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LINHAS DE TRANSMISSÃO
título de Engenheiro.
Junior
Lima
Rio de Janeiro
Agosto de 2018
ANÁLISE DE TRANSITÓRIOS ELETROMAGNÉTICOS DE MANOBRA EM
LINHAS DE TRANSMISSÃO
ENGENHEIRO ELETRICISTA.
Examinado por:
AGOSTO DE 2018
Santos Dias de Carvalho, Paulo Fernando
2018.
Título.
iii
À ciência e à engenharia
duros reveses
iv
Agradecimentos
Aos meus orientadores, Dourival Carvalho e Antonio Carlos Siqueira, e à banca exa-
Àqueles que não me orientaram no papel mas muito me ajudaram na prática: João
Aos amigos de turma (Ziriguidum) e da faculdade, que foram presentes nestes últi-
À Empresa de Pesquisa Energética por tudo e às pessoas que lá conheci que contri-
A Bárbara Holanda.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como
LINHAS DE TRANSMISSÃO
Agosto/2018
O presente trabalho tem por objetivo apresentar como são feitos os estudos de
têm como insumo os resultados dos estudos de regime permanente (dados de uxo
de potência e curto circuito) e devem ser feitos utilizando-se uma ferramenta es-
pecíca para este estudo, neste caso o programa Alternative Transients Program
medidas mitigatórias de sobretensão. Por m, este trabalho apresenta ainda uma
eletromagnéticos das linhas de níveis de tensão 230 e 345 kV planejadas entre 2006
e 2016 no país. Com tal pesquisa, será possível avaliar a coerência dos resultados
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulllment
August/2018
This work aims to show how switching electromagnetic transients studies are
lines in the electrical planning phase. These studies have as ressources the results
from steady state analysis (data from load ow and shortcircuit study) and must
be done with an apropriate tool, in this case the Alternative Transients Program
(ATP). Through a case study, it will be possible to analyze the correlation between
the results of these studies and the length of the transmission line and the use of
mitigating measures of overvoltage. Finally, this work also presents a research de-
lines planned between 2006 and 2016 in the country. With that research, it will
be possible to evaluate if the values found in the simulations were similar to those
vii
Sumário
Lista de Figuras x
Lista de Tabelas xvi
1 Introdução 1
1.1 Considerações iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4 Estudo de caso 28
4.1 Ferramenta utilizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.3 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.3.1 Energização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
viii
4.3.3 Rejeição de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
eletromagnéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.5 Critérios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.6.1 Energização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
ix
Lista de Figuras
transversais e longitudinais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
um determinado caso.[2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
[6]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Constants. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
estudo estatístico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
mento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
x
4.8 Sobretensões mais elevadas encontradas na energização da linha Três
linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
xi
4.27 Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da
4.44 Abertura dos três pólos do disjuntor quando a corrente de cada fase
xii
4.46 Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
manobra de energização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
nobra de energização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.63 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
de energização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
xiii
4.65 Sobretensões encontradas ao logno das linhas de 345 kV para a ma-
4.66 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
de energização com a utilização de resistores de pré-inserção. . . . . . 83
manobra de energização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
nobra de energização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.69 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
de energização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.72 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
de energização com a utilização de resistores de pré-inserção. . . . . . 87
4.75 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
de religamento tripolar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
pré-inserção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
inserção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.78 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
de religamento tripolar com a utilização de resistores de pré-inserção. 90
4.81 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
de religamento tripolar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
pré-inserção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
xiv
4.83 Sobretensões encontradas ao longo das linhas de 230 kV para a mano-
bra de religamento tripolar com a utilização de resistores e pré-inserção. 93
4.84 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
de religamento tripolar com a utilização de resistores de pré-inserção. 94
rejeição de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
4.86 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
de rejeição de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
rejeição de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
4.88 Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
de rejeição de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
xv
Lista de Tabelas
xvi
4.16 Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
xvii
4.34 Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
rapora 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
xviii
A.8 Dados de equivalentes mútuos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
xix
Capítulo 1
Introdução
elementos como transformadores, reatores, etc. Por isso, o estudo dos transitórios
sistema.
sitórias com duração maior que o caso anterior, da ordem de alguns períodos
de onda.
1
por um tempo relativamente longo, da ordem de centenas de milissegundos, e
tudo dos transitórios se concentra sobre os transitórios de manobra, que serão o foco
fechamento dos pólos dos disjuntores e a delidade da modelagem da rede. Por esse
pode ocorrer numa linha. Por isso, são feitas simulações estatísticas que determi-
nam os valores máximos de sobretensão, tal que a chance de ocorrer uma sobretensão
maior que esse valor é muito pequena. As ferramentas comumente utilizadas nessas
1.2 Objetivos
por tais estudos, a modelagem da rede e como ela pode afetar os resultados, os
tro objetivo deste trabalho é avaliar a sensibilidade dos resultados de tais estudos
2
em relação ao comprimento das linhas de transmissão e à utilização medidas miti-
poder-se-á observar quais os efeitos que estas duas variáveis têm sobre os resultados
destes estudos.
Outra atividade a que este trabalho se propõe é a análise dos relatórios de tran-
sitórios de manobra em linhas aéreas de nível de tensão 230 e 345 kV elaborados nos
últimos anos na fase de planejamento por empresas transmissoras ou pelo órgão pla-
isso, busca-se identicar padrões para os valores tipicamente encontrados nestes es-
1.3 Motivação
ações para que isso seja possível. Além disso, ele prevê a quantidade de colunas
de para-raios de Óxido de Zinco que devem ser utilizadas nos terminais das linhas
de uma nova linha a ser integrada à Rede Básica começa com a identicação de
uma nova necessidade do sistema como atender uma região em crescimento, escoar
R1) para atender a esta nova demanda. No relatório R1, são propostas várias solu-
descartada. Neste relatório, é levada a cabo então uma comparação, tanto da ponto
3
referência. Tendo escolhido a alternativa de referência, alguns estudos de detalha-
mento são realizados, nos quais são denidos, dentre outros, os seguintes aspectos:
destas.
divulgados juntos semestralmente, sendo que o PET abrange os seis anos seguintes
de Minas e Energia a empresas transmissoras, que por sua vez podem terceirizar
res da linha e a torre típica da rede da região, são analisados vários condutores
que podem ser utilizados na linha. São calculados então para cada condu-
o menor custo global é o escolhido, desde que ele apresente também um bom
4
• Análise do gradiente crítico visual: é analisado o campo elétrico supercial
para a conguração de feixe adotada. Esse valor não pode estar próximo de
religamento monopolar.
indígenas, etc.
