidade de elétrons que atravessam a seção transversal do fio, sabendo-se
que a carga do elétron é dada por e = −1,602 ⋅ 10
−19
.
Passo 1:
Q
I =
Δt
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
É possível calcular a carga total, Q, que atravessa a seção:
Q = I Δ t
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim, temos:
Q =(5)(3)= 15C
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Passo 2:
O enunciado da questão pede a quantidade de elétrons que atravessa a seção, o que faz
necessário o uso da Equação 1 apresentada:
Q = ± (ne)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim, temos:
Q
n =
e
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Onde, temos:
n =
15
−19
= 9,36 ⋅ 10
19
el é trons.
1,602⋅10
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Por definição, a corrente convencional segue o fluxo oposto à corrente real, que se refere ao
trânsito de cargas livres, elétrons. Assim, desprezando o sinal do elétron, em que o fluxo é do
menor para o maior potencial, a corrente convencional acontece de forma oposta, do maior
para o menor potencial.
MÓDULO 2
É sabido que a eletricidade foi descoberta por um filósofo grego chamado Tales de Mileto,
cujos experimentos com atrito possibilitaram que ele enxergasse características atrativas entre
os objetos estudados. A partir de então, os estudos se desenvolveram até resultar no que
temos atualmente.
TALES DE MILETO
Diariamente são desempenhadas diversas atividades que requerem o uso de eletricidade. Para
chegar aos terminais residenciais pronta para o uso, ela passa por inúmeros processos de
transformação, que garantem que sua oferta seja feita de forma segura aos consumidores. A
eletricidade é uma fonte secundária de energia, isto é, sua obtenção é proveniente de uma
fonte primária (solar, hidráulica, carvão, petróleo e outras). Essa obtenção parte do princípio da
primeira Lei da Termodinâmica, ou seja, a Lei da Conservação da Energia, que estabelece que
nada se cria ou se perde, tudo se transforma. Assim, até chegar à eletricidade, a energia em
seu estado primário é transformada. Existem diversas formas de executar esse processo,
porém, cada um deles possui uma desvantagem a ser considerada, seja ela relacionada ao
custo ou, ainda, aos impactos ambientais, constantemente discutidos.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem 11 - Caminho percorrido pela eletricidade.
GERAÇÃO
Uma grande evolução dos estudos relacionados à eletricidade se deu em 1831, com Michael
Faraday e suas propostas que envolveram a variação da corrente e indução magnética,
conduzindo, assim, ao primeiro experimento e à aplicação na geração de correntes elétricas.
Esse conceito se aperfeiçoou ao longo do tempo, e é senso comum que os geradores são as
principais fontes de eletricidade.
Foi um físico e químico britânico que atou com fortes contribuições para os estudos do
eletromagnetismo e da eletroquímica.
A geração de eletricidade consiste em transformar ou converter um recurso energético em
eletricidade e, como dito, o gerador é uma das formas mais comuns de se fazê-lo. No Brasil, a
matriz elétrica é composta majoritariamente por recursos hídricos. Contudo, a escassez desses
recursos, agregada às preocupações quanto ao uso de recursos menos poluentes, faz com
que a busca por fontes renováveis seja um tópico em constante debate.
TIPOS DE GERAÇÃO
Em geral, a corrente contínua pode ser utilizada em circuitos de baixa tensão, como, por
exemplo, os eletroeletrônicos, pilhas e baterias. Além disso, é bem comum a aplicação da
corrente contínua na geração de energia solar fotovoltaica.
Os geradores de corrente alternada, contudo, são mais eficientes que os geradores CC. Ao
nível de transmissão, essa perda é reduzida, se feita em corrente alternada.
TRANSMISSÃO
A energia elétrica que se encontra nas usinas geradoras precisa ser transportada aos centros
de distribuição. Essa ação é desempenhada pelo sistema de transmissão, ilustrado na imagem
13. Por meio desse sistema, a energia é transmitida das unidades geradoras até a distribuição.
Para isso, utiliza-se, em geral, corrente alternada, a elevados níveis de tensão, sendo estes
alcançados com o auxílio de transformadores elevadores.
Foto: Shutterstock.com
Imagem 13 - Linhas de transmissão.
ATENÇÃO
Para a transmissão em corrente contínua, é necessário que a corrente alternada seja retificada,
para que então seja transportada. Essa transmissão pode ser feita utilizando apenas um cabo.
TRANSFORMADORES
V1 I2
=
V2 I1
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Equação 4
Existem diversos tipos de transformadores, que variam com a aplicação, potência e modelo.
