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Electrónica Fundamental Curso Profissional de Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos

Módulo 1
Noções Básicas de Electricidade

 Constituição da matéria…………………………………………………..2
 Energia e electricidade……………………………………………………4
 Princípio da conservação da energia……………………………………5
 Carga Eléctrica…………………………………………………………….6
 Potencial absoluto e relativo. A descarga eléctrica……………………7
 Circuito eléctrico. Corrente eléctrica. Geradores………………………8
 Resistência Eléctrica. Resistividade…………………………………...13
 Código de cores das resistências. Noção de tolerância……………..18
 Associação de Resistências…………………………………………….19
 Condensadores…………………………………………………………...22
 Código de cores dos condensadores…………………………………..24
 Associação de condensadores………………………………………….25
 Carga e descarga de condensadores………………………………………..26
 Constante de tempo num circuito RC…………………………………..27

Bibliografia:

Edição do Departamento da Educação Básica, Guia de aprendizagem para a área de


Electricidade e Electrónica – Vol IV, V, VI, Editorial do Ministério da Educação, 1995.

Ricardo Fernandes 2006/2007 UNIÃO EUROPEIA Noções Básicas de Electricidade - 1


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Módulo 1

Noções Básicas de Electricidade

 Constituição da matéria

Pode dizer-se que o se homem apercebeu dos fenómenos eléctricos quando, na Grécia,
verificou que uma resina fóssil, o âmbar, conseguia atrair outros corpos muito leves, desde
que fosse previamente friccionada. Este fenómeno e outros, nomeadamente, o de alguns
minerais atraírem pedaços de ferro, foram estudados por várias individualidades, desde
Tales de Mileto, William Gilbert, Benjamim Franklin, etc. Foi este último que levantou a
questão da natureza de um fluído eléctrico ou de um fluxo de electricidade.
A investigação da natureza da electricidade coincidiu com a investigação da constituição
da matéria que também teve a sua origem na Grécia antiga. O estudo das leis das reacções
químicas levou ao aparecimento da teoria atómica que defende que toda a matéria existente
é constituída por um número imenso de pequeníssimas partículas que têm por nome
átomos. Deste modo, foi possível progredir muito mais na compreensão e no estudo dos
fenómenos eléctricos.
A palavra átomo deriva do grego, que significa uno ou
indivisível, pois na altura pensava-se que não era possível
subdividir mais esta parcela tão pequena de matéria. Para
termos uma ideia do tamanho de um átomo, imaginemos
que os podemos ver numa mesa e que cada átomo é do
tamanho de um grão de areia. Nesta escala de ampliação,
a mesa terá 3500 km de comprimento. Se olharmos à
consistência da mesa, diríamos que o átomo é
extremamente sólido - o que não corresponde à realidade. Fig. 1 – Átomo.

 Electrostática

Átomo

Na verdade, o átomo consiste em grande parte, em espaço vazio. As partículas que


circulam em torno da parte central, os electrões, formam um invólucro difuso, marcando o
limite exterior do átomo. A parte central a que se dá o nome de núcleo, é cerca de 10 000
vezes menor que o átomo e é formada por dois tipos de partículas: o protão e o neutrão.
A massa de qualquer destas partículas é cerca de 1840 vezes maior que o electrão. O
peso de um electrão é extremamente pequeno: 10 000 biliões de biliões de electrões pesam
pouco menos que 30 gramas.
Os electrões são atraídos para o núcleo e giram em seu torno a grande velocidade, tal
como os planetas no sistema solar. Esta atracção deve-se ao facto de estas partículas
possuírem carga eléctrica negativa, ao passo que as partículas do núcleo, os protões,
possuírem carga eléctrica positiva. Dá-se, assim, entre eles, uma atracção devido a esta
força que se chama, electromagnética.
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O efeito é idêntico à força que se estabelece entre dois ímans quando se aproximam um
do outro, com os pólos de nome contrário. Por outro lado, os electrões nunca “chocam” uns
com os outros, devido a serem portadores do mesmo tipo de carga, tal como acontece com
os ímans, quando se tenta aproximar um do outro com os pólos do mesmo nome.
Deveria dar-se o mesmo fenómeno entre os protões do núcleo, mas existe uma força
muito superior que contraria a força electromagnética que é a nuclear.
Por último, a outra partícula do núcleo, o neutrão, não possui qualquer tipo de carga
eléctrica, não entrando, por isso, nas forças que se estabelecem entre protões e electrões.
Já vimos que os electrões circulam em órbitas mais ou menos definidas em torno do
núcleo. Estas órbitas são traçadas em função do nível de energia que eles possuem. Uns
circulam mais próximos do núcleo e outros mais afastados. Os que giram mais afastados
têm um nível energético superior aos restantes, e são estes que conseguem fugir à força
atractiva do núcleo e dirigirem-se para outros átomos. Conforme o tipo de átomo, há uns
electrões que o fazem facilmente e outros só se lhes fornecermos energia, quer por
aquecimento, por fricção, por reacções químicas, etc.
Aos electrões que abandonam o átomo para
se dirigirem para outro, dá-se-lhes o nome de
Ião negativo electrões livres.

Iões
Ião Positivo
Um átomo, no seu estado normal, é
electricamente neutro, ou seja, o número de
cargas eléctricas negativas (electrões) é em igual
número ao das positivas (protões). Caso isto não
aconteça o átomo toma o nome de ião. Será ião
positivo, átomo electricamente positivo, se o
Fig. 2 – Iões positivos e iões negativos. Corpos número de cargas negativas for inferior às
carregados positivamente (A) e negativamente
(B). positivas. Será ião negativo, átomo electricamente
negativo, se as cargas negativas forem em
número superior às positivas.

Materiais Condutores e Isoladores

Quando se fricciona uma vara de vidro ou uma esferográfica num pano de lã, verificamos
que estes materiais têm a propriedade de atraírem corpos leves. Se friccionarmos uma vara
metálica num pano de lã, o mesmo já não acontece. Isto deve-se ao facto de as cargas
eléctricas se distribuírem nos metais por toda a sua superfície, ao contrário do vidro em que
se concentram apenas na parte friccionada.
Por outro lado, a propagação de electrões depende da estrutura atómica do material em
causa. Como já vimos, existem substâncias que têm mais electrões livres que outras, como
por exemplo, os metais de uma maneira geral. Algumas substâncias, mesmo não possuindo
uma estrutura atómica idêntica aos metais, permitem o fluxo de electrões desde que estejam
envolvidas forças eléctricas suficientemente elevadas para deslocarem os electrões dos
átomos. Outras substâncias, contudo, caracterizam-se por uma elevada força de coesão ou
ligação entre os núcleos e os electrões, de tal forma que, apenas muito dificilmente, é
possível o fluxo de cargas eléctricas no seu seio.

