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Curso de Eletricidade_A Terra Prometida 1

Centro de Formação Profissional Kalandula

A Terra Prometida

1º Edição

Pertence ao Formando _______________________________________________

Formador/Técnico: Fernando Kalandula Teixeira Cardoso


Tel.: 940099748/924059800

FORMADOR/TÉCNICO: Fernando Kalandula Teixeira Cardoso TEL.: 940099748/924059800


Terra Prometida
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É fundamental o eletricista conhecer os fundamentos básicos sobre


eletricidade para que, posteriormente, venha a entender outros assuntos e
fenómenos mais complexos decorrentes na eletricidade sem grandes
dificuldades. Vamos então a seguir, estudar os seguintes tópicos que julgamos
ser de grande importância para você como formando

1.1 NOÇÕES DE ELETROSTÁTICA


1.2 TENSÃO ELÉTRICA OU DIFERENÇA DEPOTENCIAL ELÉTRICO (DDP)
1.3 CORRENTE ELÉTRICA
1.4 RESISTÊNCIA ELÉTRICA, 2ª LEI DE OHM
1.5 1ª LEI DE OHM, POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA
1.6 CIRCUITO ELÉTRICO
1.7 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

EXERCÍCIOS 1

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1.1 NOÇÕES DE ELETROSTÁTICA

Eletrostática é a parte da eletricidade que estuda a eletricidade estática. Dá-se o


nome de eletricidade estática à eletricidade produzida por cargas elétricas em repouso
em um corpo.

1.1.1 Átomos e sua estrutura


Átomo
Os animais, as plantas, as rochas, as águas dos rios, lagos e oceanos e tudo o que
nos cerca é composto de átomos.
O átomo: é a menor partícula em que se pode dividir um elemento e que, ainda
assim, conserva as propriedades físicas e químicas desse elemento.
Note: Os átomos são tão pequenos que, se forem colocados 100 milhões deles um
ao lado do outro, formarão uma reta de apenas 10 mm de comprimento.
O átomo é formado de numerosas partículas. Todavia, estudaremos somente
aquelas que mais interessam à teoria eletrônica. Existem átomos de materiais como o
cobre, o alumínio, o neônio, o xenônio, por exemplo, que já apresentam o equilíbrio
elétrico, não precisando juntar-se a outros átomos. Esses átomos, sozinhos, são
considerados moléculas também.
Constituição do Átomo
O átomo é formado por uma parte central chamada núcleo e uma parte periférica
formada pelos elétrons e denominada eletrosfera.
 O núcleo é constituído por dois tipos de partículas: os prótons, com carga
positiva, e os nêutrons, que são eletricamente neutros.
 Os prótons, juntamente com os nêutrons, são os responsáveis pela parte mais
pesada do átomo.
 Os elétrons possuem carga negativa. Como os planetas do sistema solar, eles
giram na eletrosfera ao redor do núcleo, descrevendo trajetórias que se chamam
órbitas.
Veja a representação esquemática de um átomo na ilustração a seguir.

Figura 1.1.1: Constituição do átomo.

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Na eletrosfera os elétrons estão distribuídos em camadas ou níveis energéticos.


De acordo com o número de elétrons, ela pode apresentar de 1 a 7 níveis energéticos,
denominados K, L, M, N, O, P e Q.
Os átomos podem ter uma ou várias órbitas, dependendo do seu número de
elétrons.
Cada órbita contém um número específico de elétrons.
Os elétrons da órbita externa são chamados elétrons livres, pois têm uma certa
facilidade de se desprenderem de seus átomos. Todas as reações químicas e elétricas
acontecem nessa camada externa, chamada de nível ou camada de valência.
Note: A teoria eletrônica estuda o átomo só no aspecto da sua eletrosfera, ou seja,
sua região periférica ou orbital.
O módulo da carga elétrica de um próton, ou de um elétron, é a menor quantidade
de carga possível de se encontrar na natureza, por isso, essa carga é denominado de carga
elétrica elementar, que é dada por:
e = 1,6×10-19 [C] (coulomb)
Como o valor da carga elétrica do próton e do elétron são diferentes apenas em
polaridade (sinal), tem-se que a carga elétrica de um próton é + e e do elétron é − e .
Desta forma, conhecendo-se a quantidade de prótons ou elétrons que um corpo
qualquer tem em excesso, pode-se calcular o valor da carga elétrica deste corpo:
Q = ±e × n [C]
Sendo n a quantidade de prótons ou elétrons excedentes no corpo.
EXEMPLO: Um corpo que inicialmente tem carga elétrica equilibrada (carga
nula) é submetido a um processo de eletrização no qual perde 5 elétrons. Calcule a carga
elétrica deste corpo após a eletrização.
RESPOSTA: Um corpo que tem carga elétrica nula possui a mesma quantidade
de prótons e elétrons. Se o corpo perdeu 5 elétrons, significa que agora ele possui 5
prótons a mais do que a quantidade de elétrons. Sendo assim, aplica-se a equação
Q=±e×n, escolhendo o sinal positivo (pois trata-se de prótons em excesso) e fazendo
n=5:
Q = +1,6×10-19×5 Q=+8×10−19C

1.1.2 Elétrons livres

Como dito anteriormente, os elétrons orbitam o núcleo atômico. Acontece que os


elétrons mais afastados podem ganhar energia do meio externo e desprender-se do átomo
de origem, passando –se chamar elétrons livres. E são os elétrons livres que constituem a
famosa corrente elétrica, assunto a ser tratado mais adiante desta apostila. Materiais
condutores possuem grande quantidade de elétrons livres.

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1.1.3 Íons
No seu estado natural, o átomo possui o número de prótons igual ao número de
elétrons. Nessa condição, dizemos que o átomo está em equilíbrio ou eletricamente
neutro.
O átomo está em desequilíbrio quando tem o número de elétrons maior ou menor que o
número de prótons. Esse desequilíbrio é causado sempre por forças externas que podem
ser magnéticas, térmicas ou químicas.
Íon é quando átomo está desequilibrado. O íon pode ser negativo ou positivo
 Os íons negativos são os ânions
 Os íons positivos são os cátions.
Íons negativos, ou seja, ânions, são átomos que receberam elétrons.
Íons positivos, ou seja, cátions, são átomos que perderam elétrons.
1.1.4 Eletrização
Eletrização é o processo pelo qual se faz com que um corpo eletricamente neutro
fique carregado é chamado.
Um corpo se eletriza negativamente (-) quando ganha elétrons e positivamente
(+) quando perde elétrons.
Entre corpos eletrizados, ocorre o efeito da atração quando as cargas elétricas têm
sinais contrários. O efeito da repulsão acontece quando as cargas elétricas dos corpos
eletrizados têm sinais iguais.
1.1.5 Potencial elétrico

Uma carga elétrica gera em seu redor um campo elétrico. Dá-se o nome de
potencial elétrico a medida associada ao nível de energia potencial de um ponto de um
campo elétrico. Colocando uma carca de prova q em um ponto P de um campo elétrico,
essa carga adquire uma energia devido ao potencial elétrico deste ponto. A unidade de
medida do potencial elétrico é o volt (V) Apresenta-se na Figura 1.2 uma carga elétrica e
o seu potencial elétrico.

Figura 1.1.5: Potencial elétrico

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1.2 TENSÃO ELÉTRICA OU DIFERENÇA DEPOTENCIAL ELÉTRICO (DDP)

A tensão elétrica (V), que também é medida em volt (V) é a diferença de potencial
elétrico entre dois pontos. A tensão elétrica indica o trabalho que deve ser feito, por
unidade de carga, contra um campo elétrico para se movimentar uma carga qualquer.

Separando um corpo neutro em duas regiões com cargas opostas cria-se uma
tensão elétrica entre essas regiões.

Toda fonte de tensão é estabelecida com a simples criação de uma separação de


cargas positivas e negativas. Apresenta-se na Figura 2.1 os símbolos que de fontes de
tensão, sendo (a) fontes de tensão contínua e (b) fonte de tensão alternada.

Figura 2.1: Símbolos de fonte de tensão. (a) Fonte de tensão contínua. (b) Fonte de tensão alternada

Quando uma carga de prova é submetida a uma tensão elétrica, ela move-se da
região de maior potencial para a região de menor potencial. A tensão elétrica é a grande
responsável pelo surgimento da corrente elétrica.
Note: Quando se compara o trabalho realizado por dois corpos eletrizados,
automaticamente está se comparando os seus potenciais elétricos. A diferença entre os
trabalhos expressa diretamente a diferença de potencial elétrico entre esses dois corpos.
A diferença de potencial (abreviada para ddp) existe entre corpos eletrizados com
cargas diferentes ou com o mesmo tipo de carga.

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1.3. CORRENTE ELÉTRICA

Corrente elétrica é o deslocamento de cargas elétricas para uma determinada


direção e sentido.
A corrente elétrica origina-se por meio de uma tensão elétrica aplicada entre dois
pontos distintos no espaço. Ilustra-se na Figura 3.1 a corrente elétrica gerada por uma
bateria. Normalmente utiliza-se a corrente causada pela movimentação de elétrons em um
condutor, mas também é possível haver corrente de íons positivos e negativos (em
soluções eletrolíticas ou gases ionizados).

Figura 3.1: Corrente elétrica

Em outras palavras, corrente elétrica é a quantidade de carga elétrica que


atravessa a secção transversal de um condutor em um intervalo de um segundo. Portanto,
o cálculo da intensidade de corrente elétrica (I) é dado por:

Q
𝐼= [A] (ampère)
△t
Sendo Q a carga total que atravessa o corpo e △t o intervalo de tempo considerado
(Obs: o tempo deve ser considerado em segundos).

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1.4. RESISTÊNCIA ELÉTRICA

A resistência elétrica está associada a oposição do fluxo de carga (corrente) em


um determinado circuito. Essa oposição é chamada de resistência.
Um resistor, é um componente eletroeletrônico que cuja função é adicionar
resistência elétrica ao circuito. Seu símbolo é indicado na Figura 4.1

Figura 4.1: Símbolo de resistor.

A unidade de medida de resistência elétrica é dada em ohms (Ω).


Basicamente, a resistência surge devido as colisões e fricção entre os elétrons
livres e outros elétrons, íons e átomos, conforme representa-se na Figura 4.2. Em (a)
temse um isolante (resistência alta) e em (b) tem-se um condutor (resistência baixa).

Figura 4.2: Oposição do fluxo de cargas elétricas. (a) Isolante. (b) Condutor.

1.4.1 Fatores que influenciam a resistência elétrica de um corpo


a) Material

 Condutores: Alumínio (Al), cobre (Cu), ouro (Au), etc.


 Isolantes: Madeira (seca), borracha, etc.

A seguir, apresenta-se na Tabela 4.1 a resistividade de alguns materiais.


Material Resistividade (Ωm)
Cobre 1.72×10-8
Aluminio 2.82×10-8
Ferro 13×10-8
Tabela 4.1: Resistividade.

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b) Comprimento

 Quanto mais comprido é o corpo, maior será a sua resistência,


pois aumenta a quantidade de colisões de elétrons, tal como
ilustra-se na Figura 4.3.

Figura 4.3: Dependência da resistência elétrica com o comprimento do corpo.

c) Área do corte transversal

 Quanto maior a área do corte transversal, menor será a resistência,


pois isso diminui a quantidade de colisões de elétrons, tal como
ilustra-se na Figura 4.4.

Figura 4.4: Dependência da resistência elétrica com área do corte transversal.

1.4.2 Segunda lei de Ohm


A 2ª lei de Ohm é a equação básica para o cálculo de resistência elétrica de um
corpo. Ela é dada por:
𝑙
R=ρ 𝐴 (Ω)

Sendo r a resistividade do material, l o comprimento do corpo e A a área do corte


transversal. Apresenta-se na Figura 4.5 uma exemplificação da 2ª lei de Ohm:

Figura 4.5: 2ª lei de Ohm.

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1.5 1ª LEI DE OHM, POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA

1.5.1 Primeira lei de Ohm


A 1ª lei de Ohm revela como as 3 quantidades básicas da eletricidade (tensão,
corrente e resistência) se relacionam. Esta lei é dada por:
V=R×I

Fig.5.1

1.5.2 Potência elétrica


A potência é um indicativo da quantidade de conversão de energia que pode ser
realizado em um certo período de tempo.
Sua formula e dado por:
𝑊 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜−𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
P=△𝑡 (𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜)

A unidade de potência é dada em watts (W)


A potência consumida por um sistema elétrico pode ser determinada em função
dos valores de corrente, tensão e resistência:
P=U•I
P = R • I2
𝑈2
P= 𝑅

A potência fornecida por uma fonte de tensão é dado por:


P=E×I
Sendo E o valor de tensão da fonte.

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1.5.3 Energia elétrica.


A Energia elétrica é a capacidade de uma corrente elétrica realizar trabalho.
Aprincipal função da energia elétrica é a transformação desse tipo de energia em outros
tipos, como, por exemplo, a energia mecânica e a energia térmica.
A energia elétrica é dada por:
W = P × △t
A unidade de medida de energia é joule (J), entretanto, ao se tratar em energia
elétrica é mais comum mensurá-la em quilowatt-hora (kWh), sendo a potência P dada em
kW e o intervalo de tempo △t em h (hora).

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1.6. CIRCUITO ELÉTRICO

Circuito elétrico é um conjunto caminho por onde circula a corrente elétrica.


Um circuito elerico pode ser:
 Em Série
 Paralelo
 Misto
1.6.1 Circuito em Série
Circuito série é o circuito que contém um único caminho para a corrente circular,
passando com a mesma intensidade por todos os componentes, dividindo a tensão sobre
cada um.
Este tipo de circuito está exemplificado na Figura 6.1. Em (a) tem-se um circuito
série e em (b) tem-se um circuito que não está em série.

Figura 6.1: (a) Circuito em série. (b) Circuito não série

1.6.2 Resistência equivalente de um circuito série.


Como pode-se observar na Figura 6.2, resistência equivalente equivale a
associação dos resistores R1 e R2.

Figura 6.2: Resistência equivalente

Em um circuito série a resistência equivalente é calculado simplesmente pela


somatória de todas as resistências envolvidas:
Req = R1 + R2 + R3 +…+ Rn

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1.6.3 Características do Circuito em Série

 A intensidade da corrente I é a mesma para cada as resistências


IT=I1=I2=I3=In

 A tensão total será igual a soma de todas as quedas de ensao em cada cada
resisencia
UT=U1+U2+U3+…+Un

1.6.4 Circuito Paralelo


Dois ou mais elementos, ramos ou circuitos estão ligados em paralelo quando
possuem dois pontos em comum, tal como se ilu1stra na Figura 7.1

Figura 6.2: Elementos em paralelo

Em um circuito com resistores conectados em paralelo, a resistência equivalente


é calculada por:
1 1 1 1
Req=1÷ (𝑅1 + 𝑅2 +𝑅3 +…+ 𝑅𝑛)

𝑅1×𝑅2
R1,2 = 𝑅1+𝑅2

Quando as Resistências forem iguais:


𝑅
Req= 𝑛

Onde:
R  O valor de uma das resistências
n  O numero de resistências

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1.6.5 Características do Circuito em Paralelo


 A intensidade I total será igual a soma de todas intensidades
IT= I1 + I2 + I3 + … + In
 A tensão U é a mesma para todas as resistências
UT=U1=U2=U3=Un
1.6.6 Circuito Misto
Por definição, circuito misto é aquele que contém componentes ligados em série
e em paralelo.
O método mais utilizado para análise de circuito misto é o método de redução e
retorno. Este método, consiste em reduzir todo o circuito a um único componente
equivalente ligado à fonte, determinar a corrente fornecida pela fonte e repetir o processo
no sentido inverso até chegar ao valor da grandeza desconhecida.
Considere o circuito apresentado na Figura 6.3:

Figura 6.3: Exemplo de circuito misto.

1.6.7 Sentido da Corrente Elétrica


Antes que se compreendesse de forma mais científica a natureza do fluxo de
elétrons, já se utilizava a eletricidade para iluminação, motores e outras aplicações. Nessa
época, foi estabelecido por convenção, que a corrente elétrica se constituía de um
movimento de cargas elétricas que fluía do pólo positivo para o pólo negativo da fonte
geradora. Este sentido de circulação (do + para o -) foi denominado de sentido
convencional da corrente.

Com o progresso dos recursos científicos usados explicar os fenômenos elétricos,


foi possível verificar mais tarde, que nos condutores sólidos a corrente elétrica se constitui
de elétrons em movimento do pólo negativo para o pólo positivo. Este sentido de
circulação foi denominado de sentido real ou eletrônico da corrente.

O sentido de corrente que se adota como referência para o estudo dos fenômenos
elétricos (eletrônico ou convencional) não interfere nos resultados obtidos. Por isso, ainda
hoje, encontram-se defensores de cada um dos sentidos.