EFEITO JOULE
DISTRIBUIÇÃO
A distribuição é o ramo do setor elétrico responsável por fazer com que a energia chegue
efetivamente até os pontos consumidores após passar pelo sistema de transmissão.
Historicamente, os registros indicam que esse transporte de eletricidade se dava por meio de
condutores de ferro, que evoluíram até que finalmente começaram a fabricar fios de cobre
cobertos por isolante.
É importante destacar que na literatura diversas referências são feitas ao que é nomeado
sistema de subtransmissão. Este nada mais é do que distribuição em alta tensão, não
esquecendo que os níveis de tensão foram elevados para serem transmitidos, logo, essa
tensão necessita ser reduzida por meio de transformadores para que possa ser utilizada.
Por fim, no sistema de distribuição, em média tensão, há novamente um ajuste de tensão que
pode ser média tensão ou baixa tensão (consumidores residenciais). A ANEEL (Agência
Nacional de Energia Elétrica) define os seguintes níveis de tensão para o sistema de
distribuição:
A energia distribuída aos consumidores vem das unidades geradoras. Essas distribuidoras são
empresas concessionárias, fiscalizadas e regulamentadas pela ANEEL, que adquirem o direito
de operar o sistema por meio de concessão. Assim, a energia é adquirida pela distribuidora por
meio do mercado de energia.
FONTES DE ENERGIA
Existem atualmente, para acesso e diversificação da matriz geradora, diversas fontes de
energia. Elas, por sua vez, podem ser categorizadas em renováveis e não renováveis. Faz-se
importante o conhecimento de algumas delas, bem como as vantagens e desvantagens que
seu uso implica. Dessa forma, é possível exercer um bom planejamento do sistema e fazer uso
dos recursos com maior eficiência.
ENERGIA HÍDRICA
Mais utilizada no Brasil, esse tipo de energia utiliza a movimentação da água para geração de
eletricidade.
Vantagem Desvantagem
É uma fonte
Para a construção desse tipo de usina, pode ser necessário um
limpa e
grande impacto ambiental, que, por sua vez, interfere tanto na
altamente
biodiversidade quanto na migração de populações residentes nas
utilizada no
proximidades.
Brasil.
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Vantagem Desvantagem
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ENERGIA EÓLICA
Produção de energia partindo da disponibilidade do vento.
Vantagem Desvantagem
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BIOMASSA
A produção de energia ocorre dada a combustão de materiais orgânicos. Dentre eles, podem
ser identificados: madeira, bagaço de cana-de-açúcar e outros.
Vantagem Desvantagem
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ENERGIA MAREMOTRIZ
Geração de eletricidade por meio das marés.
Vantagem Desvantagem
É uma fonte
Para utilização desse tipo de energia é necessário aplicar
considerada
tecnologias que podem encarecer e inviabilizar o investimento.
limpa.
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COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Geração de eletricidade proveniente da queima de combustíveis fósseis.
Vantagem Desvantagem
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ENERGIA NUCLEAR
Geração de energia elétrica a partir do calor provocado pela fissão nuclear.
Vantagem Desvantagem
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TARIFAS
As tarifas de energia são a forma de remuneração pelo uso do sistema elétrico e pela energia
utilizada. Durante o ano, é possível observar a variação no custo total pago, que se deve à
troca de bandeiras. Essas bandeiras se referem ao uso de diferentes geradores, que podem
exigir maiores investimentos que os usuais, elevando ou reduzindo a fatura final.
Aos consumidores de baixa renda, aplica-se a tarifa social de energia elétrica (TSEE). Essa
tarifa foi criada pela Lei n° 10.438/2002 e permite que sejam concedidos descontos para os
consumidores enquadrados na Subclasse Residencial Baixa Renda, que são beneficiados com
a isenção do custeio da Conta de Desenvolvimento Energético ‒ CDE e do custeio do
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica ‒ Proinfa.
Classe Subclasse
Baixa renda.
Residencial
Baixa renda benefício de prestação continuada da assistência social.
Industrial
Templos religiosos.
Agropecuária urbana:
Residencial rural;
Agroindustrial;
Aquicultura.
Iluminação pública.
Serviço público:
Poder
Tração elétrica.
público
Água, esgoto e saneamento.
Consumo próprio.
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APLICAÇÃO DA ELETRICIDADE
Dentre as diversas aplicações da energia elétrica, podemos citar:
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
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Telecomunicações: setor no qual podemos observar a transmissão de dados feita por meio de
ondas eletromagnéticas.
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Computação.
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Automação.
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B) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia.
D) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local.
E) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída.
GABARITO
1. Qual é o tipo de geração elétrica recomendado para uma pequena vila, localizada em
um vale entre montanhas de difícil acesso, sabendo-se que o local contém um curso
d’água utilizado para consumo da cidade e irrigação de pequenas lavouras, pouco vento
e uma alta incidência solar?
