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CAPITULO 1

Eletricidade Estática

1.1 O Átomo

Tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço é matéria. A matéria é constituída por
partículas muito pequenas chamada de átomos. Os átomos por sua vez são constituídos por
partículas subatômicas: elétron, próton e nêutron, sendo que o elétron é a carga negativa (-)
fundamental da eletricidade e estão girando ao redor do núcleo do átomo em trajetórias
concêntricas denominadas de órbitas.
O próton é a carga positiva (+), fundamental da eletricidade e estão no núcleo do átomo.
Também no núcleo é encontrado o nêutron, carga neutra fundamental da eletricidade.

No seu estado natural um átomo está sempre em equilíbrio, ou seja, contém o mesmo
número de prótons e elétrons. Como cargas contrárias se anulam, e o elétron e próton possuem o
mesmo valor absoluto de carga elétrica, isto torna o átomo natural num átomo neutro.

Leis das Cargas Elétricas


Alguns átomos são capazes de ceder elétrons e outros são capazes de receber elétrons.
Quando isto ocorre, a distribuição positiva e negativa que era igual deixa de existir. Um corpo
passa a ter excesso e outro falta de elétrons.
O corpo com excesso de elétrons passa a ter uma carga com polaridade negativa, e o corpo
com falta de elétrons terá uma carga com polaridade positiva.

 CARGAS ELÉTRICAS IGUAIS SE REPELEM.


 CARGAS OPOSTAS SE ATRAEM.

É possível, porém, retirar ou acrescentar elétrons aos átomos de um corpo. Quando isso
acontece, passa a existir uma diferença de cargas elétricas no átomo. Dizemos, então, que o
átomo está eletrizado ou ionizado. Quando um átomo perde ou recebe elétrons, terá a seguinte

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classificação: se ficar com falta de elétrons, será um Íon positivo ou cátion; porem se ficar com
excesso de elétrons, será um Íon negativo ou Ânion. Para esclarecimento, vejamos os seguintes
exemplos:
Um átomo de ferro tem 26 prótons e 26 elétrons. Se ele perder 3 elétrons, ficará com 26
prótons (carga positiva) e 23 elétrons (carga negativa) e será um Íon positivo ou Cátion. Se o
átomo de ferro receber 3 elétrons, ficará com 26 prótons (carga positiva) e 29 elétrons (carga
negativa) e será Íon negativo ou Ânion.
Há vários Processos para desequilibrar as cargas elétricas dos átomos de um corpo, criando
uma diferença de potencial cuja tensão elétrica será tanto maior quanto maior for à diferença das
cargas.

1.2 O Coulomb
A quantidade de carga elétrica que um corpo possui é dada pela diferença entre o número
de prótons e o número de elétrons que o corpo tem.
A quantidade de carga elétrica é representada pela letra Q, e é expresso na unidade
COULOMB (C). A carga de 1C = 6,25x10¹⁸ elétrons. Dizer que um corpo possui de um Coulomb
negativo (-Q), significam que um corpo possui 6,25x1018 mais elétrons que prótons.

1.3 Campo Eletrostático


Toda carga elétrica tem capacidade de exercer força. Isto se faz presente no campo
eletrostático que envolve cada corpo carregado. Quando corpos com polaridades opostas são
colocados próximos um do outro, o campo eletrostático se concentra na região compreendida
entre eles. Se um elétron for abandonado no ponto no interior desse campo, ele será repelido
pela carga negativa e atraído pela carga positiva. Quando não há transferência imediata de
elétrons do/para um corpo carregado, diz-se que a carga esta em repouso. A eletricidade em
repouso é chamada de eletricidade estática.

1.4 Diferença de Potencial


Em virtude da força do seu campo eletrostático, uma carga é capaz de realizar trabalho ao
deslocar outra carga por atração ou repulsão. Essa capacidade é chamada de potencial. Cargas
diferentes produzem uma d.d.p.(diferença de potencial). A soma das diferenças de potencial de
todas as cargas do campo eletrostático é conhecida como Força Eletromotriz (F.E.M.). A sua
unidade fundamental é o Volt. A diferença de potencial é chamada também de Tensão Elétrica. A
tensão elétrica é representada pela letra “E” ou “U”.