Caracterização da Rede Existente (Relatório R4). Nele devem ser descritos elemen-
R1, produzindo uma revisão deste relatório e dos documentos PET/PELP. Então,
concessão do empreendimento.
estudos durante a fase de Projeto Básico e Projeto Executivo. A gura 1.2 apresenta
5
Figura 1.2: Fluxograma dos estudos de planejamento de uma linha de transmissão.
6
de 2006 e 2016, comparando os valores historicamente encontrados com os
trabalho.
7
Capítulo 2
Propagação de ondas
eletromagnéticas em Linhas de
Transmissão
entre carga e fonte são sucientemente grandes, de modo que o tempo de propagação
transitórios eletromagnéticos.
não há atraso no tempo de propagação da onda causado por estes elementos. Po-
rém, para linhas de transmissão, é necessário tratar seus parâmetros como elementos
do solo e do condutor utilizado; por este motivo, linhas com estas mesmas carac-
mesmo comprimento.
8
2.2 Equação da onda de tensão em uma Linha de
Transmissão
Uma linha de transmissão pode ser pensada como uma innidade de trechos de
série. Longitudinalmente, cada um desses trechos possui uma resistência e uma rea-
à linha, isto é, ligando o trecho da linha à terra, podemos modelar uma resistência
tência dos isoladores, e uma capacitância em paralelo com esta, que corresponde ao
campo elétrico que se estabelece no ar entre a linha e a terra. Vale lembrar que aqui
Figura 2.1: Trecho innitesimal de uma linha de transmissão com seus parâmetros
transversais e longitudinais.
Podemos aplicar a lei de Kirscho das tensões na malha mais externa deste
circuito, de maneira que a tensão de entrada é igual à tensão de saída mais a queda
trecho é a soma da corrente que entra no trecho com a corrente injetada pelos
elementos transversais. Esta corrente injetada também pode ser calculada através
1 1 ∂I 1 ∂I ∂∆I 1
V = RI∆z + L ∆z + L + ∆z + R(I +∆I)∆z +(V +∆V ) (2.1)
2 2 ∂t 2 ∂t ∂t 2
∆V ∂ ∆V
− ∆I = G∆z V + + C∆z V + (2.2)
2 ∂t 2
A partir das duas últimas equações, considerando que o termo ∆z tende a zero
9
ou a um valor desprezível, é possível obter as equações 2.3 e 2.4[4].
∂V ∂I
= − RI + L (2.3)
∂z ∂t
∂I ∂V
= − GV + C (2.4)
∂z ∂t
Fazendo as devidas manipulações matemáticas nas equações mostradas até aqui,
∂ 2V ∂ 2V ∂V
2
= LC 2
+ (LG + RC) + RGV (2.5)
∂z ∂t ∂t
eletromagnetismo, evidentemente.
∂ 2V ∂ 2V
= LC (2.6)
∂z 2 ∂t2
respondente a uma onda que se propaga no sentido positivo do eixo z, e uma que
raciocínio inverso para a onda regressiva. A equação 2.7 mostra estas duas soluções
z z
V (z, t) = f1 t− + f2 t + = V + (z, t) + V − (z, t) (2.7)
υ υ
A solução para esta equação é dada pela fórmula 2.8, onde os parâmetros ω, α e β
+
serão denidos no item a seguir e os termos V0 e V0− são as amplitudes das ondas
progressiva e regressiva, respectivamente.
V (z, t) = V0+ e−αz cos(ωt − βz) + V0− eαz cos(ωt + βz) (2.8)
10
2.3 Conceitos Básicos
z
Se analisarmos a última equação, veremos que os termos t e
υ
devem naturalmente
ter a mesma unidade. Isso signica que o termo υ deve ter a dimensão de velocidade
m
( ). Podemos então denir a velocidade da propagação da onda eletromagnética
s
em uma linha de transmissão através da equação 2.9. A velocidade da onda é da
linha de transmissão γ. Essa grandeza pode ser composta por uma parte real α, cha-
mada de constante de atenuação, e uma parte imaginária β, chamada de constante
p
γ = α + jβ = (R + jω L)(G + jω C) (2.10)
Observe que, caso a linha seja ideal, o termo α não existe. Isso ocorre pois este
Observe que na equação 2.8, ele é responsável por diminuir a amplitude da onda, à
medida que esta trafega ao longo do eixo z. Já o termo β está ligado à frequência
da onda. Quando a linha não possui perdas, temos que a constante de propagação
√ ω
γ = jβ = jω LC = j (2.11)
υ
A constante β também pode ser reescrita de outra forma, como na equação 2.12.
2π
β= (2.12)
λ
rística, denida pela equação 2.13 para linhas não-ideais. Para linhas ideais, isto é,
s
R + jω L
Z0 = (2.13)
G + jω C
r
L
Z0 = (2.14)
C
Com a impedância característica, podemos denir a potência característica de
uma linha como sendo a potência dissipada por uma carga de valor igual à impedân-
11
cia característica. Em linhas ideais, ela é igual ao SIL ("Surge Impedance Loading"),
dado pela equação 2.15. Este conceito também nos fornece o valor da potência trans-
mitida pela linha na situação em que ela não consome ou fornece potência reativa ao
resto do sistema. Para uma carga leve, a corrente nos indutores é baixa, e, portanto,
potência reativa em excesso, fazendo com que a linha demande potência reativa do
U02
P0 = , (2.15)
Z0
2.14.
nente
Quando uma onda de tensão atravessa uma linha de transmissão e chega a uma
extremidade onde há uma carga, parte do valor da amplitude dessa onda corresponde
a uma queda de tensão sobre a carga e parte dela é reetida e volta como uma onda
ZL − Z0
Γ= (2.16)
ZL + Z0
Note que, caso a carga possua o mesmo valor que a impedância característica da
linha, o coefeciente de reexão é zero, o que signica que não há reexão da onda
após esta incidir sobre a carga. A este fenômneo damos o nome de casamento de
real, mas complexo, o que signica que a onda reetida estará defasada da onda
incidente.