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1.7 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Como já vimos, a eletrostática é a parte da eletricidade que estuda a eletricidade


estática. Esta, por sua vez, refere-se às cargas armazenadas em um corpo, ou seja, sua
energia potencial.
Por outro lado, a eletrodinâmica estuda a eletricidade dinâmica que se refere ao
movimento dos elétrons livres de um átomo para outro.
Para haver movimento dos elétrons livres em um corpo, é necessário aplicar nesse
corpo uma tensão elétrica. Essa tensão resulta na formação de um polo com excesso de
elétrons denominado pólo negativo e de outro com falta de elétrons denominado de pólo
positivo. Essa tensão é fornecida por uma fonte geradora de eletricidade.

1.7.1 Fontes Geradoras de Energia Elétrica


A existência da tensão é condição fundamental para o funcionamento de todos os
aparelhos elétricos. As fontes geradoras são os meios pelos quais se pode fornecer a
tensão necessária ao funcionamento desses consumidores.
Essas fontes geram energia elétrica de vários modos:

 Por acção térmica;


 Por acção da luz;
 Por acção mecânica;
 Por acção química;
 Por acção magnética.

 Geração de Energia Elétrica por Ação Térmica


Pode-se obter energia elétrica por meio do aquecimento direto da junção de dois
metais diferentes.

Por exemplo, se um fio de cobre e outro de constantan (liga de cobre e níquel)


forem unidos por uma de suas extremidades e se esses fios forem aquecidos nessa junção,
aparecerá uma tensão elétrica nas outras extremidades. Isso acontece porque o aumento
da temperatura acelera a movimentação dos elétrons livres e faz com que eles passem de
um material para outro, causando uma diferença de potencial.
À medida que aumentamos a temperatura na junção, aumenta também o valor da
tensão elétrica na outra extremidade.

Utilização
Esse tipo de geração de energia elétrica por ação térmica é utilizado num
dispositivo chamado par termoelétrico, usado como elemento sensor nos pirômetros que
são aparelhos usados para medir temperatura de fornos industriais.

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 Geração de Energia Elétrica por Ação de Luz


Para gerar energia elétrica por ação da luz, utiliza-se o efeito fotoelétrico. Esse
efeito ocorre quando irradiações luminosas atingem um fotoelemento. Isso faz com que
os elétrons livres da camada semicondutora se desloquem até seu anel metálico.
Dessa forma, o anel se torna negativo e a placa-base, positiva. Enquanto dura a
incidência da luz, uma tensão aparece entre as placas.
Utilização
O uso mais comum desse tipo de célula fotoelétrica é no armazenamento de
energia elétrica em acumuladores e baterias solares.

 Geração de Energia Elétrica por Ação Mecânica


Alguns cristais, como o quartzo, a turmalina e os sais de Rochelle, quando
submetidos a ações mecânicas como compressão e torção, desenvolvem uma diferença
de potencial.
Se um cristal de um desses materiais for colocado entre duas placas metálicas e
sobre elas for aplicada uma variação de pressão, obteremos uma ddp produzida por essa
variação. O valor da diferença de potencial dependerá da pressão exercida sobre o
conjunto.
Utilização
Os cristais como fonte de energia elétrica são largamente usados em equipamentos
de pequena potência como toca-discos, por exemplo. Outros exemplos são os isqueiros
chamados de "eletrônicos" e os acendedores do tipo Magiclick.

7.4 Geração de Energia Elétrica por Ação Química


Outro modo de se obter eletricidade é por meio da ação química. Isso acontece da
seguinte forma: dois metais diferentes como cobre e zinco são colocados dentro de uma
solução química (ou eletrólito) composta de sal (H2O + NaCL) ou ácido sulfúrico (H2O
+ H2SO4), constituindo-se de uma célula primária.
A reação química entre o eletrólito e os metais vai retirando os elétrons do zinco.
Estes passam pelo eletrólito e vão se depositando no cobre. Dessa forma, obtém-se uma
diferença de potencial, ou tensão, entre os bornes ligados no zinco (negativo) e no cobre
(positivo).
Utilização
A pilha de lanterna funciona segundo o princípio da célula primária que acabamos
de descrever. Ela é constituída basicamente por dois tipos de materiais em contato com
um preparado químico.

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 Geração de Energia Elétrica por Ação Magnética


A eletricidade gerada por ação magnética é produzida quando um condutor é
movimentado dentro do raio de ação de um campo magnético. Isso cria uma ddp que
aumenta ou diminui com o aumento ou a diminuição da velocidade do condutor ou da
intensidade do campo magnético.
Utilização
A tensão gerada por este método é chamada de tensão alternada, pois suas
polaridades são variáveis, ou seja, se alternam.
Os alternadores e dínamos são exemplos de fontes geradoras que produzem
energia elétrica segundo o princípio que acaba de ser descrito.
O método mais comum de produção de energia elétrica em larga escala é por ação
magnética. É o que utilizamos em nossas residências

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EXERCÍCIOS 1

1)_ Sobre o estudo da eletrostática, resolva as seguintes questões:

a) Quais as partículas subatômicas que constituem o átomo?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

b) Relacione a segunda coluna com a primeira

1. Região central do átomo, formada pelo ( ) camada de valência


agrupamento dos prótons e dos nêutrons
2. Região do espaço onde os elétrons se ( ) camadas ou níveis energéticos
movimentam
3. Os elétrons que orbitam ao redor do ( ) núcleo
núcleo do átomo estão distribuídos em
4. Camada externa de eletrosfera onde se ( ) eletrosfera
realizam as reações químicas e elétricas
( ) prótons

c) Qual a condição necessária para que um átomo esteja em equilíbrio elétrico?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

d) Como se denomina um átomo que perdeu elétrons na sua camada de valência?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

e) Como se denomina um átomo que recebeu elétrons na camada de valência?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

f) O que se pode afirmar a respeito do número de elétrons e prótons de um íon


positivo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

f) Quais elétrons são denominados de elétrons livres?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

g) Qual é a carga elétrica dos prótons, nêutrons e elétrons?


___________________________________________________________________

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i) O que é molécula?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

j) O que é camada de valência?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

k) Qual é a diferença entre ânions e cátions?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

l) Cite algo que não seja matéria.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2. Responda:
a) O que é eletrização?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
b) Em que parte dos átomos o processo de eletrização atua?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2. Resolva as seguintes questões.
a) Relacione a segunda coluna com a primeira:
1) Processo que retira elétrons de um material neutro. ( ) Eletrização
2) Processo através do qual um corpo neutro fica ( ) Eletrização positiva
eletricamente carregado. ( ) Eletrização negativa
3) Processo que acrescenta elétrons a um material ( ) Neutralização
neutro.
b) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada uma das afirmativas:
1) ( ) Dois corpos eletrizados negativamente quando aproximados um do
outro, se repelem.
2) ( ) Dois corpos eletrizados, um positivamente e outro negativamente,
quando aproximados um do outro, se atraem.

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3) ( ) Dois corpos eletrizados positivamente, quando aproximados um do outro


se atraem.
c) Que tipos de potencial elétrico um corpo eletrizado pode apresentar?
________________________________________________________________
________________________________________________________________

d) Que relação existe entre a intensidade de eletrização de um corpo e seu potencial


elétrico?
_________________________________________________________________
_______________________________________________________________
e) Pode existir ddp entre dois corpos eletrizados negativamente? Justifique a sua
resposta.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
f) Defina tensão elétrica.
________________________________________________________________
________________________________________________________________

3)_ Sobre Corrente Elétrica, responde:


a) O que é corrente elétrica?
________________________________________________________________
________________________________________________________________

b) O que acontece com as cargas elétricas em uma descarga elétrica entre dois
corpos eletrizados?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
c) Pode existir corrente elétrica entre dois pontos igualmente eletrizados (mesmo
tipo e mesma quantidade de cargas em excesso)? Por quê?

4) Sobre Geração de Energia Elétrica, Responda às questões a seguir:


a) Defina eletrodinâmica com suas palavras.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
b) Qual é o método de geração de energia elétrica mais comum e que, por causa

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disso, é utilizado em larga escala?

________________________________________________________________
________________________________________________________________

c) Cite dois exemplos práticos de equipamentos que se utilizam da geração de


energia elétrica por ação mecânica.
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

d) Relacione a segunda coluna com a primeira.


1. Geração de energia elétrica por ação química. ( ) Bateria solar
2. Geração de energia elétrica por ação térmica. ( ) Pilha elétrica
3. Geração de energia elétrica por ação magnética ( ) Elemento sensor dos
Pirômetros
( ) Tensão alternada

1) Sobre Circuitos Eletricos, Responda às seguintes perguntas.

a) O que é circuito elétrico?


________________________________________________________________
________________________________________________________________

b) Quais são os componentes essenciais para que haja um circuito elétrico?


________________________________________________________________
________________________________________________________________

c) Qual é a finalidade de um consumidor de energia elétrica dentro do circuito?


________________________________________________________________
________________________________________________________________

d) O que estabelece o "sentido convencional" da corrente elétrica?


________________________________________________________________
________________________________________________________________

e) Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita. Atenção! Uma das


alternativas não tem correspondente!
1) Circuito série ( ) O elétron livre é fracamente atraído pelo núcleo
2) Circuito paralelo ( ) A corrente flui do pólo positivo para o negativo.
3) Circuito misto ( ) A tensão elétrica é a mesma em todos os componentes.
4) Material condutor ( ) A corrente elétrica é a mesma em qualquer
ponto do circuito.
5) Material isolante

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2. Uma corrente permanente de 5 A circula por um condutor durante 1 min Determinar a


carga transportada.
R: 300 C

3. Determinar o número de eletrões por segundo que cruzam a secção normal de um fio
condutor pelo qual circula a corrente de 0.125 A.
R: 0.78x1018electrões/s

4. A corrente elétrica num fio varia com o tempo, de acordo com a relação i = 4 + 2t2
(S.I.). Quantos coulombs passam pela secção do fio no intervalo de tempo t = 5 s e t = 10
s?
R: 603.3 C

5. Durante 4 min passa uma corrente de 5 A numa resistência de 10 . Determine a) quantos


coulombs e b) quantos eletrões passam através de uma secção do fio, nesse intervalo de
tempo?
R: a) 1200 C, b) 7.5×1021 eletrões

6. Considere um chuveiro de 5,5 kW ligado a fonte de tensão de 220 V.


a) Qual a corrente do chuveiro?
b) Qual o valor da resistência do chuveiro, tendo em vista que ele foi
projetado para dissipar os 5,5 kW em 220 V ?
R: a) 25A; b) 8,8Ω

7. Uma fonte de iluminação elétrica de 60Watts está ligado durante 5h. calcule o consumo
de energia elétrica.
R: 300Watss.h

8. Uma fonte de iluminação elétrica de 100watss, consome uma energia de 36KWh num
mês. Supondo que um mês contem 30dias.
a) Determine o tempo em que esteve ligado
b) Quantas horas permaneceu ligado por dia
R: 360h; 12h

9. Um fogao elétrico consome durante uma semana 300KWh. Calcule a potencia em KW.
R:1,78KW

10. Calcule a resistência elétrica de uma lâmpada de 200W com uma corrente de 6A.
R: 5,5Ω

11. Qual e a tensão aplicada numa lâmpada de 100W com uma resistência de 484 Ω?
R: 220V

12. Um condutor em de cobre com 200m de comprimento e uma secção de 2,5mm2 deve
ser substituído por um condutor em alumínio com o mesmo comprimento e a mesma
resistência. Qual será o diâmetro do condutor alumínio?
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R: 2,26mm

13. Determine a resistência elétrica de um condutor de cobre sabendo que a sua secção e
de 1,5mm2 e o comprimento e de e de 50Cm.
R: 57.10-4 Ω

14. Determine a existência elétrica de um condutor de cobre com 4km de comprimento e


secção 4mm2.
R: 17,3 Ω

15. Determine o comprimento de um condutor de alumínio com diâmetro de 2mm e que


tem uma resistência de 4 Ω.
R: 451,8m

16. Achar a resistência de um arame de prata alemã de 152.5 m de comprimento e 0.3


mm2 de secção. A resistividade deste metal vale 33x10-6CmΩ.
R: 168Ω

17. Determinar a resistência de um fio de cobre cuja secção é 5x10-6 m2. A resistividade
do cobre é 1.7x10-8mΩ. O comprimento do fio é 200 m.
R: 0.68Ω

18. Um fio de cobre de massa de 0.21 kg tem a resistência de 0.83Ω. Determine o


comprimento e a área da secção transversal do fio. A densidade do cobre é de 8.9 gcm-3,
a resistência específica, 1.7x10-8mΩ.
R: 34 m e 0.70 mm2

19. A resistência elétrica de um fio de cobre de massa de 13.7 g é igual a 26.7Ω.


Determine o diâmetro do fio. A densidade e a resistência específica do cobre são iguais
a, respectivamente, 8.9 g/cm3 e 1.68x10-8.
R: 0.20 mm

20. O trecho de um circuito eléctrico é constituído por um fio de aço de comprimento de


2 m e de 0.48mm2 de área e por outro fio de niquelina de 1 m de comprimento e de 0.21
mm2 de área ligados em serie. Que tensão é preciso manter nas extremidades desse trecho
para ter o valor de intensidade de corrente igual a 0.6 A? As resistências especificas do
aço e da niquelina, respectivamente, são iguais a 12x10-6mΩ e 42x10-8mΩ .
R: 1.5 V

21. Um circuito tem três condutores associados em série que são ligados a uma fonte de
energia eléctrica de tensão de 24 V. A resistência do primeiro condutor é igual a 4Ω e do
segundo é de 6Ω. A queda de tensão nos extremos do terceiro condutor é de 4 V.
Determine a intensidade de corrente elétrica nos condutores. R: 2 A

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Este módulo, Segurança e Higiene do Trabalho, visa contribuir


para o processo de reconhecimento da importância de garantia e
integridade física e mental do trabalhador, assim como, dar a conhecer
os caminhos para fazê-lo, a fim de promover saúde e bem estar àquele
que se dedica a colocar suas capacidades para atender às necessidades
da sociedade.

Como eletricista, poderás trabalhar em grande parte em situações


de riscos. Portanto, este tema o ajudará a prever, eliminar ou reduzir
os riscos no exercício das tuas atividades profissionais.

Estudaremos neste módulo:

2.1 INTRODUÇÃO Á HIGIENE E SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHO


DO TRABALHO

2.2 ACIDENTES DE TRABALHO

2.3. FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA

2.4. TIPOS DE RISCOS

2.5. PREVENÇÃO DE ACIDENTE

2.6 CHOQUE ELÉTRICO

2.7. ATERRAMENTO ELÉTRICO

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2.1 Introdução á Higiene e Segurança no local de trabalho do trabalho

A Higiene do trabalho tem como objectivo combater, as doenças profissionais,


identificando os factores que podem afectar o ambiente de trabalho e o trabalhador,
propondo-se eliminar ou reduzir os riscos profissionais.

A Segurança do trabalho pretende combater os acidentes de trabalho, quer


eliminando as condições inseguras da ambiência, quer educando os trabalhadores a
utilizarem medidas preventivas.

No fundo, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem o


fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos profissionais e
contribuem, na empresa, para o aumento da competitividade com diminuição da
sinistralidade.

Definições com interesse:

Higiene: Identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a saúde


do trabalhador.

Segurança: Estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação.

Doença Profissional: A actividade profissional pode ser responsável por alterações da


saúde se não for executada em condições adequadas

2.2 ACIDENTES DE TRABALHO

Um acidente é um acontecimento inesperado que causa danos pessoais, materiais


e monetários e que ocorre de modo não intencional. Exemplos físicos incluem colisões e
quedas indesejadas, lesões por contacto com algo afiado, quente, eléctrico.

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Um acidente de trabalho é um acontecimento inesperado, ocorrido no local e hora


de trabalho ou em actividades prestada a empresa, que causa danos pessoais, materiais e
monetários e que ocorre de modo não intencional.

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os


quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais. Nunca é demais lembrar que os
acidentes não escolhem nem hora nem lugar. Estes podem acontecer na simples
deslocação das pessoas no laboratório, no manuseamento de material de vidro, reagentes,
em suma, no cumprimento das mais variadas obrigações diárias.

Os acidentes de trabalho acontecem em que grande parte, porque os trabalhadores


se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

Os acidentes de trabalho e a própria função desempenhada pelo trabalhador,


podem gerar as seguintes consequências:

Doenças profissionais: adquiridas na sequência do exercício do trabalho em si,


estas sucedem das condições especiais em que o trabalho é realizado.

Se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental, no


exercício da sua actividade, tem-se um caso equiparado a acidente de trabalho.

Pode definir-se incapacidade temporária como a perda da capacidade para o


trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas
actividades normais.

A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda a vida, da


capacidade física total para o trabalho. Quanto à incapacidade total e permanente, esta
é o caso mais grave que se verifica, visto que se trata da invalidez permanente para o
trabalho.

2.3. FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA

Existem dois aspectos fundamentais que potenciam a ocorrência de acidentes,


sendo que estes podem ocorrer devido a:

 Condições perigosas existentes em máquinas e ferramentas, condições de


organização (“Layout” mal elaborado, armazenamento perigoso, falta de
Equipamento de Protecção Individual) e condições de ambiente físico
(iluminação, calor, frio, poeiras, ruído).

 Acções perigosas como a falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.),


ligados à natureza do trabalho (erros na armazenagem), ou nos métodos de
trabalho (trabalhar a ritmo anormal, distracção).