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 Energia e electricidade

Quando friccionamos uma vara de vidro num pano de seda, o vidro irá ficar
electricamente positivo e o pano electricamente negativo. Este fenómeno deve-se não ao
facto de termos produzido electricidade, mas por ter havido uma transição de electrões da
vara para o pano. Por outro lado, se friccionarmos uma vara de ebonite com um pano de lã,
acontecerá o inverso, ou seja, a vara ficará electricamente negativa.

Fig. 3 – Electrostática.

A perda ou o ganho de electrões são determinados pela constituição atómica das


substâncias empregues.

Vejamos agora o que acontece quando um corpo electrizado atrai um corpo leve. Desta
vez, vamos recorrer a um instrumento chamado pêndulo eléctrico isolado que é constituído
por uma pequena esfera de medula de sabugueiro ou esferovite suspensa num fio de seda.

Fig. 4 – Atracção de um corpo leve por um corpo electrizado.

Aproximando um corpo electrizado deste pêndulo, verifica-se que a esfera é atraída. Não
havendo contacto entre ambos, não se verificou nenhuma transição de electrões entre os
dois corpos - o que faz concluir que a esfera se manteve electricamente neutra.

Suponhamos que a barra está electricamente negativa - o que vai fazer com que os
electrões dos átomos da esfera sejam repelidos e sejam atraídos os respectivos núcleos.

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A influência produzida irá provocar uma assimetria na distribuição das cargas, dizendo-
se então que os átomos ficam polarizados, ou seja, as cargas positivas vão ficar mais perto
da barra electrizada e os electrões mais afastados.

Fig. 5 – Polarização dos átomos.

Vamos agora repetir a experiência, mas, neste, caso vamos deixar que uma barra,
electricamente negativa, toque na esfera.
Ao tocarmos na esfera, esta é rapidamente repelida - o que faz concluir que a esfera
também se encontrava negativa. Tal carga, só podia ter sido comunicada aquando do toque
da barra, verificando-se um fluxo de electrões da barra para a esfera. Este fenómeno é
conhecido por electrização por contacto.

Fig. 6 – Polarização dos átomos.

 Princípio da conservação da energia

Todas as formas de energia podem ser inter-convertidas (pelos menos, em princípio).


Sentimo-nos quentes quando ficamos ao sol porque a energia radiante do sol se transforma
em energia térmica na nossa pele. Quando praticamos exercício físico, a energia química
armazenada nos nossos corpos é usada para produzir energia cinética em movimento.
Quando uma bola começa a rolar por um monte abaixo, a sua energia potencial é convertida
em energia cinética. E é possível dar muitos outros exemplos.

Os cientistas chegaram à conclusão que embora a energia possa assumir muitas formas
diferentes que são inter-convertíveis, a energia não pode ser destruída nem criada. Quando
uma forma de energia desaparece, outra forma (de igual grandeza) deve aparecer, e vice-
versa. Admite-se que a quantidade total de energia no Universo permanece constante.
Esta afirmação é geralmente conhecida como a lei da conservação da energia.

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 Carga Eléctrica

Fig. 7 – Carga.

Na figura, temos dois tanques de água que abastecem as respectivas casas. Um tem
uma capacidade de 500 litros e outro de 1000 litros. Ambos estão à mesma altura - o que
significa que a pressão da água será a mesma nos dois casos. Obviamente, que se o
consumo for constante, o tanque A ficará sem água mais depressa que o B, visto a sua
capacidade ser menor. Analogamente, em electrotecnia
quanto maior for a quantidade de electricidade disponível,
mais tempo teremos, por exemplo, um pequeno rádio a
pilhas a funcionar.
As pilhas da figura, muito comuns nos dias de hoje, têm
ambas a mesma tensão aos seus terminais, 1,5 volts, (os
depósitos A e B estão à mesma altura), mas têm
quantidades de carga diferentes (o depósito A tem 500 litros
e o B 1000 litros) - o que resultará num maior tempo de
Fig. 8 – Pilhas de 1,5 volt.
utilização, caso a descarga tenha o mesmo valor em
ambas.
Nas baterias de automóveis (acumuladores), a quantidade de carga existente mede-se
no tempo em que elas podem debitar uma determinada corrente durante uma hora, por
exemplo, 25Ah, 40Ah, etc..

A quantidade de carga exprime-se em COULOMB.

1 coulomb (C) = 6x1018 electrões, ou seja:

- 6 000 000 000 000 000 000 electrões.

Vejamos um exemplo prático de aplicação desta grandeza. No caso de uma bateria de


25 Ah, qual será a quantidade de carga debitada por hora?

Sendo a corrente de electrões I dada por: I = Q/t, então deduz-se que a carga é Q=Ixt

Q = 25 A x 1h (3600 s)

Q = 25 x 3600 = 90 000 C

ou seja, uma bateria de 25 Ah pode debitar:

90 000 x (6 x 1018) = 54 x 1023 electrões por hora.

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 Potencial absoluto e relativo. A descarga eléctrica.

Para melhor compreensão dos fenómenos eléctricos, é costume fazer-se uma analogia
ou um paralelo com os sistemas hidráulicos.

Observe-se a figura junto, onde dois reservatórios com água a níveis diferentes estão
ligados por um tubo, onde urna torneira controla o fluxo de água. No depósito A, a água está
a um nível mais
elevado que em B - o
que resultará num
A B fluxo de água de A
h para B. Abrindo a
torneira, ambos os
reservatórios ficarão
ao mesmo nível, mas
com quantidades de
água diferentes.
Fig. 9 – h - diferença de potencial.

Analogamente, consideremos dois corpos metálicos A e B de dimensões diferentes e


que carregamos com igual quantidade de cargas eléctricas - o que resultará numa maior
concentração de cargas no corpo A, visto este ser mais pequeno. Diremos, então, que o
nível eléctrico ou potencial de A é maior que B.

Ligando os dois corpos por um fio metálico, vai


haver deslocamento de cargas de A para B, uma
descarga eléctrica, até que os estados eléctricos Fig. 10 – Corpos com cargas e
sejam iguais em ambos, ou seja, até que a densidade tamanhos diferentes.
de cargas ou o potencial eléctrico seja igual.