O coeciente de reexão na junção entre elas é dado pela equação 2.17. Caso as
duas linhas sejam iguais, o coeciente de reexão é zero, de onde concluímos que
12
ela se encontra com uma carga ou uma outra linha.
Z02 − Z01
Γ= (2.17)
Z02 + Z01
uma linha de transmissão conectada a uma fonte de tensão contínua ideal de valor
120 V que alimenta uma carga de valor 90 Ω. Suponhamos ainda que a impedância
90 − 30 1
ΓL = = (2.18)
90 + 30 2
O coeciente de reexão de onda na fonte é dado pela equação 2.19. Como a fonte
0 − 30
ΓS = = −1 (2.19)
0 + 30
Chegando a esta no instante ζ , uma parte dessa onda é reetida e a onda reetida
tem amplitude 120 × ΓL = 60 V. Portanto, a partir deste instante, a tensão neste
ponto é de 120+60 = 180 V. Esta onda viaja até a fonte, onde é totalmente reetida
e tem sua amplitude multiplicada por ΓS = −1. Esta onda de amplitude −60 V
viaja até a carga onde é reetida, gerando uma onda regressiva de valor −30 V.
Portanto, a partir deste instante, a tensão na carga, que era 180 V, passa a ser
gráco que mostra como se comporta esta grandeza. Percebe-se, que, no innito, a
13
Figura 2.2: Gráco da tensão na carga em função do tempo.
linha para qualquer instante de tempo. Este valor é obtido através da soma dos
14
Figura 2.3: Diagrama de treliça para o exemplo dado.
longo da linha e nos terminais quando esta passa por uma manobra de energização
15
Capítulo 3
Estudos de transitórios
eletromagnéticos de manobras em
linhas de transmissão
• Energização.
• Religamento tripolar.
• Rejeição de carga.
melhantes, com a diferença de que, no caso deste último, a linha, ao ser religada,
apresenta ainda uma carga residual, o que pode acarretar em níveis maiores de so-
bretensão. Por esse motivo, frequentemente, esses dois fenômenos são estudados em
conjunto.
Como já foi citado anteriormente, as sobretensões transitórias podem ter três princi-
pais origens. Cada uma pode apresentar valores de diferentes magnitudes e perma-
• Os surtos atmosféricos.
16
• Os surtos de manobra ou de chaveamento.
• As sobretensões temporárias.
chaveamento.
de "bypass" entre o condutor e a terra, de maneira que este evento não danique
dos para-raios é do tipo de Óxido de Zinco (ZnO). Ele consiste numa resistência
não-linear que varia com a tensão. Quando a linha opera em sua tensão nominal, a
corrente que ui por esse equipamento é insignicante e, portanto, ele dissipa muito
nuída fazendo com que passe uma corrente por esse equipamento e ele dissipe uma
lhido em função da classe de tensão da linha em que ele atua, e por uma taxa de
é calculada pelo produto entre esta tensão nominal e sua taxa de absorção. Por um
prevejam que o para-raios deve absorver um valor superior à sua capacidade, devem
17
Figura 3.1: Exemplos de para-raios típicos.
não podendo ultrapassar certos valores limites. Um gráco VxI típico para um
18
abaixo de Vref , a corrente que ui através do para-raios é muito pequena. Porém,
quando a tensão ultrapassa este limite, uma corrente alta atravessa o equipamento
durante um período curto de tempo, até que a tensão volte para níveis moderados.
nítido na energia absorvida pelo para-raios ao longo do tempo. Esse degrau ocorre
por causa da corrente alta nos primeiros instantes após o transitório. Após esse
período, a corrente volta a ter um valor baixo e a energia absorvida pelo para-raios
q
V
i=p (3.1)
Vref
A energização consiste no fechamento dos três pólos do disjuntor para que a linha
que o sistema ainda não entrou em regime permanente após a abertura. O tempo
morto costuma ser de 500 ms. Em geral, esta abertura pode ocorrer devido a uma
a linha está em operação, quando ocorre uma falta. A proteção comanda então sua
19
Figura 3.4: Manobra de religamento tripolar.
No caso de não ter havido uma falta ou esta ter sido extinta durante esse pe-
ríodo de tempo, diz-se que trata-se de um religamento com sucesso. Caso a falta
manobras:
apresenta sobretensões menores que o período transitório, mas com uma forma
menos constante. A tensão passa a ser periódica, mas ainda podem haver
Alguns dos fatores que podem inuenciar o nível das sobretensões nestas mano-
bras são:
20
são máxima operativa em regime permanente, que pode ser 1, 05 ou 1, 1pu,
dependendo do nível de tensão. Naturalmente, quanto maior a tensão de pré-
no mesmo instante.
Este fator é que faz com que, em geral, as sobretensões no religamento sejam
a linha pode estar sujeita e a energia que o para-raios de óxido de zinco pode ter
que absorver. O valor de sobretensão é importante pois deve-se ter certeza que
Além disso, com o valor da energia dissipada no para-raio, sabe-se se uma coluna de
para-raios será capaz de absorver toda essa energia ou se será preciso utilizar mais
21
Em geral, esperam-se valores de sobretensão maiores ao longo da linha que nos ter-
minais e, uma vez que nos terminais encontram-se elementos como transformadores,
tor. Esses instantes são modelados como uma função probabilística gaussiana. Por
esse motivo, essas simulações são realizadas de maneira estatística, isto é, a manobra
é simulada uma grande quantidade de vezes (da ordem de cem vezes) e, em cada
pela função probabilística gaussiana, cuja média e desvio padrão são pré-denidas
pelo usuário. Além disso, é usual que se faça o chamado truncamento desta função
probabilística. Uma variável gaussiana pode assumir qualquer valor entre mais in-
nito e menos innito, porém sabe-se que a chance de ela assumir um valor dentro
de uma faixa de quatro vezes o valor do desvio padrão é de 95%. Portanto, quando
pólos podem assumir somente valores dentro deste. Em teoria, sabe-se que valores
muito altos de sobretensão podem ser alcançados em cenários que, por sua vez, são
muito improváveis. Não é viável que se projete o isolamento com base em valores
que são tão improváveis, daí trabalha-se com uma margem de segurança de em torno
de 95% a 99%. A gura 3.5 apresenta este dilema entre valores de sobretensão que
podem ser alcançados e a probabilidade de ocorrência. Com base nela, vemos que
22
Figura 3.5: Relação entre nível de sobretensão e probabilidade de ocorrência para
um determinado caso.[2]
A rejeição de carga consiste na abertura das três fases em um dos terminais da linha,
terminal manobrado permanece aberto e este tende a ter maiores sobretensões que
23
como transformadores e reatores. Além disso, também são monitorados os valores de
geral não são mais preocupantes que aquelas decorrentes das manobras de energiza-
ção e religamento pois atingem níveis menores que nestas manobras. As sobretensões
sustentadas, por sua vez, são superiores que as remanescentes das manobras de reli-
estudos devem considerar o caso em que há o maior uxo na linha. Assim como as
outras manobras, estes estudos costumam ser realizados para várias congurações de
tempo.
