Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NAVY,BUREAUOF NAVALPERSONNEL
TRAINING PUBLICATIONS DIVISION
CURSO COMPLETO DE
ELETRICIDADE
BÁSICA
HEMUS
CURSO COMPLETO DE
ELETRICIDADE
BÁSICA
Tradução:
Cedida pelo Centro de Instrução Almirante Wandenkolk,
Ministério da Marinha, RJ
Coordenação e Revisão:
Equipe Técnica Hemus
Editoração:
Maxim Behar
Título original:
BASIC ELECTRICITY
['------'t-]-em
_
us]
hemus livraria editora limitada
01510 rua de. cjore 312 lberdc.de
fone 27GQ<1ll pabx
telex (011)32005hlel br
catxa. postal %86 são paU<> bra.sl
Cap(tulo 3 - Baterias
A Pilha - A Bateria - Tipos de Baterias - Pilhas de Mercúrio - Baterias de Ácido-Chumbo -
Baterias de N(quel-Cádmio - Baterias de Prata e Zinco - Baterias de Prata-Cádmio . . 51
Capt'tulo 1O - Indutância
Unidade de I ndutância - Auto-Indução - Indutância Mútua - Efeitos da Indutância em um
Circuito Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241
Capltulo 11 - Capacitância
Revisão de Eletrostática - O Capacitor - Materiais Dielétricos - Unidade de Capacitância -
Fatoreque Afetam o Valor da Capacitância- Tensão nos Capacitorcs -Carga e Descarga de um
Capacitor - Carga e Descarga de um Circuito Série RC - Constante de Tempo RC -
Gráfico Universal de Constante de Tempo - Capacitores em Paralelo e em Série - Perda nos
Capacitares - Tipos de Capacitores - Código de Cores para os Capacitores - Aplicação dos
Capacitares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263
Capr'tulo 12- Reatância Indutiva e Capaàtiva
Reatância Indutiva -Potência no Circuito Indutivo - Reatância Capacitiva o o 291
Apêndices
Apêndice I - Alfabeto Grego o o o o o o o . o o o o o o o o o o o o o o o o o o • o o o o o o o o o o o o 625
Apêndice ll - Abreviaturas Comuns e Símbolos o o o o o o o o o o o o o o o • o o o o o o o o o o o o 626
Apêndice /ll- Glossário o o o . o o o o o o . o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o .o o o o o 627
Apêndice IV - Código de Cores .. o o o o . o . o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 631
Apêndice V - Ca pacidade de Condutores . . o o o o o o o o o o o o o o o .o o o o o o o o o o o o o o 636
Apêndice VI - Correntes para Motores sob Carga Plena o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 637
Apêndice VII- Fórmulas o o o o o o o o o o . o o o o o o . o o o o o o o o .o • o o o o o o .o o o o o 638
Apêndice VIII - Funções Trigonométricas . o o o o o o o o o o o o o o o .o , o o o o o o o o o o o o 642
Apêndice I X - Quadrado e Raix Quadrada . o o o . o o o o . o o o o o o o .. o o . o o o . o •o o o 651
Apêndice X - Leis dos Expoentes o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o .o o o o o o o o o o o o o o 652
Ca p(tulo 1
Segurança
7
5. Exerça, na ocorrência de um perigo imprevisto, cuidados razoáveis compatíveis
com a situação.
8
PRECAUÇÕESGERAJSDESEGURANÇA
9
sitivos de segurança nos equipamentos, mas eles são inúteis se não forem obedecidas
regras básicas de segurança.
As seguintes regras são básicas e devem ser cumpridas permanentemente por todo
o pessoal quando trabalhando com ou nas proximidades de alta tensão:
1. CONSIDERE CUIDADOSAMENTE O RESULTADO DE CADA AÇÃO A SER
EXECUTADA. Nlro há razão, em absoluto, para um indivíduo correr riscos ou colocar
em perigo a vida do seu semelhante.
2. AFASTE-SE DE CIRCUITOS ALIMENTADOS. Não substitua componentes
nem faça ajustagens dentro de equipamento com a alta tensão ligada.
3. NÃO FAÇA REPARO SOZINHO. Tenha sempre ao seu lado uma pessoa em
condições de prestar primeiros socorros no caso de uma emergência.
4. NÃO CONFIE NOS INTERLOQUES nem dependa deles para a sua proteção.
Desligue sempre o equipamento. Não remova, não coloque em curto-circuito nem inter-
fira com a ação dos interloques, exceto para reparar a chave.
5. NÃO DEIXE O SEU CORPO EM POTENCIAL DE TERRA. Certifique-se de
que você não está com o seu corpo em potencial de terra, isto é, com o corpo em contato
direto com partes metálicas do equipamento, particularmente quando estiver fazendo
ajustagens ou medições. Use apenas uma das mãos quando estiver reparando equipa-
mento alimentado. Conserve uma das mãos nas costas.
6. NÃO ALIMENTE QUALQUER EQUIPAMENTO QUE TENHA SIDO MO-
LHADO. O equipamento deverá estar devidamente seco e livre de qualquer resíduo
capaz de produzir fuga de corrente antes de ser alimentado.
As regras acima, associadas com a idéia de que a tensão não tem favoritismos e que o
cuidado pessoal é a sua maior segurança, poderão evitar ferimentos sérios ou talvez a morte.
Como regra geral , não se deve efetuar reparo em circuito alimentado. Quan do, por
motivo de emergência ou porque seja considerado necessário, um equipamento tiver que
ser reparado em condiçlfo de operação, o reparo deverá ser executado por pessoal expe-
riente e de preferência sob a supervisão de um suboficial chefe de equipe. Todas as pre-
cauções conhecidas devem ser tomadas. O local deverá ser devidamente iluminado. O
técnico deverá ficar totalmente isolado de terra e utilizar apenas uma das mãos na exe-
cução do reparo. Auxiliares deverão ficar em condições de desligar as chaves principais
de alimentação de maneira que o equipamento possa ser rapidamente desalimentado
em caso de necessidade. Um homem devidamente instruído na aplicação de primeiros
socorros para choque elétrico deve ficar à disposição durante todo o período de duração
do reparo.
10
terra seguro e porque há uma tendênCia de o técnico ignorar o uso de um fio terra, está
sendo desenvolvido um sistema de três fios padronizados no qual um é o terra. Desta
forma, o terra passa a ser parte do cabo de alimentação. Como o plugue só pode ser ligado
a um receptáculo em que um dos pinos é terra, a segurança será perfeita.
Todas as novas ferramentas usam um fio verde como terra. Esse fio é ligado ã car-
caça do metal da ferramenta e o extremo oposto fecha com o terra no receptáculo. Esse
fio verde de nenhuma forma deverá fazer contato com os fios preto e branco que trazem a
tensão de alimentação para o equipamento. Se o equipamento ainda não for dotado
com o sistema de terra automático, o técnico deve providenciar, antes de alimentar a
ferramenta ou equipamento, um fio terra externo ligando-o da carcaça para um ponto
finne de terra. O fio terra deve ser ligado antes de alimentar e desligado depois de desali-
mentar o equipamento.
11
Vapores explosivos
Combustíveis, álcool, materiais de pintura, vernizes isolantes, certos produtos de
limpeza e muitos outros gases industriais produzem vapores que são potencialmente
explosivos quando acumulados em compartimento fechado. O perigo relacionado com
esse material depende do PONTO DE IGNIÇÃO do líquido. O ponto de ignição é a mais
baixa temperatura na qual o líquido libera vapor que se acumula em quantidade sufi-
ciente para formar uma mistura combustível com o ar ambiente. Apesar de o oxigênio
líquido não ter ponto de ignição, o efeito explosivo é o mesmo. Qualquer material capaz
de oxidar se toma altamente explosivo na presença do oxigênio líquido.
O ponto de ignição varia para cada material específico. O pessoal que manipula
materiais voláteis deve familiarizar-se com .as características do material com que tra-
balha. Deve-se conhecer, principalmente , o seu ponto de ignição assim como a concen-
tração que constituirá mistura combustível.
Uma regra geral de segurança relacionada com vapores explosivos é providenciar
adequada ventilação ambiente para evitar o acúmulo de vapor ou dispersar o vapor acu-
mulado antes de operar qualquer equipamento elétrico no compartimento. A presença
ou ausência de odores não é indicação confiável do perigo iminente, já que a sensibili-
dade de detetar odores varia sensivelmente entre as pessoas.
Vapores tóxicos
Alguns líquidos, após evaporar, produzem vapor altamente danoso às pessoas.
O tetracloreto de carbono, por exemplo, é um solvente bastante eficiente, um exce-
lente material para limpeza e extinção de fogo, mas produz um vapor tão tóxico que o
seu emprego, em qualquer setor, é extritamente proibido na Marinha. Outros materiais
são também ou proibidos ou de uso bastante limitado. Na maioria dos casos, as precau-
ções de segurança previstas para um determinado material são dadas em forma escrita
na própria embalagem. Essas precauções devem ser seguidas à risca. Deve-se usar mate-
rial substituto sempre que possível.
A segurança requer que todo o pessoal se familiarize com o perigo produzido pelo
emprego de todos os materiais. Os materiais tóxicos e vapores podem ser facilmente
detectáveis ou podem ser completamente indetectáveis. Podem atuar lentamente ou quase
instantaneamente. Causam desconforto, danos temporários, invalidez permanente ou
mesmo a morte. Podem ou não ser explosivos em aditamento à sua toxidade. Os vapores
tóxicos produzem dor de cabeça, tontura, náuseas e uma sensação geral de doença. Eles
podem causar uma gradual redução de interesse, energia e atenção, assim como incons-
ciência. O sistema respiratório, visão e pele podem ser afetados de maneira temporária
ou permanente. Causam paralisia ou a morte. Todo o pessoal deve estar alertado para o
fato de não se expor de maneira prolongada aos vapores, particularmente em condições
desconhecidas e inseguras.
Espaços confmados
Quando o pessoal operar em espaço confmado deve-se providenciar adequada
ventilação ambiente. A ventilação deve incluir oxigênio para a respiração normal, refri-
geração para evitar a exaustão pelo calor, movimento e extração do ar, para o caso de
vapor acumulado, e uma fonte adicional ou alternativa de ventilação para uso imediato
no caso de emergência. Quando um homem, por qualquer razão, entra em espaço éon-
finado, devem ser tomadas providências antecipadas para a sua retirada rápida em caso
de acidente ou em caso de emergência. Essas providências incluem o emprego de cordas
12
de segurança para localizaçã"o e retirada. Deve ser previsto um meio de comunicaçã'o
permanente de modo que o pessoal engajado conheça, em qualquer instante, as condições
existentes dentro e fora do espaço confinado. Um homem de segurança deve ficar perma-
n!!ntemente atento verificando as condições do compartimento e o estado do homem
no seu interior. Esse homem deve estar preparado para prestar auxílio adicional e assistir
ao que opera no interior do ambiente.
Os espaços confmados tendem a acumular fumaça, de maneira que as condições
devem ser verificadas antes da entrada. Quem entra em um compartimento fechado deve
também verificar as condições que for encontrando e manter o pessoal externo infor-
mado. O homem de segurança deve manter contato permanente com o homem no interior
e ser informado por este de qualquer condição anormal existente.
O equipamento a ser usado pelo pessoal que trabalha em espaço confmado é maté-
ria de considerável importância. A iluminaçã"o deve ser suficiente para que ele tenha per-
feita visã"o total do que está fazendo.Os cabos de iluminaçã"o deverão estar perfeitamente
isolados de maneira a evitar-se a possibilidade de choque (os espaços confmados são
comumente bastante quentes e uma lâmpada produz calor adicional, de maneira que a
transpiração se torna um problema bastante sério). Quando possível, deve-se usar equi-
pamento à prova de explosã'o e roupas protetoras assim como máscaras nos casos em
que se suspeita da presença de fumaça tóxica.
Extinção de incêndios
No caso de incêndio elétrico, as seguintes providências devem ser imediatamente
tomadas:
1. Desalimente o circuito.
2. Acione o alarme de incêndio.
3. Controle ou extinga o incêndio usando o extintor próprio disponível.
4. Comunique a ocorrência ã autoridade responsável.
(pª-!!. a extinçã'o de incêndio elétrico, use um extintor com C02 (dióxido d- bono)
e dirija o jato para a base da chamNão deve ser usado, de forma alguma, Tetra- cloreto de
Carbono para extinção de incêndio, porque o tetracloreto se transforma em fosgênio
(um gás venenoso) quando em contato com metais quentes e, mesmo ao ar livre, é
criada uma condição de perigo. A aplicação de água nos incêndios elétricos é perigosa.
Não deverão ser usados extintores de espuma, já que a espuma é eletricamente
condutiva.
No caso de incêndio em cabo elétrico no qual as chamas isolantes internas entram
em combustã'o, 0 único método positivo para evitar que o fogo se propague ao longo de
13
toda a extensã'o do condutor é cortar o cabo nos dois extremos queimados. A energia
deve ser desligada e o cabo deverá ser seccionado com um machado que tenh.1 cabo de
madeira ou com um cortador de cabo devidamente isolado. Separe em seguia os extre-
mos cortados.
Quando os retificadores de selênio se queimam, liberam uma substância denomi-
nada dióxido de selênio que apresenta odor fético bastante forte. A fumaça é venenosa
e não deve ser respirada. Se um retificador se queimar, desligue o equipamento e ventile
imediatamente a área.·Espere o retificador esfriar antes de tentar a sua substituição.
Se possível remova o equipamento para o ar livre. Não toque no retificador enquanto
ele estiver aquecido, pois haverá o perigo de queima e absorção do composto através
da pele.
Os incêndios provocados por madeira, papel, pano ou explosivos deverão ser com-
batidos com água. A água tem açã'o efetiva, baixo custo e segurança de manuseio.
Os jatos sólidos de água não são eficazes no combate aos incêndios produzidos
por óleo, gasolina, querosene ou tintas porque essas substâncias flutuam e continuam
a queimar na superfície da água. Além disso, o jato espalha o material em combustão
aumentando a área do incêndio. Por essas razões, esses tipos de incêndios são normal-
mente combatidos com espuma ou água na forma de neblina.
PRECAUÇÃO DE SEGURANÇA
NA UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS ELÉTRICAS
_;:;.orno precaução geral, certifique-se de que as ferramentas usadas estão dentro dos
padrões determinados pela Marinha com relação à qualidade e tipo e empregue-as apenas
nos trabalhos para os quais forem projetadas. Todas as ferramentas no serviço ativo
deverã'o ser mantidas em perfeitas condições de funcionamento. Todas as ferramen tas
avariadas deverão ser encaminhadas para reparo ou substituição.
Quando usar uma perfuradora portátil, segure-a firmemente durante a operação
para evitar trepidação e resvalo capaz de causar ferimentos ou avaria no material ou na
ferramenta. Use brocas perfeitas e afiadas devidamente afixadas na máquina. É impor-
tante que a broca se ajuste perfeitamente ao seu alojamento. O ponto de perfuração
deverá ser bem definido e se o material for metal deve-se marcar com um punção o ponto
antes de iniciar a perfuração.
Ao selecionar uma chave de fenda para trabalho no setor de eletricidade certifique-
se de que a mesma é do tipo com cabo isolado. Uma chave de fenda não deve ser usada
como punção ou formão. A extremidade deve ter largura e espessura suficien te para se
ajustar perfeitamente ao rasgo na cabeça do parafuso.
Para retirar fusíveis use saca-fusível do tipo e tamanho correto para o serviço.
O ferro de soldar é uma ferramenta que apresenta perigo iminente de incêndio e
é uma fonte potencial de queimaduras. Suponha sempre que um ferro de soldar está
quente. Nunca repouse o ferro em outro ponto que não seja o seu repouso de metal.
Não agite o ferro quente para remover resíduos de solda da sua ponta, pois gotas da solda
poderão atingir e queimar pessoas nas proximidades ou cair dentro do equipamento e
provocar um curto-circuito. Segure a peça a ser soldada com alicate apropriado. Para
limpar o ferro, coloque um trapo sobre uma superfície e passe o ferro sobre o trapo. Não
segure o trapo na mão para limpar o ferro. Desligue sempre o ferro de soldar quando
você tiver que se ausentar do local mesmo que por período de tempo curt o. A ausência
poderá se prolongar de maneira imprevista.
14
Ferramentas elétricas portáteis
Todas as ferramentas portáteis deverão ser cuidadosamente inspecionadas antes de
serem utilizadas para se verificar o seu estado de limpeza, lubrificação e condições de
funcionamento. As chamas de alimentação ou de controle deverão funcionar perfeita-
mente e o cabo de alimentação deverá estar perfeito. A carcaça de qualquer ferramenta
elétrica deverá ser ligada ã terra. As ferramentas elétricas que produzem centellia não
deverão ser utilizadas em compartimentos que contenham vapores inflamáveis, gases,
líquidos e sólidos explosivos.
Certifique-se de que o cabo de alimentação não entrará em contato com qualquer
superfície cortante , o cabo de alimentação não deverá fazer dobras nem poderá ser
deixado em locais onde possa ser pisado ou receber peso inadvertidamente. Deverá..er
evitado contato com óleo, graxa, produtos quínúcos ou superfícies aquecidas. Quando
avariados, deverão ser totalmente substituídos e não emendados e cobertos com fita
isolante. Ao desligar o equipamento da tomada, puxe o plugue e não o cabo.
Máquinas instaladas
O traballio elétrico diário requer o emprego de um certo número de máquinas fixas
com instalação permanente. Em aditamento ãs precauções para o uso de ferramentas, há
algumas outras a serem observadas com relação ãs máquinas pesadas de instalação fixa
na oficina. As mais importantes são:
1. Nunca opere uma máquina com as proteções previstas para segurança removidas.
2. Nunca opere equipamento mecânico ou elétrico a menos que esteja devidamente
familiarizado com o seu funcionamento e função dos controles.
3. Certifique-se, antes de ligar uma máquina, se a área está livre para a operação da
mesma.
4. Não tente nunca consertar uma máquina emperrada sem antes desligar a alimen-
tação geral.
S. Ao içar máquinas pesadas ou manobrar qualquer peso, mantenha o pessoal afas-
tado e guie o material com cabos a ele ligados.
6. Nunca ligue uma máquina a uma tomada sem se certificar de que a tensão
na tomada é a mesma indicada para o seu funcionamento na placa de identificação da
máquina.
PERIGOS ELÉTRICOS
Todo o pessoal que opera equipamento elétrico deve ser constantemente alertado
para os perigos a que estão expostos ao manipular o equipamento, assim como ser capaz
de prestar primeiros socorros ao pessoal ferido. A instalação, operação e manutenção de
equipamentos elétricos requer a imposição de um severo código de segurança. Qualquer
descuido por parte do operador ou do técnico de manutenção pode resultar em ferimento
grave ou a morte por choque elétrico, quedas, queimaduras, objetos projetados, etc.
Depois que o acidente ocorre, as investigações quase que invariavelmente mostram que
ele poderia ter sido evitado se fossem cumpridos certos requisitos simples de precauções
e procedimentos com os quais o pessoal deveria estar familiarizado.
Cada homem que opera e mantém equipamento elétrico deve considerar ser sua
responsabilidade pessoal ler e se familiarizar com as normas de segurança preconizadas
nas publicações de segurança e nos manuais dos equipamentos antes de acionar qualquer
15
dispositivo elétrico.:e essa a responsabilidade individual: identificar e eliminar condi-
ções de insegurança que causam os acidentes.
Choques
O choque elétrico é uma sensaç!To trepidante, descontrolada, resultado do contato
direto com circuitos elétricos ou dos efeitos do relâmpago. A vítima comumente se sente
como se tivesse recebido um súbito assopro.Se a tensão e a corrente resultante forem su-
ficientemente altas, a vítima poderá ficar inconsciente. Fortes queimaduras poderão ser
produzidas na pele no ponto de contato. Poderão ocorrer espasmos musculares, fazendo
com que a vítima involuntariamente se agcure ao aparelho ou fio que causou o choque,
impedindo a sua libertaç!To.
O seguinte procedimento é recomendado para resgatar e cuidar as vítimas de cho-
que elétrico:
l. Remova imediatamente a vítima do contato elétrico sem colocar em risco a
sua própria vida. Desligue antes o circuito elétrico. Isso pode ser feito: (1) desligando
a chave geral se ela ficar nas proximidades; (2) cortando os cabos de alimentação do
equipamento com um machado isolado tomando o cuidado de proteger os olhos do
clar!To que será produzido; e (3) utilizando uma vara isolada, cordas, cinto, casaco, cober-
tor ou outro qualquer material não condutor de eletricidade para remover a vítima.
2. Verifique se a vítima está respirando. Deite-a em posição confortável e afrouxe
as suas roupas no pescoço, busto e cintúra para que ela respire livremente. Proteja-a
de exposição ao frio e observe-a cuidadosamente.
3. Evite que a vítima se movimente. Após o choque o coração fica bastante fraco
e qualquer esforço muscular ou atividade por parte do paciente pode resultar em colapso
cardíaco.
4. Não dê â vítima qualquer estimulante para tomar ou cheirar. Solicite o compa-
recimento imediato de um médico e não deixe a vítima até que ela fique sob cuidados
médicos adequados.
5. Se a vítima, após o choque, não estiver respirando, será necessário aplicar res-
piração artificial sem qualquer retardo. A respiraç!To artificial deve ser aplicada mesmo
que a vítima aparente já estar sem vida.
NÃO PARE A APLICAÇÃO DE RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL ATÉ QUE UMA
AUTORIDADE DECLARE A VfTIMA MORTA.
Para conhecer os diversos procedimentos de aplicação de respiração artificial e
tratamento de queimaduras procure o oficial a que você está subordinado e ele provi-
denciará aulas de adestramento extra para você.
Queimaduras e ferimentos
Na administração de primeiros socorros para queimaduras, o propósito é aliviar
as dores, criar condições as mais favoráveis possíveis, evitar infecção e afastar a possi-
bilidade de choque que freqüentemente acompanha as queimaduras de natureza séria.
Informações detalhadas dos processos de tratamento para os vários tipos de queima-
duras silo dadas nas aulas de adestramento regularmente ministradas ao pessoal militar
no serviço ativo. Caso você ainda nllo tenha recebido tais conhecimentos, comunique
o fato ao oficial encarregado da sua divisllo e ele providenciará aulas extras de adestra-
mento.
Ferimentos de menor importância deverllo ser lavados imediatamente com sabllo
16
e água limpa, enxugados e tratados com um antisséptico não irritante normalmente en-
contrado nas caixas de primeiros socorros. Se necessário, cubra o ferimento com uma gaze.
Os ferimentos profundos ou de grande extensão devem ser tratados apenas pelo pessoal
da saúde. Nesse caso, cubra simplesmente o ferimento com uma gaze seca e fixe-a com
esparadrapo.
Tendo em vista que a vida de uma pessoa acidentada depende da presteza da aplica-
ção correta dos primeiros socorros, todo o pessoal deve estar familiarizado com o material
a ser empregado e os procedimentos a serem cumpridos para cada caso.
PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA
17
em condições de, ao se inclinar, entrar em contato com os circuitos elétricos. É proi-
bido ao homem que opera ou mantém circuitos elétricos usar sapatos com fivela de
metal. Deve-se de preferência usar sapatos com solado não condutivo.
Quando trabalhar em equipamento elétrico, o técnico deve antes remover todos
os anéis, relógio de pulso, braceletes, correntes, etc.
Zíper a botões metálicos representam um perigo ao técnico caso entrem em con-
tato com o circuito.
Não trabalhe em circuito alimentado a menos que absolutamente necessário.
Certifique-se de que foram afixados avisos d eterminando que sejam mantidas desliga-
das as chaves de alimentação. Remova os fusív is como segurança adicional.
Use apenas uma das .mãos para acionar chaves. Conserve as tampas dos compar-
timentos de chaves permanentemente fechadas, exceto quando reparando o circuito
ou substituindo fusíveis. Use um saca-fusíveis para remover os fusíveis, certificando-se
antes de que o circuito está desligado.
Todas as chaves principais de alimentação, durante o reparo deverão ficar abertas
com um aviso esclarecendo: ESTE CIRCUITO ESTÁ EM REPARO E NÃO DEVE SER
LIGADO EXCETO POR ORDEM EXPRESSA DO .. . (segue-se o nome da pessoa res-
ponsável pelo reparo).
Avisos de alerta e proteçã'o na forma de tela devem ser providenciados para evitar
que o pessoal entre em contato acidental com circuitos de alta tensão.
Não use as mãos desprotegidas para remover componentes aquecidos. Use luvas
de asbestos se necessário.
Use uma barra de curto-circuito similar à mostrada na figura 1-1 para descarregar
toda a carga acumulada de alta tensão. Antes de tocar um capacitor ou qualquer parte
de um circuito que se saiba estar ligado a um capacitor, mesmo que o circuito tenha
sido desalimentado há algum tempo, descarregue o capacitor ligando o seu lado vivo
para terra.
Certifique-se de que o equipamento elétrico com o qual trabalha é dotado com fio
terra. Faça terra comum entre o equipamento de teste usado e o equipamento sob teste.
Desligue a alimentação antes de ligar a garra do fio teste a qualquer parte do cir-
cuito.
Não segure as ponteiras do teste ao efetuar medidas de tensão acima de 300 volts.
Desalimente o circuito, faça a conexão das ponteiras e alimente novamente o circuito
para efetuar a mediÇ[o.
18
EDUCAÇÃO DE SEGURANÇA
19
1BHJOB FN #SBODP
�o
Ca pítulo 2
('A palavra "elétrico" é, na realidade, uma palavra derivada do grego e que significa
ÂMBARl O âmbar é um mineral translúcido (semitransparente, amarelado) o qual, em
sua foa natural, é composto de resina fossilizada. Os antigos gregos usavam as palavras
"força elétrica" para se referirem às misteriosas forças de atração e repulsão demons-
tradas pelo âmbar, quando ele era esfregado com um pano. Eles não compreendiam a
natureza fundamental desta força. Eles não podiam responder à pergunta, aparente-
mente simples - o que é a eletricidade? Esta pergunta permanece ainda sem resposta.
Embora você possa definir eletricidade como " uela força quee os elét0011S::, isto seria o
mesmo que definir um motor como "aquela força que move um automóvel".
Você descreveu o efeito, não a força.
Nós, presentemente, sabemos pouco mais do que sabiam os antigos gregos acerca
da natureza fundamental da eletricidade, mas passos tremendos foram dados no sentido
de dominá-la e usá-la. Laboriosas teorias, concernentes à natureza e comportamento da
eletricidade, foram desenvolvidas e ganharam larga aceitação, em virtude de suas aparentes
veracidades e demonstradas funcionalidades.
Ao longo dos anos, vários cientistas descobriram que a eletricidade parece se com-
portar de maneira constante e previsível em dadas situações, ou quando sujeitas a deter-
minadas condições. Estes cientistas, como Faraday, Ohm, Lenz e Kirchhoff, para citar
apenas alguns, observaram e descreveram as características previsíveis da eletricidade
e da corrente elétrica, sob a forma de certas regras. Estas regras recebem comumente
o nome de "leis". Assim, embora a eletricidade em si nunca tenha sido definida com
clareza, sua natureza previsível e sua forma de energia facilmen te utilizável tomaram-na
uma das mais largamente empregadas fontes de energia dos tempos modernos. Pelo
aprendizado das regras ou leis aplicáveis ao comportamento da eletricidade , e apren-
dendo os seus métodos de produção, controle e uso, você terá "apreendido" eletrici-
dade , sem nunca ter determinado sua identidade fundamental.
A MOLÉCULA
Urna das mais antigas e, provavelmente, a mais geralmente aceita teoria, referente
ao uxo da corrente elétrica, é aquela que compreende o movimento de elétrons. Isto é,
a TEORIA ELETRONICA. Elétrons são partes extremamente pequenas ou partículas
de matéria. Para estudar os elétrons, você deve, conseqüentemente, estudar a natureza
estrutural da matéria em si. (Qualquer coisa tendo massa e inércia e que ocupa uma
porção do espaço é composta de matéria.) Para estudar a estrutura fundamental ou
composição de qualquer tipo de matéria, ela deve ser reduzida às suas frações f unda-
mentais.
21
Considere que a gota de água da figura 2-1 (A) foi reduzida sempre a sua metade.
Continuando o processo durante um longo tempo, você poderia obter eventualmente a
menor partícula possível de água - a molécula. Todas as moléculas são compostas de
átomos.
/ Uma molécula de água (H2 O) é composta de um átomo de oxigênio e dois átomos
de hidrogênio/ conforme apresentado na figura 2-1 (B).Se a molécula de água fosse ainda
mais subdividida, restariam somente átomos dissociados de oxigênio e hidrogênio e a
água não mais existiria como tal. Este exemplo ilustra o seguinte fato: a molécula é a
menor partícula à qual a substância pode ser reduzida e ainda ser chamada pelo mesmo
nome. Isto se aplica a todas as substâncias -líquidas, sólidas e gasosas.
Quando moléculas inteiras slfo combinadas ou separadas umas das outras, a mu-
dança é geralmente chamada de mudança FfsiCA. Em uma mudança QUíMICA, as
moléculas da substância são alteradas de tal forma que resultem em novas moléculas.
A maioria das mudanças quúnicas envolvem íons positivos e negativos e, desta forma,
slfo de natureza elétrica. Toda matéria é dita ser essencialmente elétrica em forma pura.
O ÁTOMO
No estudo da quúnica, toma-se logo aparente que a molécula está longe de ser
a última partícula na qual a matéria pode ser dividida. A molécula de sal pode ser decom-
posta em substâncias radicalmente diferentes - sódio e cloro. Estas partículas, que cons-
tituem as moléculas, podem ser isoladas e estudadas separadamente. Elas slfo chamadas
ÁTOMOS.
O átomo é a menor partícula que forma aquele tipo de material chamado um
ELEMENTO. O elemento retém suas características quando subdividido em átomos.
Mais de 100 elementos já foram identificados. Eles podem ser arranjados em uma tabela
de peso crescente e podem ser agrupados em famílias de materiais que têm propriedades
similares. Este arranjo é chamado de TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS.
A idéia que toda matéria é composta de átomos data de mais de 2000 anos e é
devida aos gregos. Muitos séculos se passaram antes que o estudo da matéria provasse que a
idéia básica da estrutura atômica fosse correta. Os físicos exploraram o interior do
átomo e descobriram nele muitas subdivisões. O âmago do átomo é chamado NúCLEO.
A maior parte da massa do átomo está concentrada no núcleo. Este é comparável ao
22
sol no sistema solar, em tomo do qual os planetas giram. O núcleo contém PRÓTONS
(cargas carregadas positivamente) e lTfRONS que são eletricamente neutros.
A maior parte do peso do átomo está nos prótons e neutrons no núcleo. Girando
em tomo do núcleo estão uma ou mais partículas menores de carga elétrica negativa.
São os ElÉTRONS. Normalmente, existe um próton para cada elétron no átomo inteiro.
A c-arga positiva resultante do núcleo é contrabalanceada pela carga negativa resultante
dos elétrons que giram em torno do núcleo. ASSIM, O ÁTOMO É, ELETRICAMENTE,
NEUTRO.
Os elétrons não caem dentro do núcleo, muito embora eles sejam fortemente
atraídos para ele. Seu movimento evita isso, da mesma forma como os planetas são
impedidos de se dirigirem para o sol em virtude de suas forças centrífugas de rotação.
23
A Tabela Periódica dos Elementos é uma disposição ordenada dos elementos,
segundo a ordem crescente do número atômico (número de elétrons planetáóos) e tam-
bém de peso atômico (número de prótons e nêutrons no núcleo). As váóas espécies de
átomos apresentam massas distintas ou pesos, um em relação ao outro. O elemento
que mais se aproxima da unidade (significado 1) é o hidrogênio cujo peso atômico é
1,008 quando comparado com o oxigênio, cujo peso atômico é 16.(0 hélio tem um
peso atômico de aproximadamente 4, o lítio 7, o flúor 19 e o néon 20, conf ?rme mos-
trado na figura -2.
A figura 2-3 é uma somação pictórica da discussão que foi até agora apresentada.
A matéria visível à esquerda da figura é reduzida primeiramente a uma de suas moléculas
básicas e então, posteriormente, a um dos átomos da molécula. O átomo é então reduzido
às suas partículas subatômicas, os prótons, os hêutrons e os elétrons. As partículas sub-
atômicas são elétricas por natureza. Quer dizer, elas são as partículas de matéria mais
afetadas por uma força elétrica. Enquanto que a molécula inteira ou um átomo inteiro
são eletricamente neutros, a maior parte das partículas subatômicas não são neutras
(com exceção do nêutron). Os prótons são inerentemente positivos e os elétrons são
inerentemente negativos. São essas características próprias que fazem as partículas sub-
atômicas sensíveis à força elétrica.
Quando uma força elétrica é aplicada a um meio condutor, tal como um fio de
cobre, os elétrons das órbitas externas do átomo de cobre são arrancados de suas órbitas
MATtRJA
...................A
....................
r e'
EÚTRONS
-- e '
,- e e e
MOLECULA
, e e
e e e
MUITAS MOLtcULAS PRóTONS
NtUTRONS
24
e impelidos através do fio. O sentido do movimento do elétron é determinado pelo sen-
tido da força impulsora. Os prótons não se movem, principalmen te porque eles são
extremamente pesados. O próton do mais leve elemento, o hidrogênio, é aproximada-
mente 1850 vezes mais pesado que um elétron. Ent[o, é o relativamente leve elétron
que é mais prontamente movido pela eletricidade.
Condutores Isolantes
Prata Ar seco
Cobre Vidro
Alummio Mica
Zinco Borracha
Latão Amianto
Ferro Baquelite
Semicondutores são materiais que não sendo bons condutores, não são tampouco
bons isolantes. O germânio e o silício são substâncias semicondutoras. Esses materiais,
devido às suas estruturas cristalinas, podem, sob certas condições, se comportar como
condutores e, sob outras, como isolantes. Com o aumento da temperatura, um número
limitado de elétrons fica disponível para condução.
25
ELETRICIDADE ESTÁTICA
Corpos carregados
Uma das leis fundamentais da eletricidade diz que CARGAS IGUAIS SE REPELEM
e que CARGAS DIFERENTES SE ATRAEM. Uma carga positiva e uma negativa, sendo
opostas, tendem a se mover, uma em direção à outra. No átomo, os elétrons negativos sã'o
atraídos pelos prótons positivos do núcleo. Esta força atrativa é balanceada pela força
centrífuga do elétron, causada pela sua rotação em tomo do núcleo. Como resultado,
os elétrons permanecem em órbita e não são atirados de encontro ao núcleo. Os elétrons
se repelem entre si, em virtude de suas cargas negativas iguais, e os prótons se repelem
entre si por causa de suas cargas positivas iguais.
26
Cargas positivas e negativas estão presentes
em quantidades iguais no bastão e na camurça
\
(8)
\
\ \\
"\ \\'·
Os elétrons são transferidos
da camurça para o bastão
A lei dos corpos carregados pode ser demonstrada por uma experiência simples.
Duas bolas de rolha ou polpa de papel sã'o suspensas, próximas uma da outra, por fios
de linha, como mostrado na figura 2-5.
Se o bastã'o de ebonite for esfregado de forma a se obter nele uma carga negativa
e, em seguida, ele for encostado na bola da direita, como mostra a parte (A) da figura ,
o bastão comunicará sua carga negativa à bola. Quando forem soltas, as duas bolas se
atrairã'o, conforme mostrado na figura. Elas se atrairão e permanecerão em contato até
que a bola da esquerda adquira uma porção da carga negativa da bola da direita. Nesse
instante, elas se afastarão uma da outra, tal como na parte (C) da figura, já que as cargas
serão iguais. Se cargas positivas forem colocadas em ambas as bolas, parte B da figura,
elas se afastarão.
27
descoberta e estabelecida por um cientista francês chamado Charles A. Coulomb. A Lei
de Coulomb estabelece que CORPOS CARREGADOS SE ATRAEM OU SE REPELEM
ENTRE SI, COM UMA FORÇA QUE É DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO PRO-
DUTO DE SUAS CARGAS E É INVERSAMENTE PROPORCIONAL AO QUADRADO
DA DISTÂNCIA ENTRE ELES.
Campos elétricos
O espaço entre corpos carregados e em tomo deles no qual sua influência é sentida,
é denominado CAMPO ELÉTRICO DE FORÇA. O campo elétrico é sempre limitado a
objetos materiais e se estende entre cargas positivas e negativas. Ele pode existir no ar,
vidro, papel ou no vácuo. CAMPO ELETROSTÁTICO e CAMPO DIELÉTRICO são
outros nomes usados para denominar essa região de força.
Os campos de força se espalham no espaço, circundando seus pontos de origem e,
em geral, DIMINUEM EM PROPORÇÃO AO QUADRADO DA DISTÂNCIA DE SUA
FONTE.
O campo em tomo de um corpo carregado é geralmente representado por linhas
que são chamadas LINHAS ELETROSTÁTICAS DE FORÇA Essas linhas são imaginá-
rias e são usadas simplesmente para representar a direção e grandeza do campo. Por
convenção, as linhas do campo eletrostático são representadas sempre saindo da carga
positiva e entrando na carga negativa. A figura 2-6 ilustra o uso das linhas para repre·
sentar o campo em tomo dos corpos carregados. A parte (A) representa a repulsão de
corpos carregados com a mesma carga e seus campos associados. A parte (B) representa a
atração entre corpos carregados com cargas opostas e seus campos associados.
28
MAGNETISMO
hnãs naturais
Por muitos séculos, sabia-se que certas pedras (rnagnetita, Fe 3 04) tinham a capa-
cidade de atrair pequenos pedaços de ferro. Em virtude de muitas destas melhores pedras
(ímãs naturais) terem sido encontradas em Magnésia, na Ásia Menor, os gregos chamaram à
substância MAGNETITA ou MAGN TICA.
Antes disso, os antigos chineses observaram que, quando pedras semelhantes eram
suspe nsas livremente ou flutuavam em substância leve em um receptáculo de água, elas
tendiam a assumir a posição aproximada norte-sul. Provavelmente, os navegadores chi-
neses usaram pedacinhos de magnetita, presos em madeira e flutuando dentro de um
vaso com líquido, funcionando como bússolas rudimentares. Naquela época, não era
conhecido que a própria Terra age como um ímã, e aquelas pedras eram encaradas com
29
considerável temor supersticioso. Em virtude de pedacinhos desta substância serem
usados como bússolas de navegação, elas eram chamadas LOADSTONE (ou lodestone),
que quer dizer "pedras guias".
Os ímãs naturais são também encontrados nos Estados Unidos, Noruega e Suécia.
Um únã natural, mostrando l! força atrativa nos pólos, é _apresentado na figura 2-7 (A).
IÍnãs artificiais
Os únãs natt'rais não apresentam valor prático, pois os ímãs permanentes, de
formato mais conveniente e mais potentes, podem ser produzidos artificialmente. Os
ímãs permanentes comerciais são feitos de aços especiais e ligas - por exemplo, o alnico,
feito principalmente de alumínio, níquel e cobalto. O nome é formado pelas duas primei-
ras letras dos três elementos principais com os quais ele é composto. Um ímã artificial
é mostrado na figura 2-7 (B).
(A)
NATURAL ARTIFICIAL
Uma barra de ferro, aço, ou liga, pode ser imantada, inserindo-se-a dentro de uma
bobina de fio isolado e fazendo-se passar uma forte corrente contínua através da bobina,
como mostrado na figura 2-8 (A). Este aspecto do magnetismo é abordado mais adiante
no capítulo. A mesma barra pode também ser imantada, se ela for atritada durante certo
tempo com urna barra magnética, conforme mostrado na figura 2-8 (B). Ela então adqui-
rirá a mesma propriedade magnética que tem o ímã usado para induzir o magnetismo.
Mais precisamente, haverá dois pólos de atração, um em cada extremidade. Este processo
produz um ímã permanente por INDUÇÃO, quer dizer, o magnetismo é induzido na
barra pela influência da barra magnética que utilizamos para atritá-la.
Os ímãs artificiais podem ser classificados como "permanentes"ou "temporários",
dependendo da capacidade em reter sua força magnética após a remoção da força de
magnetização. Aços duros e certas ligas são relativamente difíceis de serem imantadas,
e diz-se que têm uma BAIXA PERMEABILIDADE, em virtude das linhas de força não
penetrarem facilmente ou se distribuírem, elas mesmas, prontamente, através do aço.
Uma vez imantados, entretanto, esses materiais retêm uma grande parte de sua força
magnética e são chamados lMÃS PERMANENTES. Os ímãs permanentes são usados
extensivamente em instrumentos elétricos, medidores, receptores de telefone, alto-
30
falantes de ímãs pennanentes e em magnetos. Por outro lado, substâncias que são facil-
mente imantáveis - tais como o ferro doce e o aço-silício temperado - são ditas terem
uma ALTA PERMEABILIDADE. Tais substâncias retêm somente uma pequena p e
de seu ma etismo após a remoção da força magnetizante e, assim, são chamados IMAS
TEMPORARIOS. O aço-silício e materiais semelhantes são usados em transformadores,
onde o magnetismo é variado constantemente, e em geradores e motores, onde as intensi-
dades dos campos podem ser variados com facilidade.
O magnetismo que pennanece em um ímã temporário após a remoção da força
magnetizante é chamado MAGNETISMO RESIDUAL. O fato dos ímãs reterem uma
quantidade, ainda que pequena, de magnetismo, é um fator importante no estabeleci-
mento da tensão nos geradores CC auto-excitados.
(A)
MtTODO DA BOBINA
Natureza do magnetismo
Uma teoria popular do magnetismo considera o alinhamento molecular do ma-
terial. Essa teoria é conhecida como Teoria de Weber e afirma que todas as substâncias
magnéticas são constituídas de pequenos ímãs moleculares. Todos os materiais não
magnetizados têm as forças magnéticas das suas moléculas magnéticas neutralizadas
pela molécula magnética adjacente, eliminando-se assim qualquer efeito magnético.
Um material imantado apresenta todas as moléculas magnéticas alinhadas de maneira
que o pólo norte de cada molécula aponta para uma direção e o pólo sul para a direção
oposta. Um material com as d uas moléculas assim alinhadas apresenta efetivamente um
pólo norte e um pólo sul.
A figura 2-9 (A) ilustra a teoria de Weber onde uma barra de aço foi magnetizada
por fortes batidas. Quando uma barra de aço é batida diversas vezes por um ímã, man-
tendo-se a barra sempre na mesma direção, a força magnética do ímã faz as moléculas
31
BARRA SENDO IMANTADA
BARRA IMANTADA
(A) (8)
Fig. 2·9. - (A) Moléculas de ímã, (B) fmã seccionado.
Teoria domínio
Uma teoria mais moderna do magnetismo é baseada no giro orbital do elétron.
Do estudo da estrutura atômica, sabe-se que toda matéria é constituída de átomos e
que cada átomo contém um ou mais elétrons orbitais. Os elétrons orbitam em várias
camadas e subcamadas dependendo da sua distância do núcleo. A estrutura do átomo
foi anteriormente comparada com o sistema solar. Os elétrons correspondem aos pla-
netas que giram em tomo do sol. Além de girarem em tomo do sol, os planetas giram
em tomo do seu eixo. Acredita-se que os elétrons também tenham um movimento de
rotação como os planetas. ·
Foi provado experimentalmente que um elétron apresenta um campo magné-
32
tico com o seu campo elétrico. A presença de campo magnético em um átomo é deter-
núnado pelo número de elétrons que se deslocam em um dado sentido. Se o átomo
tem iguais números de elétrons girando em direções opostas, os campos magnéticos que
envolvem os elétrons se cancelam e o átomo é desmagnetizado. Entretanto, se houver
mais elétrons girando em um sentido do que no outro, o átomo fica imantado. Um átomo
tal como o ferro, com um número atômico de 26, é dotado de 26 prótons no seu núcleo
e 26 elétrons orbitais. Se 13 elétrons giram no sentido horário e 13 giram no sentido anti-
horário, os campos em oposição se cancelam. Quando mais de 13 giram no mesmo sen-
tido, o átomo fica imantado. Um exemplo de imantação do átomo de ferro é mostrado
na figura 2-10. Observe que nesta ilustração específica, os campos magnéticos do ferro
em todas as camadas se cancelam exceto na camada M. Como ilustrado, há 15 elétrons
girando em um sentido e apenas 11 elétrons no sentido oposto. Desta forma, os 4 elétrons
sem oposição fazem com que o átomo do ferro se transforme num ímã infinitamente
pequeno. Quando um determinado número de átomos são agrupados para formar urna
Número de elétrons N. d •
. ero. e1etrons
. \ um e
Guandnoen t tdo Núcleo (;Girando no sen tido
antt-horano horário
8
+ 26 ;
K L M
"' '
N
3 3
5 1
1 1
Elétrons livres
Fig. 2-10. - Át o mo de ferro.
barra, ocorre urna interação entre as forças magnéticas dos vários átomos. A pequena
forÇa magnética do campo que envolve um átomo afeta o átomo adjacente produzindo
um pequeno campo de átomos com campos magnéticos paralelos. Esse grupo, de 10 1 :' a
1015 átomos imantados, com os seus pólos orientados no mesmo sentido são conhecidos
como DOMíNIO. Em um domínio há um campo magnético intenso sem a influência de
qualquer campo magnético externo. Considerando que 10 milhões de domínios ocupam I
milímetro cúbico, aparentemente, cada material magnético é feito de um grande
número de domínios. Os domínios de qualquer substância estão permanentemente iman-
tados até à saturação mas ficam desorientados no material. Assim, o intenso campo mag-
nético de cada domínio é neutralizado por forças magnéticas opostas de outros domínios.
Quando um campo externo é .aplicado numa substância magnética, os domínios se
alinham com o campo externo. Como os domínios estão imantados até à saturação, a
intensidade de imantação do material é determinada pelo número de domínios alinhados
pela força magnetizante.
33
Barra imantada
(A)
(8)
Fig.2-11.- Linhas de força magnética.
34
de força em oposição tendem a se unirem uma com a outra e formarem linhas únicas
posicionadas em um sentido que é determinado pelos pólos magnéticos que as produzem.
4. As linhas de força magnéticas tendem a se encontrar. Dessa forma, as linhas
existentes entre dois pólos opostos fazem com que os pólos sejam atraídos um de encon-
tro ao outro.
5. As linhas de força atravessam todos os materiais, sejam eles magnéticos ou não.
O espaço que circunda um ímã, no qual a força magnética age, é denominado
CAMPO MAGNÉTICO. Michael Faraday foi o primeiro cientista a visualizar o campo
magnético como sendo deformável e consistindo de linhas de força uniformemente dis-
tribuídas. O número total de linhas em tomo de um ímã é denominado FLUXO MAG-
NÉTICO. O fluxo, em um circuito magnético, corresponde à corrente em um circuito
elétrico.
O número de linhas de força por unidade de área é chamado DENSIDADE DE
FLUXO e é medido em linhas por polegada quadrada ou em linhas por centímetro
quadrado. A densidade de fluxo é expressa pela equação:
<I>
B=-
A
onde B é a densidade de fluxo, <I> (phl grego) é o número total de linhas de fluxo e A é
a área da seção reta do circuito magnético. Se A for expresso por centímetro quadrado
B o será por linhas em centímetro quadrado, ou GAUSS. O termo FLUXO é freqüente-
mente usado nos livros. Entretanto, o magnetismo não é encarado como sendo uma cor-
rente de partículas em movimento, mas, simplesmente, um campo de força que se exerce
no espaço.
Uma representação visual do campo magnético em torno de um ímã pode ser
obtido colocando-se uma placa de vidro sobre um ímã e espalhando-se limalha de ferro
sobre o vidro. As partículas de limalha se dispõem, elas próprias, em caminhos definidos
entre os pólos.
Esta disposição das limafr.as mostra a configuração do campo magnético em torno
do ímlr, como aparece na figura 2-12.
O campo magnético em tomo de um ímã de configuração simétrica possui as
seguintes propriedades:
1. O campo é simétrico, a menos que perturbado por outra substância magnética.
2. As linhas de força possuem direção e são representadas como se saíssem do
pólo norte e entrassem no pólo sul.
35
/
36
Pólos dífe ntes se auaem
(A)
'
Unhas de força
Pólos iguais se repelem
(8)
Fig. 2-14.- Linhade força entre pólos iguais e dife ren tes.
(A) (B)
37
O magnetismo terrestre
Como já foi dito, a Terra é um grande íma:, e circundando-a está o campo mag-
nético produzido pelo magnetismo terrestre. As polaridades magnéticas da Terra são as
indicadas na figura 2-16. Os pólos geográficos são também mostrados em cada extremi-
dade do eixo de rotaça:o da Terra. O eixo magnético não coincide com o eixo geográfico
e, desta forma, os pólos magnéticos e geográficos não estão no mesmo lugar sobre a super-
fície da Terra.
Os antigos usuários da bússola encaravam a extremidade da agulha da bússola que
aponta na direção aproximadamente norte como sendo um pólo norte. A outra extremi-
dade foi encarada como um pólo sul. Em alguns mapas, o pólo magnético da Terra, para
o qual o pólo norte da agulha apontava, foi designado como pólo magnético. Esse pólo
magnético foi obviamente chamado cfe pólo norte , em virtude de sua proximidade com
o pólo norte geográfico.
Quando se soube que a Terra era um ímã e que pólos opostos se atraíam, foi
necessário denominar o pólo magnético localizado no hemisfério norte como PÓLO
SUL MAGNÉTICO e o pólo magnético localizado no hemisfério sul como PÓLO NORTE
MAGNtTICO. A razã"o das denominações foi arbitrária. Obviamente, a polaridade da
agulha da bússola que aponta para o norte deve ser oposta â polaridade do pólo magné-
tico terrestre ali situado.
