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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Projeto Integrador VI-B

PROJETO DE FILTRO DIGITAL E


ENSAIOS DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS

Lucas Borges Beardi


Rafael Silveira da Roza

Pelotas, 2023
Lucas Borges Beardi
Rafael Silveira da Roza

Projeto Integrador VI-B

PROJETO CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE TRANSFORMADOR


NÃO CONVENCIONAL DE BAIXA POTÊNCIA

Trabalho referente à cadeira de Projeto


Integrador VI-B da Faculdade De Engenharia
Elétrica da Universidade Católica De
Pelotas, como requisito final à conclusão da
cadeira.

Professor: Maicon Robe Ferreira


Professor: Sergio De Almeida

Pelotas, 2023
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo o desenvolvimento de ensaios no módulo
de eletrônica de potência do Laboratório de Engenharia da Universidade Católica de
Pelotas, juntamente com uma análise de funcionamento de um filtro FIR. Serão
demonstrados os circuitos, diagramas e a instrumentação utilizada, e também os
cálculos de cada etapa.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Circuito 4.2 com carga resistiva. ................................................................ 5


Figura 2 - Circuito 4.2 com carga resistiva e indutiva. ................................................ 6
Figura 3 - Formas de ondas na carga do retificador monofásico de onda completa. . 7
Figura 4 – Ondas sobrepostas da saída do transformador e no diodo D1. ................ 8
Figura 5 – Corrente no diodo D1 ................................................................................ 8
Figura 6 - Formas de onda com carga resistiva-indutiva.......................................... 10
Figura 7 - Ondas sobrepostas da saída do transformador e no diodo D1. ............... 10
Figura 8 - Corrente no diodo D1. .............................................................................. 11
Figura 9 - Circuito da Ponte Retificadora a Tiristor. ................................................. 12

LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4

2. RELEVÂNCIA HISTÓRICA ................................................................................. 5

3. SEMICONDUTORES DE POTÊNCIA ................................................................. 5

3.1 TRIACs e DIACs ....................................................................................... 5

3.2 Transistores de Potência ........................................................................ 5

3.2.1 TJB ......................................................................................................... 5

3.2.2 IGBT ....................................................................................................... 5

3.3 Tiristores .................................................................................................. 5

4. CIRCUITOS ANALISADOS ................................................................................ 5

4.1 Retificador monofásico de onda completa a diodo com ponto médio 5

4.2 Ponte retificadora a Tiristor .................................................................. 11

5. CONCLUSÃO.................................................................................................... 13

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 14
4

1. INTRODUÇÃO
A eletrônica de potência é uma área da engenharia que se dedica ao estudo
de dispositivos semicondutores de potência, como diodos, transistores e tiristores,
assim como os processos associados a esses componentes. Esta área está
intrinsecamente ligada ao desenvolvimento de conversores estáticos de energia
elétrica, inversores de frequência, retificadores, entre outros dispositivos. Em
particular, o presente trabalho foca nos circuitos retificadores, cujas características de
montagem envolvem implementações eletrônicas baseadas em diodos.
Esses circuitos desempenham a função crucial de converter corrente alternada
em corrente contínua, sendo os retificadores não controlados, simplesmente a diodo,
responsáveis por retificar a forma de onda e fornecer carga, sendo aplicados em
fontes de alimentação lineares e em etapas retificadoras de fontes chaveadas.
Também existem os retificadores controlados, que fazem uso de componentes
como tiristores, MOSFETs e IGBTs, permitindo a manipulação do ponto de condução
em função do tempo. Esses dispositivos possibilitam o controle da quantidade de
energia entregue à carga, uma vez que operam como chaves controladas que
recortam a forma de onda de alimentação. Isso resulta em uma versatilidade
significativa, permitindo aplicações como o controle de velocidade de motores,
retificação de tensões em nobreaks e conversão/geração de tensões em inversores.
O controle desses retificadores não é linear, uma vez que o componente controlado
recorta a forma de onda de alimentação, mas essa propriedade é fundamental para
aplicações avançadas em eletrônica de potência.
Consequentemente, a disciplina de Projeto Integrador VI-B objetivou realizar
atividades práticas no Módulo para Experimentos em Eletrônica de Potência, para a
fixação dos conteúdos teóricos da disciplina de Eletrônica de Potência. Foram
analisados dois modelos de circuitos retificadores: um retificador monofásico de onda
completa a diodo com ponto médio e uma ponte retificadora trifásica a tiristor. Os
estudos incluíram análises, testes, levantamento de formas de ondas e cálculos,
proporcionando uma compreensão aprofundada desses dispositivos na prática.
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2. RELEVÂNCIA HISTÓRICA

