Você está na página 1de 30

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA


MÉTODOS EXPERIMENTAIS DA FÍSICA III

IGOR MARQUES BISPO SILVA - 9377185


PATRICK LOBO PADULA - 11368881
LUKAS ALVES JOSEPH COSTA - 9423036
TIAGO CASTAGNET - 9423022
GUILHERME TREVIZAN SILVA OLIVEIRA - 9843188
RENÊ REGINATO DAVID VIANA - 9359282

Dilatação Térmica de Materiais

RELATÓRIO

Profa. Cristina Bormio Nunes

Lorena
2022
Lista de ilustrações

Figura 1 – Ponte de Wheatstone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Figura 2 – Livre caminho médio eletrônico (pontos representam imperfeições no
material condutor). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Figura 3 – Extensômetro linear. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Figura 4 – Comparação das curvas de NTC, PTC e PRT (100). . . . . . . . . . . . 8
Figura 5 – Categorias de encapsulamento para termistores. . . . . . . . . . . . . . 9
Figura 6 – Sistema experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 7 – Circuito extensômetro com ponte de Wheatstone. . . . . . . . . . . . . 11
Figura 8 – Extensômetros de 350 Ohms utilizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 9 – Módulo um quarto de ponte modelo NI-9945. . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 10 – Diagrama de ligação do NI-9237. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 11 – Módulo NI-9237 conectado ao conversor USB-9162. . . . . . . . . . . . 14
Figura 12 – Circuito interno de cada canal de leitura do NI-9237. . . . . . . . . . . . 15
Figura 13 – Fonte de bancada programável Tektronix PWS4602. . . . . . . . . . . . 15
Figura 14 – Ficha técnica da Fonte de bancada programável Tektronix PWS4602. . . 16
Figura 15 – Fonte de bancada Keithley 2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 16 – Especificações técnicas do multímetro de bancada Keithley 2000 . . . . 17
Figura 17 – Diagrama do circuito de alimentação do multímetro de bancada Keithley
2000. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 18 – Diagrama do circuito de processamento digital do multímetro de bancada
Keithley 2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 19 – Diagrama do circuito de conversão analógica do multímetro de bancada
Keithley 2000. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 20 – Curva de calibração do PT1000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 21 – Gráfico da dilação térmica do Cromo e suas retas de destaque . . . . . 21
Figura 22 – Gráfico da dilação térmica do Cobalto e suas retas de destaque . . . . . 22
Figura 23 – Gráfico da dilação térmica do Titânio e suas retas de destaque . . . . . 23
Figura 24 – Gráfico da dilação térmica do Alumínio e suas retas de destaque . . . . 24
Figura 25 – Gráfico da dilação térmica do Cr, Co, Ti e Al . . . . . . . . . . . . . . . 25
Sumário

1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

3 Conceitos Teóricos Envolvidos no Experimento . . . . . . . . . . . . 5


3.1 Ponte de Wheatstone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.2 Extensômetro (Strain Gauge) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.3 Dilatação térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.4 Termistor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

4 Procedimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

5 Equipamentos e sensores utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12


5.1 Extensômetros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5.2 Ponte de Wheatstone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5.3 Fonte de bancada programável Tektronix PWS4602 . . . . . . . . . . 15
5.4 Multímetro de bancada Keithley 2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5.4.1 Fonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5.4.2 Circuito digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5.4.3 Circuito analógico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

6 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

7 Discussão dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

8 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3

1 Introdução

Quando modificamos a temperatura de um corpo, seja ele sólido ou líquido, alteramos


a agitação das partículas que o formam. No caso do aquecimento, isso faz crescer a
amplitude da vibração das moléculas, e também a distância média entre elas, resultando
em um aumento nas dimensões deste corpo. A esse aumento se dá o nome de dilatação
térmica. Da mesma forma, a diminuição da temperatura geralmente acarreta a redução das
dimensões do corpo, assim chamado de contração térmica (DE SOUZA, 2007).
De uma perspectiva atômica, a expansão térmica ocorre devido ao fato que a
distância interatômica entre dois átomos ligados aumenta com um aumento na temperatura.
Este fenômeno pode ser compreendido através da curva de energia potencial em função do
espaçamento interatômico para uma molécula diatômica.
É importante conhecer a dilatação térmica no momento da construção de pontes,
edifícios e estradas de ferro, por exemplo, para que possam ser empregadas “folgas” para a
prevenção de trincas e rupturas causadas pela variação térmica dos materiais de construção.
O domínio sobre o fenômeno é determinante para a regulagem de condutores em redes
elétricas (visto que a condutividade elétrica é diretamente afetada pela temperatura) e
também para estruturação de sistemas industriais de criogenia ou altas temperaturas (DE
SOUZA, 2007).
4

