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Lei de Coulomb – Charles Augustin de Coulomb (1736 - 1806) estudou as forças de interação entre
partículas carregadas 1784. Ele usou uma balança de torção semelhante à usada por Cavendish
para estudar a força de interação gravitacional.
Para cargas puntiformes, corpos carregados muito menores que a distância r que os separa,
1
verificou-se que a força elétrica entre eles é proporcional a 2 . Coulomb também verificou que
r
q e q
a força elétrica entre duas cargas 1 2 é proporcional a cada uma das cargas e, portanto,
proporcional ao produto q 1 q 2 das duas cargas.
Lei de Coulomb: O módulo da força elétrica entre duas cargas puntiformes
é diretamente proporcional ao produto das cargas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre elas.
¿
F=k ¿ q 1 q 2∨ r 2 ¿ (Módulo da força entre duas cargas puntiformes)
A direção da força que qualquer uma das cargas exerce sobre a outra é
sempre ao longo da linha reta que passa pelas cargas. Cargas com sinais
iguais exercem forças de repulsão, e cargas com sinais diferentes exercem
forças de atração.
Constantes elétricas fundamentais – A constante k de proporcionalidade depende do sistema
de unidades usado. Usaremos exclusivamente unidades do SI. Sendo a unidade para carga
elétrica q no SI igual a coulomb (1C), no SI a constante k é dada por:
k =8,987551787 ×10 9 N ∙ m2 /C 2 ≈ 8,988 × 109 N ∙ m2 /C 2
Em termos da velocidade da luz c , o valor de k é precisamente dado por:
k =( 10−7 N ∙ s 2 /C 2 ) c 2
1
Usando as unidades no SI, geralmente escrevemos a constante k como 4 π ϵ , em que o
0
−12 2 2
ϵ 0 (8,854 ×10 C / N ∙ m ) é denominada constante elétrica. Agora podemos escrever a lei de
Coulomb como:
1 ¿
F= 4 π ϵ ¿ q 1 q 2∨ 2 ¿ (Lei de Coulomb – módulo da força entre duas cargas
0 r
puntiformes)
A unidade mais fundamental de carga elétrica é o módulo da carga do próton ou de um elétron,
designado pela letra e . O valor mais preciso da carga elétrica é:
e=1,602176565 1 35 2×10−19 C
Um coulomb representa o valor negativo da carga total existente em aproximadamente 6 ×10 18
elétrons.
Duas cargas de 1 C separadas por uma distância de 1 m exerceriam uma força mútua com
módulo de aproximadamente igual a 9 ×10 9 N .
Superposição de Forças – quando duas ou mais cargas exercem forças sobre
outra carga elétrica, a experiência mostra que a força total exercida sobre
essa carga é dada pela soma vetorial das forças que as cargas exercem
individualmente (Princípio da superposição das forças).
Campo elétrico e forças elétricas – quando ocorre uma interação no vácuo entre
duas cargas elétricas, como é possível que uma delas perceba a existências da
outra?
Campo elétrico – inicialmente supomos que o corpo A, em virtude da sua
carga elétrica, modifica as propriedades do espaço ao redor dele. O corpo B,
em virtude da carga elétrica que possui, sente que como o espaço foi
modificado pela outra carga. A resposta sentida por B é a força elétrica ⃗ F0.
Removida a carga B, dizemos que a carga elétrica A produz um campo elétrico
no ponto P (e em suas vizinhanças). Esse campo elétrico está presente no
ponto P mesmo que não exista nenhuma carga no ponto P; isso decorre
apenas da existência da carga elétrica A. Quando uma carga elétrica q 0 é colocada no ponto, ela
sofre a ação de uma força elétrica ⃗ F0.
Portanto o campo elétrico serve de intermediário para comunicar a força que A exerce sobre q 0.
De modo análogo, a carga q 0 produz em torno dela um campo elétrico e que esse campo exerce
sobre o corpo A uma força elétrica −⃗ F0.
A força elétrica sobre um corpo carregado é exercida pelo campo elétrico produzido por
outros corpos carregados.
Definimos o campo elétrico ⃗ E em um ponto como a força elétrica ⃗
F 0 que atua sobre uma carga
q 0 nesse ponto, dividida pela carga q 0 (campo elétrico é a força elétrica por unidade de
carga).
⃗
( )
F0 N
⃗E= no SI (Campo elétrico – força por unidade de carga)
q0 C
A força elétrica exercida sobre a carga q 0 devido ao campo elétrico ⃗
E é facilmente calculada:
⃗ ⃗
F 0=q 0 E (Força exercida sobre 0 devido ao campo elétrico ⃗
q E)
⃗
Quando a carga q 0 for positiva, A força F 0 que atua sobre a carga terá o mesmo sentido de ⃗ E;
quando q 0 for negativa, ⃗F0 e ⃗
E terão sentidos opostos.
Campo elétrico de uma carga puntiforme – quando a distribuição de cargas da fonte
corresponde a uma carga puntiforme q , é fácil encontrar o campo elétrico que ela produz. O
local onde essa carga se encontra denomina-se ponto da fonte, e o ponto P onde desejamos
determinar o campo elétrico é chamado de ponto do campo.
Introduziremos o vetor unitário r^ que aponta ao longo da linha que une o ponto da fonte ao
ponto do campo. Esse vetor é o vetor deslocamento r⃗ , dividido pela distância r =¿ ⃗r ∨¿ entre
esses pontos, r^ =⃗r /r .
Logo para uma carga q 0 no ponto do campo P, a uma distância r da fonte, o módulo da força F 0
sobre essa carga será dada por:
1 |q q 0|
F 0=
4 π ϵ 0 r2
Pela equação para o campo elétrico, o módulo de E no ponto P pode ser dado por:
1 |q|
E= (Módulo do campo elétrico de uma carga puntiforme)
4 π ϵ 0 r2
Agora usando o vetor unitário r^ , podemos escrever uma equação vetorial que
fornece o módulo, direção e sentido do campo elétrico ⃗ E:
1 q
⃗ E= r^
4 π ϵ 0 r 2 (Campo elétrico de uma carga puntiforme)
Por definição, o campo elétrico de uma carga puntiforme sempre aponta para
fora de uma carga positiva (mesmo sentido de r^ ), porém para dentro de uma carga
negativa (sentido oposto de r^ ) (ver fig. ao lado).
Percebemos que uma vez que o campo elétrico ⃗ E pode variar de um ponto a outro
do espaço, ele não é dado por uma única grandeza vetorial, mas por um conjunto
infinito de grandezas vetoriais, cada uma das quais associada a um ponto do
espaço, esse é um exemplo de campo vetorial.
Quando usamos um sistema de coordenadas retangulares (x, y, z), cada componente de ⃗ Eé
função desses pontos e podemos descrever os componentes desse vetor como
E x ( x , y , z ) , E y ( x , y , z ) e E z ( x , y , z ).
Determinação do campo elétrico – em muitas situações reais que envolvem forças e campos
elétricos, verificamos que a carga se encontra distribuída ao longo do espaço. Aprenderemos a
determinar o campo elétrico produzido por diversas distribuições de cargas elétricas.
Superposição dos campos elétricos – para entendermos o campo elétrico produzido por uma
distribuição de cargas, imaginemos a distribuição como um conjunto de cargas puntiformes
q 1 , q 2 , q 3 , … Para cada ponto P, cada carga puntiforme produz seu respectivo campo elétrico
⃗
E1 , ⃗E2 , ⃗ E 3 , … , de modo que uma carga de teste q 0 colocada em P sofre uma ação de uma força
⃗
F 1=q 0 ⃗ E1 exercida pela carga q 1, uma força ⃗ F 2=q 0 ⃗
E 2, exercida pela carga q 2, e assim por
diante.
