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Distribuição Discreta de Cargas

Física III

1
Eletromagnetismo
Leis da eletricidade e do magnetismo  rádios, televisões, motores elétricos,
computadores, aceleradores de partículas , dispositivos eletrónicos usados na medicina,
etc.
Eletricidade e Magnetismo
2000 a. C. : documentos chineses sugerem a existência do magnetismo

700 a. C. : observação de fenômenos elétricos e magnéticos na Grécia Antiga

Descobriram que o âmbar, quando friccionado, atraía pedaços de palha ou penas


(eletricidade).

Observaram que uma pedra natural chamada magnetita


( Fe 3 O 4 ) atraía pedaços de ferro

2
Eletromagnetismo
1ª. parte do século XIX : existência de uma relação entre a eletricidade e o magnetismo.

Em 1820: Hans Oersted descobriu que a agulha de uma bússola, que é magnética, é
desviada quando colocada perto de uma corrente elétrica:

Em 1831: Michael Faraday na Inglaterra e, quase simultaneamente, Joseph Henry nos


Estados Unidos, mostraram a possibilidade de “criar” uma corrente nas seguintes
situações: ou, de maneira equivalente, quando
um ímã é movido perto de um fio
quando se move condutor
um fio condutor
perto de um ímã

3
uma corrente elétrica é observada no fio
Eletromagnetismo
Em 1873, James Clerk Maxwell baseou-se nessas observações e em outros fatos
experimentais para formular as leis do eletromagnetismo como as conhecemos hoje.
Por volta de 1888, Heinrich Hertz verificou as previsões de Maxwell produzindo
ondas eletromagnéticas no laboratório  a descoberta do rádio e da televisão.

As contribuições de Maxwell para a ciência eletromagnética foram especialmente


significativas porque as leis formuladas são básicas para todas as formas de fenômenos
eletromagnéticos.
Equações de Maxwell
  Qint
S
E  dA 
0
 Lei de Gauss (eletrostática)

 
 B  dA  0
S
 Lei de Gauss (magnetostática)

  d  
C E  dl   dt SB  dA  Lei de Faraday

  d  
C B  dl  0 I  0 0 dt SE  dA  Lei de Ampère-Maxwell

4
James Clerk Maxwell
Eletrostática
Processos de Eletrização
Raios

Acelerador de Van der Graf

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Estrutura Atômica
O átomo possuem o mesmo número de prótons e elétrons, de modo que possuem
carga elétrica líquida nula (átomo neutro).

elétrons (e-)

Núcleo Atômico
prótons (H1)+neutrons (n0)

Massa do próton em repouso ( mp ) 1,672 623 x 10-27 kg

Massa do neutron em repouso ( mn ) 1,674 928 x 10-27 kg

Massa do elétron em repouso ( me )


mp=1800x me

Massa do átomo de hidrogênio ( mH ) 1,673 4 x 10-27 kg


6
Relação ( e / moe ) -1,758 819 x 1011 C.kg-1
Carga elementar e Quantidade de carga elétrica
Os prótons e os elétrons são portadores de carga elétrica.

Quantidade de carga elétrica: Q  ne


onde: Q : quantidade de carga
e : carga elétrica elementar
n : número dos portadores de carga
19
Valor da carga elétrica elementar: e : 1,6 10 C

Em 1923, Robert Andrews Millikan


ganhou o Prêmio Nobel de Física,por
seus trabalhos sobre a carga elétrica
elementar e sobre o efeito
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fotoelétrico. Experimento de Millikan (1907)
Corpos Neutros e Eletrizados
Um corpo neutro possui mesmo número de elétrons e prótons.

Um corpo eletrizado (ou eletricamente carregado) apresenta um desequilíbrio


no número de prótons e elétrons.

    
   
 
    
Corpo neutro Corpo Corpo
positivamente negativamente
carregado carregado

Princípio Fundamental da Eletrostática


Corpos de sinais iguais se repelem

Corpos de sinais diferentes se atraem


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Condutores e Isolantes

Condutores: um ou mais dos elétrons das camadas mais externas desses átomos
estão fracamente ligados ao núcleo. Estes elétrons são também chamados de
elétrons livres.

Em outros materiais, borracha e vidro, por exemplo, os elétrons estão fortemente


ligados aos núcleos. Estes materiais são chamados de isolantes.

9
Condutores e Isolantes
Condutores Elétricos: são materiais nos quais alguns eletrons se deslocam de maneira
relativamente livre

Exemplos: cobre, alumínio e prata

Condutor

Isolantes Elétricos: são materiais nos quais as cargas elétricas não se deslocam
livremente

Exemplos: vidro, borracha e madeira

Isolante 10
Condutores e Isolantes
Esfera condutora

Condutor

Isolante
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Processos de Eletrização
Eletrização é o processo no qual um corpo, inicialmente neutro, é eletrizado.
Neste processo os elétrons são adicionados ou removidos de um corpo.

Existem três processos de eletrização: Atrito, contato e indução.