2 Objetivos

O objetivo principal deste estudo consiste no cálculo experimental do coeficiente


linear de expansão térmica (alfa) de amostras metálicas sujeitas a uma imersão em ni-
trogênio líquido, sendo essas amostras compostas pelos seguintes materiais : Cr, Co, Ti,
Al.
Os enfoques secundários residem na realização de comparativos dos valores encon-
trados com os literários, na análise do fenômeno da dilatação térmica por uma perspectiva
microscópica e na aproximação empírica com a realização deste tipo de experimento.
5

3 Conceitos Teóricos Envolvidos no Experimento

3.1 Ponte de Wheatstone

Desenvolvida em 1833 por Samuel Hunter Christie e descrita 10 anos mais tarde
por Charles Wheatstone, a ponte de Wheatstone tem como principio base a utilização de
2 resistores conhecidos, e mais um terceiro resistor variável (ou também conhecido, no
caso de uma ponte estabilizada), para a determinação de outra resistência desconhecida,
usando para isso os quocientes entre as resistências para quando a corrente no aparato
de detecção( galvanômetro, amperímetro), for igual ou muito próxima a zero. Abaixo estão
as relações que nos possibilitam o cálculo da resistência desconhecida, apresentado na
Equação 3.1, para visualização a Figura 1 mostra a Ponte de Wheatstone.

Figura 1 – Ponte de Wheatstone

Autoria própria

R2 R3
= (3.1)
R1 Rx
A principal vantagem do uso dessa ponte é a possibilidade que ela traz de medir
com extrema precisão, por trabalhar com correntes muito baixas sobre os sensores.

3.2 Extensômetro (Strain Gauge)

Extensômetros são transdutores que conseguem variar sua resistência em função


de deformação mecânica, com este intuito são construídos de forma que o caminho seja
suficientemente grande para gerar uma variação de resistência que, seja passível de
medição. O extensômetro pode ser compreendido como uma resistividade de geometria
variável e portanto, dimensão também variável (CALLISTER JR, 2007). Quando o sensor é
distendido, ocorre o afastamento dos portadores de carga no sentido do deslocamento e a
seção transversal dos condutores é reduzida, afetando inversamente a resistência, como
Capítulo 3. Conceitos Teóricos Envolvidos no Experimento 6

descrito na Equação 3.2. Essa deformação mecânica do condutor provoca a diminuição do


livre caminho médio dos elétrons, dificultando sua propagação, demonstrado figurativamente
na Figura 2.

Figura 2 – Livre caminho médio eletrônico (pontos representam imperfeições no material condutor).

Autoria própria

Modelada por Paul Drude, a resistividade “ρ” pode ser representada pela Equação 3.3.
Utilizando o modelo de Drude, podemos caminhar reversamente e relacionar o incremento
da resistência com o livre caminho médio elétrico , dado pela Equação 3.4.

ȷ:l
R= (3.2)
A

d:m:Vf
ȷ= (3.3)
n:e 2

d:m:Vf :l
R= (3.4)
n:e 2 :A
Onde R: resistência; l: comprimento; A: área da seção transversal; d: livre caminho
médio; Vf : velocidade de fermi; e: carga eletrônica; n: número de cargas.
Com a resistividade compreendida, podemos então, atribuir um fator de sensibilidade
ao extensômetro, conhecido como fator gage (Gf) apresentado na Equação 3.5, assim
pode-se comparar diferentes sensores e avaliá-los qualitativamente melhor.

∆R:l
Gf = (3.5)
∆l:R
Com a resistividade compreendida, podemos, então, atribuir um fator de sensibilidade
ao extensômetro ilustrado na Figura 3, conhecido como fator gage (Gf), assim pode-se
comparar diferentes sensores e avaliá-los qualitativamente melhor.
Capítulo 3. Conceitos Teóricos Envolvidos no Experimento 7

Figura 3 – Extensômetro linear.

Autoria própria

3.3 Dilatação térmica

Dilatação térmica, como o próprio nome sugere, é o aumento das dimensões de um


corpo decorrente do aumento da temperatura. Como temperatura é a medida do grau de
agitação das moléculas, com seu aumento tem também uma maior agitação, e isso resulta
no aumento da distância média entre as moléculas e por fim o aumento de uma ou mais
dimensões do corpo (DE SOUZA, 1996).
Para corpos com dilatação unidimensional temos a dilatação linear, dado a Equação
3.6.