A força resultante ⃗ F 0 da ação devido a distribuição de cargas sobre q 0 é a soma vetorial dessas
forças individuais:
⃗ F 0= ⃗
F 1+ ⃗
F 2 +⃗F3 …=q 0 ⃗E1 +q 0 ⃗
E 2 + q0 ⃗
E3 +…
Sendo assim, o campo elétrico ⃗ E total no ponto P é igual a soma vetorial dos campos que cada
carga da distribuição produz no ponto P:
⃗
F0
⃗ E = =⃗ E1 + ⃗E2 + ⃗
E3 + … (Princípio da superposição dos campos elétricos)
q0
Quando uma carga é distribuída ao longo de uma linha, sobre uma superfície ou através de um
volume, alguns termos adicionais são úteis.
λ ≡ densidade linear de carga(C /m) (Carga por unidade de comprimento)
σ ≡ densidade superficial de carga(C /m2 ) (Carga por unidade de área)
ρ ≡ densidade volumétrica de carga(C /m2) (Carga por unidade de volume)
Linhas de campo elétrico – As linhas de campo elétrico constituem uma
ajuda valiosa para visualizar o campo e interpretá-lo de modo mais realista, conceito introduzido
por Michael Faraday.
Uma linha de campo elétrico é desenhada como uma linha imaginária, reta ou curva, que
passa por uma região do espaço de tal modo que sua tangente em qualquer ponto forneça a
direção e sentido do campo elétrico no ponto considerado, e o espaçamento entre essas
linhas nos fornece uma ideia do módulo de ⃗ E em cada ponto.
Observemos que em qualquer ponto particular, o campo elétrico possui uma única direção, de
modo que somente uma linha de campo elétrico pode passar em cada ponto, ou seja, as linhas
de campo elétrico jamais se cruzam.
Observe que a direção do campo elétrico resultante em cada ponto desses diagramas segue
pela tangente da linha de campo elétrico que passa pelo ponto considerado. Note em geral que
o módulo do campo elétrico é diferente em pontos diferentes de uma mesma linha de campo.
Obs: uma linha do campo elétrico não é uma curva que possui o módulo do campo elétrico
constante!
Dipolos Elétricos – um dipolo elétrico é um par de cargas puntiformes com mesmo modulo,
porém, sinais opostos (uma carga positiva q e uma carga negativa −q ), separadas por uma
distância d .
A figura ao lado mostra um esquema da molécula da água, que, sob muitos aspectos é
semelhante a um dipolo elétrico. A molécula da água como um todo é eletricamente neutra,
porém as ligações químicas em seu interior produzem um deslocamento das cargas,
produzindo uma carga líquida negativa e outra positiva em suas extremidades.
Força e torque sobre um dipolo elétrico – vamos primeiro inserir o dipolo elétrico em um
E uniforme. Ambas as forças ⃗
campo elétrico ⃗ F ❑+¿ ¿ e ⃗
F ❑−¿¿ possuem o mesmo módulo qE ,
porém os sentidos dessas forças dessas forças são opostos e, portanto, a resultante é igual a
zero.
A força resultante sobre um dipolo elétrico em um campo elétrico uniforme é igual a zero.
Entretanto o toque resultante não é zero. O braço de alavanca tanto para ⃗ F ❑+¿ ¿ quanto para
⃗
()
F ❑−¿¿ é igual a ( qE )
d
2
sen (ϕ) , sendo ϕ o ângulo entre o campo elétrico e o eixo do dipolo.
Ambos os torques tendem fazer o dipolo elétrico girar no sentido horário ( τ⃗ entra
perpendicularmente no plano da página). Logo o módulo do torque resultante é igual ao dobro
do módulo de cada torque individual:
τ =qE( dsen ( ϕ ) ), onde dsen ( ϕ ) é a distância perpendicular entre as linhas de ação das
duas forças.
O produto da carga q pela distância d é o módulo da grandeza chamada momento de dipolo
elétrico, designada pela letra p:
p=qd (C ∙ m) (momento de dipolo elétrico)
O momento de dipolo elétrico é uma grandeza vetorial ⃗p, cujo módulo é dado pela equação
acima, e cuja direção e sentido é o eixo do dipolo, orientado da carga positiva para a carga
negativa.
Reescrevendo agora o torque τ em função da grandeza p obtemos a relação:
τ = pEsen ( ϕ ) (módulo do torque sobre um dipolo elétrico)
E em termos da definição do produto vetorial, podemos escrever tal relação como:
τ⃗ =⃗p × ⃗E (Vetor torque sobre um dipolo elétrico)
O torque sobre um dipolo elétrico tende sempre a alinhar a direção de ⃗p paralelamente a ⃗ E
⃗
(girar o dipolo). Para ϕ=0, ⃗p e E paralelos, o equilíbrio é estável. Já para ϕ=π , ⃗p e E ⃗
antiparalelos, o equilíbrio é instável.
Energia potencial de um dipolo elétrico – quando um dipolo muda de direção em um campo
elétrico, o torque do campo elétrico realiza trabalho sobre ele, produzindo uma
correspondente variação de energia potencial. O trabalho dW realizado pelo torque τ durante
um deslocamento infinitesimal dϕ é dado por dW =τdϕ . Como o torque possui sentido na
diminuição de ϕ , devemos escrever o torque como τ =− pE(senϕ) , ficamos com:
dW =τdϕ=− pE(senϕ)dϕ
Assim o trabalho total realizado em um deslocamento finito de ϕ 1 até ϕ 2 é dado por:
ϕ2
Sabemos que o trabalho realizado é igual a variação de energia potencial com o sinal oposto,
W =U 1−U 2 . Logo uma definição adequada de para energia potencial U para esse sistema é:
U ( ϕ )=− pEcos (ϕ ) (energia potencial para um dipolo em campo elétrico)
Podemos representar a energia potencial em termos do produto escalar, ficando como:
U ( ϕ )=−⃗p • ⃗E (energia potencial para um dipolo em campo elétrico)
A energia potencial possui um valor mínimo U =−pE , correspondendo a uma posição de
equilíbrio estável, para ϕ=0 e ⃗p e ⃗E paralelos. A energia potencial possui um valor máximo
π
quando ϕ=π e ⃗p é antiparalelo a ⃗ E , então U =+ pE . Quando ϕ= , em que ⃗p é perpendicular
2
⃗
a E , U será igual a zero.
Capítulo 22 – Lei de Gauss
Na Física, uma ferramenta importante para a simplificação de um problema consiste em usar
propriedades de simetria do sistema. Neste capítulo, aplicaremos as noções de simetria
juntamente com um novo conceito, a lei de Gauss, a fim de simplificar a determinação de
campos elétricos.
Carga Elétrica e Fluxo Elétrico – fizemos a pergunta: “qual é o campo elétrico produzido por uma
dada distribuição de carga em um ponto P?” a resposta pode ser obtida considerando-se a
distribuição como um conjunto de cargas puntiformes, cada uma das quais produzindo um campo
elétrico ⃗
E . Logo o campo elétrico é a soma vetorial dos campos elétricos produzidos por todas as
cargas.
Agora existe uma relação alternativa entre distribuição de cargas e campos elétricos que parte
do seguinte questionamento: “Caso você conhecesse a configuração do campo elétrico em uma
dada região, o que poderia afirmar sobre a distribuição de cargas nessa região?”
