Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
título de Engenheiro.
Rio de Janeiro
Março de 2020
Saito, Yan Fonseca
iii
"Have the courage to follow your
heart and intuition. They
somehow already know what you
truly want to become."
Steve Jobs
iv
Agradecimentos
Agradeço a Deus, minha mãe Luciane e ao meu padrasto Roberto, responsáveis pela
irmã Júlia que nasceu enquanto eu estava na graduação e que é combustível diário
Aos meus tios Julieta e Márcio por terem despertado o meu interesse pela En-
genharia e ao tio Erni, responsável pela minha paixão por tecnologia. O sucesso de
Aos meus amigos Clarisse Pepe, Eric Moura e Ricardo Lang pelo apoio e con-
selhos que promoveram meu crescimento prossional. Aos diversos amigos que z
durante a graduação, entre eles, Alexandre Allil e Erick Gama pelas horas e mais
horas de grupo de estudo que nos zeram superar as matérias mais difíceis.
Prof. Marcelo Martins Wernerck e a Marceli Nunes Gonçalves por terem me ofere-
cido o desenvolvimento desse projeto. Obrigado pela ajuda, vocês foram fundamen-
tais.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como
Março/2020
As simulações têm como objetivo gerar sinais de defeitos para posteriores análises
Dessa forma, com os resultados desse estudo será possível realizar testes em
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulllment
QUALITY STUDIES
March/2020
studies of such variations are important because imply a loss of power quality.
and classify according to its duration, voltage decrease or increase in relation to the
Thus, with the results of this study, it will be possible to carry out tests on sen-
sors, which are being developed at the Instrumentation and Photonics Laboratory,
Key words: Voltage Swell, Voltage Sag, Short-term voltage variations, Power
quality.
vii
Sumário
Lista de Figuras ix
Lista de Tabelas xi
Lista de Abreviaturas xii
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 Fundamentos teóricos 7
2.1 Qualidade da Energia Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3 Simulações e Discussão 27
3.1 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2 Simulações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2.2 Faltas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
viii
Lista de Figuras
dância mútua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
ix
3.13 Tensões fase-terra durante falta bifásica com resistência entre fases . . 42
mútua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.16 Tensões fase-terra durante falta bifásica aterrada com resistência en-
tre fases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
cia mútua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
x
Lista de Tabelas
xi
Lista de Abreviaturas
p. 3
dora, p. 3
xii
Capítulo 1
Introdução
1.1 Motivação
Qualidade de Energia Elétrica (QEE). Com isso, pode-se pontuar alguns motivos
Programáveis (CLP).
acordo com o tipo e local da ocorrência de um defeito sofrido pelo sistema elétrico.
tamento [1].
cos mais ecientes como, por exemplo, lâmpadas LED de baixo consumo de energia,
1
Em funcionamento normal, esses componentes injetam potência reativa na rede
sensíveis.
lógico mundial. Com o objetivo de mostrar esse crescimento é possível usar como
que é a área mais desenvolvida economicamente do país. Essa região tem a maior
Dessa forma, é possível armar que existe grande preocupação com os problemas
que a rede elétrica do sudeste pode sofrer. Como consequência disso, o sistema de
sensoriamento dessa malha precisa ser sensível o bastante para medir diversos tipos
de distúrbios, uma vez que a ocorrência de um defeito pode causar danos aos sistemas
Foi destacado que a rede elétrica padece de distúrbios e depois também foi mos-
2
Tabela 1.1: Indicadores de qualidade em 2018, adaptado de [3].
Assim, pode-se vericar que, em 2018, o bairro Leblon cou sem energia elétrica
nárias porque servem como parâmetro para aplicação de taxas, quando não há o
afetam a qualidade do sinal elétrico e que não são parâmetros para a aplicação de
multas e taxas.
Os defeitos elétricos podem acontecer por motivos diversos, um curto pode ocor-
rer quando um galho de uma árvore encosta em uma ou mais fases de uma linha
qualidade da energia.
e tensão aos níveis aceitáveis para serem medidos por sensores. Com essas medições,
grande parte do sistema pode ser controlado, tal como realizar alterações automá-
3
Essa automatização do sistema ocorre porque os defeitos elétricos acontecem de
óptico que tem como função a medição de tensão em linhas de distribuição [5], [6],
[7], [8]. Nesse momento, a equipe tem como objetivo comprovar que esse sensor tem
a capacidade de medir diversos tipos de defeitos que fazem parte dos indicadores
(VTCD).
tório para aplicar tensões no sensor óptico, com o propósito de validar se o mesmo
Figura 1.2: Diagrama do set-up experimental para medidas de alta tensão [9].
de energia elétrica, esses dados não são de fácil acesso e não estão disponíveis para
empresas e universidades. Pode-se inferir que, por conta das normas do PRODIST
e dos índices de qualidade especicados pela ANEEL, os quais devem ser seguidos,
as empresas.