∆L = ¸:L0 :∆T (3.6)

Onde, L é a variação do comprimento, é o coeficiente de dilatação linear, L0 é o


comprimento inicial e T é a variação da temperatura.
Para corpos com dilatação tridimensional temos a dilatação volumétrica dado pelo
Equação 3.7.

∆V = ‚:V0 :∆T (3.7)

Onde, V é a variação do volume, é o coeficiente de dilatação volumétrico, V0 é o


volume inicial e T é a variação da temperatura.
Capítulo 3. Conceitos Teóricos Envolvidos no Experimento 8

Lembrando que essas são regras para corpos que apresentam comportamento
linear em qualquer direção, para materiais anisotrópicos por exemplo temos esse fenômeno
regido por tensores.

3.4 Termistor

Termistores são elementos resistivos que têm suas resistividades significativamente


influenciadas pela temperatura, aumentando ou diminuindo, dependendo do tipo de termis-
tor. Em projetos eletrônicos, os termistores além de servirem como sensores de temperatura,
também podem ser utilizados como dispositivos de segurança, transformando energias não
desejadas, como surtos eletrostáticos, em calor, protegendo o resto do circuito. Existem
duas categorias de classificação para termistores: NTCs (negative temperature coefficient),
cuja resistividade é inversamente proporcional à temperatura, e PTCs (positive temperature
coefficient), que apresentam comportamento inverso, suas resistividades são proporcionais
à temperatura. Dentro das duas características principais, ainda temos os diferentes materi-
ais que podem compor o elemento resistivo, os mais comuns são polímeros dopados e as
ligas de cobre, níquel e de platina.
O gráfico apresentado na Figura 4 foi feito com base nas equações de modelagem
fornecidas pelos fabricantes de três produtos comerciais (VISHAY, 2011), (TE CONNE-
TIVITY, 2020) e (VISHAY, 2021), com o objetivo de ilustrar os drasticamente distintos
comportamentos de sensores térmicos de diferentes famílias.
Figura 4 – Comparação das curvas de NTC, PTC e PRT (100).

Autoria própria
Capítulo 3. Conceitos Teóricos Envolvidos no Experimento 9

O principal desafio no uso dos termistores se encontra em suas leituras, pois, suas
curvas de resistência pela temperatura não são lineares, requerendo cálculos complexos
para a tradução da resistividade para a temperatura medida. NTCs baseados em cobre e
níquel são conhecidos por serem de baixo custo, porém, de menor precisão e menores
intervalos de leitura, geralmente de -55°C a 150°C, e são mais fáceis de ler, devido ao
seu coeficiente de temperatura maior que se traduz em uma maior variação de tensão.
Devido ao comportamento exponencial comumente encontrado em NTCs, suas leituras
acabam sendo limitadas para um intervalo de leitura significativamente restrito de algumas
dezenas de graus Celsius, sendo o offset dependente do ajuste feito pelo fabricante. Por
outro lado, se precisão for uma exigência, o ideal seria a utilização de termistores baseados
emplatina, conhecidos como PRTs (platinum resistance thermometer ). PRTs possuem
maior precisão que outros tipos de termistores, podendo chegar até 0.1°C para PRTs de
classe AA, maior intervalo de leitura, podendo ir de -200°C à 800°C, e possuem maior
linearidade também. Entretanto, PRTs têm duas desvantagens, o custo e leituras mais
dificultados devido aos seus coeficientes de temperatura serem pequenos, resultando em
uma pequena queda de tensão de difícil leitura. Na Figura 5 é apresentado essas diferentes
categorias de termistores.

Figura 5 – Categorias de encapsulamento para termistores.