1.5 Materiais Condutores e Isolantes.


Todos os materiais oferecem certa oposição à passagem da corrente elétrica (resistência
elétrica); no entanto dependendo da substância do material, essa oposição é maior ou menor,
sendo que alguns materiais praticamente não permitem a passagem da corrente elétrica.

- Os materiais que oferecem pouca oposição à passagem da corrente elétrica são chamados
de materiais condutores.
Ex: Prata, cobre, alumínio e etc.

- Os materiais que praticamente não permitem passagem da corrente elétrica chamaram de


materiais isolantes.
Ex: Vidro, borracha, porcelana.

A razão da maior ou menor oposição oferecida à passagem da corrente elétrica tem sua
explicação na estrutura dos átomos. Em alguns materiais, os elétrons em órbitas mais afastadas
sofrem pouca atração do núcleo, tendo facilidade de se deslocar de um átomo para outro átomo,
num rodízio desordenado, sendo chamados de elétrons livres. Os elétrons livres são numerosos
nos materiais condutores e praticamente inexistentes nos materiais isolantes.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Eletrodinâmica

2.1 Corrente Elétrica.


Determinados materiais, quando são submetidos a uma fonte de força eletromotriz,
permitem uma movimentação sistemática de elétrons de um átomo a outro, e é este fenômeno
que é denominado de corrente elétrica. Pode-se dizer, então que cargas elétricas em movimento
ordenado formam a corrente elétrica, ou seja, corrente elétrico é o fluxo de elétrons em um meio
condutor. A corrente elétrica é representada pela letra I e sua unidade fundamental é o Ampère.
Define-se 1A como sendo deslocamento de 1C (6,25×10¹⁸ ) e através de um condutor
durante um intervalo de 1s.

A definição matemática da intensidade de corrente elétrica é dada por:


I= T
Q
Onde:
I = corrente elétrica em ampère;
Q = carga em Coulomb;
T = tempo em segundos.

2.1.1 Fluxo de Corrente


Se ligarmos às duas extremidades de um fio de cobre, a uma diferença de potencial, a
tensão aplicada faz com que os elétrons se desloquem. Esse deslocamento consiste num
movimento de elétrons a partir do ponto de carga negativa numa extremidade do fio, seguindo
através deste e chegando à carga positiva na outra extremidade. O sentido do movimento de
elétrons é de negativo (–) para positivo (+). Este é o fluxo de elétrons. No entanto para estudos
convencionou-se dizer que o deslocamento dos elétrons é do positivo (+) para o negativo (–)
Este é o chamado fluxo convencional da corrente elétrica.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Exercícios
1. Em uma seção transversal de um fio condutor circula uma carga de 10C a cada 2s. Qual a
intensidade de corrente?

2. Um fio percorrido por uma corrente de 1A deve conduzir através da sua seção transversal
uma carga de 3,6C. Qual o tempo necessário para isto?

3. Qual a carga acumulada quando uma corrente de 5A carrega um isolante durante 5s?

4. Definir o que vem a ser matéria.

5. Definir átomo.

6. Como são distribuídos os prótons, nêutrons e elétrons no átomo?

7. O que é equilíbrio de cargas elétricas?

8. Definir átomo eletrizado ou ionizado.

9. Quais são os nomes dos átomos ionizados ou eletrizados?

10. Qual a unidade de medida de tensão elétrica e qual o equipamento utilizado para medir?

11. Qual a unidade de medida de corrente elétrica e qual o equipamento para medi-la?

12. Qual a unidade de medida de cargas elétricas?

13. Definir corrente elétrica.

14. Definir tensão elétrica.

15. Quais os sentidos da corrente elétrica e sua definição?

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CAPITULO 2

Grandezas Elétricas

1- Tensão Elétrica
Sempre que há uma diferença de potencial (d.d.p.), existe uma tensão tendendo a
restabelecer o equilíbrio. Podemos demonstrar isso facilmente, pôr meio de duas vasilhas com
água, ligadas por um tubo com registro.

Na figura acima a água das vasilhas está no mesmo nível, não havendo diferença de
potencial entre as mesmas. Se abrirmos o registro, não haverá fluxo de água de uma para a
outra.