Pela falta de acesso aos dados de distúrbios reais em uma rede de distribuição
desenvolvimento no LIF.
4
1.2 Ob jetivo
• Elevações;
• Afundamentos;
• Interrupções.
contudo, foi proposta uma análise para a tensão em 13,8 kV para se observar pro-
blemas reais que normalmente acontecem em áreas urbanas, dessa forma, em redes
de distribuição.
podem ocorrer em sistemas elétricos. Desse modo, serão abordados os defeitos que
alguns tipos de equipamentos podem gerar quando ligados à rede. Serão tratados
2.
5
No Capítulo 4 são apresentadas as conclusões sobre os resultados obtidos nas
6
Capítulo 2
Fundamentos teóricos
Nesse capítulo serão apresentados os fundamentos teóricos que servem como em-
ênfase nas variações de tensão de curta duração. Dessa forma, dentre os parâmetros
rupções de tensão em redes elétricas, por isso, no item 2.2 são mostrados os conceitos
de faltas e suas classicações.
ção de qualidade da energia elétrica. Esses indicadores são divididos entre qualidade
elétrica, os quais contemplam DIC, FIC, por exemplo, entre outros. Já a quali-
7
atuações no sistema elétrico. No entanto, há uma abordagem com maior ênfase
nas variações de tensão de curta duração, que serviram como objeto de estudo das
simulações do Capítulo 3.
Primeiramente os indicadores de QEE são mostrados segundo a norma brasileira
quadas, precárias ou críticas, tendo como base a diferença do valor da tensão medida
tensão deverá ser igual ao valor nominal no ponto de consumo de energia, no entanto,
para tensões contratadas com valores abaixo de 230 kV a tensão deverá car entre
a 1 kV, o valor admitido está entre 95% e 105%. Para tensões menores, o valor
ção relativa da transgressão para tensão precária (DRP) e a duração para tensão
uma compensação nanceira aos consumidores lesados, visto que tais alterações de
Fator de Potência
O fator de potência é calculado através da potência reativa (VAr) e da potência
ativa (W), fazendo-se o uso do triângulo de potência. Para esse parâmetro deve
ser analisada a classe de tensão para então classicar a faixa admitida de fator de
potência.
Para consumidores com tensão inferior a 230 kV, o valor do fator de potência
8
Harmônicos
Distorções harmônicas estão relacionadas diretamente às alterações nas formas das
de tensão de ordem h, sendo que h é a ordem harmônica, pode ser encontrada através
da relação entre a tensão de pico do harmônico e a tensão fundamental.
tensão uma distorção harmônica aceitável. Para tensões abaixo de 1 kV são 10%,
por exemplo, e para tensões entre 1 kV e 13,8 kV são 8% e assim por diante. Nota-se
Desequilíbrio de tensão
O desequilíbrio de tensão é um fenômeno preocupante quando se trata de trans-
Flutuações de tensão
As utuações de tensões causam aumento de cintilação luminosa no consumidor de
Variação de Frequência
A frequência nominal está associada a estabilidade de todo o sistema elétrico. Con-
A operação deve se manter entre 59,9 Hz e 60,1 Hz, que é a faixa de frequência da
geração elétrica. Essa manutenção de frequência se deve ao fato que sua alteração
9
Variação de Tensão de Curta duração
A variação de tensão de curta duração é um desvio signicativo do valor ecaz da
ser visto na Tabela 2.1. Todas as características para o entendimento desse índice
da Energia Elétrica [10], criadas pelo IEEE, mostram uma abordagem mais de-
talhada dos índices de QEE, em comparação ao PRODIST que tem como foco a
Para análises de uxo de potência, muitas vezes, grandezas elétricas são expressas
10
por unidade e mais conhecido pela abreviatura pu.
por exemplo, potência aparente e tensão. Além disso, análises fase-terra ou fase-
frequência.