Vamos supor uma caixa fechada imaginária (superfície fechada) a qual pode ou não conter
cargas elétricas (caixa feita de material não produz nenhum efeito sobre o campo elétrico -
caixa ideal). Como você pode determinar a quantidade (caso haja) de cargas elétricas existentes
no interior dessa caixa?
Para determinar o que se deseja, você desloca uma carga de prova q 0 em torno dos pontos mais
próximos da caixa, medindo a força ⃗ F exercida sobre a carga em diversas posições, você faz um
mapa tridimensional do campo elétrico ⃗ E =⃗F / q 0 existente fora da caixa. Logo examinado os
detalhes do mapa, você poderá calcular o valor exato da carga puntiforme existente no interior
da caixa.
Vimos então que para determinar o conteúdo da caixa, basta medir ⃗ E sobre a superfície da
caixa
Fluxo Elétrico e Carga Englobada – usando analogias nas figuras mostradas acima, nas quais o
campo elétrico aponta para fora da superfície, podemos dizer que existe
um fluxo elétrico para fora da superfície. Já para as cargas negativas, todos os vetores de ⃗ E
apontam para o interior da superfície e o fluxo elétrico segue para dentro.
Devemos prestar atenção quando usamos o termo fluxo, pois na figura ao lado temos um
exemplo de uma caixa com uma carga positiva e outra negativa de mesmo módulo, portanto, a
carga a carga líquida é igual a zero dentro da caixa. Existe campo elétrico, porém o “fluxo para
dentro” em uma das metades da caixa é igual ao “fluxo para fora” na outra metade da caixa.
Logo, o fluxo elétrico líquido através da superfície da caixa é igual a zero.
Então percebemos a conexão entre o sinal da carga líquida dentro da caixa e o sentido do fluxo
elétrico líquido através da superfície. Existem também uma conexão entre o módulo da carga
dentro da superfície fechada e a intensidade do “fluxo” do vetor ⃗ E sobre a superfície. Sendo
assim, o fluxo elétrico líquido através da superfície é diretamente proporcional ao módulo da
carga líquida existente no interior da caixa. Essa conclusão independe do tamanho da caixa.
Faremos um comparativo entre os módulos dos campos elétricos nas diferentes caixas.
Sabemos que o módulo do campo elétrico diminui com a distância por uma razão de 1/r 2, de
modo que o valor médio do módulo campo elétrico em cada face da caixa grande (Ver Fig. C) é
exatamente igual a 1/4 do valor médio do campo elétrico na face correspondente indicada na
figura (a). Porém, a área de cada face da caixa grande é 4 vezes maior que a respectiva área da
caixa pequena. Sendo assim, o fluxo elétrico para fora das duas caixas é o mesmo.
Percebemos que o fluxo do campo elétrico é o mesmo em ambas situações se definirmos o
fluxo elétrico do seguinte modo: para cada face da caixa, faça o produto do valor médio do
componente perpendicular de ⃗ E pela área da respectiva face, a seguir some os resultados para
todas as faces da caixa.
Resumindo, para casos especiais, superfícies fechadas em forma de caixa retangular e para
distribuições de cargas envolvam cargas puntiformes ou planos infinitos com uma distribuição
uniforme, verificamos que:
O sinal da carga existente no interior da superfície fechada determina o sentido do fluxo
elétrico (entrando ou saindo);
Cargas situadas no exterior da superfície fechada não fornecem fluxo elétrico líquido
através da superfície;
O fluxo elétrico líquido é diretamente proporcional à carga líquida existente no interior
da superfície fechada, independentemente do tamanho da superfície escolhida.
Essas observações constituem uma formulação qualitativa da lei de Gauss.
Determinação do fluxo elétrico – faremos novamente uma analogia entre o campo elétrico ⃗ Eeo
campo de velocidade ⃗v de escoamento de um fluido, afim de calcularmos de maneira quantitativa
o fluxo elétrico.
Fluxo: analogia do escoamento de um fluido – A figura ao lado indica um
fluido escoando de modo constante da esquerda para a direita. Vamos
examinar a vazão volumétrica dV /dt através da espira retangular com área
A . Quando a área é perpendicular à velocidade de escoamento do fluido ⃗v (v
constante), a vazão volumétrica dV /dt é igual a:
dV
=vA (vazão volumétrica em um fluido com v constante, plano
dt
perpendicular)
Quando o retângulo está inclinado de um ângulo ϕ , a área que conta para a
vazão é a projeção da área A sobre o plano perpendicular de ⃗v (indicada por
A⊥). A área projetada A⊥ é dada por Acos(ϕ), então a vazão volumétrica
através de A é:
dV
=vAcos( ϕ) (vazão volumétrica em um fluido com v constante, plano inclinado de
dt
um ângulo ϕ )
dV
Quando ϕ=90o, =0 ; o retângulo é paralelo ao escoamento. Percebemos também que
dt
vcos(ϕ) é o componente do vetor ⃗v perpendicular ao plano da área A (usaremos o símbolo v ⊥).
Logo podemos escrever a equação para a vazão:
dV
=v⊥ A
dt
Podemos agora expressar mais resumidamente a vazão volumétrica usando o conceito de vetor
área ⃗A , uma grandeza vetorial cujo módulo fornece a área A e cuja direção é perpendicular ao
plano da área que estamos descrevendo. Sendo assim, a vazão volumétrica fica:
dV
= ⃗v • ⃗
A (vazão volumétrica em um fluido com v constante)
dt
Fluxo de um campo elétrico uniforme – usando a analogia entre campo elétrico e escoamento
de um fluido, agora podemos definir o fluxo elétrico de forma análoga a vazão volumétrica
(substituir o ⃗v pelo ⃗
E ). Para o fluxo elétrico, usamos a letra Φ E .
Inicialmente, considere uma superfície plana A perpendicular a um campo elétrico uniforme ⃗ E.
Definimos o fluxo elétrico através dessa área como:
Φ E =EA (fluxo elétrico para um campo elétrico constante, plano perpendicular)
De modo aproximado, podemos descrever Φ E em termos das linhas de campo que passam
através da área A . Quando a área aumenta, um número maior de linhas ⃗ E passa através dela e
o fluxo aumenta. Campos elétricos mais fortes correspondem a linhas ⃗ E agrupadas mais
compactamente, logo mais linhas por unidade de área passa através da área, novamente o
fluxo é maior.
Quando a área é plana, mas não perpendicular ao campo ⃗ E , a área que conta para o fluxo
⃗
elétrico é o perfil de quando observamos na direção de E ( A⊥ −Acos (ϕ )) ver figura abaixo.
A
Logo o fluxo elétrico é dado por:
Φ E =EAcos(ϕ ) (fluxo elétrico para um campo elétrico constante, superfície plana)
0 R 0
de raio R, carga q)
O fluxo elétrico é independente do raio R da esfera. Ele depende apenas da
carga q existente no interior da esfera.
Podemos também interpretar esse resultado com base nas linhas de
campo. Vemos duas esferas concêntricas de raios R e 2R, cada linha de
campo elétrico que passa pela esfera menor também passa pela esfera
maior, de modo que o fluxo elétrico é o mesmo para as duas esferas,
independente do raio.
Carga puntiforme no interior de uma superfície não esférica – vamos
circundar a esfera de raio R com uma superfície de forma irregular. Considere um pequeno
elemento de área dA sobre a superfície irregular. Se a normal dA forma um ângulo ϕ com o raio
que parte da carga q , a projeção dessa área sobre uma superfície esférica que estivesse a
mesma distância da carga, mostra que dois lados se encurvam na medida de cos (ϕ).