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2.4. TIPOS DE RISCOS


Os quatro principais tipos de risco ambiental que afectam os trabalhadores de um
modo geral, estão separados em, riscos químicos, físicos, biológicos e ergonómicos.

Riscos Químicos
Nos processos de produção industrial, sabe-se que certas substâncias químicas
utilizadas são libertadas no ambiente através de processos de pulverização,
fragmentação ou emanações gasosas. Essas substâncias podem apresentar-se nos
estados sólido, líquido ou gasoso.
As vias respiratórias é a principal “porta” de entrada dos agentes químicos no
nosso organismo, no entanto o risco de ingestão também se encontra presente tal como
a via cutânea.
Riscos Físicos
As condições físicas do ambiente em que desenvolvemos o nosso trabalho têm
uma importância fundamental para o bom desempenho das nossas funções, como se
sabe gastamos alguma da nossa energia, para realizar determinada tarefa, sendo
importante que as condições em que estamos inseridos, como, por exemplo, o nível
de ruído e a temperatura sejam aceitáveis, o que nos faz produzir mais com menor
esforço.
Quando os nossos limites de tolerância são excedidos, atingimos facilmente o
incómodo e a irritação, causando muitas vezes o aparecimento de cansaço, queda de
produção, falta de motivação e desconcentração.
Pode-se mencionar como principais riscos físicos:
 Ruído, considerando-se todo o som que provoca uma sensação desagradável.
 Vibrações, estas caracterizam-se pela amplitude e frequência.
 Amplitudes térmicas, o frio ou o calor em excesso ou a brusca mudança de
temperatura, são prejudiciais para a saúde.
Riscos Biológicos
Podemos considerar-se que o risco é similar ao que temos no dia-a-dia em nossa casa
ou pelos locais que passamos; relaciona-se com a presença de microrganismos como
bactérias, vírus, fungos, bacilos, etc.
Riscos Ergonómicos
Por vezes verifica-se que não há uma adaptação perfeita do posto de trabalho às
características do operador, quer quanto à posição do equipamento com que trabalha, quer
no espaço disponível ou na posição das ferramentas e materiais que utiliza nas suas
funções.

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2.5. PREVENÇÃO DE ACIDENTE

4.1. Equipamentos de Protecção Individual(DPI)

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2.6 CHOQUE ELÉTRICO

2.3.1 Definição.
Choque elétrico É o efeito patofisiológico que resulta da passagem de uma
corrente elétrica, chamada de corrente de choque, através do organismo humano, podendo
provocar efeitos de importância e gravidades variáveis, bem como fatais. (BRASIL.
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.
Recomendação Técnica de Procedimentos: instalações elétricas temporárias em
canteiros de obras. São Paulo: FUNDACENTRO, 2007, 44 p.)

2.3.2 Efeito da corrente elétrica

O efeito da corrente elétrica depende dos seguintes itens:

 Intensidade da corrente;
 Tempo de exposição;
 Percurso através do corpo humano;
 Condições orgânicas do indivíduo.

2.3.3. Classificação do choque elétrico.

2.3.3.1 Contato direto.

É o contato de pessoas e animais diretamente com partes energizadas de uma


instalação elétrica.

2.3.3.2 Contato indireto.

É o contato de pessoas e animais com partes metálicas (equipamentos) ou


elementos condutores que, por falha de isolação, ficaram acidentalmente energizados.

2.3.4 Percurso da corrente elétrica através do corpo humano.

O percurso da corrente elétrica através do corpo humano depende da posição de


contato do indivíduo com a instalação (circuito) energizada ou que venha a ficar
energizada, podendo ser o mais variado possível.

Na figura a baixo, são demonstradas exemplos de percursos da corrente elétrica no


organismo do corpo humano.

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Fig. 2 - Percursos da corrente elétrica em contato com o corpo humano.

2.3.4.1 Alguns Conceitos Básicos

Limiar de percepção: É a menor corrente que sensibiliza o corpo humano.


Tetanização: É a paralisia muscular provocada pela circulação de correntes
elétricas através dos tecidos nervosos que controlam os músculos.
Parada respiratória: Ocorre quando são envolvidos na tetanização os músculos
peitorais, bloqueando os pulmões e parando a função vital de respiração.
Asfixia: Contração de músculos ligados à respiração e/ou paralisia dos centros
nervosos que comandam a função respiratória causadas por correntes elétricas superiores
ao limite de largar. Se a corrente elétrica permanece, o indivíduo perde a consciência e
morre sufocado.
Fibrilação ventricular: Se a corrente elétrica atinge diretamente o músculo
cardíaco, poderá perturbar seu funcionamento regular. Os impulsos periódicos, que em

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condições normais regulam as contrações (sístole) e as expansões (diástole), são alterados


e o coração vibra desordenadamente.
Queimadura por choque elétrico: A passagem da corrente elétrica pelo corpo
humano gera calor produzindo queimaduras, cuja gravidade depende da intensidade e do
tempo de contato com a corrente elétrica. Em altas tensões, os efeitos térmicos produzem
destruição de tecidos superficiais e/ou profundos, artérias, centros nervosos, além de
causar hemorragias.

Fig. 3 - Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade no corpo humano.

2.4 Tipos de Proteção Contra Choques Elétricos


Existem duas formas de proteção contra choques elétricos. Lembrando que a medida de
proteção prioritária contra choques elétricos é a desenergização elétrica:
1) Proteção contra Contatos Diretos
A proteção contra contatos diretos deve ser assegurada por meio de:
a) Isolação das partes vivas.
É destinada a impedir todos os contatos com as partes vivas da instalação elétrica
através do recobrimento total por uma isolação que somente possa ser removida através
de sua destruição. As isolações dos componentes de uma instalação elétrica têm um papel
fundamental na proteção contra choques elétricos.

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b) Barreiras ou invólucros
São destinados a impedir todos os contatos com as partes vivas da instalação
elétrica, sendo que as partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás de
barreiras.

Fig. 7 – Instalação de Barreiras ou invólucros.

c) Obstáculos.
São destinados a impedir os contatos diretos acidentais com partes vivas, sendo
instalados em compartimentos cujo acesso é permitido somente a pessoas autorizadas. A
seguir um exemplo de obstáculo:

Fig. 8 – Instalação de Obstáculos.

d) Colocação fora de alcance.


É destinada a impedir os contatos acidentais, consistindo em instalar os condutores
energizados a uma altura/distância que fique fora do alcance do trabalhador, das máquinas
e dos equipamentos.

2) Proteção Contra Contatos Indiretos.


Os trabalhadores devem ser protegidos contra os perigos que possam resultar de
um contato com massas colocadas acidentalmente sob tensão através do desligamento da
fonte por disjuntor ou fusível rápido ou desligamento da fonte por um dispositivo à
corrente diferencial - DR.
a) Dispositivo à corrente diferencial-residual (DR).
Os dispositivos à corrente diferencial-residual (DR) constituem-se no meio mais
eficaz de proteção das pessoas e animais contra choques elétricos. Estes dispositivos
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permitem o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às pessoas,


as perdas de energia e os danos às instalações, porém, sem dispensar outros elementos de
proteção (disjuntores, fusíveis e etc.). A sua aplicação é específica na proteção contra a
corrente de fuga.
Princípio de Funcionamento
Os dispositivos DR podem ser divididos em três partes:
 Transformador toroidal;
 Disparador para conversão de uma grandeza elétrica em uma ação
mecânica;
 Mecanismo móvel com os elementos de contato.
O princípio de funcionamento destes dispositivos é decorrente da aplicação da
lei de Kirchoff, ou seja, em uma instalação sem defeito, a soma geométrica das correntes
nos condutores de fase e neutro é nula. Logo, o campo magnético gerado é nulo e a tensão
induzida no secundário do transformador também será nula, não havendo, portanto,
grandeza elétrica residual para conversão numa ação mecânica. A detecção dessa
diferença é feita por um núcleo ferromagnético que envolve os condutores (menos o
condutor PE) e que tem um enrolamento, no qual, em condições normais, não circula
nenhuma corrente. Se houver uma diferença entre as correntes de entrada e de saída,
surgirá uma tensão entre os terminais desse enrolamento, que acionará um eletroímã, que
por sua vez abrirá o circuito principal.
Ele é uma espécie de sensor que fica medindo a todo tempo as correntes de entrada
(+I) e saída (-I) de um circuito. Normalmente, essas duas correntes possuem o mesmo
valor, mas são de sinais opostos por percorrerem o circuito em direções contrárias. Logo,
a soma dessas duas correntes é igual a zero, permitindo o funcionamento normal do
circuito. Mas se acontecer da corrente fluir para a terra (no caso de um choque elétrico),
essa soma será diferente de zero, fazendo o DR funcionar, provocando a abertura do
circuito, eliminando a circulação de corrente para a terra (eliminando o choque).
Assim, se uma pessoa tocar em uma tomada que tenha um DR instalado, ao menor
sinal de fuga de corrente, neste caso um choque elétrico, o DR atuará, abrindo o circuito
e eliminando a passagem de corrente elétrica pela pessoa, protegendo-a assim de um dano
mais grave.
Estes dispositivos asseguram a proteção contra tensões de contato perigosas
provenientes de:
 Defeitos de isolamento em aparelhos ligados à terra;
 Contatos indiretos com a terra da instalação ou parte dela;
 Contatos indiretos com partes ativas da instalação;
 Curto-circuito com a terra cuja corrente atinge o valor nominal –
“proteção contra incêndio”.

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Fig. 11 – Dispositivo de proteção a corrente diferencial – residual (DR).

2.7. ATERRAMENTO ELÉTRICO


Um aterramento elétrico consiste em uma ligação elétrica proposital de um sistema
físico (elétrico, eletrônico ou corpos metálicos) ao solo.
É a ligação intencional com a terra, isto é, com o solo, que pode ser considerado
um condutor através do qual a corrente elétrica pode fluir, difundindo-se. Toda instalação
ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que, eventualmente,
possa ficar sob tensão, deve ser devidamente aterrada. Neste caso, a corrente elétrica de
fuga seguirá para o ponto de aterramento pelo “condutor terra”, não passando pelo corpo
do trabalhador que toca a sua carcaça.

2.4.2.2.1 Sistema de Aterramento


É o conjunto de condutores, hastes e conectores interligados, circundados por
elementos que dissipam para a terra as correntes impostas nesse sistema.
Os principais tipos de sistema de aterramento são:
1. Apenas uma haste cravada no chão;
2. Hastes dispostas triangularmente;
3. Hastes em quadrado;
4. Hastes alinhadas;
5. Placas metálicas enterradas no solo;

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6. Fios ou cabos enterrados no solo, formando várias configurações:


 Quadrado formando uma malha de terra
 Em cruz
 Estendido em vala
 Em estrela
7. Eletrodos de fundação / encapsulados em concreto.

Um sistema de aterramento deve ser composto das seguintes etapas:


1. Definir o local de aterramento;
2. Efetuar medições de resistividade no local definido;
3. Fazer a estratificação do solo.
O sistema de aterramento deve ser sempre dimensionado, levando em conta a
segurança das pessoas e a sensibilidade dos equipamentos.
A manutenção do sistema de aterramento deve ser executada com periodicidade
para evitar a corrosão e a oxidação de seus componentes. O projeto deve ser elaborado
por profissional legalmente habilitado e executado por trabalhador qualificado.

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Terra Prometida
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Como eletricista, tu te depararás com situações em que precisarás saber


o valor de uma determinada grandeza. Para tal, você saber utilizar
corretamente os instrumentos de s de grandezas elétricas.
Assim, neste módulo aprenderás:
1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS
3.2 INSTRUMENTOS BÁSICOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS

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Medidas Elétricas

3.1 Conceitos Básicos


Medir é estabelecer uma relação numérica entre uma grandeza e outra, de mesma
espécie, tomada como unidade.
Medidas elétricas só podem ser realizadas com a utilização de instrumentos
medidores, que permitem a quantificação de grandezas cujo valor não poderia ser
determinado através dos sentidos humanos.
Padrão é a grandeza que serve de base ou referência para a avaliação da quantidade ou
da qualidade da medida; deve ser estabelecido de tal forma que apresente as seguintes
características:
 Permanência, significando que o padrão não pode se alterar com
o passar do tempo nem com a modificação das condições
atmosféricas;
 Reprodutibilidade, que é a capacidade de obter uma cópia fiel do
padrão.

1.2 Classificação dos Instrumentos de Medidas Elétricas


Os instrumentos de medidas elétricas podem ser classificados de várias formas, de
acordo com o aspecto considerado quanto à:
a) Grandeza a ser medida

 Amperímetro (corrente); voltímetro (tensão); wattímetro (potência


ativa); varímetro (potência reativa); fasímetro ou cosifímetro
(defasagem entre tensão e corrente ou cosj); ohmímetro
(resistência); capacímetro (capacitância); frequencímetro
(frequência).
b) Forma de apresentação dos resultados
 Analógicos, nos quais a leitura é feita de maneira indireta,
usualmente através do posicionamento de um ponteiro sobre uma
escala, como o mostrado na Figura 2(a);

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 Digitais, que fornecem a leitura diretamente em forma alfa-


numérica num display (Figura2 (b)).

c) Capacidade de armazenamento das leituras

 Indicadores, capazes de fornecer somente o valor da medida no


instante em que a mesma é realizada (Figura 2);

 Registradores, capazes de armazenar certo número de leituras


(Figura 3(a));

 Totalizadores, que apresentam o valor acumulado da grandeza


medida (Figura 3(b)).

d) Princípio físico utilizado para a medida


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 Bobina móvel, ferro móvel, ferrodinâmico, bobinas cruzadas,


indutivo, ressonante, eletrostático.

Note: Esses tipos de medidores são tipicamente analógicos. Os


aparelhos digitais utilizam maioritariamente circuitos eletrônicos
comparadores.

e) Finalidade de utilização
 Para laboratórios: aparelhos que primam pela exatidão e precisão;

 Industriais: embora não sejam necessariamente tão exatos quanto


os de laboratório, têm a qualidade da robustez, mostrando-se
apropriados para o trabalho diário sob as mais diversas condições.
f) Portabilidade
 De painel, fixos ou de bancada, portáteis.

3.2 Instrumentos Básicos De Medidas Elétricas


Denominam-se básicos os instrumentos destinados à medida das grandezas
elétricas básicas: corrente, tensão, potência e energia. Outras grandezas elétricas – como
resistência e capacitância - podem ser determinadas a partir de adaptações feitas nesses
medidores básicos.
Amperímetro
Utilizado para medir correntes, sempre é ligado em série com elemento/circuito
cuja corrente quer se medir; isto significa que um condutor deverá ser “aberto” no ponto
de inserção do instrumento.
Note: Se a interrupção do circuito é impraticável pode-se usar um amperímetro-
alicate, capaz de medir a corrente pelo campo magnético que esta produz ao passar no
condutor.

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Voltímetro
Instrumento destinado à medida de tensões, o voltímetro deve ser ligado em
paralelo com o elemento cuja tensão quer-se determinar.

Wattímetro
É o aparelho apropriado para a medida de potência ativa. Os wattímetros analógicos
possuem duas bobinas, uma para a medida de tensão (também chamada bobina de
potencial) e outra para medir a corrente (bobina de corrente). O aparelho é construído de
tal forma que o ponteiro indica o produto dessas duas grandezas multiplicado, ainda, pelo
cosseno da defasagem entre elas (fator de potência).

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Terra Prometida 41
Curso de Eletricidade_A Terra Prometida

É imprescindível que o projetista saiba onde se situa a sua instalação


dentro de um sistema elétrico mais complexo, a partir do gerador, até os
pontos de utilização em baixa tensão.

DEFININDO OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
 Relembrar as fontes geradoras de eletricidade.
 Aprender o funcionamento da rede elétrica.
 Identificar cada parte que compõe o grande sistema energético.

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Curso de Eletricidade_A Terra Prometida 42

SISTEMA ELÉTRICO

SISTEMA ELÉTRICO

O funcionamento do sistema elétrico ou energético é amplo e complexo. Dependendo


de onde a energia elétrica é gerada, a distância até sua casa pode ultrapassar vários estados
da federação. Essa distância, em alguns casos, é devido ao lugar onde tem melhor
condição para a construção da fonte geradora, como, por exemplo, uma queda d’água que
é necessária para a construção de uma hidrelétrica. Não é em qualquer lugar que tem uma
cachoeira ideal para construir uma hidrelétrica.

Figura 01: Rede Elétrica

Mas a fonte geradora é só a primeira parte desse grande sistema, ou seja, o


sistema energético ou rede elétrica.

Basicamente, uma rede elétrica é formada por:


 Fonte geradora
 Subestação elevadora
 Linha de transmissão
 Subestação abaixadora
 Rede de distribuição (com transformador de força)
 O consumidor

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a) Fonte Geradora
A produção de eletricidade ocorre em uma usina geradora que pode ser de
qualquer um dos tipos estudados nas aulas anteriores. O gerador elétrico pode ser de dois
tipos:
 Dínamo para geração de corrente contínua, muito utilizado em bicletas
para fornecer eletricidade ao farolete delas.
 Alternador para geração de corrente alternada; este, sim, utilizado nas
fontes de eletricidade citadas anteriormente.
Mas você pode estar se perguntando: por que usar energia alternada e não
contínua? Veja só, a energia alternada é, neste caso, melhor do que a contínua porque:.
 O gerador elétrico produz eletricidade CA naturalmente, graças ao giro do
rotor. E para conseguir eletricidade CC, basta uma conversão utilizando
um retificador como, por exemplo, o eliminador de pilhas.

