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Transformador isolador
APUCARANA, 2023
SUMÁRIO
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
MATERIAL E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Transformadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Ensaio a vazio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Ensaio curto-circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Rendimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Regulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
ENSAIOS E RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Ensaio a vazio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Ensaio curto-circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Transformadores. De acordo com “IEEE Standard Terminology for Power and Dis-
tribution Transformers” [1] um transformador pode ser definido como um dispositivo
elétrico estático composto por dois ou mais enrolamentos acoplados, podendo ou não
ter um núcleo magnético. Sua função é estabelecer o acoplamento mútuo entre circuitos
elétricos. São amplamente utilizados em sistemas de energia elétrica para transferir
energia por indução eletromagnética entre circuitos na mesma frequência, geralmente
com valores alterados de voltagem e corrente.
Na Figura 1 temos um transformador teórico composto pelos circuitos 1 e 2 que
estão acoplados por indução magnética por meio de um núcleo de ar, ou seja, não
há conexão condutiva física entre eles. O circuito 1, conectado a fonte alternada 𝑉1 é
chamado de primário e o circuito 2 conectado a carga de secundário. A convenção de
pontos foi utilizada na Figura 1 para representar a polaridade instantânea positiva da
tensão alternada induzida em ambas bobinas, de acordo com a lei de Lenz que segundo
Chapman [5] essa lei diz que conforme a intensidade do fluxo estiver aumentando, a
tensão que está sendo induzida na bobina tenderá a produzir um fluxo mútuo 𝜙𝑚 que se
opõe a esse incremento. Então, quando 𝑉1 é instantaneamente positivo, uma corrente
𝐼1 circula pelo enrolamento primário induzindo uma tensão 𝐸 1 , de uma polaridade tal
que se opõe a 𝑉1 .
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2′
𝜒𝑒𝑞 = 𝜒1 + 𝜒2′
(6)
𝑅𝑒𝑞 = (𝐼 𝑃𝑐𝑜𝑏𝑟 𝑒 ) 2
𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑍 𝑒𝑞 = 𝑍1 + 𝑍2′ = 𝑉𝐼𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜
𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜
√︃
2 − 𝑅2
𝑋𝑒𝑞 = 𝑍 𝑒𝑞
𝑒𝑞
Rendimento. Os transformadores são projetados para obter o maior rendimento pos-
sível, O rendimento 𝜂 de um transformador pode ser calculado por meio da seguinte
equação,
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎
𝜂= = (7)
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 + 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
11
Potência VA 𝐽 em 𝐴/𝑚𝑚 2
500 3
500 até 1000 2,5
1000 até 3000 2
Segundo Marsland [9, p. 81] para lâminas padronizadas como no caso da Figura 9,
a área de seção magnética necessária para determinada potência é dada pela seguinte
equação,
√︄
𝑊𝑠
𝑆 𝑚 = 7,5 , onde 𝑓 é a frequência da rede (13)
𝑓
14
Com a seção magnética calcula-se a seção geométrica pela Eq. 12, é vantajoso
que a forma do núcleo seja próxima de um quadrado para praticidade de cálculos. Com
a espessura de cada chapa fornecida pelo fabricante, para saber quantas chapas serão
necessárias para compor o núcleo basta calcular por,
𝑆 𝑚 × 1,1
Número de chapas = (14)
Espessura de cada chapa
Como as chapas são composta por chapas do tipo E e I, é necessário acrescentar
duas chapas do tipo E para as bordas externas do núcleo. Nestas não irá haver fluxo
magnético, pois serão somente apoio para fixação das chapas restantes por meio de
parafusos. Ou seja, teremos duas chapas do tipo E a mais do que as do tipo I.
Cálculo do número de espiras. De acordo com Umans [4, p 23] o valor eficaz da
tensão induzida em uma bobina é,
√
𝑉𝑒 𝑓 = 2𝜋 𝑓 𝑁 𝑆 𝑚 𝐵𝑚𝑎𝑥 (15)
𝑊𝐹𝑒 = 𝑊ℎ + 𝑊 𝑝 (19)
Agora para perdas nas bobinas de cobre 𝑊𝑐𝑢 . Assim como nas perdas do núcleo
temos duas opções onde a primeira é terminar o de enrolar o primário e em seguida
ligar um ohmímetro entre seus terminais e ver o resultado em ohms da resistência
total. A partir desse valor basta multiplicar pelo quadrado da corrente nominal de 𝐼 𝑝 e
teremos o valor estimado. Porém devido a bobina do secundário ter um diâmetro de
enrolamento um pouco maior, sua resistência será ligeiramente superior ao do primário
então podemos acrescentar 10% na resistência da bobina secundária.