3. SEMICONDUTORES DE POTÊNCIA

3.1 TRIACs e DIACs

3.2 Transistores de Potência

3.2.1 TJB

3.2.2 IGBT

3.3 Tiristores

4. CIRCUITOS ANALISADOS
Conforme estabelecido na disciplina, os objetos deste trabalho foram os
circuitos de retificador monofásico de onda completa a diodo com ponto médio (4.2)
e uma ponte retificadora trifásica a tiristor (4.11), conforme o Manual de Utilização do
módulo para experimentos.

4.1 Retificador monofásico de onda completa a diodo com ponto médio

Para o primeiro ensaio no módulo de testes, seguimos os circuitos


demonstrados no capítulo 4.2, sendo dois circuitos que se diferenciam somente pela
carga utilizada. O primeiro circuito de análise é com uma carga puramente resistiva
(Figura 1), e o segundo é adicionado um indutor a resistência (Figura 2).

Figura 1 - Circuito 4.2 com carga resistiva.


6

Figura 2 - Circuito 4.2 com carga resistiva e indutiva.

Seu princípio de funcionamento baseia-se na condução de cada diodo por vez,


dependendo do ciclo da tensão de saída do transformador, ocorrendo uma
polarização direta para ambos semiciclos da rede, fazendo com que a carga
conectada a esta estrutura receba a tensão do secundário do transformador com
corrente em um único sentido, porém esse circuito necessita utilizar a derivação
central da saída do transformador.
Este transformador tem um enrolamento primário e dois enrolamentos
secundários. A derivação central (também chamada de center tap) no enrolamento
secundário divide este enrolamento em duas partes iguais, gerando assim uma
tensão de referência para a carga. Quando corrente flui através do enrolamento
secundário, a partir do funcionamento básico de um transformador de corrente
alternada, ela é induzida nas duas partes do enrolamento secundário em direções
opostas. Isso cria duas tensões alternadas iguais, mas defasadas em 180 graus, nos
terminais do enrolamento secundário.
Nesses terminais são conectados os dois diodos de forma inversa (em
paralelo, mas em direções opostas). Um diodo é conectado a cada extremidade da
derivação central, consequentemente permitindo que a corrente flua apenas em uma
direção.
Durante o semiciclo positivo da onda de entrada, o enrolamento da parte
superior da Figura 1 estará no seu semiciclo positivo também, consequentemente o
diodo conectado a sua saída irá conduzir, permitindo que a corrente flua na direção
indicada pela seta chegando até a carga. Durante o semiciclo negativo da entrada do
transformador, o diodo conectado ao outro enrolamento secundário estará no seu
semiciclo positivo, devido a defasagem de 180º. Isso faz com que o diodo que está
na parte inferior da derivação central conduza, e consequentemente, a carga irá
receber uma tensão sempre positiva, apesar de uma forma semelhante a uma onda
pulsada. Desta forma, ao longo de um ciclo completo da onda de entrada, a
combinação de ambos os diodos permite que a corrente flua na mesma direção
através da carga, resultando em uma retificação de onda completa (Figura 2).
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Figura 3 - Formas de ondas na carga do retificador monofásico de onda completa.