Na figura acima o nível da água na vasilha A é superior ao da vasilha B, existindo uma


diferença de potencial entre as mesmas. Se abrirmos o registro, haverá fluxo de água de A para
B, até que a água fique no mesmo nível nas duas vasilhas.
Do exposto podemos verificar que a diferença de potencial hidráulico (da água) provocou
uma tensão hidráulica.

2- Medida da Tensão Elétrica


Vimos que sempre se modifica a estrutura dos átomos de um corpo, este fica eletrizado. Se
tivermos dois corpos com cargas elétricas diferentes, haverá entre eles uma diferença de
potencial (d.d.p.) elétrico, da mesma forma que houve uma diferença de potencial hidráulico no
caso das vasilhas.
É importante, em todos os campos de aplicação da eletricidade, sabermos o valor da tensão
da d.d.p. Para isso, existe uma unidade de medida, que é o Volt, e um instrumento para medi-la
é o voltímetro.

3- Corrente Elétrica
Quando um átomo está ionizado, sua tendência é voltar ao estado de equilíbrio.
Evidentemente, um corpo eletrizado tende a perder sua carga, libertando-se dos elétrons em
excesso, ou procurando adquirir os elétrons que lhe faltam. Concluímos, então, que basta unir
corpos com cargas elétricas diferentes para que se estabeleça um fluxo de elétrons, que
chamamos CORRENTE ELÉTRICA.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Falar em elétrons que passam pôr segundo num condutor é impraticável, pois os números
envolvidos nos problemas seriam enormes. A fim de se eliminar esses inconvenientes, fez-se uso
de uma unidade de carga elétrica – COLOUMB (C) – que corresponde a 6,28 x 1018 elétrons.
A intensidade de corrente elétrica é medida em AMPERE e corresponde à quantidade de
COLOUMBS que passa pôr segundo em um condutor. Uma intensidade de 1 Coulomb pôr segundo
equivale a um ampère (1A). O instrumento que mede a intensidade de corrente é o
AMPERÍMETRO.

NOTA:
Corrente Elétrica: É o fluxo de elétrons em movimento no condutor.

Tensão Elétrica: É a força que desloca os elétrons.

4- Resistividade Elétrica
Define-se resistência como sendo a capacidade de um fio condutor ser opor a passagem de
corrente elétrica através de sua estrutura. Verifica-se Experimentalmente que a resistência
elétrica de um resistor depende do material que o constitui e de suas dimensões.
A energia elétrica pode ser convertida em outras formas de energia. Quando os elétrons
caminham no interior de um condutor, eles se chocam contra os átomos do material de que é
feito o fio. Nestes choques, parte da energia cinética de cada elétron se transfere aos átomos que
começam a vibrar mais intensamente. No entanto, um aumento de vibração significa um
aumento de temperatura.
O aquecimento provocado pela maior vibração dos átomos é um fenômeno físico a que
damos o nome de efeito joule. É devido a este efeito joule que a lâmpada de filamento emite
luz. Inúmeras são as aplicações práticas destes fenômenos. Exemplos: chuveiro, ferro de passar
roupas, ferro de solda, fusível, etc...
O efeito joule é o fenômeno responsável pelo consumo de energia elétrica do circuito,
quando essa energia se transforma em calor. O componente que realiza essa transformação é o
resistor, que possui a capacidade de se opor ao fluxo de elétrons (corrente elétrica).

5- Escala de Unidades de Grandezas:

Pico Nano Micro Mili Unidade Kilo Mega Giga Tera

10-12 10-9 10-6 10-3 100 103 106 109 1012

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EXERCÍCIOS.