 A energia CC é mais fácil de ser obtida a partir da energia CA do que obter


CA a partir de CC, que é muito caro.

 A rede elétrica só opera por causa dos transformadores de energia, e estes


precisam de energia CA para funcionar.

 A energia CA, quando transmitida em longas distâncias, sofre menos


perdas nos cabos do que a energia CC.

Trifásica versus Monofásica


O gerador elétrico ou alternador possui três bobinas de fios (ou fases)
defasadas (ou separadas fisicamente) de 120º uma da outra. Na Figura 5a, as bobinas são
representadas por BY, AX e CZ e na Figura 5b as tensão geradas são V1, V2 e V3. No
Nordeste, o valor da tensão trifásica é de 380V eficaz.
Utilizar três fases em um gerador é melhor do que uma ou duas fases
porque, em qualquer instante de tempo t, o valor de v(t) (Figura 5b), em, pelo menos, uma
das fases, está próximo do pico, o mesmo não aconteceria se fosse uma ou duas fases,
porque, em alguns instantes de t, o valor de v(t) cruzaria o zero volt.
b) Subestação elevadora
Este é o segundo componente da rede elétrica, localizado próximo da fonte
geradora ou usina elétrica. A energia, quando sai do gerador (por volta de 13,8kV), segue
para uma subestação elevadora, onde a tensão será aumentada antes de ser transmitida
para os grandes centros.
O principal equipamento de uma subestação é o transformador de potência. Neste
caso, ele recebe no primário (entrada) 13,8kV, por exemplo, e eleva no secundário (saída)
para: 230, 345, 440, 500, 525, 600 ou 765kV.

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Essa necessidade de elevar a tensão para níveis adequados de transmissão é para


reduzir as perdas de energia que acontecem em longas distâncias. Para entender melhor
essa necessidade, observemos a seguinte equação:
P=V•I
Nela, a potência P é constante, sendo assim, só é possível alterar as intensidade de
V e I, para que P não mude. Então, se a tensão V for aumentada, a corrente I diminui.
Com isso, as perdas por aquecimento nos cabos (efeito Joule) serão mínimas, já que as
perdas são diretamente proporcionais ao valor da corrente I. .

c) Linha de transmissão
É o terceiro componente da rede elétrica a interligar uma subestação elevadora
com outra subestação, só que abaixadora. Essa interligação é feita por meio de cabos
instalados em grande torres metálicas de transmissão de energia.

Figura 06: Torre de Transmissão

Essas torres de transmissão são inconfundíveis e visíveis de longe, sempre


sustentando, no mínimo, três cabos, sendo um por fase. É comum a instalação de um feixe
de cabos, onde cada fase possui dois ou quatros cabos, ao invés de um só. Tal estratégia
é também para diminuir as perdas na transmissão. E, na parte mais alta da torre, também
tem um ou dois cabos instalados que servem de para-raios ou cabo-guarda.
A altura dessas torres varia com a tensão de transmissão, por exemplo, para tensão
de 345kV, altura média de 30m; para 500kV, altura média de 41m; e para 765kV, altura
de 60m.

d) Subestação abaixadora.

É o quarto componente do sistema elétrico e faz conexão entre sistemas de


tensões diferentes. O transformador da subestação abaixadora recebe energia da
transmissão nas mais diversas tensões existentes como: 230, 345, 440, 500, 525, 600 ou
765kV, e rebaixa para distribuição, em geral, para 13,8kV (ou média tensão).

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Você sabe identificar os componentes da Figura 7? Então veja que quase no centro
é possível observar a existência de um transformador de potência (caixa cinza). À
esquerda dele, chega o barramento de alta tensão da rede de transmissão de energia. Já à
direita do transformador, é possível ver a saída do barramento da rede de distribuição.

Figura 07: Subestação de Distribuição

Esse tipo de subestação tem as seguintes características:

 Ter função inversa da subestação elevadora;


 Ter barramento de saída com ramais de distribuição;
 Possuir disjuntores e chaves seccionadoras (equipamentos de proteção e
manobra) capazes de desconectar as linhas que chegam e que saem.

e) Rede de distribuição (com transformador de força)

A rede de distribuição vem da subestação abaixadora e é formada por poste de


concreto ou madeira, de onde, da parte mais alta, sustentada por uma cruzeta, saem os
três cabos de energia, em média tensão.
Mas você pode se perguntar: que outros componentes são esses da Figura 8?
Acompanhe, na parte mais alta, a rede de média tensão. Mais abaixo, no meio da figura,
ocorre uma derivação na rede de distribuição. A cruzeta tem três chaves fusíveis, que
servem para proteger o transformador de sobrecarga.

Figura 08: Rede de Distribuição com Transformador

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E, na parte mais baixa da figura, existe um transformador de força que recebe


energia em 13,8kV, por exemplo, e rebaixa para níveis de consumo como 380V trifásico
e 220V monofásico.
Observe que, atrás do transformador, passam quatros fios. Esses fios são as três
fases e o neutro do sistema, de tal forma que, se ligarmos um equipamento para medir
tensão e tocarmos em duas fases, o equipamento registrará 380V. Agora, se ligarmos o
equipamento e tocarmos em uma fase e no neutro, o equipamento lerá 220V.

f) O consumidor

A energia produzida pela usina viajou por centenas de quilômetros até chegar ao
destino final, o consumidor. A razão da existência do sistema elétrico é, portanto, atender
as necessidades do consumidor. Eletricidade para trabalhar, estudar, descansar, brincar,
etc.

Mas você sabe como a energia entra numa casa? Pois bem, a Figura 9 representa
bem a ligação do consumidor com a rede de distribuição. Se a residência for alimentada
com energia monofásica, a ligação do poste será entre uma fase e o neutro. Depois disso,
os fios seguem por uma tubulação até a caixa de medição, onde ficará o medidor
monofásico, com a finalidade de registrar o consumo de energia elétrica do consumidor.
O medidor é de propriedade da concessionária local de energia. Somente seus
funcionários podem mexer no medidor.

Figura 09: Ligação do Consumidor com a Rede de Distribuição

Após a fiação sair da caixa de medição, segue para o quadro de distribuição


dentro da casa. Nele, são ligados os circuitos terminais por meio de disjuntores
termomagnéticos. Os circuitos terminais podem alimentar a iluminação, as tomadas de
uso geral, ou tomadas de uso específico como chuveiro elétrico ou máquina de lavar, por
serem cargas de maior potência.

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RESUMINDO

Você aprendeu um pouco sobre o funcionamento da rede elétrica (ou sistema


energético). E conheceu os componentes básicos desse sistema e como a eletricidade
percorre longas distâncias desde a fonte, sendo transformada nesse caminho até chegar
até o consumidor final.

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Terra Prometida 48
Curso de Eletricidade_A Terra Prometida

Como eletricista, terás que trabalhar com alguns materias e


equipapamentos que serao os mais essencial para qualquer obra que
realizares.

Vamos ver alguns destes materias:

5.1 CONDUTORES
5.2 FUSÍVEIS
5.3 DISJUNTORES

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MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

5.1 CONDUTORES
Podemos definir condutor de energia como o meio pelo qual se transporta energia
desde um determinado ponto, denominado fonte ou alimentação, até um terminal
consumidor ou carga.
Quanto ao tipo de material usado para construção dos condutores, temos dois
materiais utilizados. Um deles, o alumínio, possui maior utilização em condutores
elétricos para sistemas de potência. Já o cobre é o mais utilizado em instalações prediais,
comerciais e industriais. Cabos de alumínio, conforme NBR-5410, somente podem ser
utilizados para seções iguais ou superiores a 16 mm².
Em relação aos materiais utilizados para isolação dos cabos temos na baixa tensão
como principais o PVC (policloreto de vinila), o PE (polietileno termoplástico), o EPR
(borracha etileno propileno) e o XLPE (polietileno reticulado). Já na média tensão
encontramos cabos isolados em EPR e XLPE.
Os diferentes tipos e formas de fabricação de condutores elétricos variam de acordo
como cada um deles será utilizado. Cada tipo e forma é própria para um determinado tipo
de aplicação. Abaixo temos alguns conceitos importantes quando falamos sobre formação
de condutores.
Fio Metálico – Produto maciço, de seção transversal invariável e
comprimento muito maior do que sua dimensão transversa (diâmetro).
Os principais tipos de fios são:
 Fio Nu – fio sem revestimento metálico, isolação ou cobertura.

 Fio Revestido – fio dotado de um revestimento metálico. Ex: fio de cobre


estanhado, fio cadmiado, fio de cobre prateado, fio de aço zincado, fio de aço
cobreado.

 Fio Isolado – fio com ou sem revestimento, dotado de isolação.

 Fio Coberto – fio com ou sem revestimento, dotado de cobertura.


Cabo elétrico – produto metálico composto de fios elétricos justapostos, que pode ou não
possuir isolação e/ou proteção mecânica.
Classes de Encordoamento – A NBR NM 280 (antiga NBR 6880) define para os
cabos de cobre as classes de encordoamento, numeradas em ordem crescente de
flexibilidade, sendo:

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 Classe 1 – Condutor sólido.


 Classe 2 – Condutores encordoados, compactados ou não.
 Classes 4, 5 ou 6 – Condutores flexíveis (cordas ou cabos compostos por cochas
ou feixes).
Os principais tipos de fios e cabos condutores utilizados são:
a) Condutor Sólido – condutor de seção transversal maciça (fio sólido).
b) Condutor Rígido (Redondo Normal) – cabo constituído por fios sólidos dispostos
helicoidalmente em camadas ou coroas alternadas com passos distintos.
c) Condutor Flexível (Corda Composta) – cabos constituído por feixes (cochas) de
fios dispostos helicoidalmente em camadas ou coroas alternadas, com passos distintos.
d) Condutor Compactado – cabo encordoado, onde os espaços ou interstícios entre
os fios foram reduzidos por compressão mecânica.
Na figura 1 abaixo temos a ilustração destes diversos tipos de formação de condutores
elétricos.

O tipo de condutor fio sólido (a) está limitado à seção de 10mm², pois acima disto
apresenta pouca flexibilidade e grandes dificuldade de trabalhos de puxamento,
acomodação e ligação. O cabo rígido (b), é uma alternativa quando são necessárias seções
nominais maiores que 10mm², porém também possuem pouca flexibilidade e grandes
dificuldade de trabalhos de puxamento, acomodação e ligação. O cabo redondo compacto
(d) apresenta uma classe de encordoamento 2, melhorando em flexibilidade e trabalhos
de instalação. Já os cabos flexíveis (c) apresentam classes de encordoamento 4, 5 e 6,
sendo os mais fabricados de classe 4 e 5 (flexíveis), normalmente usados em instalações
fixas, e de classe 6 (extra flexíveis), normalmente utilizados para equipamentos móveis,
como uma máquina de solda por exemplo. Estes cabos possuem grande flexibilidade e
facilidades de trabalhos de puxamento, acomodação e ligação. Por outro lado,
evidentemente, possuem maior custo de aquisição que deve ser composto com o custo de
instalação, o que leva normalmente em instalações industriais ao uso deste tipo de cabos
flexíveis. Mesmo em instalações prediais (cabos até 10mm²) os cabos flexíveis tem
ocupado espaço, principalmente em obras de médio e grande porte.

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Os cabos possuem os seguintes componentes, não necessariamente todos eles juntos,


dependendo da sua aplicação:
 Condutor
 Isolação
 Blindagens de campo elétrico (do condutor e externa)
 Armação metálica
 Capa de proteção

Blindagem
Para os cabos de potência de baixa tensão a blindagem é utilizada em cabos para
cargas que são alimentadas por fontes que geram interferências eletrostáticas
(conversores de frequência alimentando motores elétricos, por exemplo).
Os cabos podem receber uma proteção mecânica através de uma armação de fios
de aço galvanizado ou fios de cobre estanhado. Estes tipos de cabos são aplicáveis em
locais que necessitam uma proteção reforçada como em aplicações navais, por exemplo.
A capa de proteção (ou cobertura) dos cabos é uma proteção externa, não metálica,
que tem a finalidade de proteger o material da isolação contra abrasão e poluição. A figura
2 ilustra os componentes de um cabo de média tensão.

1- Condutor de cobre;
2- Blindagem do condutor – composto termofixo semicondutor;
3- Isolação – XLPE ou EPR;
4- Blindagem da isolação – composto termofixo semicondutor;
5- Blindagem metálica – fios de cobre nu (complementa a blindagem da
isolação) ;
6- Separador – fita higroscópica de poliéster para manter a formação da
blindagem metálica;
7- Cobertura ou capa de proteção – em PVC

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Os cabos de energia podem ser construídos de maneiras diversas, em função da


sua destinação.
 Cabos isolados: são construídos por um único condutor (1) e dotados apenas
da isolação (2), conforme figura 3.

Figura 3: exemplo de cabo isolado

 Cabos unipolares: são cabos isolados e dotados de uma capa de proteção


(cobertura), conforme figura 4. O termo cabo singelo se aplica a cabos
isolados e cabos unipolares.

Figura 4: cabo tipo unipolar

 Cabos multipolares: são aqueles constituídos por vários cabos (1), com
isolação (2) e dotados de capa de proteção (3). Os cabos multipolares de
potência são construídos nas formas bipolares, tripolares e tetrapolares. A
figura 5 ilustra um cabo multipolar.

Figura 5: cabo tipo multipolar

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Identificação dos condutores por cores


No caso de identificação por cores, estas ficam a critério do fabricante, respeitadas
as seguintes condições:
 As cores verde/amarelo e verde devem ser usadas exclusivamente para
identificação do condutor de proteção (terra);
 A cor azul-clara deve ser usada para identificar o condutor neutro; caso não haja
o condutor neutro poderá identificar qualquer condutor que não exerça a função
exclusiva de proteção;
 A cor amarela não pode ser usada separadamente.
 A cor preta é usada, geralmente, para identificar o condutor neuto.

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5.2 FUSÍVEIS

Os fusíveis são os elementos mais tradicionais para proteção contra curto-circuito


de sistemas elétricos, mas vem perdendo espaço para os disjuntores, principalmente
disjuntores motores em instalações industriais.
Fusível é um dispositivo dotado de um elemento metálico, com seção reduzida na
sua parte média, normalmente colocado no interior de um corpo de porcelana
hermeticamente fechado contendo areia de quartzo de granulometria adequada.
Dentre as várias formas de classificação de fusíveis de força de baixa tensão, temos
duas principais:
 Quanto à construção física: os dois modelos mais utilizados em instalações
elétricas são os do tipo “D” (diametral) e “NH” (faca). Os fusíveis tipo D são
limitados até geralmente até 100 A e são indicados para locais acessíveis a
pessoas não qualificadas em segurança com eletricidade. Já os tipos NH podem
chegar até 1000 A ou mais dependendo do fabricante, sendo indicados para locais
com de acesso de pessoas qualificadas (instalações industriais). A figura a seguir,
ilustra os fusíveis tipo NH (lado esquerdo) e tipo D (lado direito).

Figura 11 – fusíveis do tipo NH e D

 Quanto ao tipo de ação: basicamente são divididos em ultrarrápidos ou de tempo


com retardo (popularmente chamados de retardados). Os fusíveis ultrarrápidos
são utilizados para proteção de semicondutores (por exemplo tiristores). Por esta
razão são utilizados na proteção de equipamentos eletrônicos de acionamento de
motores (soft-starter e conversor de frequência). Já os fusíveis de tempo longo
são utilizados em acionamentos convencionais de motores (partida direta, estrela-
triângulo, etc.).

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5.3 DISJUNTORES

Os disjuntores de baixa tensão são equipamentos de comando e de proteção de


circuitos e cargas, cuja finalidade é conduzir continuamente a corrente da carga sob
conduções nominais e interromper correntes anormais de sobrecarga e curto-circuito ou
somente de curto-circuito.

Quanto ao tipo de construção os disjuntores de baixa tensão são classificados em


 Disjuntores abertos: seus mecanismo são montados em uma estrutura aberta,
normalmente são disjuntores de elevada corrente nominal (acima de 800 A);
 Disjuntores em caixa moldada: toda a sua estrutura é montada em um invólucro
fechado. São construídos normalmente até 1000 A.
Quanto ao tipo de operação os disjuntores de baixa tensão são classificados em:
 Disjuntores termomagnéticos: são aqueles dotados de disparadores térmicos de
sobrecarga e eletromagnéticos de curto-circuito. São os mais utilizados
atualmente para proteção de motores por ocuparem menor espaço e dispensar o
uso de relés térmicos;
 Disjuntores magnéticos: são aqueles dotados apenas de disparadores
eletromagnéticos de curto-circuito. Neste caso deve ser combinado com o
disjuntor, para proteção de motores, um relé de sobrecarga térmico.
 Disjuntores limitadores de corrente: são um tipo especial de disjuntor
(termomagnéticos ou magnéticos) que limitam o valor da corrente e do tempo de
curto-circuito, proporcionando uma redução significativa nos efeitos térmicos e
dinâmicos dos curtos-circuitos.