Como já determinado, assumiu-se que as linhas de força magnética saem do pólo
norte de um ímã e entram no pólo sul como circuitos fechados. Em virtude da terra
ser um ímã, as linhas de força emanam de seu pólo norte magnético e entram no pólo sul
magnético como loops fechados. A agulha da bússola se orienta de tal forma que as linhas
de força terrestre entram no seu pólo sul e deixam o seu pólo norte. Dado o motivo do
pólo norte da agulha ser definido como a extremidade que aponta em direção norte,
segue-se que o pólo magnético nas vizinhanças do pólo magnético geográfico é, na ver-
dade, um pólo sul magnético, e vice-versa.
38
Em virtude de os pólos magnéticos e geográficos não coincidirem, uma bússola
(exceto em algumas posições na terra) apontará para uma direção (geográfica) verda-
deira. Quer dizer, ela não se alinhará segundo urna linha de direção que passe pelos pólos
geográficos norte e sul, mas sim segundo uma linha de direção que faz um ângulo com
aquela. Este ângulo é chamado o ângulo de VARIAÇÃO ou DECLINAÇÃO.
Blindagem magnética
Não existe um ISOLANTE conhecido para o fluxo magnético. Se um material
não magnético for colocado em um campo magnético, não haverá mudança apreciável
no fluxo - isto é , o fluxo penetra no material não magnético. Por exemplo, uma placa
de vidro colocada entre os pólos de um ímã em forma de ferradura não exercerá nenhum
efeito apreciável no campo, embora o vidro em si seja um bom isolante em um circuito
elétrico. Se um material magnético (por exemplo, ferro doce) for colocado em um campo
magnético, o fluxo pode ser reorientado a fim de se aproveitar a maior permeabilidade
do material magnético, como mostrado na figura 2-17. Permeabilidade é a qualidade
de uma substância que determina a facilidade com que ela pode ser magnetizada.
Materiais magnéticos
Os estudos anteriores sobre magnetismo classificavam os materiais simplesmente
como magnéticos ou não magnéticos. Atualmente se classificam as substâncias em três
grupos: paramagnéticas, diamagnéticas e ferromagnéticas.
Os materiais PARAMAGNÉTICOS são aqueles que se magnetizam pouco, mesmo
39
quando sujeitos a um forte
campo magnético. Essa ligeira
magnetização é feita no mes-
mo sentido do campo magne-
tizante. São paramagnéticas
as substâncias: alumínio, cro-
mo, platina e ar.
As substâncias DIA-
MAG TICAS podem tam-
bém ficar ligeiramente ã influ-
ência de um forte campo.
Estas substâncias, quando
ligeiramente imantadas, ficam
magnetizadas em em sentido
oposto ao campo magne-
tizante. Algumas substâncias
diarnagnéticas são o cobre, a
prata, o ouro e o mercúrio.
As substâncias paramag-
néticas e diamagnéticas apre-
sentam uma muito baixa per-
meabilidade. As paramagnéti-
I,Ferro doce
cas têm permeabilidade pou-
co maior do que 1. As subs-
tâncias diamagéticas têm per-
meabilidade menor do que 1.
Em virtude da dificuldade em
1111111 se magnetizarem, as substân-
cias paramagnéticas e diamag-
Fig. 2-18. - Blindagem magnética. néticas são consideradas, para
flns práticos, como materiais não magnéticos.
O grupo mais importante de materiais que encontram aplicação na eletricidade e
eletrônica é o das substâncias FERROMAGNTICAS. As substâncias ferromagnéticas
são relativamente fáceis de serem imantadas. Estão nesse grupo o ferro, aço, cobalto,
alnico e perrnalói, sendo os dois últimos ligas metálicas. O alnico consiste de alumínio,
níquel e cobalto. Essas novas ligas podem ser intensamente imantadas. O alnico pode, ao
imantar, adquirir força magnética capaz de levantar um peso quinhetas vezes superior ao
seu.
Os materiais ferromagnéticos apresentam uma alta permeabilidade. Entretanto,
conforme previamente afirmado, um material tal como o aço usado para fazer um ímã
permanente, é considerado como tendo uma permeabilidade relativamente baixa quando
comparado com outras substâncias ferromagnéticas.
40
das propriedades e efeitos do magnetismo. No teste anteriormente descrito a barra foi
útil na demonstração dos efeitos magnéticos.
Um outro tipo de ímã é circular e usado como núcleo de memória dos computa-
dores. Uma aplicação comum para o ímã temporário em anel é como blindagem de
instrumentos elétricos.
O formato do ímã mais freqüentemente usado nos equipamentos elétricos e ele-
trônicos é o de ferradura. O ímã ferradura é similar ao ímã em barra. Apenas o seu for-
mato difere. O ímã em ferradura a presenta uma intensidade de campo muito maior do
que o em barra do mesmo tamanho em virtude da proximidade dos seus pólos. A intensi-
dade magnética de um pólo é sensivelmente aumentada devido à concentração do campo
magnético em área reduzida. Os instrumentos de medida elétrica usam freqüentemente
ímãs com formato de ferradura.
DIFERENÇA DE POTENCIAL
41
se tome o mesmo em ambos os tanques. A água, então, pára de circular no tubo por-
que não há mais diferença de pressão da água entre os dois tanques.
A circulação de corrente em um circuito elétrico é diretamente proporcional ã
diferença de potencial através do circuito, da mesma forma como a circulação de água
através do tubo da figura 2-19 é diretamente proporcional ã diferença do nível de água
nos dois tanques.
Urna lei fundamental da corrente elétrica diz que A CORRENTE É DIRETA-
MENTE PROPORCIONAL À TENSÃO APLICADA.
42
tantes da fricção entre a sua estrutura e o ar que passa. Essas cargas interferem algumas
vezes com a comunicação de rádio e, em algumas circunstâncias, podem mesmo causar
avarias física<> â aeronave. Você provavelmente já recebeu choques desagradáveis resul-
tantes de eletricidades por fricção, quando atritando a roupa em uma cobertura seca
de poltrona, ou caminhando sobre um tapete seco e, em seguida, entrando em contato
com um outro objeto.
43
é previsível e, assim, utilizável). Se um fio externo é conectado enquanto a pressão e
a f.e.m. estão presentes, os elétrons circularão. Se a pressão é mantida constante, o fluxo
de elétrons continuará até que as cargas se igualam. Quando a força é removida, o cris-
tal é descomprinúdo e imediatamente dá origem a uma força elétrica em direção oposta,
como mostrado na parte D da figura. Dessa forma, o cristal é capaz de converter força
mecânica, seja ela pressão ou tensão, em força elétrica.
A capacidade de potência de um cristal é extremamente pequena. Contudo, eles
são úteis em virtude de sua grande sensibilidade ãs variações de força mecânica ou ãs
alt ações de temperatura. Devido a outras características não mencionadas aqui, os
cristais são mais largamente empregados em equipamentos de comurucação.
44
Passagem de lu.z
em camada semi- Fluxo de
Fonte transparente e elétrons
de luz fotoelétrons
coletados \
O dode aa
cobre fotos- '---+---.:r....;_--.o...
sensível
Camada de cobre
puro (8)
os cristais, mas sua capacidade ainda é muito pequena, se comparada com algumas outras
fontes de energia. A tensão termoelétrica em um termopar depende, principalmente,
da diferença de temperatura entre as junções quente e fria. Conseqüentemente larga-
mente empregado para medir temperatura e, como instrumento sensível ao calor, em
equipamento automático de controle de temperatura. Os pares termoelétricos geral·
mente podem ser submetidos a muito maiores temperaturas que os termômetros comuns,
tais como os tipos de mercúrio ou de álcool.
45
base de cobre puro é coberta com óxido de cobre fotossensível. Uma camada adicio-
nal de metal é colocada sobre o óxido de cobre. Essa camada adicional serve para dois
propósitos:
1. Ela é EXTREMAMENTE fina, a fim de permitir a penetração da luz até o
óxido de cobre.
2. Ela também acumula os elétrons emitidos pelo óxido de cobre.
Um fio conectado externamente completa o caminho para os elétrons, da mes-
ma forma que na célula tipo refletor. A tensão da fotocélula é utilizada conectando-se
os fios externos a algum outro dispositivo que a amplifica (aumenta) até um nível utilizá-
vel para o fim que se desejar.
A capacidade de potência da fotocélula é muito pequena. Contudo, ela reage às
variações de intensidade de luz em tempo extremamente curto. Essa característica toma a
fotocélula muito útil na detecção ou controle preciso de um grande número de pro-
cessos ou operações. Por exemplo, a célula fotoelétrica, ou alguma forma de princípio
fotoelétrico, é usada em câmeras de televisão, reprodução do som cinematográfico,
controle de processo automático de manufatura, travas de porta, alarmes automáticos,
etc.
Tensão produzida por ação qu ímica
Até este ponto, foi mostrado que os elétrons podem ser removidos dos átomos
a que pertencem e postos em movimento pela energia derivada de uma fonte de fric-
ção, pressão, luz ou calor. Em geral, essas formas de energia não alteram as moléculas
das substâncias atuantes no processo. Isto é, nesses processos, não são adicionadas,
retiradas ou divididas as moléculas das matérias envolvidas no processo. A ação envolve
tão-somente elétrons.
Quando as moléculas de urna substância são alteradas, a ação é conhecida como
QUJMICA. Por exemplo, se as moléculas de uma substância se combinam com átomos
de outra substância, ou se ela cede alguns dos seus átomos, a ação é de natureza quími-
ca. Tal ação sempre altera o nome e as características da substância afetada. Assim,
quando átomos de oxigênio do ar entram em contato com o feno-que não possua camada
protetora e são por ele absorvidos, o ferro se "oxida", a substância se altera, e surge
a ferrugem. Neste caso, as moléculas do ferro se alteraram por ação química.
Em alguns casos, quando átomos são adicionados ou retirados das moléculas de
urna substância, a mudança química fará com que a substância adquira uma carga elé-
trica. O processo de produção de tensão por ação química é usado em baterias e será
discutido no Capítulo 3 desta coletânea.
46
netismo. Vore poderá aprendê-las bem porque as encontrará com bastante freqüência.
1. Deve existir um CONDUTOR, no qual a tensão será produzida.
2. Deve existir um CAMPO MAGN:eTICO nas proximidades do condutor.
3. Deve haver MOVIMENTO RELATIVO entre o campo e o condutor. O con-
dutor deve ser movido de maneira a cortar as linhas de campo magnético, ou o campo
magnético deverá ser movido de maneira que suas linhas de força sejam cortadas pelo
condutor.
De acordo com essas condições, quando um ou mais condutores ATRAVESSAM
um campo magnético, de forma tal que cortam as suas linhas de força, os elétrons que
estão NO INTERIOR do condutor sã'o impelidos em um ou outro sentido. É criada,
desta forma, uma força elétrica ou tensão.
Observe, na figura 2-23, a presença de três condições necessárias à produção da
tensão.
1. Há um campo magnético entre os pólos do únã.
2. Há um condutor (um fio de cobre).
3. Há movimento relativo. O fio move-se para a frente e para trás CORTANDO as
linhas de força.
Na parte (A) da figura, o condutor se move NO SENTIDO DO LEITOR No con-
dutor, elétrons fluem da esquerda para a direita criando uma diferença de potencial entre
os extremos. Tal fato é provocado por uma força eletromotriz (FEM) induzida magnetica-
mente e que exerce sua ação sobre os elétrons do cobre. A extremidade direita do con-
dutor torna-se negativa e a esquerda, positiva. Na parte (B) da figura, o condutor parou
de se mover e desaparece a tensão. Na parte (C), o condutor se desloca no sentido con-
trário. Novamente uma tensão é induzida, desta feita com polaridade trocada. Os elé-
trons se movem da direita para a esquerda. Observe que urna inversão na direção do
movimento do condutor provoca uma inversão no deslocamento de elétrons no condutor,
invertendo assim a polaridade da tensa-o induzida.
Se o circuito elétrico for fechado por meio de um condutor externo, como é mos-
trado na figura na parte (D), elétrons fluirão no terminal negativo para o terminal positivo
do condutor. O fluxo de elétrons será mantido enquanto houver diferença .de potencial.
Observe que a tensão induzida poderia também ser produzida mantendo-se estacionário
o condutor e deslocando-se o campo magnético para frente e para trás.
Em capítulos posteriores desta coletânea, sob o título de "Geradores", vore estu-
dará os aspectos mais complexos da produção de energia elétrica, usando-se movimento
mecânico e o magnetismo.
CORRENTE ELÉTRICA
47
encontrados neste e em outros livros se referindo ao fluxo de corrente. Os termos
corrente, fluxo de corrente, fluxo de elétrons, corrente de létrons, etc. podem ser usados
para descrever o mesmo fenômeno. Entretanto, o leitor deverá compreender que, inde-
pendentemente do termo usado, o movimento dos elétrons será sempre de um potencial
negativo para um potencial positivo.
A corrente elétrica é geralmente classificada como sendo de dois tipos: (1) cor-
rente contínua (CC) e (2) corrente alternada (CA). A corrente contfuua flui sempre
no mesmo sentido ao passo que a corrente alternada periodicamente inverte o sentido.
Esses dois tipos de corrente serão estudados em detalhe neste manual. A fim de deter-
minar a quantidade de elétrons que fluem em um determinado condutor, é necessário
seja adotado uma unidade de medida para esse fluxo. O termo AMP RE foi adotado
e é usado como unidade de medida para expressar o fluxo de elétrons. Seu símbolo é
Sentido do
movimento (8)
(C) (O)
48
o L O fluxo de corrente é medido em amperes. Um ampere pode ser definido como
sendo o fluxo de 6,28 X 10 18 elétrons passando por um determinado ponto do con-
dutor.
Uma unidade de quantidade de eletricidade é deslocada no circuito elétrico quan-
do flui um ampêre de corrente durante o tempo de 1 segundo. A unidade é equivalente
a 6,28 X 10 18 elétrons e é denominada COULOMB. O coulomb está para a eletricidade
assim como o litro está para a água. O súnbolo para o coulomb é Q. O fluxo de corrente
em ampthes e a quantidade de eletricidade que se move no circuito guardam um fator
comum de tempo. Assim, a quantidade de carga elétrica, em coulombs, que se move
através do circuito é igual ao produto da corrente em ampêres, I, e a duração do fluxo em
segundos t. Expresso na forma de equação:
Q=It
RESISTtNCIA
49
A resistência relativa de diversos condutores, de mesmo comprimento e diâmetro,
é dada na tabela abaixo, usando-se a prata como referência de valor igual a 1. Os outros
metais são relacionados na ordem ascendente de resistência.
CONDUTÁNCIA
1 1
R =- e G=-
G R
50
Ca pítulo 3
Baterias
A PILHA
Eletrodo
Os eletrodos são os condutores pelos quais a corrente deixa ou retoma ao ele·
trólito. Na pilha simples, os eletrodos são as tiras de carbono e zinco mergulhados no
eletrólito. Na pilha seca (figura 3-2), os eletrodos são a haste de carbono no centro,
e o invólucro de zinco que envolve todo o conjunto.
O Eletrólito
O eletrólito é a solução que age sobre os eletrodos nele localizados. O eletrólito
pode ser urna solução salgada, ácida ou alcalina. Na pilha galvânica simples e na bateria
para automóveis o eletrólito é de forma líquida. Nas pilhas secas o eletrólito é pastoso.
Pilhas primárias
São chamadas pilhas primárias as do tipo em que a ação química destrói um dos
eletrodos, normalmente o negativo. Quando isso ocorre, o eletrodo deve ser substituído
ou toda a pilha é jogada fora. No tipo da pilha galvânica, quando a ação química destrói
o eletrodo de zinco, substitui-se o zinco e troca-se a solução eletrolítica. No caso das
pilhas secas, é usualmente mais barato comprar urna nova pilha. Algumas pilhas são
fabricadas de maneira a poderem ser recarregadas.
51
Pilhas secundárias
Sã'o chamadas pilhas secundárias aquelas nas quais os eletrodos e a solução eletro-
lítica sã"o alteradas pela açã'o quínúca que se pro ssa quando a pilha fornece corrente.
Essas pilhas podem ser restauradas para a condição original fazendo-se fluir uma cor-
rente elétrica em sentido oposto ao da corrente de descarga. As baterias tipo acumula-
dor usadas nos automóveis sã'o um exemplo comum de pilha secundária.
ABATERIA
Uma bateria consiste de duas ou mais pilhas ou elementos localizados em um
recipiente comum. As pilhas sã'o ligadas entre si em série, em paralelo, ou em qualquer
forma de combinação série e paralelo; dependendo da quantidade de tensão ou cor-
rente que se necessite. As ligações das pilhas em uma bateria será discutida oportuna-
mente neste capítulo.
Ação química nas baterias
Se um condutor é ligado externamente entre os eletrodos de uma pilha, pressio-
nados pela diferença de potencial entre os eletrodos, fluirão elétrons de zinco (eletrodo
negativo) através o condutor externo para o eletrodo de carbono (positivo), retomando
pela solução para o eletrodo de zinco. Decorrido um curto período de tempo, o zinco
começa a se desgastar devido à ação de "queima" do ácido. Se o zinco for envolto em
oxigênio, ele se queima (oxida-se) como um combustível. Sob esse aspecto, a pilha é
semelhante a uma fornalha quínúca na qual a energia fornecida pelo zinco é transfor-
mada em energia elétrica ao invés de energia calorífica.
A grandeza de tensã'o entre os eletrodos depende do material que entra na sua
fabricação e da composição da soluçã'o eletrolítica. A diferença de potencial entre os
eletrodos de carbono e de zinco imersos em uma solução de ácido sulfúrico e água é
de aproximadamente 1,5 volts.
A corrente que uma pilha primária pode fornecer depende da resistência do cir-
cuito completo, incluída a resistência da própria pilha. A resistência interna da pilha
primária depende do tamanho e espaçamento dos eletrodos, e da resistência da solu-
çã'o. Quanto maiores os eletrodos e menor o espaço entre eles (sem se tocarem), me-
nor será a resistência interna da pilha e maior a quantidade de corrente que p,oderá ser
fornecida à carga. -.........
Quando flui corrente pela pilha, o zinco gradualmente se dissolve na solução e
o ácido é neutralizado. Uma equaçã'o química é às vezes usada para mostrar a ação
quínúca que se processa. Os símbolos na equação representam os diferentes materiais
que sã'o usados. O símbolo para o carbono é C e para o zinco, Zn. A equação é quanti-
tativa e equaciona o número de partes dos materiais usados antes e depois da oxidação
do zinco. Deve ser recordado, no Capítulo 2, que a matéria é composta de átomos e
moléculas, sendo o átomo a menor parte de um elemento e a molécula a menor parte
de um composto.
Um composto é a combinação quínúca de dois ou mais elementos no qual as pro-
priedades físicas do composto são diferentes dos elementos que o compõem. Por exemplo,
urna molécula de água, H 2 O, é composta de dois átomos de hidrogênio, H2 , e um átomo
de oxigênio, O. Tanto o hidrogênio Como o oxigênio são gases, mas quando combinados
como indicado acima, eles formam a água, um líquido. Por outro lado, o ácido sulfúrico,
H2 S04, e água, H2 O, formam uma mistura (não um composto) porque a identidade
de ambos os líquidos é preservada quando são misturados.
52
Quando uma corrente flui através de uma pilha primária com eletrodos de carbono
e zinco em uma soluçã"o de ácido sulfúrico e água, a reação química que se processa pode
ser expressa como:
Zn + H2 S04 + H2 O ZnS04 + H2 O + H2 t
descarga
A expressão indica que conforme a corrente flui, uma molécula de zinco se com-
bina com uma molécula de ácido sulfúrico para formar uma molécula de zinco sulfa-
tado (ZnS04) e uma molécula de hidrogênio (H2 ). O zinco sulfatado se dissolve na
soluÇ[o e o hidrogênio aparece como bolhas de gás em torno do eletrodo de carbono.
Com a contin uação do fluxo de corrente, o zinco é gradualmente consumido e a solução
muda para zinco sulfatado e água. O eletrodo de carbono não entra na mudança quí-
mica, fornecendo, tã"o-somente, em percurso de retomo para a corrente.
No processo de oxidaçã"o do zinco, a soluçã"o cria íons positivos e negativos que
se movem em direções opostas na soluÇ[o (figura 3-1). Os íons positivos são íons de
hidrogênio que aparece.Jl:! em tomo do eletrodo de carbono (terminal positivo). Eles
sã"o atraídos para o eletrodo pelos elétrons livres do zinco que estão retomando para a
pilha através da carga externa e do terminal positivo de carbono. Os íons negativos
são íons so4 que aparecem em tomo do eletrodo de zinco. Os íons posi tivos de zinco
entram na solução em tomo do eletrodo de zinco e combinam com os íons negativos
S04 para formar o sulfato de zinco, ZnS04 , uma substância branco-acinzentada que
se dissolve na água. No mesmo instante em que os íons positivos e negativos estão se
movendo em direções opostas na solução, elétrons se deslocam através o circuito exter-
no do terminal negativo de zinco, através da carga e de volta ao terminal posi tivo de
carbono. Quando o zinco é todo consumido, a tensão da pilha é reduzida a zero. Não
Zinco
tZ)n...-._ 1
Fig. 3-1. - Pilha voltaica simples. Fig.3-2. - Pilha seca, vista seccionada.
53
há diferença apreciável de potencial entre o zinco sulfatado e o carbono em uma solu-
ção de zinco sulfatado e água.
Polarização
A ação quínúca que se processa na pilha (figura 3-1), enquanto flui corrente, causa
a formação de bolhas de lúdrogênio na superfície do eletrodo positivo de carbono até
que toda a superfície é tomada. Essa ação é chamada POLARIZAÇÃO. Parte dessas
bolhas vêm ã superfície da solução e escapam para o ar. Entretanto, a maior parte perma-
nece no eletrodo até que não haja mais espaço disponível para essa formação.
A ação do lúdrogênio preso no eletrodo positivo é a de criar uma força eletro-
motriz em direção oposta ã da pilha, aumentando assim a resistência interna efetiva,
reduzindo a capacidade de corrente e diminuindo a tensão nos bornes da pilha.
Uma pilha altamente polarizada não apresenta saída útil. Há diversas maneiras
para evitar a polarização ou para eliminá-la após a ocorrência. O método mais simples
consiste em remover o eletrodo de carbono e limpá-lo, eliminando assim as bolhas.
Quando o eletrodo é recolocado no eletrólito, a f.e.m. e a corrente ser!io novamente
normais. Este método não é prático porque a polarização ocorre rapidamente e de ma-
n'eira contfuua na pilha voltaica. Uma forma comercial de pilha voltaica, conhecida
como pilha seca, emprega, como parte do material do eletrodo de carbono, uma subs-
tância rica em oxigênio que por ocasião da polarização se combina quimicamente com
o Iúdrogênio formando água (H2 0). Um dos melhores agentes despolarizantes usados
é o dióxido de manganês (Mn02 ) que fornece oxigênio suficiente para combinar com
todo o lúdrogênio de maneira que a pilha fica praticamente livre de polarização.
A ação química que se processa pode ser expressa como:
O dióxido de manganês combina com o hidrogênio para formar água e uma forma
reduzida de óxido de manganês. Assim é eliminada a f.c.e.m. de polarização e a tensão nos
bomes e a corrente de saída são mantidas em níveis normais.
Ação local
Quando o circuito externo é aberto, a corrente cai a zero e teoricamente cessa toda
ação química dentro da pilha. Entretanto, o zinco comercial contém muitas impurezas
tais como ferro, carbono, chumbo e arsênio. Essas impurezas formam pequenas pilhas
dentro do eletrodo de zinco que provocam correntes entre o zinas impurezas. Dessa
maneira, o zinco é oxidado ainda que a pilha esteja com o circuito externo aberto. A
destruição do zinco com o circuito aberto é denominada AÇÃO LOCAL. Por exemplo,
conforme mostrado na figura 3-3, existe urna pequena pilha local em uma placa de
zinco contendo impurezas de ferro. Fluem elétrons entre o zinco e o ferro e a solução
em torno da impureza se ioniza. Os íons negativos so4 combinam com os íons posi-
tivos Zn para formar ZnS04 • Assim, o ácido é dissolvido na solução e o zinco é des-
truído.
A ação local pode ser evitada utilizando-se zinco puro (o que n!io é prático);
banhando-se a placa de zinco com mercúrio, ou adicionando uma pequena percentagem
de mercúrio durante o processo de fabricação. O tratamento do zinco por meio de mer-
cúrio é chamado AMALGAMENTO do zinco. Como o mercúrio é 13,6 vezes mais pesa-
do do que o mesmo volume de água, pequenas partículas de impurezas, com relativa-
54
mente pouco peso quando com-
parado com o mercúrio, emer-
gem para a superfície do mercú-
rio. A remoção dessas impurezas
do zinco evita a ação local. O
mercúrio não é afetado pelo áci-
do e mesmo quando a pillia está
fornecendo corrente para a car-
ga, o mercúrio continua a agir
sobre as impurezas fazendo-as vi-
rem à superfície do eletrodo de
zinco e flutuarem na superfície
do mercúrio. Esse processo au-
menta razoavelmente a vida da
pillia primária.
TIPOS DE BATERIAS
55
um pequeno espaço para expansão é deixado na parte superior. A pilha é então selada
com um cartão saturado de asfalto.
Os eletrodos são ligados a bomes especiais que pemútem a ligação conveniente
da pilha com o circuito externo.
Como ao invólucro de zinco são unidos eletrodos, ele deve ser protegido com um
material isolante. É prática comum fabricarem pilhas alojadas em cilindros e papelão.
56
Terminal
positivo
Terminal
negativo
Gaxeta de papel
s. tumdo com
Câmara de afalto
expansão
Arrucl3 de
isolament o
Mistura
despolarizante
Elé trodo
de carbon o
Ca rtão
'C parador
I nvólucro
de zinco
Invólucro
PILHAS DE MERCÚRIO
Com o advento dos programas espaciais e desenvolvimento de pequenos trans-
ceptores e equipamentos miniaturizados, tomou-se necessária a produção de uma fonte de
potência com tamanho reduzido. Tais equipamentos necessitam de uma pequena bateria
que seja capaz de fornecer o máximo de potência elétrica por unidade de volume sob
condições de temperatura variável e em regime de descarga constante. A bateria de
mercúrio, um dos menores tipos de baterias, atende a esses requisitos.
As atuais baterias de mercúrio sâ"o fabricadas com três estruturas básicas. O tipo
anodo bobinado (figura 3-5 A) é dotado com uma fita de zinco corrugado e papel absor-
vente enrolado de maneira a formar urna pastilha. O zinco é misturado com mercúrio
{10%) e o papel impregnado com o eletrólito que o faz dilatar e produzir uma pressão
de contato positivo.
Na pilha tipo pó prensado (figura 3-5 B e C), o pó de zinco é misturado antes
de ser prensado na forma final. A porosidade da mistura permite impregnação com
oxidação em profundidade no processo de descarga. É usada uma estrutura dupla para
o envoltório nas pilhas de tamanho maior. O espaço entre o envoltório interno e extern o
permite a passagem de gases gerados por um incorreto balanceamento químico ou impu-
rezas presentes no interior da pilha. Com essas características físicas, se ocorrer exces-
siva pressão do gás, a compressão no selo da parte superior permite que o gás escape
para o espaço entre os dois envoltórios. Um tubo de papel cobre o envoltório interior
de maneira que qualquer líquido transportado pela descarga do gás será absorvido, man-
tendo a estrutura de resistência ao vazamento. A liberação de gás em excesso automa-
ticamente fecha o seio da pilha.
NOTA: Tem ocorrido explosões de considerável potência com baterias de mer-
cúrio quando postas em curto-circuito. Cuidados especiais devem ser tomados no sen-
tido de assegurar a não ocorrência de curto-circuito acidental.
A ação química total pela qual a pilha de mercúrio produz eletricidade é dada
pela seguinte fórmula química:
ZnO+H2 0 +Hg
58
externo
Ânodo em espiral
de zinco e -.J.::fP!Jt#lllttt1
absorvente com
eletrólito alcalino
Envoltório
interno
Mancal de
adaptação
Envoltório
externo
Pilha com estrutura
em disco
(B)
Face da pilha
superior
externo
Envoltório
interno
de zinco
Estrutura cilíndrica
(C)
Fig.3-S.- Pilhas de mercúrio.
59
de água é destruída no eletrodo negativo, uma molécula é produzida no eletrodo posi-
tivo mantendo constante a quantidade de água. Com a absorção de oxigênio, o eletrodo
de zinco acumula elétrons em excesso o que o toma negativo. Desprendendo oxigênio,
o eletrodo de óxido de mercúrio perde elétrons tomando-se positivo. No estado de des-
carga, o eletrodo negativo é óxido de zinco e o eletrodo positivo é mercúrio comum.
Combinação de pilhas
Geralmente um dispositivo alimentado â bateria requer mafs energia elétrica do
que uma única pilha pode fornecer. O dispositivo pode necessitar maior tensão, maior
corrente ou, em alguns casos, maior tensão e corrente. Sob tais condições, é necessário
combinar ou interligar diversas pilhas. para atender a essas necessidades. Pilhas ligadas
em série fornecem maior tensão, ao passo que pilhas ligadas em paralelo apresentam maior
capacidade de corrente. Para fornecer a potência adequada quando se necessita de maior
potência do que uma única pilha pode fornecer, deve-se interligar uma rede de pilhas
numa combinação série-paralelo.
Pilha de reserva
A pilha de reserva é um tipo de pilha na qual os elementos são conservados secos
até o momento de uso. Nessa ocasião, o eletrólito é admitido e a pilha começa a pro·
duzir corrente. Teoricamente, isso significa que uma pilha de reserva pode ser estocada
por tempo indetenninado antes de ser ativada.
Um novo tipo de pilha de reserva (fig. 3-6) é a pilha de manganês alcalina de tama-
nho padrão D (pilha para jactor elétrico). A pilha de reserva apresenta uma alta eficiência
sobre uma ampla faixa de temperatura e capacidade de fornecer momentaneamente
pulsos de alta corrente da ordem de 12 a 15 ampêres.
A pilha de reserva é fabricada sob o estado de completamente seca com o ele-
trólito mantido em um contentar plástico no interior da pilha. Quando armazenada
60
em condição de não ativada, a vida efetiva da pilha é superior a 10 anos. Para ativar a
pilha, o mecanismo de ativação é girado de 35° para qualquer sentido. A ação libera
um émbolo preso por mola que quebra o envoltório de plástico do eletrólito. A con-
tinuação da rotação permite que seja ativado o mecanismo que remove o disp<)Sitivo,
transformando a pilha no modelo comum. Um dispositivo de segurança é incorporado
para evitar ativação acidental durante o transporte ou manuseio.
O tempo para ativação é de aproximadamente 2 segundos quando a pilha não
está ligada à carga. Sob condições de carga igual a 4 ohms, o tempo de ativação (para
atingir 1,35 volts) é menor do que 5 segundos aos 70 °F (21 °C) e menor do que 30
segundos a 30 °F (- 1 °C).
A pilha é projetada de maneira a nlro ser sensível à posição durante a ativação
ou período de descarga, podendo ser, depois de ativada, usada como qualquer pilha
pómá.ria. Após ser ativada, a pilha poderã ser estocada durante aproximadamente dois
anos menos do que a pilha padrão alcalina.
As pilhas de reserva são utilizadas para iluminação de emergência e equipamentos
de comunicações, dispositivos militares especiais e outro qualquer uso onde o requisito
de armazenagem por longo período de tempo é de capital importância.
Fig.3-7. - (A) Vista de pilhas ligadas em série, (B) esqu ma de ligação em série.
61
última pilha servem como terminais de tomada de tensão total da bateria. Dessa ma-
neira, o potencial é reforçado de 1,5 volts para cada pilha da série. Como há quatro
pilhas, a tensão nos terminais de série será l ,5 X 4 = 6 volts. Quando ligada à carga,
fluirá através da carga e cada pilha de bateria, uma corrente de 1/8 ampere. Dessa forma,
precisaremos de quatro dessas pilhas ligadas em série para alimentar com 6 volts essa
nossa carga em particular.
rr-rr---r--- AMP........---.
carga
(B)
linha e todos os eletrodos negativos a uma outra linha. Não há necessidade de ser ligada
mais do que uma pilha entre as duas linhas. Assim, a tensão entre as linhas será igual
à de qualquer pilha, ou seja, I ,5 volts. Entretando, cada pilha, contribuindo com 1 /8
ampêre, fornecerá uma corrente total 1/8 X 4 = 1/2 ampêre, o que atende perfeitamente
às exigências da carga. Assim, quatro pilhas em paralelo têm capacidade para alimentar
urna carga que requeira 1/2 ampêre a 1,5 volts.
I AMP
I I I I 2
l AMP l AMP l AMP lAMP
-- -- -- -
carga
Fig.3-9. - Pilhas ligadas em --
série-paralelo. -- --
62
Pilhas ligadas em série-paralelo
A figura 3-9 mostra uma rede de baterias fornecendo potência para uma carga
que requer maior tensã'o e corrente do que pode ser fornecida por uma única bateria.
Para atender a exigência de 4,5 volts, três pilhas de 1,5 volts cada são ligadas em série.
Para atender a exigências de 1/2 ampere, quatro desses grupos-série são ligados em para-
lelo, cada grupo-série fornecendo 1/8 ampere.
Pilhas secundárias
As pilhas secundárias funcionam segundo os mesmos princípios das pilhas pri-
márias. Diferem tão-somente no fato de que podem ser recarregadas, o que não acon-
tece com as primárias. Alguns materiais da pilha primária sã'o destruídos no processo
de transformação de energia química em energia elétrica. Na pilha secundária os ma-
teriais são simplesmente transformados de uma forma para outra durante a descarga.
As pilhas secundárias descarregadas podem ser recuperadas (carregadas) forçando-se a
passagem, através da piJha, de uma corrente elétrica de uma outra fonte em direção opos-
ta à corrente de descarga.
As baterias tipo acumulador consistem de um determinado número de pilhas
secundárias ligadas em série. A rigor, essas baterias não acumulam energia elétrica. São,
na verdade, fontes de energia química que produzem energia elétrica. Existem vários
tipos de piJhas para as baterias tipo acumulador. A do tipo ácido-chumbo que produz
uma f.e.m. de 2,2 volts por pilha; a do tipo níquel-ferro-álcali; e a tipo níquel-cadmium-
álcali. Os dois últimos tipos produzem uma f.e.m. de 1,2 volts por pilha e a de prata-
zinco que produz uma f.e.m. de 1,5 volts por pilha. Desses tipos, a de maior emprego
é a do tipo ácido-chumbo que será descrita inicialmente.
BATERIAS DE ÁCIDO-CHUMBO
64
dessas placas foi projetada para atender a um fim específico. O tipo mais comum, a
placa empastada, será discutida a seguir.
A placa empastada é feita aplicando-se uma pasta de chumbo oxidado a uma
grade (fig. 3-12) feita com uma liga de chumbo e antimônio. A grade é feita de ma-
neira a dar às placas resistência mecânica, manter em posição o material ativo e per-
mitir adequada condutividade para a corrente elétrica produzida pela ação química.
O material ativo, óxido de chumbo, é aplicado às grades na forma de uma pasta e sub-
metido a um processo de secagem. As placas são a seguir submetidas a um processo
eletroquímico que converte o material ativo das placas positivas em peróxido de chum-
bo esponjoso. Isso é feito emergindo as placas em uma solução eletrolítica e fazendo
fluir entre elas uma corrente elétrica no sentido correto. Esse tipo de placa é relativa-
mente leve quando comparado com os outros tipos de placas que são mais resistentes e
duráveis.
Após a sua formação, as placas são montadas em grupos de placas positivas e placas
negativas. O grupo de placas negativas tem sempre uma placa a mais do que o grupo de
placas posítivas, de maneira que o grupo positivo tem sempre uma placa negativa lhe
fazendo face para a ação química. Isto evita que a expansão e contração que ocorre
nas placas positivas seja a mesma de ambos os lados evitando-se um curto acidental.
Os grupos são a seguir montados com separadores e passam a constituir os elementos
da pilha. Os separadores são ranhurados no sentido vertical em uma face e lisos na outra.
A face ranhurada é montada de frente para a placa positiva para permitir a livre circula-
ção do eletrólito em tomo do material ativo.
Abertura para
enchimento
Terminal para
63
As placas positivas de Grupo de Grupo de
peróxido de chumbo e as pla- placas placas
cas negativas de chumbo es- positivas negativas
ponjoso constituem o mate-
ria] ativo da bateria. Entretan·
to, esses materiais, sozinhos
no interior da cuba, não pro-
duzem ação química, a menos
que haja um percurso para in·
teração entre ambos. O ele-
trólito tem como função for-
necer o percurso para a inte-
ração e transferir a corrente
elétrica no interior da bateria.
A cuba da bateria é o
receptáculo para as pilhas que
no conjunto formam a bate-
ria. A maioria das cubas é Elemento parcialmente montado
construída com borracha en· Fig. 3·11. - Elemen to da pilha.
durecida, plásticos ou compo-
sição betuminosa que são re-
sistentes ao ácido e choques
mecânicos e capazes de su-
portar condições climáticas
extremamente adversas. A
maioria das baterias é mon- ---------
-- --
-- -- -- -- -=.
-
-
= .= .
---------- 1
tada de maneira comparti-
mentada, ficando em cada
compartimento uma pilha. A
parte inferior da cuba é do-
,
-----------_.·i
tada de batentes moldados
que suportam os elementos e
----...··-----
durante o uso da bateria.
A tampa de cobertura da bateria é
comumente feita do mesmo material da cuba.
A tampa é dotada de uma abertura para a saída dos
ter· minais dos elementos ativos
fornecem espaço para sedi-
mentação das partes do mate-
rial ativo que se desagregam
66
-----------.- -...-..;
Fig.3·12. - Construção das placas.
de cada pilha e uma outra onde é atarraxada uma tampa especial para ventilação.
Os conectares das pilhas são usados para ligar as pilhas de maneira a ficarem em
série aditiva. O elemento de cada pilha é localizado de maneira que o terminal nega-
tivo da pilha seguinte seja fisicamente localizado em posição adjacente ao terminal posi-
tivo da pilha seguinte. Os conectares devem ter diâmetro suficiente para transportar a
corrente de demanda da bateria em superaquecimento.
Os plugues de ventilação são fabricados com vários desenhos para funcionar em
65
conjunto com a tampa de ventilação, permitindo o escape dos gases e ao mesmo tempo
impedindo o vazamento do eletrólito. Um plugue de ventilação típico usado nas bate-
rias de automóveis é mostrada na figura 3-10.
Algumas baterias utilizam um tipo de plugue de ventilação à prova de respingos,
o que t'orna possível colocar a bateria em qualquer posição sem que ocorra vazamento
do eletrólito (veja figura 3-13). Esse tipo é de largo emprego nas aeronaves.
O composto de selagem, geralmente feito de uma substância betuminosa, é usado
para formar um selo
entre a tampa da pi-
lha e a cuba. O com-
posto é também re-
sistente ao ácido e
deve suportar as vi-
brações e aquecimen-
tos previstos. O com-
posto da selagem não
deve derreter com as (A)
altas temperaturas do
verão e nem trincar
nas baixas tempera-
turas de inverno. As
baterias que usam cu-
ba de poliestireno
usam um cimento de
poliestireno como
selo.
Os terminais da
saída de uma bateria
de ácido-chumbo são
normalmente distin-
tos pelo seu tamanho
físico e marcas de
1. Aberturn para 3. Passagem de gás
fabricação. O termi- ventilação 4. Passagem de gás
nal positivo marcado 2. Peso de chumbo 5. Bloqueador
(+)é maior do que o
terminal negativo
marcado (-). Fig. 3-13. - Plugue de ventilação à prova de respingos.
Operação da bateria
Na condição de carregada, os materiais ativos na bateria de ácido-chumbo sã'o
peróxido de chumbo (usado na placa positiva) e chumbo esponjoso (usado na placa
negativa). O eletrólito é uma mistura de ácido sulfúrico e água. A densidade (acidez)
do eletrólito é medida em termos da sua gravidade específica: a relaçã'o entre o peso
de um dado volume de eletrólito e o peso de um igual volume de água pura. O ácido
sulfúrico concentrado tem uma gravidade específica de cerca de 1,830 e a água pura,
1,000. Na soluçã'o, a água e o ácido são misturados em proporção de maneira a se obter
a densidade desejada. Por exemplo, um eletrólito para ter densidade de 1,210 requer
aproximadamente uma parte de ácido concentrado para cada quatro partes de água.
66
Em uma bateria carregada, as placas positivas são constituídas de peróxido de
chumbo puro e as placas negativas sa-o de chumbo puro. Na condição de completa-
mente carregada, todo o ácido se encontra na solução eletrolítica de maneira que a
densidade da solução eletrolítica é máxima. Os materiais ativos de ambas as placas posi-
tivas e negativas são porosos e têm propriedades de absorção semelhantes ãs esponjas.
Os poros são saturados com a solução eletrolítica na qual estão imersos. Con-
forme a bateria se descarrega, o ácido, em contato com as placas, deixa a solução e
forma uma combinação química com o material ativo das placas transformando-a em
sulfato de chumbo. Com a continuação da descarga, mais e mais as placas se sulfatam
e menor é a quantidade de ácido na solução eletrolítica. O conteúdo de água na solu-
ção vai ficando progressivamente maior com relação ao conteúdo de ácido. Como con-
seqüência, a densidade diminui gradualmente durante a descarga.
Quando a bateria está sendo carregada, ocorre o inverso. O ácido depositado nas
placas sulfatadas retoma ao eletrólito. Uma carga em excesso não aumenta a densidade
para maior do que a original. Quando a bateria estiver completamente carregada, o ma-
terial da placa positiva será novamente peróxido de chumbo puro e o da placa negativa,
chumbo puro.
A reação entre as placas e o eletrólito produz a energia elétrica. Quando uma
molécula do ácido sulfúrico sai do eletrólito, uma parte dela combina com as placas
negativas do chumbo esponjoso. Isso a toma negativa e ao mesmo tempo provoca a
sulfatação do chumbo. A parte restante da molécula do ácido sulfúrico, perdendo elé-
trons, se transforma em um íon positivo. O íon migra através a solução eletrolítica
para a placa oposta de peróxido de chumbo, dela tomando elétrons. Essa ação neutra-
liza os íons positivos formando a água comum. Essa ação também, em virtude da reti-
rada de elétrons, toma positiva a placa de peróxido de chumbo. No processo, essa placa
também se sulfata.
A ação descrita é representada mais detalhadarnente pela seguinte equação química:
67
chumbo esponjoso respectivamente. Ao mesmo tempo, o sulfato retoma ao eletrólito
provocando, como resultado, o aumento na densidade. Quando todo o ácido retoma
ao eletrólito, a densidade será máxima e igual à original. A pilha estará então completa-
mente carregada e pronta para ser novamente utilizada.
ácido sul-
fúrico
HzSO
água H2o
Peróx
esponjoso de chumbo
Pb PbOz
I Solução
1- ...
:
..
Mínimo de
HzSO'I
I Máximo de
H20
68
rente em excesso ioniza a água do eletrólito. Essa ação é necessária a fim de assegurar
carga total da pilha.
Gravidade específica
A relação entre o peso de um certo volume de um determinado líquido e o peso
do mesmo volume de água pura é chamada gravidade específica ou densidade do líquido.
A gravidade específica da água pura é 1,000. O ácido sulfúrico tem uma gravidade espe-
cífica de 1,830; Jogo, o ácido sulfúrico é 1,830 vezes mais pesado do que a água. A gravi-
dade específica da mistura do ácido sulfúrico e água varia entre 1,000, água pura e 1,830,
ácido puro.
Quando uma bateria do tipo acumulador se descarrega, o ácido sulfúrico se esgota
e o eletrólito gradualmente se converte em água. Essa ação fornece um meio para se
determinar o estado de descarga da pilha. A solução eletrolítica comumente usada nas
baterias tem uma densidade de 1,350 ou menos. Geralmente, a densidade das soluções
eletrolíticas usadas nas baterias portáteis na Marinha têm valores entre 1,210 e 1,220.
Há exceções. A densidade do eletrólito usado nas baterias de submarinos, quando car-
regadas, se situa entre 1,250 e 1,265 e nas baterias de aeronaves esse valor fica entre
1,285 e 1,300 quando completamen te carregadas.
Hidrômetro
A gravidade específica de um eletrólito é medida utilizando-se um hidrômetro.
No hidrômetro tipo seringa (figura 3-15), uma porção do eletrólito da bateria é aspi-
rada para o interior de um tubo de vidro por meio de uma pera de borracha presa na
parte superior do hidrômetro.
O flutuador do hidrômetro consiste de um tubo de vidro oco, vedado em ambos
os extremos, e com um peso em um desses extremos. Uma escala calibrada em gravidades
específicas é colocada no eixo axial ao longo do corpo do flutuador. O flutuador do
hidrômetro é colocado no interior da seringa de vidro e o eletrólito a ser testado é aspira-
do para a seringa ficando o flutuador imerso na solução. Quando a seringa é mantida na
posição vertical, o flutuador mergulha na solução até uma certa profundidade. A quanti-
dade de haste livre do flutuador que emerge do líquido depende da densidade da solução.
Quanto maior for a gravidade específica da solução, maior será a flutuação. A leitura feita
na escala da haste ao nível do líquido é a densidade do eletrólito na seringa.
A Marinha usa dois tipos de hidrômetro com escalas diferentes. O hidrômetro
tipo A é usado nas baterias de submarinos e tem dois flutuadores com escalas de 1,960
a 1,240 e de 1,120 a 1,300. O hidrômetro tipo B é usado com as baterias portáteis e-
baterias de aeronaves. A escala do hidrômetro tipo B tem valores entre 1,100 e 1,300.
NOTA: Os hidrômetros deverão ser nivelados diariamente com água fria para evitar
perda de precisão. Os hidrômetros usados para as baterias estocadas só devem ser usados
para aquele flm.
Correções
A densidade do e1etrólito é afetada pela sua temperatura. Quando aquecido, o ele-
trólito se expande, fica menos denso e a gravidade específica diminui. Se resfriada, a solu-
ção eletrolítica se contrai, fica mais densa e a densidade aumenta. O eletrólito em ambos
os casos é o mesmo. O efeito da temperatura é no sentido de distorcer a leitura.
Todas as baterias-padrão da Marinha usam a temperatura de 80 °F (26,6 °C) como
69
temperatura normal para a qual a
leitura da densidade deve ser cor-
rigida. Para essa correção, adicione
4 pontos ã leitura da densidade
para cada 10 °F acima de 80 op, e
Descarregado subtraia 4 pontos para cada 10 °F
abaixo de 80 op_ O eletrólito de
urna pilha deve estar no nível nor-
mal quando da leitura. Se o nível
estiver abaixo do normal, não
haverá fluido suficiente para a
imerslro do flutuador. Se o nível
estiver acima do normal, há excesso
de água. O eletrólito enfraquece e
a leitura é baixa. A leitura será
imprecisa se for feita logo após
a adiÇ[o de água, pois a água
tende a permanecer na super-
fície do eletrólito. Quando se
adiciona água para normalizar
o ni\:el, antes de se tentar qual-
quer leitura, a bateria deve ser
submetida ã condição de carga pelo
menos durante urna hora para mis-
turar o eletrólito.
Correção da densidade
Somente o pessoal autorizado
nos navios-oficina ou nas bases
poderá adicionar ácido às baterias.
Nunca deve ser adicionada a uma
bateria soluÇ[o com densidade
acima de 1,350. Se a densidade
de qualquer elemento estiver acima
da normal, ela poderá ser trazida
para os limites corretos mediante a
retirada de um pouco da solução e a
adiÇ[o de água destilada. A bateria
deverá em seguida ser submetida à
carga durante uma hora e novamen-
te deve ser verificada a densidade.
O processo deve ser repetido até
que se obtenha a leitura desejada.
70
cerca de 38 por cento de ácido sulfúrico de peso ou cerca de 27 por cento do volume.
Na preparação da solução só poderá ser usado ácido sulfúrico e água destilada que estejam
dentro das especificações determinadas pela marinha. Podem ser adquiridas baterias novas
que vêm acompanhadas de ácido sulfúrico concentrado com gravidade específica de 1,830
ou solução eletrolítica com densidade igual a 1,400, aos quais deve-se adicionar água des-
tilada para se obter a densidade desejada. A vasilha utilizada para a diluição do ácido na
preparação do eletrólito deve ser de vidro, louça, borracha ou de chumbo.
Na preparação da solução, SEMPRE ADICIONE O ÁCIDO À ÁGUA e nunca
despeje água no ácido. O ácido deve ser adicionado à água vagarosamente e com bas-
tante cuidado para evitar aquecimento excessivo e respingos· perigosos. Com uma vareta
não metálica, misture continuamente o ácido com a água para evitar que o ácido, mais
pesado, se deposite no fundo. Quando o ácido concentrado é diluído na água, a solução
fica bastante quente.
Capacidade
A capacidade de uma bateria é medida em ampêre-horas. Como previamente men-
cionado, a capacidade em ampêre-hora é igual ao produto da corrente em ampêre e o
tempo em horas durante o qual a bateria fornece corrente. A capacidade ampêre-hora
varia inversamente com a corrente de descarga. O tamanho de um elemento é deter-
minado geralmente por sua capacidade em ampêre-horas. A capacidade de um elemen-
to depende de diversos fatores, sendo os mais importantes: (1) a área das placas em
contato com o eletrólito; (2) a quantidade e a densidade do eletrólito; (3) o tipo de
separadores; (4) as condições gerais da bateria (grau de sulfatação, firmeza das placas,
empeno dos separadores, sedimentos localizados no fundo da cuba, etc.); e (5) o limite
final de tensão.