1. Converter 2,1V em milivolts.

2. Converter 2500 V em Kilovolts

3. Converter 356 mV em Volts.

4. Converter 50. 000 Ω em MΩ.

5. Converter 8,2 KΩ em Ω.

6. Converter 680 KΩ em MΩ.

7. Converter 47.000 Ω em KΩ.

8. Converter 100.000 Ω em KΩ.

9. Converter 12.000 KΩ em Ω.

10. Converter 0,006 A em mA.

11. Converter 2 A em mA.

12. Converter 1.327 m em A.

13. Converter 20.000μA em A.

14. Converter 0,25 mA em A.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
CAPITULO 3

Lei de Ohms

Nos circuitos elétricos, os valores da tensão, corrente e resistência estão proporcionalmente


relacionados entre si por uma lei fundamental da eletricidade, denominada ”Lei de OHM”.
A lei OHM determina a seguinte relação: ”A corrente elétrica num circuito é diretamente
proporcional à tensão aplicada e inversamente proporcional à resistência do circuito”.
A Lei de Ohm é expressa pela seguinte fórmula:
V= R X I
Obtemos da mesma Lei outras duas expressões:
R = V/I e I = V/R

Verificamos que a corrente varia no mesmo sentido da variação da tensão.


“QUANTO MAIOR A TENSAO, MAIOR SERÁ A CORRENTE”.
“QUANTO MENOR A TENSÃO MENOR SERÁ A CORRENTE”.
Se mantivermos a tensão fixa e variarmos a resistência...

Verificamos que a corrente varia em sentido oposto à variação da resistência.


“QUANTO MAIOR A RESISTÊNCIA, MENOR SERÁ A CORRENTE”.
“QUANTO MENOR A RESISTÊNCIA MAIOR SERÁ A CORRENTE”
Portanto:
A intensidade de corrente varia diretamente proporcional a Tensão “V” ou inversamente
proporcional a Resistência “R”.
A esta relação chamamos de LEI DE OHM, e também escrita:

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Exercícios.

1) Calcule a corrente elétrica que circula no circuito, quando a fonte geradora for de 120V e
a resistência for de 30Ω.

2) Calcule a resistência elétrica do circuito, quando a fonte geradora for de 220V e a


intensidade de corrente for 11A.

3) Calcule a tensão no circuito, quando a corrente for de 3,5A e a resistência elétrica for 20Ω.

4) Uma lâmpada elétrica foi ligada em uma tensão de 120V, consome 1,0A. Qual a
resistência do filamento da lâmpada?

5) Calcule a DDP que dever ser aplicada nos terminais de um condutor de resistência igual a
100Ω para que ele seja percorrido pôr uma corrente de intensidade igual a 1,2A

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Potência elétrica

Quando ligamos um aparelho ou uma máquina elétrica a uma fonte de eletricidade, produz-
se certa quantidade de ”trabalho”, à custa da energia elétrica que se transforma.
Por exemplo: O motor de um ventilador transforma a energia elétrica em energia
mecânica, provocando um giro do hélice consequente circulação forçada do ar. O aquecimento do
ferro de passar roupa se processa porque na resistência do mesmo, se verifica uma
transformação de energia elétrica em energia térmica (calor).
Ainda como exemplo, temos a lâmpada que, através de um filamento interno, transforma a
energia elétrica em energia luminosa. Logo, Potência elétrica ou mecânica é a rapidez com
que se faz trabalho.
Podemos considerar, para facilitar o entendimento, como capacidade de produzir trabalho
que uma carga possui.
A potência de uma carga depende de outras grandezas, que são: R (resistência) e V (tensão
aplicada). Uma vez aplicada uma tensão à resistência, teremos a corrente I. Assim, podemos
dizer que a potência também depende da corrente.
Então Temos:
P = R X I²
Aprenderemos mais à segunda equação P=V x I onde:
V → volts
I → ampères

A unidade de medida da potência elétrica é o WATT (W).

Normalmente usamos os múltiplos do watt:


1 kW = 1.000 W e 1 MW = 1.000.000 W
O aparelho de medida da potência elétrica é o wattímetro:

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Exercícios

1) A corrente através de um resistor de 100 Ω a ser usado num circuito é de 0,20A calcule a
potência do resistor.

2) Quantos quilowatts de potência são liberados a um circuito pôr um gerador de 240 V, que
fornece 20 A, a um determinado circuito.

3) A tensão em um determinado resistor de 25.000 Ω é de 500 V. Qual a potência dissipada


neste resistor?

4) Que tensão deve ser aplicada a um aquecedor de 600 W, para que solicite uma corrente de 12
A.