11
Transitório
O fenômeno transitório está intimamente relacionado ao comportamento resistor-
indutor-capacitor e é um evento rápido que acontece até a casa dos MHz. Nesse
que ocorre de nanosegundos até milissegundos, desde o início até a extinção do sinal
de perturbação.
que alteram o módulo da tensão em até 8 vezes em relação ao seu valor nominal.
pologia do sistema elétrico, quando se liga uma rede com características resistivas-
transmissão e distribuição.
12
Variação de tensão de curta duração
Podem ser subclassicadas como instantânea, momentânea e temporária de acordo
frequentes.
como Voltage Swell e, por m, afundamento de tensão, conhecida como Voltage Sag
ou Voltage Dip :
• Interrupção
menor ou igual a 0,1 pu, com duração entre 0,5 ciclo e máximo de 60 segundos.
e faltas elétricas.
atua para separar o distúrbio do sistema. Isto posto, o tempo de atuação para o
terá.
após a atuação do sistema de controle, por exemplo, a tensão vai a zero. Em seguida
a atuação do religamento leva a tensão ao valor inicial, mas o tempo desse retorno
• Afundamento de tensão
Para afundamento de curta duração, a tensão pode ser observada entre 0,1 pu
e 0,9 pu, com uma duração de 0,5 ciclo até 60 segundos. Os afundamentos nor-
geral, de 3 ciclos a 30 ciclos, o equivalente a 0,05 segundos até 0,5 segundos para a
13
(a) Tensão senoidal ao longo do tempo.
14
Figura 2.4: Afundamento temporário causado por partida de motor [10].
devido a alta corrente de partida e de modo gradual a tensão tende a voltar ao seu
patamar nominal.
• Elevação de tensão
Para elevações de tensão, é notada uma magnitude de tensão acima de 1,1 pu por
uma duração de 0,5 ciclo a 60 segundos. Os valores típicos desse tipo de distúrbio
estão entre 1,1 pu e 1,2 pu [10], porém valores maiores também recebem classicação
ção também podem ser ocasionados por condição de falta. As causas mais comuns
desse distúrbio aparecem quando é desligada uma grande carga do sistema elétrico
perceber uma elevação em pu do sinal de tensão que, devido ao seu tempo de atuação,
15
(a) Tensão senoidal ao longo do tempo.
sentido, pode-se concluir que essas elevações de tensão têm menor ocorrência nas
uma carga consumidora de reativos tende a elevar a tensão, por exemplo, enquanto
16
ao ligar uma carga do mesmo tipo ao sistema elétrico a tendência é abaixar a tensão.
e a tensão cai abaixo de 0,1 pu. Nesses casos os defeitos são conhecidos como
Desbalanceamento
A análise do desbalanceamento considera quanto a tensão de sequência negativa se
contudo, quando existem desvios nessa onda, diz-se que o sinal tem distorções em
magnitudes do sinal.
• Deslocamento contínuo:
por um sinal contínuo. Esse problema pode ser provocado por distúrbios
• Harmônico:
• Interharmônicos:
17
• Entalhe de tensão:
• Ruídos:
por frequências abaixo de 200 kHz que não são classicadas como transitórias
Flutuação de tensão
Flutuação de tensão pode acontecer de forma randômica e altera a magnitude da
tensão, sendo que essa mudança, normalmente, permanece entre 0,95 e 1,05 pu [10].
A utuação de tensão é produzida por quaisquer cargas que tem variação cíclica
18
Figura 2.7: Flutuação de tensão causada por operação de um forno a arco [10].
Variação de frequência
O último fenômeno destacado na Tabela 2.2 é a variação de frequência. O desvio de
frequência tem relação direta com a rotação dos geradores de energia elétrica ligados
ao sistema.
sistema.
Uma falta elétrica pode ser caracterizada como qualquer distúrbio que modica o
magnitude da tensão.
por vegetação e falha humana. A Figura 2.8 apresenta os dados estatísticos dos
19
Figura 2.8: Dados Estatísticos da Transmissão [12].