Consideremos agora a mesma experiência, mas com depósitos de dimensões iguais. O


nível da água é também superior em A.

A B
h

Fig. 11 – h - diferença de potencial.

Caso se abra a torneira, ambos os depósitos ficarão com a mesma quantidade de água e
ao mesmo nível.

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Analogamente, se tivermos dois corpos metálicos


de iguais dimensões mas com quantidades de carga
diferentes, facilmente se depreende que o potencial é
maior em A que em B.

Fig. 12 – Corpos com cargas diferentes


e tamanhos iguais.

Se ligarmos ambos por fio metálico, haverá passagem de cargas, uma descarga
eléctrica, de A para B, até que ambos fiquem ao
mesmo potencial, ou seja, com a mesma quantidade
de cargas.

Fig. 13 – Corpos com cargas iguais e


Então podemos definir a diferença entre os níveis tamanhos diferentes.
da água h nos dois depósitos e medi-la em metros.
Entre dois corpos electricamente carregados
podemos definir a diferença de potencial (d.d.p.) como sendo a diferença entre os estados
eléctricos dos dois corpos.

U=UAB=UA-UB

 Circuito eléctrico. Corrente eléctrica. Geradores.

A experiência que fizemos anteriormente da explicação de potencial (fig.11), verificamos


que quando há passagem de cargas do corpo A para B, estas constituem em si uma
corrente eléctrica, mas só que de pouca duração, ou seja, só enquanto houver um potencial
mais elevado do que outro, é que este fluxo de electrões se vai manter.
Se conseguirmos uma maneira de conservar esta diferença de potencial, isto é, um
ponto com um potencial mais elevado do que outro, a corrente eléctrica vai manter-se.
A manutenção da diferença de potencial consegue-se através de um aparelho chamado
gerador eléctrico, do qual fazemos novamente uma analogia com um sistema hidráulico.

Fig. 14 – Gerador eléctrico.

Na figura da página anterior, temos então, dois reservatórios, um com água a um nível
superior ao outro, uma bomba que aspira a água de B para A, mantendo o desnível e, no
tubo que une os dois tanques, uma turbina que roda consoante o fluxo de água,
transformando a energia cinética em energia mecânica.

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Quanto maior for o desnível de água dos dois tanques, maior será o fluxo a circular no
cano e, consequentemente, maior será a velocidade de rotação da turbina. Em termos de
electricidade, diremos, então, que os dois tanques com água a níveis diferentes e a bomba
que os mantêm, constituem o gerador, enquanto que a turbina que aproveita o fluxo de
água, será, por exemplo, um motor.
Podemos, então, definir corrente eléctrica como sendo um fluxo ou um movimento
orientado de cargas eléctricas (electrões). Logicamente para que uma corrente se
mantenha, temos que ter uma diferença de potencial constante.

A corrente eléctrica, ao passar por uma substância, pode provocar vários efeitos,
dependendo estes da própria substância.
Por exemplo, quando ligamos uma lâmpada normal de incandescência, a energia que se
liberta no filamento leva a que a sua temperatura se eleve extraordinariamente, ficando
incandescente e libertando energia sob a forma de calor e sob a forma de luz. O facto de o
bolbo estar preenchido com um gás inerte evita a combustão do filamento que se queimaria
rapidamente se estivesse em contacto com o ar. A energia transformada em luz é muito
pequena, da ordem dos 2%. A restante é transformada em calor - o que facilmente se pode
comprovar se tocarmos numa lâmpada acesa. No caso das lâmpadas, esta transformação é
completamente desnecessária, porque o que queremos realmente é luz. Mas outros casos
há em este facto é necessário, como, por exemplo, nos aquecedores, sejam eles secadores
de cabelo ou torradeiras. A quantidade de calor libertado depende do filamento (resistência)
e da intensidade de corrente eléctrica que por ele passa.
A esta libertação de calor que se dá devida à passagem de corrente por uma resistência
dá-se o nome de efeito térmico da corrente ou também efeito de Joule.

Este efeito verificado por Joule designa a transformação energética devida aos choques
que ocorrem entre os electrões livres e as moléculas dos condutores.
A lei de Joule estabelece o seguinte: «Sempre que um condutor, com uma resistência R,
é percorrido por uma corrente de intensidade I, durante um intervalo de tempo t, liberta-se
nele energia calorífica W cujo valor é directamente proporcional a R, a t e ao quadrado de I».
A lei de Joule pode ainda ser analisada em termos de quantidade de calor libertado por uma
resistência.
Assim, esta lei é traduzida através das expressões:

W= R I2 T

W- Energia calorífica libertada (em joules)


R- Resistência oferecida pelo condutor (em ohms)
I- Intensidade da corrente que percorre o condutor (em amperes)
t- Tempo durante o qual o condutor está sujeito à passagem da corrente eléctrica (em segundos)

ou
Q=0,24 R I2 T

Q- Quantidade de calor libertado (em calorias)


0,24- Constante obtida a partir da relação existente entre as unidades (S.l.) das grandezas quantidade de calor
e energia libertada
R- Resistência (em ohms)
I- Intensidade que percorre a resistência (em amperes)
t- Tempo que a corrente demora a percorrer a resistência (em segundos)

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Em qualquer receptor a potência dissipada por efeito de Joule é dada por:

P=R I2

P- Potência dissipada por efeito de Joule (watts)


R- Resistência do receptor (em ohms)
I- Intensidade que percorre o receptor (em amperes)

Vejamos um exemplo.
Calcular a energia térmica e a quantidade de calor desenvolvidas por uma resistência de
um termoacumulador, com uma potência de 3000 W, durante 15 minutos.
W=?
Q=?
W = R I2 T = 3000x 900 = 2700 000J = 2,7x 106 J
Q = 0,24 R I2 T = 0,24W =
Q = 0,24x2,7x 106 = 648 KCal

A noção que temos de circuito, independentemente da situação, é que a linha de


chegada é coincidente com a linha de partida, isto é, depois de termos iniciado e percorrido
todo um percurso, voltamos ao mesmo ponto de partida, ou seja, a chegada. Num circuito
eléctrico, este princípio também se aplica: a corrente eléctrica sai de um ponto, percorre
todo o circuito e retorna ao ponto de partida.
No seu percurso, a corrente passa por determinados órgãos que são constituintes de
qualquer circuito eléctrico, desde o mais simples ao mais complicado. Assim, podemos
definir como elementos fundamentais de um circuito os seguintes:

o gerador (1); ex. alternadores, dínamos, acumuladores


o condutores (5); ex. cabos de cobre, alumínio
o aparelho de protecção (2); ex. fusíveis, disjuntores
o aparelho de comando (3); ex. interruptores, comutadores
o receptor (4); ex. lâmpadas, máquinas, caloríficos, etc.