5) Qual é a potência de uma lâmpada ligada a uma bateria de 12 volts que consome uma
corrente de 5,5 ampères?

6) Qual é a corrente consumida em uma lâmpada de 25 Watts ligada numa bateria de 6 volts?

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
CAPITULO 4

1- Associação de Resistores

I - Associação em Série

Quando resistores são conectados de forma que a saída de um se conecte a entrada de


outro e assim sucessivamente em uma única linha, diz-se que os mesmos estão formando uma
ligação série.

Neste tipo de ligação a corrente que circula tem o mesmo valor em todos os resistores da
associação, mas a tensão aplicada se divide proporcionalmente em cada resistor.
Os resistores que compõem a série podem ser substituídos por um único resistor chamado de
Resistor Equivalente.
E = E1 + E 2 + E3 IT= I1 = I2 = I3

A Req de uma associação em série é igual à soma das resistências dos resistores.
R eq R1  R2  R3

II - Associação em Paralelo

Quando a ligação entre resistores é feita de modo que o início de um resistor é ligado ao
início de outro, e o terminal final do primeiro ao termina final do segundo, caracteriza-se uma
ligação paralela.
Neste tipo de ligação, a corrente do circuito tem mais um caminho para circular, sendo
assim ela se divide inversamente proporcional ao valor do resistor. Já a tensão aplicada é a
mesma a todos os resistores envolvidos na ligação paralela.

Analisando o circuito vemos que: t 12 3 Pela Lei de Ohm temos que a corrente
elétrica é igual a tensão dividido pela resistência, então:


R R1 R2 R3

Como a tensão é a mesma, e é comum a todos os termos da igualdade, ela pode ser
simplificada, restando então:
1  1  1  1
Req R1 R2 R3
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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
O inverso da Req de uma associação em paralelo é igual à soma dos inversos das resistências dos
resistores.

Para dois resistores em paralelo é possível calcular a Req através de outra fórmula:

Req. R1 x R2
R1  R2

III - Associação Mista

É o caso mais encontrado em circuitos eletrônicos. Neste caso há resistores ligados em série
e interligados a outros em paralelo. Para se chegar a Req, faz-se o cálculo das associações série e
paralelo ordenadamente, sem nunca “misturar” o cálculo, ou seja, associar um resistor em série a
outro esteja numa ligação paralela.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Exercícios:

1) Calcule a resistência equivalente dos circuitos abaixo.

a) Dados: R 1= 20; R2 = 13; R3 = 5



b) Dados: R 1= 2; R2 = 6; R3 = 2; R4 = 4; R5 = 3

c) Dados: R1 = R5 = 4; R2 = R 3= R 4= 3

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Circuito elétrico.

É o caminho percorrido pela corrente elétrica.


No circuito elétrico, é importante determinar a função de cada componente, para que se
possa entender o seu funcionamento.

2 - Componentes Básicos de um Circuito Elétrico

I - Fonte Geradora
É o componente onde a energia elétrica é gerada.
Ex: Baterias, geradores, rede elétrica etc...

II - Condutores
São os componentes que conduzem a corrente elétrica da fonte geradora para os
receptores.
Ex: Fio de cobre.

III – Receptores
São os componentes que utilizam a corrente elétrica para produzir trabalho.

IV- Chave ou interruptor


É o componente que abre e fecha o circuito elétrico.

3 - Funcionamento do circuito elétrico.


Quando a chave está fechada, a corrente elétrica circula da fonte geradora para o receptor
retornando a fonte. Esse processo permanece, até que o circuito seja aberto ou a fonte pare de
gerar energia elétrica.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
CAPITULO 5

Tensão Alternada
A corrente elétrica que estudamos até agora é chamada corrente contínua (CC). Assim
chamamos todo tipo de corrente que não muda de sentido no decorrer do tempo.