Autoria própria
10

4 Procedimento Experimental

Para a realização do experimento foram distribuídas amostras de Alumina, Teflon,


Titânio e Cromo de maneira aleatória entre os grupos de alunos e foram distribuídos os
extensômetros, Desta forma cada grupo ficou responsável pelo preparo do aparato experi-
mental de sua amostra, exceto por um que ficou responsável pelo preparo do extensômetro
sem colagem. Como em baixas temperaturas há uma redução da resistência elétrica da
maioria dos materiais metálicos é necessário utilizar um extensômetro sem colagem para
calibragem do experimento. Assim, uma vez obtidas as medições da variação de tamanho
das amostras estudadas pode-se corrigir os desvios gerados pela variação da resistência
elétrica do sensor.
Para o preparo da amostra de Cromo, limparam-se os terminais do extensômetro
para remover possíveis vestígios do esmalte do fio e impurezas diversas, e sobre esses
aplicou-se uma fina camada de estanho utilizando um ferro de solda para facilitar na eventual
leitura do sensor. Limpou-se a superfície da amostra onde seria realizada a colagem do
extensômetro, eliminando assim possíveis sujeiras e gorduras advindas da manipulação da
amostra que poderiam afetar na colagem. Fixou-se o extensômetro sobre a amostra de Cr
utilizando fita adesiva dupla face. Para evitar qualquer tipo de movimentação da amostra
ou rompimento dos terminais dos sensores foi colocada uma pequena faixa de fita adesiva
sobre a região de contato dos terminais com o sensor propriamente dito, permitindo uma
maior estabilização dos fios dos terminais. Por fim, conectaram-se os terminais do sensor
aos terminais do Conector RJ 50, como mostrado na Figura 6.

Figura 6 – Sistema experimental

Autoria própria

Uma vez preparadas todas as amostras, foram posicionadas em uma bandeja de


isopor com uma chapa de cobre no fundo. O cobre ajudaria na condução térmica do calor
Capítulo 4. Procedimento Experimental 11

nas amostras, facilitando a experimentação. Sobre a chapa foram colocadas todas as


amostras, o extensômetro sem colagem, e o Termistor PT1000. Conectaram-se os terminais
RJ 50 das amostras e do extensômetro sem colagem nos cabos RJ50 e estes conectados
na ponte de Wheatstone NI-9237, ilustrado na Figura 7, preservando os canais individuais.
Utilizando conectores de pinça o termistor foi conectado no multímetro digital Keithley 2000
6 ½ Digit.

Figura 7 – Circuito extensômetro com ponte de Wheatstone.

Autoria própria

Para a coleta das medições conectou-se ambas a ponte de wheatstone e multímetro


digital no notebook para aquisição de dados. Para isso foram utilizados cabos USB/GPIB
e USB/USB respectivamente. Foram então realizados os ajustes necessários no software
LabView, como indicação dos canais de leitura da ponte, calibragem da ponte de wheatstone,
nomeação do canal de leitura da fonte de bancada e etc. Dessa forma o software se torna
responsável pelas medições do experimento, entregando ao final do mesmo um arquivo
.dat com os dados do mesmo.
Uma vez montado o aparato experimental e configurado o software partiu-se para
a execução do experimento. Aos poucos foi se adicionando nitrogênio líquido na bandeja
de isopor, aguardado até que a evaporação do nitrogênio se estabiliza-se para então se
adicionar mais líquido. Uma vez completada a bandeja e todas as amostras e sensores
envolvidos tenham atingido o equilíbrio térmico iniciou-se no software a medição dos
sensores. Os dados foram coletados deste a temperatura inicial do nitrogênio líquido,
próximo aos 77 K (-196°C) até que a temperatura medida pelo termistor estivesse próxima a
273 K( 0°C ). Isto por que uma vez passado dos 273K as variações de dilatação térmica se
atenuam e a curva dos dados experimentais tende-se a estabilizar. Assim o intervalo contém
o necessário para realização do experimento excluindo possíveis dados redundantes e
erros oriundos do aumento da temperatura dos sensores. Uma vez terminado a coleta os
arquivos foram exportados do software LabView no formato .dat
12

5 Equipamentos e sensores utilizados

5.1 Extensômetros

Foi utilizado dois extensômetros de filme de poliamida, de 350 Ohms e dois terminais.
Os sensores, apresentados na Figura 8, foram posicionados um em cada peça.

Figura 8 – Extensômetros de 350 Ohms utilizados.

Autoria própria

5.2 Ponte de Wheatstone

Foi utilizado um módulo de ligação de um quarto de ponte de Wheatstone da National


Instruments, modelo NI-9945, como mostrado na Figura 9. Esse adaptador permite conectar
os extensômetros de 350 Ohms ao módulo conversor NI-9237 (figura 5.6.2) para aferição
das medidas de dilatação. Na figura 10, o extensômetro é representado pelo elemento
resistivo R4, RL são as resistências parasitas dos fios que conectam o sensor ao módulo
e o resto é interno ao módulo para aferição. O módulo NI-9945 possui resistência interna
de 350 Ohms, com um desvio por temperatura de 0,0035 Ohms por grau Celsius, uma
tolerância de 0,1 por cento e uma dissipação de potência máxima de 0,25 Watts (NATIONAL
INSTRUMENTS, 2022).
Capítulo 5. Equipamentos e sensores utilizados 13

Figura 9 – Módulo um quarto de ponte modelo NI-9945.