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Terra Prometida 56
Curso de Eletricidade_A Terra Prometida

Em instalações elétricas, o técnico responsável pelo serviço tem de


saber o uso correto das ferramentas e equipamentos que auxiliam no
trabalho, os materiais que estão sendo usados, reconhecendo-os se estão em
ótima qualidade e sendo usados corretamente de acordo com as indicações
do fabricante, entre outras preocupações.
O foco desse Módulo é sobre emendas e conectores nas instalações
elétricas, a fim de esclarecer o método correto de realizar uma emenda e
quando se deve usar um conector e não uma emenda.

Neste módulo estudaremos:


i. INTRODUÇÃO

ii. EMENDAS

iii. EMENDA DE CONDUTORES ENTRE SI EM PROSSEGUIMENTO


(PROLONGAMENTO)
1º CASO – CONEXÃO EM LINHA ABERTA OU EXTERNA
2º CASO - DENTRO DE CAIXAS DE DERIVAÇÃO OU DE PASSAGEM
iv. EMENDA DE CONDUTORES EM DERIVAÇÃO

v. OLHAL

vi. CONECTORES

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EMENDAS ARTESANAIS E CONECTORES ELÉTRICOS

Introdução
Em instalações elétricas, o técnico responsável pelo serviço tem de saber o uso
correto das ferramentas e equipamentos que auxiliam no trabalho, os materiais que estão
sendo usados, reconhecendo-os se estão em ótima qualidade e sendo usados corretamente
de acordo com as indicações do fabricante, entre outras preocupações.
O foco desse relatório é sobre emendas e conectores nas instalações elétricas, a
fim de esclarecer o método correto de realizar uma emenda e quando se deve usar um
conector e não uma emenda.
As principais consequências de realizar uma instalação de forma incorreta, com
conexões frouxas, mal soldadas (se for necessário) e usando cabos ou fios inadequados
para dada corrente elétrica são as seguintes:
 Curto-circuito;
 Aquecimento (Efeito Joule);
 Vazamento de energia;
 Choques elétricos;
 Aumento do consumo de energia;
 Incêndios, provocados por curtos;
 Maus funcionamentos de aparelhos, em alguns casos param de funcionar;
 Etc.

Lembrando ao projetista ou instalador que os mesmo são os responsáveis legais por


qualquer acidente que venha a acontecer numa instalação, devido à falha de projeto ou
execução, ou seja, é preciso ter muita atenção e cuidado quando for realizar um projeto.

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Emendas
É o processo geralmente utilizado para unir dois ou mais fios ou quando o
mesmo não satisfaz (curto) ao projeto que se encontra em execução.
Deve-se ter cuidado para não exagerar na emenda, tanto para ela não se romper
por está acochado demais, ou para não se aquecer, chegando às vezes até se solta.

A seguir vamos ver os diferentes tipos te emendas:


a) Emenda de Condutores entre si em Prosseguimento
(Prolongamento).
Consiste em unir condutores para prolongar linhas. A utilização é recomendada em
instalações de linha aberta.
1º Caso – Conexão em linha aberta ou externa
1º PASSO: Desencape as pontas dos condutores, retirando com um canive-te
ou estilete a cobertura isolante em PVC, ou se preferir utilize um alicate descascador de
fios. Excute sempre retirando a cobertura isolante em dire-ção à ponta, com o cuidado de
não danificar o condutor. Obs.: o compri-mento de cada ponta deve ser suficiente para
aproximadamente umas 06 (seis) voltas em torno da ponta do outro condutor.
2º PASSO: Limpe os condutores, retirando os restos do isolamento. Caso o
condutor apresente oxidação na região da emenda, raspe o condutor com as costas da
lâmina, a fim de eliminar a oxidação. Obs.: Caso o condutor seja estanhado, não há
necessidade da raspagem do mesmo.
3º PASSO: Emende os condutores, cruzando as pontas dos mesmos e em
seguida torça uma sobre a outra em sentido oposto. Cada ponta deve dar
aproximadamente seis voltas sobre o condutor, no mínimo. Complete a torção das pontas
com ajuda de um alicate. As pontas devem ficar completamente enroladas e apertadas no
condutor, evitando-se assim que estas pontas perfurem o isolamento.
4º PASSO: O isolamento da emenda deve ser iniciado pela extremidade mais
cômoda. Prenda a ponta da fita e, em seguida, dê três ou mais voltas sobre a mesma,
continue enrolando a fita, de modo que cada volta se sobreponha à anterior. Continue
enrolando a fita isolante sobre a camada isolante de PVC do condutor. A execução de
uma emenda bem feita deve garantir que a camada isolante do condutor seja ultrapassada
por uns dois centímetros. Corte a fita isolante.

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2º Caso - Dentro de caixas de derivação ou de passagem.


 Caso A: Entre Condutores Rígidos.
1º Passo - Remova a isolação, aproximadamente 30 vezes o diâmetro (d)
do condutor. Em seguida coloque-os um ao lado do outro.
2º Passo - Cruze os condutores, segurando-os com um alicate, fazendo com
que formem um ângulo de 90°a 120°aproximadamente.
3º Passo - Continue segurando os condutores com auxilio de um alicate, e
inicie as primeiras voltas (espirais) com os dedos.
4º Passo – Termine a emenda com auxílio de outro alicate. Se necessário
trave a emenda na impossibilidade de soldagem.

 Caso B: Entre Condutor Rígido e Flexível.


1º Passo – Remova a isolação de ambos os condutores.

2º Passo – Cruze os condutores, fazendo com que formem um ângulo de


90°entre si, e que o condutor flexível fique afastado da isolação do condutor rígido, em
no mínimo 20 vezes a espessura do fio utilizado.

Fio A: Rígido; Fio B: Flexível


3º Passo – Inicie a emenda pelo condutor flexível fazendo as espiras até
completá-las.
4º Passo – Com auxílio de um alicate universal, dobre o condutor rígido
sobre o flexível.
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5º Passo – Dobre o condutor rígido.


6º Passo - Segure o condutor rígido pelo olhal, com auxílio de um alicate de
pressão, fazendo as espiras, até a conclusão da emenda.

 Caso C: Entre Condutores Flexíveis.


1º Passo - Remova a isolação dos dois condutores. Sendo que a remoção de
um dos condutores deve ser no mínimo o dobro do outro.
2º Passo – Enrole a pontas dos dois condutores, para melhor condução de
eletricidade use o alicate. Observação: Não enrole todo o condutor com menor presença
do material isolante.
3º Passo – Apoie o enrolamento junto ao condutor para o lado onde fica
amostra o fio condutor. Após esse procedimento isole a região com fita isolante.

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b) Emenda De Condutores Em Derivação


Este tipo de emenda (ou conexão) é utilizado para unir o extremo de um condutor
no “meio” de outro condutor para que possa receber energia elétrica. É muito utilizado
para ligar circuitos em paralelo ou tomadas à fiação da casa.
São possíveis quatro tipos de derivação:
1º Caso: Entre Condutores Rígidos [Derivação Simples]
2º Caso: Entre Condutores Rígidos – Derivação com Trava
3º Caso: De um Condutor Rígido com um Flexível
4º Caso: De um Condutor Flexível com um Rígido
Observação: Deve-se sempre fazer o arremate final da emenda com auxílio de
dois alicates.

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Terra Curso
Prometida
de Eletricidade_A Terra Prometida 62

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Curso de Eletricidade_A Terra Prometida 63

LÂMPADAS

Luz
A partir dos estudos de fenômenos elétricos e magnéticos, passou a considerar a luz
como sendo formada por ondas eletromagnéticas que se propagam mesmo na ausência de
matéria.
A luz visível refere-se ao conjunto de ondas capas de provocar sensação visual num
observador normal.
Lâmpadas elétricas são dispositivos que transformam energia elétrica em energia
luminosa.

8.1 TIPOS DE LÂMPADAS

As lâmpadas elétricas podem classificar-se em lâmpadas de incandescência e


lâmpadas de descarga.

1) Lâmpada Incandescente

a) Lâmpada incandescente comum (Convencionais)


A lâmpada incandescente foi a primeira a ser desenvolvida e ainda hoje é uma das
mais utilizadas. A luz é produzida por um filamento aquecido pela passagem de corrente
elétrica alternada ou contínua (efeito joule).
Possuem um bulbo de vidro, em cujo interior existe um filamento de tungstênio,
enrolado uma, duas ou três vezes, o qual, pela passagem da corrente elétrica, fica
incandescente.
Para que o filamento não se oxide, realiza-se o vácuo no interior do bulbo, ou nele
se coloca um gás inerte, em geral o nitrogênio ou argónio. O bulbo, invólucro selado que
encerra o elemento luminoso de uma lâmpada, pode ser transparente translúcido ou
opalino, sendo este último é usado para reduzir a luminância ou o ofuscamento
(luminância muito intensa).
O filamento, no entanto, se desgasta com o tempo e se rompe provocando sua
“queima” e o que diminui seu desgaste prematuro é um gás inerte ou vácuo no interior
do bulbo de vidro.

Base

Bulbo
Suporte Gas ( Nitrogênio ou Argônio )
Filamento

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b) Lâmpada de descarga halógena


Essa lâmpada possui gases halógenos no seu interior que, quando combinados
com o filamento de tungstênio incandescente, promovem algumas vantagens, em
comparação as incandescentes comuns: luz mais brilhante e uniforme, maior eficiência
energética que (entre 15 e 25 lm/W), vida útil mais longa (2000 a 4000 horas) e menores
dimensões.

Figura 12 - Lâmpada Halógena

2) Lâmpadas de descarga
Nessas lâmpadas o fluxo luminoso é gerado pela passagem de corrente através de
um gás, ou de uma mistura de gases ou vapores, sem a existência de filamento.
As lâmpadas de descarga podem ser: fluorescentes (tubulares, compactas ou
eletrônicas); vapor de sódio; vapor de mercúrio ou multi-vapor metálico.
a) Fluorescente
A lâmpada fluorescente é constituída, na grande maioria dos casos, por um tubo
cilíndrico, (em alguns casos este tubo pode ter outras formas).
 Fluorescente tubular
Apresentam diâmetros de 16 a 33,5 mm; IRC de aproximadamente 70; eficiência
luminosa 4 a 6 vezes maior que as incandescentes; vida média de 6.000 a 9.000 horas;
baixa luminância (menor possibilidade de ofuscamento).

Fluorescente tubular

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 Lâmpadas Fluorescentes compactas

Funcionamento similar ao das fluorescentes tubulares, mas de pequenas dimensões.


Alta eficiência energética, longa durabilidade (até quinze vezes mais), diversificação
capaz de atenderas mais diferentes necessidades de aplicação).

 Fluorescente compacta integrada


Apresentam bulbo compacto de diversos formatos; dispositivos de partida
integrados; alta eficiência luminosa; IRC maior que 80; vida média entre 5.000 e 6.000
horas.

 Fluorescente compacta não-integrada


Conexão com 2 ou 4 pinos; são recomendadas para áreas comerciais onde a
iluminação permanece ligada por períodos longos; alta eficiência luminosa; IRC maior
que 80; vida média de 5.000 a 6.000 horas.

Princípio de funcionamento de uma lâmpada Florescente


Em cada extremidade do tubo há um eléctrodo sob a forma de um filamento,
revestido com um óxido. Quando se liga a lâmpada, os filamentos aquecem e emitem
electrões; isso inicia a ionização do gás. Um arrancador interrompe então o circuito,
automaticamente, e desliga o aquecimento dos filamentos. O balastro, ligado à lâmpada,
produz imediatamente um impulso de alta tensão, que inicia a descarga no árgon. Essa

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descarga aquece e vaporiza o mercúrio, cuja maior quantidade está inicialmente sob
estado líquido.

Ilustração do esquema de funcionamento da lâmpada fluorescente

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Terra Prometida 67
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Introdução às Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Instalação elétrica é uma associação de componentes, coordenados entre si, para


fornecer luz, calor, movimento ou transmissão de sinais. Esses componentes são as linhas
elétricas e os equipamentos.

 Linhas elétricas – condutores (fios e cabos); elementos de fixação


(abraçadeiras, eletrodutos).
 Equipamentos – alimentadores da instalação (gerador, transformador); de
comando e proteção (disjuntor, interruptor); utilizadores da instalação
(geladeira, TV, chuveiro, lâmpada, etc.).
É a previsão escrita da instalação, com todos os seus detalhes, localização dos pontos
de utilização da energia elétrica, comandos, trajeto dos condutores, divisão em circuitos,
seção dos condutores, dispositivos de manobra, carga de cada circuito, carga total, etc.
Ou seja, projetar uma instalação elétrica de um edifício consiste basicamente em:
 Quantificar, determinar os tipos e localizar os pontos de utilização de energia
elétrica;
 Dimensionar, definir o tipo e o caminhamento dos condutores e condutos;
 Dimensionar, definir o tipo e a localização dos dispositivos de proteção, de
comando, de medição de energia elétrica e demais acessórios.
O objetivo de um projeto de instalações elétricas é garantir a transferência de energia
desde uma fonte, em geral a rede de distribuição da concessionária ou geradores
particulares, até os pontos de utilização (pontos de luz, tomadas, motores, etc). Para que
isto se faça de maneira segura e eficaz é necessário que o projeto seja elaborado,
observando as prescrições das diversas normas técnicas aplicáveis.
O projeto de instalações elétricas pode ser dividido em categorias:
a) Residencial (único e coletivo);
b) Comercial;
c) Industrial;
Neste curso nos concentrarmos apenas nas instalações residenciais.

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Simbologia

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SIMBOLOGIA : INTERRUPTOR

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8.1 Instalação de dispositivos de comando de iluminação


Nas instalações elétricas de iluminação, em escritórios, residências, comércios,
indústrias, hotéis, etc., há necessidade da utilização de dispositivos de seccionamento para
que possamos ligar ou desligar a iluminação. Por isso, são utilizados interruptores, dos
mais variados tipos e funções, os quais podem comandar uma lâmpada, ou um grupo de
lâmpadas.
O interruptor, ou dispositivos de comando de iluminação, ou ainda, ponto de
comando, tem por finalidade prolongar a fase até o ponto ativo do circuito.
A seguir, vejamos os principais tipos ligações de iluminações residenciais.

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1) Comutação de uma ou um grupo de lâmpadas à partir de


um ponto
( Interruptor Simples )
a) Ligação em Paralelo
b) Ligação em Série

Comutação de uma lâmpada com um interruptor simples


Esquema funcional
Apenas considera as funções da aparelhagem na montagem a realizar sem ter em
conta a sua posição relativa. Tem a vantagem de mostrar quer o funcionamento quer as
ligações principais, sem cruzamento de linhas, o que por si torna mais fácil a análise
elétrica do circuito.

Funcionamento: O Neutro liga diretamente ao recetor A Fase liga ao aparelho de


comando, sai do aparelho de comando e vai ligar ao recetor. O recetor só funciona se
chegar o Neutro e Fase.
Esquema Unifilar
A representação unifilar tem uma simbologia própria e simplificada mas não nos
indica o modo de ligação nas montagens de forma a compreendermos o seu
funcionamento. Dá-nos, contudo, indicações úteis sobre o percurso da instalação,
elementos que a constituem e a sua localização.
A simplicidade desta representação, faz com que ela seja utilizada no desenho das
plantas de edifícios, para a elaboração do respetivo projecto eléctrico da instalação.

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a) Ligação em Paralelo
 A intensidade I total será igual a soma de todas intensidades
IT= I1 + I2 + I3 + … + In
 A tensão U é a mesma para todas as resistências
UT=U1=U2=U3=Un

Ligação em Paralelo: Comutação um grupo de lâmpadas à partir de um ponto

b) Ligação em Série

 A intensidade da corrente I é a mesma para cada as resistências


IT=I1=I2=I3=In
 A tensão total será igual a soma de todas as quedas de tensão em cada
resistência
UT=U1+U2+U3+…+Un

Ligação em Série: Comutação um grupo de lâmpadas à partir de um ponto

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2) Comutação de duas ou dois grupo independentes de


lâmpadas à partir de um ponto
( Comutador de Ilustre ou Interruptor duplo )

É empregue sempre que se deseja comandar de um só lugar dois circuitos, com


uma ou mais lâmpadas.

Esquema funcional

Ponto comum

Comutação de duas lâmpadas independentes à partir de um ponto

Note: Para comutação de dois grupos podemos usar os dois retornos (um para cada grupo),
fazermos as ligações em serie, paralelo ou mista. O neutro será comum para os dois grupos.
Esquema Unifilar

Esquema Unifilar Comutador de Ilustre ou Interruptor duplo

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3) Comutação de uma ou um grupo de lâmpadas à partir de


dois pontos
( Comutador de Escada ou Interruptores Paralelos )

Montagem que tem por objectivo o comando de um só circuito eléctrico de dois


sítios diferentes.
As escadas, quartos, certos corredores e salas com duas entradas são exemplos de
locais onde, por funcionalidade e comodidade, as lâmpadas devem ser comandadas de
dois locais diferentes. Acende-se na “entrada”, apaga-se na “saída” e vice – versa.