Apesar de não ser o modelo ideal de retificação, a corrente contínua produzida


na carga é relativamente mais suave do que a obtida em um retificador de meia onda.
É uma configuração simples, porém eficaz em aplicações de baixa potência, e é
frequentemente usada em fontes de alimentação e dispositivos eletrônicos onde a
eficiência e a simplicidade são prioritárias.
Para a realização das medições dos valores de tensão e corrente e o formato
de onda do circuito, foram utilizados multímetros e um osciloscópio. Para a medição
das correntes foram utilizados tanto o método direto de inserção do multímetro em
série, quanto por medições de tensão sobre os resistores shunt, em que é possível
chegar no valor de corrente pela Lei de Ohm.
Conforme o manual, as leituras ideais para o circuito em questão são as
seguintes:

• Tensão do Secundário = 55V


• Corrente no diodo D1 = 1,04A
• Tensão Média na Carga = 49,5V
• Corrente Média na Carga = 1,33A

A partir da medição dos instrumentos podemos observar as ondas da saída


do transformador e sobre um dos diodos, em sobreposição, conforme a Figura 4. A
tensão medida em um dos enrolamentos do secundário foi de 57,3V. para a medição
da corrente, foi inserido no circuito um multímetro, obtendo o valor de 770mV
conforme a Figura 5. Os valores medidos mostram uma diferença em relação aos
descritos no manual, podendo ser originária de diversos fatores. O desgaste dos
componentes do módulo, os contatos dos bornes, oxidações e até mesmo
interferências e ruídos podem acabar afetando as medições de maneiras
imprevisíveis.
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Figura 4 – Ondas sobrepostas da saída do transformador e no diodo D1.

Figura 5 – Corrente no diodo D1


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Para os valores médios da carga, que para o circuito em questão é um resistor


ajustado para 37,5Ω, são utilizadas as equações 1 e 2, obtendo os valores de 𝑉𝑚𝑑 =
51,57𝑉 e 𝐼𝑚𝑑 = 1,37𝐴.

𝑉𝑚𝑑 = 0,9𝑉2 (1)


𝑉𝑚𝑑 = 0,9 . 57,3
𝑉𝑚𝑑 = 51,57𝑉
0,9𝑉2
𝐼𝑚𝑑 = (2)
𝑅
51,57
𝐼𝑚𝑑 =
37,5
𝐼𝑚𝑑 = 1,37𝐴

Para o segundo circuito é inserido um indutor em série com a carga, com


indutância de 500mH, conforme a Figura 2. Foram utilizados os mesmos métodos
para as medições, e os valores ideais para o circuito em questão são os abaixo:

• Tensão do Secundário = 55V


• Corrente no diodo D1 = 0,90A
• Tensão Média na Carga = 49,5V
• Corrente Média na Carga = 1,27A

Com a inclusão do indutor na carga do circuito, a corrente é modificada pelo


comportamento intrínseco do indutor, reduzindo os valores levemente, e modificando
o formato das ondas, como podemos ver na Figura 6.
Os valores medidos foram 57,3V para a tensão do secundário, e de 0,61A para
a corrente no diodo, conforme as Figuras 7 e 8.
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Figura 6 - Formas de onda com carga resistiva-indutiva.

Figura 7 - Ondas sobrepostas da saída do transformador e no diodo D1.


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Figura 8 - Corrente no diodo D1.

4.2 Ponte retificadora a Tiristor

Em resumo, uma ponte retificadora trifásica utilizando tiristores é um


componente essencial em sistemas de conversão de energia, convertendo uma
entrada de energia elétrica de três fases em uma saída de corrente contínua
controlada. O controle preciso dos tiristores é fundamental para garantir uma
operação eficiente e confiável do sistema. Podemos destacar os elementos básicos
para entendimento do funcionamento de uma ponte retificadora a tiristores como
sendo:

• Retificação Trifásica: A retificação trifásica é um processo de conversão de


uma tensão alternada de três fases em uma tensão contínua. Isso é feito por
meio de um circuito retificador.