Autoria própria

Figura 10 – Diagrama de ligação do NI-9237.

Autoria própria

O módulo conversor NI-9237 utilizado (figura 5.6.3) possui quatro canais, com
cada canal contendo um ADC (Analog to Digital Converter) de 24 bits e um amplificador
operacional de entrada, para dar ganho no sinal de leitura e aumentar a resolução do
aparelho. Tal circuito pode ser visualizado na figura 5.6.4. O maior benefício de ter um
circuito dedicado para cada canal é a capacidade de medir simultaneamente cada uma
das pontes, sem reduzir a taxa de amostragem. Segundo a National Instruments (2021), o
módulo NI-9237 possuí as seguintes características de resolução, incerteza e desvios:

• Resolução: 24 bits;

• Intervalo de medição: ± 25mV/V;


Capítulo 5. Equipamentos e sensores utilizados 14

• Coeficiente de escalonamento: 2,9802 LSB*nV/V;

• Incerteza de ganho (percentual de leitura):

– Calibrado: 0,05%, entre 20 e 30ºC, e 0,2%, até -40 ou 70 ºC;

– Não calibrado: 0,2%, entre 20 e 30ºC, e 0,55%, até -40 ou 70 ºC;

• Incerteza de desvio (percentual da faixa de medição):

– Calibrado: 0,05%, entre 20 e 30ºC, e 0,25%, até -40 ou 70 ºC;

– Não calibrado: 0,1%, entre 20 e 30ºC, e 0,35%, até -40 ou 70 ºC;

• Deriva de ganho: 10 ppm/°C;

• Deriva de desvio:

– Excitação de 2,5V: 0.6 °C*μV/V

– Excitação de 3,3V: 0.5 °C*μV/V

– Excitação de 5V: 0.3 °C*μV/V

– Excitação de 10V: 0.2 °C*μV/V

O módulo NI-9237 realiza as conversões de resistência e as transmite por USB ao


computador, por meio do transmissor National Instruments USB-9162, onde um programa
feito em LabView coleta os dados para processamento, como exibido na Figura 11 e na
Figura 12 é apresentado o circuito que constitui cada canal.

Figura 11 – Módulo NI-9237 conectado ao conversor USB-9162.

Autoria própria
Capítulo 5. Equipamentos e sensores utilizados 15

Figura 12 – Circuito interno de cada canal de leitura do NI-9237.

National Instruments, 2022.

5.3 Fonte de bancada programável Tektronix PWS4602

Para a aplicação da corrente, foi utilizada a Fonte de bancada Tektronix PWS4602


representada na Figura 13. Uma fonte de larga faixa de corrente e tensão, com 0.03% de
precisão na tensão e 0.05% de precisão na corrente. A fonte tem tecnologia RemoteSense
que elimina o efeito da queda de tensão nas pontas de prova e reduz o ruído para 5 mV
pico-a-pico, suas especificações estão apresentadas na Figura 14.
A fonte também possui uma porta USB para programação externa para automatizar
os experimentos. Utilizando uma porta compatível com USBTMC, é possível utilizar a edição
da Tektronix do software LabView SignalExpress, desenvolvido pela National Instruments,
para controlar o experimento por computador.

Figura 13 – Fonte de bancada programável Tektronix PWS4602.

Autoria própria
Capítulo 5. Equipamentos e sensores utilizados 16

Figura 14 – Ficha técnica da Fonte de bancada programável Tektronix PWS4602.

5.4 Multímetro de bancada Keithley 2000

Para a leitura do sensor de temperatura termoresistivo PT1000, foi utilizado o multí-


metro de bancada Keithley 2000, exibida na Figura 15 e seus configurações na Figura 16,
realizando medições de resistência e comunicando os resultados ao programa LabView, no
computador.
Figura 15 – Fonte de bancada Keithley 2000

Autoria própria
Capítulo 5. Equipamentos e sensores utilizados 17

Figura 16 – Especificações técnicas do multímetro de bancada Keithley 2000

Keithley, 1995.

5.4.1 Fonte

Energia AC é aplicada ao receptáculo J1009. A energia é então conduzida através


do fusível e da chave seletora até o transformador principal. O transformador possui quatro
bobinas secundárias para atender os quatro módulos de energia existentes. Cada um dos
módulos de energia DC possui uma ponte retificadora, um filtro capacitivo e um regulador
independentes. O diagrama de funcionamento é exibido na Figura 17.