Oassificação
As baterias tipo acumulador, na Marinha são classificadas segundo as suas capaci-
dades de descarga em ampêre-hora. Todas as baterias, exceto as usadas em aeronaves
e em sistemas amplificadores de som e em receptores, são classificadas como tendo
uma razão de descarga igual a 20 horas. Isto é, se uma bateria com carga plena é com-
pletamente descarregada durante um período de 20 horas, ela tem razão de descarga
de 20 horas. Assim, se uma bateria pode fornecer 20 ampêres continuamente durante
20 horas, a bateria t classificada como tendo uma capacidade de 20 X 20 ou 400 ampêre-
horas. Dessa maneira, a razão de 20 horas é igual â corrente média que a bateria é capaz
de fornecer sem interrupção durante essas 20 horas. (NOTA: As baterias de aeronaves
são classificadas segundo uma razão de descarga para 1 hora). Há baterias de aeronaves
com razão de descarga igual a 6 e 10 horas.
71
Todas as baterias-padrão usadas na Marinha fornecem 100 por cento da sua capa-
cidade disponível se descarregadas em 20 ou mais horas. Se a descarga se der numa
razão maior, a capacidade disponível fica reduzida. Quanto mais rápida for a descarga,
menor será a capacidade ampere-hora da bateria.
O limite baixo de tensã'o, como especificado pelo fabricante, é o limite abaixo do
qual pouquíssima energia útil pode ser obtida da bateria. Por exemplo, no final de um
teste de descarga em 20 horas numa bateria portátil usada na Marinha, a leitura de tensão
obtida nos bornes de saída com a bateria ligada à carga é cerca de 1,75 volts por ele-
mento e a densidade do eletrodo é cerca de 1,060. No final de uma carga, a leitura de
tensão obtida enquanto a bateria está sendo carregada é entre 2,4 e 2,6 volts por ele-
mento. A gravidade específica do eletrólito, corrigida para a temperatura de 80 °F, é
en tre 1,210 e 1,220. Nos climas de 40 °F ou menos, pode ser obtida autorização para
aumentar a gravidade específica para 1,280. Outras baterias com gravidade específica
normal maior também podem ser aumentadas.
Teste de descarga
O teste de descarga é o melhor processo para se determinar a capacidade de uma
bateria. A maioria dos quadros elétricos para carga de baterias possui os elementos
necessários para efetuar os testes de descarga. Se o equipamento não é disponível a
bordo, um navio tênder ou uma base terrestre poderá efetuá-lo. Testes semestrais
de descargas devem ser efetuados para a verificação da capacidade. Devem também ser
efetuados testes de descarga sempre que o eletrólito em qualquer elemento, após a
carga, não possa ser trazido para no mínimo 10 pontos de densidade de carga plena
ou quando se verificar que um ou mais elementos têm tensão menor do que a normal
após uma carga de equalização.
Um teste de descarga deve ser sempre precedido de uma carga de equalização.
Imediatamente após a carga de equalização, a bateria deve ser submetida ao teste de
descarga numa razão de 20 horas ou até que ou (1) e tensão total da bateria caia para
um valor igual a 1,75 vezes o número de elementos em série, ou (2) a tensão em cada
elemento individual caia para 1,65 volts. A razão de descarga deve ser constante durante
o teste. Como as baterias na Marinha são classificadas para 20 horas/capacidade, a razão
de descarga de uma bateria com capacidade igual a 200 ampere/hora é 200/20 ou 10
amperes. Se a temperatura do eletrólito no início da carga não for exatamente 80 °F,
o tempo de duração da descarga deve ser corrigido para a temperatura efetiva da bateria.
Urna bateria com 100 por cento da sua capacidade descarrega numa razão de 20
horas durante as 20 horas do teste sem atingir o seu limite baixo de tensão. Se a bateria
ou um dos seus elementos atinge esse limite antes de concluído o tempo total. de 20
horas, a descarga deve ser imediatamente interrompida e a percentagem da capacidade
deve ser determinada pela equação:
Ha
C=-X 100
Ht
72
10 amperes durante somente 14 horas. A descarga foi interrompida nesse tempo por-
que verificou-se que a tensã'o em um elemento caiu para 1 ,65 volts. A percentagem
da capacidade da bateria pode ser calculada como:
14
C=-= 100 = 70 por cento.
20
Assim, a nova capacidade ampere-hora dessa bateria é reduzida para 0,7 X 200 =
= 140 amperes-hora.
Estado da carga
Depois que uma bateria é completamente descarregada a partir da sua carga total
na razão de 20 horas, a densidade cai 150 pontos, ou seja, para aproximadamente 1,060.
A redução do número de pontos por ampere-hora na densidade pode ser determinada
para cada tipo de bateria. Para cada ampere-hora tomado da bateria, uma determinada
quantidade de ácido é removida do eletrólito ou se agrega às placas.
Por exemplo, se uma bateria se descarrega de carga plena para o limite de baixa
tensâ'o numa razão de 20 horas e se a bateria fornece 100 amperes-hora com uma queda
em pontos na gravidade específica igual a 150, há uma queda de 1,5 pontos na gravidade
específica para cada ampere-hora fornecido (150/100). Se a redução na gravidade espe-
cífica por ampere-hora é conhecida, a queda em gravidade específica pode ser calculada
em qualquer instante, para qualquer número de ampere-hora fornecido a uma deter-
minada carga. Por exemplo, se 70 amperes-hora são fornecidos pela bateria numa razão
de 20 horas ou outra qualquer, a queda na densidade será 70 X 1,5, ou seja, 105 pontos.
Inversamente, se a queda por ampere-hora na gravidade específica e a queda total
forem conhecidas, os amperes-hora fornecidos pela bateria à carga poderão ser determi-
nados. Por exemplo, se a gravidade específica de uma bateria completamente carre-
gada é 1,210 e cai para 1,150 após ser parcialmente descarregada, a queda na densi-
dade é 1,21O - 1,150, ou 60 pontos e o número de amperes-hora fornecido pela bate-
ria foi 60/1,5 = 40 amperes-hora. Dessa maneira, o número de amperes-hora descarre-
gados de uma bateria pode ser determinado observando-se os três itens que se seguem:
(I) gravidade específica quando a bateria está completamente carregada; (2) gravidade
específica após a descarga da bateria; e (3) redução da gravidade específica por ampere-
hora.
A tensão por si só não é urna indicação segura do estado de carga de urna bateria
exceto quando ela está próxima ao limite baixo de tensão na descarga. Durante a des-
carga a tensão cai. Quanto maior a razão de descarga, mais baixa será a tensão nos bor-
nes de saída. A tensão medida com o circuito aberto (bateria sem fornecer energia a
urna carga) não tem grande significado, já que a variação entre as condições de comple-
tamente carregada e completamente descarregada é bem pequena, cerca de 0,1 volt
por elemento. Entretanto, uma tensão anormalmente baixa indica sulfatação ou outra
deterioração séria nas placas.
Tipos de cargas
Os seguintes tipos de cargas podem ser dados nas baterias do tipo acumulador,
dependendo do estado da bateria. (I) carga inicial , (2) carga normal, (3) carga de equa-
lização, (4) carga de manutenção (flutuação), e (5) carga de emergência.
73
Carga inicial
Quando uma nova bateria é adquirida seca, as placas estão em condição de des-
carregadas. Após a adição da solução eletrolítica é necessário dar uma condição de carga
ãs placas. Isso é feito submetendo-se a bateria a uma CARGA INICIAL com razão de
variação longa e baixa. A carga deve ser dada de acordo com as instruções fornecidas
pelo fabricante juntamente com cada bateria. Se as instruções não são disponíveis, con-
sultas deverão ser feitas para se obter informações detalhadas.
Carga normal
Carga normal é a carga de rotina, dada de acordo com as especificações do fabri·
cante durante o seu ciclo normal de operação e visa retomar a bateria descarregada a
sua condição de carga. A seguinte seqüência deve ser observada:
I. Detemúne a corrente de carga inicial e final da bateria de acordo com as ins·
truções que a acompanham;
2. Adicione, se necessário, água aos elementos;
3. Ugue a bateria ao quadro de carga e certifique-se de que as ligações estão limpas
e firmes;
4. Ligue o circuito de carga e ajuste a corrente através da bateria ao valor requerido
para a corrente inicial;
S. Verifique de hora em hora a densidade e a temperatura do eletrólito dos ele-
mentos;
6. Quando a bateria começa a desprender gases, reduza o valor da corrente final
de carga.
A carga normal é completada quando a densidade dos elementos estiver dentro
dos limites de 5 pontos (0,005) da densidade obtida por ocasião da carga anterior de
equalização.
Carga de equalização
A carga de equalização é um prosseguimento da carga normal, feita durante um
determinado período de tempo numa razão de carga fmal. Ela é dada a fim de assegurar
a completa dessulfatação das placas e retomo de todo o ácido para o eletrólito, trazendo
a sua densidade ao máximo. A carga de equalização continua até que densidade de todos
oe elementos, corrigida a temperatura, permaneça constante durante um período de
4 horas. As leituras deverão ser feitas de meia hora em meia hora.
Carga de emergência
Cargas de emergência são dadas quando uma bateria deve ser recarregada no me-
nor espaço de tempo possível. A carga começa com uma razão bem mais alta do que a
usada para carga normal. Esse tipo de carga é raramente usado, já que todos os equipa-
74
mentos operados a bateria devem ter baterias de reserva carregadas e , principalmente, pelo
fato de que tal tipo de carga pode causar avaria na bateria.
Razão de carga
A razão de carga das baterias na Marinha é especificada na ficha de controle de
vida da bateria. Se o equipamento para carregar a bateria não dispõe de capacidade
para carregar na razão necessária, deve-se usar o equipamento disponível que mais se
aproxime da capacidade exigida. Entretanto, a razão não deve ser alta demais a ponto
de provocar gaseificação violenta. NÃO PERMITA NUNCA QUE A TEMPERATURA
DO ELETRÚLITO EM QUALQUER ELEMENTO ULTRAPASSE 125 °F (51,6 °C).
Tempo de carga
A carga deve continuar até que a bateria esteja completamente carregada. Lei-
turas freqüentes da densidade devem ser feitas durante a carga. Essas leituras deverão
ser corrigidas para a temperatura de 80 °F, e comparadas com a leitura antes da bateria
ter entrado em carga. Se o aumento da densidade em pontos por ampere-hora é conhe-
cido, o tempo aproximado em horas necessário para completar a carga será:
Aumento da gravidade
necessário, em pontos, para completar a carga
Gaseificação
Quando uma bateria está sendo carregada, uma parte de energia é dissipada na
eletrólise da água no eletrólito. Assim, a placa negativa libera hidrogênio e a placa posi-
tiva libera oxigênio. Esses gases borbulham no eletrólito e vêm à tona onde entram em
contato com o ar na parte superior do elemento.
Uma gaseificação violenta, quando é dada a carga inicial, é indicação de que a razão
de carga está muito alta. Se a razão não for muito grande, uma gaseificação regular, que
se desenvolve com o progresso da carga, indica que a bateria se aproxima da condição
de completamente carregada. A mistura de hidrogênio e ar pode ser perigosamente
explosiva. NÃO DEVE SER PERMITIDO FUMAR E PRODUZIR CENTELHAS OU
CHAMAS NAS PROXIMIDADES DAS BATERIAS QUANDO ESTÃO SENDO CAR-
REGADAS.
BATERIAS DE NÍQUEL-CÁDMIO
75
As baterias de níquel-cádmio e as de ácido-chumbo têm capacidades iguais para
razões de descarga rápida; a bateria de níquel pode:
76
tipo de bateria é praticamente zero. Como precaução de segurança, entretanto, a bate-
ria é dotada com válvulas de escape nos orifícios de enchimento de cada pilha (figura
3-18) a fim de liberar qualquer excesso de gás que se forme se na bateria for dada carga
incorreta.
Envoltório
contato
<A>
(8)
77
tir que a bateria está totalmente carregada. Se a tensã'o por pilha for menor do que 1
volt sob condições de plena carga, ou a tensão total sob plena carga for menor do que
25 volts, pode-se admitir que a bateria está com apenas 10 por cento de carga e deve
ser recarregada.
Na oficina de baterias, ambos os processos para determinação de estado de carga
podem ser usados. O processo de potencial constante consiste em ligar a bateria a uma
fonte de potencial constante de 28,5 volts ± 0,3 volts e observar a corrente de carga.
Se a corrente de carga cair a 3 ampêres ou menos dentro do período de 5 minutos, a
bateria está carrega da. O processo de descarga consiste em ligar à bateria uma c a
que consuma 15 ampêres durante 5 minutos. Se a tensão não cair abaixo de 22 volts
durante o período de descarga, a bateria pode retornar ao serviço após urna breve carga.
A capacidade disponível em ampêres-hora não pode ser determinada com preci-
são. Assim, é recomendável que as baterias, cuja disponibilidade de carga for conhecida,
sejam descarregadas até o ponto determinado pelo fabricante de 1,1 volt e em seguida
recarregada de acordo com as instruções. Esse processo evitará uma possível avaria da
pilha por excesso de carga.
Carga
As baterias de níquel-cádmio devem ser preferencialmente carregadas a uma tem-
peratura ambiente de 21 a 27 °C. Não se deve permitir que a temperatura de uma bateria
em carga exceda 38 °C sob pena de ser excedida a capacidade de carga e produção de
gases. Na oficina, um termômetro deve ser colocado entre as pilhas localizadas no centro
de maneira que o bulbo do termômetro fique localizado abaixo da superfície da pilha.
Sempre que a temperatura atingir 38° ou mais, deve ser interrompida a carga.
A razã'o de carga de uma bateria de níquel depende de dois fatores:
1. tensã'o de carga;e
2. temperatura da bateria.
Nos climas quentes onde a temperatura do ar ao nível do solo atinge 32 °C ou
mais, a bateria pode ser adequadamente carregada com 27 volts. Nos climas temperados,
com temperatura variando desde 2 a 27 °C, a bateria pode ser satisfatoriamente carre-
gada em regime de 27,5 volts. Nos climas frios e gelados, a bateria requer uma tensão
de carga igual a 28,5 volts.
As baterias de níquel foram projetadas e construídas para operar sem o despren-
dimento de gases. A tensão de carga deve ser mantida abaixo da tensão de gaseificação
(aproximadamente 29,4 volts a 26 °C), para se obter longa vida da bateria. Dessa for-
ma, os dispositivos de carga com tensão constante nas oficinas de bateria devem ser ajus-
tados para um máximo de 28 volts. Sob nenhuma circunstância a tensão deve exceder
28,5 volts.
Se a bateria for nova, siga as instruções do fabricante que acompanham cada bate,
ria para dar a carga inicial. Se possível , a bateria deve ser carregada pelo método de
potencial constante.
Para dar carga com potencial constante, mantenha a bateria sob 28 volts durante
4 horas ou até que a corrente caia para um valor inferior a 3 ampêres. Não permita que
a temperatura da bateria exceda 38 C.
Para dar a carga com corrente constante, inicie a carga com 10 ou 15 ampêres e
continue até que a tensão atinja 28,5 volts. Reduza a seguir a corrente para um nível
de 4 ampêres e continue a carga até que a tensão da bateria atinja 28,5 volts ou até que
a temperatura chegue a 38 °C e a tensão comece a declinar. ·
78
NW1ca adicione eletrólito a menos que a bateria esteja totalmente carregada. Per-
mita que a bateria permaneça carregada durante um período de 3 a 4 horas antes de
acrescentar água destilada para trazer o eletrólito ao nível correto. Deve ser usado hidrô-
metro ou uma seringa para introduzir a água destilada. A água deve ser em quantidade
suficiente para cobrir a parte superior das placas. A solução deve ser então misturada
com a água para evitar, nos climas frios, um processo de congelamento da água.
Precauções de segurança
O eletrólito usado nas baterias de níquel-cádmio é o hidróxido de potassa (KOH).
Tal solução é alcalina e tem grande poder de corrosão, devendo portanto ser manipu-
lada com os mesmos cuidados adotados para a solução de ácido sulfúrico (H 2 S04 ).
O pessoal responsável pelos trabalhos de carga das baterias deve sempre usar luvas de
borracha, aventais de borracha e óculos protetores nas operações de reparo e carga das
baterias. Se o eletrólito respingar na pele ou na roupa, a área afetada deve ser imediata-
mente lavada com bastante água ou se possível com vinagre, suco de limão ou uma solu-
ção de ácido bórico. Se a área afetada for os olhos ou a face, submeta a região ao trata-
mento indicado e apresente-se imediatamente ao médico para exame e tratamento espe-
cializado.
Na oficina de bateria, a parte de baterias de níquel-cádmio deve ser um comparti-
mento isolado, separado da parte de baterias de ácido-chumbo.
Características
Em virtude da sua extremamente pequena resistência interna, a bateria de prata-
zinco é capaz de descarregar em razões de até 30 vezes a sua razão ampere-hora nor-
mal. A baixa resistência interna (0,0003 ohms por pilha) se deve principalmente à exce-
lente condutividade das suas placas, do pequeno espaçamento entre elas (possível em
virtude da pequena quantidade de eletrólito que possa ser usada) e pelo fato de que a
composição (e conseqüentemente a condutividade) do eletrólito não varia durante a
descarga. A condutividade interna da bateria aumenta durante a descarga. A condutivi-
79
dade interna da bateria aumenta durante a descarga conforme as placas positivas alteram
de óxido de prata para prata metálica.
A grande capacidade elétrica por unidade de peso e espaço é resultado de um menor
espaçamento, do grande grau de utilização do material ativo e da ausência de pesadas
grades de suporte da matéria ativa nas placas. As baterias de prata-zinco são capazes de
produzir seis vezes mais energia por unidade de peso e volume do que qualquer outro
tipo de bateria. As pilhas de prata são produzidas com capacidades que vão desde déci-
mos de ampêres-hora até milhares de ampêres-hora.
Uma boa regulação de tensão é obtida em virtude das características de tensão
relativamente constante de descarga. A tensão nos terminais é essencialmente constante
durante todo o processo de descarga em razões altas tais como de 2 ou 3 horas.
As baterias de zinco apresentam um ciclo de vida em serviço menor do que as
baterias de outros tipos mas, comparativamente, considerando a sua capacidade por uni-
dade de peso e espaço, ela tem vida tão longa quanto a bateria de níquel-cádmio, por
exemplo.
Operação
As características de construção e as reações eletroquímicas que se processam
nas baterias de prata-zinco são de certa forma semelhantes ãs que ocorrem na bateria
de níquel. Quando sob as condições de plena carga, as placas positivas são constituídas
de óxido de prata e as placas negativas de zinco. Conforme a bateria se descarrega, as
placas positivas se transformam em prata metálica e as placas negativas se oxidam. Assim,
quando a bateria está descarregando, os elétrons fluem saindo do cátodo (placas nega-
tivas) para o ânodo (placas positivas) pelo circuito externo.
O eletrólito, hidróxido de potassa em solução aquosa, é constituído de potassa (K)
e íons de hidróxido (OH) que serve somente para transportar a carga elétrica entre as
placas. Dessa forma, a condução eletrônica ou metálica no circuito externo é contra-
balanceada pela condução iônica ou condução eletrolítica através do eletrólito de ma-
neira a manter a transferência de carga de entrada e saída de cada elemento igual.
Como nos outros tipos de pilhas alcalinas e diferentemente das pilhas de ácido-
chumbo, o eletrólito não participa das transformações químicas e, dessa forma, a sua
gravidade específica não se altera com o estado de carga da pilha. Enquanto as placas
estiverem cobertas, a capacidade elétrica da bateria independe da quantidade de eletró-
lito presente.
Em geral, as baterias de prata-zinco requerem manutenção semelhante, sob diver-
sos aspectos, ãs requeridas pelas baterias de ácido-chumbo. O método de teste de tensão
com o circuito aberto é o processo pelo qual se determina o estado de carga da bateria.
Deve ser usado um testador de bateria de prata-zinco ou um voltímetro com divisão
de escala de 0,1 volt com precisão para testar a tensão em circuito aberto da bateria.
Se ,a leitura for inferior a 25,6 volts, remova a tampa da bateria e inspecione a parte
superior verificando se há ocorrência de corrosão ou pilhas avariadas. Se houver qual-
quer avaria, remova e substitua a bateria.
Carga
A bateria de prata-zinco é comumente entregue na condição de seca. Deve ser
usado apenas o eletrólito especial que acompanha cada bateria nova. Alguns tipos de
bateria podem usar eletrólito que contém aditivos especiais. O uso de outros eletrólitos
podem prejudicar a bateria. O eletrólito deve ser conservado em um invólucro fechado
80
e à prova de álcalJs sob pena de absorver dióxido de carbono do ar e se deteriorar. Devem
ser seguidas à risca as instruções para o processo de entrada do eletrólito. (NOTA: As
baterias que não serão usadas dentro de trinta dias devem ser armazenadas em estado
seco).
As baterias de prata são sensíveis ao excesso de tensão durante o processo de carga
e podem se avariar caso a tensão exceda 2,05 volts por pilha. Devem ser tomadas precau-
ções no sentido de evitar que o equipamento de carga seja ajustado precisamente para
cortar a corrente em 28,7 volts.
Quando o processo de carga não é monitorado automaticamente ou periodica-
mente, um sistema de corte de tensão deve ser usado para interromper a corrente de
carga quando a tensão atinge a tensão de 28,7 volts.
Se possível, a carga deve ser fei ta na temperatura ambiente de 15 a 32 °C, e a
temperatura da bateria durante o processo de carga não deve exceder 65 °C medido
na conexão intercelular.
Apesar das baterias de prata não gerarem qualquer gás perigoso durante o processo
de carga e descarga normal, elas liberam gases de oxigênio e hidrogênio durante os pro-
cessos de supercarga. Todos os tampos de ventilação e plugues de borracha esponjosa
devem ser removidos dos orifícios de ventilação durante as operações de carga. Se o ele·
trólito começar a vazar pelos orifícios de ventilação ou se ocorrer excessivo desprendi-
mento de gases a indicação é de que está ocorrendo superaquecimento, devendo a carga
ser interrompida durante 8 horas para permitir o resfriamento da bateria. Após a carga,
as baterias devem permanecer inativas durante pelo menos 8 horas.
O nível do eletrólito de cada pilha de bateria deve ser verificado após a carga e
completado com água destilada caso esteja baixo ou removido o excesso caso esteja alto.
As precauções de segurança relativas às baterias de prata são as mesmas indicadas
para as baterias de níquel.
BATERIAS DE PRATA-CÁDMIO
81
1BHJOB FN #SBODP
83
Capítulo 4
Circuitos Série CC
Sempre que duas cargas diferentes são ligadas por meio de um condutor é com-
pletado o circuito para o fluxo de corrente. A corrente, na forma de elétrons, fluirá
da carga negativa para a carga positiva conforme ilustrado no Capítulo 2.
O circuito elétrico é um caminho condutivo completo que não consiste tão-so-
mente do condutor, mas indui, também, o percurso interno da fonte de tensão. A cor-
rente , após fluir no circuito externo, entra no terminal positivo, passa pela fonte , e
emerge no terminal negativo. A figura 4-1 mostra, como exemplo, um circuito elétrico
simples formado por urna pilha e uma lâmpada ligadas por meio de condutores.
A corrente flui do terminal negativo (-) da bateria, passa pela lâmpada, entra
no terminal positivo (+) e através da bateria passa do terminal positivo para o termi-
nal negativo completando o circuito. Enquanto esse percurso não for interrompido,
o circuito é fechado e flui corrente. Se o circuito for interrompido em QUALQUER
ponto, o circuito abre e cessa o fluxo de corrente (veja a figura 4-1 B).
A corrente no circuito externo é o movimento de elétrons na direção indicada
pelas setas (do terminal negativo, através da lâmpada, para o terminal positivo) (veja
a figura 4-1 A). O fluxo de corrente no circuito interno da pilha é o movimento simul-
tâneo, em direçã"o oposta, de íons positivos de hidrogênio na direção do terminal posi-
tivo, e de íons negativos na direçã"o do terminal negativo.
LEI DE OHM
E
1= - (4-1)
R
I
I
I
I
' ....... .-'I
RI
IA) ( Bl
Fechado Aberto
84
Se duas quantidades da equação (4-1) forem conhecidas, a terceira pode ser facil-
mente determinada. Por exemplo, a figura 4-3 mostra um circuito com um valor de resis-
tência igual a 1,5 ohm e uma fonte de tensão com valor de 1 ,5 volt. Qual a corrente que
flui no circuito?
Dados: E = 1 ,5 volt
R= 1,5 ohm
I= ?
E 1,5
Solução: I=-= -= 1amp.
R 1,5
Para observar o efeito da tensão na
RI
corrente do circuito, o problema anterior 1.5f1
será resolvido usando-se o dobro da tensão.
Dados: E = 3 volts
R = 1,5 ohms
I= ?
E 3
Solução: I = -= -= 2amp.
R 1 ,5 I=?
Observe que dobrando o valor da
tensão a corrente do circuito também do- Fig. 4-3. - Determinação da corrente em um
bra. A corrente é diretamente proporcio- circuito básico.
nal à tensão aplicada e variará do mesmo fator que variou a tensão.
Para verificar a afirmação de que a corrente é inversamente proporcional à resis-
tência, suponha que o resistor na figura 4-3 tem um valor de 3 ohms.
Dados: E = I ,5 volts
R= 3 ohms
I= ?
E 1,5
Solução: I = -= - = O 5 am...Dre
R 3 ' r-
Comparando essa corrente de 0,5 amperes com- resistência de 3 ohms e a corrente
de 1 ampere obtida com resistor de 1,5 ohm, verifica-se que dobrando a resistência,
ocorre urna redução para a metade do valor anterior. A corrente no circuito é inversa-
mente proporcional à resistência do circuito.
Em diversas aplicações, a corrente é conhecida e a quantidade desconhecida é a
resistência ou a tensão. Para resolver um problema no qual a corrente e a resistência
são conhecidas, a fórmula básica da lei de Ohm deve ser transposta para determinar E
conforme se segue:
E
Equação básica: IR= R (4-1)
85
Para transpor quando nã'o se conhece a resistência:
E
Equaçã'o básica: I = - (4-1)
R
Multiplicando-se ambos os termos da equação por R:
EJ(
IR=-
J(
IR= E
Dados:
R = 10 ohrns I = 1 ampere E= ?
Solução:
E = IR = 1 X 10 = 10 volts.
Exemplo: Quando uma fonte de 10 volts é ligada a um circuito, flui uma corrente
de 5 amperes. Qual a resistência do circuito?
Dados:
E = 10 volts I= 5 amperes E= ?
Esquematize e identifique o circuito como na figura 4-5.
Solução:
E 10
R = -= -= 2 ohms (4-3)
I 5
Apesar de as três equações representativas da Lei de Ohm serem relativamente
simples, elas são provavelmente as mais importantes de todas as equações elétricas. As
três equações e a lei que elas represen tam devem ser perfeitamente compreendidas antes
de iniciar qualquer estudo mais avançado.
Análise gráfica
Um dos métodos mais valiosos de investigação ã disposição do técnico é o da
análise gráfica. Nenhum outro método fornece um meio mais rápido e conveniente
para observar as características de um dispositivo elétrico.
A primeira providência na construçã'o de um gráfico consiste em fazer urna tabela
de informações relativas ao gráfico. A informação para a tabela pode ser obtida experi-
86
RL -E
IOn -=-1ov
I = la I= 5a
1---- -- -i A,___ ......__ -(A ,__ _,
_.
Fig. 4-5. - Determinação da resistência em um
Fig. 4-4.- Determinação da tensão em um circuito básico.
circuito básico.
r
la aplicação da Lei de Ohm, os valores
o 0.0 de corrente na coluna dois da tabela
1.5 pode ser calculada para cada valor de
tensão na coluna um. Quando a tabela
5 0.5 está completa, a informação é usada
1.0
88
Ampêres
(I) Volts
(E)
6
50
5
40
4
30
3
20
2
10
1
o 2 4 6 8 10 Ohms (R)
o 2 4 6 8 10 12 Ohms (R)
Fig. 4-8. - Relação entre a corrente e a resis- Fig. 4-9.- Gráfico de tensão versus resistência
tência. com corrente constante.
plotados na vertical ao longo do eixo Y acima da origem. O gráfico é uma linha reta
que representa a equaçã'o E = SR. O fator 5 representa a corrente de 5 ampêres que é
constante_ neste exemplo. Dessa maneira, urna terceira relaçã'o importante é ilustrada.
A TENSAO através do componente VARIA DIRETAMENTE COM A RESIST:eNCIA
EFETIVA DO COMPONENTE, desde que a corrente, através desse componente, seja
mantida constante.
89
Recomenda-se ao aluno principiante não se apegar muito ao uso dos diagramas
facilitantes apresentados. Os diagramas apenas complementam o conhecimento do mé·
todo algébrico. A álgebra é a chave básica na solução dos problemas elétricos, e a impor·
tância do seu conhecimento não deve ser relegada a segundo plano.
Fig.4.10. - Lei de
Ohm em forma
de diagrama.
Potência
A potência, seja ela elétrica ou mecânica, refere-se à razão de produção de t rabalho.
Diz-se que é executado um trabalho sempre que uma força provoca o movimento de uma
massa. Se uma força mecânica é usada para levantar ou mover um peso, um trabalho
estará sendo executado. Entretanto, a força exercida SEM CAUSAR movimento, tal
como uma mola comprimida entre dois objetos fixos, não constitui trabalho.
Foi dito anteriormente que a tensão é uma força elétrica, e que essa tensão força
a passagem de urna corrente em um circuito fechado. Entretanto, quando existe tensão
entre dois pontos e nã"o flui corrente, nenhum trabalho é executado. A situação é seme-
lhante à da mola comprimida. Somente quando a tensão provoca o movimento de elé·
trons é que estará sendo executado um trabalho. A RAZÃO instantânea em que o traba·
lho é executado chama-se potência elétrica e a sua unidade de medida é o WATI.
Uma quantidade total de trabalho pode ser executada em quantidades diferentes
de tempo. Por exemplo: urna determinada quantidade de elétrons pode ser deslocada de
um ponto a outro em um segundo ou em uma hora, dependendo da razão em qe são
movidos. Em ambos os casos, o trabalho total executado é o mesmo. Entretanto, quan-
do o trabalho é executado em tempo curto, a wattagem, ou RAZÃO DE POTENCIA
INSTANTÂNEA, é maior do que quando a mesma quantidade de trabalho é execu-
tada em um período de tempo maiÕr.
Como afirmado, a unidade básica de potência é o WATT e é igual à tensão aplicada
ao circuito mutiplicada pela corrente que flui nesse circuito. Isso representa a razão,
em qualquer instante, de execução de trabalho pelo movimento de elétrons no circuito.
O símbolo P indica potência elétrica. Assim, a fórmula de potência é: P = El. E é a ten-
são e I é a corrente que flui no resistor ou no circuito cuja potência está sendo medida.
A quantidade de potência mudará quando a tensão, a corrente, ou ambos, mudarem.
Essa relação é mostrada no gráfico da figura 4-11.
Observe a figura. A resistência é de 1 ohm e não se altera. A tensão E é aumentada
em etapas de 1 volt entre O a 8 volts. Pela aplicação da Lei de Ohm, a corrente I é deter-
minada em cada etapa de tensão. Por exemplo, quando E é 1 volt, a corrente I é:
E 1
I = -= -= 1 ampere (4·1)
R 1
90
A potência P, em watts, é determinada aplicando-se a fórmula básica de potência
P = E X I. Onde E = 1 volt, I = 1 ampêre, então P é
P = EI P=IXl P = 1 watt
P = EI P =2 X 2 P = 4 watts
P = EI P = EX2 X IX2
P = (I X 2) X (1 X 2)
P= 2X2
P = 4 watts.
Isto mostra que a potência, em um circuito de resistência fixa, varia numa razão
quadrática quando se varia a tensão aplicada. Assim, a fórmula básica P = EI pode tam-
bém ser escrita como: E2
P= -
R
Para melhor ilustrar a relação quadrática entre a potência e a tensão observe no grá-
fico que a potência é o quadrado da tensão (quando a resistência é I ohm). Pé 4 watts
quando a tensão é 2 volts. Quando a tensão é dobrada para 4 volts, Pé 16 watts e quando
E dobra de 4 para 8 volts Pé igual a 64 watts. Quando a resistência for de qualquer outro
valor diferente de I ohm, a potência não será exatamente o quadrado da tensão em
QUANTIDADE, mas mesmo assim variará numa razão quadrática. Lndependentemente do
valor da resistência, desde que ela se mantenha fixa, QUANDO A TENSÃO DOBRA, A
POTI:.NCIA DOBRA DUAS VEZES. QUANDO A TENSÃO É REDUZI DA À METADE,
A POTI:.NCIA CAI PARA A METADE DA METADE.
P WATTS
vv
64-F===f==t==t===F=t===F::::::f=
I VMt I
comE
l (VMiávR (fixo)
-8 volts · l.ll/
P=EXl
/ P=E X I
16-:!1--+--f---+-"'*-+- +--1-
//
+ - -i-1-.--z<""'--Tl--i4:---=-T --6 --e I Ampêres
O 2 3 4 5 6 7 8 E Volts
Fig.4.11. - Gráfico de potência em função da
variação de tensão e corrente.
91
Outra importante relação pode ser observada na figura 4-11. Até aqui, a potência
foi calculada com os elementos tensão e corrente (P = El), e com tensão e resistência
(P = E2 /R). Observe na figura 4-11 que a potência também varia com o quadrado da
corrente da mesma maneira que ocorreu com a tensão. Assim, uma outra fórmula de
potência, usando os fatores corrente e resistência, pode ser utilizada.
P = EI (44 )
P = E X E/R
P = E2 /R {4-5)
P = EI
P = (IR)I
P = I2 R (4-6)
P = 12 R (4-6)
P = 102 R = 100 X 1 = 100 watts.
92
P Watts
100 P Watts
lO
I varia inversamente 8
50
I (fiXE$
com R
variável
,
r
25 Ez
2o
........
12
I'o
,L, I IAmpêres
o 10 5 3.33 2.5 1.66 1.42 1.25 1.11
2 3 4 5 6 7 8 9 10 R Rc.siSt. 4 5 6 9 I E Volts
• s 6 7 a 9 10 R Resist.
a resistência fixa e permitida a variação da corrente, a potência não mais seria linear como
mostra o gráfico e variaria numa razão quadrática.
Até esse ponto, quatro das mais importantes quantidades elétricas básicas foram
discutidas: E, I, R e P. É de capital importância a perfeita compreensão das relações
entre estas quantidades. Você deverá entender perfeitamente como cada uma dessas
quantidades controla ou é controlada pelas outras no circuito elétrico. Essas relações
serão explanadas nos parágrafos que se seguem. Compare cuidadosamente cada afirma-
ção com a sua fórmula associada. Verifique a veracidade de cada fórmula aplicando-as
nos gráficos das figs. n'?s 4-11, 4-12 e 4-13 (a figura associada é indicada logo a seguir
da afirmaçã'o).
93
A fórmula indica que, se R for mantido constante e E variado, P varia com o
quadrado de E porque este aparece como uma quantidade elevada ao quadrado. Se
E for mantido constante e R variado, P variará numa razão inversa mas proporcional
a R porque este é um divisor na fórmula.
Nos parágrafos precedentes, P foi expresso em termos de pares alternados das
outras três quantidades básicas E, I e R. Na prática, você deverá ser capaz de expressar
qualquer das três quantidades básicas, assim como P em função das demais.
A figura 4-14 é um sumário das doze fórmulas básicas que você deve conhecer.
As quatro quantidades básicas E, I, R e P estão no centro da figura. Adjacentes a cada
quantidade estão três fórmulas, cada uma expressando essa quantidade em função das
outras duas. Se você verificar, verá que se trata de urna simples transposição de termos
das fórmulas básicas.
Fig.4.14. - Sumário de
fórmulas básicâs.
94
o dobro da corrente normal. Em se dobrando o valor da corrente, a potência quadruplica,
e a lâmpada, feita para 100 watts, não dissipará os 400 watts exigidos e se queimará
imediatamente.
Resistores
Os resistores são um exemplo típico de tais dispositivos. Podem ser usados em
qualquer circuito independentemente da tensão aplicada. Entretanto, haverá uma cor-
rente máxima permissível para cada tensão aplicada. O produto da tensão e da corrente
que flui pelo resistor não deve exceder. em nenhum instante, a wattagem indicada.
Símbolo de
resistor
Assim, os resistores, além da sua resistência ôhmica, têm, também, uma capaci-
dade limite de dissipação de potência. Existem resistores de mesmo valor resistivo com
diversas wattagens. Os resistores de carbono, por exemplo, são comumente fabricados
para dissipar 1/3, 1/2, 1 e 2 watts (veja fig. 4-15). Quanto maior for o tamanho físico
do resistor, maior será a sua capacidade de dissipação de potência, já que uma maior
quantidade de matéria absorverá e irradiará calor mais facilmente.
Quando se necessita de resistores que dissipem mais do que 2 watts, empregam-se
resistores de fio. Tais resistores são fabricados para dissipar potências entre 5 e 200
watts. Há tipos especiais para dissipar potências maiores do que 200 watts.
Fusíveis
Quando a corrente elétrica passa através de um resistor, a energia elétrica é trans-
formada em calor. Tal fato aumenta a temperatura do resistor. Se a temperatura for
excessiva, o resistor se queimará. No caso de um resistor de fio, o metal se derreterá
95
e abrirá o circuito interrompendo a passagem da corrente. Esse efeito é usado como
uma vantagem nos dispositivos denominados fusíveis.
Os fusíveis são, efetivamente, resistores de metal com baixo valor resistivo. Eles
são feitos para "queimar" e abrir o circuito quando a corrente exceder um valor prede-
terminado. Quando a potência consumida pelo fusível aumenta, a temperatura excessiva
derrete o metal e o circuito abre. Na prática, os fusíveis são ligados como na figura 4-16.
Fig.4-16. - Circuito de
fusível simples.
Chave
Observe que toda a corrente que flui através do resistor de carga com 29 ohms
deve passar, também, pelo fusível de 1/2 ampere, 1 ohm. Sob condições normais, a
resistência total deverá ser 29 + 1 = 30 ohms. Ao ser fechada a chave, a corrente que
flui no circuito será:
I= E/R I= 6/30 I = 0,2 ampere
Esse valor de corrente é menor do que a corrente limite do fusível e o circuito
não abre, funcionando normalmente. Entretanto, se um condutor de baixa resistência,
figura 4-16 letra a, for ligado colocando em "curto-circuito" o resistor de 29 ohms,
somente o fusível de 1 ohm ficará·no circuito recebendo os 6 volts das pilhas. A cor-
rente, em virtude da mudança de resistência do circuito, altera, e seu novo valor será:
I = E/R I= 6/1 I= 6 amperes
Uma corrente de 6 amperes fará com que o fusível de meio ampere se queime
abrindo o circuito.
Há, presentemente, uma grande variedade de tipos e tamanhos de fusíveis. A figura
4-17 mostra três dos tipos mais comuns. O capítulo 14 desta coletânea fará um estudo
mais profundo sobre fusíveis.
Energia
Energia é definida como sendo a força que produz trabalho. Há dispêndio de
energia quando um trabalho é executado, em virtude da necessidade de ser m3J!tida,
durante determinado tempo, uma força multiplicada pela distância através da qual essa
força atua para produzir o trabalho. Essa é a definição mecânica.
96
Em eletricidade, a energia total dispendida é igual ao trabalho executado mul·
tiplicado pelo tempo dispendido. Assim, a energia W é igual à potência P multiplicada
pelo tempo t.
Uma equação para energia é obtida multiplicando-se ambos os termos da equação
(44) pelo fator comum de tempo t, e equacionando a expressão para energia W
W = Pt
W = Elt (4-7)
De maneira semelhante, ambos os termos das equações 4-5 e 4-6 podem ser mul·
tiplicados pelo fator tempo t, e expressos na forma de energia :
E2
W=-• t (4-8)
R
e W = 12 R • t (4·9)
W=QE (4-10)
.
,, Fusíveis de cartucho fusível
Fig.4.17. - Tipos de
fusíveis.
Resistência
Observe a figura 4-18. A corrente, no circuito série, para completar ou fechar o
circuito elétrico deve fluir através de cada uma das lâmpadas inseridas no circuito. Assim,
cada lâmpada apresenta uma resistência adicional ao circuito. Em um circuito série, A
RESISttNCIA TOTAL (RT) DO CIRCUITO É IGUAL À SOMA DAS RESISttNCIAS
INDNIDUAIS. Na fonna de equaça'o, isso pode ser expresso como:
{4-11)
Lâmpada
RI
IOn
Lâmpada R2
IIOv 15n
R3
Lâmpada 30n.
98
Dados: R1 1O ohms,
R2 = 15 ohms,
R3 = 30 ohms,
RT = ?
Solução: RT = R1 + Rz + R3
RT = 10 + 15 + 30
RT = 55 ohms.
RI
IOn
R2
Rr IOn.
40n.
R3
99
Tensão
Conforme afirmado anteriormente, a queda de tensão através do resistor no cir-
cuito básico é a tensão total através do circuito e é igual à tensão aplicada. A tensão
total através do circuito série é também igual â tensão aplicada, mas consiste da soma
de duas ou mais quedas de tensão individuais. Em qualquer circuito série, a SOMA das
quedas de tensões nos resistores deve ser igual à tensã'o da fonte. Essa afirmação pode
ser provada pelo exame do circuito mostrado na figura 4-22. Nesse circuito, o potencial
de fonte (ET) de 20 volts é aplicado no circuito série que consiste de dois resistores
com 5 ohrns. A resistência total do circuito é igual à soma das resistências individuais,
ou seja, 10 ohms. A corrente no circuito pode ser determinada pela ui de Ohm:
ET 20
I= - = - = 2
ampêres
RT 10
Sabendo·se que o valor de cada resistor é 5 ohrns e que a corrente em cada resis-
tor é de 2 ampêres, pode-se calcular a queda de tensão através dos resistores. A tensã'o
E 1 através do resistor R 1 é:
(4·12)
Exemplo: Um circuito série consiste de três resistores com valores iguais a 20 ohrns,
30 ohms e 50 ohrns respectivamente. Determine o valor da tensã'o aplicada em cada com-
ponente, considerando que a corrente que flui no resistor de 30 ohms é 2 amperes.
Para resolver, é desenhado o circuito-diagrama mostrado na figura 4-23.
RI
20.n
RI
5.n
- Er
-=- 20v = E=7
R2
5.n
son
R3
Fig. 4.22.- Cálculo da resistência total no cir- Fig.4-23. - Determinação da tensão aplicada
cuito série. no circuito série.
10
0
Dados: R1 = 20 ohms
R2 = 30 ohms
R3 = 50 ohms
I = 2 ampêres
Soluça-o: Como se trata de um circuito série, a mesma corrente flui através de
todos os resistores. Usando a Lei de Ohm, pode-se deternúnar a queda de tensã'o através
de cada um dos três resistores.
E1 = 40 volts
E2 =60 volts
E3 = 100 volts
Urna vez conhecidas as quedas de tensões, a queda total de tensã'o ou tensão total
aplicada pode ser determinada.
ET = E1 + E2 + E3 (4-12)
ET = 40V + 60V + 100V
ET = 200 volts.
Potência
Cada um dos resistores no circuito série consome potência que é dissipada na
forma de calor. Como essa potência deve ser fornecida pela fonte, a potência total for-
necida deve ser igual em quantidade à potência consumida pelas resistências do cir-
cuito. No circuito série a potência total (PT) é igual à SOMA das potências individuais
dissipadas em cada resistor.
(4-13)
101
Solução: e detenninada, inicialmente, a resistência total.
'RT = R, + Rz + R3 (4-11)
RT = 5 + 10 +15 = 30 ohms.
Sabendo-se o valor da resistência total e a tensão aplicada, calcula-se a corrente.
ET 120
I = - = --= 4 amperes
RT 30
Usando-se as fórmulas de potência, as potências individuais podem ser calculadas:
P1 = I2 R 1 = (4)2 X 5 = 80 watts (4-6)
P2 = 12 R2 = (4)2 X 10 = 160 watts
P3 = J2R3 = (4) X 15 = 240 watts
2
RI
5.n
R2
IO.n
R3
15.n
10
2
REGRAS PARA OS CIRCUITOS SÉRIE CC
FI RI
5n
-=- Ebb R2
-=- 90v IOn
R3
SI 15n
103
A resistência total deve ser inicialmente determinada. Em seguida, a corrente poderá
ser calculada e depois as quedas de tensa-o e potências dissipadas.
RT = R, + R1 + RJ
RT= 5+10+ 15
RT = 30ohms
Ebb 90
I = -- = - = 3 ampêres
RT 30
E 1 = IR 1 = 3 amp X 5 oh ms = 15 volts
E2 = IR2 = 3 amp X 10 ohms = 30 volts
E3 = IR3 = 3 amp X 15 ohms = 45 volts
P 1 = IE1 = 3 amp X 15 V = 45 watts
P2 = IE, = 3 amp X 30 V= 90 watts
P3 = IE3 = 3 amp X 45 V= 135 watts
PT = ETI = 90 V X 3 amp = 270 watts
RI
10.0.
R2
IO .O.
Fig.4.26.- Cálculo de
valores no circuito
R3
série. I
50 .0.
O. 5a
R4
30.0.
10
4
Um fator importante a ser considerado quando se aplica a Lei de Ohm a um circuito
série é considerar se os valores usados são de um determinado componente ou se se
referem a um valor total. Quando as informações disponíveis no problema permitem
o emprego da Lei de Ohm para se detenninar os valores totais, isso deve ser feito. Para
determinar a resistência total:
Er
Rr=-
IT
Para determinar a tensão total:
Er= ITX RT
Para determinar a corrente total:
Er
Ir = -
Rr
OBSERVAÇÃO: Em um circuito série, IT é igual a I. Entretanto, deve-se ter em mente
uma distinção entre IT e I particularmente nos circuitos que serão estudados no futuro
em outros circuitos.
Para calcular qualquer quantidade (E, I, R ou P) associada com qualquer resis-
tor, os valores usados na fórmula devem ser obtidos de cada resistor em particular. Por
exemplo, para determinar o valor de uma resistência desconhecida, devem ser usadas
a tensão através desse resistor e a corrente que por ele flui.
Polaridade da tensão
Para aplicar a Lei de .Kirchhoff para ·tensão deve-se antes compreender o signi-
ficado de POLARIDADE.
No circuito da figura 4-27, a corrente flui no sentido contrário ao da rotação
dos ponteiros de um relógio devido à posição de ligação da fonte Ebb· Observe que
o extremo de baixo do resistor R 1 pelo qual entra corrente é marcado com o sinal NEGA-
TNO (- ). O extremo de cima, pelo qual sai a corrente, é marcado com o sinal POSITI-
VO(+). Essas marcas de polaridade são usadas para mostrar que o lado de R 1 por onde
entra a corrente está em um potencial negativo maior do que o lado em que sai a cor-
rente. O ponto A é mais negativo do que o ponto B. O ponto C que está no mesmo
potencial do ponto B é identificado como negativo. Isso indica que o ponto C, apesar
de positivo com relação ao ponto A, é mais negativo do que o ponto D. Não faz sen-
tido afirmar que um ponto é positivo ou negativo se não for dado o ponto de referência
COM RELAÇÃO A.
105
A Lei de Kirchhoff para tensão pode ser escrita na forma de equação como:
Ea + Eb + Ec +...En = O (4-14)
onde Ea, Eb etc. são as quedas de tensões e a fonte de FEM presentes no circuito fechado.
Para armar a equação proceda da seguinte forma:
1. Suponha uma deternúnada direção para o fluxo de corrente para o circuito
fechado. (A direção correta é preferencial mas não necessária.)
2. Considerando a direção suposta, polarize todos os resistores através dos quais
a corrente flui. O lado de entrada da corrente é negativo e o lado de saída é positivo.
3. Polarize corretamente qualquer fonte de tensão incluída no circuito.
4. Partindo de qualquer ponto do circuito, escreva a grandeza e a polaridade da
tensão através de cada componente.
S. Entre com as tensões e respectivas polaridades encontradas ao acompanhar
o circuito na equação (4-14) e resolva para a quantidade desejada.
Exemplo: Três resistores são ligados através de uma fonte de 50 volts. Qual a
tensão através do terceiro resistor, sabendo-se que a queda de tensão no primeiro resis-
tor é 25 volts e no segundo 15 volts?
r-
+
RI
c
+ El
25v
+
= Eb b
+ 8 = +
EA
E2
15v
50v
A
L,_
R2
Ea + Eb + Ec ... En = O (4-14)
10
6
Do circuito:
Substituindo os valores:
+ Ex + 15 + 25 - 50 = O
+Ex - 10 = O
Ex -lO = O
Ex= 10 volts.
+ EI
Rl=5.n
+
+ R2=10n
-=-EA
-6ov E2
Fig.4.29.- Sentido
correto da corrente.
+ A
107
Substituindo Ós valores:
+ 101 +51 -60 + 151=o
301 = 60
301 = 60
I= 60/30
I = 2 amperes
Como a corrente obtida pelo cálculo acima é de valor positivo, a direção de cor·
rente admitida inicialmente foi correta. Para mostrar o que ocorre se for admitida inicial·
mente uma direçâ"o invertida, o mesmo problema será resolvido mas admitindo-se agora
que a corrente flui em direçâ"o contrária.
O circuito é redesenhado mostrando a nova direção da corrente e as polaridades
dos componentes (figura 4-30).
Partindo do ponto A:
-E3 -EA -E1 - E2 = O
-IR3 -EA - IR, -IR2 = O
-151-60 - 51 -101 =o
-301 = 60
301 =- 60
I = - 60/30 = -2 amperes
EI +
RI= 5.n
+ R2=1 0.n
-=- EA E2
-sov
Fig.4.30.- Sentido
incorreto da +
corrente.
10
8
Fontes em série aditiva e subtrativa
Em muitas aplicações práticas um circuito poderá ter mais do que uma fonte.
As fontes de FEM que forçam o fluxo de corrente na mesma direção sa"o consideradas
como em SRIE ADITNA e suas tensões se somam. As fontes de FEM que tendem a
forçar a corrente em direções opostas esta-o em S RIE SUBTRATN A e a tensa-o efe-
tiva é a dife rença entre as tensões em oposição. Quando as duas fontes em oposição são
inseridas no circuito, o fluxo de corrente e a sua direção sa"o determinados pela fonte
maior. Exemplos de fontes em série aditiva e subtrativa são mostradas na figura 4-31.