O fluxo elétrico através do elemento da superfície esférica é igual a ao fluxo elétrico Ecos(ϕ) dA
através do elemento correspondente da superfície irregular. Seguindo essa lógica, podemos
dividir a superfície irregular inteira em elementos dA e calcular o fluxo elétrico Ecos(ϕ) dA para
cada elemento e somar os resultados.
Observemos que como cada um dos elementos de área se projeta sobre um elemento
correspondente da superfície esférica, o fluxo elétrico total através da superfície irregular deve
ser igual ao fluxo total através da superfície esférica. Portanto:
q
Φ E =∮ ⃗ E•d ⃗
A = (fluxo elétrico através de uma superfície fechada)
ϵ0
A equação vale para qualquer forma e tamanho da superfície, desde que esteja fechada e
contenha a carga no seu interior.
Devemos observar que quando a carga puntiforme for negativa, o campo elétrico está
orientado radialmente para dentro; o ângulo ϕ será então, maior que 90 ° e seu cosseno será
negativo e a integral também será negativa. Porém como a carga q também é negativa a
equação acima continua válida.
Se no interior de uma região não existe cargas, o fluxo através dessa região é zero.
Forma geral da lei de Gauss – suponha agora que no interior da superfície exista n cargas (
q 1 , q 2 , q 3 … ). O campo elétrico total em qualquer ponto da superfície é dado pela soma vetorial
dos campos elétricos das cargas individuais. Logo definindo a carga interna a esfera como a
soma de todas as caras existente, Q∫ ¿=q + q +q +…¿ podemos escrever a lei de Gauss de forma que:
1 2 3
Q∫ ¿
Φ E =∮ ⃗ E•d ⃗
A= ¿ (Lei de Gauss)
ϵ0
O fluxo elétrico total através de qualquer superfície fechada é igual à carga elétrica total
(líquida) existente no interior da superfície dividida por ϵ 0.
Podemos também escrever a lei de Gauss em todas as suas formas equivalentes, logo:
Q∫ ¿
Φ E =∮ Ecos ( ϕ ) dA=∮ E ⊥ dA=∮ ⃗ E•d ⃗A= ¿ (Lei de Gauss)
ϵ0
Todas as formas acima expressam a mesma coisa, o fluxo elétrico através de uma superfície
fechada. As vezes uma forma é mais conveniente que as outras.
Aplicações das leis de Gauss -
E
Cargas em condutores – Já vimos que no equilíbrio eletrostático (cargas em repouso), o campo
elétrico em qualquer ponto no interior de um condutor é igual a zero, e qualquer excesso de carga
de um condutor sólido deve ficar localizado inteiramente sobre sua superfície (ver fig. abaixo (a)).
O que ocorre, no entanto, quando existe uma cavidade
no interior do condutor (ver fig. abaixo (b))? Podemos
usar uma superfície gaussiana para mostrar que a carga
total sobre a superfície da cavidade (sem cargas internas)
deve ser igual a zero.
Suponha que um pequeno corpo com carga q seja
colocado no interior da cavidade (ver fig. abaixo (c)). O
condutor está descarregado e isolado da carga q .
Novamente, ⃗ E =0 sobre todos os pontos da superfície da
cavidade A . Logo de acordo com a lei de Gauss, a carga
total no interior da superfície deve ser igual a zero.
Concluímos então que deve existir uma carga −q
distribuída sobre a superfície da cavidade, atraída pela
carga q existente no interior dela.
A carga total do condutor deve continuar igual a zero, o que permite concluir que uma carga +q
deve aparecer na superfície externa do material.
Teste experimental da lei de Gauss – um recipiente inicialmente descarregado (balde), do qual
é introduzido uma esfera condutora carregada, depois fecha-se a tampa. Nas paredes do
recipiente surgem cargas induzidas (ver fig abaixo. b). Em seguida permite-se que a esfera tocar
a parede interna do recipiente, a superfície da esfera torna-se uma parte da cavidade. A lei de
Gauss exige que a carga total sobre a superfície da cavidade seja igual a zero. Portanto a esfera
perde toda sua carga.
E
Capítulo 23 - Potencial Elétrico
Este capítulo trata da energia associada às interações elétricas. Vamos combinar os conceitos
de trabalho e energia com tudo aquilo que você aprendeu sobre cargas elétricas, forças
elétricas e campos elétricos. Veremos que a aplicação das noções de energia facilita a solução
de uma série de problemas relativos à eletricidade.
Energia potencial elétrica – mostraremos que os conceitos de trabalho, energia potencial e
conservação da energia são conceitos igualmente úteis para entender e analisar interações
elétricas.
Vamos começar fazendo uma revisão de alguns pontos essenciais dos capítulos 6 e 7.
Inicialmente quando uma força ⃗ F atua sobre uma partícula que se move de um ponto a até um
ponto b, o trabalho W a→ b realizado pela força é dado pela integral de linha:
b b
W a→ b=∫ ⃗
F •d ⃗l=∫ Fcosϕdl (trabalho realizado por uma força)
a a
Sabemos que se ⃗ F for uma força conservativa, o trabalho realizado por ⃗F pode ser expresso
em função da energia potencial elétrica U . Quando a partícula se move de um ponto no qual a
energia potencial é U a até um ponto no qual a energia potencial é U b , a variação da energia
potencial é Δ U =U b −U a e
W a→ b=U a−U b =−( U b −U a ) =−Δ U (Trabalho realizado por uma força conservativa)
Quando W a→ b é positivo, U a é maior que U b ; logo, Δ U é negativa e a energia potencial
diminui.
O teorema trabalho-energia, afirma que a variação da energia cinética Δ K =K b−K a durante
qualquer deslocamento é igual ao trabalho total realizado sobre a partícula. Quando somente
forças conservativas realizam trabalho, então podemos escrever o trabalho total realizado
como K b −K a=−( U b−U a ), que geralmente escrevemos como:
K a +U a=K b +U b (energia mecânica total)
Energia potencial elétrica em um campo uniforme – vamos examinar um exemplo elétrico
desses conceitos básicos. A figura ao lado indica um par de placas paralelas metálicas
carregadas, produzindo um campo elétrico uniforme orientado de cima para baixo com módulo
E.
O campo elétrico exerce uma força elétrica constante de módulo F=q 0 E sobre uma carga de
teste positiva. Sendo assim o trabalho realizado pelo campo elétrico é dado por:
W a→ b=Fd=q 0 Ed
O componente y da força elétrica, F y =−q 0 E é constante e não existe nenhum componente x e
z. Por analogia, a força gravitacional sobre um corpo de massa m tem componente y dado por
F y =−mg , e os componentes x e z também são zero. Logo podemos intuir que a força exercida
sobre q 0 pelo campo elétrico uniforme também é conservativa, como no caso da força
gravitacional.
Isso significa que o trabalho W a→ b realizado pelo campo elétrico não depende da trajetória da
partícula para ir do ponto a ao b. Podemos também representar usando uma função energia
potencial U . Para o caso gravitacional a energia potencial U g=mgy , logo por analogia, a energia
potencial para a força elétrica F=−q 0 E é:
U e =q0 Ey (energia potencial elétrica)
Quando uma carga de teste se desloca de uma altura y a até uma altura y b , o trabalho realizado
pelo campo elétrico sobre a carga é dado por:
W a→ b=− ( U b−U a )=−(q 0 E y b −q 0 E y a )=q 0 E ( y a− y b)
Quando y a é maior que y b , a carga de teste positiva q 0 se move de cima para baixo (ver fig.
abaixo a), no mesmo sentido de ⃗ E ; o deslocamento possui a mesma direção e o mesmo sentido
da força ⃗F =q 0 ⃗
E , de modo o campo realiza trabalho positivo e U diminui.