Eletrização por Atrito

Quando dois corpos de substâncias diferentes (ou não),


inicialmente neutros, são atritados haverá transferência de
elétrons de um corpo para o outro, de tal forma que um corpo
fique eletrizado positivamente (cedeu elétrons), e outro corpo
fique eletrizado negativamente (ganhou elétrons) 12
Processos de Eletrização
Eletrização por Contato
Os elétrons em excesso do corpo A são transferidos para o corpo B até
que ambos possuam a mesma carga elétrica (corpos idênticos).

Ao final do processo os dois corpos serão eletrizados com cargas de


sinais iguais.

A B

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Processos de Eletrização
Eletrização por Contato
A B

O sinal positivo
representa o
excesso de prótons
no corpo A.

Corpo A (eletrizado Corpo B (neutro)


positivamente)
O corpo B possui o
mesmo número de
prótons e elétrons.

14
Processos de Eletrização
Eletrização por Contato

Quando o contato é estabelecido entre os dois corpos, os elétrons de B são


transferidos para A. Cada elétron transferido de B neutraliza um próton em
excesso de A

A B

15
Processos de Eletrização
Eletrização por Contato

Ao final do processo os dois corpos são eletrizados com cargas de


sinais iguais.

A B

Cada elétron
neutraliza um
próton.

16
Processos de Eletrização
Eletrização por Indução

Quando um objeto carregado negativamente é colocado próximo a uma superfície


condutora, os elétrons se movimentam pela superfície do material, mesmo não
havendo contato físico.

Este é o princípio utilizado na


eletrização por indução

Bastão carregado
negativamente

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Processos de Eletrização
Eletrização por Indução
Considere duas esferas metálicas que estejam se tocando, de modo que
efetivamente formem um único condutor não-eletrizado.
Quando um bastão eletrizado negativamente é trazido para perto das
esferas, os elétrons livres se movimentam devido à repulsão elétrica.

4 prótons em 4 elétrons em
excesso excesso
Sendo assim, as esferas possuem o mesmo número de
elétrons e prótons. 18
Processos de Eletrização
Eletrização por Indução

Quando um bastão eletrizado negativamente é trazido para perto das


esferas, os elétrons livres se movimentam devido à repulsão elétrica.
Se as esferas forem separadas com o bastão ainda presente, elas ficarão
igualmente carregadas, mas com cargas de sinais opostos.

4 prótons em 4 elétrons em 19
excesso excesso
Processos de Eletrização
Eletrização por Indução - aterramento
É possível eletrizar uma única esfera por indução se a tocarmos enquanto as
cargas encontram-se separadas.

O bastão carregado Ao tocar a esfera, elétrons Ao final do processo a


positivamente provoca a são transferidos. esfera possui excesso de
separação de cargas na elétrons.
esfera

20
Processos de Eletrização
Eletrização por Indução - aterramento
Este processo pode ser realizado com um fio ligado à terra (aterramento).

Os elétrons serão transferidos da terra


para a esfera se o fio for ligado do
lado positivo. Logo, a esfera ficará
carregada negativamente.

Os elétrons serão transferidos da


esfera para a terra se o fio for ligado
do lado negativo. Logo, a esfera
ficará carregada positivamente.

21
Processos de Eletrização
Exemplos
Os neurônios recebem continuamente impulsos que
geram uma corrente elétrica  cargas elétricas em
movimento

Um raio é uma descarga elétrica que ocorre entre uma


nuvem e a terra.

22
Os Raios
Ao passar nas proximidades da superfície terrestre, a nuvem induz cargas de sinal
contrário.
Uma nuvem pode se eletrizar a partir das colisões entre as partículas que a
constitui.
Experiências realizadas com balões mostram que as nuvens de tempestades
(responsáveis pelos raios) apresentam, geralmente, cargas elétricas positivas na
parte superior e negativas na inferior.

23
Os Raios
Ao passar nas proximidades da superfície terrestre, a nuvem induz cargas de sinal
contrário.

O raio – ou descarga elétrica


– é constituído de elétrons
que, neste caso, são
transferidos da nuvem para a
superfície terrestre.

24
Os Raios
Descarga elétrica da nuvem para o solo

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Lei de Coulomb
Charles Coulomb inventou uma balança de torção e através dela
descobriu que a força elétrica entre duas pequenas esferas carregadas
é proporcional ao inverso do quadrado da distância r de separação
entre elas:
F  1/ r2

A força elétrica entre duas partículas carregadas com cargas ql e q2 e


separadas por uma distância r é

q1 q2 1
Fe  ke 2 onde k e 
40
 8.99 109 N m 2 / C 2
r
é a constante de Coulomb e a força é medida em newtons se as cargas estão em
coulomb e a distância de separação está em metros

e  0  8.8542 1012 C2 / N m2 é a permissividade do vácuo.