que a sobretensão que ocorreria caso o resistor de pré-inserção não fosse utilizado.
Z0
Neste instante, há uma onda viajante na linha de amplitude Eg R+Z 0
, onde Eg é a
24
R
Eg R+Z0
é enviada através da linha. A gura 3.8 mostra que valores de resistência
que teríamos para um determinado valor mediano. Analisando os valores das duas
terística da linha, representada pelo cruzamento das duas curvas desta gura. Um
[6].
Para que a utilização do resistor seja efetiva, é preciso que o tempo de inserção
seja superior ao dobro do tempo que a onda de tensão leva para chegar de uma
extremidade à outra da linha [5]. Isto é, ele não pode ser curto-circuitado antes
que a onda reetida no terminal em aberto retorne ao terminal que está sendo
25
e a tensão no terminal em aberto para três casos: sem o curto-circuito do resistor,
do tempo mínimo. Porém, caso ele seja curto-circuitado após esse tempo mínimo,
Figura 3.9: Diagrama de treliça e tensão no terminal em aberto para vários tempos
de inserção do resistor[5].
prática para reduzir as sobretensões de manobra, há outras medidas que podem ser
26
• Controle do instante de fechamento dos pólos do disjuntor. As fases podem
Neste trabalho, optou-se por utilizar apenas resistores de pré-inserção como me-
27
Capítulo 4
Estudo de caso
Noroeste de Minas Gerais" realizado pela EPE no ano de 2017[7]. As linhas a serem
tipo CAA (cabo de alumínio com alma de aço) de 1113 MCM, "Bluejay" por
fase.
maiores problemas por ambos os terminais. Uma vez que o presente trabalho tem
As ferramentas mais utilizadas para este tipo de estudo são programas do tipo
desenvolvida pelo Manitoba HVDC Research Centre que é aplicada para estudos
28
outros e é muito indicado para estudos envolvendo elos de corrente contínua. No
Oregon, Estados Unidos. Mais tarde rebatizado de ATP, quando migrou para o
da rede são desenhados e o caso pode ser compilado, gerando um aquivo texto que
tina Line Constants e Cable Costants), sistemas de controle (rotina TACS), entre
as tensões e uxos na rede. Após isso, ele procede os cálculos do regime transitório,
nos quais ele utiliza o método da integração trapezoidal nas equações diferenciais
de barras no entorno das linhas ou equipamentos que serão estudados e essa rede
se chama Rede Retida ou Rede Interna. Uma regra prática largamente aceita que
se utiliza para denir as barras limites da rede retida é a de reter todas barras que
cam a uma distância de até duas barras das que são objeto de manobra. Esse
número pode ser incrementado caso haja barras que sejam muito próximas geo-
gracamente, pois eletricamente são pontos muito próximos, ou caso hajam usinas
As barras da rede retida que fazem fronteira com as barras que não foram incluí-
das nesta são chamadas barras de fronteira. A Rede Externa, isto é, os elementos
da rede que não foram inclusos na Rede Retida, é representada pela conexão de
modelando a conexão elétrica entre elas. Estes equivalentes são calculados adequa-
29
e o ajuste das fontes ligadas aos equivalentes próprios é feito de modo a preservar o
trica (CEPEL). Para testar a validade dos equivalentes gerados, adota-se o seguinte
obtidos pelo ANAFAS com os níveis de curto-circuito obtidos com a rede retida e os
Para as linhas muito curtas (de até 20km), não é recomendável usar esse mesmo
modelo pois o tempo de propagação da onda na linha tende a ser menor que o "time
step" utilizado (25 µs). Por isso, essas linhas foram representadas com parâmetros
Por m, as linhas do estudo em análise foram representadas com a rotina Line
Constants, que é um algoritmo à parte do ATP que tem como entrada a geometria
da linha (coordenadas e indicação das fases) e que calcula os seus parâmetros. Essas
linhas foram divididas em quatro trechos separados da rotina Line Constants que
vez do modelo de Clarke pois este último admite que as linhas são perfeitamente
transpostas, o que não ocorre na realidade, pois elas são repartidas em trechos.
A gura 4.1 apresenta a modelagem das duas linhas do estudo com a rotina Line
Constants. A gura 4.2 mostra algumas das congurações utilizadas na rotina Line
Constants. O usuário pode escolher entre vários métodos de cálculo, que podem ser
neste tipo de estudo. A gura 4.3 mostra a tela de conguração da rotina onde são
30
Figura 4.1: Representação das linhas estudadas com a rotina Line Constants.
31
Figura 4.3: Coordenadas dos subcondutores e dados dos cabos na rotina Line Cons-
tants.
foram modelados como componentes RLC trifásicos aterrados com fator de quali-
tensão com suas reatâncias subtransitórias. Não foi modelada a ação dos regulado-
res de tensão pois eles não agem no período transitório e por este ser um critério
32
Figura 4.4: Elemento RLC utilizado para representar reatores de barra e de linha.