Quando y a é menor que y b , a carga de teste positiva q 0 se desloca de baixo para cima (ver fig.
abaixo b), em sentido oposto ao de ⃗ E ; o deslocamento possui sentido o oposto ao da força, de
modo que o campo realiza trabalho negativo e U aumenta.
Para uma carga de teste q 0 negativa, a energia potencial aumenta quando ela se move no mesmo
sentido do campo e diminui quando ela se move no sentido oposto ao do campo.
Tanto para cargas positivas quanto negativas, as seguintes regras são válidas: U aumenta
quando a carga de teste q 0 se move oposto ao da força elétrica ⃗F =q 0 ⃗
E ; U diminui quando a
carga de teste q 0 se move no mesmo sentido ao da força elétrica ⃗
F =q 0 ⃗
E.
Energia potencial elétrica de duas cargas puntiformes – a ideia da energia potencial elétrica
não se restringe apenas ao caso especial do campo elétrico uniforme. Podemos aplicar esse
conceito a uma carga puntiforme situada em qualquer campo elétrico por uma distribuição
estática de cargas.
É útil calcular o trabalho realizado sobre uma carga de teste q 0 que se move no campo elétrico
produzido por outra carga puntiforme estática q .
A força sobre q 0 é dada por:
1 q q0
F r=
4 π ϵ 0 r2
Quando q e q 0 possuem o mesmo sinal, a força é repulsiva e F r é positiva;
quando as duas cargas possuem sinais opostos, a força é atrativa e F r é
negativa.
Abemos que a força não é constante durante o deslocamento, é preciso
então integrar o trabalho W a→ b realizado por essa força sobre q 0 quando
ela se desloca de a até b:
b b
( )
qq qq
W a→ b ∫ r
= F dr = ∫ 4 π1 ϵ r 20 dr= 4 π ϵ0 r1 − r1 (Trabalho
a a 0 0 a b
Porém, a figura ao lado mostra que cos ( ϕ ) dl=dr , ou seja, o trabalho realizado durante um
deslocamento infinitesimal d ⃗l depende somente da variação dr da distância r entre as duas
cargas, que fornece o componente radial do deslocamento, ou seja, a equação acima também é
válida para qualquer deslocamento.
Vemos que se a carga q 0 voltar ao seu ponto inicial, o trabalho realizado nessa trajetória
( )
q q0 1
Definimos então a grandeza como a energia potencial U a quando a carga q 0 está no
4 π ϵ0 ra
( )
q q0 1
ponto a distante r a da carga q , e U b = quando a carga q 0 está no ponto b, logo:
4 π ϵ 0 rb
1 q q0
U= (Energia potencial elétrica entre duas cargas puntiformes).
4 π ϵ0 r
A equação acima vale para qualquer combinação de sinais. A energia potencial é positiva
quando as cargas têm mesmos sinais e negativa quando as cargas possuem sinais opostos.
A energia potencial é sempre definida em relação a algum ponto no qual U =0. No nosso caso,
U só é zero quando a distância entre as cargas é muito grande (r =∞).
Quando q e q 0 possuem o mesmo sinal, a interação é repulsiva e o trabalho é positivo, de modo
que U também será positiva para qualquer distância. Quando as cargas possuem sinais opostos,
a interação é atrativa e o trabalho é negativo, de modo que U é negativa (Fig. abaixo).
Energia potencial elétrica com diversas cargas puntiformes – suponha que o campo elétrico ⃗ E,
q
no qual uma carga 0 se move, seja produzido por um conjunto de cargas puntiformes
q 1 , q 2 , q 3 … separadas de q 0 pelas distâncias r 1 , r 2 , r 3 … (fig. ao lado). Como o campo elétrico
total é a soma vetorial dos campos elétricos individuais e o trabalho total realizado sobre q 0 em
qualquer deslocamento é a soma das contribuições das cargas individuais, concluímos então
que a energia potencial associada à carga q 0 no ponto a, será a soma algébrica (não vetorial) das
energias potenciais dada por:
U= (q 0 q 1 q2 q3
+ + +… =
4 π ϵ 0 r1 r2 r3 ) q0
∑
qi
4 π ϵ 0 i ri
(energia potencial elétrica de um conjunto de
cargas)
Quando a carga q 0 está em outro ponto b, a energia potencial é dada pela mesma expressão,
porém r 1 , r 2 , r 3 , … são as distâncias das cargas q 1 , q 2 , … e o novo ponto b. Sendo assim o
trabalho realizado sobre q 0 quando ela se move de a até b, não importando a trajetória, é a
diferença U a −U b de energia potencial.
Podemos representar qualquer distribuição de cargas como um conjunto de cargas
puntiformes. A equação acima nos mostra que sempre podemos encontrar uma função
energia potencial para qualquer campo elétrico estático. Podemos concluir então que
qualquer campo elétrico produzido por uma distribuição de cargas estáticas dá origem a uma
força conservativa.
Obs TiaghoC – e quando o campo elétrico não é estático? Podemos representar a variação do
campo elétrico usando a função energia potencial de cargas estáticas só mudando as distâncias
r , logo mudando o valor do campo?
Para as equações acima, U =0 quando todas as distâncias r 1 , r 2 , … são infinitas, quando a carga
de teste q 0 está muito afastada de todas a cargas.
Existe também uma energia potencial ao conjunto dessas cargas entre si. Se inicialmente as
cargas q 1 , q 2 , q 3 , … estão separadas por distâncias infinitas, e a seguir, aproximamos duas
cargas q i e q j, de modo que a distância entre elas sejam r ij , a energia potencial total U é a soma
das energias oriundas das interações de cada par de cargas, logo:
1 qi q j
U= ∑
4 π ϵ 0 i< j r ij
(Energia potencial entre quaisquer pares de cargas)
W a→b − Δ U
q0
=
q0 (
=−
U b Ua
−
q0 q0 )=−( V b −V a ) =V a−V b
Quando q é positiva, o potencial produzido por ela é positivo; quando q é negativa, o potencial
produzido por ela é negativo. Em ambos os casos, V é igual a zero para r =∞, quando a
distância entra a carga e o ponto é infinita.
Analogamente, dividindo-se a equação para energia potencial entre quaisquer pares de cargas
por q 0, encontramos o potencial produzido por um conjunto de cargas:
1 qi
V= ∑
4 π ϵ0 i r i
(Potencial Elétrico de um conjunto de cargas puntiformes)
Assim como o campo elétrico total de um conjunto de cargas é dado pela soma vetorial de
todos os campos elétricos produzidos, o potencial elétrico produzido por um conjunto de cargas
puntiformes é dado pela soma escalar dos potenciais produzidos pelas cargas individuais. No
caso de uma distribuição contínua de cargas, dividimos as cargas em elementos dq , logo a soma
indicada na equação acima se torna uma integral:
1 dq
V = 4 π ϵ ∫ r (potencial elétrico de uma distribuição contínua de cargas)
0
W a→ b=∫ ⃗
F •d ⃗l=∫ q 0 ⃗
E • d l⃗
a a
Dividindo essa relação por q 0 e comparando com a equação para o potencial encontramos:
b b
trajetória que liga a até b. Quando a integral de linha ∫ ⃗E • d l⃗ é positiva, a força elétrica realiza
a
um trabalho positivo sobre a carga de teste que se desloca de a até b. Nesse caso a energia
potencial elétrica diminui à medida que a carga se desloca, portanto o potencial elétrico
também diminui e V b é menor que V a e V a −V b é positiva.