+
+
Série aditivo -=...Ebbl
-=- 180v
..-----tlllllt------,
1 + E2 -
l
+
R2
= El RI Ebb3
I
L...-------140v 11111-+ ..J
11
0
REFER!NCIA DE TENSÃO
Ponto de referência
Um ponto de referência é um ponto arbitrariamente escolhido com o qual todos
os outros pontos devem ser comparados. No circuito série qualquer ponto pode ser
escolhido como referência e o potencial elétrico de todos os outros pontos pode ser
determinado com relação a esse ponto de referência. No exemplo da figura 4-33, o
ponto A deve ser considerado como referência. Todos os resistores da série no circuito
mostrado são de igual valor. Dessa forma, a tensão aplicada se distribui igualmente atra-
vés de cada resistor. O potencial no ponto B é 25 volts mais positivo do que o ponto A.
Os pontos C e D são, respectivamente, 50 e 75 volts mais positivos do que o ponto A.
Se o ponto B for usado como referência (figura 4-34), o ponto D será 50 volts
positivos com relação ao novo ponto B de referência. O ponto A será agora 25 volts
negativos com relação ao ponto B.
O +75v O +50v
R3 R3
C +50v C +25v
+
+
75v 75v R2
B +25v 8 Ov
l RI
A Ov
A -25v
Ponto de terra
Como mostrado anteriormente, o ponto de referência de um circuito é sempre
considerado como sendo o de potencial zero. Como a terra é considerada ponto de
potencial zero, o termo TERRA é usado para identificar um ponto elétrico comum
de potencial zero. Na figura 4-35, o ponto A é o de referência zero, ou terra, confor-
me simbolizado. O ponto C é 75 volts positivo e o ponto B é 25 volts positivo com
relação ã terra.
Em diversos equipamentos elétricos e eletrônicos, o metal do chassi é o ponto
comum de terra para os diversos circuitos elétricos. A vantagem desse terra comum
111
aparece quando se considera o problema de economia, simplificação de esquematiza-
ção e facilidade de medição. Ao completar cada circuito elétrico o ponto comum de
zero será ligado diretamente no metal do chassi, eliminando dessa forma uma grande
quantidade de fio para retomo. Os elétrons passam pelo metal do chassi (condutor)
e alcançam outros pontos do circuito. Um exemplo de circuito com retomo por terra
é mostrado na figura 4-36.
A maioria das medições de tensão efetuadas para verificar o funcionamento dos
circuitos em equipamentos eletrônicos é feita com relação ao ponto de terra. Um fio
do medidor é ligado em terra e o outro fio se desloca para efetuar medidas nos diversos
pontos de teste.
Diz-se que um circuito está ABERTO quando existe uma interrupção no percurso
de condução normal da corrente elétrica. Apesar de normalmente uma chave ser utilizada
para abrir um circuito a fim de desalimentá-lo, pode ocorrer uma abertura de circuito
por avaria em componente devido à condições anormais no circuito. Para restabelecer
a condição correta de operação, o ponto aberto deve ser localizado e a causa da sua aber-
tura determinada.
Algumas Nezes uma interrupção no circuito pode ser visualizada por meio de inspe·
ção nos componentes do circuito. Componentes avariados tais como resistores queimados e
fusíveis abertos podem normalmente ser localizados pelo processo de inspeção visual.
Outros, tais como um fio aberto, mas coberto pelo isolamento, ou o elemento derretido
de um fusível vedado, não são de rápida visualização. Sob tais condições, a compreensão
dos efeitos de uma interrupção no circuito permitem ao técnico, com o emprego de um
voltímetro ou ohmímetro, localizar o componente avariado.
Na figura 4-37, o circuito série consiste de dois resistores e de um fusível. Observe
os efeitos nas condições do circuito quando o fusível abre.
C +75v RI
+
75v 8 +25v R2
L A
11
2
O fluxo de corrente cessa, porque houve urna interrupção no percurso. Não haverá
mais queda de tensão através dos resistores. Cada extremo do circuito aberto se toma
uma extensão dos terminais da bateria e a tensa-o que aparece no ponto aberto é igual
à tensã'o aplicada no circuito.
Um circuito aberto, tal como o mostrado na figura 4-37, pode também ser localiza-
do com um ohmímetro. Para usar o ohmímetro, entretanto, o circuito deverá estar desa-
limentado. Isso é importante. Não se pode ligar um ohmímetro a um circuito quando há
tensão elétrica presente. Um ohmímetro possui fonte de alimentação própria para o seu
funcionamento, e ele se avariará se for ligado a um circuito alimentado.
O ohmímetro usado para medir um circuito série deverá indicar o valor ôhmico de
cada resistência a que for ligado. O circuito aberto, devido à sua resistência quase infinita,
não produzirá deflexão no ponteiro do ohmímetro, conforme mostrado na figura 4-38.
Qrcuito nonnal
lndicaçfo
infinita
Circuito aberto
113
EFEITO DA RESIST NCIA DA FONTE NA TENSÃO,
POT NCIA E EFICttNCIA .
Todas as fontes de FEM apresentam alguma resistência interna que fica em série
com a resistência de carga do circuito ao qual a fonte é ligada. A resistência da fonte é
geralmente indicada nos circuitos-diagramas como um resistor separado ligado em série
com a fonte. A tensão e a potên cia disponível para a carga podem ser aumentadas se a
resistência da fonte for reduzida.
Os efeitos da resistência da fonte, Rs. na tensão aplicada ã carga pode ser mostrada
pelo uso da figura 440. Na parte A da figura, o circuito está aberto e um voltímetro
ligado através da bateria indicará uma tensã'o de circuito aberto. No caso de uma pilha
seca, a tensão de circuito aberto é 1,5 volts. Na parte B, a pilha é colocada em curto-
E•I.SV Rs
R2
100
Comnte nonnal
Tenslo no Corrente de
circuito
cwtoc:ir-
aberto (A) cuíto
(B)
Cl.rgaU&ada
(C)
Corrente excessiva
11
4
A tensão disponível para a carga será:
115
Solução da figura 4-26.
Dados:
R 1 = 10 ohrns
R 2 = 10 ohms
R3 =50 ohms
Rt = 30 ohms
I = 0,5 ampere
Solução:
(a) Rr = R1 + Rz + R3 + Rt
Rr = 10 + 10 +50 + 30 = 100 ohms
ET = IRT = 0,5 X I 00 = 50
volts. (b) E1= IR1 =0,5X 10=
5volts
E2 = IR2 = 0,5 X 10= 5 volts
E3 = IR3 = 0,5 X 50= 25 volts
E4 = IRt = 0,5 X 30 = 15 volts
Conferência:
ET = E1 + Ez + E3 + E4
Er = 5+5+25+15=50volts
Conferindo:
PT = 1T 2 Ry= O,SZ X 100 = 25 W.
ou Py = IT ·Er = 0,5 X 50= 25 W.
E1z 502 2500
ou Pr = --=- -=-- = 25W.
Rr 100 100
11
6
1 _!_.-.!
_ Es=IOOV
RL
I
o
Et
o
16.6
I
20
16.6
PL
o
275.6
%EF
o
16.6
2 28.6 14.3 409 28.6
Et 3 375 12.5 468.8 375
4 44.4 11.1 492.8 44.4
5 50 lO 500 50
6 5-4.5 9.1 495.4 54.5
7 58 I 83 482.2 58.1
8 61.6 7.7 474.3 61 .6
Es = Tensão da fonte com o circuito aberto. 9 63.9 7.1 453.7 63.9
Rs = Resistência interna da fonte.
Et = Tensão nos terminais. lO 66 6.6 4356 66
RL = Resistência de carga. 20 80 4 320 80
Pt = Potência consumida na carga.
I = Corrente da fonte. 30 87 2.9 252 87
% EF = Porcentagem de eficiência. 193.6
40 88 2.2 88
(A) 50 91 1.82 165 91
Identificação do circuito e símbolos
(B)
c;; Tabela
(i) ..... V>
!:J ,C..C..:. 1-
o
"..'.-.. > :E
ti
!J:
o .....
.... c..
90
80
18
16 400 \'1.
'.....,
70 14 O ,...-'-......--
...............
f,
--- ---
60 12 300 'I
50 lO
40 8 200 v
r-1
....... -
--
........
30 6
20 4 100 I
lO 2
o
0246810 40 50
(C)
Gráfico
Circuitos Paralelos CC
Tensão
Você viu que a tensão da fonte se divide proporcionalmente pelos resistores do
circuito. No circuito paralelo (figura 5.1), a mesma tensão está presen te através de todos
os resistores de um grupo em paralelo. Essa tensão é igual à tensão aplicada (Ebb)·Tal
afirmação pode ser expressa na forma matemática como:
(5-1)
117
J::n: Ebb
·4C
RI
. .>
R2>
RI R2
percurso 1
percurso 2
.....b-E RI
;r bb
Fig.S-3. - Exemplo de problema em circuito
paralelo.
>
118
Determinada a tensão em um resistor (R2 ) de um circuito paralelo, o valor da
tensão da fonte (Ebb) e o potencial aplicado a todos os outros resistores em paralelo
ficam também determinados (equação 5-I ).
Divisão de corrente
A corrente em um circuito é inversamente proporcional à resistência do circuito.
Esse fato, tomado da Lei de Ohm, estabelece a relação na qual a discussão que se segue
é feita.
Nos circuitos série há a considerar apenas uma corrente. O seu valor é determinado
em parte pela resistência total do circuito. Entretanto, a corrente da fonte, em um cir-
cuito paralelo, se divide pelos diversos percursos, dependendo sua grandeza do valor da
resistência presente no circuito. A Lei de Ohm permanece inalterada. Para uma dada
tensão, a corrente varia inversamente com a resistência. O comportamento da corrente
nos circuitos paralelos será mostrado por meio de uma série de ilustrações, usando-se
como exemplos, circuitos com diferentes valores de resistência para um mesmo valor
dado de tensão aplicada.
A parte A da figura 54 mostra um circuito série básico. No circuito da figura a
corrente total deve passar por todos os resistores. O valor da corrente é determinado
conforme abaixo:
Ebb 50
lt = - - = -= 5
ampêres
RI 10
A parte B da figura mostra o mesmo resistor (R 1) com um segundo resistor (R2 )
de igual valor ôhmico ligado em paralelo. Aplicando a correta equação da Lei de Ohm,
verifica-se que a corrente tem o mesmo valor mas não se trata da mesma corrente. As
correntes individuais slfo determinadas como sendo:
Ebb 50
IR 1
= -- = - = 5 ampêres
R1 lO
Ebb 50
IR 2 = -- = - = 5 ampêres
R2 10
evidente que se cada corrente que passa pelos resistores tem a grandeza de 5
amperes, a corrente total fornecida pela fonte é de lO amperes. A distribuição da cor-
rente no circuito paralelo simples mostrado na figura 54-B é a seguinte:
Ir•IOo 12• 5o
RI Ebb RI R2
I OI\ 5011 101\ 101\
(8) o
(5-2)
lEbb
50v
RI
101\ 1"
R2
201\ Ebb
10.1\
RI
1 IO.n.
R2
I R3
IOfl.
120
- Ir= 1sa.
Fig.S-5.- Divisão de corrente nos circuitos
paralelos.
121
A quantidade de corrente em cada ramo do circuito e a corrente total (figura 5-5 B)
são determinadas conforme abaixo:
Ia + Ib ... + In = O (5-3)
onde Ia, Ib, etc., sâ'o as correntes que chegam e deixam a junção. As correntes que chegam
ã junção sâ'o consideradas positivas e as correntes que deixam a junção são consideradas
negativas. Na resoluçâ'o de problemas, as correntes deverão entrar na equação com os
sinais de polaridade corretos.
14• 5a
I 2 = 3a
I I= Ga
Resistência paralela
A discussllo feita sobre corrente introduziu certos princípios que envolvem carac-
terísticas e efeitos de resistências nos circuitos paralelos. Será feita, a seguir, uma expla-
na-ção detalhada das características apresentadas pelas resistências quando ligadas em
paralelo. Essa explanação inicia com um circuito paralelo simples. Serão descritos diversos
processos para se determinar o valor da resistência total no circuito.
No exemplo do diagrama da figura S-8, dois cilindros de material condutivo, cada
um com resistência de 10 ohms são ligados em paralelo a uma bateria de 5 volts. É for-
mado um circuito paralelo completo composto de dois ramos e flui rá corrente como
indicado. O cálculo das correntes individuais mostram que flui meio ampêre de cor-
rente em cada resistor. A corrente total de 1 ampêre drenada da bateria chega à junção
dos resistores, flui pelos ramais, e retoma à bateria. A resistência total do circuito pode
ser determinada pela substituição dos valores de tensão e da corrente na equação derivada
da Lei de Ohm.
Et 5
Rt = -= - = 5 ohms.
lt 1
O cálculo mostra que a resistência total do circuito é 5 ohms, metade do valor
de cada. um dos resistores. Como a resistência total deste circuito paralelo é menor do
que qualquer um dos resistores no circuito, o termo "resistência total" não significa
uma simples soma dos valores ôhmicos individuais. A resistência total de resistores em
123
paralelo é também conhecida como resistência equivalente. Em alguns textos, os termos
resistência total e resistência equivalente são intercambiáveis.
Há diversos processos para se. determinar a resistência equivalente de circuitos
paralelos. O processo mais adequado para resolver um problema em particular depende
do número e valores dos resistores. Para o circuito mostrado na figura 5-8, é usada a
seguinte equação:
R
Req =-
N
onde Req = resistência equivalente
R valoc ôhrnico de um dos resistores
N = número de resistores
A equaç:ro acima só é válida para qualquer número de resistores com valores ôhrni-
cos iguais. Urna perfeita mpreensã"o do motivo pelo qual a resistência equivalente de
dois resistores em paralelo é sempre menor do que a resistência apresentada pelo menor
resistor do circuito, pode ser obtida pelo exame da figura 5-8. Os dois cilindros de 10
ohms têm volumes flXos e iguais. Se os cilindros forem combinados em um único cilindro
conforme mostrado na figura 5-9, o volume será dobrado.
la la
r r
Equivalente a
t---
dois resistores
de 10 ohms
ligados em sn
.. sv 5v paralelo
1....
la
\
Fig. 5·8. - Dois resistores iguais ligados em Fig.5-9.- Circuito paralelo equivalente.
paralelo.
Método da recíproca
Em muitos circuitos, os resistores em paralelo são de valores diferentes. É interes-
sante, nesse caso, desenvolver uma fórmula para calcular rapidamente a resistência equi-
valente do circuito. Essa fórmula matemática é derivada da seguinte equação básica:
(5-2)
125
Como no circuito paralelo
Et = Et = E2 =En;
E E E E
-- = - +--+ --
Rt Rt R2 · ·· Rn
Dividindo ambos os termos por E
E E E E
-- = -- + --+ --
ERt ER1 ER 2 . . . ERn
1 1 1 1
- -=- -+--+ -
- Rt Rt R2 ... Rn
Tomando a recíproca de ambos os lados:
1 1
-1-=-----
1 1
-----
I
--+ --+ --
Rt R1 R2 ··· Rn
Simplificando:
Rt = ----- - -- (5-5)
--
1 1 1
--+--+ ... --
Rt R2 Rn
Esta fórmula é denominada "A recíproca da soma das recíprocas" e é a equação
normalmente empregada para resolver problemas para se determinar a resistência equi-
valente de circuito dotado com diversos resistores em paralelo.
Req = -------
1 1 1
--+--+--
Rt R2 R3
Substitua com os valores
Req = -------
1 1 1
--+--+- -
20 30 40
Req = ------ -
13
=
6 4 3 120
--+--+--
120 120 120
120
Req = -- = 9 23 ohms
13 '
Alguns circuitos podem ser resolvidos de maneira mais conveniente considerando-se a
facilidade com que a corrente flui. O grau de facilidade de passagem da corrente permi-
tido por um circuito é denominado condutância (G) do circuito. A unidade de condutân-
cia é o MHO, a palavra ohm escrita ao contrário. (A unidade MHO foi substituída por
SIEMENS). A condutância de um circuito é a recíproca da resistência e pode ser deter-
minada pela seguinte fórmula:
1
G =-
R
Logo,
1
R=-
G
No circuito paralelo, a condutância total é igual à soma das condutâncias de cada
ramo.
(5-6)
127
circuito original circuito equivalente
RI R2
20/\ 3().{).
(A) (8}
Fig.5-12.- Circuito paralelo com circuito equivalente.
(4-13)
Pt = Ebb X lt
Pt = 50 volts X 8 amperes
Pt = 400 watts
128
Para resolver problemas em circuitos CC paralelos, considere as seguintes regras:
1. A tensão aplicada a cada ramo de um circuito paralelo é a mesma e igual à tensão
da fonte.
2. A corrente que flui em um ramo do circuito paralelo é inversamente proporcio-
nal à grandeza da resistência do ramo.
3. A corrente total de um circuito paralelo é igual à soma das correntes de cada
ramo do circuito.
4. A resistência total de um circuito paralelo é igual à recíproca da soma das recí-
procas das resistências do circuito.
5. A potência total consumida em um circuito paralelo é igual à soma das potências
consumidas pelas resistências individuais.
RAMO!!
Ebb
.. 50v
RI
IOn.
d 1 R2
251\
R3
son.
RAMOb
Ir"aa
Fig.5·13. - l:.xcmplo dt: circui to paralelo. Fig. 5-14.- Circuito paralelo típi co.
129
Solução:
I. A corrente em L1 é: I = P/E = 50/100 = 0,5 amperes
Em L2 : 25/100 = 0,25 amperes
Em L3 : 75/100 = 0,75 amperes
Em L4 : 150/100 = 1,5 amperes
Em L5 : 200/100 = 2,0 amperes
Em L6 : 250/lOO = 2,5 amperes
COMBINAÇÕES SÉRIE-PARALELO
130
uma questão de aplicação das leis e regras discutidas nas partes relativas aos circuitos
série e paralelo.
Rt = R2.3 + R 1 = 2 +2 = 4 ohms
Se a resistência total, Rt. e a fonte de tensão, Es. são conhecidas, a corrente total,
It. pode ser determinada pela Lei de Ohm. Assim, na figura 5-15 A,
a
[ab
Rl
R2
3 - 12
Eab
. 2
· v,..
b ...1oJ...
Ebc
R3
t;; L-
-
z.n. Ebc 11
I)
R3 R1
t x, 6.n.
lt 1 Jx, a.n.
ltl
E1• 20v E0 • 20•
- 1111111+ -'1111111•
R, em série com a combi nação paralela de R 1 em paralelo com a combinação série de
R 2 e R, R 2 e R,
(A) (B)
Se os valores dos vários resistores e a corrente através deles são conhecidos, as que-
das de tensão através dos resistores podem ser determinadas pela Lei de Ohm. Assim,
De acordo com a lei das tensões de Kirchhoff, a soma das quedas de tensão ao
longo do circuito fechado é igual à tensão da fonte. Assim,
131
Se a queda de tensão, Ebc. através de R2,3 for conhecida, a corrente que passa nos
ramos individuais pode ser determinada como abaixo:
Ebc 10
l2 = -- = - = 3 333
amn.!.res
R2 3 ' }"'
Ebc 10
h = -- = - = 1 666
amn.!.res
R3 6 ' }"'
Conforme a Lei das Correntes de IGrchhoff, a soma das correntes que fluem nos
ramos individuais paralelos é igual à corrente total.
Assim,
12 +h = lt, ou seja, 3,333 + 1,666 = 5 amperes (aproximados).
A corrente total flui por R 1, e, no ponto "b", ela se divide pelos dois ramos na
razão inversa da resistência de cada ramo. Flui duas vezes mais corrente por R2 do que
por R 3 , porque R2 é metade da resistência de R3. Dois terços de 5 amperes, 3,333
amperes fluem em R2 , e 1,666 amperes, ou seja, um terço, fluem através de R3.
Na figura 5-15 B, R 1 está em paralelo com a combinação série de R2 e R3 . A resis-
tência total, Rt, é determinada em duas etapas. Inicialmente, determina-se a soma das
resistências de R2 e R3 conforme segue:
132
Es 20
l2,3= -- = -= 1,666 amperes
R2,3 12
133
De acordo com a lei das correntes de Kirchhoff, a soma das correntes individuais
dos ramos é igual à corrente total.
RI R3 RI
9.JL 6.1\.
R2 Rt 20.1\.
R6
resistência
12.JL 1!Isimplificação equivalente
tB) (O)
Rs = R3 ++ Rs = 5 + 9 + 1O = 24 ohrns
Segundo, Rs fica em paralelo com R2 . A resistência combinada de Rs em paralelo
com Rz é:
Rs X R2 8 X 24
Rs,z = = = 6 ohms (fig. 5-16 C)
Rs + R2 8 + 24
134
Terceiro, a resistência total, Rt , é deternúnada combinando-se os resistores R1 e
R 6 com R5,2 conforme abaixo.
Rt = R1 + R6 + R5,2 = 2 + 12 + 6 = 20 ohms
Outros circuitos compostos podem ser resolvidos de maneira semelhante. Por
exemplo, na figura 5-17, a resistência equivalente Rt pode ser deternúnada simplificando-
se o circuito em etapas sucessivas. Cõmeçando com os resistores R1 e R2 ,temos:
R1 X R 2 3X6 18
R -
l ,l - RI + R2
= --
3 +6
- =9- = 2
ohms
sendo que esse equivalente está em série com R 3 .
Os resistores R1 ,2 e R3 são então somados para dar a resistência resultante R 1,2 ,3 .
R1 ,2,3 está em paralelo com. A resistência combinada R1, 2, 3,4 é determinada como
abaixo:
R1,2,3 XR4 6X12 72
R1 2 -
' '3.4- R1, 2,3 +
= ---
6 + 12
= -= 4 ohms
18
Essa resistência equivalente está em série com Rs . Logo, a resistência total do cir-
cuito será:
Rt = R1,2,3,4 + Rs = 4 + 8 = 12 ohrns
Pela lei de Ohm, a corrente da linha, lt, é:
Es 54
lt = = = 4 5 ampe'res
- -
Rt 12 '
A corrente de linha circula através de R 5 e, desta forma, a queda de tensão E 5 é:
E5 = lt X Rs = 4,5 X 8 = 36 volts
RI
54 v
134
De acordo com a lei de tensões de Kirchhoff, a soma ..das quedas de tensão através
do circuito completo é igual à tensiio da fonte. Assim, a _tensão entre os pontos "a" e
"d" é:
Ead = Es - E5 = 54 - 36 = 18 volts
A corrente emé:
14 = E4=
/ 18/12 = 1 ,5 ampêres
Ead 18
13 = --'--- = -= 3 ampêres
Rt ,2 ,3 6
A queda de tensão E3 , em R3 , é:
E3 = 13 X R 3 = 3 X 4 = 12 volts,
e a tensão através da combinação paralela de R 1 e R2 , ou seja, Ebc, é:
Ebc = lt ,2 X R1 ,2 = 3 X 2 = 6 volts,
Ebc 6
I = --= = 2 am .1-"'àres '
I RI 2
e a corrente 12 , em R2 , é:
Ebc 6
12 = --= - = 1 ampêre
R2 6
Es = E5 + Ead = 18 + 36 = 54 volts
A potência total é também igual à corrente total multiplicada pela tensão da fonte.
136
----, I
----1
Ri
I
I
I
1 I
I
I
I
I
RI R2
I I Er I
I I 60Jl 401\.
I I I
I (para a carga) 1-
I I -..Ebb I
I -:-Ebb :
1• 50v
I
I -
l I
L_1s--J I
L.- ---.J
I
•
Fig.5-18. - Bateria com resistência interna. Fig. 5-19. - Efeito da resistência da fonte no
circuito paralelo.
corrente total; e (3) um aumento na resistência total. A potência dissipada pelo circuito
é também afetada. O efeito da resistência interna no circuito é analisado usando-se o
exemplo da figura 5-19.
O circuito mostrado na figura 5-19 não pode ser classificado como um circuito
paralelo porque há uma resistência em série a ser considerada. Resolve-se o circuito da
seguinte maneira:
60 X 40 2400
-- -- = - - = 24 ohms
60 +40 100
Reduza ao circuito equivalente (figura 5-20) e calcule a resistência série total:
Rt = Ri + Req = 1 + 24 = 25 ohms
ERi = lt X Ri = 2 X 1 = 2 volts
138
Determine a potência total dissipada:
138
r- -A---, Ir•2a Ir
'
I
+ Ri I
I li\ I
I I Req
1- I 241\ 2
1- I :=:::Ebb I Sw l R L I .c RL 2c
I Ebb
I - I + --
I+ 50v I
'>
I I c
I
!_ _
---..J Ir •2a
8
FI
Fig.5-20. - Circuito equivalente.
--------------..J
Fig. 5-21. - Exemplo de circuito protegido
por fusível.
ou em série com a fonte geral de tensão. O efeito de um curto em circuito protegido por
um fusível é mostrado na figura 5-21.
Com a chave Sw na posição 1 (como mostrado), flui uma quantidade de corrente
pelo fusível não superior à sua capacidade de corrente. Se a chave for passada para a
posição 2, um fio condutor ficará ligado em paralelo com os resistores de carga. A resis-
tência equivalente do condutor e dos resistores, todos ligados em paralelo, será menor
do que a resistência do próprio condutor. Como ainda existe um percurso fechado para
o fluxo de corrente e a resistência equivalente do circuito é efetivamente zero; a cor-
rente aumentará rapidamente. Atingindo o valor limite de capacidade do fusível, este
abre, interrompendo o fluxo de corrente. Um curto provavelmente avariará um com-
ponente do circuito a menos que o circuito esteja devidamente protegido por um fusível.
A avaria pode ocorrer na forma de queima de um resistor, destruição da fonte, ou incên-
dio em componente do circuito ou na fiação.
Divisor de tensão
Em praticamente todos os equipamentos eletrônicos, tais como rádio-receptores
e transmissores, certos aperfeiçoamentos de projeto ocorrem cada vez com mais fre-
qüência. Por exemplo, um rádio-receptor típico pode exigir tensões diferentes para vários
pontos do ciicuito. Além disso, as tensões devem proceder de uma mesma fonte de ali-
mentação primária. A maneira mais comum de atender a essa exigência, é pelo uso de
uma rede DIVISÓRIA DE TENSÃO. Um divisor de tensão típico consiste de dois ou
mais resistores ligados em série a uma fonte de alimentação. A tensão da fonte, Es.
deve ser mais alta do que qualquer uma das tensões individuais que ela deve fornecer.
À medida que a tensão primária ou da fonte é abaixada em etapas sucessivas por meio
de resistores em série, uma fração desejada da fonte pode ser derivada a ftm de atender
a cada exigência individual de tensão. Os valores ôhmicos dos resistores em série a serem
usados são ditados pelas quedas de tensão que se deseja dar.
Se a corrente total que fl ui no divisor é afetada pela colocação e retirada da carga,
as quedas de tensão em cada resistor divisor também serão afetadas.
No projeto, a corrente máxima a ser drenada da fonte pela carga determinará os
valores dos resistores que formam o divisor de tensão. Normalmente, os valores esco-
lhidos para o divisor devem permitir o fluxo de uma corrente igual a 10 por cento da
139
corrente total drenada pelas cargas externas. Essa corrente, que não flui por nenhum
dos ramos considerados cargas do divisor, é denominada corrente de sangria.
Um circuito divisor de tensã"o é mostrado na figura S-22. O divisor é ligado a uma
fonte de 270 volts e alimenta três cargas simultaneamente: (I) entre o ponto 1 e terra,
uma carga que exige 90 volts e uma corrente de 10 ma (0,001 ampêre); (2) entre o pon-
to 2 e terra, uma carga que exige ISO volts e uma corrente de 5 ma;e (3) entre o ponto
3 e terra, uma carga que exige 180 volts e uma corrente de 30 ma. As correntes, tensões,
resistências e potências nos quatro resistores divisores de tensão devem ser determinadas.
A lei das correntes de Kirchhoff, aplicada ao terminal 1, indica que a corrente no
resistor B é igual a 15 ma, correspondente à corrente que flui no resistor A mais 10 ma,
oorrespondente à corrente que flui na carga de 90 volts. Assim;
Ib = 15 + 10= 25 ma +O---.
Da mesma forma;
Ic 25 + 5 = 30 ma, e
lct = 30 + 30 = 60 ma
Eb = ISO- 90 = 60 volts
b 150V
Ed = 270 -180 = 90 volts I MA 5 MA
r
tências, deve ser recordado que na fór-
mula R = E/1, o valor obtido de R será
- >l5MA 90V
lO MA
"' A CARGA
em ohms se E for em volts e I em ampê-
A resistência de A é:
141
A resistência de B é:
A resistência de C é:
A resistência de D é:
No problema mais complexo da figura 5-23, sã"o dados os valores das resistências
do divisor de tensã"o e deve ser calculada a corrente em R 5 .
142
A corrente de carga em R 1 é 6 ma; a corrente em R 2 é 4 ma;e a corrente em R 3 é
10 ma. A tenslro da fonte de alimentação é S10 volts.
A lei das correntes de Kirchhoff deve ser aplicada às junções a, b, c e d, para deter-
minar as expressões de corrente nos reistoresR 5 , R6 e R7 • Assim, verifica-se que a
corrente emé I+ 6 + 4 + 10 = I + 20. A corrente em R 5 é I, um valor desconhe-
cido. A corrente em R6 é I+ 6; a corrente em R7 é I + 6 + 4 =I+ 10.
A tensão empode ser expressa em termos de resistência (em kilohms) e cor-
rente (em miliarnperes) na forma S (I + 20) volts. Similarmente, a tensão em R 5 é igual
a 2S1, a tensã'o em R6 é 10(1 + 6), e a tensão em R7 é 10(1 + 10). Para determinar a
corrente desconhecida I, deve-se empregar a lei das tensões de Kirchhoff ao divisor de
tensão. A soma das tensões através de, R 5, e R7 é igual ã tensão da fonte.
501 = 2SO R7
10 k..t\.
I= 5 ma
R6
10 kf\
Fig.S-23. - Divisor de
voltagem para determinar
R5
Ee R. 25 kf\
R4
5kll
e
A corrente de 5 ma que circula em R5 produz uma queda de tensão igual a S X 25 =
12S volts. Como R 1 está em paralelo com R 5 , a tensão para a carga R 1 será também de
125 volts. A corrente que circula emé 5 + 20 = 2S ma e a tensão correspondente
143
emé. 5 X 25 = 125 volts. Em virtude de o ponto "d" estar em potencial de terra, o
ponto "c", por onde sai da corrente de R 5 , é 125 volts positivo em relação à terra, e o
ponto "e", por onde entra corrente no resistor. é 125 volts negativo com relação ã
terra. A corrente emé 5 + 6 = 11 ma, e a tensão em R6 é 11 X 10 = 110 volts. A cor-
rente em R1 é 5 + 10 = 15 ma, e a queda de tensão é 15 X 10 =ISO volts.
A soma das quedas de tensão no divisor é igual ã tensão da fonte:
A potência na carga R2 é:
e a potência total suprida pela fonte é igual ã soma das potências absorvidas no divisor
e pelas potências das 3 cargas, ou seja:
144
A potência total pode ser conferida como abaixo:
200v
,
1 8ma
F RI
aS ?
lir il... R2
?
e 200 volts para duas cargas que drenam 6 e 18 rniliamperes respectivamente. Suponha
que a corrente de drenagem seja 10 por cento da corrente requerida pela carga.
A corrente requerida pelas cargas é de 24 rniliamperes. A corrente de sangria será:
lb = 10 por cento X 24 ma
lb = 2,4 ma
lb = corrente de sangria
145
A corrente de sangria e a corrente que flui no resistor R 3 se combinam e ambas
as correntes passam pelo resistor R 1 •
IR 1 = lb + IR 3 = 2,4 + 6 = 8,4 ma
A corrente total no circuito será:
lt = 8,4 + 18 = 26,4 ma
Os valores ôhmicos dos resistores R3 edevem ser:
ER 3 50
R3 =- - = = 8,33 k.ilohrns
IR 3 6 X 10- 3
E 200
=- - = 11,I k:ilohrns
=
I 18 X 10-3
Resolvendo para R, e R 2
ER 1 150
R1 = -1-R-, = - .-X-I- _3
84 0
= 17,85 k.ilohms
ER2 50
R2 = -- = = 20,82 k.ilohms
IR2 2,4 X 10- 3
RI b) R2
Ir 50.1'\. 20
a)
R3 R6
1 00.1\. 16 0.1'\.
12
14
Determine:
1. resistência no ramo (a)
2. resistência no ramo (b)
3. resistência total
4. corrente total
5. tensões ER1 , Ea e Eb
6. correntes dos ramos (a) e (b)
7. tensões ER2 e ERs
8. correntes l1 , h,h e 14
9. tensões ER3 , Ee ER 7
1O. potência em R 8 , no ramo (a), (b) e em R1
11. potência total do circuito
Resposta:
147
Capltulo 6
A resolução de circuitos, até este ponto, foi feita empregando-se a Lei de Ohm.
Exatamente como nos outros ramos da ciência, a eletrônica também emprega, na reso-
lução dos seus problemas, processos abreviados que economizam tempo e simplificam
as operações. Esses processos, entretanto, só devem ser apresentados após ter o aluno
adquirido uma bagagem teórica suficiente. Este capítulo mostrará os processos de solu-
ção que simplificam os cálculos dos circuitos complexos ou resolvem-nos por processos
especiais, já que tais problemas não podem ser resolvidos pelos processos comuns.
148
Para resolver o circuito da figura 6-1, são armadas, como já afirmado, três equações,
uma para cada malha. O número necessário de equações é sempre igual ao número de
malhas. As equações são, em seguida, resolvidas simultaneamente.
Resolução típica
Nesta seção, o circuito combinado mostrado na figura 6-2 será resolvido empre-
gando-se o processo de análise do circuito fechado. Observe que o circuito é constituído
de duas malhas de maneira que serão armadas duas equações.
Inicialmente, admite-se uma corrente circulante no sentido anti-horário para cada
malha. Em aditamento, assume-se que essas correntes produzem quedas de tensão em
cada resistor do circuito. As quedas de tensão recebem polaridades deternúnadas pelo
sentido do fluxo de corrente em cada resistor. Observe que pelo resistor R 2 fluem duas
correntes em sentidos opostos. Um conjunto separado de símbolos de polaridade é usado
em R2 na representação da queda de tensão produzida por cada uma das correntes. Após
serem estabelecidas as correntes e polaridades para as quedas de tensão, pode-se armar as
equações de tensão.
Conforme o estabelecido na
lei das tensões de Kírchhoff -a so-
ma algébrica das quedas de tensão e
E D das FEM em um circuito fechado é
igual a zero - é armada uma equa-
ção para o circuito ABEF da figura
6-2.A equação é armada partindo-se
do ponto A e percorrendo o circuito
+E R2 +
R3 na direção indicada da corrente. As
- T 20.n 30A polaridades usadas para cada queda
-_40V de tensão na equação são as encon-
-+ tradas nos componetes do circuito.
Para facilitar, a polaridade da queda
a ser considerada será a do lado de
saída da corrente. Por exemplo, no
c caso de R 1 , partindo de E para F é
usada uma polaridade positiva. A
Fig. 6-2. - Exemplo de circuito. equação para o circuito ABEF é:
Simplificando: (2)
Observe que passando por R2 , são encontradas duas quedas de tensão com pola-
ridades opostas. Ambas as tensões (2011 e 201 2 ) são incluídas na equação.
Em seguida, é armada a equação para o circuito BCDE.
149
Novamente, observe que as duas quedas de tensão(+2012 e -201 1) entram na equação
representando R2.
(2)
1001, = 200
200
I---
1- 100
I 1 = 2 amperes
- 20 X 2 + 5012 =O
-40 + 5012 =o
5012 = 40
12 = 0,8 amperes
ER 1 = 11 X R 1
ER1 = 2 X 8 = 16 volts
150
Circuitos com diversas fontes de tensão
Freqüentemente as redes possuem mais de uma fonte de tensão alimentando as
cargas. Apesar de o circuito parecer complicado, a solução não é mais difícil do que a
do problema anterior. O mesmo processo para a solução deve ser utilizado.
A figura 6-3 mostra um circuito com fontes múltiplas que será usado como exemplo
de solução.
+
R4 Fig. 6-3. - Circuito
7.fl com diversas fontes.
A '=B
No diagrama da figura 6-3 está novamente sendo admitida uma corrente para
cada malha que flui no sentido anti-horário, Observe que também fluem em Rz duas cor-
rentes opostas produzindo quedas de tensão com polaridades opostas. A equação para a
malha ABEF é:
+ 10512 = 525
525
12 = -= 5 ampêres {13)
105
151
Substituindo a corrente 12 em (8):
2511 - 20(5) = 25
2511 - 100 25
2511 125
125
11 =-=5 (14)
amperes
25
Se os valores de corrente aparecessem como negativos, a clireção assumida para
as correntes estaria incorreta. A grandeza da corrente é sempre igual. Agora que se conhe-
ce o valor da corrente, pode-se determinar as quedas de tensão.
ER1 = 11 X R1
ER 1 = 25 volts
ER2 = (11 -12 ) R2
ER2 = O volt
Como as corren tes que fluem em R2 são opostas e de grandezas iguais, não há
queda de tensão.
ER3 = 12 X R3
ER 3 = 50 volts
E= 1 2 X
ER4 = 35 volts
Circuitos equivalentes
Na análise da maioria dos ci rcuitos, a solução é voltada principalmente para o
cálculo da corrente e tensão na carga. Nesses casos, é interessante eliminar as etapas
intermecliárias para se obter cliretamente os dados que se desejam. A parte que se segue
mostrará como podem os cálculos serem abreviados e se obter a informação desejada
de maneira rápida e segura.
Examinemos o resistor de carga (RL) mostrado na figura 64. Ele é ligado a uma
chave de maneira que pode ser ligado a dois circuitos. Quando a chave está na posição
mostrada, RL está ligado ao circuito A.
152
- ·v 1
48V
153
Usando-se os processos normais, os valores de corrente de ca.rga de 2 ma e de
tensa-o de carga igual a 32 volts podem ser obtidos após uma série de cálculos. Empre-
gando-se os métodos estudados até este ponto, verifica-se a necessidade de calcular-se
a resistência total, corrente total e as várias quedas de tensão como etapas intermediárias
para se chegar ao desejado. (Uma alternativa seria resolver pelo processo de análise de
malha.)
Conservando na mente os valores de tensão e corrente de carga detemúnados
para o circuito A, suponha que a chave comute a carga RL para o circuito B. Nesse
ci rcuito simples série, a corrente e tensa-o na carga podem ser determinados facilmente.
Observe que a tensão na carga ainda é 32 volts, e que a corrente ainda é 2 rrúliampêres.
Como a tensão na carga e a corrente que flui no circuito é a mesma, independente do
circuito usado, conclui-se que o circuito A pode ser substituído pelo circuito B. Qual-
quer circuito que pode ser substituído por outro é denominado circuito equivalente.
O propósito desta seção é mostrar como se pode determinar o circuito equivalente sim-
plificado de um circuito complexo. Determinado o circuito equivalente, usa-se esse para
obter os dados que se deseja ao invés de usar o circuito complexo original. Desnecessário
se toma enfatizar as horas de trabalho que podem ser economizadas utilizando-se o
circuito equivalente.
TEOREMA DE THEVENIN
Um dos mais valiosos circuitos equivalentes é o conhecido como circuito equiva-
lente Thevenin que estabelece:
"Qualquer rede linear composta de impedância e fontes, se vista de qualquer dos
pontos da rede, pode ser substituída por uma irnpedância equivalente Zth em série com
uma fonte de tensão equivalente Eth. (O termo impedância significa qualquer oposição
ao fluxo de corrente e nos circuitos CC corresponde à resistência).
De acordo com esse teorema, qualquer circuito linear CC, independentemente
da sua complexidade, pode ser substituído pelo equivalente Thevenin mostrado na
figura 6-5.
I
Z th
lmpedãncia
Thevenin
:- Eth Terminais
Fig.6-S.- Equivalente Thevenin.
Tensão
\
Thevenin
154
Aplicação do Teorema de Thevenin
1. Desligue a seção do circui- Rl X
to considerada como carga do circui-
to (RL na figura 6-6 (A)).
2. Por um processo de medi- -=- Ea R2 v
ção ou por cálculo, determine a ten-
ção que apareceria nos terminais li-
gados à carga , estando esta fora do
y
circuito (terminais X e Y). A tensão
que aparece nesse circuito aberto (A )
(Eth). I
3. Substitua cada fonte de Rl X
I
tensão presente pela sua impedância I
interna. (Uma fonte de tensão cons-
tante, tal como uma bateria, pode ··T··· R2 1\.
ser substituída por um curto, já que I Curto
Solução típica
Na resolução que se segue, a tensão da carga será calculada inicialmente usando-se
o processo de análise de malha. Em seguida, o mesmo circuito será resolvido usando-se
o circuito equivalente Thevenin. Os dois processos poderão então ser comparados no que
conceme aos resultados obtidos e a facilidade de cálculo.
A figura 6-7 mostra um circuito com três malhas no qual a tensão de saída EL
deverá ser determinada. São determinadas inicialmente as correntes e as respectivas pola-
ódades nos elementos. As equações são armadas conforme abaixo:
155
BCFG: (17)
- 9012 + 12013 = o
20012 -12013 = 440
= 440 (22)
12 = 4 ampêres (23)
- 30(4) +4013 =o
- 120 + 4013 = o
4013 = 120
h = 3 ampêres (24)
+ + +-
-=-110V
+
A B c o
156
Substituindo a corrente 12 na equação (16):
Uma vez conhecidas as três correntes, as tensões podem ser detemúnadas e totaliza-
das a zero para verificação. Se as tensões detemúnadas para um circuito fechado somarem
zero, os valores determinados de corrente estão corretos. A tensão de saída EL será:
EL = l3RL
EL = 30 volts
Rl ..R3 R3
110V : >
>10.n. : 30A
A B c o_ B c o_
·----
IH
I
G
AA
R2 F
-
E
.&
"'"'
z ,h
A
12A
-:i::·· :.,. Rl R3 Eth=66V RL
lOA >
I
IA c o_
·---- B
(8)
Fig. 6-8. - Dese nvolvimento do circuito equi·
valente.
(0)
155
4. Determine a resistência (Zth) que a carga verá olhando a rede dos terminais
E e D. Observe que , na parte C da figura, há dois percursos separados. Um dos percursos
é através de R2 e o outro através de R3 indicando que os resistores estão efetivamente
em paralelo. Como R 2 e R3 estã9 em paralelo, a resistência Zth é:
R2 X R 3 20 X 30
Zth = R + R3 = 20 + 30
= 12 ohms
2
IL = 66/22
IL = 3 amperes
Note que a corrente que flui pela carga (h na análise de malha e IL no equiva-
lente Thevenin) são iguais.
EL = ILX RL
EL = 3 X 10
EL = 30 volts
Eth X RL
EL = ---'---- (26)
Zth + RL
Para ilustrar o emprego da equação (26), o equivalente Thevenin para o circuito
da figura 6-9 será determinado.
Como estabelecido, abre-se o circuito da carga para determinar Eth, a tensão na
carga com o circuito aberto. Com a chave aberta, não flui corrente de carga através de
RL ou R3. A tensão entre os pontos X e Zé a mesma que se desenvolve em R 2 • Aplican-
do a fórmula do divisor de tensão:
156
100 X 30
= 60 volts
50
Logo, Eth = 60 volts
EL = E;t::h::.X
.... RL::
Zth + RL
60 X 10
EL=---
30
EL = 20 volts
AA
v v
R1=20.Jt z th = 20.1\.
-=- E 0 R2 -:.:- E t h
. 100V 30n -60
157
TEOREMA DE NORTON
Um outro teorema importante que pode ser usado na resolução de circuito comple-
xo é o denominado Teorema de Norton. Esse teorema é similar ao Thevenin e estabelece:
"Qualquer rede linear constituída de impedãncia e fontes, se vista de qualquer dos
pontos da rede, pode ser substituída por uma impedância equivalente Zth em paralelo
com uma fonte In de corrente equivalente".
O circuito equivalente é mostrado na figura 6-11. Observe que a impedãncia Zth
é colocada em paralela com a fonte de corrente constante. A impedãncia Zth é a mesma
impedância determinada para o equivalente Thevenin.
Fig.6-11. -Circuito
equivalente NORTON.
r- --· -R-"l>'N
3v-0A , A
_
R1•30A
I
RZ
RZ A L ........
..._ ..1Sn """ lSA
ZOA I
I
L••••.. _
I
8
(A) Circ. original com RL removido (C) Substitua fonte c/vaJor R interno
Fig. 6-12 .- Desen-
volvimento do cir-
R1 •30A A A cuito equhalente
R
NORTON.
8 8
!58
Como auxllio na aplicação do teorema de Norton, pode-se empregar uma equa-
ção de divisor de corrente, o que permitirá determinar a corrente de carga em uma única
etapa.
In X Zth
IL = _..:.;; .......::.:c... (27)
Zth + RL
A correo te através do curto (10) na figura 6-12 B é 3 ampêres·, já que o curto coloca
R 1 diretamente Ligado na fonte. Com 10 igual a 3 amperes e Zth igual a 10 ohms, a cor·
rente IL que flui na carga é:
In X Zth
IL = (27)
Zth + RL
3 X 10
IL =
10 + 20
IL = 1 ampere
Caso se deseje determinar o equivalente Thevenin, Eth pode ser facilmente deter-
minado. Os circuitos equivalentes Thevenin e Norton se relacionam.
Eth = In Ztb
Eth=3X10
Eth = 30 volts
Dessa forma, se qualquer dos equivalentes for conhecido, é uma simples questão
de conversâ'o a operação para se determinar o outro. Comumente se emprega o equiva-
lente Norton quando se deseja conhecer a corren te na carga e o equivalente Thevenin
quando se deseja a tensão na carga.
CIRCUITOS EM PONTE
159
minai menos negativo, como mostrado na figura 6-13 B. Em B a corrente circula da
direita para a esquerda, de b' para d. Em (C) a corrente circula da esquerda para a direita,
de a para c'. Pode ser observado que a direção da corrente na ponte é determinada pelo
potencial relativo nos dois extremos do resistor em ponte. Quando a ponte está colocada
através de potenciais iguais e não circula corrente, diz-se que a ponte está BALANCEADA.
Quando ela está colocada através de potenciais diferentes, situação em que tende a circular
RI R2
-20v -êOv a
= 20VOLTS -IOv
ponte
I• O IOv c'
d'
+ - 5v
Ov Ov
( A)
RI -15v b'
= ponte
I
20VOLTS
+
-5v
;: I R2
(8)
Fig.6-13.- Pontes
'\ Iponte resistivas simples.
= 20VOLTS
RI
-lO c
+ R2
(C)
corrente, diz-se que está DESBALANCEADA. A ponte pode ser desbalanceada de qual-
quer das duas seguintes maneiras: (1) ligando-se a ponte a potenciais diferentes, ou (2)
usando-se resistores de valores diferentes, causando assim o desbalanceamento.
Ponte desbalanceada
A figura 6-14 mostra uma ponte desbalanceada em virtude do emprego de resis-
tores desiguais. Os dois ramos paralelos são R 1- e R3 -R 5 • O resistor R2 é a ponte.
A corrente e queda de tensão em cada resistor e a tensão da fonte, Es. devem ser deter-
minadas.
A corrente de 0,1 ampêre que; entra na junção "A", se divide em duas partes.
A parte que circula em R 1 , é indicada como 11 ; e a parte que circula em R3 é 0,1-1• .
160
Da mesma forma, na junção "b", 11 se divide, fluindo parte por R2 e o restante atra-
vés de R4 . A parte que circula em R 2 é designada 12 e a que circula em R4 é 11-}z. A dire-
ção da corrente através de R 2 pode ser assumida arbitrariamente.
Se o resultado indica um valor positivo para 12 , a direçãq assumida prova estar
correta. A corrente através deé 1 1-12 • Na junção "d" as correntes podem ser anali-
sadas de maneira semelhante. A corrente 12 , através de R2 se junta à corrente 0,1-11 de
R3 ;e a corrente através de R5 é 0,1-11 + 12 •
R2
c
100ft
Fig.6-14. -Ponte
O.lo 1 lO.lo
resistiva desbalanceada. d
161
Fazendo-se a transposiç[o e simplificando:
donde
4001, -50012 = 15
6001, + 50012 = 35
10001, =50
11 = 0,05 ampêre
120(0,05) + 100h = 7
10012 = I
I2 = O,OI ampêre
162
A fonte de tensão, Es. é igual à soma das ondas de tensão através de R3 e R 5 ou R 1
e R4 . Assim:
A ponte de Wheatstone
Um tipo de circuito que é largamente usado para se efetuar medidas de resistência
com precisão é a ponte de Wheatstone. O diagrama do circuito de uma ponte de Wheat-
stone é mostrado na figura 6-15 (A). R 1 , R2 , e R3 são resistores variáveis de precisão e
Rx é o resistor cujo valor desconhecido de resistência deve ser determinado. Após a
ponte ter sido adequadamente balanceada, a resistência desconhecida pode ser deter-
minada por meio de uma fórmula simples. O galvanômetro G é inserido entre os termi-
nais "b" e "d" para indicar a condição de balanceamento.
Quando a ponte está adequadamente balanceada, não há diferença de potencial
entre os terminais "b" e "d", e a deflexão do galvanômetro será zero quando a chave
for fechada.
b
lxt d
/
-+
(A)
Qraaito esquemático da ponte de Wheatstone
R2 Rx
163
A operaçã'o da ponte é explicada em algumas etapas lógicas. Quando a chave para
a bateria é fechada, os elétrons fluem do terminal negativo da bateria para o ponto "a".