4.3 Resultados
determinado para-raios cuja capacidade de absorção não pode ser excedida. Alguns
valores típicos para as classes de tensões das linhas aqui estudadas serão expostos
no item 4.5 e os resultados deste estudo de caso serão comparados com os critérios
4.3.1 Energização
mento dos pólos do disjuntor, este tipo de manobra é simulado de maneira estatística,
considera-se em geral que estes instantes seguem uma distribuição normal, portanto,
uma dispersão também pré-determinada, fazendo com que em cada simulação os pó-
los fechem em tempos diferentes. As chaves que representam cada fase do disjuntor
são modeladas como chaves estatísticas e a gura 4.5 mostra as congurações desta
chave. Para realizar este tipo de estudo, é preciso ajustar as congurações do ATP,
marcar a opção "Statistic Study", como na gura 4.6. Após essa simulação estatís-
33
tica, procura-se aquele caso que gerou as maiores sobretensões. Esse caso é então
Ainda que a avaliação do valor de energia absorvida pelos para-raios ocorra so-
vez que o caso é rodado, com uma combinação de instantes de atuação de cada chave
diferentes.
34
Figura 4.6: Congurações do ATP a serem ajustadas para a realização de um estudo
estatístico.
cenário mais conservativo, pois produz sobretensões maiores neste tipo de manobra.
permanente.
comumente adotado pois ele permite varrer um quarto do período da onda de 50Hz
mostra a gura 4.7. A simulação teve um tempo total de 200 ms com um passo de
de manobra. Usualmente, o time step deve ser uma ordem de grandeza inferior
ao tempo de viagem da onda de tensão na linha mais curta. Caso isso não ocorra,
pelo uxo de potência, nos terminais das linhas manobradas fosse igual à máxima
35
Figura 4.7: Distribuição de probabilidade normal com seus intervalos de trunca-
mento.
gurações:
36
Tabela 4.1: Resultados de sobretensões mais elevadas para a energização da Linha
Pirapora 2 2, 058 B 44
1
Ver nota de rodapé .
Tabela 4.2: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
momentos pós-manobra. Observa-se que a tensão antes da manobra era zero, pois a
linha encontrava-se desenergizada. Além disso, nota-se que a maior sobretensão foi
1 Para o cálculo dos valores de sobretensões em pu, utiliza-se como base o valor máximo da
√
tensão de fase. Logo, para 230 kV 1 pu = 230 √23 = 188 kV. Para 345kV 1 = 282
pu kV.
37
no terminal aberto, e não no manobrado. Isso ocorre pois o terminal aberto tende
naturalmente a ter sobretensões maiores, por efeito Ferranti. Esse mesmo fato se
Figura 4.9: Maior energia absorvida nos para-raios na energização da linha Três
los para-raios. Esse degrau ocorre no instante em que a energização da linha foi
elevadas, de maneira que o para-raios passou para a segunda zona de condução con-
forme o gráco tensão por corrente mostrado anteriormente. Nessa zona, a corrente
drenada pelo para-raios é elevada, o que faz com que ele absorva energia muito ra-
quase constante.
Pirapora 2 1, 51 B 57
38
Tabela 4.4: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Instante de fechamento(ms) 60, 7456 60, 3471 59, 6967 49, 7105 48, 2084 52, 3261
Figura 4.11: Maior energia absorvida nos para-raios na energização da linha Três
longo do tempo. O que temos neste caso é uma taxa de absorção linear e muito
39
pequena pois o para-raios encontra-se na sua primeira zona de condução, ou seja,
ele se comporta como um resistor de valor muito elevado e que drena uma corrente
muito baixa. Caso a escala utilizada fosse da ordem de kiloJoules, a curva pareceria
Pirapora 2 2, 071 A 14
Tabela 4.6: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
40
Figura 4.13: Maior energia absorvida nos para-raios na energização da linha Três
Pirapora 2 2, 036 C 36
Tabela 4.8: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
41
Figura 4.14: Sobretensão mais elevada encontrada na energização da linha Três
Nesta gura, é possível observar a ocorrência da falta que foi aplicada após a
energização. Uma vez que a falta foi aplicada no meio da linha, a tensão na fase
defeituosa é zero neste ponto e é muito reduzida nos pontos eletricamente próximos,
Figura 4.15: Maior energia absorvida nos para-raios na energização da linha Três
42
Tabela 4.9: Resultados de sobretensões mais elevadas para a energização da Linha
Jaíba 1, 783 A 96
Janaúba 3 1, 954 A 31
Tabela 4.10: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
43
Figura 4.17: Maior energia absorvida nos para-raios na energização da linha Janaúba
3 - Jaíba - Conguração I.
Jaíba 1, 34 A 24
Janaúba 3 1, 421 B 60
Tabela 4.12: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Instante de fechamento(ms) 62, 8064 57, 9529 60, 2243 52, 4589 48, 4745 46, 5952
44
Figura 4.18: Sobretensão mais elevada encontrada na energização da linha Janaúba
Figura 4.19: Maior energia absorvida nos para-raios na energização da linha Janaúba
Jaíba 1, 847 C 8
Janaúba 3 1, 96 C 40
45
Tabela 4.14: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
Figura 4.21: Maior energia absorvida nos para-raios na energização da linha Janaúba
46
Tabela 4.15: Resultados de sobretensões mais elevadas para a energização da Linha
Janaúba 3 1, 942 A 26
Jaíba 1, 833 A 46
Tabela 4.16: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
47
Figura 4.23: Maior energia absorvida nos para-raios na energização da linha Janaúba
esta permanece até o m da simulação (religamento sem sucesso) e casos sem falta
(religamento com sucesso). Por motivos de simplicação, não foi simulada a situação
de falta na linha com sua posterior extinção, condição esta usualmente simulada e
que poderia ter acarretado em níveis mais elevados de sobretensão e energia nos
para-raios. Para o caso de religamento sem sucesso, a ordem dos chaveamentos foi:
morto de 500 ms, isto é, em 620 ms. No caso em que houve utilização de
48
resistores de pré-inserção, estes são energizados em 620 ms e curto-circuitados
em 630 ms.