Uma maneira mais precisa de calcular as perdas pelo cobre é pela Eq 20:
Onde 𝛿𝑐𝑢 é perda específica no cobre e 𝑃𝑐𝑢 o peso total do cobre. O cálculo do
peso total conforme apresentado por Martignoni [3, p 84] é dado por,
(21)
𝑃𝑐𝑢 = 𝑆 𝑐𝑢( 𝑝) .𝑁 𝑝 + 𝑆 𝑐𝑢(𝑠) .𝑁 𝑠 . 𝐿 𝑚(𝑐𝑢) .𝛾𝑐𝑢 [𝑔]
𝐴/𝑚𝑚 2
𝐽 = 𝐼/𝑆 𝑐𝑢 𝐽𝑚𝑒𝑑 = 𝐽 𝑝 + 𝐽𝑠 /2
Com essas medidas, foi calculado a área de seção geométrica do fluxo 𝑆 𝑔 ,área
de seção magnética 𝑆 𝑚 conforme apresentado na Eq.12:
• 𝑆 𝑔 =31,7 × 0,5 × 61 = 967 𝑚𝑚 2
• 𝑆 𝑚 =𝑆 𝑔 × 0,9 = 870,165 𝑚𝑚 2
Em seguida foi calculado o número de espiras necessárias para uma tensão
nominal de 220 𝑉, nesse cálculo foi utilizado um valor de densidade máxima de fluxo
médio para lâminas de aço-silício, ou seja, 𝐵𝑚𝑎𝑥 no valor de um 1 Tesla.
𝑉𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 × 104 220𝑉 × 104
𝑁= √ =√ = 948 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠
2𝜋 𝑓 𝑆 𝑚 𝐵𝑚𝑎𝑥 2𝜋60𝐻𝑧 × 8,70165𝑐𝑚 2 × 1𝑇
Também foi estimado a potência máxima dissipada pelo transformador pela Eq.13,
2 2
𝑆𝑚 8,70165
𝑊= 𝑓 = 60 ≃ 80 𝑊 𝑎𝑡𝑡𝑠
7,5 7,5
Com esse resultado podemos estimar em quanto será aproximadamente a máxima
corrente fornecida pela saída do secundário,
ser próxima da corrente 𝐼 𝑠 (𝑚𝑎𝑥) calculada anteriormente. Para verificação se esse fio
poderia ser realmente utilizado para enrolar as bobinas, foi preciso responder algumas
questões:
1. O diâmetro externo do fio AWG 26 é compatível com o espaço disponível para
o enrolamento todas espiras?
2. O limite de densidade de corrente 𝐽 está coerente com a Tabela 2?
Para verificar o item 1 foi utilizado um paquímetro para medir o espaço disponível
para o enrolamento no núcleo conforme ilustra a Figura 14. As medidas aferidas foram
42 𝑚𝑚 × 11,25 𝑚𝑚 , e seção do condutor 0,046𝑚𝑚. Devido a bobinagem ser realizada de
forma manual foi deixada uma margem de 5% para erro de alinhamento dos fios, do qual
faz com que o espaço total disponível para os fios não sejam totalmente preenchidos.
Enfim o cálculo total do número de espiras totais 𝑁𝑡 foi dado por,
11,25 42
𝑁𝑡 = 𝑁 𝑝 + 𝑁 𝑠 = × 0,95 = 2073 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠
0,46 0,46
Como o total de espiras máximas foi ligeiramente superior as espiras mínimas
calculadas anteriormente 𝑁𝑡 = 2 × 948 = 1896, o item 1 foi verificado. Esse espaço extra
é necessário pois além das 948 espiras do secundário serão necessárias algumas a
mais para compensar as perdas do núcleo e do cobre. Como também o espaço para
isolação entre o primário e secundário por algum papel isolante.