É possível observar dados entre 2013 e 2019, mas para exemplicar pode-se
analisar o ano de 2018. Nesse ano a maioria das faltas foram causadas pela vegetação
seguida por problemas no próprio sistema elétrico, por queimadas e pelo sistema de
podem ocorrer em uma rede elétrica e, portanto, destacar a sua importância para o
resume as perdas por fase. Dessa maneira, para a modelagem é usado um gerador
trifásico com fases a, b e c e tensões terminais V̇a , V̇b e V̇c . As tensões internas por
fase são Ėa , Ėb e Ėc . As fases podem ser percorridas por correntes I˙a , I˙b e I˙c e as
Faltas Simétricas
Como o próprio nome sugere, nesse tipo de falta existe uma simetria entre as compo-
nentes fasoriais de tensão e, por isso, na presença de uma falta simétrica as tensões
20
V̇a , V̇b e V̇c são iguais.
Esse tipo de falta acontece quando as três fases ao mesmo tempo se tocam.
módulos iguais e defasados por 120◦ é nula. Desse modo, conclui-se que não só a
soma das correntes de fase é nula como também a soma das tensões de fase. Esse
˙ ˙ ˙
V̇a + V̇b + V̇c = Ėa + Ėb + Ėc − Z Ia + Ib + Ic = 0 (2.2)
Assim, quando o evento acontece entre os nós a, b e c, tem-se como resultado uma
queda de tensão, devido a soma das tensões das três fases, que permite o uxo de
corrente em direção a esses nós. Dessa forma, encontra-se a corrente I˙a + I˙b + I˙c = 0
nessa união de nós.
Destaca-se, mais uma vez, que a probabilidade desse defeito ser gerado é baixa,
visto que a chance dos três os se encontrarem ao mesmo tempo é pequena.
21
Faltas monofásicas
Dentre os possíveis tipos de faltas que podem ocorrer em um sistema, a maioria é do
Essas faltas podem acontecer através de impedâncias para a terra, as quais con-
tais impedâncias são irrelevantes. Para casos de faltas através de impedância basta
em sua fase a.
as correntes I˙b e I˙c são nulas e existe corrente I˙a . Considerando-se que não há
V̇b e V̇c se alteram de acordo com o acoplamento magnético entre as fases, dessa
Faltas bifásicas
Nesse caso duas fases entram em contato e existe um uxo de corrente entre as
Desse modo, no caso exemplicado, I˙a é nula, I˙c = −I˙b , as tensões V̇b e V̇c são
iguais e a tensão V̇a pode se alterar de acordo com o acoplamento magnético entre
as fases.
22
fases b e c.
com a terra. Na Figura 2.12 está exemplicada uma falta bifásica aterrada entre as
Nesse sentido, as tensões V̇b e V̇c tem valores nulos por conta da conexão com o
terra e a corrente I˙a também é nula visto que a fase a se encontra aberta.
dâncias entre fases b e c e também entre as duas e a terra. Por m, dependendo do
23
2.2.2 Linha aérea
Linhas aéreas ou subterrâneas apresentam parâmetros em série e em derivação. Re-
Esses parâmetros podem ser obtidos por quilômetro em uma linha, assim sendo,
para cada cabo, correspondente a cada fase, tais parâmetros são encontrados. Para
o cálculo desses fatores em uma linha aérea são levados em consideração a geometria
Por conseguinte, graças a esses fatores, as impedâncias por fase de uma linha
são diferentes, mas através do método de transposição ao longo de uma linha esse
Dessa forma, feita uma transposição ideal, as impedâncias por fase são Za , Zb e
Zc e as impedâncias mútuas são Zab , Zbc e Zac . Assim, é possível assumir que uma
Portanto, uma linha pode ser modelada como impedâncias entre tensões, da
mesma maneira como foi visto anteriormente para o caso simplicado de geradores.
tos das faltas em uma linha. Assim sendo, encontrada essa modelagem simplicada,
fora dela os valores das impedâncias mútuas. A solução do circuito da Figura 2.14
24
é V̇abc = Zabc I˙abc e pode ser visto na Equação 2.3.