O gerador tem por função produzir e manter


uma diferença de potencial. Nas instalações
domésticas, este componente está nas centrais da
companhia de electricidade EDP. Os condutores
servem para o transporte da corrente desde os
locais de produção aos de consumo. Os aparelhos
de protecção protegem o circuito eléctrico de Fig. 15 – Componentes do circuito eléctrico.
eventuais curto-circuitos e sobrecargas.
Os aparelhos de comando destinam-se a abrir e a fechar o circuito, ou seja, a
interromper ou não a passagem da corrente eléctrica, ligando ou desligando, deste modo, os
receptores.

Por último, o receptor tem por fim transformar a energia eléctrica noutra forma de
energia. A lâmpada, por exemplo, transforma a energia eléctrica em energia luminosa.

Um circuito pode apresentar dois estados: aberto ou fechado.

No circuito aberto não há passagem de corrente, ou porque o interruptor não o permite,


ou porque há uma interrupção involuntária ao longo do circuito. No circuito fechado é
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quando existe passagem de corrente no circuito, permitindo, assim, o funcionamento do


receptor.

Fig. 16 – Circuito aberto/fechado.

Se repararmos na figura, vemos que um tanque tem água a um nível mais elevado do
que outro. Este desnível permite que haja uma “corrente” de água de um tanque para outro,
caso a torneira seja aberta.
Podemos medir, em metros, a diferença que existe entre os dois níveis de água. Em
electricidade, a esta diferença de níveis, dá-se nome de diferença de potencial ou tensão.
Se a água estiver ao mesmo nível nos dois tanques, obviamente que não teremos uma
corrente de água a circular no tubo. Analogamente, para que possamos ter corrente
eléctrica, precisamos de criar uma diferença de estados eléctricos entre dois corpos, ou
seja, uma diferença de potencial (d.d.p.) ou tensão eléctrica.

A B
h

Fig. 17 – h - diferença de potencial.

A tensão, representa-se pela letra (V) maiúscula, e tem por unidade no Sistema
Internacional, o VOLT.
Além da unidade, é costume utilizar-se os múltiplos e submúltiplos. Assim temos:
- microvolt µV 1 mV = 0,000001V = 10-6V
- milivolt mV 1 mV = 0,001V = 10-3V
- quilovolt kV 1kV = 1000V = 103V
- megavolt MV 1 MV = 1 000 000 V = 106V

Apresentam-se a seguir alguns valores típicos de tensões:

• células fotovoltaicas - 10 ... 20 mV


• pilhas vulgares - 1,5 V; 4,5 V; 9V
• bateria de automóvel - 12 V
• rede de alimentação - 220 V, 380 V
• alternador - até 10 kV
• linhas de alta tensão - até 1 MV

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A tensão mede-se com um aparelho chamado voltímetro que se coloca em paralelo com
a carga a medir.
Dois cuidados, além do já referido, há que ter quando se faz uma medida de tensão:
escolher um alcance do aparelho que seja suficiente para a tensão a medir e ter em atenção
as polaridades no caso de a medida ser em corrente contínua.

Fig. 18 – Forma de ligar um voltímetro.

Já vimos que a corrente eléctrica é um deslocamento de electrões livres de um potencial


mais elevado para um menos elevado. Já vimos também que quanto maior for a diferença
de potencial ou a tensão maior será o número de cargas em movimento. Mas qual será o
número exacto de cargas que circulam num condutor? Para se poder quantificar esse
número precisamos de ter unidade análoga àquela que possuímos para medir a água que
passa num tubo. Essa unidade designa-se Intensidade de Corrente Eléctrica (I) que
representa a quantidade de cargas eléctricas ou electrões (Q) que se movem num
determinado tempo (t) numa certa secção do circuito. Matematicamente, usa-se a seguinte
fórmula que nos dá a Intensidade de Corrente em função do número de cargas e do tempo.

Q
I=
t

A intensidade de corrente exprime-se em AMPERE (A).


Um ampere corresponde à passagem de aproximadamente 6x1018 electrões por
segundo, através de uma secção de um condutor.

1C
1A =
1s

Tal como a tensão também se utilizam os submúltiplos e múltiplos. Assim temos:

- microampere (mA) 1 mA = 0,000 001 A = 10-6 A


- miliampere (mA) 1 mA = 0,001 A = 10-3 A
- quiloampere (kA) 1 kA = 1000 A = 103 A

Apresentam-se a seguir alguns valores típicos de intensidades:

• rádios - dezenas de mA
• cromagem electrolítica - podem atingir 1000 A
• lâmpadas de incandescência - de 0,1 a 10 A
• soldadura por arco - 10 a 500 A
• descargas atmosféricas - 25 kA a 200 kA

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A intensidade da corrente mede-se com um aparelho


chamado amperímetro que se coloca em série com o
receptor.
Os cuidados já apontados para o voltímetro continuam
a ser válidos para este caso.

Fig. 19 – Forma de ligar um


amperímetro.

 Resistência Eléctrica. Resistividade.

Podemos definir Resistência eléctrica, de um modo simples, como sendo a oposição


criada por um material à passagem da corrente eléctrica. Por outro lado, segundo a lei de
Ohm (que estudaremos mais adiante), é o quociente entre a tensão aplicada a um condutor
e a intensidade de corrente que o percorre.

U
R=
I

em que:

V é a diferença de potencial em Volts;


I é a intensidade de corrente em Ampères;
R é a resistência eléctrica em Ohms;

A resistência de um condutor depende também da sua secção e do seu comprimento.