Figura 17 – Diagrama do circuito de alimentação do multímetro de bancada Keithley 2000.

Keithley, 1997.
Capítulo 5. Equipamentos e sensores utilizados 18

5.4.2 Circuito digital

O U135 é um microprocessador 68306 que supervisiona todos os aspectos operaci-


onais do instrumento. A MPU (micro processing unit) possui um barramento de dados de 16
bits e fornece um barramento de endereços de 18 bits. Também possui portas paralelas
e seriais para controlar vários circuitos. Por exemplo, as linhas RXDA, TXDA, RXDB e
TXDB são usadas para a interface RS-232. O firmware para operação do instrumento é
armazenado e lido pelo MPU nas ROMs (read only memories) U156 e U15 e as RAMS
(random access memories) U151 e U152 fornecem armazenamento operacional temporário
para a realização dos cálculos da MPU, assim aresentado na Figura 18.
O buffer para entrada e saída do Trigger Link é realizado pelo U146 e a entrada e
saída do trigger são controladas pelas linhas IRQ4 e PB3 do MPU. U164 fornece lógica
adicional para a entrada de gatilhos para minimizar a sobrecarga de controle de MPU.

Figura 18 – Diagrama do circuito de processamento digital do multímetro de bancada Keithley 2000

Keithley, 1997.

5.4.3 Circuito analógico

Todos os sinais de entrada, com exceção de “FREQ”, são roteados para o circuito
“A/D MUX & Gain”, onde é realizada a medição e conversão dos sinais analógicos. O
multiplexador (U163) comuta os vários sinais para medição e também alterna entre os
sinais de referência e zero em várias fases do ciclo de medição. Quando o sinal de entrada
é selecionado pelo “MUX”, ele é amplificado por U132 e U166. Os sinais multiplexados
do ciclo de medição são encaminhados para o ADC (analog-to-digital converter) (U165)
onde converte os sinais analógicos para a forma digital. Os sinais digitais são então
encaminhados através de um opto-isolador para o MPU para calcular uma leitura, como
mostrado no diagrama presente na Figura 19.
Capítulo 5. Equipamentos e sensores utilizados 19

Figura 19 – Diagrama do circuito de conversão analógica do multímetro de bancada Keithley 2000.

Keithley, 1997.
20

6 Resultados

Primeiramente dos dados obtidos, fizemos um gráfico de Temperatura por Resistên-


cia que nos gerou um gráfico apresentado na Figura 20. Deste gráfico, utilizou-se de uma
linearização polinomial de grau 10 para converter a resistência do PT1000 para temperatura,
apresentada na equação abaixo do gráfico.(U = RI - lei de Ohm)

Figura 20 – Curva de calibração do PT1000

Autoria própria

T (x[Ω])[o C] = −246 + 0:294 ∗ x − 5:56E − 04 ∗ x 2 + 2:64E − 06 ∗ x 3 − 7:44E − 09 ∗ x 4 +


1:36E−11∗x 5 −1:64E−14∗x 6 +1:3E−17∗x 7 −6:51E−21∗x 8 +1:86E−24∗x 9 −2:31E−28∗x 10

Utilizando a Equação 3.6 da expansão térmica linear, em conjunto com os dados


coletados, representados pelos gráficos, pôde ser calculados os coeficientes lineares para
os trechos julgados mais apropriados. Na Figura 21 é apresentado o gráfico da dilatação
por temperatura do Cromo dado pela curva em azul, a reta em amarelo (3) apresenta
a linearização da curva em azul e às duas retas de cores marrom (1) e vermelho (2)
demonstram os principais trechos lineares da curva azul.
Capítulo 6. Resultados 21

Figura 21 – Gráfico da dilação térmica do Cromo e suas retas de destaque

Autoria própria

A reta (3) apresenta um coeficiente de correlação de 0,834 determinado pela equação


da reta apresentada na Equação 6.1.

∆L
= 3; 32E − 05 ∗ T + 9; 72E − 03 (6.1)
L
Assim, o coeficiente linear de expansão térmica é dado por ¸ = 3; 32E − 05.
Os dois trechos (1) e (2) foram determinados pelas equações da reta apresentados
na Equação 6.2 e a Equação 6.3 respectivamente.

