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Universidade Federal de Minas Gerais

Departamento de Engenharia Eletrônica


Laboratório de Circuito Eletrônicos I

Fonte Linear de Tensão

Alunos: Italo José Dias e Lucas Martins Dias


Professor orientador: Lenin Martins Ferreira Morais

25 de setembro de 2020
Universidade Federal de Minas Gerais
Departamento de Engenharia Eletrônica
Laboratório de Circuito Eletrônicos I

Fonte Linear de Tensão

Relatório de atividade prática referente a simulação,


construção de esquemático PCB e precificação de
componentes da fonte linear, como requisito parcial
para aprovação na disciplina de Laboratório de Cir-
cuito Eletrônicos I.

Alunos: Italo José Dias e Lucas Martins Dias


Professor orientador: Lenin Martins Ferreira Morais

25 de setembro de 2020
Conteúdo
1 Introdução 1

2 Metodologia 3
2.1 Transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Retificador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Filtro Passa-Baixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Circuito de referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.5 Regulação de Tensão e Amplificação de corrente . . . . . . . . 12
2.6 Circuito de proteção digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.7 Fontes auxiliares e Proteção de Calor . . . . . . . . . . . . . . 17
2.8 Circuitos de identificação por leds . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.9 Esquemático Proteus e PCB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

3 Análise dos Resultados 27


3.1 Transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2 Retificador e Filtro Passa-Baixa . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.3 Circuito de referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4 Regulação de Tensão e Amplificação de corrente . . . . . . . . 33
3.5 Circuito de proteção digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.6 Fontes Auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.7 Circuitos de identificação por leds . . . . . . . . . . . . . . . . 38

4 Conclusão 41
1 Introdução
Uma fonte linear de tensão é um equipamento eletrônico que ao ser co-
nectado a rede elétrica é capaz de fornecer tensão contı́nua e um certo nı́vel
de corrente também continua. A fonte é dita linear uma vez que, seu funci-
onamento está baseado na região linear de operação do transistor.
O circuito da fonte linear pode ser descrito em blocos, cada bloco com
função especı́fica conforme ilustra o diagrama de blocos da Figura 1. A
entrada do diagrama é a rede elétrica com tensão de 127 VRM S , esse valor de
tensão deve ser alterado para um valor próximo a faixa de tensão do projeto,
nesse sentido o primeiro bloco do diagrama é o circuito transformador, que irá
abaixar ou aumentar a tensão para algo próximo do especificado no projeto.

Figura 1: Diagrama de blocos da Fonte Linear

Seguindo o diagrama, a tensão de saı́da do bloco transformador é uma


tensão do tipo senoidal, isso é, uma tensão que apresenta variação no tempo,
esse tipo de tensão é diferente da tensão que se espera na saı́da. Para tanto,
é necessário transformar o sinal senoidal em algo semelhante à um sinal
contı́nuo. A transformação descrita é feita por meio dos dois blocos subse-
quentes ao bloco do transformador, o bloco do retificador e o bloco do filtro
passivo. O bloco do retificador é capaz de converter a tensão alternada em
tensão com apenas um sentido, isto é, embora a tensão na saı́da do reti-
ficador seja variante no tempo, ela não sofre inversão de fase, ou seja, ela
mantém o mesmo sinal. Considerando agora a saı́da do bloco retificador, é
observável que se trata de um sinal variante no tempo e perı́odo, é interes-
sante analisar então sobre o ponto de vista de frequências. Seguindo as ideias
de Fourier, por ser um sinal periódico ele é cabı́vel de representação por meio
de séries. Em grosso modo, o sinal pode ser pensado como a soma de um
valor médio com algumas componentes senoidais, um filtro capaz de retirar
as componentes senoidais e deixar apenas o valor médio pode ser tratado
como filtro ideal para o projeto. O comportamento de filtro esperado é um
filtro passa-baixas, que retém as harmônicas de alta frequência e tem como
saı́da apenas o valor médio. Todavia, filtros desse tipo requerem um valor
elevado de capacitância, impondo custo ao projeto final, então, em termos