A Resistividade eléctrica: é a resistência intrínseca de um determinado material com


um metro de comprimento e um milímetro de secção. Traduz-se pela seguinte fórmula:

R×s
ρ=
l
em que:

ρ é a resistividade em Ω.mm2/m
R a resistência em
s a secção em mm
l o comprimento do condutor em m;

Por outro lado, podemos também calcular a resistência de um condutor em função da


sua secção e do seu comprimento, deduzindo da fórmula anterior a seguinte:
ρ ×l
R=
s
O Coeficiente de temperatura: define-se como sendo a variação da resistividade de um
material em função da variação da temperatura. A variação da resistividade vai implicar,
logicamente, a variação da resistência. Esta variação traduz-se pela fórmula:

R2 = R1 [ 1+ α (t2 - t1)]

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em que:

R2 é a resistência final à temperatura t2, em Ohms;


R1 é a resistência inicial à temperatura t1, em Ohms;
α coeficiente de temperatura do material em °C-1

O metal de maior utilização na electricidade é o cobre. A par do cobre, são utilizados


outros mas cuja resistividade é superior, à excepção da prata. Temos assim, a prata, o
alumínio, o mercúrio, bronze e a liga latão. Além destes, usam-se, também, certas ligas
resistentes tais como o cromo-níquel, ferro-níquel, manganina, constantan, mailhechort,
grafite, etc,.
Como já vimos, a escolha de um destes materiais é feita em função de variados factores,
nomeadamente, a função que vai desempenhar e o meio onde vai estar inserido. No quadro
seguinte podemos ver a resistividade destes materiais bem como o seu coeficiente de
temperatura.

Tabela 1 – Condutores e ligas condutoras

Condutores e ligas Resistividade a 20°C Coeficiente


Composição 2 -1 Aplicações
condutoras (Ω.mm /m) temperatura °C

Condutores e
Cobre Cobre 0,0172 0,00393
contactos

Cobre +
Cobre duro 0,01 79 0,0039 Linhas aéreas
estanho / silício

Cabos e linhas
Alumínio Alumínio 0,0282 0,0040
aéreas

Prata Prata 0,016 0,0036 Contactos, fusíveis

Latão Cobre + zinco 0,085 0,001 Contactos, terminais

Resistividade a 20°C Coeficiente


Ligas resistentes Composição 2 -1 Aplicações
(Ω.mm /m) temperatura °C

Cobre + níquel +
Mailhechort 0,30 0,0003 Reóstatos
zinco

Constantan Cobre + níquel 0,49 0,0002 Resistências

Cobre + manganês Resistências de


Manganina 0,42 0,00002
+ níquel precisão

Ferro + níquel + Resistências


Ferro-níquel 1 ,02 0,0009
crómio aquecimento

Resistências
Cromo-níquel Níquel + crómio 1,09 0,00004
aquecimento

Desta tabela podem fazer-se algumas leituras, nomeadamente:

1. A prata é o melhor condutor;


2. O latão possui um coeficiente de temperatura muito baixo;
3. A manganina tem um coeficiente de temperatura praticamente nulo;
4. O cromo-níquel é a liga com maior resistividade.
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O condutor mais utilizado é, de facto, o cobre. O alumínio tem nas linhas áreas de
transporte de energia a sua grande aplicação. A prata, devido à sua ductibilidade, é muito
utilizada quando é necessário reduzir a chapas o material condutor, tornando, no entanto, os
equipamentos relativamente caros.
As ligas resistentes caracterizam-se pela sua elevada resistividade, baixo coeficiente de
temperatura e grande resistência mecânica.
Um outro facto físico conhecido é o de a resistividade de certos metais e ligas condutoras
decrescer com o abaixamento da temperatura e, subitamente, anular-se quando esta se
aproxima do zero absoluto.
A este tipo de condutores dá-se o nome de supercondutores ou supracondutores e o seu
estudo é ainda uma tecnologia de ponta. Facilmente se percebe das vantagens da aplicação
destes materiais quer no transporte da energia quer em máquinas industriais. As perdas por
efeito de Joule que se verificam actualmente deixaram de existir, revolucionando, deste
modo, o mundo da electrotecnia e o da sociedade em geral.

Isolantes

Os materiais isolantes têm por função impedir a passagem da corrente por caminhos ou
trajectos não desejáveis ou, de outra maneira, evitar curto-circuitos nas instalações, proteger
as pessoas contra choques eléctricos, evitar fugas de corrente, etc. Devem, por isso, ter
uma grande resistividade, 108 Ω.cm2/cm ou superior.
Existem três tipos de isoladores: os sólidos, os líquidos e os gasosos.
As principais propriedades dos isolantes são:

a) a resistividade eléctrica;
b) a rigidez dieléctrica (mede-se pela tensão de disrupção, ou seja, tensão de perfuração
do dieléctrico);
c) estabilidade térmica;
e) temperatura máxima de utilização;
f) factor de perdas;
g) versatilidade.

Tipos de Resistências

As resistências podem ser, basicamente, de três tipos: de fio, de carvão e de película de


metal. Dentro destes tipos, podem ser fixas ou variáveis. Pode considerar-se um quarto tipo
de resistências que são as não lineares.

a) As resistências de fio são constituídas por um fio


condutor enrolado num suporte isolante, como por
exemplo, a porcelana ou fibra de vidro. Os materiais
utilizados para enrolamento são, geralmente, ligas
metálicas, como sejam, o constantan, a manganina, o
cromo-níquel, etc. Estas ligas por terem uma resistividade
elevada permitem uma construção com alguma economia.
O seu coeficiente de temperatura é quase nulo, o que
implica, como sabemos, um funcionamento sem grande Fig. 20 – Resistência bobinada.
alteração em função do aumento da temperatura.

Este tipo de resistências tem um variado leque de aplicações tais como reóstatos ou
potenciómetros.

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b) As resistências de carvão utilizam-se, geralmente,


em electrónica, em virtude da potência que podem
dissipar ser baixa. O carvão utilizado pode ser em
aglomerado de partículas ou por película fina. São de
pequenas dimensões, baratas e possuem um coeficiente
de temperatura negativo, o que quer dizer que a sua
resistência diminui com o aumento da temperatura.
Fig. 21 – Resistência bobinada.
c) As resistências de película metálica surgiram em
virtude do coeficiente de temperatura negativo das
resistências de película de carvão. Estas têm coeficientes
baixos e positivos. Consistem numa película de metal depositada sobre um material isolante,
geralmente a cerâmica. Têm um grau elevado de precisão.
As resistências não lineares construídas à base de óxidos e semicondutores têm a
propriedade de o seu valor poder variar em função, por exemplo, da luminosidade ou da
intensidade de corrente.

i) Termistências ou Termistores CTP e CTN

CTP- (coeficiente de temperatura positivo) têm a particularidade de o seu valor aumentar


bastante com a temperatura.
CTN- (coeficiente de temperatura negativo) têm a particularidade de o seu valor diminuir
bastante com a temperatura.

ii) Resistências VDR ou Varistores são resistências cujo valor depende da tensão
aplicada.

iii) Resistências LDR ou Foto-resistências têm um valor óhmico que decresce à medida
que aumenta a intensidade luminosa.