Uma corrente alternada é uma corrente variável que percorre os condutores, tanto em um
sentido quanto no outro.
A tensão alternada é produzida girando uma bobina. À medida que a bobina corta as linhas
de força entre os pólos magnéticos, produz-se uma tensão alternada. Essa tensão varia de zero
até o valor de pico e volta a zero conforme uma senóide. Assim é produzida a eletricidade nas
usinas hidrelétricas. A geração ocorre quando um condutor se movimenta num campo magnético,
induzindo uma tensão nesse condutor. Esta tensão depende da intensidade do campo magnético,
da velocidade do condutor e da direção em que se movimenta o condutor. A senóide é obtida pelo
movimento de rotação do condutor.

No caso de geração de C.A., a forma de onda é senoidal.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Geração e Transmissão de Energia Elétrica.

Vantagens da corrente alternada: ela pode ser transmitida a grandes distâncias, sem grandes
perdas. Para isso, pode-se elevar e diminuir a tensão por meio de transformadores.

1- Características da Tensão e da Corrente Alternada

I - Período (T) - O tempo gasto para completar um ciclo da onda e é medido em segundos (s).

II - Freqüência (F) – corresponde ao número de ciclos que se repetem em um segundo. A


unidade de medida de freqüência é o Hertz (Hz).
1Hz (Hertz) representa o número de vezes que cada ciclo da corrente alternada se repete em 1
segundo.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
III - Tensão e Corrente - Durante um ciclo, a corrente e a tensão tomam valores diferentes de
instante a instante: esses são ditos valores momentâneos ou instantâneos, dentre os quais
cumpre destacar o valor máximo (Imáx. ou Emax.). Entretanto, na prática, não é o valor máximo
o empregado, e sim o valor eficaz. Pôr exemplo, um motor absorve uma corrente de 5A, que é o
valor eficaz. Define-se como valor eficaz de uma corrente alternada o valor de uma corrente
contínua que produzisse a mesma quantidade de calor na mesma resistência.

Valor eficaz (Vef ) - também chamado de RMS (root mean square), é o valor que produz o
mesmo efeito que um valor em corrente contínua faria. É igual a 0,707 vezes o valor de pico
(Vm). A maioria dos instrumentos de medida é calibrada em unidades eficazes ou médio-
quadráticas, o que permite a comparação direta dos valores CC e CA.

2 - Potência em Corrente Alternada

Em C.C. (corrente contínua) verificamos que a potência em watts era igual ao produto da
tensão pela corrente (V x I). Já em C.A. (corrente alternada) o mesmo não ocorre. Em C.A.
encontramos três tipos de potência:
A. Potência aparente
B. Potência ativa
C. Potência reativa

A - Potência aparente
É a potência total absorvida da rede e é dada pelo produto da tensão pela corrente.

Pap = V x I

- Pode ser medida utilizando um voltímetro e um amperímetro. Sua unidade é o VA (volt-ampère)


ou o kVA (kilovolt-ampère).

1 kVA = 1.000 VA

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
B - Potência ativa
É a parcela da potência aparente que é utilizado pelas cargas para a transformação em
trabalho. A potência ativa é medida em watts (W).

Pat = R x I²

C - Potência Reativa
È a potência usada para a manutenção do campo magnético nas máquinas elétricas que
possuem enrolamentos de indução.
Ex: transformadores, motores, máquinas de solda, reatores, etc...
Esta potência é trocada com a rede, não sendo, portanto consumida.

3 - Fator da Potência
É a relação entre a potência ativa e a potência aparente. O fator de potência representa o
quanto da potência total (VA) está sendo usado para produzir trabalho (W).
Pode ser expresso em número ou porcentagem, assim:
FP = 92% ou 0,92

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Circuito Trifásico

A energia elétrica que mais utilizamos é gerada em corrente alternada, o que possibilita
uma geração em larga escala e a baixo custo. Os geradores usados são trifásicos, ou seja,
possuem um enrolamento com três bobinas, nas quais é gerada a energia através da indução
eletromagnética, e a cada uma destas bobinas damos o nome de fase. Como estas bobinas estão
dispostas em posição físicas separadas e equidistantes uma das outras, a geração ocorre em
momentos distintos nas mesmas, provocando desta maneira um defasamento entre as tensões
geradas.

Temos então três tensões iguais e defasadas entre si (120 º).