I˙a
V̇a − V̇a0 Za Zab Zac
V̇b − V̇b0 = Zab Zb Zbc I˙b (2.3)
dutâncias para cada fase. No entanto, nesse trabalho as linhas são modeladas com
menos de 100 km e, por isso, como curtas. Então, a queda de tensão devido as
Para distúrbios que causam desequilíbrios no sistema, por exemplo a falta mono-
fásica, usa-se a divisão das impedâncias em três redes de sequência e assim simplica-
se a análise.
separadas em sequência positiva, negativa e zero [13]. Na Equação 2.5 está a matriz
Z0 0 0
[Z012 ] = [T ]−1 [Zabc ] [T ] , Z012 = 0 Z1 0 (2.4)
0 0 Z2
1 1 1 1 1 1
1
T = 1 α2 α , T −1 = 1 α α2 , α = 1∠120◦ (2.5)
3
1 α α2 1 α2 α
Desse modo, usando essa transformação para divisão em redes de sequência, é
possível encontrar tensões por fase algum tempo após a ocorrência da falta. Com
25
Abaixo estão as formulações para os cálculos das tensões de fase a, b e c, divididas
entre faltas monofásica, bifásica e bifásica aterrada. Atenta-se ao fato de que a tensão
• Falta monofásica
3Zat
V̇a = V̇ (2.6)
2Z1 + Z0 + 3Zat
√ V̇
◦ ◦
√
V̇b = α2 3 Z0 ∠ − 30 + Z1 ∠30 + 3Zat (2.7)
2Z1 + Z0 + 3Zat
√ V̇ √
V̇c = α 3 Z0 ∠30◦ + Z1 ∠ − 30◦ + 3Zat (2.8)
2Z1 + Z0 + 3Zat
• Falta bifásica
2Z2 V̇
V̇a = (2.9)
Z1 + Z2
Z2 V̇
V̇b = V̇c = − (2.10)
Z1 + Z2
3 (Z0 + 2Zat )
V̇a = V̇ (2.11)
Z1 + 2 (Z0 + 3Zat )
3Zat
V̇b = V̇c = − V̇ (2.12)
Z1 + 2 (Z0 + 3Zat )
26
Capítulo 3
Simulações e Discussão
permanente de uma rede elétrica de distribuição precisa estar de acordo com as nor-
matizações criadas pela ANEEL. Logo, as redes modeladas nas simulações seguem
3.1 Metodologia
para a carga.
27
Permite medir a tensão e a corrente instantânea e está representado como
3. PowerGui
Necessário para que os demais blocos da biblioteca SimPowerSystems funcio-
5. Scope
O scope faz a mesma função que um osciloscópio em uma bancada de labora-
Funciona como uma chave ideal, é usado para manobrar o sistema elétrico e
linha curta.
Na Figura 3.1a, por exemplo, observa-se que é possível indicar a tensão fase-fase,
A Figura 3.1c mostra as opções de solução do sistema, também é o bloco que torna
trifásico e o segundo, quando recebe o mesmo sinal, faz a conversão para valor
28
ecaz. Por m, as congurações do bloco scope são feitas no próprio gráco, no
durante a explicação das simulações. As linhas que servem para conexão entre os
blocos, por exemplo, da carga até o fornecimento de energia elétrica, são ideais e
29
3.2 Simulações
sai de uma subestação de distribuição. Uma rede do tipo atende consumidores pri-
Dessa forma, os valores padronizados de tensão de linha em RMS para uma rede
primária estão entre 34,5 kV até 13,8 kV e entre 380 V e 220 V para uma rede
Geralmente uma linha do tipo é radial e usa condutor de seção 336,4 MCM, o
essa potência ainda é limitada a 8 MVA devido a conexão entre linhas para eventuais
contingências [13].
distribuição primária com 3 km modelada como linha curta, a qual sai de uma
Equação 3.1 está a matriz de impedância da linha, encontrada na Equação 2.3, após
0, 285058 + i0, 667886 0, 067696 + i0, 278476 0, 067696 + i0, 278476
Z = 0, 067696 + i0, 278476 0, 285058 + i0, 667886 0, 067696 + i0, 278476 Ω/km
Essa rede é radial, alimenta uma carga equivalente de 6 MVA e fator de potência
distribuição.
em regime permanente.
trifásica mútua e 3.2b os parâmetros da carga. Destaca-se que o bloco fonte repre-
30
senta uma subestação de 13,8 kV e o bloco medidor trifásico de tensão mede tensão
fase-terra.
3.4.
longo do tempo e as mesmas tensões em RMS, relacionadas pela Equação 3.2 [14].
Ressalta-se as medições fase-terra em RMS são convertidas para pu, durante a dis-
31
cussão do trabalho, para assim facilitar a comparação com a teoria do Capítulo 2.
Dessa forma, como a tensão fase-fase é 13,8 kV a tensão base fase-terra utilizada é
7,97 kV.