Fig. 22 –a) pára-raios utilizando resistência do tipo VDR.


b) resistências CTN
c) resistências LDR

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Tabela 2 – Tipos de Resistências.

Resistências
Não lineares Electrónica Potência (bobinadas)
CTP- coeficiente de temperatura positivo Bobinadas Reóstatos
CTN- coeficiente de temperatura negativo De carvão compacto Potenciómetros
VDR- variável com a tensão De película de carvão De manivela (de pontos)
LDR- variável com a luz De película metálica De absorção (por resistências)
De óxidos metálicos De absorção (por lâmpadas)
Potenciómetros e reóstatos

As resistências apresentam as seguintes características:


Embora haja, como vimos, uma grande variedade de resistências, todas elas têm um
conjunto de características que passamos a referir:

a) resistência nominal - é o valor que serviu de base à sua construção e que é marcado
no respectivo corpo, expresso em ohms.
b) tolerância - é a percentagem de incerteza sobre o seu valor nominal. Significa que o
seu valor real pode situar-se acima ou abaixo do valor nominal. 10%, 5%, 2%, 1 %, 0,5%
são valores usuais.
c) potência nominal - é a potência que a resistência pode dissipar a uma dada
temperatura ambiente. 1/4 W, 1/2 W, 1W, 5W são valores normalizados.
d) tensão máxima - é o valor da tensão máxima a aplicar à resistência, valor este que é
limitado pela rigidez dieléctrica dos isolantes utilizados.
e) coeficiente de temperatura - é a variação do valor da resistência, para um grau
centígrado de elevação de temperatura.

As resistências que se utilizam em electrónica


podem ser fixas ou variáveis. No caso de serem
variáveis, tomam o nome de potenciómetros ou
reóstatos. Neste caso, têm três terminais, um dos
quais é ligado a um cursor móvel que permite os
ajustes de resistência.

Outro tipo de resistência variável é a ajustável que


difere das anteriores, em virtude de ter a função de
trabalhar como resistência fixa, permitindo, no entanto,
pequenos ajustes quando necessário.

Outros tipos de resistências utilizadas são as não


lineares, como a LDR (Iight depending resistor-
resistência sensível à luminosidade).

Face às pequenas dimensões das resistências,


definiram-se dois processos para identificar o seu
valor. Assim, temos o alfanumérico e o código de cores
que passamos a expor na tabela da próxima página.
Fig. 23 – Resistência bobinada.

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 Código de cores das resistências. Noção de tolerância.


Tabela 3 – Código de cores das resistências.

4º ANEL 5ºANEL
COR 1ºANEL 2ºANEL 3º ANEL
(multiplicador) (tolerância)
PRETO - 0 0 x1
CASTANHO 1 1 1 x10 +/- 1%
VERMELHO 2 2 2 x100 +/- 2%
LARANJA 3 3 3 x1 000
AMARELO 4 4 4 x 10 000
VERDE 5 5 5 x 100 000 +/- 0,5%
AZUL 6 6 6 x 1000 000 +/-0,1%
VIOLETA 7 7 7 x 10 000 000 +/- 0,01%
CINZENTO 8 8 8
BRANCO 9 9 9
PRATEADO 0,01 +/- 10%
DOURADO 0,1 +/- 5%

A tabela acima tem a correspondência de cores para o caso das resistências de 5 cores.
Porém as resistências podem ter apenas 4 cores e para isso usa-se a mesma tabela,
eliminando a terceira coluna.
Considera-se o primeiro anel, aquele que estiver mais próximo de uma das
extremidades. Vejamos agora um exemplo. Suponhamos que as cores da resistência de 4
cores são:

1° anel: vermelho 2° anel: amarelo


3° anel: laranja 4° anel: dourado

Recorrendo à tabela, vemos que as cores


representam os seguintes valores:
Fig. 24 – Cores nas resistências.
1º - 2
2º - 4
3º - sem efeito
4º - x 1000
5º - 5% de tolerância

A resistência em questão terá então o seguinte valor: R = 24 x 1000 = 24 000 Ω = 24 KΩ


Quanto à tolerância, já sabemos que nos dá o valor máximo e mínimo entre os quais
poderá estar o valor real da resistência, apesar do valor nominal ser 24 KΩ.
Para calcularmos estes dois valores, achamos primeiro 5% de 24 KΩ, e, para o efeito,
podemos utilizar a regra três simples.

24KΩ ----------- 100% x=(5x24)/100= 1,2KΩ


x ----------- 5%

Agora somamos e subtraímos o valor calculado ao valor nominal.


Valor máximo = 24 + 1,2 = 25,2 KΩ
Valor mínimo 24 - 1,2 = 22,8 KΩ
O valor real da resistência estará, então, compreendido entre o v.máx. e o v. min.

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 Associação de Resistências.

As resistências podem ser ligadas ou associadas entre si de três formas:

1. associação em série;
2. associação em paralelo;
3. associação mista.

Na associação em série, os elementos estão ligados de tal forma que a corrente é


obrigada a percorrer um único caminho, ou seja, a intensidade é igual ou é a mesma que
passa em cada receptor. Por outro lado, a tensão aplicada ao circuito “distribui-se” pelos
vários receptores de acordo com as suas resistências.

I1= I2 = I3 = In

Vt= V1 + V2 + V3

Como consequência, se um receptor se estragar, o circuito ficará interrompido ou em


aberto, deixando todos de funcionar. Como exemplo de aplicação desta associação, temos
as lâmpadas de ornamentação das árvores de Natal.

Problema de aplicação:

Consideremos o agrupamento representado na figura acima com duas resistências


ligadas em série; uma de 5 Ω e outra de 2 Ω. Vamos fazer circular por elas uma intensidade
de corrente de 0,5A.

A intensidade da corrente que percorre cada resistência é a mesma (It= I1 = I2).


Assim:

It= 0,5 = 0,5 A

A intensidade da corrente que percorre o circuito é de 0,5A.


Cada resistência tem nos seus terminais uma tensão diferente, mas que obedece à lei de
Ohm (Vt= V1 + V2).