Umas das extremidades das três bobinas são interligadas a um condutor comum o qual
damos o nome de neutro, e as extremidades restantes formam as três fases onde cada uma
representa uma bobina do gerador.
Entre uma fase e um neutro teremos uma tensão (d.d.p.) que chamamos de tensão de fase
e neutro (Vfn) ou tensão simples.
Entre duas fases a tensão (d.d.p.) que encontramos é bem maior a qual chamamos de
tensão fase-fase (Vff) ou tensão composta (tensão de linha).

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
4 - Tensão simples e tensão composta
E um circuito trifásico encontramos 2 tipos de tensão:
a) Tensão simples (V)
b) Tensão composta (U)
A tensão simples é encontrada entre fase e neutro (tensão de uma fase).
A tensão composta é encontrada entre duas e fases (tensão fase-fase).

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CAPITULO 6

Conceitos Básicos Sobre Capacitores, Transformadores e Motores Elétricos.

1 - Introdução

Quando trabalhamos com tensões ou correntes que variam no tempo, em particular correntes
alternadas, dois dispositivos eletrônicos ganham especial atenção: o capacitor e o indutor. A
importância desses dispositivos na eletrônica em geral e consagrada. Ao lado do resistor são os
elementos mais antigos, mais usados em qualquer equipamento eletrônico, e mesmo com a atual
tendência de integração em larga escala, esses dispositivos não perdem sua importância. São
insubstituíveis pelas suas próprias concepções. Vamos olhar para alguns aspectos interessantes
desses dispositivos. Não temos a pretensão de fazer uma teoria completa, mas antes a de dar
uma descrição simples de alguns processos envolvendo os mesmos. Como veremos, algumas das
propriedades desses dispositivos podem ser obtidas somente pelo uso de analise dimensional.

2 - Capacitores

Um sistema de dois condutores metálicos de formato qualquer e isolados, chamados


normalmente de placas, constitui um capacitor. Carregar um capacitor significa retirar certa
quantidade de carga Q de uma das placas e deposita-la na outra e isso se consegue mediante a
aplicação de uma diferença de potencial (ddp) entre elas. Uma característica notável dos
capacitores e a linearidade entre a carga Q e a V (ddp) entre as placas:

Q=CxV

Essa relação de entre a grandeza C, chamada de capacitância, que e função apenas das
dimensões geométricas das placas, separação das mesmas e do material colocado entre elas.
Quanto maior a área das placas e menor a distancia entre elas, maior a capacitância. A unidade
de capacitância e o Coulomb/volt que recebeu o nome de Farad, em homenagem a Michael
Faraday. E uma unidade muito grande e na pratica são utilizados capacitores com capacitância
nas escalas de Pico farad (pF) até micro farad (µF). Conforme o meio material posto entre as
placas do capacitor, denominado dielétrico, eles são denominados de capacitores a óleo, de
papel, cerâmicos, de poliéster, poliestireno ou eletrolíticos. Cada tipo possui uma aplicação
especial, dependendo do regime de frequências dos sinais com os quais serão usados, e há de se
observar também a máxima tensão que suportam sem romper o dielétrico.

A função principal desse meio dielétrico e aumentar a capacitância.

Para lembrar que um capacitor constituído por duas placas, seu símbolo é:

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Num circuito de condensadores montados em paralelo, todos estão sujeitos à mesma
diferença de potencial (tensão). Para calcular a sua capacidade total (Ceq):

Cn = C1 + C2 ....

1 = 1 + 1 ...
Cn C1 C2

3 - Transformadores

O transformador é um conversor de energia elétrica, de alta eficiência (podendo


ultrapassar 99%), que altera tensões e correntes, e isola circuitos.

O campo magnético pode induzir uma tensão noutro indutor, se este for enrolado sobre
uma mesma forma ou núcleo. Pela Lei de Faraday, a tensão induzida será proporcional à
velocidade de variação do fluxo, e ao número de espiras deste indutor.

Aplicando aos dois enrolamentos, a lei permite deduzir a relação básica do transformador.

E1/E2 = N1/N2

A relação de correntes é oposta à de tensões.

I1/I2 = N2/N1

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
Simbologias

4 - Motores Elétricos

Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica.