A seção do condutor fornecida pelo fabricante foi de 0,13𝑚𝑚 2 . Com esse valor e o
da corrente máxima do condutor foi verificado o item 2 por,
0,37
𝐽= = 2,8461𝐴/𝑚𝑚 2
0,13
Como 2,8461 𝐴/𝑚𝑚 2 está dentro das exigências da Tabela 2 o item 2 também está
dentro das normas.
21
Enrolamento das bobinas. As bobinas foram enroladas de forma manual com o auxilio
de uma carretilha com contador, optou-se por não isolar todas camadas com papel kraft
devido ao fato deste ter uma espessura de aproximadamente 0,5𝑚𝑚. Porém entre cada
camada foi colocado fita crepe nas quinas das camadas para evitar a sobreposição de
fios entre uma camada e outra, conforme ilustra a Figura 15
ENSAIOS E RESULTADOS
Após o enrolamentos das bobinas, foi reaproveitado alguns jumpers com pontas
danificadas para soldar nos terminais dos transformador, melhorando a proteção contra
rompimento dos terminais. Também colocou-se parafusos com arruelas no espaço
destinado a eles no núcleo para apertar as lâminas e minimizar as frestas entre elas. O
resultado final é ilustrado nas Figuras 17 e 18.
Figura 17. Vista do lado primário Figura 18. Vista do lado secundário
Ensaio a vazio. O ensaio a vazio foi feito utilizando apenas multímetros e um variac
disponibilizados pelo laboratório. Para melhor precisão de previsão de perdas no núcleo
devido a correntes parasitas e histerese era necessário mais um instrumento de medição:
wattímetro. Elevou-se gradativamente a tensão no variac até que a tensão no primário
tivesse seu valor nominal. Os valores anotados seguem conforme a Figura 19.
Variável Magnitude
𝑉𝑝 220,4 𝑉
𝑉𝑠 236,7 𝑉
𝐼𝑝 25 𝑚 𝐴
𝐼𝑠 25 𝑚 𝐴
Por fim foi conectado o secundário no transformador a uma carga resistiva no valor
de 725 Ω conforme ilustra a Figura 22. E em seguida foi colocado o primário em sua
tensão nominal, ou seja, o circuito agora está próximo das condições de plena carga
para qual foi projetado. Os resultados estão apresentados na Figura 23 e Tabela 5.
Figura 23. Condições do circuito para operar próximo das condições de plena carga
Variável Magnitude
𝑉𝑝 220,3 𝑉
𝑉𝑙 220,6 𝑉
𝐼𝑝 333 𝑚 𝐴
𝐼𝑙 304 𝑚 𝐴
𝑊𝑝 73,36 𝑊
𝑊𝑙 66,9712 𝑊
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
[1] IEEE Standard Terminology for Power and Distribution Transformers. IEEE Std
C57.12.80-2002 (Revision of IEEE Std C57.12.80-1978), p. 1–72, 2002. DOI:
<10.1109/IEEESTD.2002.94146>.
[2] SEARCH, Industrial quick. Isolation Transformers. 19 de fevereiro de 2024.
Disponível em: <https://www.iqsdirectory.com/articles/electric-transformer/isolati
on-transformers.html>.
[3] MARTIGNONI, Alfonso. Transformadores. [S. l.]: Globo, 1971.
[4] UMANS, Stephen D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley-7. [S. l.]: AMGH
Editora, 2014.
[5] CHAPMAN, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas. [S. l.]: AMGH
editora, 2013.
[6] BIM, Edson. Máquinas elétricas e acionamento. [S. l.]: Elsevier editora Ltda.,
2012.
[7] SLODIČKA, Marián, VAN BOCKSTAL, Karel et al. A time discrete scheme for an
electromagnetic contact problem with moving conductor. Applied Mathematics
and Computation, Elsevier, v. 404, p. 125997, 2021.
[8] KOTHARI, DP e NAGRATH, IJ. Electric machines. [S. l.]: Tata McGraw Hill
Education Pvt. Ltd., New Delhi, 2010. v. 10.
[9] MARSLAND, Stephen. Machine learning: an algorithmic perspective. [S. l.]: CRC
press, 2015.
[10] BATISTELA, Nelson Jhoe et al. Caracterização e modelagem eletromagnética de
lâminas de aço silício. Florianópolis, SC, 2001.