Aqui a corrente se divide como faria em qualquer circuito paralelo, uma parte dela passa
através de R 1 e R2 e o restante passa através de R3 e Rx. As duas correntes, denominadas
11 e 12 , se juntam no ponto "c"e voltam ao ternúnal positivo da bateria. O valor de 1 1 de-
pende da soma das resistências R 1 e R2 , e o valor de 12 depende da soma das resistências
R3 e Rx. Em cada caso, conforme a lei de Ohm, a corrente é inversamente proporcional
à resistência.
Os resistores R 1 , R2 e R3 sã'o ajustados de forma tal que, quando a chave do galva-
nômetro for fechada, não haja deflexã'o do ponteiro. A ausência de deflexão do pon-
teiro indica que não há diferença de potencial entre os pontos "b" e "d". Isto quer dizer
que a queda de tensão (E 1 ) através de R 1 , entre os pontos "a" e "b", é a mesma que a
queda de tensão (E3) através de R 3 entre os pontos "a" e "d". Analogamente as quedas
de tensão através de R2 e Rx (E2 e Ex) são também iguais. Expressas algebricamente:
ou
ou
Rt R3
Simplificando, - = -
R2 Rx
R2 R3
Conseqüentemente, Rx = --
Rt
164
de L1 e varia uniformemente com o movimento do cursor porque em um fio de
seção reta uniforme , a resistência varia diretamente com o comprimento. Assim, a razão
das resistências se iguala ã correspondente razão dos comprimentos. Substituindo-se L 1
epor R1 e R 3:
R2
Rx= -
-
LI
Urna régua graduada é montada por baixo do fio régua de modo que L 1 e L2
podem ser facilmente lidos em centímetros. Por exemplo, se o balanceamento é obtido
quando R2 = 150 ohms, L1 = 25 em e L2 = 75 em, a resistência desconhecida é:
75 X 150
Rx = = 450 ohms
25
FONTES EM PARALELO
ALIMENTANDO UMA CARGA COMUM
O circuito mostrado na figura 6-16 ilustra duas fontes de f.e.m., Es 1 e Es2 , com
resistências internas de 2 e 2,5 ohrns respectivamente, conectadas em paralelo e ali-
mentando uma carga de 5 ohrns. Desprezando-se a resistência da fiação, deseja-se deter-
minar a corrente fornecida por cada fonte à carga, e a corrente e tensão na carga.
O problema pode ser resolvido, estabelecendo-se duas equações de tensão nas
quais as tensões sã'o expressas em termos das correntes desconhecidas, 11 e 12 , e das
resistências e tensões conhecidas. As equaçõ'es sã'o entã'o resolvidas simultaneamente,
como nos exemplos anteriores, para eliminar uma das correntes desconhecidas. A outra
corrente desconhecida é resolvida por substituição.
r----- == ---- d
i- - .-...=b --;c
I t=Il+ I2
Rl R2
2!1 2.5n
Fig.6-16. - Fontes
paralelas alimentando - ESl
uma carga comum.
62v
165
e
166
A primeira equaçã'o de tensã'o é estabelecida, partindo-se do ponto "g" e cami-
nhando-se no sentido horário, em tomo do circuito "gabdefg". A corrente total na carga
é igual à soma das correntes das fontes, I 1 + 12 • A primeira equação de tensão é:
donde: (31)
(32)
10,511 + 7,512 = 93
511 + 7,512 = 60
5,511 o = 33
I1 = 6 ampêres
7 X 6 + 512 = 62
l2 = 4 ampêres
Efb = Est - li RI
= 62 - 6X 2
=50 volts, e
167
em termos da fonte Eg2 ,
=50 volts.
Uma verificação para confirmar a tensão na carga é expressar este valor em termos
da corrente e resistência da carga como se segue:
=50 volts
CIRCUITOS DE DISTRIBUIÇÃO
E5= 120v
Fig.6·17. - Circuito de
distribuição simples com +
dois fios.
R 1 =0.05n
Rde •0.050 d
166
A potência dissipada nas linhas "ab" e "ef' é igual a (12) 2 X 0,1 = 14,4 watts.
A potência absorvida pelas linhas "bc" e "de" é (5) 2 X 0,1 = 2,5 watts. A potência
total absorvida pelos fios da linha é de 14,4 + 2,5 = 16,9 watts.
A potência fornecida à carga M é 118,8 X 7 = 831,6 watts e a fornecida às 5 lâm-
padas é 118,3 X 5 = 591,5 watts. A potência total fornecida ao circuito inteiro é igual
a 16,9 + 831,6 + 591,5 = 1440 watts e é igual ao produto da tensão total aplicada e
da corrente total. Assim:
+10 -6 -4=0
Assim, a tensão através a carga L 1 é 112 volts. Esta tensão é menor que a tensão
da fonte , de uma quantidade igual à soma das quedas de tensão nos fios negativo (5
volts) e neutro (3 volts).
Para se determinar a tensão na carga E2 , uma equação de tensão é armada, na
qual é expressa em termos de tensão de fonte Es2 e das quedas IR no alimen tador
positivo e no fio neutro. A soma algébrica das tensões ao longo do circuito "efcde" é
zero. Partin do-se de "e"e seguindo-as no sentido horário,
E2 = 121 volts
168
lO o b
0.511.
= Es1 = 120V Ll
lO o l
El
60
c
Neutro 0.511.
E52 = 120V L2 E2
401
-
4o
e 0.511. d
l A)
Duas cargas
b Icb l ec
e Ba g
0.20. 0.2.0 0.2fl
+
Ll L2 L3
-Es 1= 120V
El f too E2 }4o E3 f ao
169
No traçado do circuito de "f'' para "c", observe que o sentido é contrário ao da
seta que representa o fluxo de corrente e, desta forma, a queda de IR de (6 X 0,5) volts
é precedida por um sinal positivo (+). A tensão na carga E 2 é de 121 volts, que é 1 volt
maior que a tensão da fonte Es2 . A tensão total da fonte (Es 1 + Es2 ) é 240 volts e a
tensão total na carga (E1 + E2 ) é 112 + 121 = 233 volts. Este valor também é igual
à diferença entre a tensão total da fonte e a soma das quedas nos alirnentadores posi-
tivo e negativo, ou seja: 240-(2 + 5) = 233 volts.
Quando as cargas são balanceadas nos lados positivo e negativo do sistema de
3 fios, a corrente no fio neutro é zero e as correntes nos fios externos (positivo e nega-
tivo) são iguais. Quando as cargas são desbalanceadas, o fio neutro conduz a corrente
de desbalanceamento. A tensão aumenta no lado menos carregado. Quanto mais baixa
for a resistência do fio neutro, menor será o desbalanceamento na tensão para uma dada
carga.
Um circuito a três fios mais complicado é mostrado na figura 6-18 (B). A fonte
é de 120 volts entre cada fio externo e o neutro ou fio central. As correntes de carga
no lado superior do sistema sã"o indicadas como sendo de 10, 4 e 8 amperes respectiva-
mente para as cargas 1, 2 e 3. No lado inferior do sistema, as correntes de carga são de
12 e 6 amperes para as cargas 4 e 5 respectivamente. A fim de determinar as várias ten-
sões nas cargas é necessário determinar as correntes em cada fio externo e no fio neutro.
As resistências desses fios são indicadas, e desta forma as quedas de tensã"o e as tensões
nas cargas podem ser calculadas depois que as correntes forem determinadas.
Para calcular as correntes nas várias seções dos fios, é melhor iniciar na carga mais
afastada da fonte. As polaridades das fontes sã"o tais que os elétrons saem do terminal
negativo em "n" e voltam ao terminal p·ositivo em "b".
Assume-se que as correntes que circulam para uma junção são positivas e aquelas
que se afastam da junção são negativas. Aplicando-se a lei das correntes de K.irchhoff
na junção "h", a corrente do neutro In (circulando de "h" para "f'') é determinada
como:
12-8- lhf = o
lhf = 4 amperes
na junção "f'',
4-4- lfp= o
lfp = O ampere
na junção "e",
4 + 8 -lec =O
lec = 12 amperes
170
najunção "p",
6 +O - lpd =O
lpd = 6 ampêres
na junçã'o "m",
+ Imn- 6 -12 = O
Imn = 18 ampêres
na junçlro "d",
lad + 6 -10= O
lad = 4 ampêres
na junçã'o "c",
-lcb+ 10+12 = 0
lcb = 22 ampêres
E2 = 113 volts
171
Para achar a tensão E3 , a soma algébrica das tensões em tomo da malha "feghf'
é igualada a zero.Partindo de "f',
Para achar a tensão E4 a soma algébrica das tensões ao longo da malha "nadpfh·
kmn" é igualada a zero. A malha "mpfhkm" não pode ser usada, porque conteria das
tensões desconhecidas, E5 e E4 • Partindo de "n",
Para achar a tensão E5 , a soma algébrica das tensões em tomo da malha "nadpmn"
é igualada a zero. Partindo de "n",
Em cada caso, as equações usadas têm apenas uma incógnita e, desta forma, é
obtida uma solução simples. É necessário que o caminho traçado inclua uma malha
fechada completa e que todas as tensões menos uma, dentro daquela malha, sejam conhe-
cidas. A simples transposição da equação resultante fornece a tensão desejada.
172
Capítulo 7
MILÉSIMO
Milésimo quadrado
O milésimo quadrado é uma unidade conveniente para medida de área de seção
de condutores quadrados ou retangulares. O milésimo quadrado é a área de um qua-
drado cujos lados têm um milésimo, como mostrado na figura 7-1 (A). Para se deter-
núnar a área da seção de um condutor quadrado em milésimos quadrados, eleva-se ao
quadrado a dimensão de um lado em milésimos. Para se determinar a área de um con-
dutor retangular em milésimo quadrado, multiplica-se o comprimento de um lado pelo
comprimento do outro; cada comprimento expresso em milésimos.
Por exemplo: determine a área de seção reta de um grande condutor retangular
de 3/8 de polegada de espessura e 4 polegadas de largura. A espessura deve ser expressa
em milésimos; logo, 3 dividido por 8 é igual a 0,375 que multi plicado por 1000 é igual
a 375 milésimos, e a largura é 4 X 1000 = 4000 milésimos. A área da seção será 375 X
X 4000 = 1500000 milésimos quadrados.
173
!---- I MIL ----i
1
IMIL
Milésimo circular
O milésimo circular é a unidade padrão de área da seção de um fio usado nas
tabelas inglesas e americanas referentes às dimensões de fios. Em virtude dos diâmetros
de condutores ou fios redondos usados para conduzir eletricidade poderem ter apenas
uma pequena fração de polegada, é conveniente expressar esses diâmetros em milésimos,
evitando-se assim o uso de decimais. Por exemplo: o diâmetro de um fio é expresso
em 25 milésimos em vez de 0,025 da polegada. Um milésimo circular é a área de um
círculo que tenha um milésimo de diâmetro, como mostrado na figura 7-1 (B). A área
em milésimos circulares de um condutor redondo é obtida elevando-se ao quadrado o
diâmetro expresso em milésimos. Assim, um fio tendo um diâmetro de 25 milésimos
tem uma área de 252 ou 625 milésimos circulares. Para fazer uma comparação, a fór-
mula básica para a área de um círculo é A = rr R 2 e neste exemplo a área em polegadas
quadradas é:
0,785402 .
A= = 02 milésimos circulares,
0,7854
174
Comparando-se condutores quadrados com redondos deve ser notado que um
milésimo circular é uma unidade menor do que um milésimo quadrado e portanto há
mais milésimos circulares em uma dada área do que milésimos quadrados. A compara-
ção é mostrada na figura 7-1 (C). A área de um milésimo circular é igual a 0,7854 vezes a
área de um milésimo quadrado. Assim, para se determinar a área em milésimos circu-
lares quando esta for dada em milésimos quadrados, basta dividir a área por 0,7854.
Reciprocamente, para se determinar a área em milésimos quadrados quando esta for
dada em milésimos circulares basta multiplicar por 0,7854.
Por exemplo: um fio número 12 tem um diâmetro de 80,81 milésimos. Qual é
(I) a sua área em milésimos circulares e (2) a sua área em milésimos quadrados?
Solução:
Solução:
(2) Para transportar a mesma corrente, as áreas de seção reta dos dois condu-
tores devem ser iguais. Há mais milésimos-circulares em uma área do que
milésimos-quadrados. Assim,
375 000
A= 477000 milésimos circulares.
0,7854
Um fio em sua forma usual é uma fma haste ou ftlamento de metal treftlado. Os fios
com grande área são difíceis de serem manuseados e sua flexibilidade é então aumentada
fazendo-os na forma de malha. As malhas são usualmente fios finos torcidos uns sobre os
outros em número suficiente para, com a soma de suas áreas, formar a área que se neces-
sita no cabo. A área total em milésimos-circulares é obtida multiplicando-se a área em
milésimos-circulares de um condutor pelo número de condutores do cabo.
Pé-milésimo-circular
Um pé-milésimo-circular, como mostrado na figura 7-2, é, na realidade, uma me-
dida de volume. Uma unidade é defmida como sendo um condutor com um pé de compri-
mento e um milésimo-circular de área. Como unidade de condutor, o pé-milésimo-cir-
175
cular é muito útil na comparação entre fios feitos de diferentes materiais. Por exemplo:
a base de comparação da RESISTNIDADE (a ser discutida posteriormente) de várias
substâncias pode ser feita determinando-se as resistências de um pé-milésimo-circular
de cada uma delas.
,. 1 pé
.,
t
0.001"
t (J ) Fig. 7-2. - Pé-Mil-Circular.
Trabalhando com certas substâncias é algumas vezes mais prático usar uma outra
unidade de volume. Uma unidade de volume conveniente pode ser o centímetro cúbico.
A resistência específica da substância é a resistência oferecida por um condutor de for-
ma cúbica com I centímetro de comprimento e centímetro quadrado de área da seção.
A polegada cúbica também pode ser usada. A unidade de volume que tiver sido usada
consta das tabelas de resistências específicas.
RESIST.eNCIA ESPECIFICA
OU RESISTIVIDADE
L
R=p-
A
176
Solução:
A resistência específica tirada da tabela 7-1 é 10,37 ohms. Substituindo os valores
conhecidos na equação acima, a resistência R será:
L 1000
R= p- = 10 37 X --= 1 ohm
A ' 10400
Resistência específica a 20 oc
Centímetros Mil-pé-circulaJ:
Substância cúbícos
(microhms) (ohms)
A
G=-
pL
Condutância relativa
Substância
(Prata = 100%)
MEDIDAS DE FIOS
Um calibre de fios é mostrado na figura 7-3. Ele mede fios de número O ao nú-
mero 36. O fio cujo tamanho pode ser medido é inserido desencapado na menor ranhura
que possa acomodá-lo. O número gravado ao lado da ranhura indica o tamanho do fio
segundo a tabela AWG. A ranhura tem lados paralelos e não deve ser confundida com
a abertura circular no fundo da mesma. Esta existe apenas para pernútir o movimento
livre do fio até ao fundo da ranhura.
179
Um CONDUTOR é um fio
ou combinação de fios não isola-
dos um dos outros, adequados
para conduzir corrente elétrica.
Um CONDUTOR TRAN-
o
ÇADO é um condutor composto
de um grupo de fios ou de uma
combinação de grupos de fios.
Os fios em um condutor trança·
do são usualmente torcidos um
Calibre de fíos em volta do outro.
American Standard
N9281 Um CABO é um condutor
trançado (cabo de condutor
único) ou uma combinação de
condutores isolados uns dos ou-
tros (cabo de múltiplos conduto-
Fig. 7·3.- Calibre de fio. res). O termo cabo é extrema-
mente geral e na prática é usado
Fio apenas para condutores de gran-
Cond.maciço único de tamanho. Um pequeno cabo é
usualmente chamado de fio. Os
/ Cabde cond.
umco
cabos podem ser nus ou isolados.
Cond.úC\
o cabos isolados podem ser
trançado
bli n dados (cobertos) com
chumbo ou com uma armação
protetora.
A figura 74 mostra alguns
dos diversos cabos e fios usados
na Marinha.
Os condutores são traça-
dos principalmente para aumen-
tar sua flexibilidade. O arranjo
de fios trançados em camadas
Fig. 7-4.- Condutores. concêntricas é feito da seguinte
maneira:
A primeira camada de fios em tomo do centro é formada por seis condutores;
a segunda por doze condutores; a terceira por dezoito condutores e assim por diante.
Desta maneira, os cabos padrões são compostos de 1, 7, 19, 37 ou mais fios condutores.
A flexibilidade total pode ser aumentada trançando-se os condutores individuais
trançados que compõem o cabo.
A figura 7-5 mostra um cabo típico de trinta e sete condutores trançados. Mostra,
também, como a área total em milésimos circular pode ser determinada.
Vários fatores devem ser considerados na seleção da dimensão do cabo a ser usado
para transmitir ou distribuir energia elétrica.
180
Um dos fatores é a perda de potência (12 R) permissível na linha. Esta perda repre-
senta a energia elétrica convertida em calor. O uso de condutores grandes reduz a resis-
tência e, conseqüentemente, as perdas por 12 R. Todavia, condutores grandes, em geral ,
são mais caros do que os pequenos. São também mais pesados e necessitam de suportes
mais reforçados. •
Um segundo fator é a queda de tensão (IR) permissível ao longo do condutor.
Se a fonte mantém uma tensão constante na entrada da linha, qualquer variação na carga
conectada à linha causará uma variação na corrente, o que ocasionará uma variação na
queda IR da linha. Uma grande variação na queda IR da linha ocasionará uma baixa regu-
lação de tensão para a carga. A solução óbvia será reduzir ou o R ou o I. Uma redução
na corrente baixará a potência transmitida e uma redução no R importará num aumento
do tamanho e peso do condutor. Uma solução satisfatória é geralmente alcançada man-
tendo-se as variações de tensões na carga dentro de certos limites, e limitando o peso
dos condutores.
181
Tabelas preparadas pelas companlúas de seguro dão os limites de segurança de
corrente para os vários tipos de cabos, tamanho, material e isolamento. Por exemplo:
as capacidades de transporte de corrente para condutores de cobre úrúcos trabalhando
expostos ao ar e em temperatura ambiente não superior a 30 "C são dadas na tabela 7-4.
Tabela 7-4. - Capacidade de transmissão de corrente (em amperes) para condutor único
de cobre com temperatura ambiente abaixo de 30 °C
Embora a prata seja o melhor condutor, seu alto preço limita o seu emprego em
circuitos especiais onde uma substância de alta condutividade é necessária.
Os dois materiais mais usados são o cobre e o alumúlio. Cada um apresenta certas
vantagens que faz o seu uso aconselhável em certas circunstâncias. Evidentemente cada
um tem também suas desvantagens.
O cobre tem maior condutividade, é mais dúctil {Pode ser trefilado), tem uma
alta resistência à tração e pode ser facilmente soldado. É mais caro e mais pesado do
que o alumfuio.
Embora o alummio tenha apenas 60% da condutividade do cobre, ele é usado em
grande escala nas linhas de transmissão de alta tensão. Sua leveza toma possível espaçar
bastante os suportes e, seu largo diâmetro, para uma determinada condutividade, re-
duz o efeito corona (descarga de eletricidade do fio quando este se encontra em alto
potencial). A descarga é maior para fios de diâmetros menores. Todavia, os condutores
de aluminio não são facilmente soldados e, devido ao grande diâmetro, para uma dada
condutividade, é anti-econômico o uso de cobertura isolante.
Uma comparação entre algumas das características do cobre e do alumínio é dada
na tabela 7-5.
182
Tabela 7-5 -Características do cobre e do alumínio
COEFICIENTE DE TEMPERATURA
A resistência dos metais puros, tais como prata, cobre , alumínio etc., aumenta
com o aumento da temperatura. Contudo, a resistência de certas ligas, constantan e
manganina, por exemplo, varia muito pouco com as variações de temperatura. Os ins-
trumentos de medida usam estas ligas porque a resistência dos circuitos deve permane-
cer constante se quisermos obter medidas acuradas.
Na tabela 7-1 a resistência de um fio com um pé-milésimo-circular (resistência
específica) é dada para uma determinada temperatura, 20 °C no caso. É necessário
estabelecer uma temperatura padrão, uma vez que a resistência dos metais puros aumenta
com o aumento da temperatura e um termo de comparação não pode ser estabelecido,
a menos que a resistência de todas as substâncias a serem comparadas tenham sido me-
didas à mesma temperatura. O aumento, na resistência de um pedaço de fio, de 1 ohm
por grau acima de O °C é chamado COEFICIENTE DE TEMPERATURA DA RESIS-
T:BNCIA. Para o cobre, o valor é aproximadamente 0,00427 ohm. Para os metais puros,
o coeficiente de temperatura varia entre 0,003 e 0,006 ohrn.
Deste modo, um fio de cobre com urna resistência de 50 ohms, numa temperatura
inicial de O °C, terá um aumento em resistência de 50 X 0,00427, ou seja, 0,214 olun
para o comprimento total do fio, para cada grau de aumento de temperatura acima de
O °C. A 20 °C, o aumento na resistência é de aproximadamente 20 X 0,214 = 4,28
ohms. A resistência total a 20° é pois de 50 + 4,28 = 54,28 ohms.
ISOLAMENTO DE CONDUTORES
Para ser útil e segura, a corrente elétrica deve se r forçada a circular apenas por
onde se deseja a sua presença. Ela deve ser canalizada de uma fonte para a carga onde
produzirá o trabalho desejado. De uma maneira geral, os condutores de corrente não
devem entrar em contato entre si , com os seus suportes, nem com o pessoal trabalhando
nas suas proximidades. Por isso, os condutores são encapados ou enrolados com vários
materiais. Estes materiais têm uma resistência tão alta que, para todos os efeitos prá-
ticos, são considerados não condutores. São geralmente conhecidos como isolantes.
183
Devido ao custo e efeito enrijecedor, combinados com grande variedade de con-
dições físicas e elétricas sob as quais os condutores devem trabalhar, apenas um mí-
nimo necessário de isolamento é dado a determinado tipo de cabo para realizar deter-
minado trabalho. Por causa disto, há uma enorme variedade de condutores isolados a
fim de satisfazer os requisitos de qualquer trabalho específico.
Duas propriedades fundamentais dos materiais isolantes (borracha, vidro, asbesto,
plástico etc.), são: resistência de isolamento e rigidez dielétrica. &tas propriedades são
inteiramente diferentes e distintas.
RESIST-eNCIA DE ISOLAMENTO é a resistência às correntes de fuga através e
ao longo da superfície isolante. A resistência de isolamento pode ser medida por um
megômetro sem danificar o isolante. A informação obtida serve como guia para uma
avaliação das condições gerais de isolamento do cabo. Todavia, dados obtidos desta ma-
neira não dão urna idéia real da condição de isolamento. Isolantes secos e limpos que
possuam rachaduras ou outras falhas podem mostrar uma alta resistência de isolamento
mas não são adequados para o uso.
RIGIDEZ DIELeTRICA é a capacidade do condutor suportar diferenças de poten-
cial e é usualmente expresso como a tensão na qual o isolamento falha por pressão eletros-
tática. A máxima rigidez dielétrica pode ser mantida elevando-se a tensão aplicada a uma
amostra até que o isolamento seja destruído pela passagem de corrente através do mesmo.
Borracha
Um dos tipos mais comuns de isolante é a borracha. A tensão que pode ser apli-
cada a um par de condutores cobertos de borracha (enrolados um no outro) depende
da qualidade e da espessura da borracha usada. Na igualdade dos outros fatores, quanto
mais espessa a borracha, maior a tensão que pode ser aplicada. A figura 7-6 mostra dois
l]
f
Isolamento
de
borracha
Estanho
Condutor
184
tipos de fios cobertos com borracha. Um é um condutor único, maciço, e o outro é um
cabo de dois condutores no qual cada fio trançado é coberto com isolamento de bor-
racha. Em ambos os casos a borracha serve para o mesmo propósito; confinar a corrente
ao seu condutor.
Pode ser visto na seção aurnen tada que urna fina capa de estanho separa o cobre
da borracha. Se o estanho não fosse usado, urna ação química se desenvolveria e a bor-
racha se tornaria mole e gosrnosa no ponto em que faz contato com o cobre. Quando
condutores pequenos, maciços ou trançados, são usados, enrola-se um fio de algodão
no condutor formando urna capa que o separa da borracha.
Plásticos
O plástico se tomou um dos tipos de materiais de emprego mais comum como
isolador de condutores elétricos. Possui bom isolamento, flexibilidade e qualidades resis-
tivas contra a umidade sob várias condições. Há vários tipos de plásticos para emprego
corno material isolante, sendo o termoplástico o mais comum. O isolamento com ter-
rnoplástico permite que a temperatura do condutor seja maior do que com outros tipos
de material isolante sem que ocorra avaria na qualidade isolante do material.
Cambraia envenúzada
Quando flui corrente através de um condutor, desenvolve-se nele urna determinada
quantidade de calor.Se a corrente for intensa, o calor desenvolvido pode ser considerável.
A alta temperatura gerada deve ser dissipada permitindo-se a livre ci rculação de ar em
tomo do fio. Se uma capa de isolante for usada, o calor não é removido tão facilmen te
e a temperatura pode subir consideravelmente.
A borracha é um bom isolante para tensões relativamente baixas desde que a
temperatura permaneça baixa. Muito calor fará com que mesmo a borracha da melhor
qualidade se tome quebradiça e rache. O isolamento de C AMBRAIA ENVERNIZADA
pode suportar temperaturas bem maiores do que a borracha. A cambraia envernizada
é um tecido de algodão pintado com verniz. A figura 7-7 mostra alguns detalhes de um
cabo coberto com isolamento de cambraia envernizada. A cambraia na forma de fita é
enrolada no condutor em camadas. Um composto oleoso é aplicado entre uma camada
e outra. Este composto evita que líquidos, como a água, possam inftltrar-se através do
isolamento. Ele também age corno um l ubrificante entre as camadas, permitindo que
elas deslizem uma sobre as outras quando o cabo por dobrado.
Este tipo de isolamento é usado em condutores para alta tensão associados a chaves
em subestações, casas de força e outros locais sujeitos a altas temperaturas.também
usado nas bobinas e terminais de geradores de alta tensão, e em terminais de transfor-
madores, porque não é afetado por óleo ou graxa e porque apresenta urna alta rigidez
Camadas de cambraia
envernizada
Fig.7-7.- Isolamento de
cambraia envernizada.
185
dielétrica. A cambraia envernizada e papel sã'o os dois tipos de isolamento mais usados
para tensões acima de 15.000 volts. Tais cabos são sempre cobertos com uma capa de
chumbo a fim de evitar a entrada de umidade.
Asbestos
Mesmo a cambraia envernizada pode se romper se a temperatura subir acima de
85 °C (185 °F). Quando os efeitos combinados da alta temperatura ambiente e de alta
temperatura interna, devido ã alta corrente no fio, fazem com que a temperatura total
do fio suba além dos 85 °C, deve ser usado isolamento de asbestos.
O asbesto é um bom isolante para fios e cabos que trabalham sob condições de
muito alta temperatura. Resiste ao fogo e não se altera com o tempo. Um tipo de fio
coberto com asbesto é mostrado na figura 7-8.Consiste de um condutor de cobre trança-
Malha de
Condutores asbesto
Fig.7-8.- Isolamento de
asbesto.
Feluo de
asbesto
do coberto com feltro de asbesto, o qual, por sua vez, é coberto com uma malha de
asbesto. Este tipo de fio é usado em projetores cinematográficos, lâmpadas de arco,
holofotes, terminais de elementos aquecedores etc.
Um outro tipo de cabo coberto com asõesto é mostrado na figura 7-9. Este tipo
é empregado nos terminais de motores e transformadores que algumas vezes devem
trabalhar em locais quentes e úmidos. A cambraia envernizada cobre a camada interna
de feltro de asbesto e evita a entrada da umidade. O asbesto perde suas qualidades de
isolante quando úmido e toma-se, nesse caso, um bom condutor. A cambraia envernizada
evita que isso aconteça porque é resistente ã umidade. Embora este isolamento resista
à umidade, ele nã'o deve ser usado em cabos que trabalhem imersos em água a menos
que o isolamento seja protegido por uma camada externa de chumbo.
Cambraia
envernizada Malha
Feltro de
asbesto
186
Papel
O papel, isoladamente, tem pequeno valor como isolante, mas quando impreg·
nado com um óleo mineral de alta qualidade serve como isolamento satisfatório para
cabos de alta tensão. O óleo tem alta rigidez dielétrica e tende a evitar rompimento
no isolamento de papel quando este está inteiramente saturado. Uma fita fina de papel
é enrolada formando várias camadas em tomo do condutor que é então submetido a
um tratamento com óleo.
Cobertura
de chumbo
Seda e algodão
Em certos tipos de circuitos, tais como, por exemplo, nos circuitos de comunica·
ções, é necessário um grande número de pequenos condutores, às vezes de até várias
centenas. A figura 7-11 mostra um cabo contendo muitos condutores cada um isolado
do outro por fios de seda e algodão.
Fig.7·11.- Isolamento de
seda e de algodão.
187
O uso de seda e algodão como isolante mantém o tamanho do cabo reduzido o
suficiente para que possa ser manejado com facilidade. As fitas de seda e algodão são
enroladas em cada condutor em sentidos inversos e a cobertura é então impregnada
por um composto especial de cera.
Uma vez que o isolamento deste cabo não é sujeito a altas tensões, ele pode ser
constituído de finas camadas de seda e algodão.
&malte
O fio usado nas bobinas de medidores, relês, pequenos transformadores etc., é
denominado fio magnético. É isolado com uma camada de esmalte. O esmalte é um
composto sintético de acetato de celulose (polpa de madeira e magnésio). Na fabricação,
o fio nu é passado através de uma solução de esmalte quente e em seguida é resfriado.
Esse processo é repetido até que o fio tenha recebido de 6 a I O coberturas. O esmalte
tem uma rigidez dielétrica maior do que a da borracha para uma mesma espessura. Não
é prático para fios de grande comprimento por causa do custo e porque o isolamento
parte-se facilmente quando o fio é dobrado.
A figura 7-12 mostra um fio coberto com esmalte. O esmalte é o mais fino isola-
mento que pode ser aplicado a fios. Por isso, os fios magnéticos isolados com esmalte
fazem com que as bobinas fiquem menores. O fio esmaltado é algumas vezes coberto
com uma ou mais camadas de algodão para proteger o esmalte evitando que possa ser
ranhurado, cortado ou raspado.
Fio nu com esmalte
raspado
Cobertura
de
esmalte Fig. 7-12. - Isolamento
de esmalte
PROTEÇÃO DE CONDUTORES
Os fios e cabos são geralmente sujeitos a uso abusivo. O tipo e freqüência do abuso
depende de como e onde estão instalados, e de que maneira eles são usados. Os cabos
enterrados no solo devem resistir à umidade , abrasão e ações químicas. Os fios insta-
188
lados em edifícios devem ser protegidos contra choques mecânicos e sobrecarga. Os fios
estendidos entre cruzetas de postes devem ser mantidos bem separados de modo a não
se tocarem. Nessas instalações, a neve, o gelo, os ventos fortes etc., obrigam o uso de
cabos de alta resistência à tração e de estruturas de suportes substancialmente resis-
tentes.
Geralmente , exceto para os casos de linhas de transmissã'o sobrecarregadas, os fios
ou cabos são protegidos por uma forma qualquer de cobertura. A cobertura pode ser
algum tipo de isolante como borracha ou plástico. Sobre esta, uma cobertura externa
de malha fibrosa pode ser usada. O tipo de cobertura externa depende de como ou onde
o fio ou cabo será usado.
Malha fibrosa
O algodã'o, o linho, a seda, a juta e o raion são tipos de malha fibrosa. Elas são
usadas como cobertura externa quando os fios ou cabos não ficam expostos a pesados
esforços mecânicos. Fiações interiores para luz e força sã'o usualmente feitas com fios
isolados com borracha e cobertos com malha de algodão impregnado. Geralmente o
cabo será ainda protegido por urna cobertura externa não metálica e resistente às chamas
ou por um conduíte rígido ou flexível.
A figura 7-13 mostra um fio típico usado em eclifícios. Neste caso, duas coberturas
de malha são usadas para proteçã'o extra. A malha externa é ensopada com um composto
que resiste à umidade e às chamas.
Fig.7-13. - Cobertura de
malha fibrosa.
Borracha
A malha de algodã'o impregnada é usada como cobertura para linha aérea externa
a fim de prover proteção contra abrasão. Por exemplo, a saída de secundário de trans-
formadores para a entrada da instalação utilizadora, e da linha de alta tensão para o pri-
mário do transformador sã'o protegidos desta maneira.
Capa de chumbo
Os cabos subterrâneos e os fios que estã'o continuamente sujeitos a contato com
água devem ser protegidos por uma cobertura à prova d'água que pode ser feita por meio
de uma capa contínua de chumbo ou por uma capa de borracha moldada ao redor do
cabo.
A figura 7-14 é um exemplo de cabo chapeado com chumbo usado em cabos de
potência. O cabo mostrado é do tipo de três condutores trançados. Cada condutor é
isolado com borracha e depois coberto com uma camada de fita à base de borracha.
Os condutores são torcidos um nos outros e um enchimento de corda é aclicionado para
189
Cobertura de
Isolamento chumbo
Enchimento Forro
formar um núcleo redondo. Sobre este núcleo é enrolado uma segunda camada de fita
chamada FORRO e, finalmente, a capa de chumbo é moldada em tomo do cabo.
Armadura metálica
A armadura metálica provê uma cobertura resistente para fios e cabos. O tipo,
espessura e espécie de metal usado para fazer a armadura depende do uso do condutor,
das circunstâncias sob as quais o condutor vai trabalhar, e quão rude será o tratamento
que se espera vá o cabo sofrer.
Quatro tipos de armaduras metálicas para cabos são mostrados na figura 7-15.
A armadura de malha de arame é usada sempre que se necessita de proteção leve e
flexível. Este tipo de armadura é usado quase que exclusivamente a bordo de navios.
Os arames são tecidos de maneira a formar uma malha metálica que pode ser de aço,
cobre ou alumfuio. Além da proteção mecânica, a malha oferece também uma blinda·
Malha de
Isolamento Enchimento
Cabo BX
190
gem eletrostática. Isto é importante em serviços de rádio a bordo de navios, pois evita
interferência de campos parasitas.
Quando os cabos são enterrados diretamente no solo, eles podem ser danificados
por duas causas: umidade e abrasã'o. Eles sã'o protegidos da umidade por uma capa de
chumbo, e da abrasão por uma armadura de fita de aço ou armadura entrelaçada. A
cobertura de fita de aço, como mostrado na figura 7-15, é enrolada em tomo do cabo
e ent:ro coberta com um forro de juta. É conhecida como cabo PARKWAY. A cober-
tura com armadura entrelaçada pode suportar impactos melhor do que a de fita de aço.
A armadura entrelaçada tem outros usos além de subterrâneo. Na fiação interna de edi-
fícios sã'o freqüentemente usados fios com armadura entrelaçada (cabo BX) sem capa
de chumbo.
A armadura de arame é o melhor tipo de proteçã'o para suportar desgastes e forças
no sentido de rasgar. Os cabos submarinos cobertos de chumbo usualmente têm uma
armadura externa de arame. .
Nem todos os cabos têm o mesmo tipo de cobertura de proteção. Algumas cober-
turas são projetadas para suportar umidade, outras para suportar esforço mecânico, e
assim por diante. Um cabo pode ter uma combinação de vários tipos de proteção, cada
tipo provendo a proteçã'o para o qual foi projetado.
EMENDASDECONDUTORESECONEXÕES
EM TERMINAIS
Fig.71·6.- Remoção do
isolamento de um fio.
191
bém ser removido usando-se um desencapador de fio (instrumento semelhante a um
alicate). Depois do isolamento ter sido removido, o fio nu deve ser raspado com as cos-
tas da faca ou então lixado com lixa fina de madeira até ficar brilhante.
Fig.7-17.- Emenda
Westem Union.
.=:
Emenda escalonada
A união de cabos multicondutores apresenta um pequeno problema. Cada con-
dutor deve ser emendado e receber a fita isolante separadamente. Se as emendas ficarem
à mesma altura, a junta ficará muito mais grossa do que o cabo. Uma junção menor e
mais suave pode ser feita escalonando-se as emendas.
A figura 7-18 mostra como um cabo de dois condutores é unido a um cabo similar
por meio de uma emenda escalonada. Deve-se ter o cuidado de unir o fio mais comprido
de um cabo ao mais curto do outro, assim como providenciar para que as pontas sejam
torcidas e firmemente presas ao condutor.
193
JW1ção rabo de rato
As fiações das instalações elétricas de edifícios e residências são usualmente alojadas
no interior de tubos de aço (conduítes). Toda vez que é necessário fazer uma ramificação
no circuito, são inseridas no conduíte caixas de junção. Um tipo de emenda usado para
ci rcuito ramificado é a junção rabo de rato que é mostrada na fig. 7-19.
Os extremos dos condutores a serem ligados devem ser preparados retirando-se
o isolamento. Os fios são então torcidos, como mostrado na figura, de maneira a ficarem
parecidos com um rabo de rato.
J Wlção de acessórios
Esse tipo de junção é usado sempre que se deseja ligar um acessório a um circuito
de sistema elétrico onde o fio do acessório é de menor diâmetro do que o fio do sistema.
Da mesma forma que a junção tipo rabo de rato, esta junção não suporta muito esforço
mecânico.
A primeira providência é remover o isolamento dos fios a serem ligados. A figura
7-20 mostra, passo a passo, a confecção de uma junção de acessório.
Depois de os fios estarem preparados, o fio do acessório é enrolado várias vezes
em tomo do fio do sistema como é mostrado na figura. Os fios não são torcidos um no
outro como na junção rabo de rato. A extremidade do fio do sistema é então dobrada
sobre as voltas do fio do acessório. O que sobra do fio do acessório é então enrolado
em tomo da parte dobrada do fio do sistema. Solda e fita isolante completam o serviço.
Fio do
acessório
Fio principal enrolado
dob rad o
192
JWtta intermediária com nó
Todas as emendas até agora consideradas são conhecidas como emendas de extre-
midade. Cada uma delas foi feita unindo-se as extremidades livres dos condutores. Toda-
via, algumas vezes é necessário unir um condutor a um fio contínuo. Tal junção é chama-
da de intermediária.
O fio principal ao qual o fio de ramificação vai ser ligado deve ter cerca de uma
polegada do seu isolamento removido. O fio da ramificação é desencapado cerca de três
polegadas. A figura 7-21 mostra uma junção intermediária com nó.
EQUIPAMENTO DE SOLDAR
194
O tempo durante o qual o material a ser soldado é submetido ãs condições de
aquecimento é tã'o importante quanto a temperatura. O isolamento dos fios condutores
e outros materiais nos equipamentos elétricos são susceptíveis de avaria por aqueci-
mento. As avarias podem ocorrer tanto por exposição à temperatura excessiva como
por exposição durante período longo mesmo que a temperatura seja reduzida. As limi-
tações de tempo e temperatura dependem de diversos fatores tais como: tipo e quanti-
dade do material , grau de limpeza, capacidade do material em suportar o aquecimento
e das características de transferência e dissipação de calor nas proximidades.
Solda
Os três graus de composição da solda geralmente usados nos trabalhos elétricos
são 40-60, 50-50 e 60-40. O primeiro número indica a percentagem de estanho enquanto
o outro indica a percentagem de chumbo. Quanto maior for o percentual de estanho,
menor será a temperatura de fusão. Da mesma forma , quanto maior a quantidade de esta-
nho, mais fluida fica a solda, menor o tempo para solidificar e mais fácil será a operação
de soldagem.
Em aditamento à solda, há necessidade da presença de um solvente para remover
qualquer película de óxido na superfície dos metais a serem soldados para que haja
fusão. O solvente permite que a solda realmente alcance o metal. Há dois tipos de sol-
ventes: solventes ácidos e breu. Os solventes ácidos são mais efetivos na limpeza dos
metais mas apresentam a desvantagem de serem corrosivos. O breu é o solvente comu-
mente usado nas operações de soldagens leves de conexão de fios elétricos. Normal-
mente, o fio de solda é fabricado com um filete de breu no.seu interior de maneira que
não há necessidade de usar-se um solvente em separado. Deve ser considerado, entre-
tanto, que o solvente não é um substituto na limpeza do metal a ser soldado. A super-
fície que vai receber a solda deve estar perfeitamente limpa.
Processos de soldagem
A limpeza é o principal requisito para uma eficiente e efetiva soldagem. A solda
não adere em superfícies sujas, graxosas ou oxidadas. Os metais, quando aquecidos, ten-
dem a oxidar rapidamente e o óxido deve ser removido antes da operação de soldagem.
A oxidação, ferrugem e sujeiras podem ser removidas por meios mecânicos tais como
raspagem ou corte com um abrasivo ou por meios químicos. As películas de graxa ou
óleo podem ser removidas com um solvente adequado. A limpeza deve ser feita imediata-
mente antes da operação.
Os componentes a serem soldados deverão ser normalmente estanhados antes de
se fazer a conexão mecânica. Após a limpeza da superfície a ser soldada, uma fina e
unifonne camada de solvente pode ser aplicada na superfície a ser estanhada para evitar
oxidação enquantô o componente estiver sendo aquecido para atingir a temperatura de
soldagem. Solda com núcleo de breu é comumente o tipo preferido nos trabalhos de
solda em circuitos elétricos, mas pode-se usar solda com solvente em separado. Um sol-
vente resinoso em separado é freqüentemente usado na operação de estanhagem dos fios
no processo de fabricação. A estanhagem é a aplicação de uma camada de solda sobre
material a ser soldado.
Nas operações de soldagem, a ação de estanhar deve cobrir apenas a área necessária.
A estanhagem ou soldagem de fios sujeitos à flexão produzem rigidez nos mesmos e pode
quebrá-los quando submetidos à vibração.
195
As superfícies estanhadas a serem soldadas devem ser ajustadas e mecanicamente
unidas de maneira a fazerem bom contato mecânico e elétrico. Não deve ocorrer movi-
mento relativo entre as partes por ocasião da soldagem. Qualquer movimento resultará
em uma conexão soldada com falha.
Ferramentas de soldar
Ferros de soldar
Todos os ferros de soldar de alta qualidade operam na faixa de temperatura entre
500 a 600 °F (260 a 315 °C). Mesmo os ferros miniatura de 25 watts, produzem essa
temperatura. A diferença importante no tamanho dos ferros não é a temperatura, mas
a inércia térmica (capacidade de o ferro gerar e manter uma temperatura satisfatória
para a soldagem durante o tempo em que está transferindo calor à junta a ser soldada).
Nã"o é prático soldar uma pesada caixa de metal com um ferro de 25 watts, mas um ferro
com essa capacidade é perfeitamente adequado para substituir um resistor de meio watt
em um circuito impresso. Um ferro com dissipação de 150 watts pode ser usado satis-
fatoriamente em um circuito impresso desde que sejam empregadas técnicas especiais
de soldagem. Uma vantagem na utilização de ferros pequenos para trabalhos leves está
no seu peso reduzido e facilidade de manuseio. O ferro possui uma ponta fma, o que
permite ser inserido em locais com pouco espaço. Apesar da sua alta temperatura, o
ferro pequeno, entretanto, nã"o tem capacidade de transferir grandes quantidades de
calor.
Alguns ferros são dotados com um termostato interno. Outros são dotados com
dispositivos de controle termostático. Esses dispositivos controlam a temperatura do
ferro mas são uma fonte constante de problemas. Um ferro de soldar bem projetado é
auto-regulável em virtude da resistência do seu elemento aquecedor aumentar com o ,
aumento da temperatura, limitando dessa forma o fluxo de corrente que passa pelo
aquecedor. Para trabalhos especiais é conveniente ter um transformador variável para
ajustagem do calor. Entretanto, para os trabalhos gerais não há necessidade de regu-
lagem da temperatura.
196
quado do calor para evitar o respingo térrrúco nos materiais próximos. Estanhar a ponta
de um ferro tipo revólver é uma operação relativamente difícil quando comparada com
um ferro comum. A operação será facilitada se a ponta for estanhada com solda de
prata. A temperatura na qual se forma uma fronteira entre a ponta de cobre e a solda
de prata é consideravelmente maior do que com a solda de chumbo e estanho. Esse
fato tende a reduzir a ação de esburacamento da solda sobre a ponta do ferro. Quando
a ponta fica esburacada, há necessidade de limá-la de maneira que, decorrido um certo
tempo, a ponta se acabe.
Pode facilmente ocorrer superaquecimento quando se utiliza o ferro tipo revól-
ver para soldar fiação delicada. Com uma certa prática, entretanto, a temperatura poderá
ser controlada calcando e soltando repetidamente o gatilho. Na maioria dos casos, mes-
mo a posição de BAIXA TEMPERATURA do gatilho superaquece o ferro decorridos
10 segundos. A posição de ALTA TEMPERATURA é usada apenas nos casos em que
se deseja rápido aquecimento e soldagem de conexões de grande porte.
Os ciclos de aquecimento e resfriamento tendem a folgar as porcas e parafusos
que ligam a ponta de soldar ao corpo do ferro. Quando as porcas e parafusos se afrouxam,
a resistência na conexão aumenta e a temperatura na junção aumenta. Por isso, as porcas e
parafusos deverão ser periodicamente reapertados.
197
Uma característica especial deste tipo de ferro é a existência de uma ponta especial
atarraxável com um pote que recebe uma pequena quantidade de solda e facilita esta-
nhar as pontas de cabos dotados com uma grande quantidade de fios.
As pontas intercambiáveis são de vários tamanhos e formatos para aplicações espe-
cíficas.Pode-se adquirir pontas extras para aplicações especiais.
Uma outra vantagem do ferro tipo lápis é a possibilidade de usá-lo como um flash-
light para inspeções. A ponta de soldar é removida e deve·se inserir uma lâmpada tipo
6S6 de 120 volts e 6 watts cuja rosca se adapta ao corpo do ferro.
Para soltar fios soldados usa-se uma ponta com ranhura que simultaneamente
derrete a solda e suspende a ligação. Uma ponta em concha que se adapta sobre os ter-
minais tipo pino pode ser usada para dessoldar ou soldar.
Suporte
UNGAR
universal
()h /
198
Fio n910
de cobre
Fig.7·23.- Improvisação de
ponta para reduzir a
temperatura.
Componente a
ser protegido
Para maxuna eficácia, qualquer camada protetora deve ser removida antes de
ligar o derivador térmico. O dispositivo deverá ser ligado cuidadosamente para evitar
avaria nos fios, terminais ou componentes. O derivador deve ser afixado ao fio entre
a junta a ser soldada e o componente a ser protegido. Conforme a junta é aquecida, o
derivador absorve o excesso de calor antes que ele atinja o componente e provoque
avaria no mesmo.
Um pequeno pedaço de .cera de abelha deve ser colocado entre o componente
e o derivador. Quando a cera começa a derreter é sinal de que foi atingida a temperatura
limite. A fonte de calor deve ser removida imediatamente, mas o derivador deve perma-
necer no local. A remoção prematura do derivador permitirá que o calor retido na junção
soldada flua para o componente. O derivador deve ficar no local até esfriar ao ponto
da temperatura ambiente.
199
Outro acessório de grande valia é a seringa de sucção de solda. A figura 7-25 mos-
tra um tipo de seringa. O propósito é sugar o excesso de solda (e incidentalmente o
calor) de um determinado ponto. O único requisito de um eficiente sugador é ser dotado
com uma fonte controlada de vácuo. Um receptor de solda e uma ponteira são também
necessários ã ope ração. A ponteira deve ter condições de suportar o calor da solda der-
retida. Teflon é o material ideal, mas de difícil aquisição. Uma seringa de borracha com
ponta de vidro conta-gotas faz um excelente sugador. O conta-gotas deverá ser do tipo
cirúrgico. O tipo de vidro comum não suportará o calor.
Seri nga
CONEXÕES EM TERMINAIS
200
Olh.al Toneta Garfo
ente resulta em conexão fra::a deVIdo ao movimento do fio durante a operação de sol-
dagem.
As áreas a serem reunidas devem ser aquecidas até o ponto de fusão da solda, ou
ligeiramente superior. A aplicação de calor deve ser cuidadosamente controlada a fim
de evitar danos nos componentes do conjunto, no isolamento, ou no material nas proxi-
midades. A solda é em seguida aplicada sobre a área aquecida. Deve ser aplicada apenas a
quantidade necessária de solda para fazer uma conexão satisfatória, devendo ser evi-
tados excessos.
A solda não deve ser derretida sobre a ponta do ferro e em seguida aplicada sobre
a conexão. A operação correta consiste em aquecer a junção com a ponta do ferro e
aplicar a solda sobre a junção. Se a junção estiver adequadamente aquecida, a solda
derrete de maneira uniforme. Uma temperatura excessiva tende a carbonizar o solvente
impedindo a operação perfeita.
Nenhum líquido deve ser aplicado para esfriar a junção soldada. Usando ferra-
mentas adequadas e a técnica de soldagem, a junção não se aquecerá tão rapidamente
a ponto de exigir resfriamento.
Se , por qualquer razão, não for obtida uma conexão satisfatória na primeira ten-
tativa, a junção deve ser totalmente desfeita, as superfícies novamente limpas, os excessos
de solda removidos e a completa operação de soldagem deve ser repetida, exceto natural-
mente a de estanhar as partes.
201
Após a junção ter esfriado, todo o resíduo de solvente deve ser removido. Qualquer
resíduo deixado na superfície coletará sujeira e produzirá, posteriormente, um rompi-
mento dielétrico por arco. Essa limpeza é necessária mesmo quando se usa solda com
núcleo de resina.
Nenhuma conexão deve ser feita ou desfeita com o circuito ligado ou com o cir·
cuito sob teste. Descarregue sempre os capacitares do circuito antes de iniciar qualquer
operação de soldagem.
Emendas soldáveis
O emendador tipo soldável é essencialmente um tubo de metal curto. O diâmetro
interno é largo o suficiente para permitir a entrada do cabo trançado em ambos os extre-
mos após ter sido removido o isolamento dos mesmos. Esse tipo de junção é mostrado na
figura 7-27.