∆L
= 1; 85E − 04 ∗ T + 3; 63E − 02 (6.2)
L

∆L
= 1; 52E − 04 ∗ T + 2; 99E − 02 (6.3)
L
Obtendo assim, os coeficientes lineares de expansão térmica de (1) e (2) respectiva-
mente igual a ¸ = 1; 85E − 04 e ¸ = 1; 52E − 04
Utilizando este mesmo processo para a determinar a curva de dilatação térmica do
Cobalto, obtivemos o gráfico apresentado na Figura 22.
Capítulo 6. Resultados 22

Figura 22 – Gráfico da dilação térmica do Cobalto e suas retas de destaque

Autoria própria

Na Figura 22 a curva em verde apresenta a dilatação por temperatura do Cobalto.


Já a reta em amarelo (2) apresenta a linearização da curva em verde e a reta vermelha (1)
demonstra o principal trecho linear da curva verde. Segundo a reta (2), o coeficiente de
correlação é de 0,834, determinado pela Equação 6.4

∆L
= 3; 64E − 05 ∗ T + 9; 86E − 03 (6.4)
L
Assim, o coeficiente linear de expansão térmica é dado por ¸ = 3; 64E − 05.

O trecho (1) foi determinado pela equação da reta mostrada na Equação 6.5.

∆L
= 9; 92E − 05 ∗ T + 1; 94E − 02 (6.5)
L

Obtendo assim, o coeficiente linear de expansão térmica igual a ¸ = 9; 92E − 05.


Repetindo o processo para o Titânio e determinar a curva de dilatação térmica,
obtivemos o gráfico apresentado na Figura 23.
Capítulo 6. Resultados 23

Figura 23 – Gráfico da dilação térmica do Titânio e suas retas de destaque

Autoria própria

Na Figura 23 a curva em vermelho apresenta a dilatação por temperatura do Titânio.


Já a reta em amarelo (2) apresenta a linearização da curva em vermelho e a reta cinza (1)
demonstra o principal trecho linear da curva vermelha. Segundo a reta (2), o coeficiente de
correlação é de 0,968, determinado pela Equação 6.6

∆L
= 3; 69E − 05 ∗ T + 8; 71E − 03 (6.6)
L
Assim, o coeficiente linear de expansão térmica é dado por ¸ = 3; 69E − 05.
O trecho (1) foi determinado pela equação da reta mostrada na Equação 6.7.

∆L
= 6; 60E − 05 ∗ T + 1; 32E − 02 (6.7)
L
Obtendo assim, o coeficiente linear de expansão térmica igual a ¸ = 6; 60E − 05.
Repetindo o processo para o Alumínio e determinar a curva de dilatação térmica,
obtivemos o gráfico apresentado na Figura 24.
Capítulo 6. Resultados 24

Figura 24 – Gráfico da dilação térmica do Alumínio e suas retas de destaque

Autoria própria

Na Figura 24 a curva em preto apresenta a dilatação por temperatura do Alumínio.


Já a reta em amarelo (2) apresenta a linearização da curva em preto e a reta vermelha
(1) demonstra o principal trecho linear da curva preta. Segundo a reta (2), o coeficiente de
correlação é de 0,883, determinado pela Equação 6.8

∆L
= 4; 13E − 05 ∗ T + 11; 9E − 03 (6.8)
L
Assim, o coeficiente linear de expansão térmica é dado por ¸ = 4; 13E − 05.
O trecho (1) foi determinado pela equação da reta mostrada na Equação 6.9.

∆L
= 2; 73E − 04 ∗ T + 5; 32E − 02 (6.9)
L
Obtendo assim, o coeficiente linear de expansão térmica igual a ¸ = 2; 73E − 04.
Para melhor visualização de comparação das curvas de dilatação térmica entre
os materiais analisados, gerou-se o gráfico de dilatação térmica de todos os materiais
apresentado na Figura 25.
Capítulo 6. Resultados 25