1
práticos, se considera uma tolerância na oscilação na saı́da do filtro, a dife-
rença entre máximos e mı́nimos dessa oscilação é dado o nome de Tensão de
Ripple, avaliada em algumas porcentagem, dentro dos limites do projeto.
O conjunto transformador, retificador e filtro passa-baixa é considerado
o tipo mais simples de fonte existente, todavia, é desejável que a fonte possa
variar seu nı́vel de tensão de saı́da, essa variação é feita com base no funci-
onamento de dispositivos amplificadores de tensão e corrente que, com base
em um valor de referência, transmitem a saı́da o valor esperado. O funciona-
mento dos Circuitos de Referência e Regulação de Tensão e Corrente podem
ser enunciados de forma simples, o Circuito de Referência cria um valor base
e esse valor irá receber um ganho através dos Circuitos de Regulação de
Tensão e Corrente, e o valor, após ganho, será a saı́da efetiva do circuito da
fonte linear. Além disso, é no Circuito de Regulação de Tensão e Corrente
que existe o transistor atuando na região linear, que justifica o nome da fonte.
O projeto a ser feito e que é descrito no texto tem como caracterı́sticas ser
uma fonte linear de tensão que possa apresentar variação de tensão de saı́da
entre 0 e 15 V. A fonte deve ser alimentada em rede elétrica 127 VRM S e deve
ser capaz de fornecer 1 A de corrente. Além disso, a fonte deve apresentar
circuito de proteção baseado em circuitos digitais (Proteção Digital).
O software utilizado para simulação é o LTSpice da Analog Devices. O
software é de código aberto, facilitando a utilização por parte de alunos. Para
confecção do circuito em PCB foi utilizado o Proteus em sua versão 8.9.
Por fim, este trabalho descreve as etapas de simulação, confecção de cir-
cuito impresso e listagem e precificação de componentes para construção de
uma fonte linear. O texto está organizado apresentando cada circuito da
fonte linear, tanto para uma fonte positiva quanto para uma fonte negativa
na seção de Metodologia. Depois de apresentar os blocos principais do pro-
jeto, e ainda na Metodologia, o texto descreve a construção de um circuito
de proteção, tanto para parte positiva quanto para a parte negativa. Se-
guindo, são apresentados os resultados obtidos durante as simulações e as
considerações feitas sobre eles. O texto se encerra apresentando conclusões e
discussões sobre os desafios encontrados durante o trabalho.

2
2 Metodologia
A metodologia está dividida em 9 subseções, cada uma delas detalha a
etapa de construção da fonte linear, a qual tem seu esquemático completo
demonstrado no Figura 2.

Figura 2: Esquemático completo da fonte linear de tensão

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2.1 Transformador
Um transformador é um dispositivo capaz de modificar em nı́veis a tensão
elétrica. Para o projeto da fonte linear foi considerado o transformador de
center tap, esse transformador é considerado devido a construção do circuito
retificador. Utilizando um transformador de center tap é possı́vel construir o
retificador com apenas dois diodos, aproveitando os dois semiciclos da tensão
ao invés de um, como em transformadores sem o center tap.
O LTSpice não apresenta componente nativo para simulação do circuito
transformador. Para ultrapassar o empecilho, foi utilizado, em primeira
análise, indutores acoplados no mesmo núcleo.
A equação que relaciona tensão no primário e secundário é descrita pela
Equação 1. Essa equação considera os valores de indutância para relacionar
os valores de tensão. Ademais, o transformador a ser simulado é um transfor-
mador de center tap, então os valores de indutância L2 encontrados baseados
na Equação 1 devem ser replicados nos dois indutores do secundário.
L1 2 V1
( ) = (1)
L2 V2
Supondo L1 = 900 µF , o segundo indutor é valorado em L2 = 18, 079
µF . Com base nesses valores o circuito transformador é montado conforme
mostra a Figura 3. Todavia, esse tipo de simulação é custoso computacional-
mente e deve ser evitado. Portanto, o circuito final da fonte não apresenta
a simulação do transformador, esse componente será substituı́do por duas
fontes de tensão que fornecem 18 V eficazes para o circuito cada uma delas,
conforme ilustra a Figura 4. Nas Figuras 3 e 4 os labels R+ e R− representam
a rede elétrica enquanto os labels T+ e T− são as saı́das do transformador,
além disso, os valores foram convertidos de RMS para valores em amplitude
para a simulação.