• Tiristores: Os tiristores são dispositivos semicondutores que permitem a


passagem da corrente elétrica em apenas uma direção. Uma vez que são
ligados (através de um sinal de disparo), eles permanecem conduzindo até que
a corrente através deles atinja zero.
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• Ponte Retificadora Trifásica: Uma ponte retificadora trifásica é um arranjo de


tiristores que permite a retificação de um sinal de três fases. A configuração
utilizada é a ponte de onda completa controlada, também conhecida como
ponte controlada de Graetz.

Quanto ao funcionamento, a ponte retificadora trifásica usa seis tiristores em


uma disposição em ponte, formando dois caminhos para a corrente fluir. Cada
caminho compreende três tiristores em série, conforme a Figura 9.

Figura 9 - Circuito da Ponte Retificadora a Tiristor.

Para entender melhor, podemos considerar um ciclo de 60Hz (frequência típica


em sistemas de energia). A cada 1/60 segundos, cada fase da entrada trifásica passa
por um ciclo completo. A ponte retificadora controla a passagem da corrente em cada
fase. Quando um tiristor é disparado (levado à condução), ele permite a passagem
de corrente em um caminho específico. Seis tiristores são usados para cobrir os seis
semiciclos do ciclo de entrada trifásica.
A lógica de controle é crítica, e os tiristores são disparados de maneira
sequencial e controlada para garantir uma retificação adequada. Isso geralmente é
feito utilizando sinais de controle de disparo sincronizados com a entrada trifásica.
A corrente resultante na saída da ponte retificadora é, portanto, uma corrente
contínua pulsante. Para obter uma saída de corrente contínua mais suave, pode-se
adicionar um filtro capacitivo após a ponte retificadora. O controle de disparo dos
tiristores pode ser feito por diversos métodos, como controle de ângulo de fase ou
controle de pulso.
O controle de ângulo de fase envolve o atraso controlado no disparo dos
tiristores em relação à forma de onda de entrada. Isso ajuda a controlar a quantidade
de corrente contínua produzida. O controle de pulso envolve a aplicação de pulsos
curtos e controlados para os tiristores, sincronizados com a forma de onda de entrada.
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5. CONCLUSÃO

O desenvolvimento da prática irá tornar o aprendizado teórico mais viável, sendo


possível observar o funcionamento dos circuitos retificadores e auxiliando no
entendimento de suas aplicações.
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6. REFERÊNCIAS

BIM, Edson. “Máquinas elétricas e acionamento. 3º edição”. Elsevier, 2014.

BLACK, Newton Henry, “Practical physics: fundamental principles and


applications to daily life”. Macmillan, 1922.

CHAPMAN, Stephen J. “Fundamentos de Máquinas Elétricas”. Grupo A, 2013.

FILHO, João M. “Manual de Equipamentos Elétricos”. Grupo GEN, 2019.

FITZGERALD, A. E.; “Máquinas Elétricas. 6ª edição”. Editora Bookman, 2006.

JESZENSZKY, Sandor. "History of transformers." IEEE Power Engineering Review


16.12, 1996.

JORDÃO, Rubens G. “Transformadores”. Editora Blucher, 2002.

JR., Geraldo Carvalho do N. “Máquinas Elétricas”. Editora Saraiva, 2020.

JÚNIOR, Geraldo Carvalho do N. “Máquinas Elétricas - Teoria e Ensaios”. Editora


Saraiva, 2010.

UMANS, Stephen D. “Máquinas Elétricas” de Fitzgerald e Kingsley-7. AMGH


Editora, 2014

UPPENBORN, Friedrich. “History of the Transformer”. E. & FN Spon, 1889.

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