10,90 kV de tensão de pico para as três fases e na Figura 3.4b estão as mesmas
#104
0.5
Tensão(V)
-0.5
Va
-1 Vb
Vc
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Tempo(s)
8000
7000
6000
Tensão(V)
5000
4000
3000
2000
1000 Va
0 Vb
Vc
32
3.2.2 Faltas
Usando-se o sistema anterior como base para aplicar diversos distúrbios, faz-se a
A Figura 3.5 mostra o circuito com o acréscimo do bloco de faltas. Esse bloco
mento.
O bloco de faltas está com estado inicial zero, o que informa que o curto não
resistências por fase e somente uma resistência de terra muito baixa e igual a 1 µΩ,
caracterizando um curto franco. Podem-se observar essas congurações na Figura
3.6.
Nas congurações do bloco de falta é informado o tempo que a falta irá acontecer.
Considera-se um tempo padrão de 0,1 segundo para o início e 0,2 segundo para o
como momentâneas.
33
Figura 3.6: Congurações do bloco de falta.
Falta trifásica
O primeiro caso a ser discutido é a falta trifásica no barramento em destaque e
acontece entre 0,1 e 0,2 segundos. Na Figura 3.7 está o comportamento desse evento.
É possível observar uma queda abrupta das três tensões de fase, isso acontece
falta em 0,2 segundos se percebe a volta rápida para o valor de regime permanente,
uma interrupção momentânea nas três fases. Destaca-se que os testes mostraram
34
4
#10
1.5
Tensão(V) 0.5
-0.5
Va
-1
Vb
-1.5 Vc
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Tempo(s)
8000
6000
Tensão(V)
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
das impedâncias. Dessa vez as tensões das três fases caíram, em RMS, para 3,85 kV
e, por isso, para 0,48 pu, o que muda a classicação para afundamento instantâneo
de tensão.
Assim sendo, dependendo do valor de resistência que venha existir, entre o ponto
35
4
#10
1.5
Tensão(V) 0.5
-0.5
-1 Va
Vb
-1.5 Vc
8000
6000
Tensão(V)
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
trifásica sem acréscimo de resistência nas fases, as impedância mútuas foram au-
36
Falta monofásica
Esse tipo de falta apresenta desbalanceamento entre as fases. Para exemplicar, a
4
#10
1.5
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1 Va
Vb
-1.5 Vc
10000
8000
Tensão(V)
6000
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
um curto franco. Durante o tempo de distúrbio, entre 0,1 e 0,2 segundos, foram
37
elevações instantâneas de tensão.
4
#10
1.5
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1 Va
Vb
-1.5 Vc
10000
8000
Tensão(V)
6000
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
Figura 3.10: Tensões fase-terra durante falta monofásica com resistência de terra.
equivalente a 0,36 pu, 1,21 pu e 1,02 pu, respectivamente. Percebe-se que a tensão
Nesse sentido, com o aumento da resistência da terra, foi possível notar a tendên-
cia de retorno das tensões das três fases para o valor de tensão do ponto de conexão
38
da carga.
três tensões não se alteraram. O que muda é a classicação quanto ao tempo, entre
60 segundos.
falta monofásica.
4
#10
2
1.5
1
Tensão(V)
0.5
-0.5
-1
Va
-1.5 Vb
-2 Vc
14000
12000
10000
Tensão(V)
8000
6000
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
Figura 3.11: Tensões fase-terra durante falta monofásica com aumento de impedân-
cia mútua.
39
A tensão na fase a permaneceu nula e surgiram elevações ainda maiores para as
tensões nas outras duas fases. Quando houve aumento de resistência do terra o
Por m, o aumento das impedâncias mútuas e, por isso, seu acoplamento magnético,
Falta bifásica
Para haver uma falta bifásica duas fases precisam entram em contato. Nesse sen-
0,97 pu. Nesse caso, portanto, foi possível perceber o afundamento de tensão nas
fases b e c.
Dessa forma, o distúrbio somente causou VTCD do tipo afundamento instantâ-
Para testar o efeito de uma resistência entre fases durante a falta, foi adicionada
uma resistência de 1 Ω, por exemplo, entre as fases sob defeito. A Figura 3.13 mostra
4
#10
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1 Va
Vb
-1.5 Vc
40
8000
7000
6000
Tensão(V) 5000
4000
3000
2000
1000 Va
0 Vb
Vc
kV, equivalente a 0,97 pu, 0,69 pu e 0,36 pu, respectivamente. Nesse sentido, com
Por m, com a resistência entre fases nula e aumentando a impedância mútua
entre as fases em três vezes, tem-se o resultado da Figura 3.14. Pode-se observar
que não foi notada mudança considerável nas três fases do sistema, comprando-se a
falta da Figura 3.12, visto que as tensões medidas em RMS foram Va = 7,84 kV e
Vb = Vc = 3,92 kV.