4
Figura 3: Transformador baseado em indutores acoplados no mesmo núcleo

Figura 4: Transformador implementado na simulação da fonte linear

Do ponto de vista da aplicação fı́sica, a escolha do transformador deve


levar em consideração tanto as tensões de entrada quanto as tensões de saı́da,
bem como as correntes que o circuito irá consumir. Na fonte linear, a parte
positiva consome cerca de 1,2 A, 1 A para a saı́da e 0,2 A para alimentação
dos circuitos internos. De forma igual, a parte negativa também consome por
volta de 1,2 A, totalizando 2,4 A. Em resumo, o transformador deve ser capaz
de fornecer 2,4 A e diminuir a tensão para valores próximos ao de 18VRM S .
Seguindo essas especificações, o transformador comercial encontrado é do

5
tipo 18 + 18 VAC 3 A. O transformador escolhido é ilustrado na Figura 5
com algumas de suas especificações técnicas.

Figura 5: Transformador comercial com suas especificações técnicas

2.2 Retificador
O retificador a ser implementado é o retificador de onda completa baseado
no transformador de center tap. O retificador é dito de onda completa pois
ele é a junção de dois retificadores de meia a onda, o primeiro retificador
é responsável por um semiciclo e o segundo retificador é responsável pelo
segundo semiciclo.
A implementação de circuitos retificadores é baseado no funcionamento
dos diodos, circuitos que, dentro da faixa de operação ideal, conduzem em
apenas um sentido. Para implementação do circuito são utilizados 2 diodos,
uma para cada saı́da do transformador. O circuito de retificação da fonte
positiva é ilustrado na Figura 6.

6
Figura 6: Retificador de onda completa da fonte positiva

Para retificação negativa é necessário apenas inverter o sentido dos diodos,


conforme ilustra a Figura 7. Outrossim, nas Figuras 6 e 7 os labels T+ e T−
são as saı́das do transformador, enquanto que os labels Rct+ e Rct− são as
saı́das do retificador da fonte positiva e negativa respectivamente.

Figura 7: Retificador de onda completa da fonte negativa

Para construção fı́sica do circuito retificador são utilizados 4 diodos, 2


para fonte positiva e 2 para fonte negativa. Para a escolha do diodo alguns

7
parâmetros importantes devem ser considerados, são eles: tensão reversa
máxima; corrente direta máxima; e a corrente de pico repetitiva.
A tensão reversa máxima é o valor máximo que o diodo suporta quando
está em corte, valor acima da tensão reversa máxima levam o diodo a condução
no sentido reverso ou danificam o componente. Esse valor é obtido conforme
a Equação 2, onde VRevM ax é a tensão reversa máxima, VP icoSec é a tensão de
pico no secundário e 0.7 é a queda de tensão no diodo. Além disso, o fator
1,5 aplicado na fórmula é referente a uma tolerância de 50%, dada como fa-
tor de segurança para escolha do componente, ou seja, o valor a ser buscado
comercial é no mı́nimo 50% maior do que aquele valor que será observado em
teoria, garantindo segurança ao projeto. Após a realização da operação da
Equação 2 o valor encontrado foi de VRevM ax = 70, 05 V, em outras palavras,
o diodo comercial a ser escolhido deve possuir VRevM ax ≥ 70, 05 V.