Para uma carga elétrica positiva, o campo elétrico aponta para fora da carga, e V =q/ 4 π ϵ 0 r é
positivo para qualquer distância finita. Ao se afastar da carga (mesmo sentido de ⃗E ), você se
desloca para valores menores de V .
Para uma carga negativa, o campo elétrico aponta para dentro da carga, e V =q/ 4 π ϵ 0 r é
negativo para qualquer distância finita. Nesse caso, ao se aproximar da carga (mesmo sentido
de ⃗
E ) você se desloca para valores decrescentes (mais negativos) de V .
A regra é válida para qualquer campo elétrico: ao se mover no mesmo sentido de ⃗ E , você se
desloca para valores decrescentes de V e, movendo-se em sentido oposto ao de ⃗ E , você se
desloca para valores crescentes de V .
Para uma carga de teste positiva q 0 sofre a ação da força elétrica no sentido de ⃗
E , para valores
decrescentes de V ; já uma carga de teste negativa sofre a ação de uma força elétrica no
sentindo oposto ao de ⃗E , para valores crescentes de V .
Cargas positivas tente a “cair” de uma região de potencial mais elevado para uma de potencial
mais baixo. Para a carga negativa, ocorre o contrário.
a
curva.
Na figura acima as linhas de campo elétrico estão situadas no plano das cargas; essas linhas
cortam as obtidas pela interseção das superfícies equipotenciais com o plano da página. Em
cada ponto de interseção entre uma linha de campo elétrico e uma superfície equipotencial, as
duas curvas são perpendiculares.
Em regiões nas quais o módulo de ⃗ E é grande, as superfícies equipotenciais ficam agrupadas
mais compactamente, porque o campo realiza um trabalho relativamente grande sobre um
deslocamento relativamente pequeno para uma carga de teste.
Na figura acima (c) pode parecer que duas superfícies equipotenciais se cruzam no centro da
figura, mas na realidade, trata-se de uma única superfície equipotencial em forma de algarismo
8, desenhado horizontalmente.
O módulo de ⃗ E , E , não precisa ser constante sobre uma superfície equipotencial.
Condutores e equipotenciais – vejamos um fato importante sobre superfícies equipotenciais:
quando todas as cargas estão em repouso, a superfície de um condutor é sempre uma
superfície equipotencial.
Para provar a afirmação acima bastamos provar que quando todas as cargas estão em repouso,
o campo elétrico nos pontos próximos da superfície externa de um condutor deve ser sempre
perpendicular em todos os pontos da superfície.
Sabemos que ⃗ E =⃗0 em todos os pontos no interior do condutor. Em particular, em qualquer
ponto interno muito próximo da superfície, o componente de ⃗ E tangente a ela é igual a zero.
Portanto, o componente de ⃗ E tangente a superfície pelo lado externo também é zero. Logo, ⃗ Eé
perpendicular à superfície em todos os seus pontos.
também é fato que, quando todas as cargas estão em repouso, todo o volume do condutor
b
sólido possui o mesmo potencial. A prova é bem simples, como sabemos que V a −V b=∫ ⃗
E • d l⃗ ,
a
logo para dois pontos a e b no interior do condutor, como ⃗ E =⃗0 em todos os pontos do
condutor, a integral acima é certamente nula e ficamos com V a =V b.
Agora podemos demostrar um teorema que citamos anteriormente sem prova. O teorema diz:
em equilíbrio eletrostático, se um condutor possui uma cavidade, e se não existe nenhuma
carga em seu interior, então não pode existir carga sobre qualquer ponto da superfície da
cavidade.
Para demostrar esse teorema vamos inicialmente provar que todos os pontos no interior de
uma cavidade possuem o mesmo potencial. Na figura abaixo vemos uma cavidade com uma
superfície condutora A sendo uma superfície equipotencial, como já demonstrado. Suponha
que o ponto P da cavidade possua um potencial diferente, fazemos então uma superfície
equipotencial B passando pelo ponto P.
Suponha agora uma superfície gaussiana, entre as duas superfícies equipotenciais A e B.
concluímos então que o campo elétrico deve apontar de A para B ou de B para A, dependendo
de qual superfície equipotencial possua um maior valor.
Em qualquer um desses casos mencionados acima, o fluxo através da superfície gaussiana
certamente não é igual a zero. Então concluímos pela lei de Gauss que a carga no interior da
superfície gaussiana não seria zero. Isso contradiz a hipótese inicial que não existe nenhuma
carga no interior da cavidade. Portanto o potencial no ponto P não pode ser diferente do
potencial na parede da cavidade.
Todos os pontos da região ocupada pela cavidade devem, portanto, possuir o mesmo potencial.
Porém para que isso seja verdade, o campo elétrico deve ser igual a zero em todos os pontos
no interior da cavidade.
Gradiente de potencial – o campo elétrico e o potencial são intimamente relacionados, a equação
abaixo mostra explicitamente essa relação:
b
V a −V b=∫ ⃗
E • d l⃗
a
Quando conhecemos ⃗ E em diversos pontos, podemos usar essa equação para calcular uma
diferença de potencial. Mostraremos como inverter essa operação, de forma que quando se
conhecer a diferença de potencial em diversos pontos, é possível aplicar a equação acima para
calcular ⃗E.
Considerando o potencial V uma função das coordenadas (x, y, z) de um ponto no espaço,
mostraremos que ⃗ E está relacionado diretamente com as derivadas parciais de V em relação
a x, y e z.
Na equação acima V a −V b é o potencial de a em relação ao ponto b , ou seja, a variação de
potencial quando um ponto se desloca de b até a . Assim podemos escrever:
a b
V a −V b=∫ dV =−∫ dV
b a
−∫ dV =∫ ⃗
E •d ⃗l
a a
Logo para quaisquer pontos a e b essas duas integrais devem possuir o mesmo valor, e isso só é
possível se os integrandos forem iguais, logo:
−dV =⃗ E •d l⃗
Para interpretar essa expressão, escrevemos ⃗ E e d l⃗ em função de seus respectivos componente:
⃗ ^ E ^j+ E k^ e d ⃗l=dx i+
E =E x i+ ^ dy ^j+dz k^ , obtemos então do produto escalar:
y z
−dV =E x dx + E y dy + E z dz
Suponha que o deslocamento seja paralelo ao eixo x , logo dy =dz=0 . Então, −dV =E x dx ou
E x =−( dV /dx )x , y constantes . Logo vemos que a equação escrita anteriormente é a definição de
derivadas parciais ∂ V /∂ x . Portanto temos que para as outras dimensões:
−∂ V −∂ V −∂V
E x= ; Ey = ; Ez= (Componentes do campo elétrico em função do
∂x ∂y ∂z
potencial)
Essas equações são consistentes com as unidades de V /m do campo elétrico. Podemos então
escrever ⃗E em termos dos vetores unitários do seguinte modo:
⃗E =− (
∂V ^ ∂V ^ ∂V ^
∂x ∂ y
i+ j+ )
∂z
k (Vetor campo elétrico em função do potencial)
⃗∇f= (∂ ^ ∂ ^ ∂ ^
i+
∂x ∂ y ∂z )
j+ k f
Já determinamos o módulo E do campo elétrico desse arranjo no exemplo 21.12 usando o principio
da superposição dos campos elétricos, e no exemplo 22.8 usando a lei de Gauss. Verificamos
σ
que E= , em que σ é o módulo da densidade de carga superficial sobre cada placa.