O motor de indução é o mais usado de todos os tipos de motores, pois combina as vantagens da
utilização de energia elétrica - baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de
comando - com sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às
cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos. Os tipos mais comuns de motores
elétricos são:

a) Motores de corrente contínua


São motores de custo mais elevado e, além disso, precisam de uma fonte de corrente contínua,
ou de um dispositivo que converta a corrente alternada comum em contínua. Podem funcionar
com velocidade ajustável entre amplos limites e se prestam a controles de grande flexibilidade e
precisão. Por isso, seu uso é restrito a casos especiais em que estas exigências compensam o
custo muito mais alto da instalação.

b) Motores de corrente alternada


São os mais utilizados, porque a distribuição de energia elétrica é feita normalmente em corrente
alternada. Os principais tipos são:

- Motor síncrono: Funciona com velocidade fixa; utilizado somente para grandes potências
(devido ao seu alto custo em tamanhos menores) ou quando se necessita de velocidade
invariável.

- Motor de indução: Funciona normalmente com uma velocidade constante, que varia
ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade, robustez
e baixo custo, é o motor mais utilizado de todos, sendo adequado para quase todos os tipos
de máquinas acionadas, encontradas na prática. Atualmente é possível alterarmos a velocidade
dos motores de indução com o auxílio de inversores de frequência.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO
 ELETRICIDADE

Ementa
Conceitos básicos de eletricidade; Natureza e geração da eletricidade, frequência e valor eficaz;
Grandezas elétricas: Tensão, corrente e resistência; Corrente alternada, monofásica e trifásica.
Transmissão, distribuição e utilização; Potência elétrica, potência mecânica e rendimento;
Motores elétricos monofásicos e trifásicos; Princípio de funcionamento, tipos, aplicações,
manutenção, controladores de nível, temperatura e pressão; Degelo automático, sensores,
temporizadores; Chave magnética direta para motores trifásicos, comandada por dispositivos
especiais de comando; Análise de circuitos elétricos usados em refrigeração industrial;
Controlador lógico programável.

Objetivos
Desenvolver capacidades técnicas de interpretação de circuitos elétricos para coordenar a
execução da instalação e manutenção de sistemas de refrigeração comercial e industrial, de
acordo com normas técnicas, ambientais e de saúde e segurança no trabalho e, neste mesmo
contexto, desenvolver capacidades sociais, organizativas e metodológicas utilizando boas
práticas.

Conteúdo programático
Características dos circuitos elétricos aplicados em refrigeração comercial e industrial; Aplicações
de circuitos em refrigeração comercial e industrial; Simbologia Aplicações em refrigeração
comercial e industrial; Desenhos de diagramas elétricos para refrigeração comercial e industrial;
Circuitos elétricos de equipamentos de refrigeração comercial de pequeno porte ((máquinas de
gelo e sorveteiras); Circuitos elétricos de equipamentos de refrigeração comercial de médio porte
(câmaras frigoríficas e expositores para resfriados); Circuitos elétricos de equipamentos de
refrigeração comercial de grande porte (câmaras frigoríficas e expositores para congelados);
Circuitos elétricos de equipamentos de refrigeração industrial que utilizam amônia como fluido
refrigerante e condensador evaporativo; Circuitos de degelo por resistência, água e natural;
Componentes eletroeletrônicos e eletromecânicos em refrigeração comercial e industrial:
Definições; Tipos (boia, nível, solenoide, sensor, pressostatos de óleo, de alta e baixa pressão,
capacitivo); Características de funcionamento; Aplicações no sistema; Controladores digitais:
Definição; Tipos; Características; Parametrização; Tabela de resistência para sensor de
temperatura; Curvas de pressão para transdutor; Normalização: Normas aplicáveis às
instalações, equipamentos; e componentes elétricos aplicados em refrigeração; Resoluções
vigentes.

Bibliografia básica
VALKENBURG, MAC E. VAN. Eletricidade Básica, Vol. 1. Editora Imperial Novomilenio.
VALKENBURG, MAC E. VAN. Eletricidade Básica, Vol. 2. Editora Imperial Novomilenio.

Bibliografia complementar
CREDER, Helio. Instalações elétricas / Hélio Creder. - Rio de Janeiro. LTC, 2007.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO

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