A força elétrica expressa na forma vetorial é

 q1 q 2 
F12  k e 2 r̂12
r
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Lei de Coulomb
Princípio da Superposição
Para um sistema de n cargas podemos determinar a força resultante que atua sobre uma
das cargas
q2
B
FR

F23

A C
q1 F13
q3

As forças elétricas obedecem ao princípio da superposição:

    n 
FR  F13  F23  .....  Fn 3   Fij
i 1

 q1qi ̂
onde a força entre cada par de cargas é dada F1i  ke 2 r1i 27
por r
Campo Elétrico
Campo Gravitacional
O campo gravitacional num ponto no espaço é igual à força gravitacional
que age sobre uma partícula de prova (teste) de massa m0 dividida pela
massa da partícula de prova:

 F
g g
m0
Campo Elétrico

O campo elétrico num ponto do espaço é definido como a força elétrica que age sobre
uma partícula de prova, colocada neste ponto, dividida pela carga q0 da partícula de
prova (teste). Assim:  
 Fe O vetor E tem as unidades SI de
E
q0 newtons por coulomb (N/C)

Convenção: uma partícula de prova tem sempre uma carga elétrica positiva

A carga de teste serve como detetor do campo elétrico

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Campo Elétrico
Conhecendo-se o campo elétrico num ponto P, podemos calcular a força que age sobre
uma partícula com carga q colocada nesse ponto, porque:
  
Fe  qE q E
r
A força exercida sobre uma carga de prova situado à
uma distância r da carga q é dada pela Lei de q 
Coulomb: E
 qq0 ˆ
Fe  ke 2 r
r
O campo elétrico criado por q no ponto
P ( posição da carga de prova) é

 k qq0
 Fe e 2   q ˆ
E  r rˆ  E  ke 2 r
q0 q0 r
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Campo Elétrico
Se q for positiva, o campo elétrico estará orientado radialmente para fora a partir dela.
Se q for negativa, o campo se orientará para dentro.


 q E
q ˆ
E  ke 2 r r
r
q 
E
Campo elétrico num ponto P devido à um conjunto de partículas:

 qi ˆ
E  k e  2 ri
i ri

Campo elétrico num ponto P devido à uma distribuição contínua de cargas:

 dq ˆ
E  ke  2 r
r 30
Linhas do Força associado ao Campo Elétrico
As linhas de força associadas ao campo elétrico é uma representação que fornece uma
descrição qualitativa do campo elétrico.

O vetor campo elétrico é tangente à linha de força em cada ponto

O campo elétrico é intenso onde as linhas de força estão próximas e de menor


intensidade onde as linhas estão bem separadas  número de linhas por unidade de
área é proporcional à intensidade do campo elétrico

Linhas de força para uma carga pontual Linhas de força para uma carga pontual
positiva negativa
 Estão orientadas radialmente para fora  Estão orientadas radialmente para dentro

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Representação do Campo Elétrico

 Pequenos pedaços
de fibra suspensas em
óleo se alinham com
 as linhas de E
E 
E

Linhas de força para uma carga pontual positiva e outra negativa iguais:

32
Representação do Campo Elétrico
Linhas de força para uma carga pontual positiva e outra negativa iguais:

Linhas de força para duas cargas pontuais positivas iguais

33
Representação do Campo Elétrico

Linhas de força para uma carga


positiva (+2q) e outra negativa (-q)

Linhas de força geradas por duas


cargas não uniformes

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Movimento de Partículas Carregadas num
Campo Elétrico Uniforme
A força elétrica resultante exercida sobre a carga é
dada por
  
Fe Fe  qE
A força resultante faz com que a partícula acelere. A
segunda lei de Newton aplicada à partícula fornece

 
Fe  ma
A aceleração da partícula é

E 
 qE
a
m

Se o campo elétrico é uniforme (isto é, se tem magnitude e direção


constantes), a aceleração é constante 35
Movimento de Partículas Carregadas num
Campo Elétrico Uniforme
Cargas libertadas do repouso, num campo elétrico , orientado ao longo do eixo x


 qE
a
m

Se a partícula tiver carga negativa, sua aceleração será na direção


oposta ao campo elétrico.

Se uma partícula tiver carga positiva, sua aceleração será na


direção do campo elétrico.
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Movimento de Partículas Carregadas num
Campo Elétrico Uniforme

Cargas elétricas lançadas perpendicularmente à um campo elétrico uniforme

A trajetória das cargas é uma parábola enquanto


estiverem entre as placas

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Movimento de Partículas Carregadas num
Campo Elétrico Uniforme

Um eletron entra numa região de campo


elétrico uniforme, com uma velocidade
inicial constante, vi (fora da ação do
campo elétrico). Obtenha a equação da
trajetória da partícula na região do campo
elétrico.

A aceleração da partícula no campo elétrico é

 eE 
a   ey
m

v x  vi  constante  x f  vi t
eFe
vy  a yt  - t 1
y f  a yt2  -
1 eE 2
t
me 
2 2 me

Eliminando o tempo, obtém-se a equação da 1 e E 2


trajetória na região do campo elétrico  y ( x)   2
x
2 me vi 38
próxima aula...

39

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