V1 = 5 x 0,5 = 2,5 V
V2 = 2 x 0,5 = 1 V

Sendo a soma da tensão aplicada às duas resistências igual a:

Vt = 3,5 V

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A resistência total do agrupamento é igual à soma das resistências parciais:

Rt = R1 + R2

Rt = 5 + 2 = 7 Ω

No caso da associação em paralelo, os elementos estão ligados de tal forma que a


intensidade debitada pela fonte se divide por cada um deles, de acordo com as suas
resistências. No caso da tensão, ela é a mesma para cada elemento, em virtude de todos
estarem ligados à fonte de alimentação.

Esta forma de ligação é a mais utilizada quer nas instalações industriais quer nas
domésticas, pois se qualquer receptor se deteriorar, os restantes continuarão em
funcionamento, porque alimentação é independente para cada um deles.

It= I1 + I2 + In

V1= V2 = V3 = Vn

Problema de aplicação:

Consideremos agora o agrupamento com as mesmas duas resistências mas, agora,


ligadas em paralelo, conservando a tensão de 3,5V. Veremos que neste tipo de associação
a corrente aumentará, o que quer dizer que a resistência total do circuito diminuiu. Donde se
conclui que este fenómeno é inverso àquele verificado num circuito com resistências em
série.
Assim, o inverso da resistência total do circuito é igual à soma dos inversos das
resistências parciais:

1 1 1
= +
Rt R1 R2

1 1 1 2 5 7
= + = + = = 1,428Ω
Rt 5 2 10 10 10

A resistência total é de 1,43 Ω.

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A intensidade da corrente que percorre cada resistência será:

3,5 3,5
I1 = = 0,7 A I1 = = 1,75 A I t = 0,7 + 1,75 = 2,45 A
5 2

A intensidade total da corrente é de 2,45A.


Cada resistência tem, entre os seus terminais, uma tensão igual à tensão total do
circuito.

V1 = 5 x 0,7 = 3,5V V2 = 2 x 1,75 = 3,5V

Assim, a tensão é igual em qualquer ponto da associação.


Por último, temos a associação mista que é uma conjugação das duas primeiras. A
aplicação deste tipo de associação surge, por exemplo, nos circuitos electrónicos, quer de
som quer de imagem.

O cálculo quer de tensões quer de correntes depende do circuito em si, não havendo
uma fórmula estilizada. Em todas associações referidas pode sempre calcular-se uma
resistência cujo valor seja equivalente às restantes e que as substitua sem alterar o
funcionamento de conjunto. A esta resistência dá-se o nome de resistência equivalente ou
resistência total, O interesse em conhecer o valor desta resistência consiste em simplificar
os respectivos cálculos. Assim, para o circuito em série a resistência equivalente determina-
se pela seguinte fórmula:
Rt = R1 + R2

Como se pode ver, basta somar todas as resistências para encontrar a Rt. Para a
associação em paralelo será:
1 1 1
= +
Rt R1 R2

Para o caso da associação mista não existe uma fórmula para o cálculo da Rt devendo o
seu cálculo ser efectuado por etapas sucessivas até a encontrar.

Problema de aplicação:

Calcular a resistência equivalente de uma associação mista de resistências representada


na figura anterior, tendo as três resistências respectivamente os valores de: R1=10Ω,
R1=20Ω e R1=30Ω. Para o cálculo de Rparalelo temos:

1 1 1 2+3 5
= + = = ⇔ Rt = 12Ω e para Rt temos: Rt = R1 + R2 =10 + 12 = 22 Ω
Rt 20 30 60 60

A resistência equivalente da associação mista é de 22 Ω.

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 Condensadores.

Um condensador é um dispositivo constituído por duas armaduras metálicas, boas


condutoras, separadas por um material isolante a que se dá o nome de dieléctrico.

As aplicações são várias, destacando-se: a protecção de contactos eléctricos (sendo


ligados em paralelo com estes), na constituição de filtros (fontes de alimentação, eliminação
de determinadas frequências, sintonização de
frequências, etc), como compensação do factor de
potência (por exemplo, em motores) e supressão de
ruídos (nos rádios).

A escolha de um condensador deve atender a


determinados factores, nomeadamente, a qualidade
do circuito, o local de trabalho, tensão e
temperatura de trabalho, frequências de utilização,
etc.
As principais características de um condensador Fig. 25 – Constituição de um condensador.
são:

a) Capacidade nominal: capacidade C é a maior ou menor disponibilidade que um


condensador tem em armazenar cargas eléctricas. Depende da área das
armaduras, da espessura e do material utilizado no dieléctrico. A unidade do SI
utilizada para a capacidade é o FARAD. Uma vez que esta unidade é muito
elevada para a maioria das aplicações, é costume utilizar-se os seus submúltiplos,
que são:

- picofarad (pF) 0,000 000 000 001 F = 10-12 F


- nanofarad (nF) 0,000 000 001 F = 10-9 F
- microfarad (pF) 0,000 001 F = 10-6 F
- milifarad (mF) 0,001 F = 10-3 F

b) Tensão admissível: é a tensão máxima que se pode aplicar às armaduras sem


que se perfure o dieléctrico, ou seja, sem que salte um arco eléctrico de uma
armadura para a outra, danificando, assim, o dieléctrico;

c) Tolerância: percentagem de incerteza admitida pelo fabricante em relação aos


valores marcados;

d) Factor de perdas: grandeza que traduz o volume de perdas (correntes de fuga) no


dieléctrico;

e) Frequência nominal: gama de frequências de trabalho;

f) Resistência de isolamento: é a resistência do dieléctrico em ohms;

g) Temperaturas limites de emprego;

h) Tensão de ruptura: tensão a partir da qual o dieléctrico deixa de ser isolante;

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Em face destas características, é fácil concluir que existe uma grande gama de
condensadores e, obviamente, uma grande diversidade de aplicações.
Quanto à sua natureza, os condensadores classificam-se em:

a) Fixos: não é possível alterar o valor da sua capacidade;


b) Variáveis: é possível alterar o valor da capacidade;

Fig. 26 –Condensador variável.

c) Ajustáveis: permitem que se ajuste a capacidade ao valor pretendido.

Quanto ao dieléctrico, podem ser:

a) Vácuo;
b) Gasoso: ar atmosférico, gás carbónico, etc;
c) Líquido: óleo mineral ou sintético;
d) Sólido: papel, mica, cerâmica plástico, porcelana, etc;
e) Especiais: condensadores electrolíticos polarizados e não polarizados, de óxidos
produzidos por electrólise.