Para o caso sem falta, todos os eventos ocorrem nos instantes mencionados acima,
dispersão dos pólos tanto dos disjuntores como dos resistores foi de 1250 µs
Ajustou-se o caso para que a tensão de pré-manobra, isto é, a tensão calculada
pelo uxo de potência, nos terminais das linhas manobradas fosse igual à máxima
as seguintes situações:
(Conguração IV).
Pirapora 2 2, 103 A 29
49
Tabela 4.18: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
cada fase permanecem constantes, pois a linha encontra-se aberta e isolada. Quando
ocorre o religamento, as tensões não são zero como na energização, mas possuem
mais críticos. É interessante ressaltar que, caso a linha tivesse sido modelada com
do tempo morto.
50
Figura 4.25: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
Pirapora 2 2, 116 A 37
Tabela 4.20: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
51
Figura 4.26: Sobretensão mais elevada encontrada no religamento tripolar da linha
Nesta gura, é possível observar o momento em que ocorre a falta na fase C, que
faz com que esta tensão zere e as outras fases sofram um desequilíbrio. Durante o
fases.
Figura 4.27: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
52
Tabela 4.21: Resultados de sobretensões mais elevadas para o religamento tripolar
Pirapora 2 1, 99 B 68
Tabela 4.22: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Instante de fechamento(ms) 631, 1849 629, 6602 630, 1711 619, 5962 620, 4031 620, 043
53
Figura 4.29: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
Pirapora 2 2, 09 A 2
Tabela 4.24: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
54
Figura 4.30: Sobretensão mais elevada encontrada no religamento tripolar da linha
Figura 4.31: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
seguintes situações:
55
• Linha com seu comprimento original e disjuntores com resistores de pré-
(Conguração VI).
As tabelas 4.25, 4.27, 4.29, 4.31, 4.33 e 4.35 resumem os valores de sobretensão
Janaúba 3 1, 979 C 82
Jaíba 2, 053 A 93
Tabela 4.26: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
56
Figura 4.32: Sobretensão mais elevada encontrada no religamento tripolar da linha
Figura 4.33: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
Janaúba 3 1, 958 A 91
Jaíba 1, 921 A 69
57
Tabela 4.28: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
Figura 4.35: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
58
Tabela 4.29: Resultados de sobretensões mais elevadas para o religamento tripolar
Janaúba 3 1, 912 B 78
Jaíba 1, 953 B 49
Meio da Linha 1, 95 B 35
Tabela 4.30: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Instante de fechamento(ms) 628, 9858 629, 5236 631, 4659 617, 4197 621, 3889 620, 2314
59
Figura 4.37: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
Janaúba 3 1, 568 B 1
Jaíba 1, 65 B 1
Tabela 4.32: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Instante de fechamento(ms) 629, 9075 632, 1621 629, 5216 617, 9343 620, 4527 620, 5878
60
Figura 4.38: Sobretensão mais elevada encontrada no religamento tripolar da linha
Figura 4.39: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
Janaúba 3 2, 108 A 27
Jaíba 2, 043 B 17
61
A simulação 93 foi repetida de maneira determinística e os tempos de fechamento
Tabela 4.34: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
Figura 4.41: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
62
Tabela 4.35: Resultados de sobretensões mais elevadas para o religamento tripolar
Janaúba 3 2, 005 B 12
Jaíba 1, 935 B 81
Tabela 4.36: Instantes de fechamento dos pólos do disjuntor para o pior caso de
Fase A B C
63
Figura 4.43: Maior energia absorvida nos para-raios no religamento tripolar da linha
passagem da corrente pelo zero, logo, apesar de os pólos não se abrirem ao mesmo
tempo, o tempo em que isto ocorre não se comporta como uma variável aleatória.
64
Figura 4.44: Abertura dos três pólos do disjuntor quando a corrente de cada fase
Essa manobra é realizada num cenário de carga pesada, pois este cenário é o
a linha tem um carregamento elevado, ela consome potência reativa cedida pelo
sistema. Quando da abertura da linha, esse consumo cessa, fazendo com que haja
Ajustou-se o caso para que a tensão de pré-manobra nos terminais das linhas ma-
• Rejeição de carga na linha com seu comprimento dobrado sem falta (Congu-
ração III).
65
• Rejeição de carga na linha com seu comprimento dobrado seguida de falta
(Conguração IV).
possível na linha Três Marias - Pirapora 2. O maior uxo nesta linha encontrado
da região.
bretensão mais elevada encontrada, de 1, 141 pu no terminal Três marias pode ser
Pirapora 2 1, 044 A
66
Figura 4.45: Sobretensão mais elevada encontrada na rejeição de carga na linha Três
Observa-se nesta gura que a sobretensão foi muito sutil se comparada com as
sobretensões decorrentes das outras manobras, assim como o desequilíbrio entre fases
Figura 4.46: Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
linear e absorveu uma quantidade de energia muito baixa. Isso ocorreu para a
maioria dos casos de rejeição de carga, por essa se tratar de uma manobra menos
67
agressiva ao sistema que a energização e o religamento tripolar.
Três Marias em 110, 33 ms. A tabela 4.38 resume os resultados encontrados para a
Três marias pode ser vista na gura 4.47 e o maior valor de energia em para-raios,
Pirapora 2 1, 584 B
Figura 4.47: Sobretensão mais elevada encontrada na rejeição de carga na linha Três
68
Figura 4.48: Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
bretensão mais elevada encontrada, de 1, 193 pu no terminal Três marias pode ser
Pirapora 2 1, 053 B
69
Figura 4.49: Sobretensão mais elevada encontrada na rejeição de carga na linha Três
Figura 4.50: Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
Três Marias em 107, 4 ms. A tabela 4.40 resume os resultados encontrados para a
70
Conguração IV. A sobretensão mais elevada encontrada, de 1, 973 pu no terminal
Três marias pode ser vista na gura 4.51 e o maior valor de energia em para-raios,
Pirapora 2 1, 09 C
Figura 4.51: Sobretensão mais elevada encontrada na rejeição de carga na linha Três
71
Figura 4.52: Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
a linha apresentasse o maior uxo possível. Neste cenário, os parques das usinas
regime permanente, a potência injetada por elas é de 400 MW nas subestações Jaíba
e Pirapora 2. Não foram consideradas contingências na rede. Este cenário produz
que as realizadas do lado Janaúba 3, logo, optou-se por realizar as simulações através
deste terminal.