O emendador é inicialmente aquecido e cheio de solda. Enquanto ainda quente, a
solda é derramada no seu interior deixando a superfície interna estanhada. Quando o
condutor for desencapado, o comprimento exposto deve ser tal quebordas dos iso-
o
(A)
Interior do emendador
e extremidades dos
cabos, estanhados
Fig. 7·27. - Uso do emen·
dador sold ado.
Emendador aquecido
e condutores
inseridos
lamentos toquem o emendador ao ser inserido (veja a figura 7-27 (B)). Quando for
aplicado calor à junção e a solda derreter, o excesso de solda sairá pelos respiros e deve
ser removido limpando-se a parte externa do conector. Depois da emenda ter esfriado,
um material isolante deve ser enrollJdO ou amarrado em tomo da junção.
202
a alça deve ser dobrada da maneira mostrada na figura 7-28. Observe que quando o
parafuso ou porca de fixação for apertado ele tende também a apertar a alça.
Este método de fixação é às vezes indesejável. Quando as especificações do pro-
jeto são mais rígidas, as conexões terminais usam uma ferragem especial chamada alça
terminal. Há vários tipos e tamanhos de alças terminais. Todos são essencialmente do
tipo mostrado na figura 7-29.
Cada tipo de alça tem um tubo (luva) o qual é apertado ou soldado ao cond).ltor.
Há também uma lingüeta com um furo ou fresta para receber o pino ou parafuso ter-
minal. Para se ligar uma alça terminal a um condutor, primeiro estanha-se o interior do
tubo da alça. O condutor é desencapado e também estanhado e inserido então no tubo
da alça que deve estar aquecida. Quando montado, o isolamento do condutor deve estar
encostado à alça, não permitindo que fique exposta nenhuma parte nua do condutor.
Fig.7-28. - Conexão terminal de um con· Fig. 7·29.- Alça terminal tipo soldada.
dutor.
Três dos tipos mais comuns, classificados pelo seu método de montagem, são:
luva partida, luva partida cônica e de reentrâncias.
203
Emendador de luva partida
Um emendador de luva partida é mostrado na figura 7-30. Para conectar o emen-
dador no condutor, o condutor desencapado é introduzido na luva partida. Usando-se
uma ferramenta especial, o anel deslizante é forçado em direção â extrenúdade da luva.
A luva fecha-se apertando o condutor, e o anel deslizan te mantém a luva fechada.
Fig.7-30.- Emenda
tipo luva partida.
Fig.7-31.- Emendador de
204
t 8)
205
Emendador de reentrâncias
O emendador de reentrâncias (figura 7-32) é o mais simples dos emendadores
aqui apresentados. O tipo mostrado já vem isolado, mas tipos sem isolamento também
são fabricados. Estes são montados com ferramenta manual especial parecida com um
alicate que forma as reentrâncias. Os condutores descascados são inseridos no emenda-
dor que é entã'o apertado fortemente. A luva isolante fixa o isolamento externo do
condutor e o emendador metálico interno fixa os fios trançados nus.
206
Lingüeta
Fig.7-34. - Alça
terminal tipo
luva partida
roscada.
206
Alça terminal de
reentrâncias
A alça terminal de
reentrâncias é mostrada na
figura 7-35. A alça' é sim-
plesmente apertada forte- Fixador do
mente ao cond utor. Isto é isolamento ,
feito usando-se a mesma do condutor
Fixador do-- J
ferramenta usada no emen-
condutor
dador deste tipo. A alça
mostrada já vem isolada
mas é também fabricada
sem isolamento. Quando
montada, tanto o condu-
tor como o seu isolamen-
to são fl.Xados pela alça.
Fig. 7-35.- Alça terminal de reentrância.
ISOLAMENTO DA EMENDA
Fita de borracha
207
A figura 7-36 mostra a maneira correta de cobrir uma emenda com isolamento
de borracha. A fita de borracha deve ser aplicada suavemente e sob tensão de modo
que não haja espaços de ar entre as camadas. Ao aplicar a primeira can1ada, comece
no centro da emenda e não numa das extremidades. O diâmetro da junta isolada com-
pleta deve ser um pouco maior do que o diâmetro total do cabo, incluindo seu isola-
mento.
Fita de fricção
A colocação de fita de borracha sobre uma emenda restabelece o seu isolamento.
É necessário, também, restabelecer a cobertura de proteção. Com este propósito é usada a
fita de fricção. Essa fita provê também algum isolamento elétrico.
A fita de fricção é um pano de algodão que foi tratado com um composto de
borracha. É fornecido em rolos similares aos da fita de borracha, não tendo porém o
separador de papel ou pano. A fita de fricção é aplicada da mesma maneira que a fita
de borracha, porém com menor tensão.
A fita de fricção deve ser aplicada iniciando-se por cima da proteção original e
depois sobre a emenda. Enrole a fita de modo que uma se sobreponha um pouco sobre a
anterior, e prossiga até cobrir a cobertura original na outra extremidade da emenda. A
partir daí, inicia-se uma nova camada até o ponto de partida da anterior. Cortando a
fita e pressionando firmemente a extremidade, completa-se o serviço. Quando feita
com cuidado, a emenda pode sofrer o mesmo esforço mecânico sofrido pelo cabo.
Os fios â prova de intempéries não possuem isolamento de borracha. São cobertos
apenas por uma malha protetora. Neste caso não se usa a fita de borracha, a fita de fricção
é suficiente.
208
Capítulo 8
Eletrotnagnetismo e Circuitos Magnéticos
Em 1819, Hans Christian Oersted, físico dinamarquês, descobriu que existe uma
relação definida entre magnetismo e eletricidade. Ele descobriu que uma corrente elé-
trica é acompanhada de certos efeitos magnéticos que obedecem a leis definidas. Se uma
bússola for colocada nas vizinhanças de um condutor portador de corrente, a agulha
da bússcJia se alinhará em ângulo reto ao condutor, indicando, dessa forma, a presença
de uma força magnética. A presença dessa força pode ser demonstrada pela passagem
de uma corrente elétrica por um condutor vertical, que atravessa um pedaço de cartolina
horizontal, como ilustrado na figura 8-1. A grandeza e sentido da força são determinados
pela colocação da bússola em vários pontos da cartolina e observando a deflexão.
Considera-se ser o sentido da força o do pólo norte da bússola. Estas deflexões mos-
tram que existe um campo magnético de forma circular ao redor do condutor. Quando
209
a corrente flui para cima, o sentido do campo é no sentido horário, olhando-se de cima
para baixo. Se a polaridade for invertida, de maneira que a corrente flua para baixo, o
sentido do campo é o anti-horário.
A relaçã"o entre o sentido das linhas de força magnéticas ào redor de um condutor
pode ser determinada por meio da REGRA DA MÃO ESQUERDA PARA UM CON-
DUTOR Se o condutor for segurado com a mão esquerda, com o polegar estendido no
sentido do fluxo de elétrons(- para+), os demais dedos apontarão o sentido das linhas
de força magnéticas. Este é o mesmo para o qual·o pólo norte da bússola apontará, se
esta for colocada no campo magnético.
+
Bateria
-
Fig.8-1.- Campo magnético em tomo de um
condutor.
Geralmente são usadas setas nos diagramas elétricos para indicar o sentido do
fluxo de corrente ao longo do comprimento de um fio. Onde são mostradas seções
retas é usada uma vista especial da seta. Uma vista de uma seção reta de um condutor
que transporta corrente no sentido do observador é mostrada na figura 8-2 (A). O sen-
tido do fluxo de corrente é indicado por um ponto que representa a cabeça da seta.
Um condutor que está transportando corrente proveniente do observador é ilustrado
na figura 8-2 (B). O sentido da corrente é indicado por uma cruz que representa a extre-
midade posterior da seta.
210
Quando dois condutores paralelos conduzem corrente no mesmo sentido, os cam-
pos magnéticos que se estabelecem tendem a envolver ambos os condutores forçando a
união dos mesmos. Isso ocorre em virtude da força de atração magnética criada, con-
forme é mostrado na figura 8-3 (A). Dois condutores paralelos conduzindo correntes
em sentidos opostos são mostrados na figura 8-3 (B). O campo ao redor de um condutor
é de sentido oposto ao campo do outro condutor. As linhas de força resultantes ficam
aglomeradas no espaço entre os fios, e tendem a separá-los. Em conseqüencía, dois con-
dutores paralelos conduzindo correntes no mesmo sentido atraem-se e dois condutores
paralelos conduzindo correntes em sentidos opostos repelem-se:
211
cada espira do fio se une com os campos das espiras adjacentes, como explicado em
conexão com a figura 8-3 (A). A influência combinada de todas as espiras produz um
campo bipolar semelhente àquele de uma barra de ímã simples. Uma extremidade da
bobina será o pólo norte e a outra será o pólo sul.
(8)
212
Intensidade do campo eletromagnético
A intensidade do campo de uma bobina depende de um certo número de fatores
que serão discutidos sob os seguintes tópicos:
1. Número de espiras do condutor;
2. Intensidade da corrente através da bobina;
3. Razão comprimento-largura (diâmetro) da bobina;e
4. Tipo do material do núcleo.
CIRCUITOS MAGNtfiCOS
213
O FLUXO MAGNÉTICO, <I> (phi), é semelhante à corrente na fórmula da lei de
Ohm, e compreende o número total de linhas de força existentes no circuito magnético.
O Maxwell é a unidade de fluxo, isto é, uma linha de força é igual a 1 maxwell. Contudo,
freqüentemente o maxwell é referido como LINHA DE FORÇA, LINHA DE INDUÇÃO
ou simplesmente LINHA.
A FORÇA MAGNETOMOTRIZ, F, ou f.m.m., comparável à força eletromotriz
na fórmula da lei de Ohm, é a força que produz o fluxo do circuito magnético. A uni-
dade prática de força magnetomotriz é o AMP RE VOLTA. Uma outra unidade de força
magnetomotriz algumas vezes usada é o GILBERT, designado pela letra F. O gilbert é a
força magnetomotriz necessária para estabelecer um maxwell num circuito magnético que
tem uma unidade de relutância (1 rei). A força magnetomotriz em gilbert é expressa em
função do ampere-volta como
F = 1,257 IN
A PERMEABILIDADE, designada pela letra grega mu, p., será tratada posterior-
mente. Contudo, é aqui definida para permitir uma interpretação completa da lei de
Rowland e também uma aplicação prática dessa lei. A permeabilidade é a medida de
capacidade relativa das substâncias para conduzir linhas de força magnéticas em compa-
ração com o ar. A permeabilidade do ar é tomada como sendo 1 (um). A permeabili-
dade é a relação entre a densidade do fluxo em linhas por centímetro quadrado (gauss B)
e a intensidade de força magnetizante em gilberts por centímetro de comprimento, repre-
sentada por H. A relação é expressa matematicamente como :
B
p.= -
H
214
Um outro tenno usado em circuitos magnéticos é a PERMEÂNCIA. Indicada pela
letra P, a permeância é a recíproca da relutância.
I
P =-
Valores de B, H e J.1. para substâncias magnéticas comuns são dadas na tabela 8-1.
215
Como uma aplicação prática da lei de Rowland, consideremos que se deseja encon-
trar os amperes-voltas (IN) necessários para produzir 20.000 linhas de fluxo num anel
de AÇO FUNDIDO que tem uma área de seção reta igual a 4 centímetros quadrados e
um comprimento médio de 20 em (figura 8-6).
anel de aço
-......-- fundido
• 20.000 linhas
comprimento médio
do fluxo 20 em
H= 1;,.257 IN
_
de onde
H
IN=
1,257
Substituindo os valores de H = 3,9 e= 20, teremos que
3,9 X 20
IN = = 62 arnpere-voltas
1 ,257
Permeabilidade
..
Quando um núcleo de aço temperado é usado em um eletroímã, ele produz um
ímlf mais forte do que se fosse usado um núcleo de ferro fundido. Isto é verdade porque
o aço temperado é mais facilmente influencia<!o pela força magnetizante da bobina do
que o ferro fundido. Em outras palavras, diz-se que a lâmina de aço tem maior permea-
bilidade porque as linhas magnéticas são estabelecidas mais facilmente nele do que no
ferro fundido. A razão do fluxo produzido por uma bobina quando o núcleo é de ferro
(ou qualquer outra substância) para o fluxo produzido quando o núcleo é o ar, é chamada
PERMEABILIDADE do ferro (ou de qualquer outra substância que tenha sido usada),
216
considerando que seja a mesma corrente na bobina em cada caso. A permeabilidade da
substância é portanto uma medida de capacidade relativa em conduzir linhas de força
magnética, ou sua condutividade magnética. A permeabilidade do ar é I (UM). A per-
meabilidade de materiais nlro magnéticos, tais como a madeira, o alumínio, coore e
bronze é essencialmente unitária, ou a mesma do ar.
Curvas de magnetizaçã'o para os quatro materiais magnéticos da tabela 8-1 são
dadas na figura 8-7.
20
E'"'
... I
---
o "'
-
::1
.-..- -
19
o o
aço laminado t::- t::- I--
18
cg:,
17
-,:: ::::1
_ .;.:
v -- p
ferro maleavel
., v
16
c
15
14
""I/ r aço fundido
13
1/,
12
r;
Fig. 8-7. -Curvas de
magnetização para
1
10
L-I-1--
--
quatro mat eriais ferro fundido
magnéticos. 9
8
7 /
- --
6
v
5
/
4
3
2
1
ww ro oo oo oo
Gilberts por em de comprimento
400o
380o
310o
3<0o
320o
300o
;::uoo
210 0 A
.., 240OI/
220 o
r-I- aço ammado
1\ I
:0200
Fig. 8-8. - Curvas de \ I I I
110 o /
permeabilidade. err o maleavel
..
110
E 140o
8. 120o I
100o
lOo
·"'"-l'........ ..... _ aco fundido
10o .......
400 ._ ........ I I
20 ? t--
o erro
5 10 15 w 25 50 3& 4& 50 55 e& 10 75 110
Gilberts por em de comprim ento
217
(
H
)
218
Histerese
O método mais simples de ilustraçã'o da propriedade de histerese é por meio de
um gráfico tal como o ciclo de histerese mostrado na figura 8-9.
Nessa figura, a força magnetizante está indicada em gilbetts por centímetro de
comprimento ao longo do eixo mais ou menos H, e a densidade de fluxo está indicada
em gauss ao longo do eixo mais ou menos B. A intensidade de força magnetizante , H,
aplicada por meio de uma bobina que envolve o material magnetizaote, é variada unifor-
memente ao longo de um ciclo de operaÇ[o. A força H é aumentada na direção posi-
tiva (passando corrente em um dado sentido pela bobina) até 11 gilberts por centíme-
tro. Durante esse período a densidade do fluxo, B, cresce de zero até 14.000 no ponto A.
Se A for reduzido a zero, a curva descendente da densidade de fluxo não retoma a zero
através o caminho de crescimento. Ao .invés disto, ela retoma para o ponto B, onde a
densidade de fluxo é 13.000. O fluxo magnético indicado pelo comprimento da linha OB
representa a RETENTIVIDADE da substância magnética.
Retentividade é a capacidade de uma substância manter seu magnetismo depois
de removida a força magnetizante. A retentividade é mais perceptível no aço duro e
menos no ferro doce.
O valor do MAGNETISMO RESIDUAL ou remanescente quando H foi reduzida
+B
+14 000 A
e/ 1...?
1./zlooo -7}7
I I 'l
+8 000 I / I/
17
7 Fig.8-9.- Curva de
11 +4 000 I histerese.
[1
17
·H c ./ F +H
-12 -10 -8 -6 -4 -2 o 2 4 6 8 lO 12
-4 000
J
J -8 000 1
1 17
11 -12 000 7
) c/
0...;'
/
- _... v
-14 000
-B
219
a zero, depende da substância usada e do grau de densidade de fluxo atingido. Neste
exemplo, o magnetismo residual é 13.000 gausses.
Se a corrente agora é enviada através da bobina em direção oposta, de tal forma que
a intensidade da força magnetizante seja-H, a força terá que ser aumentada até o ponto
C, para que o magnetismo residual seja reduzido a zero. A força magnetizante OC, neces-
sária para reduzir o magnetismo residual a zero, é chamada FORÇA COERCITNA. Neste
exemplo, a força coercitiva é 6 gilberts por centímetro.
Se a força magnetizante for aumentada até - 11 gilberts por centímetro, a curva
desce rá de C até O, magnetizando a amostra de material magnético com polaridade
oposta. Se a força magnetizante for reduzida outra vez a zero, a densidade de fluxo
será reduzida até o ponto E. O fluxo magnético indicado pelo comprimento da linha OE
representa a retentividade da substância magnética, como o foi' a linha OB. O magnetis-
mo residual é novamente 13.000 gauss.
Se a corrente através da bobina for novamente invertida (fluir na direção original),
a curva de magnetização deslocar-se-á até zero quando a força magnetizante for aumen-
tada até o ponto F.
Portanto, quando a força magnetizante varia ao longo de um ciclo completo, a
magnetizaçã"o resultante completa também um ciclo. Das análises anteriores é evidente
que a histerese é a propriedade da substância magnética que provoca o atraso da mag-
netizaçã"o em relação à força que a produz. O atraso da magnetização em relação à forÇa
que a produz é causado pela fricção molecular. Há necessidade de energia para mover
as moléculas (ou domínios) ao longo de um ciclo de magnetização. Se a magnetização
for invertida devagar, a perda de energia pode ser desprezível. Contudo, se a magnetiza-
ção for invertida rapidamente, como é o caso de uma corrente alternada, considerável
quantidade de energia pode ser dissipada. Se a fricção molecular for grande, como é
o caso em que se utiliza aço
temperado, as perdas podem
ser consideráveis. Um outro
I
fator que determina a perda
8 por histerese é a densidade de
6 fluxo estabelecida no mate-
• A comparação do ci-
2
clo de histerese para o aço
I I 7
2 2 mostrado na figura 8-10. A
• a medida da perda de ener-
gia por histerese no ciclo de
8 operação. Assim, como mos-
trado na figura, maior quan-
tidade de energia é dissipada
I--' na fricção molecular do aço
Gilberts/cm de comprimento Gilberts/cm de comprimento temperado do que no destem-
lA) lA) perado. É de grande impor-
Aço Temperado Aço Comum
tância, na fabricação de nú-
Fig.8-10- Comparação das curvas de histerese. cleos para transformadores e
em outras aplicações impor-
tantes onde se usa CA, o emprego de substâncias com baixa perda por histerese.
220
ELETROfMÃS
221
armadura na forma de barra de aço doce localizada próxima do eletroímã. Este tipo
de eletroímã é comumente usado em campainhas de portas, relês, receptores de tele-
fone, circuitos de sobrecarga, etc.
t
Fig.8-11. - Solenóide com núcleo de ferro.
Aplicações de eletroímãs
A campainha elétrica é um dos mais comuns dispositivos que emprega o eletro-
magnetismo. Uma campainha simples é mostrada da figura 8-12. A sua operação é expli-
cada a seguir.
Contato de
parafuso
222
As forças magnetomotrizes das duas bobinas estão em série aditiva, ocorrendo por·
tanto o dobro da magnetização do núcleo que ocorreria, se houvesse uma única bobina.
Interruptor de circuito
O interruptor de circuito, como um fusível, protege o·equipamento contra curto·
circuitos e sobrecargas. Nesse dispositivo, o enrolamento de um eletroímã é conectado
em série com o circuito da carga a ser protegida e com uma chave de contatos. O prin·
cípio de operaçã"o é mostrado na figura 8-13. Uma corrente excessiva no enrolamento
..... -
-'1111111 _.
Fonte de alimentação
do ÍlTl! provoca a separação da chave, e o interruptor é aberto por uma mola. Quando
a avaria tiver sido reparada, o circuito é fechado manualmente, restabelecendo-se assim
o circuito.
Muito mais aplicações de eletroímãs serão discutidas no decorrer deste curso.
Serão abordadas suas aplicações nos geradores, motores, reguladores de tensão, relês
inversores de corrente e servomecanismos.
223
Capítulo 9
224
]L.----- -Temp ---- ;_ Onda retangulax
M Onda dente
de serra
(A) Tensão contínua
como uma onda retangular e onda dente de serra. O gráfico obtido da plotagem dos
valores de amplitude em função do tempo é denominado FORMA DE ONDA. A figura
9-1 (B) mostra as formas de ondas elétricas mais comuns. Das formas de ondas ilustradas,
a forma de onda senoidal é a mais comum.
GERADOR CA BÁSICO
Ciclo
A figura 9-2 mostra uma espira de fio (condutor) girando, no sentido anti-horário,
dentro de um campo magnético entre os pólos de um ímã permanente. Para facilitar na
explanação, a espira foi dividida em duas metades, uma clara e a outra escura. Observe
que na parte (A), a metade escura se move no sentido paralelo às linhas de força do
campo. Conseqüentemente ocorre o inverso com a metade clara que se move em sen-
tido contrário. Como neste instante os condutores não estão cortando linhas de força,
nenhuma f.e.m. é induzida. Conforme a espira se desloca para a posição mostrada na
parte (B), mais e mais linhas de força são cortadas por unidade de tempo em virtude
do corte ocorrer cada vez mais no sentido perpendicular às linhas do campo. Na posi-
ção (B) a voltagem induzida é máxima porque o condutor corta o campo exatamente
na perpendicular.
Com a continuação da rotação para a posição (C), um menor número de linhas
é cortado. A tensão induzida decresce do seu valor máximo. Novamente, a espira está
se deslocando em sentido paralelo às linhas do campo magnético e nenhuma tensão é
induzida. A espira percorreu metade do círculo, ou seja, uma alternância, ou 180°.
A curva senoidal mostrada na parte inferior da figura representa a tensão induzida em
qualquer instante. Observe que a curva tem 360°, ou seja, duas alternâncias. Duas alter-
nâncias representam um ciclo completo da rotação.
A direção do fluxo de corrente durante a rotação de (B) para (C), quando o cir-
225
Condutorcparalelàs linhas de força
F.<.m. mfu•-'"'"n ;1.''-•• Sentido do nuxo
fu
Condutores cortando as li as
do campo no se.nttdo
perpend!c lar
F.e.m. maxuna
Condutores cortando 0
campo na perpendicular
F.e.m. máxima negativa
1
l
1
positiva I
1
Uma alternância I I
I I
t-1 -+-----(0-180")- - ----' +-- - --(1801360°)-
-
- - -
-l
ZER0 ----------- ---------7:----------- I
Um ciclo
I
I
Uma alternância
I
I
I
cuito é fechado, pode ser determinada pela REGRA DA MÃO ESQUERDA PARA
GERADORES. A regra da mão esquerda se aplica como segue:estenda a mão esquerda
de maneira que o pol gar aponte na direção do movimento do condutor e o indicador
aponte na direção do fluxo magnético. Deslocando-se o dedo médio 90° com relação ao
indicador, ele apontará na direção do.fluxo de corrente do condutor.
Aplicando a regra da mão esquerda para a metade escura da espira na parte (B),
verifica-se que a direção da corrente é a indicada pelas setas grossas. De maneira seme-
lhante, pode ser determinada a direção para a metade clara da espira. Quando a espira
é posteriormente girada para a posição mostrada na parte (D), a ação é invertida. A me-
tade escura está se movendo para cima e a metade clara está se movendo para baixo.
Aplicando-se a regra da mão esquerda mais uma vez, verifica-se que a f.e.m. induzida e
a corrente resultante é invertida. A tensão cresce ao máximo nessa nova direção confor-
me é mostrado na forma de onda senoidal. A espira finalmente retoma para a sua posição
inicial (E) em que a tensão é novamente zero. A onda da tensão induzida completou
um ciclo.
Conforme mencionado anteriormente, o ciclo é constituído de duas alternâncias
completas dentro de um período de tempo. Recentemente, a palavra hertz (Hz) foi esco-
lhida para representar o ciclo por segundo. Apesar de parecer confuso ao leitor o uso de
duas alternâncias no lugar de um ciclo e em outros casos o uso do hertz para representar
duas alternâncias por segundo, a chave para se determinar qual a palavra a ser usada é o
tempo. Um hertz é um ciclo por segundo. Dessa forma, é usado ciclo quando não há refe-
rância específica do elemento tempo e hertz (Hz) quando o elemento tempo é medido
em segundos.
Se a espira girar com velocidade constante e se a intensidade do campo magnético
for uniforme, o número de ciclos por segundo e a tensão manterão valores fixos. A rota-
ção continuada produzirá uma série de ciclos de tensão senoidal ou, em outras palavras,
uma tensfo CA. Dessa maneira, a energia mecânica é convertida em energia elétrica.
226
A espira girante da figura 9-2 é chamada armadura. A armadura pode ter diversas
espiras ou bobinas.
Freqüência
A freqüência de uma corrente ou tensão alternada é o número de ciclos completos
que ocorre em cada segundo. Conseqüentemente , a velocidade de rotação da espira deter-
mina a freqüência. Para uma única espira girante entre um campo com dois pólos, uma
revolução completa produz duas inversões de corrente. Uma rotação em cada segundo
produzirá um hertz de corrente alternada. Se houver duas rotações por segundo, a fre-
qüência será de dois hertz. Em outras palavras, a freqüência de um gerador com dois pólos
é de número igual ao de revoluções por segundo. Se a velocidade aumentar, a freqüência
aumenta.
Se um gerador de CA tem quatro peças polares, como mostrado na figura 9-3, cada
rotaçâ"o mecânica completa da armadura produz DOIS ciclos CA. Quando a metade escura
da espira passa entre os pólos Sl e N2, é induzida uma tensão que produz uma corrente
quedesloca para os anéis ligados aos extremos da espira.
Uma rotação
Quando a metade escura passa entre N2 e S2, a tensão induzida inverte a direção.
Outra inversão ocorre quando ela passa entre S2 e Nl. A tensão nos anéis deslizantes
sofre inversão de polaridade QUATRO VEZES para cada revolução. Em outras palavras,
para cada revolução mecânica são gerados dois ciclos de tensão alternada. Se cada rota-
ção tomar um segundo, a freqüência de saída será de dois hertz. Quanto maior o número
227
de pólos mais alta será a freqüência. A freqüência de saída de qualquer gerador CA pode
ser determinada pela fórmula:
PX r p m
f= _ . .: ._
120
onde f é a freqüência em ciclos por segundo, rpm o númerq de revoluções mecânicas
por minuto, e P o número de pólos.
Um gerador projetado para gerar tensão de 60 hertz e que tenha dois pólos, neces-
sitará uma armadura que gire com a velocidade de 3.600 rpm. Se o gerador tiver quatro
pólos, a armadura terá que girar com a velocidade de 1.800 rpm. Em ambos os casos a
freqüência será a mesma. Na prática, um gerador projetado para girar em baixa veloci-
dade tem geralmente um grande número de pólos, e um de alta velocidade terá relativa-
mente poucos pólos. Ambos devem fornecer a mesma potência, na mesma freqüência.
Período
Um ciclo de qualquer onda senoidal representa uma quantidade definida do TEMPO.
A figura 9-2 mostra dois ciclos de uma onda senoidal que tem a freqüência de 2 hertz
(Hz). Como 2 ciclos ocorrem em cada segundo, 1 ciclo deve requerer metade de 1 Se·
gundo. O tempo necessário para completar 1 ciclo da forma da onda é denominado
PERfOOO da onda. Neste exemplo, o período é de meio segundo.
Cada ciclo de forma de onda na figura 94 consiste de duas variações na forma de
impulso. O impulso que ocorre durante o tempo em que a tensão é positiva chama-se
ALTERNÂNCIA POSITIVA. O impulso que ocorre durante o tempo em que a tensão
é negativa é denominado ALTERNÃNCIA NEGATIVA. Para uma onda senoidal essas
duas alternâncias serão iguais em tamanho e forma mas de polaridades opostas.
1---- ---Segundo---
228
O período da' onda é inversamente proporcional à sua freqüência. Assim, quanto
mais alta for a freqüência (maior o número de Hz), mais curto será o período. Na forma
de equação, temos:
1
t=-
f
onde t = período em segundos
f = freqüência em hertz
Tensão gerada
Os geradores de corrente alternada são máquinas de potencial constante porque
são tracionadas a uma velocidade constante e têm uma intensidade magnética de cam-
po constante para uma determinada carga. A tensão efetiva E gerada por um único
enrolamento do gerador CA está relacionada: (1) com a intensidade total do campo
por pólo, <I> ; (2) com a freqüência, f; e (3) com o número de condutores ativos, N, no
enrolamento da armadura, conforme indicado na seguinte equação:
E = 2,22<I>fN1o·s
Por exemplo, se <I> = 2,5 X 106 , f = 60 hertz e N = 96 condutores, a voltagem gerada será:
E = 320 volts
O fato de não aparecer na fórmula de tensão gerada os fatores pólos (P) e veloci-
dade (rpm) ocorre em virtude desses fatores estarem intrínsecos no fator freqüência
(f= PS/120).
O comprimento do condutor ativo que se estende sob a influência de um pólo não
aparece diretamente na fórmula porque está incluído no fator fluxo magnético total por
pólo. Quanto mais longo o condutor ativo, mais fluxo deverá haver o compri mento do
condutor e o comprimento do pólo são iguais. Por exemplo: se o comprimento do con-
dutor é dobrado, o comprimento do pólo deve, também, ser dobrado. O fluxo por pólo é ,
conseqüentemente, duplicado, o mesmo ocorrendo com a tensão gerada.
Defitúção vetorial
Conforme previamente mencionado, uma tensão ou corrente muda periodicamente
de di reção. O movimento de elétrons é inicialmente em uma direção e, decorrido deter-
minado tempo, a direção é invertida. A variação ocorre segundo uma forma de onda
senoidal. Na resolução de problemas que envolvem ondas senoidais comumente se empre-
gam linhas retas com grandezas e direções definidas chamadas VETORES.
Um vetor simples é uma linha reta que indica a grandeza e di reção de uma dada
quantidade. A grandeza da quantidade é representada pelo comprimento, em escala, da
229
linha. A direção é indicada por meio de uma seta em um dos extremos da linha, assim
como o ângulo que a mesma faz com o eixo horizontal de referência.
Por exemplo: se o ponto B (figura 9-5) se localiza a I millia a leste do ponto A, a
direção e distância de A para B pode ser representada pelo vetor "e" usando-se a escala
de 112 polegada para representar 1 millia.
s
Os vetores podem ser girados , como os raios de uma roda, para gerar ângulos.
A rotação no sentido horário é negativa e gera ângulos negativos.
A projeção vetorial Qinha pontilhada na figura 9-6) de um vetor girante pode ser
usada para representar a tensão em qualquer instante. O vetor Em representa a máxima
tensão induzida em um condutor que gira com velocidade uniforme dentro de um campo
com dois pólos (ponto 3 e 9). O vetor gira no sentido anti-horário, completando 360°
em cada rotação. A ponta do vetor descreve um círculo. A linha pendente da ponta do
vetor, perpendicular ao plano horizontal do diâmetro do círculo, é a projeção vertical
do vetor.
O círculo representa, também, o percurso do condutor girando no campo bipolar.
A projeção vertical do vetor representa a tensão gerada em qualquer instante correspon-
dente à posição do vetor girante conforme indicado pelo ângulo. O ângulo 8 representa
o instante em que a tensão gerada é considerada. A curva senoidal plotada à direita da
figura representa valores sucessivos da tensão CA induzida no condutor conforme dentro
do campo bipolar. A curva é senoidal porque os valores instantâneos da tensão induzida
são proporcionais ao seno do ângulo O formado pelo vetor e o ei xo horizontal.
230
N
s
Fig. 9-6. - Geração de uma tensão senoidal.
simbolizada pela letra grega ômega (w). Na prática, w é geralmente dado em termos de
radianos por segundo ao invés de graus por segundo. O radiano é um segmento da circun-
ferência de um círculo. Esse segmento é sempre igual ao comprimento do raio do círculo.
Há 1T (3,14) radianos na metade de um círculo e 2 1T (6,28) radianos na circunferência de
um círculo completo. Assim, quando um vetor de tensão completa uma volta, descre-
vendo um círculo, ele percorreu 2 1T ou 6,28 radianos. Em termos de graus, um radiano
é igual a 360°/6,28 ou 57,32°.
O número de radianos por segundo percorrido por um vetor de tensão alternada
guarda uma relação com a freqüência, podendo um ser usado para expressar a outra.
Como urna revolução de vetor é igual a um ciclo completo, cada ciclo será igual a 6,28
radianos do deslocamento do vetor. Assim sendo, uma tensão alternada cuja freqüência
é 60 hertz pode ser referida como tendo uma velocidade angular de 6,28 X 60, ou aproxi-
madamente 377 radianos por segundo. Escrita na forma de equação, a velocidade angular
é expressa como w = 21T f. Assim, em uma fórmula que envolve velocidade angular, o
termo 21T f pode ser substituído pelo símbolo w se for conveniente. Como afirmado
anteriormente, há outra forma de equação trigonométrica para a. onda de tensão que
envolve a velocidade angular de um vetor gerador.
A equação é:
e = Em seno wt
231
Por exemplo: considere uma tensão de 60 ciclos com valor máximo igual a 100
volts. Suponha que se deseja determinar a tensão gerada 0,00139 segundos após a tensão
ter atingido o valor máximo positivo.
Amplitude de pico
Uma das características freqüentemente medidas de uma onda senoidal é sua ampli-
tude. Ao contrário da medição de CC, a quantidade de corrente alternada ou voltagem
existente num circuito pode ser medida de vários modos. Num dos métodos de medição,
mede-se a amplitude máxima tanto de alternância positiva quanto da negativa. O valor de
corrente ou voltagem obtido é denominado VOLTAGEM DE PICO ou CORRENTE DE
PICO. Para medir o valor de pico de cor-
rente ou voltagem, pode ser usado um
osciloscópio ou um instrumento de me-
dição especial (voltímetro de pico). O valor f
de pico de uma onda senoidal é ilustrado
na figura 9-7. Pico
a
pico
Amplitude pico a pico
Um segundo processo para indicar a
amplitude da onda senoidal consiste em
determinar a tensão total ou corrente total
entre os picos positivo e negativo. Esse va-
lor de corrente ou tensão é denominado
VALOR PICO A PICO (figura 9-7). Como Valor
ambas as alternâncias de uma senoidal pura pico
são idênticas, o valor da onda é máximo.
A tensão pico a pico é comumente medida
com um osciloscópio, mas alguns voltíme-
tros são dotados de escalas especiais que
j
medem a tensão pico a pico. Fig. 9-7.- Valor pico a pico.
232
Amplitude instantânea
O valor instantâneo de uma onda senoidal de tensão para qualquer ângulo de rota-
çã"o é expresso pela fórmula:
e= Em X seno e
onde e = tensão instantânea
Valor eficaz
(ou valor rrns - Raiz Média Quadrática)
Conforme a corrente alternada ganhou popularidade, tomou-se necessário comparar a
corrente alternada com a corrente contínua. Uma lâmpada de 100 watts, por exemplo,
funciona tão bem em uma fonte
de 1 20 volts CA como em uma
fonte de 120 volts CC; pode ser
observado que uma senoidaJ de
tensão com valor de pico de 120
"V Gerador CA volts não fornece ã lâmpada a
10.1\.
mesma quantidade de energia que
uma fonte contútua de 120 volts.
Como a potência dissipada pela
1.414 amp. pico lâmpada é o resultado do fluxo de
corrente pela lâmpada, o proble-
ma se limita a determinar a ampe-
f
1,414 (l
ragem da corrente média alternada
que seja equivalente a um valor
contínuo.
A figura 9-8 mostra um cir-
cuito no qual a corrente aJternada
máxima através do resistor de I O
ohrns é 1,414 ampêres. Como a
corrente do resistor está variando
Fig. 9-8. - Circuito básico de CA. continuamente, a potência dissi-
232
pada no resistor também varia. A dissipação será múlirna quando a corrente for zero.
A variação de potência ao longo de um ciclo pode ser analisada plotando-se
curva que mostre a potência instantânea, em cada ponto do ciclo. No procedimento, a
corrente instantânea, o quadrado da corrente instantânea e a potência instantânea serão
calculadas em 10 pontos ao longo do primeiro quarto do ciclo. Os valores são mostrados
na tabela 9-1 abaixo.
Observe que a 0° a corren te instantânea (i) é zero, fazendo com que a potência
dissipada no resistor seja também zero. A 10°, a corrente instantânea é 0,245 amperes,
o quadrado da corrente é 0,060 watts. Aos 90° a corrente atinge o seu valor máximo
de 1,414 amperes, o quadrado da corrente é 2,000 amperes e a potência dissipada é
20 watts.
Durante a parte da onda de corrente entre 90° e 180° os valores são os mesmós,
apenas na ordem inversa. Assim, a 100°, o valor da corrente e potência serão idênticos
ao valor encontrado a 80°.
Usando-se os valores de i e p da tabela 9-1 pode-se construir um gráfico mostrando
como a potência varia ao longo do ciclo. Esse gráfico é mostrado na figura 9-9. Nesse
gráfico é inicialmente plotada a corrente usando-se os valores instantâneos da tabela 9-1.
Em seguida, é levantada a curva que representa os valores de i 2 e potência.
Observe que a curva de potência tem o dobro da freqüência da curva de corrente
e que TODA A POTNCIA É POSITIVA. Isso acontece devido ao fato de ocorrer dissi-
pação de calor independentemente do sentido de corrente que flui no resistor.
Como todas as alternâncias da curva de potência são idênticas, a DIA ou PO-
ttNCIA DIA é o valor médio entre os valores máximos e mínimos de potência.
Assim , a potência média dissipada no resistor de 10 ohrns é 10 watts, metade do valor de
pico de potência. Tendo em vista que a curva representativa de potência representará
também o quadrado da corrente (i2 ),a média da curva cai também entre os valores máxi-
mos e múümos de i 2 . Como a potência é proporcionada a i2 , uma corrente contmua
com o valor igual à raiz quadrada dos valores médios de i 2 produzirá a mesma potência
média da onda senóide original de corrente. Essa corrente média é denominada RMS
(Rais Média Quadrática - Root Mean Square). Um arnpere RMS de corrente alternada
é tão eficaz na produção de calor quanto uma corrente contmua de um ampere. Por
essa razão, um ampere RMS é também denominada CORRENTE EFICAZ. Na fig. 9-9, a
corrente de pico de 1,414 amperes produz a mesma quantidade de potência média
quanto a corrente de um ampere eficaz (RMS).
233
SEMPRE QUE SE INFORMA O VALOR DE UMA TENSÃO OU CORRENTE,
ENTENDE-SE QUE SE TRATA DO VALOR EFICAZ. Como os valores eficazes da
corrente alternada é o geralmente usado na vida prática, a maioria dos medidores é cali-
brada para indicar o valor eficaz da tensa-o ou corrente. Dessa forma, quando se diz que a
tensa-o para funcionamento de um televisor é de 115 volts, entende-se que se trata de
115 volts eficazes e não 115 volts de pico.
POrtNCIAlP)
--- 20 w
IAI4o
lo IO w
CURVA DE CORRENTE
Em = EX 1,414
Im = IX1,414
Em = E X 1,414
234
Multiplicando ambos os termos da equação por 1/1,414, temos:
I
Em x --= E X 1,4 I4 X
1,414 I ,414
I
Em X --=E
1,414
E=EmX Q,707
Similarmente para corrente, o valor eficaz pode ser determinado pela equação:
I= Im X 0,707
Valor médio
O valor médio de um ciclo completo de uma onda senoidal é zero, já que a alter-
nância positiva é exatamente igual à alternância negativa. Em certos tipos de circuitos,
entretanto, é necessário calcular o valor médio de uma alternância. Isso pode ser feito
pela adição de uma série de valores instantâneos da onda entre 0° e 180° e em seguida
dividindo-se a sorna pelo número de valores instantâneos tomados. O cálculo mostrará
que uma alternância terá um valor médio igual a 0,636 vezes o valor de pico. Na forma
de equação, diz-se que:
a da alternância similarmente,
Imédio = Im X 0,636
A figura 9-10 mostra uma comparação entre os vários valores que são usados para
indicar a amplitude de uma onda senoidal.
235
100- - ......-.. ----------,, Onda de voltagem
90-
80-
70-
6o-
50-
40-
30- Onda de corrente
20-
o- ------------,---
10-
"a corrente é diretamente proporcional à tensão aplicada". A figura 9-11 mostra uma
onda senoidal de tensa-o e a resultante onda senoidal de corrente superposta no mes-
mo eixo. Observe que conforme a tensa-o aumenta no sentido positivo, a corrente tam-
bém aumenta acompanhando-a. Quando a tensão inverte, a corrente também inverte.
A passagem pelo eixo zero ocorre sempre no mesmo instante. Quando duas ondas estão
precisamente sincronizadas, dize que estão EM FASE. Para estarem em fase, ambas
as ondas devem passar pelos valores máximos e mínimos ao mesmo tempo e no mesmo
sentido.
Em alguns circuitos, diversas ondas senoidais podem estar em fase. Dessa forma,
é possível ter-se duas ou mais quedas de tensão em fase e estas em fase com a corrente
do circuito.
Ondas senodiefasadas
A figura 9-12 mostra a onda de tensão E 1 começando a O (tempo 1). Conforme
a onda de tensão E 1 aumenta atingindo o seu valor de pico positivo, urna segunda onda
de tensão E2 começa a crescer (tempo 2}. Como essas ondas não passam pelos seus valo-
res máximos e mínimos no mesmo instante, existe uma DIFERENÇA DE FASE entre
as duas ondas. Diz-se entlro que as duas ondas estão defasadas. Para as ondas da figura
9-12, a diferença de fase é de 90°.
Para melhor definir essa diferença de fase entre as duas ondas usa-se o termo
AVANÇO e ATRASO. A quantidade de avanço ou atraso entre duas ondas é medida
em graus. Voltando à figura 9-12, verifica-se que a onda E2 começa 90° depois da onda
de tensâ"o E1 . Assim, a onda E2 está atrasada de 90° com relação a E 1 • Essa relação
poderia também ser descrita, afirmando-se que a onda E 1 avança 90° da onda E2 .
possível uma onda avançar ou atrasar de qualquer número de grau com relação
236
Fig.9·12.- Ondas de tensão 90° defasadas. ·
a outra, exceto 0° e 360°, condiçã'o na qual as duas ondas estarã'o em fase. Dessa forma
duas ondas podem diferir em fase de 45°, mas duas ondas defasadas de 360° estarão
em fase.
Uma relação de fase bastante comum é a mostrada na figura 9-13. As duas ondas
ilustradas apresentam uma diferença de fase igual a 180°. Observe que apesar de ambas
as ondas passarem por seus valores máximos no mesmo instante, os seus valores instan-
tâneos de tensã'o estão sempre com polaridades opostas. Se essas duas ondas forem apli-
cadas em um mesmo componente, elas apresentarã'o um efeito de cancelamento entre si.
237
Se duas ondas forem·iguais em amplitude, a onda resultante será zero. Entretanto, se
elas diferirem em amplitude, a onda resultante terá a polaridade da onda maior e será a
diferença entre as duas.
Para determinar a diferença de fase entre as ondas senoidais, localize os pontos no
eixo de tempo nos quais as duas ondas cruzam o eixo deslocando-se na mesma direção.
O número de graus entre esses pontos de cruzamento é a diferença de fase. A onda que
cruza o eixo de tempo mais tarde (ocorre mais à direita no eixo) é a onda de atraso.
COMBINAÇÃO DE TENSÕES CA
238
VOUS tOV
10
-5
-lO
10 VOL.TS
c
Fig. 9-14.- Combinação de tensões CA.
239
90° de E3. Se a tensão máxima em cada bobina for 10 volts, o valor máximo da tensão
que representa a combinação será 10 X .J2 = 14,4 volts (veja a figura 9-14 C).
O ponto importante a ser combinado nesta discussão é o de que duas tensões defa-
sadas podem ser combinadas e obter-se um valor resultante pelo uso de vetores. Apesar
de terem sido usadas tensões geJadas para ilustrar esse ponto, a mesma regra é aplicável
nos casos de QUEDAS DE TENSÃO. Qualquer número de. tensões defasadas podem ser
vetorialmente combinadas desde que tenham a mesma freqüência, isto é, as ondas devem
manter uma separação fixa de graus, o que ocorre se os vetores girarem com a mesma
velocidade. Apenas a grandeza dos vetores pode diferir.
240
Capz'tulo 1O
Indutância
24l
auto-indução de uma bobina foram na realidade feitas por Henry antes de Faraday, razão
pela qual, em sua homenagem, a unidade de indutância é denominada HENRY.
Das experiências feitas por esses homens e muitos outros é que nasceram as leis e
teorias da indutância.
UNIDADE DE INDUTÁNCIA
AUTO-INDUÇÃO
Direção do campo
magnético
Direção do movimento f
relativo do condutor 1 o/
"'-... e / .' >
! ' '-. l:-..-Y #
f ç (A)
"''r'
t
I
lII
'
j.../
I
. ,. '"\:·.
Mão esquerda
Expansão
do fluxo
t Chave fechada
Corrente aumentando
Direção do campo
magnético
+ e: -;
il--.·... "'"
.p,» '
+ /.jl' '"';.)
(B)
'\ ·: ,,
''' /
/ / v·í
Mão es querda
li
,,
/),v-.-.e ,, , -
e/))c iiÕ 11. Direção do movimento
iiJ>.r0°Qi<.t- relativo do condutor
0
243
aberta e o campo está entrando em colapso. Aplicada a regra da mão esquerda, pode ser
observado que a inversão do MOVIMENTO do fluxo causa uma inversão no sentido da
tensão induzida. A coisa mais importante a ser observada é que a tensão auto-induzida
se opõe à VARIAÇÃO da corrente em ambos os sentidos de crescimento ou redução.
Ela atrasa o crescimento inicial da corrente se opondo à .bateria, e atrasa a redução da cor-
rente , inserindo uma tensão que se soma à da bateria.
244
senta praticamente apenas um valor
resistivo como carga. Entretanto, o
efeito da f.c.e.m. é considerável nos
circuitos (mesmo de baixa potência)
que enpregam uma indutância como
parte da carga, tal como o primário
do transformador de força de um rá-
dio receptor comum.
245
tinuaria até que a corrente atingisse uma grandeza infmitamente grande, uma condição
impossível no universo físico. Como mencionado previamente, a Lei de Lenz estabelece:
A tensão induzida tem sempre um sentido de maneira a se opor à ação que a produziu.
Assim, quando a corrente que flui em um circuito varia em valor, ela produz um campo
magnético variável que produz uma f.e.m. induzida que se opõe à variação da corrente
que a produziu. Ou, de outra forma, pode ser afirmado que quando a corrente em um cir-
cuito aumenta, a f.e.m. induzida se opõe à tensão aplicada e tende a evitar o aumento da
corrente; e quando a corrente diminui, a f.e.m.induzida auxilia a tensão da linha e tende a
evitar que a corrente diminua.
O efeito da f.c.e.m. pode ser observado experimentalmente, pelo fato de que uma
corrente alternada que flui em um indutor encontra uma força de oposição muito maior
que a sua simples resistência CC. Por exemplo, a resistência CC do primário de um trans-
formador comum de fonte de alimentação usada em um receptor típico é de aproximada-
mente 6 ohms. Como mostrado na figura 10-3, o primário é ligado diretamente à linha
de 120 volts. Pela Lei de Ohm:
E 120
I = -= - 20 amperes
R 6
=
Transformador de potência
120 VOLTS
60Hz
Primário
Resi t;CC
E Secundário
CA
'--------{7)---- - ---'
Amperometro
lleitura de 1 ampêre)
•
b
i.
2 = comprimento
do núcleo
b X d = área da reação
reta do núcleo
Medição da indutância
Como mencionado previamente, a unidade de medida da indutância é o henry.
O henry é defmido como a indutância de um circuito no qual a corren e, variando de
1 ampere por segundo, induz uma f.c.e.m. de 1 volt. Como o henry é defmido em termos
de unidade prática, o fator 10-8 deve ser usado se a f.c.e.m. for em volts e a razão de
variaçã"o de corrente , em ampêres por segundo. Assim,
0 ,41T N2 J,J.A
L = X 10-8 {henry)
l
248
A fórmula revela as seguintes relações importantes:
1. A indutância de urna bobina é proporcional ao quadrado do número de voltas.
2. A indutância de uma bobina aumenta diretamente conforme a permeabilidade
do material com o qual é feito o núcleo.
3. A indutância de uma bobina aumenta diretamente com o aumento da área da
seçã"o reta do núcleo.
4. A indutância de uma bobina diminui com o aumento do seu comprimento.
A figura 10-5 A mostra duas bobinas com número igual de voltas e diferentes áreas de
seçã'o reta. A maior bobina tem um fluxo total maior, ou menor relutância, e, conse-
qüentemente, maior indutância. A figura 10-5 B mostra duas bobinas com número igual
de voltas e a mesma área de seção reta, mas de diferentes comprimentos. A bobina mais
longa tem menor fluxo total, ou maior relutância, e, dessa forma, menor indutância.
4 Espiras 4 Espiras
Y. seção reta
(A)
r--.t-; '-1· --
(B)
Fig.10.5.- Variação da indutância em função
do tamanho do solenóide.
Deve ser observado que, para indutâncias ferromagnéticas (núcleo de ferro), a per-
meabilidade, p., do material do núcleo não é constante pois depende da grandeza da cor-
rente magnetizante. Nos circuitos CA, a corrente varia constantemente em grandeza e
periodicamente em sentido. Conseqüentemente, é introduzido um erro nos cálculos do
valor da indutância. Na figura 10-6 A, a relação entre a densidade do fluxo B e a intensi-
dade do campo H é mostrada na forma de uma curva de histerese. A relação B/H é a defi-
nição da permeabilidade. Assim, pode ser verificado desse gráfico que o valor de f.J. varia
conforme a relação B para H varia para os diferentes pontos da curva. Na figura 10-6 B é
mostrada uma curva de permeabilidade, para o aço. A permeabilidade desse material
aumenta a um valor máximo de aproximadamente 7.000 linhas por centímetro quadrado
e em seguida cai conforme a densidade do fluxo aumenta. Essa variação de p. invalida
os cálculos de indutância baseados na fórmula apresentada.