Comutação de uma ou um grupo de lâmpadas à partir de dois pontos

Note: Para comutação de um grupo de lâmpadas podemos usar o retornos (que vai para lâmpada),
para fazermos as ligações em serie, paralelo ou mista.

Aplicação

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4) Comutação de uma ou um grupo de lâmpadas à partir de


três ou mais pontos
( Comutador de Escada com inversor grupo )

Montagem que tem por objectivo o comando de um só circuito eléctrico de mais de


dois sítios diferentes.

Utilizamos um inversor por cada ponto de comando que queremos mais. Por
exemplo, se pretender comandar o mesmo circuito elétrico de 5 sítios diferentes terei que
utilizar dois comutadores de escada e três inversores.

É utilizada em corredores compridos, corredores em ângulo, salas com vários


acessos, etc.

Comutação de uma ou um grupo de lâmpadas à partir de três ou mais pontos

Note: Para comutação de um grupo de lâmpadas podemos usar o retorno (que vai para lâmpada),
para fazermos as ligações em serie, paralelo ou mista.

Esquema Unifilar

Esquema Unifilar Comutador de Escada com um inversor grupo

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5) Comutação de duas ou dois grupo de lâmpadas à partir de


dois ou mais pontos
( Comutador de Escada dupla com inversor grupo duplo )

Utiliza-se quando se pretende comandar dois circuitos elétricos de dois sítios


diferentes.

Note: Para comutação de um grupo de lâmpadas podemos usar os dois retornos independentes
(que vâo para lâmpadas), para fazermos as ligações em serie, paralelo ou mista. E, para comutação
de mais de dois pontos, podemos usar n inversores duplo.

Esquema Unifilar

Esquema Unifilar Comutador de Escada dupla

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6) Sensores

Conceitos básicos
Nas plantas automatizadas os sensores são elementos muito importantes. Na nossa
vida cotidiana, os sensores estão presentes em várias situações, ainda que muitas vezes
não nos damos conta. Vamos analisar, por exemplo, o funcionamento de um termômetro.
Ele indica a temperatura do nosso corpo através do mercúrio, uma substância que se
expande com o aumento da temperatura. Então, podemos dizer que o mercúrio é o sensor
da temperatura do corpo.
Quando subimos numa balança analógica e observamos nosso peso, por exemplo,
estamos diante de um processo que faz uso de um sensor. A balança indica nosso peso ou
massa porque uma mola sofre uma deformação mecânica proporcional a ele. A
informação da deformação é transformada (mecanicamente) e faz girar o ponteiro da
balança.
Há outros inúmeros exemplos do uso de sensores como o velocímetro de um
automóvel que indica a velocidade de deslocamento porque existe um sensor que é capaz
de medir a velocidade das rodas. Ou então, a porta de uma geladeira que ao ser aberta
acende a luz, porque há um sensor que indica que ela foi aberta.
Literalmente, podemos definir a palavra sensor como “aquilo que sente”.
Sensor é um dispositivo capaz de monitorar a variação de uma grandeza física e
transmitir esta informação a um sistema em que a indicação seja inteligível para nós ou
para o elemento de controle do sistema.
Todos os dispositivos sensores são compostos por elementos denominados
transdutores, pois são capazes de transformar um tipo de energia em outro.
Transdutor: é todo dispositivo que recebe um sinal de entrada na forma de uma
grandeza física, e fornece uma resposta na saída, da mesma espécie ou diferente, que
reproduz certas características do sinal de entrada a partir de uma relação definida.

Características e Tipos de Sinais


a) Tipos de Sinais

 Sinal Digital
O sinal digital binário (“bi=dois”) só pode assumir dois valores. Estes valores
são associados a estados que podem indicar, por exemplo, se uma pressão está
acima ou abaixo de uma determinada referência. O valor 0 (zero) é geralmente
utilizado para indicar estados como “falso”, “aberto”, “desligado” ou “abaixo da
referência”, enquanto o valor 1 (um) pode indicar estados como “verdadeiro”,
“fechado”, “ligado” ou “acima da referência”.

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Tipos de Sensores

 Detetor por Contato (microchave ou sensor de fim de curso)


 Sensor Indutivo (detectar a presença de objetos metálicos)

 Sinal Analógico
Um sinal analógico é um sinal contínuo que representa a evolução de uma
grandeza, de uma variável e que apresenta infinitos valores mesmo que estes
valores estejam em uma faixa determinada. Vamos nos imaginar medindo o nível
de um reservatório e que este nível pode variar de 0 a 10 metros de altura. Há
infinitos valores de nível nesta faixa e um sinal analógico, por ser contínuo, pode
representar todos estes valores. Por exemplo, o nível do reservatório pode ser de
2 metros, de 3,5 metros, de 9,75 metros, ou seja, qualquer valor entre 0 e 10
metros.

Tipos de Sensores

 Potenciômetro de Resistência
 Sensor de Temperatura (Os sensores termopar e os termorresistor)
 Sensor ultra-sônico

(Sensores de detecção de movimento)


Detectam tipos de movimento como translação e rotação (encoders), velocidade
rotacional e longitudinal (velocímetros), aceleração (acelerómetros), etc.
Esquema multifilar

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Note: Aqui só representaremos esquema de ligação de um tipo de sensor (sensor de movimento),


pois o princípio de ligação se assemelha com os demais sensores utilizados para o circuito de
iluminação. Recomenda-se desde já o uso do catálogo antes mesmo de o disposto ser montado.

8.2 Instalação de dispositivos de comando de pontos de tomada

 Tomadas com terminal de terra


Atualmente, todas as tomadas a serem instaladas nas habitações devem possuir
terminal de terra, independentemente dos locais onde possam estar localizadas.

Esquema funcional de uso geral


São consideradas tomadas de uso geral aquelas que alimentarão equipamentos de
até 100W de potência.

Esquema funcional de uso geral (Monofásico)

Esquema funcional de uso específico


As tomadas de uso específico abrangerão impressoras laser, condicionadores de ar e
equipamentos de maior consumo.
Neutro
Fase
Fase

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Esquema funcional de uso específico (Bifásico)

Campainha
Os circuitos de sinalização funcionam normalmente a tensão reduzida, sendo para
tal necessário intercalar um transformador que transforme a tensão da rede (230 V ~) em
valores adequados aos receptores (geralmente de 3, 5, 8, 12 ou 24 V ~).
Esquema funcional de uma Campainha

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8.3 Quadro Elétrico


Quadro de distribuição é o centro de distribuição de toda a instalação elétrica de uma
residência. É o centro de distribuição de toda a instalação elétrica de uma residência, pois
recebe os fios que vêm do medidor.
As partes componentes de um quadro de distribuição são:
 Disjuntor Geral;
 Barramento de Interligação das Fases;
 Disjuntores dos Circuitos Terminais;
 Barramento de Neutro;
 Barramento de Proteção;
 Estrutura: Composta de caixa metálica, chapa de montagem dos
componentes, isoladores, tampa e sobretampa.
O quadro de distribuição deve estar localizado:
 Em lugar de fácil acesso
 É o mais próximo possível do medidor
- Isto é feito para se evitar gastos desnecessários com os fios do circuito
de distribuição, que são os mais grossos de toda a instalação e, portanto,
os mais caros.

Representação da Estrutura do Quadro Elétrico

Representação dos componentes interna do Quadro Elétrico

Barramento do Neutro B. de Neutro


de PE

D.G D. de Circuitos
Independentes

Barramento de interligação das fases

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Um dos dispositivos de proteção que se encontra no quadro de distribuição é o


disjuntor termomagnético. Vamos falar um pouco a seu respeito.
Disjuntores termomagnéticos são dispositivos que:
 Oferecem proteção aos fios do circuito (Curto e Sobrecarga)
 Permitem manobra manual
As chaves fusíveis têm a mesma função que os disjuntores termomagnéticos.
Entretanto, diferença entre eles é que: O fusível se queima necessita ser trocado e o
disjuntor desliga-se necessitando religá-lo.
Disjuntor diferencial residual É um dispositivo constituído de um disjuntor
termomagnético acoplado a um outro dispositivo: o diferencial residual. Sendo assim, ele
conjuga as duas funções:
 Oferecem proteção aos fios do circuito (Curto e Sobrecarga)
 Permitem manobra manual
 Protege as pessoas contra choques elétricos provocados por
contatos diretos e indiretos

Disjuntor Dispositivo
termomagnético diferencial residual

Interruptor diferencial residual é um dispositivo composto de um interruptor


acoplado a um outro dispositivo: o diferencial residual. Sendo assim, ele conjuga duas
funções: a do interruptor e do dispositivo diferencial residual.

Interruptor

Botão de teste

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Tipos de disjuntores termomagnéticos


Os tipos de disjuntores termomagnéticos existentes no mercado são: monopolares,
bipolares e tripolares.

Monopolar Bipolar Tripolar

Tipos de disjuntores diferenciais residuais


Os tipos mais usuais de disjuntores residuais de alta sensibilidade (no máximo
30 mA) existentes no mercado são: Bipolar e Tetrapolar.

Bipolar Tetrapolar.
Nota: Os disjuntores DR devem ser ligados aos condutores fase e neutro dos circuitos, sendo que o neutro
não pode ser aterrado após o DR.

Tipo de interruptor diferencial residual


Um tipo de interruptor diferencial residual de alta sensibilidade (no máximo
30 mA) existente no mercado é o tetrapolar (figura a baixo), existindo ainda o bipolar.

Nota: Interruptores DR devem ser utilizados nos circuitos em conjunto com dispositivos a sobrecorrente
(disjuntor ou fusível), colocados antes do interruptor DR.

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Não obstante as colocações feitas acima, o quadro de distribuição terminal em residências


(casas e apartamentos) deve estar localizado:
a) Próximo ao centro de carga, ou seja, locais onde haja maior concentração
de cargas de potências elevadas, como por exemplo, cozinhas, áreas de
serviço, banheiros e ambientes onde possam existir aparelhos de ar
condicionado;
b) Em local de fácil acesso, ou seja, ambiente de serviço ou circulação.
Exemplo: cozinha, área de serviço, corredores;
c) Em local visível e seguro e de preferência o mais próximo do medidor.
Nos cômodos como cozinha e áreas de serviço, observar para que a instalação do
QD ou QL não atrapalhe a colocação de armários. A sugestão para a sua instalação é atrás
de portas, desde que não seja porta de correr.

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Terra Prometida
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Tipos de fornecimento de energia elétrica


 Monofásico
Feito a dois fios: uma fase e um neutro, com tensão de 110 V~, 127 V~ ou 220
V~. Normalmente, é utilizado nos casos em que a potência ativa total da instalação é
inferior a 12 kW.

 Bifásico
Feito a três fios: duas fases e um neutro, com tensão de 110 ou 127 V~ entre
fase e neutro e de 220 V~ entre fase e fase. Normalmente, é utilizado nos casos em que
apotência ativa total da instalação é maior que 12 kW e inferior a 25 kW. É o mais
utilizado em instalações residenciais.

 Trifásico
Feito a quatro fios: três fases e um neutro, com tensão de 110 ou 127 V~ entre
fase e neutro e de 220 V~ entre fase e fase. Normalmente, é utilizado nos casos em que a
potência ativa total da instalação é maior que 25 kW e inferior a 75 kW, ou quando houver
motores trifásicos ligados à instalação.
Através do circuito de distribuição, a energia é levada do medidor (ponto de
entrega) até o quadro de distribuição, mais conhecido como quadro de luz.

Potência elétrica
Para compreendermos melhor a definição de potência elétrica, vamos adotar como
exemplo a lâmpada. Ao ligarmos uma lâmpada à rede elétrica, ela se acende,
transformando a corrente que passa pelo seu filamento em luz e em calor. Como a
resistência (R) da lâmpada é constante, a intensidade do seu brilho e do seu calor aumenta
ou diminui conforme aumentamos ou diminuímos a corrente (I) ou a tensão (U).
Essa intensidade de luz e calor percebida por nós (efeitos), nada mais é do que a
potência elétrica que foi transformada em potência luminosa (luz) e potência térmica
(calor).
Note: Para haver potência elétrica, é necessário haver tensão e a corrente elétrica.

P=UxI
Por ser um produto da tensão e da corrente, sua unidade de medida é o volt-ampère
(VA).
A essa potência dá-se o nome de potência aparente.

Ela é composta de duas parcelas:


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1. Potência ativa, que é a parcela da potência aparente efetivamente transformada


em potência mecânica, potência térmica e potência luminosa e cuja unidade de
medida é o watt (W).
2. Potência reativa, que é a parcela da potência aparente transformada em campo
magnético, necessário ao acionamento de dispositivos como motores,
transformadores e reatores e cuja unidade de medida é o volt-ampère reativo
(VAR):
Nos projetos de instalações elétricas residenciais, os cálculos efetuados são
baseados na potência aparente e na potência ativa. Portanto, é importante conhecer a
relação entre elas para se entender o que é fator de potência.
Fator de potência
Como vimos anteriormente, a potência ativa representa a parcela da potência
aparente que é transformada em potência mecânica, térmica e luminosa. A essa parcela
dá-se o nome de fator de potência.
Potência Aparente = Potência Ativa + Potência Reativa

Potência Ativa = Fator de Potência x Potência Aparente

Em projetos de instalações residenciais, aplicam-se os seguintes valores de fator de


potência para saber quanto da potência aparente foi transformado em potência ativa:
Circuitos Fator de Potência
Para iluminação incandescente 1,00
Para o circuito de distribuição 0,95
Para pontos de tomada e circuitos independentes 0,80

Quando o fator de potência é igual a 1, significa que toda potência aparente é


transformada em potência ativa. Isto acontece nos equipamentos que só possuem
resistência, tais como: chuveiro elétrico, torneira elétrica, lâmpadas incandescentes, fogão
elétrico, etc.
Previsão de cargas
Para determinar a potência total prevista para a instalação elétrica, é preciso
realizar a previsão de cargas. E isso se faz com o levantamento das potências (cargas) de
iluminação e de tomadas a serem instaladas.
Para exemplificar o cálculo de uma instalação elétrica, utilizaremos a
Residência-modelo a seguir.

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Residência-modelo

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Condições para estabelecer a quantidade mínima


de pontos de luz:

 Prever pelo menos um ponto de luz no teto, comandado por um interruptor


de parede;
 Nas áreas externas, a determinação da quantidade de pontos de luz fi ca a
critério do instalador;
 Arandelas no banheiro devem estar distantes, no mínimo, 60 cm do limite
do box ou da banheira, para evitar o risco de acidentes com choques
elétricos.

Condições para estabelecer a potência mínima de iluminação


A carga de iluminação é feita em função da área do cômodo da residência.

 Em área igual ou inferior a 6 m2, atribuir no mínimo 100 VA.


 Em área superior a 6 m2, atribuir no mínimo 100 VA nos primeiros 6 m2,
acrescidos de 60 VA para cada aumento de 4 m2 inteiros.
Vamos, por exemplo, calcular a potência mínima de iluminação da sala de nossa
Residência-modelo
Solução
Área da sala: 4 m x 4 m = 16 m2
Total
2
Área da sala (m ) 6 4 4 2 16
Potência atribuída (VA) 100 60 60 30 220

Note: A norma NBR 5410 não estabelece critérios de iluminação de áreas externas em residências, ficando
a decisão por conta do projetista.

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Condições para estabelecer a quantidade mínima de pontos de tomada:


Local Área Quantidade Potência Observações
(m2) mínima mínima (VA)
A uma distância de no
mínimo 60 cm da
Banheiros 1 junto ao banheira ou do box (veja
(local com Qualquer lavatório 600 pág. 2/9). Se houver mais
banheira e/ou de uma tomada, a
chuveiro) potência mínima será de
600 VA por tomada
Cozinha, copa, 600 VA por Acima de cada bancada
copa-cozinha, 1 para cada ponto de deve haver no mínimo
área de serviço, 3,5 m, tomada, até 3 dois pontos de tomada de
lavandaria e Qualquer ou fração de pontos, e 100 corrente, no mesmo ponto
locais similares perímetro VA por ponto ou em pontos distintos.
adicional
Admite-se que o ponto de
tomada não seja nstalado
na própria varanda, mas
Varanda Qualquer 1 próximo ao seu acesso,
100 quando, por causa da
construção, ela não
comportar ponto de
tomada.
1 para cada No caso de salas de
5 m, ou estar, é possível que um
Salas fração de ponto de tomada seja
e perímetro, usado para alimentação
dormitórios Qualquer espaçadas 100 de mais de um
tão equipamento. Por isso, é
uniformeme recomendável equipá-las
nte quanto com a quantidade de
possível tomadas necessárias.
1 ponto de Quando a área do cômodo
tomada para ou da dependência só for
cada 5 m, ou igual ou inferior a 2,25
fração de m2, admite-se que esse
Demais perímetro, ponto seja posicionado
dependências Qualquer se a área da externamente ao cômodo
dependência 100 ou à dependência, no
for superior máximo a 80 cm da
a 6 m2 , porta de acesso.
devendo
esses pontos
ser
espaçados
uniformeme
nte.