ϵ0
A densidade é igual ao módulo da carga Q dividido pela área da placa, ou σ =Q/ A . Logo o
módulo E do campo elétrico pode ser escrito como:
σ Q
E= ϵ = ϵ A
0 0
V 1 1
Q =C + C
1 2
( )
2
Q
Já com relação ao trabalho total W , W = , quando o objetivo é transferir uma quantidade
2C
de carga Q de um condutor a outro, a equação acima mostra que o trabalho necessário é
inversamente proporcional a C , ou seja, quanto maior for a capacitância, mais fácil será
fornecer ao capacitor uma quantidade fixa de carga.
Aplicações de capacitores: armazenamento de energia –
Energia do campo elétrico – podemos carregar um capacitor transferindo elétrons diretamente
de uma placa para outra. Para isso, é necessário realizar um trabalho contra o campo elétrico
entre as placas. Portanto, podemos imaginar que a energia esteja armazenada no campo na
região entre as placas.
Para desenvolvermos essa relação, vamos calcular a energia por unidade de volume no espaço
existente entre as placas de um capacitor de placas paralelas de área A e separadas por uma
distância d . Essa grandeza denomina-se densidade de energia, designada pela letra u.
1 2
A energia potencial total armazenada é igual a C V e o volume entre as placas é Ad , portanto
2
a densidade de energia é:
1 2
CV
2 (Densidade de Energia)
u=
Ad
A
Sabemos que a capacitância C de um capacitor de placas paralelas é dada por C=ϵ 0 , e a
d
diferença de potencial V é relacionada ao módulo do campo elétrico E por V =Ed , sendo
assim, substituindo essas duas equações na densidade de energia ficamos com:
1 2
u= ϵ 0 E (Densidade de energia elétrica no vácuo)
2
Embora essa relação tenha sido deduzida somente para um capacitor com placas paralelas,
verifica-se que ela é válida para qualquer capacitor no vácuo e, na verdade, para qualquer
configuração do campo elétrico no vácuo.
Dielétricos – Quase todos os capacitores possuem entre suas placas condutores um material
isolante, ou dielétrico. Colocar um dielétrico sólido entre as placas de um capacitor possui três
objetivos. Em primeiro, resolve o problema mecânico de manter duas placas metálicas separadas
por uma distância muito pequena sem contato entre elas.
Em segundo lugar, torna-se possível aumentar a diferença de potencial máxima entre as placas
do capacitor, pois muitos materiais dielétricos conseguem suportar campos elétricos mais
elevados que o ar sem que ocorra uma ruptura dielétrica (ionização parcial que permite a
condução).
Em terceiro lugar, a capacitância de um capacitor com dimensões fixas, quando existe um
dielétrico entre as placas, é maior que a capacitância do mesmo capacitor quando há vácuo
entre as placas.
A figura mostra um eletrômetro conectado às placas de um capacitor carregado, sendo Q o
módulo da carga em cada placa e V 0 a diferença de potencial. Quando inserimos entre as placas
um dielétrico descarregado, o experimento mostra que a diferença de potencial diminui para
um valor menor V . Quando retiramos o dielétrico, a diferença de potencial de potencial retorna
o seu valor original V 0 , o que mostra que as cargas originais do capacitor não se alteram.
(
σ i=σ 1−
K
1
) (Densidade superficial de carga induzida)
Essa equação mostra que, quando K é muito grande, σ i é aproximadamente igual a σ . Nesse
caso, σ i praticamente cancela σ , e o campo e a diferença de potencial são muito menores que
seus respectivos valores no vácuo.
O produto K ϵ 0 denomina-se permissividade do dielétrico, designado por ϵ :
ϵ=K ϵ 0 (definição de permissividade)
Em função de ϵ , podemos expressar o campo elétrico dentro do dielétrico por meio da relação:
σ
E= (campo elétrico dentro do dielétrico)
ϵ
Logo:
A A
C=K C0 =K ϵ 0 =ϵ (Capacitância de um capacitor de placas paralelas, dielétrico
d d
entre as placas)
Podemos repetir a dedução da equação sobre a densidade de energia u em um campo elétrico
para o caso no qual exista um dielétrico entre as placas. O resultado é:
1 2 1 2
u= K ϵ 0 E = ϵ E (Densidade de energia elétrica em um dielétrico)
2 2
No espaço vazio, temos K=1 , ϵ=ϵ 0, e as equações acima se reduzem as equações para um
capacitor de placas paralelas no vácuo. Por essa razão ϵ 0 algumas vezes é chamado de
“permissividade do vácuo”.
Ruptura Dielétrica – Afirmamos anteriormente que, quando um dielétrico é submetido a um
campo elétrico suficientemente forte, ocorre uma ruptura dielétrica e o dielétrico se
transforma em um condutor. Isso acontece quando o campo elétrico é tão forte que desloca
elétrons fracamente ligados as moléculas. Em virtude da ruptura dielétrica, os capacitores
sempre possuem um valor de voltagem máxima impresso sobre o capacitor.
O módulo do campo elétrico máximo que um material pode suportar sem que ocorra ruptura
dielétrica denomina-se rigidez dielétrica.
Modelo Molecular da Carga Induzida – Na seção anterior discutimos as cargas superficiais
induzidas em um dielétrico no interior de um campo elétrico. Vamos agora examinar como surgem
essas cargas superficiais. Em um dielétrico, diferentemente de um material condutor, não existe
nenhuma carga livre capaz de se mover, então como surge uma carga distribuída na superfície?
Para entendermos isso, devemos estudar novamente a redistribuição das cargas em nível
molecular. Conhecemos o arranjo de cargas em uma molécula da qual chamamos de dipolo
elétrico, e a molécula ao qual tem esse arranjo chama-se molécula polar. Quando não existe
um campo elétrico em um líquido ou gás com moléculas polares, as moléculas são orientadas
ao acaso (ver fig. abaixo (a)).
Contudo, quando colocadas em um campo elétrico, elas tendem a se orientar no sentido do
campo elétrico (ver fig. abaixo. Alinhamento não perfeito por causa da agitação térmica).
Mesmo quando uma molécula não é polar, ela pode se tornar um dipolo quando submetida a um
campo elétrico, pois o campo atrai as cargas positivas no sentido do campo e empurra as cargas
negativas no sentido oposto. Esses dipolos denominam-se dipolos induzidos.
Para os ambos tipos de moléculas, a redistribuição de cargas produzidas pelo campo dá origem
a uma camada de cargas (σ i) sobre a superfície de cada lado do material dielétrico. Essas cargas
não se movem livremente, porque cada carga está ligada a uma molécula (cargas ligadas).
Conforme vimos, essa redistribuição de cargas denomina-se polarização e dizemos que o
material ficou polarizado.
Na figura ao lado vemos as 4 etapas do
comportamento de um dielétrico quando inserido em
um campo existente entre as placas de um capacitor
com cargas opostas. Na parta (a) vemos o campo
original. A (b) indica o momento em que o dielétrico é
inserido, antes do reagrupamento das cargas. Na parte
(c) vemos o campo adicional criado no dielétrico por
suas cargas superficiais induzidas (campo oposto ao
original). E por fim, na parta (d) o campo elétrico
resultante no dielétrico devido a inserção do
dielétrico, campo este com módulo menor do que o campo original (a).
Lei de Gauss em dielétricos – Iremos reformular a lei de Gauss, de modo que ela seja
particularmente útil para dielétricos. Na figura ao lado vemos uma ampliação da placa esquerda do
capacitor e da superfície esquerda do dielétrico. Vamos aplicar a lei de Gauss usando a caixa
retangular indicada na seção reta pela linha roxa. A indica a área da superfície direita e esquerda
da caixa.