Medição da f.c.e.rn.
A fórmula para a grandeza da f.c.e.m. é :
Lli.
f.c.e.m. = - L-
t.t
249
(8)
1.aoo
1.600
14. 00
3
4> 1.200
.",'
;:3 1.000
Curva de hister.ese
e aoo
600
Curva de permeabilidade/
para o aço fundido
400
Fig. IG-6. - Variação de ll
para núcleo de ferro. 200
.
Dens1 dade do fluxo B ( Linhas }
Um exame da fórmula supõe que quanto maior a indutância ou quanto mais rápida
a razão d e variação da corrente, maior será a f.c.e.m. induzida no circuito. Por exemplo,
uma bobina de 1 henry tem uma corrente de 1 ampere. Se a corrente variar para 2 ampê-
res em 1 segundo, a força contra-eletromotriz será:
(2- 1)
f.c.e.m. = -1 X = - 1 volt
Se a variação de corrente permanecer a rnesma mas se a bobina usada tiver uma indutância
de 10 henry:
(2 - 1)
f.c.e.m. = - 10 X = -10 volts
(2 - 1)
f.c.e.m. =- 1 X = - 10 volts
1/10
Dos exemplos, pode ser observado que pode ser obtido um alto valor de oposição
ao fluxo de corrente a\Jmentando-se a indutância ou a variação de corrente no circuito
ou ambos. Assim, os circuitos CA de baixa freqüência, em virtude da pequena veloci-
dade de variação da corrente, geralmente emprega altos alores de indutância (núcleos
250
de ferro) para obter uma alta f.c.e.m. Os circuitos de alta freqüência, em virtude da alta
velocidade de variação da corrente , freqüentemente gera suficiente f.c.e.m. com indutân-
cia pequena e com núcleo de ar. A tabela 10-1 ilustra o crescimento da f.c.e.m. confor-
me aumenta a razão de variação de corrente. É aparente, da tabela 10-1, que, se ocorrer
uma variação de 1 ampêre instantaneamente, isto é , se Ãt = O, a tensão induzida será
infinitamente grande. Isso violaria a primeira lei de K.irchhoff que estabelece que em
qualquer instante, a tensão aplicada em um circuito deve ser igual ã soma das quedas de
tensão no circuito fechado. Certamente, se Ãt = O, a queda de tensão através da indutân-
cia seria maior do que qualquer tensão aplicada, e, por extensão, pode ser verificado que
em qualquer instante , não importa o qulro rápida seja a variação de corrente ou o valor
da indutância, a tensão induzida não pode ser maior do que a tensão aplicada. Por outro
lado, se não ocorrer variação na corrente , isto é, se Ãt for igual a infinito, o circuito seria
um circuito CC e a tensão seria zero.
L Aí At . f.c.e.m.
henry ampêres segundos em volts
1 1 1 -1
1 1 1/2 -2
1 1 1/4 -4
1 1 1/10 - 10
1 1 1/20 - 20
1 1 l /50 - 50
1 1 1/100 -100
1 1 1/500 - 500
1 1 1/1.000. - 1.000
1 1 1/1.000.000 -1.000.000
249
da tensão induzida, o indutor se opõe à variação inicial da corrente. A tensão instantânea,
nesse instante, é exatamente igual à tensão aplicada da fonte E. Em virtude de a corrente,
sob essas condições, não poder fluir, não haverá tensão aplicada no resistor R. A figura
10·7 B mostra como toda a tensão é aplicada em L e nenhuma aparece em R no instante
em que S1é fechada.
Quando a corrente começa a fluir, uma tensão er aparece em R, e a tensão eL é
reduzida na mesma quantidade. O fato de a tensão através de L ser reduzida significa que
a corrente crescente, ig, está aumentando, e, conseqüentemente, havendo um aumento
na queda de tensão er. A figura 10-7 B mostra que eL fmalmente se torna zero quando
ig deixa de variar (não há auto-indução). A queda er cresce para o valor de tensão total
aplicada pela bateria E quando a corrente se estabiliza no seu valor máximo. Na condi-
ção de corrente estabilizada, somente o resistor limita a grandeza de corrente.
A indutância elétrica é como a inércia mecânica, e o crescimento de corrente em
um circuito indutivo pode ser comparado com a aceleração de uma embarcação sobre a
água. A embarcação começa a se deslocar no instante em que uma força lhe é aplicada.
Nesse instante, a sua razão de variação de velocidade (aceleração) é máxima e toda a
força aplicada é destinada a vencer a inércia do barco. Decorrido um certo tempo, a velo-
S2 fecha no instante
em que Sl abre
. 1
Aumento )52 / 'd \
l I
. SI
E
- -
IG -- -.----.._ ?R 'R
:>
de 1 Redução 1
corrente : de t E
corrente I
.t j
I
I ......
_ .,
II l
'
1 L
A
Circuito
S SI
E
.lmt..t--Fecha--
I
I
i
o -...1,--.Y..'--
x •!. 1··------'--
:1 Ci
.:c---z- j
252
.: ,---KJU-
0
,
I
10 ta B 1.
Aumento
251
cidade aumenta (a sua aceleração diminui) e a força aplicada é usada apenas para superar
a fricç:to da água contra o casco. Conforme é atingida a velocidade normal e a aceleração
se toma zero, a força aplicada se iguala à força oposta de fricção nessa velocidade e os
efeitos da inércia desaparecem.
Quando a chave da bateria no circuito LR da figura 10-7 A é fechada, a razão de
variação de corrente é máxima no circuito indutivo. Nesse instante, toda a tensão da
bateria é usada para vencer a f.e.m. de auto-indução que é máxima em virtude da máxi-
ma variação da corrente nesse instante. Dessa maneira, a tensão da bateria é igual à
tensão no indutor e não aparece tensão no resistor. Com o passar do tempo, a tensão
no resistor aumenta e a tensão do indutor diminui na mesma proporção. A razão de
variação de corrente é cada vez menor, sendo portanto menor a f.e.m. induzida. Quando a
corrente atinge o seu valor máximo e não mais varia, a tensão no indutor cai para zero
e toda a diferença de potencial da bateria é usada para superar a resistência do circuito.
Dessa maneira, a tensão através do indutor e resistor mudam de grandeza durante
o período de crescimento da corrente da mesma maneira que a força aplicada para mover
a embarcação é dividida entre a inércia e os efeitos da fricção. Em ambos os exemplos,
a força se desenvolve, inicialmente através do efeito indutivo de inércia, e, em seguida,
através do efeito resistivo de fricção.
Quando a chave S2 é fechada (a fonte de tensão E é removida do circuito), o fluxo
que existia em tomo de L entra em colapso e o campo, ao se contrai r, induz em L uma
tensão que tem grandeza igual, mas polaridade oposta a E. A tensão eL faz com que a cor-
rente id continue a fluir através de R na mesma direç:to que fluía quando SI foi fechada.
Uma tensão er que inicialmente é igual a E se desenvolve em R. Essa tensão cai a zero
enquanto que a tensão eL através de L, devido ao colapso do fluxo, também cai a zero.
L (em henry)
....::....:.. = t (em segundos)
R (em ohms)
L (em rnicrohenry)
--- ---- = t (em
rnicrossegundos) R (em ohms)
A constante de tempo pode ser também definida como o tempo requerido para
a corrente no indutor crescer ou cair ao seu valor final se ela continuasse a crescer ou
cair na sua razão de variação inicial. Como pode ser observado na figura 10-8 B, a linha
tangente pontilhada OX indica a razão de variação inicial do crescimento da corrente
com relação ao tempo. Se a razão fosse mantida, a corrente atingiria o valor máximo
em L/R segundos. De maneira semelhante, a linha pontilhada YZ indica a razão de
variação da queda da corrente com relação ao tempo. A corrente cairia a zero decor-
ridos L/R segundos.
252
Aumento
•• f
. '" I
,.. 2
Redução
- E
-=-1oov
el•lOOVO LTS
E m t =O
A
:O1 ' x-- Aumento -- - ..•+
l•v- - - Redução -
- •1
9 9y r- 9.8 9.9
8 I
·
I I
./ M. \ _ 1_
I / \1-- iL,I
Cll 7 R
\
,,
I 116.32 . 2.7t8 "L
1 :/ 1\
· E I
3
2
1
TI
'L 'R (I-
2.718 L
)- - I
I
\
.68
í(l segundo)
100
90
80
1\
'L' _ l
7o \
60
_k
\
-- uraT
ltt
50
40 \
1\_36.8
30
elc;l
> -10
-20
-30
20
10
o
" -
...... 13.5
2 1-
/-
/
TEMPO-
.--1"'"
r- 'L' -E -'-.!1--
2.718 L -
-40
(,s A
-so I
-60 I
-70 I
-ao I
-90 '/
-100
to
8
GRÁFICOS DE CA RGA E DESCARGA
Fig. 10-8.- Constante de tempo L/R.
253
A equação para o crescimento da corrente iL através de L é:
1 Rt )
2,718 L
1
-- -= 0,368.
2,718
Assim:
E E
iL = -(1 -0,368) = 0,632 -
R R
Em outras palavras, quando t = L/R, iL é igual a 63,2 por cento da relação E/R
que é a corrente máxima. Quando a corrente máxima é 10 ampêres (E = 100 volts e
R = 10 ohms), a corrente em L cresce a 6,32 ampêres em L/R= 10/10, ou 1 segundo.
A equaçâ'o para a tensão na indutância eL, com o crescimento da corrente é:
1
eL = E ( )
2,718 L
Defmição
Sempre que duas bobinas estão localizadas de maneira que o fluxo magnético de
uma envolve as espiras da outra, a variação do fluxo na primeira causa o aparecimento
de uma f.e.m. induzida na segunda. As bobinas apresentam INDUTÂNCIA MÚTUA.
A quantidade de indutância mútua depende da posição relativa entre as duas bobinas.
Se as bobinas estão separadas por urna distância considerável, a quantidade de fluxo
comum âs bobinas é pequena e a indutância mútua é baixa. Se as bobinas estão próxi-
mas de maneira que uma grande parte do fluxo de uma bobina envolve a outra, e se
as bobinas forem montadas em um núcleo comum, a indutância mútua aumenta consi-
deravelmente.
254
Duas bobinas próximas com os seus eixos no mesmo plano são mostradas na figura
10-9. A bobina A é ligada à bateria via chave de comutação S, e a bobina B é ligada a um
galvanômetro G.
Quando a chave é fechada (figura 10-9 A), a corrente que flui na bobina A cria
um campo magnético que envolve, também, a bobina B, induzindo nesta uma tensão
que , deslocando uma corrente, provoca uma deflexão momentânea no galvanômetro G.
Quando a corrente na bobina A atinge um valor máximo constante, o pontei ro do galva-
nômetro retoma a zero. Se a chave for aberta (figura I 0-9 B), o pon teiro do galvanô-
metro deflexiona novamente, mas em direção contrária, indicando um fluxo momentâ-
neo de corrente em direção oposta na bobina B. Esse fluxo de corrente na bobina B é
causada pela f.e.m. induzida nessa bobina produzida pelo colapso do fluxo da bobina A.
- ( A)
CHAVE FECHADA
- - (8)
CH AVE ABERTA
--
Fig. 10-9.- Indutância mútua.
255
Se as bobinas sã"o situadas de maneira que todo o fluxo de uma bobina corte as
espiras da outra, a indutância mútua pode ser expressa como:
M = K v'L1L2
onde M é na mesma unidade das indutâncias L1 L2 •
Lt = Lt + L2 ± 2M
256
Bobinas em paralelo sem acoplamento magnético
A indutância total Lt de indutores em paralelo é calculado da mesma maneira
que se calcula a resistência total nesse tipo de circuito, desde que o acoplamento entre
as bobinas seja zero.
1 1 1 1 1
-=-+-+ -+... +-
Lt LI L3 Ln
onde L 1 , L2 e L3 são as indutâncias dos indutores L 1 , L2 e L3 ;e Ln significa que qual-
quer número (n) de indutores pode ser usado.
Lâmpada E
120VOLTS
c
Chave
Fig.10-10- Dependência da tensão de auto-
indução na razão da variação do fluxo.
257
é fechada, a corrente ascende para o máximo e a lâmpada brilha com a sua intensidade
normal. Se o núcleo de ferro é inserido rapidamente na bobina, o fluxo aumenta rapida-
mente em virtude do aumento de indutância da bobina e a tensão induzida se opõe,
de acordo com a lei de Lenz, ã voltagem da fonte. Nesse instante o fluxo de corrente
diminui e a lâmpada reduz momentaneamente o brilho. Se o·núcleo é retirado rapida-
mente do centro da bobina, uma porção do fluxo que havia se estabelecido em torno
da bobina entra em colapso. A tensão da resultante do colapso se opõe à redução (nova-
mente, de acordo com a lei de Lenz) em virtude da tensão induzida auxiliar a fonte de
tensão. Conseqüentemente, a lâmpada momentaneamente brilha com maior intensidade.
Quanto maior for a velocidade do movimento, maior é a variação do fluxo por uni-
dade de tempo e mais visível se toma o efeito na lâmpada.
120V
Fonte CC
l
Lâmpada 120 v
120V
Fonte CA
258
ção 2, apesar da tensão eficaz alternada ser de valor igual ao da contínua, as lâmpadas
brilham com pouca intensidade em virtude da oposição desenvolvida pela indutância.
A maior parte da tensão aplicada se desenvolve através de L, restando pouca tensão para
as lâmpadas.
Transiente indutivo
Foi mostrado que um indutor no qual a corrente varia se toma uma fonte de f.e.m.
e que o sentido dessa f.e.m. é tal que tende a se opor ã variação da corrente que a produz.
Como resultado dessa ação, a corrente no indutor não cresce para o seu valor total no
instante em que a chave é fechada, mas sim aumenta numa razão que depende da relação
L/R do circuito. Da mesma forma, quando a chave é aberta, a fonte removida e um c.urto·
circuito é colocado no circuito, a corrente não cai instantaneamente a zero. A redução
de corrente se processa vagarosamente segundo uma razão determinada pela relação L/R
do circuito de descarga.
259
O circuito considerado até o presente se refere às componentes ideais. Entretanto,
os componentes não são perfeitos. A chave, por exemplo, não pode ser fabricada de
maneira a passar de uma posição para outra de maneira instantânea. Isso leva à explana-
çã"o da ação da tensão induzida no INSTANTE em que a chave é aberta. Em virtude de a
tensão induzida poder crescer a valores extremamente altos apesar da tensão da bateria ser
relativamente baixa, o desenvolvimento de altas tensões induzidas quando um cir- cuito
indutivo é subitamente aberto será estudado a seguir.
Considere o círculo mostrado na figura 10-13 A, que consiste de uma bateria de
6 volts, uma chave, e uma bobina de 30 henry. O resistor R representa a resistência total
do circuito, incluindo o componente resistivo da bobina. No instante em que a chave. é
fechada (tempo zero), desenvolve-se na bobina uma tensão de 6 volts da f.c.e.m. Tal fato
é mostrado na figura 10-13 Bonde eL = 6 V em t 0 .
Como no instante zero
CHAVE a corrente, para todos os efei-
tos práticos, ainda não come-
E -- çou a fluir, não há queda de
6v -=-. tensão através do resistor.
0
to Com uma indutância de
30 henry e uma tensão de
6 volts, a razão inicial de va-
Carga Descarga riação (riv) será :
e
riv=-
L
6
riv =- = 0,2 amp/segundo
30
Decorrido o intervalo
de tempo correspondente a
5 L/ R, a corrente atinge o seu
valor final estabilizado. Para o
circuito da figura 10-13A esse
tempo será:
(A) (8) L
T= -
Fíg.10-13.- Desenvolvimento de alta tensão R
induzida. 30
T = - = 30 segundos
1
mas, o valor estabilizado é igual a
L
t = 5-= ST
R
onde:t = tempo decorrido em segundos.
Dessa forma, o valor estabilizado será atingido decorrido
5 X T= t
5 X 30 = ISO segundos
260
O campo magnético em tomo da bobina está agora totalmente estabelecido e está-
vel. A figura 10-13 B mostra que não há mais eL decorrido 5 L/R ou ST. Não deve ocorrer
variação de corrente a partir desse instante.
Quando a chave é aberta, um lado da bateria é desligado e fica interrompido o per·
curso para o fluxo de corrente. Como resultado, a corrente fornecida pela bateria cessa
imediatamente. Entretanto, a indutância da bobina se opõe ã variação. Como a corrente
fornecida pela bateria não está mais disponível para manter o campo magnético, ele
entra em colapso. Ao entrar em colapso, as linhas de força magnéticas cortam as espiras
da bobina. A expansão das linhas de força induziram na bobina uma f.e.m. com a polari·
dade mostrada na figura 10-13 A. As linhas de força em colapso induzem na bobina uma
f.e.m. com a polaridade oposta. A indutância atua, dessa forma, como uma fonte de
tensão que tenta manter o mesmo fluxo de corrente no circuito como se a bateria ainda
estivesse ligada.
O tempo de queda da corrente será o mesmo do crescimento se a relação L/R for
mantida. Para uma compreensão da mudança da constante de tempo, focalize, por um
momento, as condições existentes no circuito mostrado na figura 10·14 A.
- 6o
RI
RI
:=::. 6v 1n
- Ebb
-=- 6v In
6o
(A)
( 8)
E
1= -
R
6
I =-= 6 ampêres
1
A queda de tensão através do resistor (ER) é:
ER 1 =IR
ER 1 = 6 X 1
ER 1 = 6 volts
261
(R 1) fosse substituído por um outro resistor maior (R2 ) como na figura 10-14 B, a queda
de tensfo na resistência aumentaria.
ER2 = IR
ER 2 = 6 X 2000 = 12.000 volts
A condição acima é impossível de ser conseguida no circuito resistivo em discus-
são e foi aqui inserida apenas para mostrar a possibilidade de se conseguir um impulso
de grande tensão trocando-se uma baixa resistência por uma de alto valor se MOMEN-
TANEAMENTE fosse mantida a mesma corrente. Essa condição pode ser obtida no cir-
cuito da figura 10-13. No INSTANTE exato em que os contatos da chave se abrem, apa-
rece entre os contatos uma alta resistência. A ação da indutância é a de manter a cor-
rente no valor próximo ao existente anteriormente com um baixo valor resistivo, mas
o circuito agora é de alta resistência. A constante de tempo L/R para a queda de cor-
rente não é mais a original de 30 segundos. Devido" à inserção da alta resistência, a cons-
tante de tempo fica sendo apenas uma fração de segundo. Transpondo as seguintes equa-
ções e suqstituindo os valores, obtém-se uma aproximação da tensão que se desenvolve
na bobina quando o campo entra em colapso.
e
L= ---
transpondo:
Ai
e = L-
ilt
NOTA: Admitindo-se, para fim de ilustração, um ilt de 0,00001 segundo após a chave
ser aberta, a corrente cai para 5,9994 ampêres, uma variação (Ai) de 0,0006 ampêre:
Ai
e=L -
ilt
0,0006
e = 30X ---
0,00001
e= 30 X 60
e = 1800 volts
A energia contida no campo magnético em colapso deve ser dissipada em algum
lugar do circuito. A tensão desenvolvida nos contatos é suficiente para criar um arco
entre os contatos da chave. A energia é dissipada por aquecimento no arco. A energia
dissipada no arco pode queimar seriamente e destruir os contatos da chave ou romper
o isolamento da bobina. Por isso, devem ser tomadas precauções sempre que ocorrer
interrupção abrupta da corrente em qualquer circuito indutivo.
O desenvolvimento de uma grande tensão na forma de impulso com a fonte de
baixa tensão (TRANSIENTE INDUTNO) não é sempre uma desvantagem. Tal tran-
siente é comumente usado na bobina de centelha dos sistemas de ignição na maioria
dos motores a gasolina.
262
Capítulo 11
Capacitância
Todo circuito elétrico, nã'o importa a sua complexidade, apresenta não mais do
que três propriedades elétricas básicas; resistência, indutância e capacitância. Por isso,
uma completa compreensã'o de cada uma dessas propriedades básicas é uma etapa neces-
sária para o perfeito conhecimento do funcionamento de equipamentos elétricos. Os capí-
tulos anteriores apresentaram matérias relativas a resistências e indutâncias. A última
das três propriedades básicas, a capacitância, é discutida a seguir.
Dois condutores separados por um material não condutor apresenta a proprie-
dade denominada CAPACITÂNCIA porque essa combinação é capaz de armazenar uma
carga elétrica. A INDUTÂNCIA, no capítulo anterior, foi definida como a propriedade
de um circuito em se opor ãs variações na CORRENTE. A CAPACITÂNCIA é uma pro-
priedade de um circuito em se opor às variações na TENSÃO. A capacitância annazena
energia no campo ELETROSTÁTICO.
REVISÃO DE ELETROSTÁTICA
263
uma carga de teste positiva colocada em um campo se desloca no sentido das setas das
linhas de força, ou seja, do positivo para o negativo. Neste caso, a carga de teste será
um elétron , e como o elétron é uma carga positiva, ele se deslocará para a carga positiva.
Em outras palavras, um elétron colocado em um campo eletrostático se desloca no sen-
tido OPOSTO ao da seta do campo, afastando·se da carga negativa e dirigindo-se para
a carga positiva. A ação descrita é mostrada na figura II-I.
Campo ele trostático
El é tron
Fig.11-1. - Movimento do elétron em um
campo ele trostático.
Se a lei de Coulomb for analisada observando a figura 11-1, verifica-se que, quanto
maior for a distância entre o elétron e a carga positiva, menor será a força de atração.
A importância da distância entre as cargas que criam o campo ficará evidente oportuna-
mente neste capítulo.
Uma característica importante das linhas de força eletrostática é que elas apresen-
tam a capacidade de atravessar qualquer material conhecido.
O CAPACITOR
264
Se houver uma diferença de carga entre as superfícies das placas, como mostrado
na figura 11-2 B, as órbitas se alongarão na direção da carga positiva.
A distorção orbital , para ocorrer, exige energia. A energia que produz a distor-
ção é transferida do campo eletrostático para os elétrons de cada átomo entre as pla-
cas carregadas. Como a energia não pode ser destruída, a energia necessária para dis-
torcer as órbitas pode ser recuperada quando os elétrons retomarem às suas posições
normais. Esse efeito é análogo ao armazenamento de energia em uma mola distendida
ou comprimida. O capacitor pode assim "armazenar" energia elétrica.
Campo
(8)
(A)
Condutor
>Fios
( B) _[ ,....condutor
externo
MATERIAIS DIELÉTRICOS
Material Constante
Vácuo . ..... . ... ..... ...... . . . . ...... . 1,0
Ar ......................... . ...... . . 1,0006
Papel parafinado .................. . ..... . 3,5
Vidro .......... .... ........... ·. · · · ·· 5 alO
Mica ................................ . 3 a6
Borracha ............... ... ... . ....... . 2,5 a 3,5
Madeira .............................. . 2,5 a8
Glicerina ............................. . 56
Petróleo. ............................. . 2
Água pura ............................ . 81
266
d = distância entre placas, em polegadas
K = constante dielétrica do material isolante
Dados: K = 3,5
d = 0,05 polegadas
A = 12 polegadas quadradas.
KA
Soluçâ'o: c = 0,2249
d
3,5 X 12
c 0,2249
0,05
C = 189 picofarads
Usando a equação 11-1, é fácil visualizar os efeitos dos fatores físicos na capaci-
tância. Pode ser observado que a capacitância é uma função direta da constante dielé-
trica e da área das placas, e uma função inversa da distância entre as placas.
UNIDADE DE CAPACITÁNCIA
i
C= - (11·2)
.ó.e
.ó.t
267
toe
-= relação de variação de tensão, em volts, em função do tempo, em
t.t segundos
A equação (11-2) pode ser mais clara se for expressa como segue:
Q
C= - (11-3)
E
Q = carga em coulombs
Q 10 X 10"4
C = -=- --
- E 2 X 102
Apesar desse valor de capacitância parecer um tanto pequeno, muitos dos circuitos
eletrônicos requerem capacitâncias de valor bem mais baixo. Conseqüentemente, o farad
é uma unidade muito grande para a maioria das aplicações. O MICROFARAD que repre-
sen ta a milionésima parte do farad (1 X 10" 6 ) é uma unidade mais conveniente. O sún-
bolo usado para expressar o microfarad é J..Ú. Nos circuitos de altas freqüências, mesmo
o microfarad é muito grande, empregando-se então o micromicrofarad (um milionésimo
de um microfarad). O súnbolo para o micromicrofarad é J.J.JJ.f.
Para evitar confusão e o emprego de prefixos dobrados utiliza-se a designação
PICOFARAD no lugar de micromicrofarad. Em potência de dez, 1 picofarad é igual
a 1 X 10.12 farad.
No emprego da equação 11-3, não se deve incorrer no erro de que a capacitância
depende da carga e da tensão. A capacitância é determinada inteiramente por fatores
físicos tais como a área das placas, espaçamento etc.
268
FATORES QUE AFETAM O VALOR DA CAPACITÃNCIA
kA
C=O 2249-
' d
1 X 15,5
C = 0,225 = 88,5 picofarads
0,0394
Pela fórmula pode ser observado que a capacidade aumenta quando a área das
placas aumenta, diminui se o espaçamento for aumentado, e aumenta se o valor de k
aumentar.
A constante dielétrica k expressa a capacitância relativa quando é usado como
dielétrico outro material que não o ar. Por exemplo, se o dielétrico de ar de um capa-
citor for substituído por mica, a capacitância aumenta de 6 vezes porque a constante
dielétrica da mica é 6 e a do ar é 1.
Se o capacitor tiver mais do que duas placas, a capacitância é calculada multipli-
cando-se a fórmula dada por N- 1, onde N é o número de placas. As placas são inter-
caladas como é mostrado na figura 114 e o efeito é o de um aumento na capacitância
pelo fator N - 1. Na figura há 11 placas, e a capacitância é 10 vezes maior do que se
o capacitor tivesse 2 placas com a mesma área, espaçamento e material dielétrico.
269
TENSÃO NOS CAPACITORES
(1)
•
• 1(4)
(2)
(3)
(A) Descarregado
r----•
..(2) • \
(3)
c.
Fluxo ./
+
Elétron
(B) Carregado
270
citor deverá ser selecionado de maneira que a tensão de trabalho seja pelo menos 50
por cento maior do que a mais alta tensão a ser aplicada no capacitor. A tensão eficaz e
a ação dos capacitares nos circuitos CA são analisadas em um capítulo posterior.
Carga
A fim de permitir uma melhor compreensão da ação de um capacitor em con-
junto com outros componentes, a ação de carga e descarga de um circuito capacitivo
puro será analisado inicialmente. Para facilidade de explanaçã"o, o capacitar e a fonte
de tensã"o usados na figura 11-5 serão perfeitos (sem resistência interna etc.) apesar
disso ser impossível de ser obtido na prática.
Na figura 11-5 A um capacitor descarregado está ligado a uma chave de quatro
posições. Com a chave na posição 1 o circuito está aberto e nenhuma tensã"o é aplicada
ao capacitar. Cada placa do capacitor é um corpo neutro e até que uma diferença de
potencial seja aplicada no capacitar não existe campo eletrostático entre as placas.
Para CARREGAR o capacitor, a chave deve ser passada para a posição 2, o que
coloca o capacitar ligado aos terminais da bateria. Sob essas condições, o capacitor
adquire carga total instantaneamente. Entretanto, para fim de análise, a ação de carga
será considerada como se processando em etapas, cobrindo um determinado período de
tempo.
No instante em que a chave é colocada na posição 2 (figura 11-5 B), ocorrerá
um deslocamento de elétrons em todas as partes do circuito. Esse deslocamento é no
sentido de afastamento do terminal negativo para o terminal positivo da fonte. Um
amperímetro ligado em série com a fonte indicará um breve fluxo de corrente conforme
o capacitor adquire carga.
Se fosse possível analisar o movimento individual dos elétrons no surto de cor-
rente de carga, seria observada a seguinte ação (veja figura 11-6). No instante em que a
chave fecha, o terminal positivo da bateria solicita elétrons pelo condutor inferior e o
terminal negativo da bateria libera elétrons no condutor superior. No mesmo instante,
um elétron entra na placa superior do capacitor enquanto outro é forçado a sair da placa
inferior. Assim, em qualquer parte do circuito ocorre um deslocamento de elétrons na
forma de uma reação em cadeia.
Aparece uma diferença de potencial através do capacitar conforme se acumulam
elétrons na placa superior e são retirados elétrons da placa inferior. Cada elétron que
entra na placa superior faz com que a placa fique mais negativa enquanto que os elétrons
removidos da placa inferior fazem com que a placa fique positiva. Observe que a polari-
--e-
/
Elétron
\
+--0--
Fig.11-ó.- Deslocamento do elétron durante
a carga.
271
dade da tensã'o que cresce no capacitor se opõe à tensã'o da fonte. A fonte força o des-
locamento de corrente no circuito da figura 11-6 no sentido horário. A f.e.m. desen-
volvida através do capacitor, entretanto, tende a forçar uma corrente no sentido anti-
horário contrariando a fonte. Conforme o capacitor adquire carga, a tensão cresce até
que se iguala ao valor da tensa-o da fonte. Quando esse ponto é atingido, as duas tensões
se cancelam e cessa o fluxo de corrente no circuito.
No estudo do processo de carga do capaci tor deve ficar claro que NÃO flui cor-
rente através do capacitor. O material entre as placas é um isolante. Para um observador
localizado na fonte ou ao longo dos condutores do circuito, a ação tem toda a aparência
de um fluxo real de corrente mesmo que o material isolante entre as placas seja um ele-
mento interruptor do circuito. A corrente que flui em um circuito capacitivo é deno-
minada CORRENTE DE DESLOCAMENTO.
Para se compreender melhor a ação de carga, um capacitor pode ser comparado
ao sistema mecânico mostrado na figura 11-7. A parte A do diagrama mostra um cilindro
de metal que contém uma membrana flexível de borracha que bloqueia a passagem no
centro. O cilindro é carregado com esferas conforme mostrado. Se uma esfera adicional
for forçada entrando pelo lado esquerdo do tubo, a membrana se distende e uma esfera
é forçada para fora do lado direito do cilindro. Para um observador que nã'o pode ver o
interior do cilindro, a esfera aparentará ter atravessado o cilindro. Para cada bola inserida
no lado esquerdo haverá uma bola liberada no lado direito apesar de nenhuma das bolas
efetivamente atravessar o cilindro. Conforme vão sendo inseridas bolas, vai ficando mais
difícil a operaçã'o devido à tendência da membrana em voltar à sua posiçã'o original.
Se muitas bolas forem forçadas, a membrana se rompe e então qualquer quantidade de
bolas poderá ser inserida, pois elas transitarão livremente pelo interior do cilindro.
Membrana
(A)
Membrana distendida
Esferas
Fig.11-7. - Equivalente mecânico de um
capacitor.
272
Quando a chave abre o circuito, como mostrado na figura 11-8 A, os elétrons na
placa superior ficam isolados. Com a chave na posição 3, o capacitor ficará carregado
indefmidamente. Neste ponto deverá ficar claro que o material dielétrico em um capa-
citar real não é perfeito e uma pequerta corrente de fuga fluirá através ·do dielétrico.
Essa corrente, eventualmente, dissipará a carga. Um capacitar de alta qualidade poderá
man-ter a carga durante meses.
Sumariando, quando um capacitor é ligado a urna fonte de tensão, flui pelo cir-
cuito um surto de corrente. Essa corrente de carga, denominada CORRENTE DE DES-
LOCAMENTO, desenvolve no capacitar urna f.c.e.m. que se opõe à tensão aplicada
pela bateria. Quando o capacitor está totalmente carregado, a f.c.e.m.será igual à tensão
aplicada e a corrente de carga cessa. Com a carga total, o campo eletrostático entre as
placas é de intensidade máxima, sendo máxima a energia armazenada. Se o capacitar
for desligado da fonte, a carga será retida por um longo período de tempo. Á retenção
da carga dependerá da quantidade de corrente de fuga que possa ocorrer. Como um
capacitar pode armazenar energia elétrica, um capacitor carregado pode atuar como
fonte.
(li•
l
-=-lOV
(3) (4)
c
+
(A) Descarregado
111•
• ..
l •
(2)
-=- lOV
(3)
\, I
c
)+
'
(B}Carregado
Descarga
Para DESCARREGAR um capacitar, as cargas em ambas as placas deverão ser
neutralizadas. Isso é feito provendo-se um percurso condutor entre as duas placas (figura
11-8 B). Com a chave na posição 4, os elétrons de excesso na placa negativa podem fluir
livremente para a placa positiva e as cargas se neutralizam. Quando o capacitar é descar-
regado, as órbitas distorcidas dos elétrons no dielétrico retomam às suas posições nor-
mais e a energia armazenada retoma ao circuito. É importante observar que um capacitor
não consome energia. A energia que o capacitar drena da fonte é recuperada quando o
capacitar se descarrega.
273
CARGA E DESCARGA DE UM CIRCUITO S RIE RC
A lei de Ohm estabelece que a tensão, através de um resistor, é igual à corrente que
flui no resistor multiplicada pelo seu valor resistivo. Isso quer dizer que urna tensão se
desenvolve através de um resistor SOMENTE QUANDO FLUI CORRENTE no circuito.
Um capacitar é capaz de armazenar ou manter uma carga de elétrons. Quando
descarregado, ambas as placas contêm o mesmo número de elétrons livres. Quando car·
regado, uma das placas contém mais elétrons do que a outra. A diferença no número
de elétrons é a medida de carga do capacitar. O acúmulo de carga cria uma tensão nos
terminais do capacitar e a carga continua a aumentar até que a tensão do capacitar se
iguale à tensão aplicada. A carga em um capacitar, em função da capacitância e tensão
é expressa como segue:
Q = CE {114)
51
/--:----,
I ld I
+ I Corrente ' I
Es _-=- de t des
'
l --
carga I
---
(A)
Circuito
ec
01......--L_......i._ J
IBJ
Carga
Fig.11·9.- Carga e descarga de um circuito
em série RC.
274
Um divisor de tensão contendo resistência e capacitância pode ser ligado em wn
circuito por meio de uma chave como é mostrado na figura 11-9 A. Tal arranjo chama-se
circuito série RC.
Quando a chave SI é fechada, elétrons fluem no sentido anti-horário em torno
do circuito, passando pela bateria, capacitar e resistor. O fluxo de elétrons cessa quando
C se carrega com o valor da tensão da bateria. No instante em que a corrente começa
a fluir, não há tensão no capacitor e a queda de tensa-o em R é igual ã tensão da bateria.
A;;:orrente inicial de carga, I, é portanto igual a Es/R. A figura 11-9 B mostra que no
instante de fechamento da chave, toda a tensão Es aparece em R e que a tensão através
do capacitor é zero.
O fluxo de corrente no circuito é máxima no instante zero e carrega rapidamente
o capacitor. Em virtude de a tensão no capacitor ser proporcional a sua carga, aparecerá
uma tensão ec através dos terminais do capacitor. Essa tensão se opõe à tensão da bateria.
A tensão er através do resistor é Es -ec, ou seja, igual ã queda de tensão OcR) através
do resistor. Como Es é fixa, ic diminui enquanto ec aumenta.
Esse processo de carga continua até que o capacitar esteja totalmente carregado e
a sua tensão seja igual ã da bateria. Nesse instante, a tensão através de R é zero porque ne-
nhuma corrente está fluindo no circuito. A figura 11-9 (B) mostra a divisão da voltagem
da bateria, Es, entre a resistência e a capacitância em qualquer instante durante o pro-
cesso de carga.·
Quando S2 é fechada (SI aberta) como na figura 11-9 (A), wna corrente de des-
carga id descarregará o capacitar. Em virtude de id ter uma direção oposta a ic, a tensão
através do resistor terá polaridade oposta à polaridade que teve durante o tempo de carga.
Entretanto, essa tensão tem a mesma grandeza e variará da mesma maneira. Durante a
descarga a tensão através do capacitar é igual e oposta â queda de tensão no resistor,
conforme é mostrado na figura 11-9 (C). A tensão cai rapidamente do seu valor inicial
e se aproxima vagarosamente de zero como indicado na figura.
CONSTANTE DE TEMPO RC
O tempo necessário para carregar um capacitor a 63,2 por cento da tensão máxima
ou para descarregá-lo a 36,8 por cento dessa tensão é conhecido como CONSTANTE DE
TEMPO do circuito. Um circuito RC com os seus gráficos de carga e descarga é mostrado
na figura 11-10. O valor da constante de tempo em segundo é igual ao produto da resis-
tência do circuito em ohrns e da capacitância em farads, um conjunto dos quais é dado
na figura 11-10 (A). RC é o símbolo usado para a constante de tempo.
Algumas relações úteis no cálculo da constante RC são dadas abaixo:
R (ohrns) X C (farads) = t.(segundos)
R (Megohrns) X C (p.f) = t (segundos)
R (ohms) X C (p.f) = t (jJ. segundos)
R (megohrns) X C (wf) = t (jJ. segundos)
A constante de tempo pode também ser definida como o tempo requerido para car-
regar ou descarregar um capacitor completamente se ele continuasse a carregar ou des-
carregar na sua razão de variação inicial. Como pode ser visto na figura 11-10 (B), a linha
275
I
l
Carga\,'
,.. 2
+
-=-E
-=.lOOV
Descarga
(A) Carga
ie=10 AMPtRES
emt =O
1001
• X
·Carga "( Descarga ..
90
..,.A ...... 98 99+
r-:'5 1\
80
I
I
"""' r-AA" .I 1 I
70 / \ ec"' E
I J63.2 \ t
60 2,7leRC
e
co 40
50
ec =E(l- 1 _L) 1\.
I
>30 36.8
2.11, eRc,
'
101/
20 I
\
\
r--...
...... 1'-oo..
o 1RC 2RC 3RC 4RC 5RC r Tempo -
10
9
I• 4 (1O mi ss ndos)
8
\
7
\
\ 1
6 lc = ...L
5 \ 2,718 RC
4 l\
1 ,68
3
ic
fi)
2
1
o
" U,35
........... 502 01- Tempo
...,..
r-.-
-<-21 /
-3 /
3.68
-4
-5 I
· E -1
-6 1- 'c=--
R _t_
-7 I
2, leRC
-8 I
-9
li
-10
to tl
276
(
B
)
G
r
á
f
i
c
o
s
d
e
c
a
r
g
a
d
e
s
c
a
r
g
a
Fig.
11-
10
.-
Co
nst
ant
e
de
tem
po
RC.
277
OX pontilhada indica a razão inicial da carga. Nessa razão, o capacitor se carregaria com·
pletamente em RC segundos. Da ,mesma maneira, a linha YZ indica a razão de variação
inicial da descarga. Se fosse mantida essa razão, o capacitor estaria completamente descar·
regado em RC segundos.
A equação para o crescimento da tensão ec através _do capacitor é:
1
ec = E (1 - 2,718-) = O '632 E
em outras palavras, quando t = RC, ec é igual a 63,2 por cento de E, o valor máximo.
Quando o máximo é 100 volts, a tensão no capacitor cresce até 63,2 volts decorridos
RC segundos, isto é, em 10 rnicrossegundos.
A equação para a corrente de carga é:
O gráfico desta equação é mostrado na figura 11-10 (B). Quando t = RC, ic = 0,368 X
X E/R; isto é , quando t = 10 rnicrossegundos, ic = 0,368 X 100/10 = 3,68 ampêres.
278
1,0
.9 \ ..-4 rõ:95 0.,98 .99
"E'
:E .8
\ /
o,8 t:S:
CUrvaA
Tensão no capacitor em carga.
.7 Crescimento da corrente no indutor.
...,
c:
.6
\ {o 632 Crescimento da tensão no resistor
' I
motivada pela corrente do indutr.
i\i v
o
u 1
.,
E .5 [7\ CUrva B
,g Tensão no capaci tor em descarga.
.4 Corrente de carga no capacitor.
"c:'
"'
"O
.3 7 ' 0 ,368 Tensão no indutor pelo
crescimento na corrente.
Redução da corrente no indutor.
,g -
""'
Tensão no resistor motivada
'-"' .2 a corrente de carga no capacitor.
"'
.1
7 O 135 I I
o
1/ 05 0,02 0,01
.25 .5 .75 1 L 2 L 3 L 4 L 5 L
RC ou R RCouR RCou R RCouR RCouR
L
Constantes de tempo: RC ou R
Fig. 11-11.- Grá fico universal de constantes de tempo para circuitos RC e R L.
RC = 0,000455
o 000455
c= ' = 0,000000023 f ou 0,023 J.IÍ
20000
278 O gráfico mostrado na figura 11-10 está totalmente correto. A carga ou des-
carga não é completada decorridos 5 RC ou 5 L/R segundos. A rigor, isso só acontece rá
no inrmito, pois em cada RC, o capacitor se carrega ou descarrega de 63,2 por cento
da tensã'o restante. Entretanto, quando os valores se aproximam de 0,99 do valor máximo
(correspondente a 5·RC ou 5 L/R), o gráfico é considerado suficientemente preciso para
a maioria dos casos.
Capacitores em série
Um circuito com um determinado número de capacitores em série é similar, sob
certos aspectos, a um circuito de resistores em série. Em um circuito capacitivo série, a
mesma CORRENTE DE DESLOCAMENTO flui através de cada parte do circuito e a
tensão aplicada se divide entre os capacitores individualmente.
A figura 11-12 mostra um circuito constituído de uma fonte e dois capacitores
em série. Quando a chave é fechada, flui corrente no sentido indicado pelas setas no dia-
grama. Como há um único percurso para a corrente, a quantidade de corrente de carga
em movimento é a mesma em qualquer ponto do circuito. Essa corrente é de curta dura·
çã'o e fluirá até que a tensão total através dos capacitores será igual à tensão da fonte.
Como a carga (Q) é a mesma em qualquer parte do circuito:
Ot = o. = Q2 = o o o On (11·5)
C= _g_ (114)
E
Q
E=- (11-6)
C
Considerando que a soma das tensões nos capacitores deve ser igual à da fonte
(Lei de Kirchhoff):
(11-7)
---------t.,•---------
I ,, I
I C I
I T I
I 1
+-2
+ :]
I 1
I 1- I
C2
',!' rJ
Fig.11-12.- Circuito capacitivo série.
279
Substituindo a equaçã'o 11-7 em 11-6:
Ot = Ql + Ql + o o o On (11-8)
cl
Como todas as cargas sâ'o iguais (11-5), dividindo cada termo de I1-8 por Ot:
1 1 1 I
-=-+-+
Ct Ct C2
-
... Cn
(11-9)
1
Ct=------- (I1-10)
1 1 I
-+-+
Ct
-
C2 . .. Cn
(11-11)
c3 = 5o.ooo pf
Solução:
1
Ct= ------ (11-10)
I 1 1
-+-+-
Ct C2 c3
1
1 1 I
- - + ---+ ----
0,01 JlÍ 0,25 p.f 50.000 pf
280
Convertendo para potências de lO,
1
Ct =
1 1 1
- -+
8
+----
1 X 10- 25 X 10"8 8
5 X 10-
Ct =
100 X 106 + 4 X 106 + 20 X 106
1
Ct = 0,008 pf.
Capacitores em paralelo
Quando os capacitores estão ligados em paralelo, uma placa de cada capacitor é
ligada diretamente ao terminal da fonte, enquanto a outra placa de cada capacitor é
ligada ao outro terminal da fonte.
Na figura 11-13, como todas as placas positivas e negativas dos capacitores estão
ligadas juntas, a capacitância total aparece como sendo um capacitor único com área
de placa igual à soma de todas as áreas das placas individuais. Conforme previamente
mencionado, a capacitância é uma função direta da área das placas. A ligação de capaci-
tores em paralelo efetivamente aumenta a área das placas e, conseqüentemente, a capaci-
tância.
Para os capacitores ligados em paralelo, a carga total é a soma das cargas individuais..
(11-12)
Transpondo (114)
Q=CE (11-13)
281
Dividindo ambos os termos por E
(11-15)
Solução:
Ct =c. + c2 + c3 (11-14)
Ct = 0,03 + 2 + 0,25
Ct = 2,28 pf
Configuração série-paralelo
Se os capacitores são ligados na forma de uma combinação série e paralelo, a capaci-
tância total é detenninada pela aplicação das equações (11-10) e (11-14) aos respectivos
ramos.
Cl C2
( I
Ramol
I
I
I
I
I I
I
1-------------.....1------------ _ _...
1,
·'cr
282
RAMO 1 -Consiste da combinação série de C 1 e C2 •
C 1 X C2
Ramo 1: Ct 1 = (11-11)
Ct +C2
0,6 X 0,002
Ct 1 =
0,6 +0,002
0,00012
Ctt =
0,062
Ct 1 = 0,00193 J.LÍ
Ceq = C4 + Cs
Ceq = 0,005 + 0,001
1
Ctz = -----
1 1
- +-.
c3 Ceq
1
Ct2 = - -- - -
1 1
-+ - ·-
3 0,006
1
Ct2 = 0,333 + 166,666
NOTA: A equação (11-11) poderia também ser empregada para resolver o problema.
O problema ficou reduzido agora a uma simples combinaç!oparalela que consiste de
283
Ct 1 (capacitância du tamo 1) e Ct2 (capacitância do ramo 2). A eq ação (11·15) é em
seguida émpregada pata.determinar a capacitância total do circuito original.
Ct = Ct 1 + Ct2
Ct = 0,00193 + 0,00598
Ct = 0,00791 JJÍ
CTl = 0,00193pf
Ramo 1
As perdas que ocorrem nos capacitores podem ser atribuídas à fuga dielétrica
ou à histerese dielétrica. A histerese dielétrica pode ser definida como o efeito em um
material dielétrico semelhante à histerese nos materiais magnétic. É o resultado das
variações na orientação dos elétrons orbitais no dielétrico em virtude da inversão rápida
de polaridade da tensão. A quantidade de perda devido à histerese depende do tipo do
dielétrico usado. O vácuo revela ser o dielétrico que apresenta menor perda dielétrica
por histerese.
A fuga dielétrica ocorre em um capacitor como resultado da passagem de corrente
através do dielétrico. Normalmente, o material dielétrico impede efetivamente a passa-
gem de fluxo através do capacitor. Entretanto, apesar de a resistência do dielétrico ser
extremamente alta, uma pequenina quantidade de corrente fluirá. Comumente, essa
corrente será tã"o pequena que para todos os efeitos práticos é considerada como incon·
seqüente. Todavia, se a fuga através do dielétrico for normalmente alta, haverá uma perda
na carga e um superaquecimento no capacitor.
O fator de potência de um capacitor é determinado pela perda dielétrica. Se as
perdas sã'o mínimas e se o capacitor retoma à carga total ao circuito, ele é considerado
como um capacitor perfeito com fator de potência zero. Por isso, o fator de potência
de um capacitor é uma medida da sua eficiência.
TIPOS DE CAPACITORES
Capacitores fixos
Os capacitores fixos sã'o construídos de maneira tal que possuem um valor fixo
de capacitância que não pode ser ajustada. Eles podem ser classificados de acordo com
o tipo do material usado como dielétrico, tal como papel, óleo, mica e eletrolítico.
Um CAPACITOR DE PAPEL usa papel como dielétrico. Consiste de duas ftnas
284
lâminas de metal flexíveis separadas por um material dielétrico na forma de papel reves-
tido com cera. Os capacitores de papel comumente cobrem os valores entre 300 pico-
farads até 4 microfarads. Normalmente, a tensfo limite através das placas raramente exce-
Os
danosos da umidade e impedir corrosfo e fuga.
Há coberturas de diversos tipos para os capacitores de papel, sendo a mais simples
a que consiste de um tubo de papelão. Alguns tipos são embalados em um molde plás-
tico de grande resistência. Esses tipos sfo bastante fortes e suportam uma maior varia-
ção de temperatura do que os envolvidos em tubo de papelão. A figura 11-16 A mostra
as características de construção de .um capacitor tubular de papel. A parte B mostra um
capacitor como produto acabado.
O CAPACITOR DE MICA é feito de lâminas metálicas separadas por folhas de mica
como dielétrico. O conjunto é coberto por plástico moldado. A figura 11-17 A mostra
uma vista em corte de um capacitor de mica. A moldagem do capacitor em plástico o
protege da corrosão e avaiias das placas e do dielétrico, tornando os capacitores mecanica-
mente mais fortes. Vários tipos de terminais sfo usados para ligar os capacitores de mica
aos circuitos.
A mica é um excelente dielétrico e suporta maiores tensões do que o papel para-
finado. Os valores comuns para capacitores de mica variam entre 50 p.p.f até 0,02 pf.
Alguns capacitores de mica são mostr dos na figura 11-17 B. .
Um CAPACITOR DE CERÂMICA é assim denoptinado porque usa cerâmica como
dielétrico. Um dos tipos emprega um cilindro oco de cerâmica que serve como forma na
qual é montado o capacitor e serve também como material dielétrico. As placas consis-
tem de uma fma camada de metal depositado sobre o cilindro de cerâmica.
Mica
Isolamento Lâmina
Envoltório de
plástico
(A)
(8)
(8)
Fig. 11-16.- Capacitor de papel. Fig.11-17. - Capacitores de mica.
285
Um outro tipo de capacitor de cerâmica é fabócado na forma de um disco. Após
serem afixados os tenninais de saída, o capacitor é completamente coberto com uma
camada isolante à prova de umidade. Os capacitores de cerâmica cobrem a faixa entre
1 picofarad e 0,01 microfarad e podem ser usados sob tensões tão altas como 30.000
volts. Alguns capacitores desse tipo slo mostrados na figura 11-18.