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Curso de Eletricidade_A Terra Prometida 92

Condições para estabelecer a quantidade de circuitos independentes


 A quantidade de circuitos independentes é estabelecida de acordo com o número
de aparelhos com corrente nominal superior a 10 A;

 Os circuitos independentes são destinados à ligação de equipamentos fi xos, como


chuveiro, torneira elétrica e secadora de roupas.

Aparelhos Potências nominais


típicas (de entrada)
7.100 BTU/h 900 W
8.500 BTU/h 1.300 W
Condicionador de ar 10.000 BTU/h 1.400 W
tipo janela 12.000 BTU/h 1.600 W
14.000 BTU/h 1.900 W
18.000 BTU/h 2.600 W
21.000 BTU/h 2.800 W
30.000 BTU/h 3.600 W
Congelador (freezer) residencial 350 a 500 VA
Copiadora tipo xerox 1.500 a 6.500 VA
Cortador de grama 1.500 a 6.500 VA
Distribuidor de ar (fan coil) 250 W
Ebulidor 2.000 W
Esterilizador 200 W
Exaustor de ar para cozinha (tipo residencial) 300 a 500 VA
Ferro de passar roupa 800 a 1.650 W
Fogão (tipo residencial), por boca 2.500 W
Forno de microondas (tipo residencial) 1.200 VA
Geladeira (tipo residencial) 150 a 500 VA
Grelha 1.200 W
Lavadora de pratos (tipo residencial) 1.200 a 2.800 VA
Lavadora de roupas (tipo residencial) 770 VA
Liquidifi cador 270 W
Máquina de costura (doméstica) 60 a 150 W
Microcomputador 250 W
Retroprojetor 1.200 W
Secador de cabelo (doméstico) 500 a 1.200 W
Secadora de roupas (tipo residencial) 2.500 a 6.000 W
Televisor 75 a 300 W
Torneira 2.800 a 4.500 W
Torradeira (tipo residencial) 500 a 1.200 W
Triturador de lixo (de pia) 300 W
Ventilador (circulador de ar) portátil 60 a 100 W
Ventilador (circulador de ar) de pé 300 W

Note: As potências listadas nesta tabela podem ser diferentes das potências nominais dos
aparelhos a ser realmente utilizados. Verifique sempre os valores informados pelo fabricante.

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Curso de Eletricidade_A Terra Prometida 93

Levantamento da potência total da Residência-modelo


Considerando as recomendações anteriores, montamos a seguinte tabela de
potências:
Tabela 3A – Cálculo de áreas e perímetros da residência
Dimensões
Dependência Área (m2) Perímetro (m)
Sala 4 x 4 = 16 4+4+4+4 = 16
Dormitório 4 x 4 = 16 4+4+4+4 = 16
Cozinha 3 x 4,25 = 12,75 3+3+4,25+4,25 = 14,5
Área de serviço 4x2=8 4+4+2+2 = 12
Banheiro 2x3=6 2+2+3+3 = 10
Corredor (4 + 0,25) x 2 = 8,5 (4+0,25)+(4+0,25)+2+2 = 12,5

Tabela 3B – Previsão de cargas


Potência de Pontos de tomada Circuitos independentes
Dependência Iluminação Quantidade Potência Discriminação Potência
(VA) (VA) (W)
Sala 220 4 400
Dormitório 220 4 400
Cozinha 160 4 1.900 Torneira 3.500
A. de serviço 100 4 1.900
Banheiro 100 1 600 Chuveiro 4.400
Corredor 100 3 300
Total 900 20 5.500 7.900

Potência aparente total (VA) 900 + 5.500 = 6.400

Potência ativa total (W) 3.500 + 4.400 = 7.900

No caso de alguns aparelhos, como o chuveiro e a torneira elétrica, a potência ativa


já é fornecida pelo fabricante (sempre em watts). Quando a potência ativa já é fornecida,
podemos utilizá-la diretamente no cálculo da potência total.
Como calcular a Potência total do projecto?

Primeiro passo: calcule a potência ativa de iluminação e dos pontos de tomada a partir
da potência aparente, utilizando o fator de potência.
Potência Total dos Pontos de Tomadas (PTomadas)
Potência dos pontos de tomada = 5.500 VA
Fator de potência utilizado = 0,8
Potência ativa = 5.500 VA x 0,8 = 4.400 W

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Curso de Eletricidade_A Terra Prometida 94

Potência Total dos Pontos de Iluminação (PIluminação)


Potência de iluminação = 900 VA
Fator de potência utilizado = 1,00
Potência ativa = 900 VA x 1,00 = 900 W

Segundo passo: calcule a potência ativa total.

PTotal = PIluminação + PTomadas + PC/l


PTotal = 900 W + 4.400 W + 7.900 W = 13.200 W

PTotal = 13.200 W

Conclusão: Para o exemplo da Residência-modelo, o tipo de fornecimento adotado será


o bifásico.

Divisão dos circuitos da instalação


A instalação elétrica de uma residência deve ser dividida em circuitos terminais.
Isso facilita a manutenção e reduz a interferência entre pontos de luz e tomada de
diferentes áreas. Conforme as recomendações da norma NBR 5410, a previsão dos
circuitos terminais deve ser feita da seguinte maneira:
 Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de pontos de
tomadas e dos circuitos independentes;
 Todos os pontos de tomada de cozinhas, copas, copascozinhas, áreas de serviço,
lavanderias e locais semelhantes devem ser atendidos por circuitos exclusivos;
 Todo ponto de utilização previsto para alimentar equipamento com corrente
nominal superior a 10 A, de modo exclusivo ou ocasional, deve constituir um
circuito independente.

Além desses critérios, o projetista precisa considerar também as dificuldades


referentes à execução da instalação.

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Curso de Eletricidade_A Terra Prometida 95

Cálculo das correntes


Agora vamos calcular as correntes Ic (corrente calculada) e Ib (corrente de projeto)
do circuito de distribuição e dos circuitos terminais, para que, mais adiante, possamos
dimensionar as seções (bitolas) dos fios ou dos cabos.
Por que calcular Ic e Ib?
Quando vários fios são agrupados em um mesmo eletroduto, eles se aquecem, e o
risco de um curto-circuito ou princípio de incêndio aumenta. Para que isso não ocorra, é
necessário utilizar fios ou cabos de maior seção (bitola), para diminuir os efeitos desse
aquecimento.
Então a corrente Ic é corrigida através do fator de agrupamento (f), resultando em
uma corrente maior Ib, que é utilizada para determinar a seção (bitola) dos condutores.
Onde:
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜
𝐈𝐜 = 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙

𝑰𝒄
𝐈𝐛 = 𝑭𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒂𝒈𝒓𝒖𝒑𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐

Cálculo da corrente do circuito de distribuição


Primeiro passo: some os valores das potências ativas de iluminação e dos pontos de
tomada.
O resultado é a potência instalada.
PInst = PIluminação + PTomadas
PInst = 900 W + 4.400 W
PInst = 5.300 W

Segundo passo: Os 5.300 W de potência instalada seriam consumidos apenas se todos os


circuitos funcionassem ao mesmo tempo com a carga máxima para a qual foram
projetados. Como na prática isso não ocorre, multiplique a potência instalada pelo fator
de demanda correspondente para encontrar a demanda máxima, ou seja, a máxima
potência que realmente será utilizada simultaneamente.

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Curso de Eletricidade_A Terra Prometida 96

Tabela 4 - Fator de demanda para iluminação e pontos de tomada


Potência instalada (W) Fator de demanda
0 a 1.000 0,86
1.001 a 2.000 0,75
2.001 a 3.000 0,66
3.001 a 4.000 0,59
4.001 a 5.000 0,52
5.001 a 6.000 0,45
6.001 a 7.000 0,40
7.001 a 8.000 0,35
8.001 a 9.000 0,31
9.001 a 10.000 0,27
Acima de 10.000 0,24

Como os 5.300 W de potência instalada estão na faixa entre 5.001 e 6.000 W, o


fator de demanda a ser utilizado é 0,45.
5.300 W x 0,45 = 2.400 W
(Demanda máx. dos circuitos de iluminação e de pontos de tomada)

Terceiro passo: em seguida, some as potências instaladas dos circuitos independentes –


no nosso exemplo, são os circuitos para o chuveiro e a torneira elétrica – e multiplique o
resultado pelo fator de demanda correspondente. O fator de demanda dos circuitos
independentes é obtido em função do número de circuitos previstos no projeto.
Tabela 5 - Fator de demanda para circuitos independentes
Nº de circuitos Fator de demanda
01 1,00
02 1,00
03 0,84
04 0,76
05 0,70
06 0,65
07 0,60
08 0,57
09 0,54
10 0,52
11 0,49
12 0,48
13 0,46
14 0,45
15 0,44
16 0,43
17 0,40
18 0,41

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Nº de circuitos Fator de demanda Circuitos


19 0,40 independentes = 2
20 0,40 (chuveiro e torneira elétrica)
21 0,39 Fator de demanda = 1,00
22 0,39 Potência total instalada =
23 0,39 4.400 W + 3.500 W = 7.900 W
24 0,38 7.900 W x 1,00 = 7.900 W
25 0,38 (demanda máxima dos
circuitos independentes)

Quarto passo: some os valores das demandas máximas de iluminação, pontos de


tomada e circuitos independentes.
2.400 W + 7.900 W = 10.300 W

Quinto passo: esse valor (10.300W) corresponde à potência ativa instalada no circuito
de distribuição. Para encontrar a corrente é preciso transformá-la em potência aparente
(VA). Então, divida os 10.300W pelo fator de potência de 0,95:
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
PPAPARENTE = 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

10.300 𝑊
PPAPARENTE = 0,95

PPAPARENTE = 10.843 VA

Sexto passo: obtida a potência aparente do circuito de distribuição, calcule sua corrente
Ic. Para calcular a corrente Ic do circuito de distribuição, utilize sempre a maior tensão
que ele fornece. Neste caso, como o circuito é composto de duas fases e um neutro, utilize
a tensão entre fase e fase (220Va).
P
𝐈𝐜 =
U
10.843 𝑉𝐴
𝐈𝐜 =
220V
𝐈𝐜 = 49,3 A

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Circuito de distribuição
Ic = 49,3 A

A seção (bitola) dos condutores do circuito de distribuição será calculada mais


adiante, junto com os circuitos terminais.

Cálculo da corrente dos circuitos terminais


Obedecendo aos critérios estabelecidos pela norma NBR 5410 na Residência-
modelo, o projeto deve possuir, no mínimo, quatro circuitos terminais:
 Um para iluminação;
 Um para os pontos de tomada;
 Dois para os circuitos independentes (chuveiro e torneira
elétrica).
Circuitos de iluminação: optou-se por dividir as cargas de iluminação em dois
circuitos, mesmo sendo pequena a potência de cada um, pois, em caso de defeito ou
manutenção, não é necessário desligar toda a iluminação.
Circuitos de pontos de tomada: optou-se por dividir as cargas dos pontos de tomadas
em três circuitos, para não misturar no mesmo circuito os pontos de tomada da cozinha,
da área de serviço, do corredor e do banheiro com os pontos de tomada da sala e do
dormitório, conforme a recomendação 9.5.3.2 da norma NBR 5410.

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Primeiro passo: monte a tabela de divisão dos circuitos.


Tabela 6 – Divisão dos circuitos
Circuito
Nº Tipo Tensão(~) Locais
1 Iluminação social 127 V Sala, dormitório, corredor e banheiro
2 Iluminação de serviço 127 V Cozinha e área de serviço
3 Pontos de tomada 127 V Cozinha
4 Pontos de tomada 127 V Área de serviço, corredor e banheiro
5 Pontos de tomada 127 V Sala e dormitório
6 Circuitos independentes 220 V Torneira elétrica
7 Circuitos independentes 220 V Chuveiro
Distribuição 220 V Circuito entre o quadro de
distribuição e o quadro do medidor

Note1: Os circuitos foram divididos desta maneira, seguindo os critérios já citados anteriormente.
No caso de um projeto real, pode-se optar por uma quantidade menor de circuitos conforme a
necessidade.

Note2: os valores de tensão utilizados podem ser diferentes conforme a região e seu
sistema de distribuição. Neste exemplo foram utilizados o sistema bifásico em estrela com
tensão entre fase e neutro de 127 V~, e fase e fase de 220 V~.

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Segundo passo: calcule a potência total de cada circuito com os valores calculados
anteriormente.
Tabela 7 – Potências e correntes calculadas dos circuitos (Ic)
Circuito Nº Tensão Potência Tensão Corrente
(V~) Local Qde x Pot. Total (V~) Ic
Locais (VA) (VA) calculada
Ic = P/U
1 Sala 1 x 220
Iluminação 127 Dormitório 1 x 220 640 127 5A
Social Corredor 1 x 100
Banheiro 1 x 100
2 Cozinha 1 x 160
Iluminação 127 Área de serviço 1 x 100 260 127 2A
Serviço
3 Cozinha 3 x 600
Pontos de 127 1 x 100 1.900 127 15A
Tomada
4 Área de serviço 3 x 600
Pontos de 127 Corredor 1 x 100 2.800 127 22A
Tomada Banheiro 3 x 100
1 x 600
5 Sala 4 x 100
Pontos de 127 Dormitório 4 x 100 800 127 6A
Tomada
6 Torn. Elétrica 1 x 3.500
Circuitos 220 3.500 220 16A
Independent
es
7
Circuitos 220 Chuveiro 1 x 4.400 4.400 220 20A
Independent
es
Circuito Circuito entre
de 220 o quadro de 10.843 220 50A
distribuição distribuição
e o quadro
do medidor

Note: as potências aparentes do chuveiro e da torneira podem ser consideradas iguais às suas
respectivas potências ativas. Como as lâmpadas incandescentes, elas possuem apenas carga
resistiva, e, portanto, o fator de potência utilizado é igual a 1,00.

Com as correntes calculadas (Ic) de todos os circuitos, devemos encontrar os


fatores de agrupamento de cada um deles. O fator de agrupamento de um circuito é
encontrado em função do maior número de circuitos que estão agrupados em um mesmo
eletroduto.

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Com as correntes calculadas (Ic) de todos os circuitos, devemos encontrar os


fatores de agrupamento de cada um deles.
O fator de agrupamento de um circuito é encontrado em função do maior
número de circuitos que estão agrupados em um mesmo eletroduto.

Maior nº de Nº de Fator de
circuitos circuitos agrupamento
Circuitos agrupados no agrupados (f)
mesmo 1 1,00
eletroduto 2 0,80
1 4 3 0,70
2 4 4 0,65
3 3 5 0,60
4 4 6 0,56
5 4 7 0,55
6 3 Tabela 9 - Fatores de agrupamento de
7 3 circuitos
Distribuição 1
Tabela 8 - Agrupamentodos circuito

Vamos encontrar, por exemplo, o fator de agrupamento do circuito 1 (circuito de


iluminação de sala, dormitório, corredor e banheiro):

Fator de agrupamento do circuito 1

No circuito 1, o maior número de circuitos agrupados é quatro. Portanto, o fator de


agrupamento a ser utilizado é 0,65. Divida a corrente (Ic) do circuito 1, calculada
anteriormente, pelo fator de agrupamento (f) encontrado para determinar o valor da
corrente de projeto (Ib).
𝑰𝒄 𝟓𝑨
Ib = =
𝒇 𝟎,𝟔𝟓

Ib = 8A

Repita o mesmo processo nos demais circuitos a fi m de encontrar suas


respectivas correntes corrigidas:

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Tabela 10 – Corrente de projeto

Corrente Maior nº Fator de Corrente


Circuito Calculada de circuitos Agrupamento de projeto
Ic (A) agrupados (f) Ib (A)
1 5 4 0,65 8
2 2 4 0,65 3
3 15 3 0,70 21
4 22 4 0,65 34
5 6 4 0,65 9
6 16 3 0,70 23
7 20 3 0,70 29
Distribuição 50 1 1,00 50

Note: conhecendo a corrente de projeto (Ib) de todos os circuitos terminais e de distribuição,


pode-se determinar o dimensionamento adequado dos fi os e dos cabos para cada um deles.