4
#10
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1 Va
Vb
Vc
-1.5
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Tempo(s)
41
8000
7000
6000
Tensão(V) 5000
4000
3000
2000
1000 Va
0 Vb
Vc
Figura 3.13: Tensões fase-terra durante falta bifásica com resistência entre fases.
nas fases sob falta. O aumento das impedâncias mútuas entre as fases também
não causou alteração considerável, na fase a a tensão teve pequena elevação e nas
4
#10
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1
Va
Vb
-1.5 Vc
42
8000
7000
6000
Tensão(V) 5000
4000
3000
2000
1000 Va
0 Vb
Vc
Figura 3.14: Tensões fase-terra durante falta bifásica com aumento de impedância
mútua.
fases entrarem em contato também há ligação com a terra. A Figura 3.15 mostra o
4
#10
1.5
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1 Va
Vb
-1.5 Vc
43
10000
8000
Tensão(V) 6000
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
cação quanto o tempo até ser categorizada como temporária. Isto posto, simulou-se
4
#10
1.5
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1 Va
Vb
-1.5 Vc
44
10000
8000
Tensão(V) 6000
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
Figura 3.16: Tensões fase-terra durante falta bifásica aterrada com resistência entre
fases.
traram Va = 8,98 kV, Vb = Vc = 1,88 kV, por isso, 1,13 pu e 0,24 pu, como mostra
a Figura 3.17.
sem resistência de terra e as tensões Vb e Vc , não são mais interrompidas e, por isso,
4
#10
1.5
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1 Va
Vb
-1.5 Vc
45
10000
8000
6000
Tensão(V)
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
Figura 3.17: Tensões fase-terra e falta bifásica aterrada com impedância de terra.
Por último, com a impedância de terra novamente igual 1 µΩ, analisa-se a in-
uência das impedâncias mútuas no sistema e para tanto, mais uma vez, aumenta-se
Na Figura 3.18 está o resultado do distúrbio, Va = 11, 21 kV, 1,41 pu, e as tensões
em b e c nulas. Assim, o comportamento se manteve, comparando-se a falta com
resistência de terra muito baixa, igual a 1 µΩ, contudo, houve um aumento superior
de tensão na fase a.
4
#10
1.5
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1
Va
-1.5 Vb
Vc
-2
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Tempo(s)
46
12000
10000
8000
Tensão(V)
6000
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
Figura 3.18: Tensões fase-terra e falta bifásica aterrada com aumento de impedância
mútua.
aproximado e também considera o sistema em aberto, por isso, para a fase a como
visto no Capítulo 2, Seção 2.2.2, a tensão fase-terra durante a falta é 7,97 ∠0◦ kV.
A Tabela 3.1 mostra as tensões, em RMS, calculadas e simuladas para cada tipo
de falta. Para o cálculo da falta monofásica foram usadas as Equações 2.6, 2.7 e
2.8, para a bifásica as Equações 2.9 e 2.10 e, por último, para a bifásica aterrada as
Com esses resultados é possível achar o erro entre os valores de tensões calculadas
47
Tabela 3.1: Tensões fase-terra em RMS, calculadas e simuladas.
Calculadas Simuladas
Falta Va [kV] Vb [kV] Vc [kV] Va [kV] Vb [kV] Vc [kV]
Monofásica 0 10,26 9,54 0 9,71 9,23
Bifásica 7,97 3,98 3,98 7,71 3,85 3,85
Bifásica aterrada 10,22 0 0 9,80 0 0
Erro [%]
Falta Va Vb Vc
Monofásica 0 5,66 3,36
Bifásica 3,37 3,38 3,38
Bifásica aterrada 4,28 0 0
apareceram nos valores calculados, por exemplo, as tensões calculadas para a falta
elas a tensão de 13,8 kV. Nesse sentido, faz-se a análise da partida de um motor de
Atenta-se ao fato que motores com tal tensão são menos comuns e a partida
direta de um motor de grande porte deve ser evitada. Por isso, grandes motores
da máquina [14]. Assim sendo, devido a essas altas correntes, o afundamento das
O disjuntor funciona como uma chave ideal que é ligada em 0,1 segundo.