Quanto à forma, podem ser:

a) Tubulares: p.e., os de cerâmica, poliester, papel;


b) Disco: p.e., de cerâmica;
c) Pastilha: p.e., mica, poliester metalizado.

Os condensadores tomam, geralmente, o nome do tipo de material que é utilizado para o


dieléctrico. Assim, temos os seguintes condensadores:

- de ar: são utilizados na sintonia de frequências e ensaios laboratoriais;


- de papel: a principal aplicação é na electrónica;
- de mica: aplicam-se na electrónica de altas frequências;

Fig. 27 –Condensador variável.

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- de cerâmica: são condensadores que suportam altas tensões (1500V) utilizam-se em


televisão;
- de óleo: utilizam-se em baixas frequências, compensação do factor de potência;
- electrolíticos: altas capacidades.

Este último tipo de condensador é o único em que se deve ter em conta a sua
polaridade, ou seja, um dos seus terminais deve ser ligado ao pólo + e o outro pólo -.

 Código de cores dos condensadores.

As características dos condensadores estabelece-se através da marcação alfanumérica


nos de maiores dimensões, enquanto para os mais pequenos, adoptou-se um código de
cores. Existem diversos códigos de cores, consoante o tipo de dieléctrico. O código que se
mostra a seguir reporta-se aos condensadores de papel, cuja capacidade é expressa em
picofarads.

Tabela 4 – Código de cores dos condensadores.

(A) (B) (C) (D) (E)


COR primeiro segundo Factor de Tolerância Tensão Nominal
algarismo algarismo multiplicação (V)
PRETO - 0 x1 +/- 20% 100
CASTANHO 1 1 x10 - 160
VERMELHO 2 2 x100 - 250
LARANJA 3 3 x1 000 +/- 30% -
AMARELO 4 4 x 10 000 - 400
VERDE 5 5 x 100 000 +/- 5% -
AZUL 6 6 x 1000 000 - 630
VIOLETA 7 7 x 10 000 000 - -
CINZENTO 8 8 - -
BRANCO 9 9 +/- 10% 1000

A primeira faixa (A) é a que está mais próxima de um das extremidades, geralmente do
lado oposto aos terminais; entre a faixa (D) e a última (E), deve de haver uma faixa com
largura dupla das anteriores, ou então a faixa (D) ter um tamanho maior que as restantes.

Vejamos agora como se procede para identificar, através do código de cores, as


características de um condensador.

- Um condensador fixo com a capacidade de 27 000 pF, de tolerância de +/- 10% e 250V
de tensão, deverá ter as seguintes cores impressas no corpo:

A- vermelho
B- violeta
C- laranja
D- branco
E- vermelho

Fig. 25 – Cores de um condensador.

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 Associação de condensadores.

Tal como as resistências, também é possível agrupar ou associar condensadores.


Vejamos a associação em série.

A associação em série aumenta a espessura total do dieléctrico, diminuindo a


capacidade e a carga total armazenada na associação. Este tipo de agrupamento utiliza-se
quando se pretende diminuir a capacidade total ou quando dispomos de condensadores que
não suportem a tensão do circuito.

U= U1+U2

Q1=Q2

1 1 1
= +
Ct C1 C2

No caso da associação em paralelo, a espessura total do dieléctrico diminui aumentando


assim a capacidade e a carga total armazenada. Esta associação utiliza-se quando se
pretende aumentar a capacidade total e dispomos de condensadores que suportem a tensão
do circuito.

U= U1=U2

Qt=Q1+Q2

Ct=C1+C2

Por último, na associação mista, aplicam-se as propriedades da associação em série e


paralelo. Os cálculos, quer da capacidade quer da quantidade de carga equivalentes,
dependem de cada esquema. Devemos
procurar resolver em primeiro lugar os
paralelos ou séries, procurando, deste
modo, simplificar todo o esquema e, só
depois, se conclui o restante.

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 Carga e descarga de condensadores.

Vejamos agora como é que o condensador consegue armazenar energia. Observe-se a


figura:

Em t=0, ambas as armaduras estão electricamente neutras, ou seja, têm ambas a


mesma quantidade de cargas eléctricas negativas e positivas. Não existe qualquer
deslocamento de cargas. Em t=1, os electrões da armadura A começam a circular,
deslocando-se para a armadura B, através da fonte de alimentação. Deste modo, a
armadura ficará carregada positivamente (+ Q) e a armadura B negativamente (-Q). Em t=2,
a corrente cessa em virtude de o condensador estar carregado e com a tensão
sensivelmente igual à da fonte (U).

Agora o dieléctrico fica sujeito a um campo eléctrico de +Q para -Q.


Após a carga do condensador é lícito perguntar: qual será a quantidade de carga
armazenada?
A carga armazenada Q (em coulombs) é directamente proporcional à tensão aplicada às
armaduras V (em volts) e da capacidade C (em Farads) do próprio condensador. Assim:

Q=CV

Para que o condensador descarregue, basta ligar as armaduras entre si através de um


circuito exterior. Agora, as cargas negativas em excesso em B, deslocam-se rapidamente
para a armadura A, até que ambas fiquem novamente electricamente neutras,
desaparecendo, deste modo, o campo eléctrico entre elas.

Descarga do condensa dor através de um Após a descarga do condensador, o


circuito exterior, O amperímetro acusa, por amperímetro não acusa passagem de corrente
breves instantes passagem de corrente. e, portanto, não temos carga entre as
armaduras do condensador.

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 Constante de tempo num circuito RC.

À medida que a acumulação de cargas negativas e positivas se vai processando, a


intensidade de corrente vai diminuindo até se anular. Relativamente à tensão, ela é
inicialmente nula aos seus terminais, uma vez que o condensador se encontra
descarregado, aumentando à medida que se processa a acumulação de cargas nas
armaduras, até se igualar a tensão da fonte de alimentação.

A figura seguinte representa os circuitos de carga e descarga de um condensador com


as respectivas curvas de evolução da tensão, de forma exponencial.

O tempo que o condensador demora a ficar carregado (ou descarregado) depende do


valor da sua capacidade e fundamentalmente a resistência limitadora inserida em série:

τ = R×C

τ (tau) é a constante de tempo e representa o tempo que demora o condensador a


adquirir 63% da tensão aplicada no processo de carga, ou a produzir uma queda de tensão
do mesmo valor, no regime de descarga, figura acima.
O tempo de carga ou de descarga é de 5 τ .

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