tensão mais elevada encontrada, de 1, 349 pu no terminal Jaíba pode ser vista na
72
Tabela 4.41: Resultados de sobretensões mais elevadas para a rejeição de carga na
Jaíba 1, 349 B
Janaúba 3 1, 081 B
73
Figura 4.54: Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
Jaíba em apenas um dos circuitos em 106, 33 ms. A tabela 4.42 resume os resultados
1, 632 pu no terminal Jaíba pode ser vista na gura 4.55 e o maior valor de energia
Jaíba 1, 632 A
Janaúba 3 1, 161 B
74
Figura 4.55: Sobretensão mais elevada encontrada na rejeição de carga na linha
Figura 4.56: Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
bretensão mais elevada encontrada, de 1, 494 pu no terminal Jaíba pode ser vista na
75
gura 4.57 e o maior valor de energia em para-raios, de 15 J em todos os para-raios
Jaíba 1, 494 B
Janaúba 3 1, 093 A
76
Figura 4.58: Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
Jaíba em apenas um dos circuitos em 107, 68 ms. A tabela 4.43 resume os resultados
1, 977 pu no terminal Jaíba pode ser vista na gura 4.59 e o maior valor de energia
Jaíba 1, 977 A
Janaúba 3 1, 295 A
77
Figura 4.59: Sobretensão mais elevada encontrada na rejeição de carga na linha
Figura 4.60: Maior energia absorvida nos para-raios na rejeição de carga na linha
78
4.4 Levantamento do histórico de resultados dos es-
Foram levantados todos os estudos de linhas de 230 e 345 kV cujo relatório R2 foi
de modo a achar os valores mais críticos. Os valores levantados neste trabalho foram
esses valores máximos, pois são estes os valores levados em consideração no projeto
de isolamento, uma vez que deve-se ser o mais conservativo possível. Além disso, os
4.5 Critérios
Foi preciso estabelecer limites aceitáveis para os valores de sobretensão, tanto nos
terminais como ao longo da linha, e de energia dissipada nos para-raios. Esses limites
variam de acordo com a metodologia adotada pela empresa que realiza os estudos,
porém seguem um padrão que está relacionado ao nível de isolamento da linha e dos
equipamentos.
tério adotado, ele deve adotar alguma medida mitigadora (na maior parte dos casos,
linha estará sujeita a altas sobretensões. No caso da energia absorvida pelos para-
raios, caso os valores encontrados sejam superiores à energia que pode ser absorvida
por uma coluna de para-raios, deve-se determinar quantas colunas serão necessárias
para absorver toda a energia. Vale lembrar que os estudos são realizados da ma-
neira mais conservativa possível e, portanto, valores superiores aos critérios não são
79
Para esta pesquisa, adotou-se critérios de sobretensão semelhantes aos comu-
mente utilizados nestes estudos. Assim, para linhas de 230 kV, foi adotado como
critério:
No item a seguir, serão apresentados grácos que indicam os resultados dos estu-
respectivas linhas. Os valores limites estabelecidos neste item são representados por
uma linha vermelha horizontal. Nos casos em que o valor máximo da escala vertical
é inferior ao valor máximo admissível, a linha vermelha limite não foi traçada.
4.6.1 Energização
345kV
As guras 4.61, 4.62 e 4.63 apresentam as sobretensões nos terminais e ao longo das
linhas e a energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV, respectivamente,
80
Figura 4.61: Sobretensões encontradas nos terminais das linhas de 345 kV para a
manobra de energização.
Figura 4.62: Sobretensões encontradas ao longo das linhas de 345 kV para a manobra
de energização.
81
Figura 4.63: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
de energização.
das linhas e a energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV, respectivamente,
para a manobra de energização com a utilização de resistores de pré-inserção.
Figura 4.64: Sobretensões encontradas nos terminais das linhas de 345 kV para a
82
Figura 4.65: Sobretensões encontradas ao logno das linhas de 345 kV para a manobra
de energização com a utilização de resistores de pré-inserção.
Figura 4.66: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
A partir dos grácos expostos neste item, é possível observar que apenas uma
das linhas estudadas ao longo dos últimos anos apresentou um valor de sobretensão
mais elevado que o admissível. O procedimento padrão para quando isso ocorre é o
de propor uma medida que visa diminuir este valor e comprovar sua ecácia. Além
83
230kV
As guras 4.67, 4.68 e 4.69 apresentam as sobretensões nos terminais e ao longo das
linhas e a energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV, respectivamente,
Figura 4.67: Sobretensões encontradas nos terminais das linhas de 230 kV para a
manobra de energização.
84
Figura 4.68: Sobretensões encontradas ao longo das linhas de 230 kV para a manobra
de energização.
Figura 4.69: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
de energização.
das linhas e a energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV, respectivamente,
para a manobra de energização com a utilização de resistores de pré-inserção.
85
Figura 4.70: Sobretensões encontradas nos terminais das linhas de 230 kV para a
Figura 4.71: Sobretensões encontradas ao longo das linhas de 230 kV para a manobra
de energização com a utilização de resistores de pré-inserção.
86
Figura 4.72: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
A partir dos grácos expostos neste item, é possível observar que poucas das
é pouco utilizada para esse nível de tensão por ele apresentar menos problemas
de sobretensões como os níveis mais altos. Ainda assim, é possível observar que
as sobretensões resultantes dos estudos com resistores se situam muito aquém dos
345kV
As guras 4.73, 4.74 e 4.75 apresentam as sobretensões nos terminais e ao longo das
linhas e a energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV, respectivamente,
87
Figura 4.73: Sobretensões encontradas nos terminais das linhas de 345 kV para a
Figura 4.74: Sobretensões encontradas ao longo das linhas de 345 kV para a manobra
de religamento tripolar.
88
Figura 4.75: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
de religamento tripolar.
das linhas e a energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV, respectivamente,
para a manobra de religamento tripolar com a utilização de resistores de pré-inserção.