2. Qual das fontes de energia primária apresentadas abaixo não possui sustentabilidade
ambiental?
Dentre as formas de energia apresentadas, o carvão mineral é um tipo de fonte de energia não
renovável. Ele se encontra entre os combustíveis fósseis e é altamente poluente. Todas as
demais alternativas são referentes a energias renováveis, conhecidas também como energias
alternativas (nem toda energia alternativa é necessariamente renovável).
MÓDULO 3
ELETRICIDADE E PROJETOS
APLICAÇÃO DA ELETRICIDADE NO
COTIDIANO
Para desenvolver projetos que envolvam o uso da eletricidade, é necessário que o profissional
possua formação adequada, o que garantirá que ele tenha conhecimento dos aspectos que
envolvam a segurança, tanto para as pessoas quanto à preservação dos equipamentos
envolvidos no projeto. A princípio, é necessário entender os componentes básicos encontrados
em circuitos elétricos e instalações, bem como a forma com que eles operam. Ainda, é
desejável que o projetista utilize símbolos e nomenclaturas padronizados, fazendo com que o
projeto se torne acessível para os demais profissionais da área.
Os tópicos a seguir apresentam os conceitos básicos referentes aos circuitos elétricos e suas
notações.
CIRCUITO ELÉTRICO
Um circuito elétrico pode ser caracterizado e definido por um caminho pelo qual a carga deve
ser transportada. Em uma residência, existem diversos circuitos elétricos que transportam a
carga até os terminais onde serão feitas as conexões de equipamentos (tomadas e plugs) e a
iluminação.
A composição de um circuito é dada por meio de uma fonte, podendo esta ser o sistema
elétrico, como ocorre nas residências, ou até mesmo uma pilha, em circuitos CC de pequeno
porte. A diferença de potencial existente devido à fonte é o que permite a circulação de cargas,
caracterizando a corrente elétrica. Assim, a corrente percorre o caminho construído por fios de
material condutor. É importante destacar os seguintes aspectos que caracterizam alguns
materiais encontrados em circuitos e instalações elétricas:
CONDUTOR
SEMICONDUTOR
ISOLANTE
CONDUTOR
Esse tipo de material é caracterizado por apresentar maior liberdade no que diz respeito ao
movimento de cargas elétricas. Isso ocorre devido à fraca ligação entre elas e o núcleo,
possibilitando fácil desprendimento.
SEMICONDUTOR
ISOLANTE
Esse termo se refere a materiais cujos elétrons não desprendem facilmente, havendo forte
ligação entre o núcleo e os elétrons.
RESISTÊNCIA ELÉTRICA
No momento em que a corrente percorre o material condutor, este apresenta uma resistência à
passagem da corrente.
A resistência é uma propriedade do material cuja representação é dada pela letra R. Esse valor
pode ser calculado como mostra a equação seguinte:
l
R = ρ
A
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Equação 5
Em que:
Prata 1,64x10
−8
Condutor
Cobre 1,72x10
−8
Condutor
Alumínio 2,8x10
−8
Condutor
Ouro 2,45x10
−8
Condutor
Carbono 4x10
−5
Semicondutor
Germânio 47x10
−2
Semicondutor
Silício 6,4x10
2
Semicondutor
Papel 10
10
Isolante
Mica 5x10
11
Isolante
Vidro 10
12
Isolante
Teflon 3x10
12
Isolante
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Ao observar a Equação 5, vemos que quanto maior a resistividade do material, mais resistente
ele é à passagem de corrente elétrica. Dessa forma, podemos ver por meio da Tabela 1 que os
materiais de maior resistividade são categorizados como isolantes. Em circuitos elétricos, esse
efeito é modelado pelo resistor, representado, simbolicamente, como mostra a imagem 15.
A relação entre tensão e corrente para um resistor é modelada pela primeira Lei de Ohm. Por
meio desta, é dito que há uma relação de proporcionalidade entre tensão e corrente, como
descreve a equação 6:
v ∝ i
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Equação 6
Onde:
v é a tensão;
i é a corrente.
Resistência é uma propriedade do material, diversos são os fatores que podem alterá-la, como
temperatura.
v = Ri
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Equação 7
Onde:
v é a tensão;
i é a corrente;
R é a resistência.
ATENÇÃO
Para aplicar a Lei de Ohm, deve-se atentar ao sinal da corrente e à polaridade da tensão. Isto
é, a corrente convencional flui do maior para o menor potencial, resultando em uma tensão
positiva. Caso o oposto seja identificado (ou definido), o potencial é negativo.