são da Marathon, com 13,8 kV, 1,6 MW [15] e operam a vazio. Portanto, em 0,1
48
segundo foram ligados através do disjuntor os dois motores e na Figura 3.21 estão
fase-terra, no ponto de conexão, caem para 6,85 kV, que são 0,86 pu.
instante 0,25 segundo as três tensões de fase são, em RMS, 7,56 kV, ou seja, 0,95
49
A partir desse momento as tensões continuam com leve tendência de subida, até
4
#10
0.5
Tensão(V)
-0.5
Va
-1 Vb
Vc
8000
7000
6000
5000
Tensão(V)
4000
3000
2000
1000 Va
0 Vb
Vc
Em resumo, motores com tensão de 13,8 kV não são tão comuns mas o mesmo
efeito simulado pode ser observado para classes de tensões menores, por exemplo,
600 V, 480 V, 360 V, dentre outras, após o rebaixamento das tensões na distribuição
secundária.
50
3.2.4 Entrada não programada de banco de capacitores
Os próprios sistemas de distribuição são capazes de consumir grande quantidade
de reativo por causa das indutâncias dos cabos. Para compensar essas perdas po-
subestações.
reativo pela indústria para respeitar o fator de potência mínimo de 0,92, no ponto
de consumo de energia.
forma errada que, por exemplo, deveria entrar em funcionamento junto com uma
51
4
#10
1.5
Tensão(V) 0.5
-0.5
-1
-1.5 Va
Vb
-2 Vc
10000
8000
Tensão(V)
6000
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
diferença é que para o caso simulado há uma tensão mais elevada e grande carga
capacitiva injetada. Sendo assim, após 0,15 segundos as tensões chegam ao valor de
regime.
de fase chegaram à 9,29 kV, 1,17 pu, em regime. Foi caracterizada como elevação
52
do defeito, 25 milissegundos para voltar ao valor anterior.
Quando simulada a conexão dos capacitores entre 0,1 e 0,125 segundos, com
4
#10
1.5
0.5
Tensão(V)
-0.5
-1
-1.5 Va
Vb
-2 Vc
10000
8000
Tensão(V)
6000
4000
2000
Va
0 Vb
Vc
Nesse sentido, com esse tempo, entre 6 e 7,5 ciclos, as tensões não entram em
Vb = 10, 63 kV, Vc = 10, 32 kV, assim, 1,23 pu, 1,33 pu e 1,29 pu.
53
Capítulo 4
Conclusão e trabalhos futuros
estudos sobre qualidade de energia, os dados numéricos de VTCD não são de fácil
acesso.
Além disso, nesse trabalho foram criados casos com o objetivo de atender às ne-
deram ao esperado.
Para justicar que os modelos funcionaram de acordo, por exemplo, foi possível
notar que:
na Figura 2.2;
54
• Durante o carregamento do banco de capacitores, além da elevação de tensão
[16] e [17].
túrbios nos casos das faltas monofásica e bifásica aterrada e com essa alteração o
afundamento. Além disso, foi visto que o aumento das impedâncias mútuas têm
balho no sensor de tensão óptico em desenvolvimento no LIF [5], [6], [7], [8]. As
simulações criadas são casos pontuais de defeitos, os quais são notados pelo sensor.
desenvolvimento, também propõe-se para o futuro, a criação dos mesmos casos si-
mulados mas em grande escala e de forma randômica, para assim, além da medição
das tensões também ser possível mensurar outros indicadores de QEE que precisam
55
Referências Bibliográcas
Education, 1994.
http://epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/
anuario-estatistico-de-energia-eletrica-interativo. Acessado
em: 04 de novembro, 2019.
Brasil, 2015.
56
[9] GONÇALVES, M. N. Transformador de potencial óptico termicamente com-
de doutorado, 2019.
[10] IEEE. IEEE Recommended Practice for Monitoring Electric Power Quality,
AMGH, 2013.
19 de fevereiro, 2020.
[16] PAULILLO, G., TEIXEIRA, M. D., BACCA, I., et al. Variações de Tensão de
curta duração. O setor elétrico, ed. 88, pp. 3647, 2013.
57