Figura 25 – Gráfico da dilação térmica do Cr, Co, Ti e Al

Autoria própria
26

7 Discussão dos Resultados

Ao se observar graficamente os dados obtidos é possível perceber que todos apre-


sentam a curva característica da expansão térmica, com um aumento acelerado nos pontos
próximos às temperaturas criogênicas iniciais e tendendo a uma estabilidade para tem-
peraturas mais altas. Esse comportamento além consistente em todas as amostras são
coerentes com o encontrado na literatura, isto indica que houve sucesso no preparo do
equipamento e das amostras.
Ao comparar os valores calculados de dilatação térmica das amostras com os valores
encontrados na literatura é possível se observar uma discrepância, sendo eles algumas
ordens de grandeza acima dos valores esperados. Essa discrepância pode ser explicada
principalmente pelos sensores utilizados. Como se está trabalhando com temperaturas
criogênicas, a maioria dos sensores comerciais não estão preparados nem calibrados para
trabalharem em temperaturas tão baixas. Assim, a temperatura da amostra é capaz de
alterar as propriedades dos sensores criando ruídos e medições errôneas sem que haja
nenhum tipo de correção. Um exemplo de tais propriedades são a condutividade elétrica
e demais fatores que contribuem para o fator de Gauge. Um contorno possível para esta
situação estava no uso do sensor sem colagem, porém, este foi descartado pois não se
soube dizer se os dados obtidos eram provenientes da alteração de suas propriedades
intrínsecas por conta da temperatura ou se eram medições do revestimento polimérico do
sensor.
27

8 Conclusão

Considerando os conceitos abordados sobre o fenômeno da dilatação térmica, os


resultados obtidos mostraram o efeito esperado do resfriamento sobre amostras metálicas,
resumidamente, observou-se que a variação de temperatura provocou a variação dimensio-
nal dos materiais devido principalmente a alteração na dinâmica dos espaços interatômicas
durante o experimento.
Foi possível também notar a influência de outros fenômenos físicos durante a me-
dição dos valores de dilatação, como às possíveis mudanças de condutividade elétrica a
baixas temperaturas em dispositivos como os extensômetros e fios condutores.
Capítulo 8. Conclusão 28

Referência

DE SOUZA, Luiz Fernando; AGUIAR, Carlos EduardoUm experimento sobre a dilatação


térmica e a lei de resfriamento. 2007.

HALLIDAY, David; RESNICK, R.; WALKER, JFundamentos de Física 3, 4ª edição. Ed. Livros
Técnicos e Científicos, São Paulo, 1996.

CALLISTER JR, William D.; RETHWISCH, David GCallister’s materials science and engine-
ering. John Wiley & Sons, 2007.

Evaluation of measurement data – Guide to the expression of uncertainty in mea-surement,


Joint Committee on Guides in Metrol-ogy OIML G - 100 Edition 2008, Corrected version
2010.

INSTRUMENTS, NationalSpecifications. Disponível em: https://www.ni.com/docs/en-US/bu


ndle/ni-9926-9944-9945-feature/page/specs.html. Acesso em: 25 jun. 2022.

INSTRUMENTS, NationalConnecting strain gauges to NI 9237 with NI 9944, 9945. 2019.


Disponível em: https://knowledge.ni.com/KnowledgeArticleDetails?id=kA00Z0000019OptSA
E&l=en-US. Acesso em: 25 jun. 2022.

INSTRUMENTS, NationalNI-9237 Specifications. Disponível em: https://www.ni.com/docs/e


n-US/bundle/ni-9237-specs/page/specs.html. Acesso em: 25 jun. 2022.

INSTRUMENTS, NationalNI 9237 Datasheet. Disponível em: https://www.ni.com/docs/en-U


S/bundle/ni-9237-specs/page/overview.html#. Acesso em: 25 jun. 2022.

VISHAY, TFPTL: Radial Leaded PTC - Nickel Thin Film Linear Thermistors: October 2011,
Disponível em: https://br.mouser.com/datasheet/2/427/tfptl-1762894.pdf. Acesso em: 22
Jun2022.

TE CONNECTIVITY, PTF FAMILY: Platinum Thin Film (PTF) Temperature Elements, 2020,
Disponível em: https://br.mouser.com/datasheet/2/418/6/ENG_DS_PTF_FAMILY_A3-77535
7.pdf. Acesso em: 22 Jun2022.

VISHAY, NTCLE100E3: NTC Thermistors, Radial Leaded, Standard Precision: March 2021,
Disponível em: https://br.mouser.com/datasheet/2/427/ntcle100-1762452.pdf. Acesso em:
22 Jun2022.

NATIONAL INSTRUMENTS, C Series Deformation/Bridge Input Module: Juno 2022, Dispo-


nível em: https://www.ni.com/pt-br/support/model.ni-9237.html, Acesso em: 22 Jun2022.
Capítulo 8. Conclusão 29

KEITHLEY, Model 2000 6½-Digit Multimeter: Juno 1995, Disponível em: https://download.te
k.com/datasheet/2000-DMM-Data-Sheet-1KW612970.pdf, Acesso em: 22 Jun2022.

KEITHLEY, Model 2000 Multimeter Repair Manual: March 1997, Disponível em: https://dow
nload.tek.com/manual/2000-902-01(B-Mar1997)(Repair).pdf, Acesso em: 22 Jun2022.

Você também pode gostar