Quando o valor do resistor é nulo, o circuito é visto como um curto-circuito, pois a baixa
resistência faz com que altas correntes circulem pelo resistor.
Circuito série
Aquele cujos elementos estão todos em série. Em uma configuração como essa, a corrente
que circula por todos os elementos será a mesma corrente.
Nota: resistores em série podem ser associados por meio da soma, resultando em uma
resistência final maior que a resistência individual.
Circuito paralelo
Os circuitos paralelos, como o nome diz, são aqueles cujos elementos estão em paralelo.
Nessa configuração, a tensão ou ddp sobre os elementos é a mesma, já a corrente se
distingue.
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Equação 8
POTÊNCIA E ENERGIA
A aplicação dos conceitos e elementos do circuito pode ser facilmente visualizada na prática.
Em geral, ao adquirir um equipamento (lâmpada, TV ou outro), a principal informação é a
quantidade de potência com que o equipamento trabalha. Essa grandeza influencia tanto no
desempenho quanto no gasto final mensal computado pela conta de energia.
EXEMPLO:
Uma lâmpada de 12W é mais potente que uma lâmpada de 9W. Em um mesmo cômodo, essa
primeira lâmpada irá iluminar mais que a segunda. É importante destacar que a escolha da
iluminação envolve diversos outros fatores, como conforto, tamanho do cômodo e iluminação
desse espaço, que não são de interesse do nosso estudo.
dw
p ≜
dt
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Equação 9
Onde:
Sabe-se que a corrente é dada pela variação de cargas que atravessa a seção de um condutor.
Dessa forma, a equação pode ser rearranjada, tal que:
dw dw dq
p = =
dt dq dt
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Equação 10
Assim, tem-se que a potência pode ser representada matematicamente pele seguinte equação:
p = vi
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Equação 11
Pela lei da conservação de energia, dentro de um circuito, a soma das potências deve ser nula,
uma vez que havendo fornecimento por uma parte, há consumo em outra.
Para calcular a energia, basta integrar a equação da potência no período de tempo avaliado.
Freezer 100
Iluminação 100
Ferro de passar 15
TV 10
Torradeira 4
Secadora 80
Micro-ondas 25
Computador 12
Rádio 8
Relógio 2
Considere uma residência, onde o consumo ao final do mês tenha sido de 800kWh. É
desejável calcular o consumo mensal (em reais) utilizando os seguintes dados da escala
tarifária residencial:
Tarifa mensal básica a ser paga pela operação do sistema é de R$19,00.
Para o cálculo do valor final da conta, devemos observar que a tarifa básica deve ser incluída:
V f = 16 + 20 + 25 + 19 = R$80,00
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
De posse desse resultado, é possível calcular ainda o custo médio do Kwh, onde:
Custo m é dio = 80
100+200+500
= 0,10/kW h
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERE UMA DIFERENÇA DE POTENCIAL DE 9,0V APLICADA EM
UM RESISTOR CUJO VALOR É DE 3,0Ω. CALCULE A CORRENTE
ELÉTRICA QUE PERCORRE O RESISTOR E A POTÊNCIA DISSIPADA POR
ELE. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) 1,0A e 9,0W
B) 2,0A e 18,0W
C) 3,0A e 27,0W
D) 4,0A e 36,0W
E) 5,0A e 45,0W
C) 300Ω com a lâmpada acesa e tem um valor bem maior quando apagada.
D) 300Ω com a lâmpada acesa e tem um valor bem menor quando apagada.
E) 600Ω com a lâmpada acesa e tem um valor bem maior quando apagada.
GABARITO
Para calcular a corrente que circula pelo circuito, aplica-se a Lei de Ohm, sendo:
v = Ri
9
i = = 3A
3
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
p = vi
v = Ri
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim:
p = Ri ²
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sendo:
2
p = 3(3) = 27W
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
2. Uma lâmpada possui os seguintes dados nominais: 6,0V; 20mA. Considerando essas
informações, assinale a alternativa correta em relação à resistência elétrica do seu
filamento:
A alternativa "D " está correta.
v = Ri
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim:
v 6
R = = = 300Ω
i 2m
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, tratamos de conceitos básicos para o estudo introdutório da eletricidade
aplicada.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5. ed. Porto
Alegre: AMAGH, 2013.
EDMINISTER, J. A.; NAHVI, M. Circuitos elétricos: reedição da edição clássica. 2. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 1991.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, a EPE oferece uma página
interativa com os dados energéticos. Nela, estão expostas informações quanto à geração
e ao consumo no Brasil, além de dados referentes ao comércio de energia.
CONTEUDISTA
Isabela Oliveira Guimarães