Dimensionamento dos condutores


Para encontrar a bitola correta do fi o ou do cabo a serem utilizados em cada circuito,
utilizaremos a tabela 11 (baseada na tabela de tipos de linhas elétricas da norma NBR
5410), onde encontramos o método de referência das principais formas de se instalar fi
os e cabos em uma residência
Tabela 11 – Tipos de linhas elétricas
Método de Esquema Descrição
referência* ilustrativo
B1 Condutores isolados ou cabos unipolares em
eletroduto aparente de seção não-circular sobre
parede

Condutores isolados ou cabos unipolares em


eletroduto de seção circular embutido em
alvenaria

B2 Condutores isolados ou cabos unipolares em


eletroduto aparente de seção circular sobre
parede ou espaçado desta menos de 0,3 vez o
diâmetro do eletroduto
Condutores isolados em eletroduto de seção
B1 ou B2* circular em espaço de construção

Cabo multipolar em eletroduto (de seção circular


D ou não) ou em canaleta não-ventilada
enterrado(a)

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Cabos unipolares em eletroduto (de seção não-


D circular ou não) ou em canaleta não-ventilada
enterrado(a)
Cabos unipolares ou cabo multipolar diretamente
enterrado(s) com proteção mecânica adicional

* Se a altura (h) do espaço for entre 1,5 e 20 vezes maior que o diâmetro (D) do(s)
eletroduto(s) que passa(m) por ele, o método adotado deve ser B2. Se a altura (h) for
maior que 20 vezes, o método adotado deve ser B1.
Após determinar o método de referência, escolhe-se a bitola do cabo ou do fio
que serão utilizados na instalação a partir da tabela 12. A quantidade de condutores
carregados no circuito (fases e neutro) também influencia a escolha.
No exemplo do circuito 1, há dois condutores carregados (uma fase e um neutro).
Conforme a tabela 10, sua corrente corrigida Ib é 8A, e o método de referência que
devemos utilizar é B1. Portanto, de acordo com a tabela 12, a seguir, a seção (bitola)
mínima do condutor deve ser 0,5 mm2 .
Tabela 12 – Capacidades de condução de corrente, em ampères, em relação aos métodos
de referência B1, B2 e D.
Características e condições de temperatura dos condutores
Condutores: cobre
Isolação: PVC
Temperatura no condutor: 70°C
Temperaturas de referência do ambiente: 30°C (ar), 20°C (solo)
Métodos de referência indicados na tabela 11
Seções B1 B2 D
nominais Número de condutores carregados
(mm2) 2 3 2 3 2 3
Capacidades de condução de corrente (A)
0,5 9 8 9 8 12 10
0,75 11 10 11 10 15 12
1 14 12 13 12 18 15
1,5 17,5 15,5 16,5 15 22 18
2,5 24 21 23 20 29 24
4 32 28 30 27 38 31
6 41 36 38 34 47 39
10 57 50 52 46 63 52
16 76 68 69 62 81 67
25 101 89 90 80 104 86
35 125 110 111 99 125 103
50 151 134 133 118 148 122
95 232 207 201 179 216 179
150 309 275 265 236 278 230
240 415 370 351 313 361 297

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Porém, a norma NBR 5410 determina seções mínimas para os condutores de acordo
com a sua utilização, que devem prevalecer sobre o calculado na tabela 13.
Tabela 14 - Seções mínimas dos condutores segundo sua utilização
Tipo de circuito Seção mínima (mm2)
Iluminação 1,5
Força (pontos de tomada, circuitos 2,5
Independentes e distribuição).

Outros fatores importantes a serem considerados durante a realização do projeto são


as temperaturas máximas de serviço contínuo, o limite de sobrecarga e o limite de curto-
circuito dos condutores. Em um projeto de instalação elétrica, a temperatura de um
condutor durante períodos prolongados de funcionamento normal nunca deve ultrapassar
o limite recomendado pela norma.
A seguir, os limites de temperatura do tipo mais comum de condutor utilizado. Caso seu
projeto não se enquadre nesses limites, consulte a norma NBR 5410.
Tabela 17 - Limites de temperatura do condutor mais comum
Temperatura Temperatura Temperatura
Tipo de isolação máxima de serviço limite de limite de
contínuo sobrecarga curto-circuito
°C °C °C
PVC com seção 70 100 160
até 300 mm2

Condutores de neutro e de proteção


 Condutor de neutro: em circuitos trifásicos em que a seção obtida no
dimensionamento seja igual ou maior que 35 mm2, a seção do condutor de neutro
poderá ser como na tabela 18.
Tabela 18 - Seções mínimas do condutor de neutro (N)
Seção dos condutores (mm2) Seção do neutro (mm2)
35 25
50 25
70 35
95 5

 Condutor de proteção: em circuitos em que a seção obtida seja igual ou maior


que 25 mm2, a seção do condutor de proteção poderá ser como indicado na tabela
19.

Tabela 19 - Seções mínimas do condutor de proteção (PE)


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Seção dos condutores (mm2) Seção do condutor de roteção (mm2)


25 16
35 16
50 25
70 35
95 50

Coloração dos condutores


De acordo com a norma NBR 5410, os condutores deverão ter as colorações abaixo.
 Condutor de proteção (PE ou terra): verde ou verde-amarelo.
 Condutor de neutro: azul.
 Condutor de fase: qualquer cor, exceto as utilizadas no condutor de proteção e no
condutor de neutro.
 Condutor de retorno (utilizado em circuitos de iluminação): utilizar
preferencialmente a cor preta.

Dimensionamento dos eletrodutos


Com as seções dos fi os e dos cabos de todos os circuitos já dimensionadas, o próximo
passo é o dimensionamento dos eletrodutos.
O tamanho nominal é o diâmetro externo do eletroduto expresso em mm,
padronizado por norma.
Esse diâmetro deve permitir a passagem fácil dos condutores. Por isso, recomenda-
se que os condutores não ocupem mais que 40% da área útil dos eletrodutos. Proceda da
seguinte maneira em cada trecho da instalação:
 Conte o número de condutores que passarão pelo trecho;
 dimensione o eletroduto a partir do condutor com a maior seção (bitola) que passa
pelo trecho.
Tendo em vista as considerações acima, a tabela a seguir fornece diretamente o tamanho
do eletroduto.
Tabela 20 - Definição do diâmetro do eletroduto
Seção Número de condutores dentro do eletroduto
nominal 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(mm2)
1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
Tamanho do
tubo (mm)

2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
4 16 16 20 20 20 25 25 25 25
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40

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Terra Prometida

Protegem a instalação contra possíveis acidentes decorrentes de falhas


nos circuitos, desligando-os assim que a falha é detectada. Existem três tipos
de dispositivo de proteção: o disjuntor, o dispositivo DR (diferencial
residual) e o DPS (dispositivo de proteção contra surtos).
Neste módulo tu aprenderás de maneira certeira a usar os dispositivos de
proteção, já citados acima, de acordo a corrente e a secção do circuito já
dimensionado.
Veremos:
I. PRINCIPAIS FALHAS ENCONTRADAS NAS INSTALAÇÕES

II. DPS - DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS

III. DISJUNTOR

IV. DISPOSITIVOS DR - DIFERENCIAL RESIDUAL

V. PROTEÇÃO DE UM CIRCUITO PASSO A PASSO

DICAS

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Especificação de Dispositivos Proteção

Principais falhas encontradas nas instalações


 Fuga de corrente: por problemas na isolação dos fi os, a corrente “foge” do
circuito e pode ir para a terra (através do fio terra). Quando o fio terra não existe,
a corrente fi ca na carcaça dos equipamentos (eletrodomésticos), causando o
choque elétrico.
 Sobrecarga: é quando a corrente elétrica é maior do que aquela que os fi os e
cabos suportam. Ocorre quando ligamos muitos aparelhos ao mesmo tempo. Os
fios são danificados pelo aquecimento elevado.
 Curto-circuito: é causado pela união de dois ou mais potenciais (por ex.: fase-
neutro/fase-fase), criando um caminho sem resistência, provocando aquecimento
elevado e danificando a isolação dos fios e cabos, devido aos altos valores que a
corrente elétrica atinge nessa situação.
 Sobretensão: é uma tensão que varia em função do tempo, ela varia entre fase e
neutro ou entre fases, cujo valor é superior ao máximo de um sistema
convencional. Essa sobretensão pode ter origem interna ou externa.
Externa: descargas atmosféricas
Interna: curto-circuito, falta de fase, manobra de disjuntores, etc.

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DPS - Dispositivo de Proteção contra Surtos


Este dispositivo protege diversos equipamentos dentro de residências, escritórios,
salas comerciais, etc, tais como: equipamentos de áudio e vídeo, computadores, sistemas
de alarme, alarme de incêndio, ar condicionado, servidores, entre outros equipamentos
ligados na rede elétrica.
A utilização do DPS é necessária em pelo menos um ponto da instalação,
quando:
 A instalação for aérea, ou se a própria instalação tiver linhas aéreas e se situar
em regiões com ocorrências de trovoadas acima de 25 dias por ano.

 A instalação estiver exposta, oferecendo riscos.

Note: A proteção contra sobretensão, proveniente de raios, pode ser dispensada se a conseqüência
dessa omissão for um risco calculado, assumido e estritamente material. A proteção não poderá
ser dispensada em hipótese alguma se essas conseqüências oferecem risco direto ou indireto à
segurança e à saúde das pessoas.

Disjuntor
O disjuntor protege os fios e os cabos do circuito. Quando ocorre uma
sobrecorrente provocada por uma sobrecarga ou um curto-circuito, o disjuntor é
desligado automaticamente. Ele também pode ser desligado manualmente para a
realização de um serviço de manutenção.

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Dispositivos DR - Diferencial Residual


O dispositivo DR protege as pessoas e os animais contra os efeitos do choque elétrico
por contato direto ou indireto (causado por fuga de corrente).

Note: O dispositivo DR (diferencial residual) não dispensa o disjuntor. Os dois devem ser
ligados em série, pois cada um tem sua função. A norma NBR 5410 recomenda o uso do
dispositivo DR (diferencial residual) em todos os circuitos, principalmente nas áreas frias e
úmidas ou sujeitas à umidade, como cozinhas, banheiros, áreas de serviço e áreas externas
(piscinas, jardins). Assim como o disjuntor, ele também pode ser desligado manualmente se
necessário.

Casos em que o dispositivo DR é obrigatório

De acordo com o item 5.1.3.2.2 da norma NBR 5410, o dispositivo DR é


obrigatório desde 1997 nos seguintes casos:
 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham
chuveiro ou banheira.
 Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas à edificação.
 Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas que possam vir a
alimentar equipamentos na área externa.
 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas,
lavandeiras, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas
normalmente molhadas ou sujeitas a lavagens.

Observações:
 A exigência de proteção adicional por dispositivo DR de alta sensibilidade se
aplica às tomadas de corrente nominal de até 32 A;
 Quanto ao item 4, admite-se a exclusão dos pontos que alimentem aparelhos de
iluminação posicionados a pelo menos 2,50 m do chão;
 O dispositivo DR pode ser utilizado por ponto, por circuito ou por grupo de
circuitos

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Proteção de um circuito passo a passo


1. Circuito de chuveiro
Como já calculado, Ib do chuveiro é

Ib = 29A
E a secção utilizar é de 4 mm2, cuja corrente máxima Iz = 32 A.

Acerte na escolha do disjuntor


A corrente nominal (In) do disjuntor deve ser maior ou igual à corrente do
circuito a ser protegido (Ib). Então:

In ≥ Ib => In ≥ 29 A
A corrente nominal (In) do disjuntor deve ser igual ou menor que a corrente
máxima (Iz) do fio escolhido.
In ≤ Iz => In ≤ 32 Portanto: 29 A ≤ In ≤ 32 A
A corrente nominal do disjuntor deve estar entre 29 A e 32 A.
Note: Utilize o disjuntor bipolar em circuitos com tensão de 220 V~ (fase-fase). Nunca utilize
dois disjuntores monopolares interligados, pois dessa maneira apenas uma das fases é desarmada
e a outra continua carregada, não cumprindo a função de desligar totalmente o circuito. Nos casos
em que a tensão entre fase e neutro é de 220 V~, deve-se utilizar um disjuntor monopolar. Os
condutores neutro e/ou terra jamais devem ser ligados ao disjuntor.

Acerte na escolha do dispositivo DR


A corrente nominal (In) do dispositivo DR deve ser maior ou igual à corrente do
disjuntor. Na maioria das vezes, nas instalações elétricas residenciais ou similares, a
corrente diferencial residual nominal (IΔn) do dispositivo DR é de 30 mA, ou seja, se o
dispositivo DR detectar uma fuga de corrente de 30 mA, automaticamente o circuito é
desligado.
Note: a quantidade de pólos do dispositivo DR deve ser sempre igual ou maior que a quantidade
de condutores carregados (fases e neutro) do circuito a ser protegido.

Tabela 22 - Compatibilidade entre dispositivo DR e disjuntor


Corrente nominal(In) do disjuntor Corrente nominal do dispositivo DR
10 A
16 A
20 A 25 A
25 A
32 A 40 A
40 A
50 A 63 A
63 A
Assim, o Disjuntor e o dispositivo DR ideais para o exemplo serão os de 32A e 40A
respectivamente.

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Advertências
Quando um disjuntor desliga um circuito ou a instalação inteira, a causa pode ser uma
sobrecarga ou um curto-circuito. Desligamentos frequentes são sinal de sobrecarga. Por
isso, nunca troque seus disjuntores por outros de corrente mais alta (amperagem maior).
Como regra, a troca de um disjuntor por outro de corrente mais alta requer, antes, a troca
dos fi os e dos cabos elétricos por outros de seção (bitola) maior. Da mesma forma, nunca
desative ou remova o dispositivo DR contra choques elétricos mesmo em caso de
desligamentos sem causa aparente. Se os desligamentos forem frequentes e,
principalmente, se as tentativas de religar a chave não tiverem êxito, isso significa que a
instalação elétrica apresenta anomalias internas. A desativação ou remoção do interruptor
significa a eliminação de medida protetora contra choques elétricos e risco de vida para
os usuários da instalação.

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LEVANTAMENTO DE MATERIAL

Para a execução do projeto elétrico residencial, precisa-se previamente realizar


o levantamento do material, que nada mais é que: medir, contar, somar e relacionar
todo o material a ser empregado e que aparece representado na planta residencial.
Sendo assim, através da planta pode-se:
 Medir e determinar quantos metros de eletrodutos e fios, nas seções indicadas,
devem ser adquiridos para a execução do projeto.

As medidas do eletroduto no plano horizontal são feitas com auxílio de uma régua
ferramenta de medição de comprimento (no CAD) diretamente na própria planta
residencial. Uma vez efetuadas, estas medidas devem ser convertidas para o valor real,
através da escala em que a planta foi desenhada. A escala indica qual é a proporção entre
a medida representada e a real. Por exemplo, na escala 1:100 significa que a cada 1 cm
no desenho corresponde a 100 cm nas dimensões reais.
 Somar, quando for o caso, os eletrodutos que descem ou sobem até as caixas.

As medidas dos eletrodutos que descem até as caixas são determinadas descontando
da medida do pé direito mais a espessura da laje da residência a altura em que a caixa está
instalada.

 Medidas dos eletrodutos que sobem até as caixas


São determinadas somando a medida da altura da caixa mais a espessura do
contrapiso.

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 Caixas de derivação

Retangular (4” x 2”) Quadrada (4” x 4”) Octogonal (4” x 4”)

 Curvas, luva, bucha e arruela

Curva 45° Luva Curva 90° Arruela Bucha

2.9.7.5. Caixas de Derivação


As caixas têm as funções de abrigar equipamentos, abrigar emendas de condutores,
limitar o comprimento de trechos de tubulação, ou ainda, limitar o número de curvas entre
os diverso trechos de uma tubulação.
A NBR 5410 estabelece as seguintes recomendações para a instalação das caixas de
derivação ou de passagem que interligam os diversos trechos de uma tubulação:
 Não haja trechos contínuos (sem interposição de caixas ou equipamentos)
retilíneos de tubulação maiores que 15 metros, sendo que, nos trechos com curvas,
essa distância deve ser reduzida de 3 metros para cada curva de 90º.
Nota: Quando o ramal de eletrodutos passar obrigatoriamente através de locais onde não
seja possível o emprego de caixa de derivação, a distância prescrita no item anterior pode
ser aumentada, desde que:
a) Seja calculada a distância máxima permissível (levando-se em conta o
número de curvas de 90º necessárias); e,
b) Para cada 6 metros, ou fração, de aumento dessa distância, utilize-se
eletroduto de tamanho nominal, imediatamente superior ao do eletroduto que
normalmente seria empregado para a quantidade e tipo de condutores ou
cabos.

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 Em cada trecho de tubulação, entre duas caixas, entre extremidades ou entre


extremidade e caixa, podem ser previstas, no máximo, três curvas de 90º ou seu
equivalente até, no máximo, 270º. Em nenhuma hipótese, podem ser previstas
curvas com deflexão superior a 90º.

 Devem ser empregadas caixas de derivação:

a) Em todos os pontos de entrada ou saída da tubulação, exceto nos pontos


de transição ou passagem de linhas abertas para linhas em eletrodutos, os
quais, nestes casos, devem ser rematados com buchas;
b) Em todos os pontos de emenda ou derivação de condutores;
c) Para dividir a tubulação em trechos não maiores do que os especificados
anteriormente.

 As caixas devem ser instaladas em lugares facilmente acessíveis e devem ser


providas de tampas. As caixas que contiverem interruptores, tomadas de corrente
e congêneres devem ser fechadas pelos aparelhos que completam a instalação
destes dispositivos.
Dos itens anteriores, podemos escrever as seguintes equações:

Lmax = 15 – 3.N

𝐿𝑟𝑒𝑎𝑙−𝐿𝑚𝑎𝑥
A=
6

Onde:
Lmáx é o comprimento máximo de um trecho entre duas caixas;
N é o número de curvas de 90º existente no trecho (de zero a três);
Lreal é o comprimento real do trecho;
A são os aumentos de bitolas nominais do eletroduto.

Exemplo de uma tabela de Materiais


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