O lado esquerdo está imerso na placa esquerda do capacitor e, portanto, o campo elétrico em
todas as partes dessa superfície é igual a zero. O lado direito está imerso no dielétrico no qual o
campo possui módulo E , e notamos que E⊥ =0 em todas as outras faces restantes da caixa.
A carga total no interior da caixa, incluindo as cargas da placa e as cargas induzidas sobre a
superfície do dielétrico é dada por Q∫ ¿=(σ −σ )A ¿, de modo que a lei de Gauss nos fornece:
i
( σ−σ i ) A
EA=
ϵ0
Agora podemos usar uma equação desenvolvida anteriormente para melhor esclarecer a
equação escrita acima, sendo assim usaremos a equação abaixo:
σ i=σ 1−( 1
K)ou σ −σ i=
σ
K
Que combinando com a equação anterior obtemos:
σA σA
EA= K ϵ ou KEA= ϵ
0 0
A equação acima mostra que o fluxo de K ⃗ E (não de ⃗E ) através da superfície gaussiana é igual a
carga livre σ no interior da superfície A dividida por ϵ 0 . Verifica-se que, para qualquer
superfície gaussiana, desde que a carga induzida seja proporcional ao campo elétrico no
material, é possível reescrever a lei de Gauss na forma:
Q∫−livre
∮K⃗ E∙d ⃗ A= (Lei de Gauss em um dielétrico)
ϵ0
Em que Q∫ −livre é a carga livre (ou seja, a carga não ligada) existente no interior da superfície
gaussiana.
Capítulo 25 – Corrente, Resistência e Força Eletromotriz
Nos capítulos anteriores, estudamos as interações de cargas elétricas em repouso, agora
estamos preparados para estudar as cargas em movimento. Uma corrente elétrica é o
movimento de cargas de uma região para outra. Um circuito elétrico fornece um caminho para
transferir energia de um local para outro. Veremos como analisar os circuitos elétricos e
examinaremos algumas aplicações práticas dos circuitos.
Corrente – Uma corrente é qualquer movimento de cargas de uma região para outra. Em
situações no qual ocorre o equilíbrio eletrostático, o campo elétrico é igual a zero em todos os
pontos no interior de um condutor, portanto não existe corrente. Não significa que todas as
cargas no interior do condutor estejam em repouso. Há um movimento caótico de elétrons,
mas não existe fluxo efetivo de cargas em nenhuma direção.
Considere agora o que ocorre quando um campo elétrico ⃗ E , estacionário e
constante, é estabelecido no interior de um condutor. Uma partícula
carregada no interior do condutor é submetida a uma força estacionária
⃗
F =q ⃗E . Assim, quando as partículas carregas se movimentam na mesma
direção da força ⃗ F , mas colidem com os íons grandes do material que
permanecem praticamente estáticos (movimento bem diferente de partículas
no vácuo).
O efeito resultante da aplicação do campo elétrico é tal que, além do
movimento caótico das partículas carregadas, passa a existir um movimento
muito lento (movimento de arraste) de um grupo de partículas carregas na
direção da força elétrica.
Esse movimento é descrito pela velocidade de arraste ⃗v a das partículas, e como resultado,
existe uma corrente resultante no condutor.
O movimento caótico dos elétrons tem uma velocidade média muito elevada ( 106 m/s ), por
outro lado, a velocidade de arraste, é muito lenta, da ordem de 10−4 m/s.
A direção e o sentido do fluxo da corrente – O arraste das cargas que se movem através de um
condutor pode ser interpretado com base no trabalho e na energia. O campo elétrico realiza um
trabalho nas cargas que se deslocam. A energia cinética resultante é transferida para o material
do condutor por meio das colisões com os íons (faz a temperatura do condutor aumentar –
efeito Joule). Logo grande parte do trabalho realizado pelo campo elétrico é usada para aquecer
o condutor, não acelerar os elétrons.
Em diferentes materiais que conduzem correntes, as cargas podem ser positivas ou negativas
(metais são elétrons; gás são íons positivos ou negativos; semicondutores são vacâncias).
Na figura abaixo indicamos segmentos de dois materiais que transportam correntes. Na parte
(a) as cargas que se deslocam são positivas, a força elétrica possui o mesmo sentido do campo
elétrico e a velocidade de arraste ⃗v a apresenta sentido da esquerda para a direita. Já na parte
(b), as cargas são negativas, a força elétrica tem sentido oposto ao do campo elétrico e a
velocidade de arraste ⃗v a possui sentido da direita para a esquerda.
do condutor vibram com uma amplitude mais elevada, aumentando a probabilidade de colisões
dos elétrons com os íons, dificultando o arraste dos elétrons e, portanto, faz a diminuir a
corrente.
Para um intervalo de temperatura pequeno (cerca de 100 °C), a resistividade de um metal pode
ser aproximadamente representada pela equação:
ρ ( T )=ρ0 [1+α (T −T 0)] (Resistividade em função da temperatura)
A temperatura de referência T 0 geralmente é considerada igual a 0 ° C ou 20 ° C ; A temperatura
T pode ser maior ou menor que T 0. O fator α denomina-se coeficiente de temperatura da
resistividade.
Alguns materiais, incluindo metais, ligas metálicas e óxidos, apresentam um fenômeno
chamado de supercondutividade. À medida que a temperatura diminui, a resistividade cai
lentamente. Porém para uma certa temperatura crítica T c, ocorre uma transição de fase e a
resistividade cai bruscamente (ver fig. acima (c)).
Resistência – Para um condutor com resistividade ρ , densidade de corrente ⃗J em um ponto que
possui um campo elétrico ⃗ E , a equação para resistividade pode ser reescrita como:
⃗
E =ρ J ⃗
Quando a lei de Ohm é válida, ρ permanece constante e não depende do
campo elétrico; logo ⃗ E é diretamente proporcional a ⃗J . Podemos relacionar
o valor da corrente I à diferença de potencial nas extremidades de um
condutor. Supondo os módulos da densidade de corrente ⃗J e do campo
elétrico ⃗E uniformes através do condutor, a corrente total I é dada por
I =JA , e a diferença de potencial V é dada por V =EL . Solucionando as
equações para ⃗ E temos:
V ρI ρL
E= = ou V = I
L A A
O resultando mostra que quando ρ é constante, a corrente I é proporcional a diferença de
potencial V . A razão entre V e I para um dado condutor denomina-se Resistência R :
V
R=
I
E comparando a definição de R com a equação anterior para o campo elétrico, vemos que:
ρL
R=
A
E quando ρ é constante, como no caso dos materiais ôhmicos, então R também pode ser dado
por (Lei de Ohm):
V =RI (Lei de Ohm)
Entretanto é importante entender que o verdadeiro significado a lei de Ohm consiste na
proporcionalidade direta (para alguns materiais) de V com I ou de J com E . No SI a unidade de
resistência é o ohm, que é igual ao volt por ampère (Ω=V / A ).
Como a resistividade de um material varia com a temperatura, a resistência de um condutor
específico também varia dessa forma:
R ( T )=R0 [1+α (T −T 0)] (Resistência elétrica em função da temperatura)
R ( T ) é a resistência a uma dada temperatura T , e R0 é a resistência a uma temperatura T 0,
geralmente entre 0 ° C ou 20 ° C . O coeficiente de temperatura α é constante.
Para um resistor que obedece a lei de Ohm, o
gráfico da corrente em função da diferença de
potencial é uma linha reta. A inclinação da reta
é igual a 1/ R .
Força Eletromotriz e Circuitos -