Os CAPACITORES ELETROLÍTICOS s[o usados onde se requer um elemento de
grande capacidade. Como o nome esclarece, os capacitares eletrolítioos contêm um ele-
trólito. Esse eletrólito pode ser na forma de um líquido (capacitor de eletrólito líquido)
ou uma pasta (capacitor de eletrólito seco). Os capacitores líquidos n[o s[o mais empre-
gados devido ao cuidado exigido para evitar respingos do eletrólito.
f ·o
Papel e
eletróüto
Fig. 11-19.- Capacitor eletrolítico.
286
quadrado e um terminal sem identificação. Observando as marcas e as respectivas informa-
ções impressas, o técnico pode facilmente identificar cada seção. Internamente, o capaci-
tor eletrolítico é construído de maneira semelhante ao capacitor de papel. As placas
positivas consistem de lâminas de alumfuio cobertas com uma fma camada de óxido
que é formada por um processo eletroquímico. Essa fina camada de óxido atua como
o dielétrico do capacitor. Próximo, e em contato com o óxido, é colocada uma tira de
papel impregnada com uma pasta eletrolítica. O eletrólito atua como placa negativa
do capacitor. Uma segunda lâmina de alumfuio é em seguida aplicada de encontro ao
eletrólito para permitir contato elétrico para o eletrodo negativo (eletrólito). Com as
três camadas em contato, o conjunto é enrolado e colocado em um cilindro conforme
mostrado na figura 11-19.
Os capacitares eletrolíticos apresentam duas desvantagens. Eles são POLARIZA-
DOS e têm BAIXA RESIST NCIA DE FUGA. Se a placa positiva for acidentalmente
ligada a um terminal de fonte negativa, a fina camada de óxido se dissolve e o capacitor
se toma um franco condutor. A polaridade dos terminais é normalmente marcada no
contentor. Como os capacitores eletrolíticos são polarizados, o seu emprego se limita
aos circuitos CC ou circuitos onde uma pequena tensão CA fica superposta a uma ten-
são CC. Há capacitores eletrolíticos especiais disponíveis para certas aplicações em cir-
cuitos CA, tais como capacitores de partida para os motores CA. Os capacitores eletrolí-
ticos cobrem a faixa de 4 microfarads até diversos milhares de microfarads com uma
tenslfo limite de aproximadamente 500 volts.
O tipo de dielétrico usado e a sua espessura determinam a quantidade de tensão
que poderá, com segurança, ser aplicada ao capacitar. Se a tensão aplicada for sufici-
entemente alta para ionizar os átomos do material dielétrico, ocorre um arco entre as
placas. Se o capacitor nfo se recuperar, a sua eficácia estará comprometida. A tensão
máxima de um capacitar é denominada de TENSÃO DE TRABALHO e é indicada no
corpo do capacitor. A tensão de trabalho de um capacitar é determinada pelo tipo e
espessura do dielétrico. Se a espessura for aumentada, a distância entre as placas aumenta,
aumentando o valor de tensão que pode ser aplicado. Qualquer variação na distância
entre as placas causa uma variação na capacidade de um capacitor. Em virtude da possi-
bilidade da ocorrência de um surto de tensão (impulsos breves de grande amplitude),
deve ser considerada uma margem de segurança entre a tensão do circuito e a tensão de
trabalho do capacitor. A tensão de trabalho deve ser sempre maior do que a mais alta
tensão que possa ocorrer no circ to.
Os CAPACITORES DE ÚLEO slfo freqüentemente empregados em radiotrans-
missores onde se deseja alta potência de saída. Os capacitores de óleo são nada mais
que capacitares de papel imersos em óleo. O papel impregnado de óleo apresenta uma
alta constante dielétrica, o que permite a produção de capacitores com alto valor capa-
citivo. Muitos capacitores usam óleo com outro material dielétrico para evitar arco
entre as placas. Se ocorrer um arco entre as placas de um capacitor cheio de óleo, o
óleo tende a selar o buraco provocado pelo arco. Esse tipo de capacitor é comumente
denominado de capacitar auto-recupE;rável.
Capacitores variáveis
Capacitares variáveis são construídos de maneira que os seus valores de capaci-
tância podem ser variados. Um capacitor variável típico é o do tipo rotoHstator. Con-
siste de dois conjuntos de placas de metal arranjados de maneira que o conjunto móvel
do rotor se encaixe entre as placas do estator. Com a mudança da posição das placas
288
do rotor, o valor da capacitância é variado. Este é o tipo de capacitor comumente usado
para sintonia dos rádios-receptores (figura 11-20). Outro tipo de capacitor variável é o
"trimmer" mostrado na figura 11-21. Consiste de duas placas separadas por uma folha de
mica. Um parafuso de ajustagem é usado para variar a distância entre as placas variando,
dessa maneira, a capacitância.
Dielétrico
de mica
*- Símbolo Símbolo
Fig. 11-20. - Capacitar variável tipo rotor·estator. Fig. 11-21. - Capacitar trimmer.
287
de bloqueio conforme mostrado na figura. O capacitar C no diagrama permite a passa-
gem da corrente alternada e bloqueia o fluxo de corrente contfuua.
O capacitar de filtro mostrado na figura 11-23 é empregado para manter uma
tensã'o CC sem flutuações filtrando ou removendo a componente alternada ou tensão
de flutuação pela ação do capacitar em se opor a qualquer variação na tensão. Os ca-
pacitares de filtro são comumente empregados para filtrar as tensões nas fontes de ali-
mentação.
CA e CC Somente CA CR
_-_-_-:..-:.::.::::;_t>_ .,._-1( - - --jt>
Alimen-
c tação de c Carga
R
CA
R
� o
1BHJOB FN #SBODP
289
Cap(tulo 12
REATÁNCIA INDliTIVA
Eind = 21TfLI
onde 211' é urna constante, I é a corrente eficaz em amperes, L é a indutância em henry
e f a freqüência em hertz. A tensão induzida varia diretamente com a freqüência, com
a indutância e com a corrente.
A oposiçâ'o à passagem da corrente oferecida pelo indutor defme a sua reatância
indutiva. Essa reatância é expressa como sendo a relação entre a f.c.e.m. que se desen-
volve no indutor e a corrente que nele flui. XL = Eind/1 oferecida pelo indutor à pas-
sagem da corrente; Eind é a f.c.e.m. em volts, e I é a corrente no indutor, em amperes.
Supondo-se que a forma de onda da tensão ou da corrente seja a de uma senóide, a rea-
tância indutiva XL, em ohms, é expressa como:
XL= 21TfL
291
ências. A razão de variação do fluxo, por unidade de tempo, depende da freqüência da
corrente no indutor. O fluxo varia mais rapidamente em altas freqüências do que em
baixas freqüências. Do exposto pode ser observado que a reatância indutiva de uma
bobina depende principalmente: (1) da INDUTÂNCIA e (2) da FREQU:f.NCIA da cor-
rente que flui na bobina.
Se a freqüência ou a indutância varia, a reatância também varia. A indutância de
uma bobina não se modifica apreciavelmente após a sua fabricação a menos que seja
uma indutância variável. Assim, a freqüência é, geralmente , o futico fator variável que
afeta a reatância indutiva de uma bobina. A reatância indutiva de uma bobina varia
diretamente com a freqüência aplicada.
292
1= 10 AMPtRES
+E
+1
+P
L
-t (f)
::;;
ô
f\.; E=IOOV
_l Q
'J
X
Resistência no circuito CA
Em um circuito puramente resistivo, a corrente e a tensã"o estão sempre em fase
(8 = 0°). Veja a figura 12-2. A potência ve.rdadeira dissipada na forma de calor em um
resistor nos circuitos CA quando sã"o aplicadas tensões e correntes com forma de onda
I
+E 2000
I= IOAMPtRES +I
+P
--,- (f)
:E
%:
o
G
rv L E•lOO V o
....
a"::
-E
-1
-P
(A) (B}
Fig.12-2. - Relação entre E, 1e P em um circuito resistivo.
293
senoidal é igual ao produto da tensão e corrente eficazes. No circuito da figura 12·2 (A),
a potência absorvida pelo resistor é P = EI = 100 X 10 = 1000 watts. O produto dos
valores instantâneos de tensfo e corrente (figura 12-2 B) resulta na curva de potência, P,
o eixo da qual se desloca para a parte superior do eixo X de urna quantidade que é pro-
porcional a 1000 watts.
A potência verdadeira é:
(A)
( 8) (c)
294
aplicada Eo é a hipotenusa de um triângulo retângulo cujos lados são 50 e 86,6 volts
respectivamente. Assim,
Irnpedânáa
lmpedância é a oposição total ao fluxo de uma corrente alternada em um circuito
que contenha resistência e reatância. No caso de indutância pura, a reatância indutiva,
XL, é a oposiçã'o única e total ao fluxo de corrente. No caso de urna resistência pura,
R representará a oposição total. A oposição combinada de R e XL em série ou em para-
lelo à circulação da corrente é chamada IMPEDÂNCIA. O símbolo para impedância é Z.
A impedâÍlcia de resistência em série com indutância é expressa matematicamente
como:
----, .
o
..
..J
X
I
f\.; E •lOO V.
I
I ":E'
j_ : 0:
o
-
o
o":
-I I
(A)
:. (B)
Fig.12-4. - Potência em um circuito L e R e m série.
295
A curva de potência (figura 124 B) está situada parte acima e parte abaixo do
eixo X. A parte acima do eixo representa a quantidade de potência verdadeira dissipada
no circuito, EI cos 8. A potência aparente no circuito é:100 X 7,07 = 707 volt-ampêres.
O fator de potência é:
potência verdadeira 500
cos 8 = • na.a aparente = 707 = o,707 = 70,7%
pote
5 AMPERES
60\1
R
12Jl
....0
80\1
L
..o- 1X,•80V
1611
9•531'
o
lR •60\I
Circuito Tensão
(A)
(B)
9 • 53 ,.
o o
R•IZ Jl I"R• 300 W
lmpedância Potência
(C) (D)
296
é representada pela reatância indutiva da bobina e tem uma grandeza de 16 oluns. A impe-
dância combinada do circuito é:
REATÁNCIA CAPACITIVA
297
ele consiste de duas placas metálicas paralelas separadas por um isolante denominado
DIEL TRICO. O campo elétrico consiste de linhas de força elétricas paralelas que par-
tindo de uma carga negativa em uma das placas, terminam em uma carga positiva na
outra. As cargas positivas e negativas nas placas estabelecem o campo elétrico através
do dielétrico porque este evita que essas cargas se neutralizem.
(B}
I = 27TfCE
298
Fórmula para a reatância capacitiva
A relação entre a tensão e a corrente eficaz no capacitor é denominada REATÂN-
CIA CAPACITIVA, Xc, e representa a oposição ao fluxo de corrente em um circuito
capacitivo com zero perdas
1
X=--
c 2rrfC
1 1
Xc =- -= = 20ohms
2rrfC 6,28 X 69 X I ,33 X 10-4
299
WATTS
+E 500 p p
+1
f\ I\
400
1•7 070
</)
"'
300/ \ I 1\
o
>
zol \ E I \ I
lrX \ I \ vv
v
\V
100 lO \" ""''" v·, v·
o
300 \ I E\ I
I
-E
400 \ 1/ \ 1/
-P 500 \) \)
I
Circuito capacitivo Curvas senoidais de corrente, voltagem e potência
lA) lB)
vado que a potência média absorvida pelo capacitor (considerado no exemplo como
sem perdas), é zero. A ação é semelhante à elasticidade de uma mola. Armazenar energia
no capacitor é como comprimir uma mola. Descarregar o capacitor correspondente e
descomprimir a mola, permitindo o retomo da energia armazenada por ocasião da com-
pressão.
A potência aparente no capacitor é EI = 70,7 X 7,07 = 500 volt-ampêres. A potên-
cia reativa é:
300
Reatância capacitiva e resistência série
As perdas que aparecem em um circuito capacitivo podem ser representadas por
um resistor ligado em série com o capacitor como indicado na figura 12-8. Nesse exemplo,
um capacitor de 39,8 microfarad é ligado em série com um resistor (figura 12-8 A) de
20 ohms. A tensão aplicada na série RC é 134 volts e a freqüência é 100 hertz.
A reatância capacitiva nessa freqüência é:
1 1
Xc = --= = 40ohms
27TfC 6,28 X 100 X 39,8 X 10"'6
301
Relação de tensão
As tensões através de R e C estão 90° defasadas e são iguais a 60 e 120 volts respec-
tivamente, conforme é mostrado no diagrama vetorial da figura 12-8 (B). A tensão em C é
representada como IXc e é plotada no eixo vertical para baixo a fim de indicar que a
corrente avança na tensão do capacitar de um ângulo de 90°. O ângulo (J entre a ten-
são do capacitar e a corrente do circuito é representado como -90° em virtude de ser
medido no sentido horário a partir do vetor horizontal da referência OI. A tensão total é
igual à soma vetorial das quedas IR e IXc e é representada na figura como a hipotenusa do
triângulo retângulo cuja base representa. a tensão através de R, com valor eficaz de
60 volts, e a altura, a tensão através de C com valor eficaz de 120 volts. A tensão total
aplicada é a soma vetorial dessas tensões e é igual a 134 volts.
Impedância
A impedância total, Z, do circuito é:
E 134
Z= -= -= 447ohms
I 3 '
O diagrama de impedância é mostrado na figura 12-8 (C). A base do triângulo representa
a resistência R do circuito e tem uma grandeza de 20 ohms. A reatância capacitiva Xc,
é representada pela altura do triângulo e tem uma grandeza de 40 ohms. A impedância
total é representada pela hipotenusa do triângulo e tem uma grandeza de V 202 + 402 =
= 44,7 ohms que é também a relação entre a tensão aplicada e a corrente que flui no
I•3o
R•20Jl.
IR•60V
E•134V
C •39.8uf
F•100
Xc• 40 .0.
IXc•120V
Circuito Tensão
tA) lB)
Z•44.7 n
lmpedância Potência
lC) tD)
301
circuito. O diagrama de impedância num triângulo retângulo é semelhante ao triângulo
que representa as relações de tensfo na figwa 12-8 (B).
Potência
As relações de potência sfo mostradas no diagrama vetorial da figura 12-8 (D).
O diagrama é também um triângulo retângulo semelhante aos outros dois. A base repre-
senta a potência verdadeira absorvida , pela resistência do circuito e tem uma grandeza
de I2 R = 32 X 20 = 180 watts. A altura representa a potência reativa em volt-ampêres
(avanço) e tem uma grandeza de 12 Xc = 32 X 40 = 360 VARS. A potência total aparente
é:
IR 60
cosO=-=--= 0446 (fig. 12-8 B)
IZ 134 '
R 20
cos =-=--= 0446 (fig. 12-8 C)
O z 44•7 •
12 R 180
coso = - .- = -- = o (fig. 12-8 D)
446
I2 Z 402 •
A potência verdadeira é:
A potência reativa é:
A potência aparente é:
302
Capz'tulo 13
303
uma operaç§'o adicional que é achar a DIFERENÇA entre XL e Xc antes de calcular
a irnpedância total. Ao empregar a fónnula básica do teorema de PITÁGORAS para
detemúnar a irnpedância série, a reatância total do circuito deve ser representada por
uma quantidade entre parêntesis (XL - Xc). Aplicando-se essa fónnula no circuito
da figura 13-1, verifica-se que a impedância é:
J.·---- rx-.-:;--·
· cf: ·. ; ;J
...:!:o=--- I· tA
: 1ft
(A) (8)
linha E
&ov
(C ) (O)
304
são iguais, a impedância total é mínima e a corrente é máxima. Quando o fluxo de cor-
rente é máximo, o resistor está dissipando o máximo de potência. Quando XL e :XC são
desiguais, a irnpedância total aumenta e a corrente da linha diminui e defasa da tensão
aplicada. A redução da corrente e a diferença de fase criada causam uma redução na
potência verdadeira. ·
Vetores de corrente
Um diagrama polar de vetores representando as três correntes e a tensão aplicada
é mostrado na figura 13-2 (C). O vetor OE, no eixo horizontal de referência, representa
o valor eficaz da tensão aplicada que é comum aos dois ramos. O vetor I 1 é a corrente
eficaz de 5 ampêres no ramo I . Esse vetor está na mesma linha do vetor OE porque a
corrente e a tensão em um circuito resistivo estão em fase. O vetor 12 representa a cor-
rente eficaz de 5 ampêres do ramo 2 e se atrasa de 90° com relação ao vetor OE. A cor-
rente I1 é chamada COMPONENTE ENERGÉTICO do circuito porque f1ui no compo-
nente resistivo, o componente que consome energia (potência verdadeira) dissipando-
se na forma de calor. 12 é chamada COMPONENTE NÃO ENERGÉTICO do circuito.
Essa corrente flui no ramo indutivo onde a potência verdadeira é zero {não há consumo
de energia) e a potência reativa é cambiada com a fonte duas vezes em cada ciclo da
tensão aplicada.
A corrente total do circuito, It, é representada pela diagonal do paralelogramo,
cujos lados são I 1 e I2 (figura 13-2 C). No exemplo, os lados têm grandeza de 5 ampêres
{rrns) e a diagonal 7,07 ampêres {rrns).
Um diagrama vetorial topográfico representando as três correntes e a tensão apli-
cada é mostrado na figura 13-2 D. Como no diagrama polar, OE é o vetor de referência.
I 1 , em fase com OE, é a base do triângul!). I 2 , guardando uma diferença de fase igual a
90° do vetor de referência OE, é a altura do triângulo, e é plotado para baixo a fim de
indicar a sua característica de atraso. A corrente resultante It é a hipotenusa do tri-
ângulo. A hipotenusa é igual à raiz quadrada da. soma dos quadrados dos lados. Assim:
305
O ângulo de fase entre lt e E é o ângulo cujo co-seno é:
11 5
-= - = 0,707
lt 7,07
O ângulo é 45°.
•
Potência e fator de potência
A potência aparente, a potência verdadeira e a potência reativa no circuito para-
lelo se relacionam com a hipotenusa, base e altura do triângulo retângulo, respectiva-
mente, de maneira semelhante ã descrita no capítulo anterior. As relações entre potência
aparente, potência verdadeira e potência reativa, slio mostradas na figura 13-2 E. A hipo·
tenusa do triângulo representa a potência aparente e é igual a Elt, ou 100 X 7,707 = 707
volt-amperes. A base do triângulo representa a potência verdadeira e é igual a Elt cos 8t ,
ou 100 X 7,07 X 0,707 = 500 watts, onde 0,707 = cos 45°. A altura representa a potência
reativa e é igual a Elt sen 8t, ou 100 X 7,07 X 0,707 = 500 VARS, onde 0,707 = sen 45°.
O triângulo de potência é semelhante ao triângulo de corrente e se relaciona com este
pelo fator tensão comum (a tenslio é a mesma em todos os ramos do circuito paralelo).
Em virtude de ser o ramo 1, figura 13-2 A, puramente resistivo, e o ramo 2 pura-
mente indutivo, é absorvida potência verdadeira no primeiro e potência reativa no segun-
do. No ramo 1, a potência verdadeira é El 1 cos 8 1 , ou 100 X 5 X 1 = 500 watts, onde
1 = cos 0°. No ramo 2, a potência reativa é El2 sen 8 2 , ou 100 X 5 X 1 = 500 VARS,
onde 1= sen 90°.
A potência verdadeira no ramo 1 pode ser calculada como I• R 1 , ou 52 X 20 =
= SOO watts. A potência reativa no ramo 2 pode ser calculada como •I XLi , ou 52 X
X 20 = 500 VARS. O fator de potência total do circuito é:
P verdadeira 500
cos 8t =- - --- = --= O
707
P aparente 707 '
E 100
Zt = -= --= 14,14 ohms
lt 7,07
306
lt=7.07o Il =5o
O E
®
Jl:5o !2 =5o
E=lOOv
60Hz 2011. 2.P!l.
0.053h
91:OO
(A)
CIRCUITO DIAGRAMA TOPOGRÁFICO DE CORRENTES
Elt COS 9t = 500W
o -- ---- --------E
E
TRIÂNGULO DE POTÊNCIA
R eq =lOJl.
E = lOO V
60HJ
XLe q= 10!1.
Leq=0.0264h
(B) (f)
CIRCUITO Sl!RIE EQUIVALENTE
FORMAS DE ONDAS SENOIDAIS
DE TENSÃO E CORRENTE
E
XL
eq=lO.Cl.
(C)
DIAGRAMA POLAR DE CORRENTES
XL 10
l.eq = --= 0,0264 henry
27Tf 6,28 X 60
Rse 10 cosO=--
=--= 001
z 1000 '
ou 1 por cento. Como pode ser observado neste exemplo, Z é aproximadamente igual
a XL, e o co-seno de O é igual à relação Rse . Como tangente de O = XL , verifica-
XL e
1 1000
se que, neste caso, o co-seno O será igual a . Assim, tang O = --= 100 e
tangO 10
10
o FATOR DE POmNCIA será igual a--= 0,01, ou 1 por cento.
1000
309
Uma relação útil para a determinação do ângulo nos circuitos de baixa perda é
mos rada na figura 13·3 (D). Este conceito envolve a relação entre co-seno 8 expresso
em decimais e o ângulo complementar, 90°-8, expresso em radianos. A figura mostra
um círculo de raio igual à unidade, no qual, qualquer comprimento de arco BC é a me-
dida do ângulo (90°- 8) que o subentende. O comprimento do arco é igual ao ângulo
em radianos. Como 27T radianos é igual a 360°, segue-se que 1 radiano é aproximada-
mente igual a
3600 o
- - , ou57,3
27T
308
A relação descrita no exemplo precedente é expressa de maneira geral como: O
ângulo complementar (90 - 8), em radianos, é igual ao fator de potência, co-seno de 8 ,
expresso em decimal, onde a tangente de 8 é numericamente igual ou maior do que 10.
Dessa relação, pode-se c cular rapidamente o ângulo de fase entre a tensão e a corrente
nos circuitos de baixo fator de potência (baixas perdas).
O circuito paralelo equivalente para a bobina de 1,59 henry, discutido neste exem-
plo, é mostrado na figura 13-3 (E). O resistor equivalente em derivação, Rsh. tem uma
resistência de 100.000 ohrns, e o resistor é ligado em paralelo com o indutor de 1,59
henry de perda nula. Aplicada a tensão com uma dada freqüência, a corrente de entrada
para o circuito paralelo apresenta a mesma grandeza e fase, com respeito à tensão apli·
cada, como na bobina original.
100
A corrente no ramo resistivo é = 0,001 ampere, ou 1 rniliampere, e
é
100.000
representada pela base do triângulo de corrente da figura 13-3 (F). A corrente no ramo
100
indutivo é --= 0,1 ampere, ou 100 mA e é representada pela altura do triângulo.
1000
A corrente total no circuito paralelo é igual a ..J 12 +I 002 = 100 mA (aproximadamente)
e é representada pela hipotenusa do triângulo da corrente. Essa corrente atrasa da tensão
de linha de 90°- (57 f X 0,01), ou seja, 89,427°.
O triângulo de impedância do circuito série equivalente (figura 13-3 C) é seme-
lhante ao triângulo de corrente da figura 13-3 (F). Do triângulo de impedância,
Rse
cosO=--
XL
e do triângulo de corrente ,
lt Rse
(13.1)
12 XL
E
lt = -- (13.2)
Rsh
(13.3)
311
Substituindo-se as equações 13.2 e 13.3 na equação 13.1,
E
Rsh Rse
- {13.4)
E XL
XL
Cancelando-se E e transpondo a equação 13.4
(13.5)
1.0002
Rsh = --- = 100.000 ohms
10
O diagrama vetorial das correntes nos dois ramos e a corrente total do circuito são
mostrados na figura 13-4 (B).A corrente no ramo 1 é 1 1 = 100/20 = 5 ampêres, e é repre-
sentada pela hipotenusa do triângulo retângulo no' qual a base (componente energético),
é 5 cos 60° = 2,5 amperes, e a altura (componente não energético), é 5 sen 60° = 4,33
amperes.
A corrente no ramo 2 é 12 = 100/20 = 5 ampêres, e é representada pela hipotenusa
do triângulo retângulo cuja base (componente ener§ético), é 5 cos 30° = 4,33 ampêres,
e a altura (componente não energético), é 5 sen 30 = 2,5 amperes. A corrente total do
circuito é a sorna dos vetores 11 e 12 , e é representada pela hipotenusa do triângulo retân-
gulo resultante, cuja base é a sorna dos componentes energéticos dos ramos 2,5 + 4,33 =
310
= 6,83 ampêres, e a altura, a soma dos componentes nfo energéticos de ambos os ramos,
4,33 + 2,5 = 6,83 ampêres. Assim,
2,5 +4,33
cos 8t = 0,707
9,66
conseqüentemente, 8t = 45°.
As relações de potência do circuito sfo mostradas na figura 134 (C). A potência
aparente no ramo 1 é EI1 = 100 X 5 = 500 volt-ampêres e é representada pela hipo-
tenusa do triângulo retângulo que tem por base o vetor EI 1 cos 8 1 = 100 X 5 X cos
60° = 250 watts de potência verdadeira. A altura representa El 1 sen 8 1 = 100 X 5 X
sen 60° = 433 VARS da potência reativa..
A potência aparente no ramo 2 é EI2 = 100 X 5 = 500 volt-ampêres e é a }).ipo-
tenusa do triângulo retângulo cuja base é EI 2 cos 82 = 100 X 5 X cos 30° = 433 watts
de potência verdadeira. A altura é EI2 sen 8 2 = 100 X 5 X sen 30° = 250 VARS de
potência reativa.
A potência aparente total do circuito é a hipotenusa do triângulo resultante, cuja
base é igual à soma das potências verdadeiras, e a altura a sorna das potências reativas
nos dois ramos. Assim, a potência aparente total é:
O circuito série equivalente , figura 134 (D), que representa a impedância com-
binada do circuito paralelo dado, tem uma impedância total, Zt, que é determinada me-
diante a divisã'o da tensfo aplicada, E, pela corrente total, lt, do circuito.
E 100
Zt =-= --= 10,35 ohms
lt 9,66
313
11=9.66a
o
RAMO Z2•20A
xu=17.32.A ® XLtlO.A
Il =5o 12•50
f\..; 91=60•
92•30•
Rl•IO.A
R2•17.32 .A
(A)
Circuito
'®, }..
Elt COS 9t =683w
A. DIAGRAMA TOPOGRÁFICO DOS
\ VETORES DECORRENTE
E
XL=7.33.A
•<t
Elt SIN 9t=683VARS
\t7.33.A
er•45•
(O)
RAMO CIRCUITO S RIE EQUIVALENTE
E
®(C)
DIAG RAMA TOPOGRÁFICO DOS VETORES
DE POTÊNCIA
oL---L.,._-- I
Req=7.33.A
(E)
DIAGRAMA DE IMPEDÃNCIA DO CIRCUITO StRIE EQUIVALENTE
312
Na figura 13-5 (A), uma tensão CA, com forma de onda senoidal, é aplicada em um
capacitor e uma corrente de carga de forma senoidal flui no circuito de maneira seme-
lhante à da água no sistema hidráulico analógico mostrado na figura 13-5 (B). A bomba ã
esquerda corresponde à fonte CA e o cilindro à direita corresponde ao capacitor. Se o
pistã'o da bomba é acionado por meio de uma manivela com velocidade uniforme, o
movimento resultante da água será senoidal. Esse movimento é transmitido através do
diafragma flexível no cilindro e o movimento resultante, primeiro em uma direção e
em seguida na direção oposta, corresponde ao fluxo de elétrons nos fios que ligam o
capacitor à fonte CA
Font•: :
(A>
CIRCUITOCA
1 1
100
Xç = 2rrfC = 6,28 X 100 X 15,9 X 10-6 = ohms
317
I z}.4l a ®
EI2SIN 92 =Eit SIN 9t
•100 VARS
E =lOOv Rl•lOO.!l.
100Hz 11 = la
oL-------L- ------ E
E llCOS91 E l t COS9t= lOOw
(A)
CIRCUITO (D)
TRIÂNGULO DE POT NCIA
I =1.4la
E
E•lOOv
100 Hz
Xc eq,=so.n.
ceq,= 31.8 f'f
'------=-(E-)=------J
DIAGRAMA DO CIRCUITO SRIE EQUIVALENTE
xc eq,=son
FORM AS DE ONDAS
12 =la
(F) E
":-:--;--- ( C)---- - E DIAGRAMA VETORIAL DE IMPEDÂNCIA
DO CIRCUITO seRIE EQUIVALENTE
TRIÂNGULO DE CORRENTE
Fig.13.- Análise do circuito RC paralelo.
314
dos ramos e tem um valor máximo de 2 ampêres. A corrente total, lt, avança da tensão
aplicada de um ângulo correspondente a 45°.
Vetores de corrente
Um diagrama vetorial dos valores eficazes dessas correntes é mostrado na figura
13-6 (C). A base do triângulo de corrente é 1 ampêre e representa a corrente no ramo 1.
Essa corrente está em fase com a tensão aplicada e representa o componente energético
da corrente total da linha.
A altura do triângulo é também 1 ampêre e representa a corrente no ramo 1. Essa
corrente avança em relação à tensão aplicada de um ângulo correspondente a 90°, e
representa o componente não energético da corrente total da linha.
A hipotenusa do triângulo é 1,41 ampêres e representa a corrente total da linha.
O vetor referência OE, para o triângulo de corrente é a tensão da linha, e, no cir-
cuito RC paralelo, a altura se estende :acima do vetor referência para indicar o sentido
de avanço. Essa direção é oposta à altura do triângulo de corrente do circuito paralelo RL
da figura 13-2 (D). Em ambas as figuras os vetores giram no sentido anti-horário para
indicar o avanço ou atraso da corrente com relação à tensão de linha. Em todos os cir-
cuitos monofásicos, tal como o presente, os ângulos dos vetores de corrente, na sua fase,
nunca excedem de 90° com relação ao vetor de tensão referência.
Na figura 13-2 (D), a corrente da linha se atrasa de tensão da linha de um ângulo
igual a 45° e, na figura 13-6 (C), a corrente da linha avança da tensão da linha de um
ângulo correspondente a 45°. Se houver, em um mesmo circuito paralelo indutância
e capacidade como ramos separados, as correntes nos ramos estarão 180° fora de fase
entre si. A corrente no ramo indutivo nunca se atrasará da tensão da linha de um ângulo
maior do que 90° e a corrente no ramo capacitivo nunca avançará da tensão da linha
mais do que 90°.
e forma a base do triângulo em fase com o vetor de tensão OE. A potência REATIVA
no ramo 2 é:
316
A potência APARENTE do circuito paralelo RC é:
11 1
cos8t = -= - -=
0,707
lt 1,41
P verdadeira 100
cos 8t = -- = 0,707
P aparente 141
E 100
Zt = = = 70,7 ohms
- --
lt 1,41
317
Zt sen 8t = 70,7 (sen 45° = 0,707) = 50 ohms
318
A altura é representada para baixo ao invés de para cima, como no triângulo de cor-
rente da figura 13-6 (C), para manter o sentido de avanço da corrente, considerando-se
que a rotação do vetor é no sentido anti-horário. A tensão da linha é representada pelo
vetor de referência horizontal, OE, figura 13-6 (C), e a corrente da linha é representada
pelo vetor de referência horizontal OI, figura 13-6 (F).
A capacitância em rnicrofarads do circuito série equivalente é:
106 106
Ceq = = = 31,8/JÍ
27TfXceq 6,28 X 100 X 50
Assim sendo, neste exemplo, o circuito composto de um resistor de 100 ohms (ramo 1)
em paralelo com um capacitor de 15,9 f.,lf (ramo 2) é "visto" pela fonte de tensão como
um circuito equivalente composto de um resistor de 50 ohms em série com um capacitor
de 31,8 pf (figura 13-6 E).
- - - Prótons t+l
cÇJ. f/ Elétrons H
+ + +
(A) (I) (C)
Voltagem máx.i ma Voltagem nula Voltagem máxima
positiva negativa
Fig. 13-7.- Perdas dielétricas de um capacitor.
319
causam calor no dielétrico. A mudança na configuração da órbita é uma forma de cor·
rente chamada corrente de deslocamento pois representa deslocamento de elétrons. Essa
corrente é considerada como tendo dois componentes. Um avançado sobre a tensão de
90° e o outro, um componente energético. Os fatores que determinam a perda dielétrica
são:a tensão aplicada, a constante dielétrica, o chamado fator de potência do capacitar,
e a freqüência da tensão aplicada. Um capacit,or com dielétrico de ar não apresenta perdas
apreciáveis e o fator de potência é zero. Um capacitar de mica tendo uma constante die·
létrica igual a 7 e um fator de potência igual a 0,0001 tem relativamente pouca perda e
baixo aquecimento dielétrico em altas tensões e freqüências.
O produto da constante dielétrica e o fator de potência é chamado FATOR DE
PERDAS. O fator de perdas é baixo para os bons dielétricos que operam sem muito aque-
cimento dielétrico. O fator de perda é a melhor indicação de habilitação do material
para suportar altas tensões em altas freqüências. O fator de perdas para o capacitar de
mica previamente mencionado é de 7 X 0,0001 = 0,0007. O fator de perdas para dielé·
tricos de ar é zero porque o fator de potência é zero.
O circuito equivalente para um caP.acitor com baixo fator de potência é mostrado
na figura 13-8. O circuito é obtido assunúndo-se a existência de um capacitar com capa-
cidade igual ao capacitar original mas sem qualquer perda (fator de potência zero), ligado
(1) em s:eRIE com um resistor que representa a mesma perda de potência verdadeira
apresentada pelo capacitar original;e (2) wn capacitar de capacitância igual ao original
mas sem perdas (fator de potência zero) ligado em PARALELO com um resistor onde
..
,.......::.:.,-.....,.. {
0
9•87+
(8)
Capacitar com Circuito série
baixa perda equivalente
et =87••
(Ol Circuito
paralelo
Vetor de potência
equivalente
Fls.13-8.- Circuitos equivalentes de um
capacitar de baixa perda.
320
se desenvolve a mesma perda em potência verdadeira do capacitar original. A capaci-
tância do capacitar, neste exemplo, é de 66,4 microfarads. O fator de potência do capa-
citar é cos 8 = 0,05. A tensa-o eficaz é 200 volts e a corrente do capacitar é 5 amperes.
O circuito série equivalente é mostrado na figura 13-8 (B). Na freqüência de opera-
çã'o, 60 hertz, a reatância capacitiva é:
1 1
Xc = 2
1rfC = , X X , X _ 6 = 40 ohms (aproximadamente)
6 28 60 66 4 10
E 200
Zt = - = -- = 40
ohms lt 5
Rse 2
40 = o,os ,
cos 8t = =
Zt
ou 5 por cento. Neste exemplo, como no indutor de baixa perda da figura 13·3, Zt é
aproximadamente igual a Xc, e o
co-seno
Como
xc 40
tangente 8t = Rse = 2 = 20,
segue-se que
1
co-seno 8t=----
tangente 8
2
-=005
40 ,
321
O ângulo cujo co-seno é 0,05 pode ser determinado de maneira bem aproximada
pela relação descrita entre o fator de potência e o ângulo complementar em radianos.
Neste exemplo, o ângulo complementar pelo qual a corrente deixa de estar 90° fora de
fase com a tensã'o é 0,05 radianos, ou seja, 0,05 X 57,3° = 2,865° e 8 = 90°-2,865° =
= 87,135°. Este ângulo é indicado em todos os diagramas vetoriais da figura 13-8 como
arredondado para 87°.
O circuito paralelo equivalente para o capacitar de 66,4 microfarads discutido neste
exemplo é mostrado na figura 13-8 (D). A resistência série equivalente e a resistência
paralela equivalente se relacionam com os circuitos dos capacitares equivalentes da mes-
ma maneira que Rse e Rsh se relacionam com os circuitos dos indutores de baixa perda
da figura 13-3. Esta relaçã'o foi definida na equação 13-5. Dessa maneira, no circuito do
capacitar,
E 200
11 = = -- = O 25 am..ares
Rsh 800 , .1:"' ,
e é a base do triângulo de corrente (figura 13-8 E). A corrente não energética no ramo
capacitivo é:
E 200
l2 = Xc = 40 = 5 amperes,
e é a altura do triângulo de corrente. A corrente total no circuito paralelo é igual a:
322
A potência reativa pode ser calculada também de diversas maneiras. Três métodos
sã'o mostrados a seguir.
1. VARS = Etltsen 8t = 200 X 5 X (sen 87° = I) = 1000 VARS (figura 13·8 A).
A potência reativa de 1000 VARS é a altura do triângulo de potência (figura 13-8 F).
A potência aparente do capacitar pode ser calculada como abaixo:
1 1
Xc = --= = 40ohms
2?TfC 6,28 X 50 X 79,6 X 10"6
Rz 30
cose 2 = -= -= 06
Z2 50 '
E 150
11 = Z: = 7s = 2 ampêres,
323
e é uma porção da base do triângulo retângulo equivalente em fase com o valor OE da
tensão na linha horizontal de referência. A corrente está em fase com a tensão aplicada
porque nã"o há reatância presente no ramo 1.
A corrente no ramo 2 é:
E 150
12 = - = --= 3
ampêres
Z2 so
e é a hipotenusa do triângulo retângulo, cuja base é h cos 8 2 = 3 (cos 53,1o = 0,6) =
= 1,8 amperes (corrente energética) e cuja altura é h sen 8 2 = 3 (sen 53,1° = 0,8) =
= 2,4 ampêres (corrente não energética). A corrente total é a soma vetorial de 11 e h e
é a hipotenusa do triângulo retângulo equivalente cuja base é a soma aritmética das cor-
rentes do ramo 1 e do componente energético do ramo 2, ou 2 + 1,8 = 3,8 arnpêres.
A altura do triângulo equivalente é igual à corrente não energética do ramo 2 ou 2,4
ampêres. A corrente total no circuito paralelo é:
E 150
Zt = =-4,5 = 33,3 oluns
lt
E
lmpedância série
Circuito equivalente
!A) !C)
EJ I·
.
Circuito série
equivalente
(0)
R,.•2aJSn
xe,4• H.en
Ceq,•179 t'f
323
tes defasadas de 53,1•.
326
de resistência e está em fase com o vetor referência horizontal da corrente para o cir·
cuito série equivalente (figura 13-9 D). A altura do triângulo é:
As relações de potência são mostradas na figura 13-9 (E). A potência aparente total
do circuito é:
I? R 1 = 22 X 75 = 300 watts
A potência verdadeira no ramo 2 é:
P verdadeira 270
= - = 06
P aparente 450 '
E 120
12 = = -- = 5 ampêres
zl 24
326
e é a hipotenusa do triângulo de corrente para o ramo 2. O ângulo de fase de atraso da
corrente com relaçã'o à tensll'o aplicada é o ângulo cujo co-seno é:
R2 6,6
- =-
=0275
Z2 24 •
12 nã'o enetg = 12 sen 74° = 5 (sen 74° = 0,962) = 4,8 ampêres (aprox.),
e é representado para baixo do vetor horizontal de tensão referência para indicar atraso
na corrente.
A reatáncia capacitiva no ramo 3 é:
1 1
Xc = --= = 60 ohms
21rfC 6,28 X 60 X 44,3 X 10- 6
E 120
13 não energ = = -- = 2 ampêres
-z3 60
4 + 1,38
cos 8t =· = 0,888
6,06
325
8t = 27,5° e a corrente total do circuito se atrasa da tensão aplicada de um ângulo igual
a 27,5°.
E 120
Zt = - = -- = 19,8 ohms
lt 6,06
®
L•0.061:]_
C• 44.3f 12 i'len -13 il en •2.8o
12 •5o Fator de
potência 0%
13 •20 13 il en •2o
E•120V
60 ·
R1 q •17.6.1l
Circuito série
Vetores de impedância equivalente
CC) (D)
327
Potência e fator de potência
A potência verdadeira do ci rcuito paralelo, figura 13-10 (A) é a soma aritmética
da potência absorvida em cada ramo. A potência verdadeira no ramo 1 é:
P verdadeira 645
cos 8t = P aparente
= --= 0888
727,2 ,
A eficiência de transmissão é:
P saída 5000
- - --= -- = 7 1,4 por cento
- -
328
P saida + perdas 5000 + 2000
329
Se um capacitor com isolamento para 1000 volts, de perdas desprezíveis e corrente em
avanço de 8,66 amperes for ligado em paralelo com a carga de característica indutiva,
figura 13-11 (B), a corrente total da linha será reduzida de 10 amperes para 5 amperes.
Os vetores de corrente são mostrados na figura 13-11 (C). O componente não ener-
gético da corrente no ramo indutivo é lff energ = I sen 8 = 1O (sen 60° = 0,866) = 8,66
amperes (em atraso) e está 180° fora de fase com a corrente do capacitor de 8,66 amperes
(em avanço). Essas correntes circulam entre o capacitor e a carga indutiva e não entram
na linha. A soma vetorial da corrente no capacitor e a corrente total da carga indutiva
é igual à corrente da linha {lt = 5 amperes), e no diagrama vetorial é representada como
sendo a diagonal do paralelogramo cujos lados são representados pelas correntes nos
dois ramos. O vetor de corrente da linha, lt, está na mesma linha horizontal de referência
com o vetor da tensão da carga, indicando que a corrente da linha está em fase com a
tensão que é aplicada à combinação paralela composta da carga indutiva e do capacitor.
20/\
'''
P•
L El"lOOOw
'' \
\
1•100
FP •5o.,.. \
\
Iç•866o \
Carga indutiva \
CAl '
o\,----..:.1,,::....-_,_.=E.J,L--
201\
!•8.660
i'l en
(ATRASO)
-- 5-
000
--= 91 por cento
5000 + 500
I! indiscutível
a melhoria na eficiência de operação da linha e da carga. A condição apre-
sentada envolve a permuta de energia entre os ramos indutivo e capacitivo, processo
esse conhecido como ressonância paralela.
330
Na figura 13-12 (A), a tensã'o aplicada na carga é reduzida de 100 para 50 volts
pela ação de um resistor de queda. A corrente no circuito é 10 ampêres, e a tensão através
do resistor de queda é 50 volts. Com esse arranjo, a potência de entrada para o circuito é
dividido igualmente entre o resistor e a carga. A eficiência do circuito é:
saída 500
Et = X 100 = X 100 = 50 por cento
saída+ perdas 500 + 500
E carga 50
cos o= = -- = o 5
E fonte 100 '
logo, O= 60°.
Na figura 13-12 (D), o fator de potência do circuito é aumentado até a unidade
pela adição de um capacitor com baixa perda que fornece uma corrente, em avanço, de
8,66 amperes. Essa corrente fornece o componente não energético da corrente ao ramo
que contém o indutor e a carga e reduz a corrente da linha de 10 para 5 ampêres.
Os vetores de corrente são mostrados na figura 13-12 (E). A corrente no capaci-
tor é de 8,66 ampêres e é representada pelo vetor que se projeta para cima do vetor
horizontal de tensão-referência para indicar um avanço de 90°. A corrente do ramo
indutivo (carga) se projeta para baixo do eixo horizontal fazendo um ângulo de atraso
igual a 60°. A soma vetorial dessas correntes é a diagonal do paralelogramo do qual as
correntes dos ramos são os lados, e é um vetor horizontal de 5 ampêres em fase com a
fonte de tensão. Assim, o fator de potência do circuito paralelo é a unidade e a corrente
da linha é reduzida de 10 para 5 ampêres.
330
lXL•866V
Ic•8.66o
(avanço)
;
,..,
I FI eria.66o
(atraso) t
Fator de potência, unidade Vetores de corrente
(D) (E)
nimo requerido para fornecer 500 watts de potência (50 volts-10 ampêres) para a carga,
e a eficiência do circuito é alta. O controle indutivo, sozinho, fornece o meio para se
reduzir a tensão na carga, simplesmente mudando a fase da tensão na carga com relação à
tensão aplicada. A adição do capacitor reduz a corrente na linha sem alterar a corrente na
carga, e isso reduz as perdas na linha. Com a adição do capacitor, o fator de potência do
circuito é aumentado até próximo da wúdade. Na maioria dos circuitos não é econô·
mico aumentar o fator de potência até a wúdade. Interessa sim, aumentá-lo, por exemplo,
de 50 por cento em atraso, para 85 por cento em atraso. A redução das perdas na linha
é mais pronunciada nessa faixa, e qualquer redução das perdas além dessa, não justifica
a adição de um capacitor maior, que custa relativamente caro, somente para trazer o fator
de potência de 85 por cento para a wúdade.
331
um trabalho para mover os elétrons através da resistência do condutor. A energia conver-
tida em calor é dissipada e n[o retoma ao circuito. Conclui-se, portanto, que os elemen-
tos reativos puros n:ro consomem energia. A energia fica armazenada no campo elétrico
ou magnético e é devolvido periodicamente ao circuito, fato que não ocorre com os ele-
mentos resistivos que a dissipa na forma de calor.
Em virtude de ser a resistência a única qúalidade de um circuito capaz de con-
sumir energia elétrica, toda a energia dispendida em qualquer circuito pode ser identi-
ficada, em termos elétricos, como sendo dissipada na resistência efetiva. A resistência
efetiva, Rca, de qualquer circuito pode ser definida como sendo a relação entre a potên-
cia verdadeira absorvida pelo circuito e o quadrado da corrente eficaz que flui no cir·
cuito, ou seja,
p 1000
Rca = -= - -=
lOoluns
J2 102
E 110
Z = -= -- = 11 ohms
I 10
Tendo urna componente resistiva de 10 ohms.
A natureza das diversas conversões de energia que se processam dentro do motor são
importantes somente quando o motor em si é analisado. Sob esse ponto de vista, um
motor, uma lâmpada elétrica, um alto-falante, uma válvula eletrônica ou qualquer outro
dispositivo elétrico pode ser considerado como um circuito equivalente que contém os
componentes fundamentais de indutância, capacitância e resistência. A energia dispen-
dida no circuito é sempre interpretada em termos de resistência efetiva.
332
A energia dispendida em qualquer dispositivo elétrico pode ser dividida em duas
partes (1) aquela que é convertida de forma a ter aplicação útil; e {2) aquela que é con-
vertida para forma inútil. Nenhuma máquina já construída é capaz de fazer conversão
perfeita de energia, isto é, não existe máquina que não apresente perdas ao efetuar a con-
versão. Em um motor elétrico, por exemplo, existe o atrito nos rolamentos e as perdas
por aquecimento nos enrolamentos oomo resultado do fluxo de corrente através do com-
ponente resistivo existente no enrolamento.
A possibilidade de desperdício de energia nos circuitos CA é maior do que nos cir-
cuitos CC. As perdas nos circuitos CA incluem: {I) perda na resistência ôhmica;{2) perda
pelo efeito pelicular; {3) perdas por correntes parasitas;{4) perdas dielétricas; (5) perdas
por histereses magnéticas;(6) perdas por corona;e {7) perda por irradiação.
333
neira que a resistência efetiva aumenta com o aumento de freqüência. Quando dois ou
mais condutores conduzindo corrente alternada são dispostos de maneira que o campo
magnético de um entra em reação com o campo do outro, o campo resultante em torno
de cada condutor não fica mais uniforme. A mudança na distribuição da corrente em um
condutor, devido à ação da corrente alternada em um condutor próximo, é chamado
EFEITO DE PROXIMIDADE.
O efeito de proximidade diminui quando a separação entre os condutores aumenta.
Assim, para reduzir a resistência efetiva nas bobinas de radiofreqüência, é prática comum
espaçar as espiras de uma distância igual ao diâmetro do condutor. Isso diminui a reação
entre os campos magnéticos de espiras adjacentes e permite uma distribuição mais unifor-
me de corrente sobre uma área maior na seção reta de cada espira.
A indutância de uma bobina com núcleo de ar, operando na freqüência de 60
ciclos por segundo, é aumentada de muitas vezes quando um núcleo de aço silício larni·
nado é inserido na bobina. O aumento ocorre em virtude da alta permeabilidade das
lâminas do núcleo. Devido ao aumento na intensidade do campo, há também um aumento
no efeito pelicular. Em aditamento ao aumento desse efeito, a resistência CA efetiva será
aumentada em virtude da perda por histereses no núcleo. Assim, se a bobina é ligada a
uma fonte de potencial CA constante, a corrente na bobina diminuirá quando o núcleo
de ferro é inserido (1) por causa de um pequeno aumento na resistência efetiva e (2) um
grande aumento na reatância da bobina. Se o núcleo de aço larninado é retirado, e uma
peça maciça de aço é inserida no seu lugar, a resistência efetiva é ainda maior devido às
maiores perdas por correntes parasitas e a maior perda por histerese do aço maciço. Um
wattímetro inserido no circuito da bobina indicará esse aumento na resistência efetiva
por meio de uma maior deflexã'o do ponteiro quando o núcleo maciço é inserido subs-
tituindo o núcleo larninado.
Certos tipos de bobinas que operam em freqüência da ordem de 100 megahertz
usam núcleo de ferro polvilhado prensado a fim de limitar a resistência efetiva da bobina a
um valor satisfatoriamente baixo. As partículas de pó de ferro são separadas uma das
outras por uma camada isolante , de maneira que quando comprimidas na forma cilíndrica
e inseridas na bobina, a tensão induzida em cada partícula de ferro é tão pequena em rela-
ção à resistência do percurso para a corrente parasita que a perda por aquecimento é
desprezível. As perdas por correntes parasitas são reduzidas nas armaduras de motores
e geradores que usam condutores de tamanho grande construindo-se os condutores na
forma de lâminas isoladas uma das outras, tal como é feito com o núcleo da armadura.
Dessa maneira, pode-se reduzir a resistência efetiva dos condutores da armadura.
334
trico produz serviço útil. Trata-se de um processo para colagem de lâminas de madeira
na fabricaçã"o de compensados. As lâminas devidamente preparadas com cola são compri-
midas entre as placas de um capacitor gigante e é aplicada uma tensão de alta freqüência
entre as placas. A corrente de deslocamento produz aquecimento de dentro para fora,
pennitindo secagem muito mais rápida do que o processo que envolve a aplicaçã"o externa
de vapor para a secagem.
335