Figura 4.76: Sobretensões encontradas nos terminais das linhas de 345 kV para a
89
Figura 4.77: Sobretensões encontradas ao longo das linhas de 345 kV para a manobra
de religamento tripolar com a utilização de resistores de pré-inserção.
Figura 4.78: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
A partir dos grácos expostos neste item, é possível observar que a manobra de
vida nos para-raios em relação à energização, como era esperado e foi justicado
90
tudo de caso estiveram dentro da faixa de valores dos resultados encontrados nos
relatórios R2.
230kV
As guras 4.79, 4.79 e 4.81 apresentam as sobretensões nos terminais e ao longo das
linhas e a energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV, respectivamente,
Figura 4.79: Sobretensões encontradas nos terminais das linhas de 230 kV para a
91
Figura 4.80: Sobretensões encontradas ao longo das linhas de 230 kV para a manobra
de religamento tripolar.
Figura 4.81: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
de religamento tripolar.
das linhas e a energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV, respectivamente,
para a manobra de energização com a utilização de resistores de pré-inserção.
92
Figura 4.82: Sobretensões encontradas nos terminais das linhas de 230 kV para a
Figura 4.83: Sobretensões encontradas ao longo das linhas de 230 kV para a manobra
de religamento tripolar com a utilização de resistores e pré-inserção.
93
Figura 4.84: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
94
345kV
rejeição de carga.
Figura 4.86: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 345 kV para a manobra
de rejeição de carga.
95
A partir dos grácos expostos neste item, é possível observar que a manobra de
230kV
As guras 4.87 e 4.88 apresentam as sobretensões e a energia dissipada nos para-raios
rejeição de carga.
96
Figura 4.88: Energia dissipada nos para-raios das linhas de 230 kV para a manobra
de rejeição de carga.
inferiores aos limites pré-estabelecidos para todas as linhas estudadas. Além disso,
da linha, assim como o maior valor de energia absorvida pelos para-raios, para as
97
Tabela 4.45: Resultados de maiores sobretensões e energia nos para-raios para a
algumas delas previstas e já tendo sido discutidas anteriormente neste trabalho. São
elas:
de uma carga residual na linha quando do religamento tripolar, carga esta que
raios. Isto ocorre pois o resistor de pré-inserção é responsável por uma queda de
98
tensão durante as manobras, fazendo com que esta diminua nos outros pontos
que ui pelo para-raios nos instantes após a manobra, fazendo com que este
Marias.
comprimento das linhas apresentaram-se bem mais elevadas que nos seus ter-
foram bastante efetivos para ns de redução destas sobretensões. Nos casos
melhantes.
99
• Como era de se esperar, os casos de rejeição com falta subsequente conduziram
para-raios.
Por m, com base nos resultados expostos no item 4.6, pode-se concluir que
nos para-raios foram coerentes com os valores encontrados pelos últimos estudos
valores usuais. Essa quantidade limitada de informações para essa classe de tensão
ocorre pois ela é presente somente na região Sudeste do país, concentrada no estado
de Minas Gerais.
foram inferiores aos valores limite adotados como critério. O único caso em que
houve violação deste limite foi no religamento tripolar da linha de 345 kV Pirapora
2 - Três Marias quando esta teve o seu comprimento dobrado, conguração esta
simulada apenas para análise de sensibilidade, o que poderia ser corrigido com a
ambas as linhas com seus comprimentos originais podem ser manobradas sem um
valores de energia muito inferiores à sua capacidade. Pode-se então armar que, para
ns de manobras destas linhas, apenas uma coluna de para-raios será suciente.
100
Capítulo 5
Conclusões e Trabalhos futuros
5.1 Conclusão
É possível concluir que os objetivos do trabalho foram atingidos à medida que de-
assim como constata-se uma melhoria na qualidade destes relatórios, uma vez que
Por m, espera-se que este trabalho possa servir de base para futuros projetos,
não só fornecendo um insumo teórico sobre o tema, mas servindo de tutorial para a
realização deste tipo de estudo. Além disso, também pode servir de referência aos
este trabalho se propunha a elencar apenas uma parte das possíveis manobras e
101
possível explorar a sensibilidade dos resultados em relação a fatores como o valor
manobras. Além disso, também seria possível estudar outras distribuições de pro-
babilidade com as quais poderíamos modelar a chave e qual o efeito disso sobre os
102
Referências Bibliográcas
tration, 1981.
[3] Diretrizes para Elaboração dos Relatórios Técnicos Referentes às Novas Insta-
EDUSP, 2003.
[6] D'AJUZ, A., DOS S. FONSECA, C., CARVALHO, F. M. S., et al. Transitórios
[7] Estudo Prospectivo para Escoamento do Potencial Solar das Regiões Norte e
onal de la Plata.
103
104
Apêndice A
Dados da rede retida modelada
Igaporã 3 Bom Je- 1 128 0, 037 0, 513 7, 5722 0, 7174 2, 7435 4, 5433
sus da
Lapa
105
Tabela A.2: Dados das Linhas de transmissão de 345 kV
Três Ma- São Go- 1 166 0, 0361 0, 3808 4, 358 0, 361 1, 4308 2, 857
rias tardo
Pirapora 2 Três Ma- 1 108 0, 0296 0, 3771 4, 4137 0, 352 1, 5033 2, 914
rias
106
Tabela A.4: Dados das Linhas de transmissão de 138 kV
Barra DE Barra Circuito L(km) R+ X+ Y+ R0 X0 Y0
PARA (Ω/km) (Ω/km) (µS/km) (Ω/km) (Ω/km) (µS/km)
107
Tabela A.6: Dados de Compensação de barra
138 Manga 3 1 −3
138 Janaúbas 3 1 −5, 4
230 Irapé 1 −40
345 Pirapora 2 2 −80
345 São Gotardo 1 −150
345 Montes Claros 1 −50
500 Luziânia 2 −136
500 São Gotardo 2 −91
500 Bom Jesus da Lapa 3 −150
500 Igaporã 3 4 −150
500 Presidente Juscelino 2 −150
500 Arinos 2 2 −150
500 Janaúba 3 3 −200
108
Tabela A.7: Dados de equivalentes próprios
109
Tabela A.8: Dados de equivalentes mútuos
110
Apêndice B
Circuito modelado no ATPDraw
111