VRevM ax = 1, 5 × (2 × VP icoSec − 0.7) (2)


O segundo valor a ser considerado na escolha do diodo é a corrente direta
máxima, que é o valor máximo de corrente que o componente suporta em
condução. Esse valor é determinado levando em consideração a corrente que
o circuito deve consumir, 1,2 A, a VP icoSec e a tensão de Ripple, VRP P . No
projeto da fonte descrito neste documento é considerado uma tensão de Ripple
de 10%, ou seja o valor de Ripple pode variar entre ± 10%, sendo assim, o
valor do Ripple é de 4.2 V. O valor de Ripple foi obtido considerando que
o transistor do circuito de amplificação de corrente deve trabalhar na faixa
linear, então para isso foi considerado que a tensão VCE sobre ele é por volta
de 6 V, que garante a operação nessa região. Por fim, a forma de se obter p
valor da tensão de Ripple é demonstrada na Equação 3.

VRP P = (15 + 6) × 1.1 − (15 + 6) × 0.9 = 4.2 (3)


Para se obter o valor da corrente direta máxima é utilizado a Equação
4, onde IDirM ax é a corrente direta máxima e 1,2 é a corrente exigida pela
fonte, conforme discutido anteriormente. Após a realização da operação da
Equação 4, o valor encontrado foi de IDirM ax = 17, 33 A, ou seja, o diodo
comercial a ser escolhido deve possuir IDirM ax ± 17, 33 A.
r
VP icoSec
IDirM ax = 1, 2 × (1 + 2π × ) (4)
2 × VRP P
Por fim, o último parâmetro a ser observado para a escolha do diodo
é a corrente de pico repetitiva. Essa corrente está relacionada diretamente
com o valor de capacitância. Considerando um valor de 3300 µF o valor da
corrente de pico repetitivo atinge picos de 60 A, esse valor foi obtido através

8
de simulação e o valor da capacitância será discutido na subseção do Filtro
Passa-Baixa. Por fim, considerando as caracterı́sticas levantadas durante a
discussão, os diodos escolhidos para o retificador são os da famı́lia 1N5402,
a Figura 8 apresenta uma tabela das caracterı́sticas do diodo que justificam
a escolha do componente, os valores que devem ser observados são IF SM , IO
e VR(RM S) .

Figura 8: Datasheet do diodo retificador

2.3 Filtro Passa-Baixa


Um filtro passa-baixa permite a passagem das componentes de baixa
frequência e atenua componentes de alta frequência. A ideia central do uso
do filtro é retirar as componentes de frequência mais altas e o resultado fi-
nal será mais próximo quanto possı́vel da tensão média, que é o primeiro
harmônico das séries de Fourier. Seguindo, para se obter o valor do capaci-
tor o valor do capacitor a ser utilizado no filtro é a realizada a operação da
Equação 5, na qual o valor da tensão de Ripple já foi discutido, o valor da
frequência, f , é igual ao dobro do valor da frequência da rede, no caso 120
Hz, e 1,2 A é a corrente no circuito.
1, 2
C= (5)
f × VRP P
Após efetuar o cálculo, o valor obtido para o capacitor é de 2380 µF ,
todavia os valores comerciais próximos a esse são bem difı́ceis de serem en-
contrados na faixa de tensão que garantam segurança ao projeto, em torno
de 35 V, tendo como base os capacitores encontrados em e-commerces bra-
sileiros. Sendo assim, o capacitor de 3300 µF / 35 V foi escolhido, por ser
de fácil acesso. Por fim, com o novo valor de capacitância a tensão de Rip-
ple passa para 3.03 V, valor por volta de 7%, valor esse que está dentro do

9
esperado. Todavia aumentar muito a capacitância aumenta a corrente de
pico repetitiva, que está diretamente ligada aos ciclos de carga e descarga
do capacitor, ou seja, valores altos de capacitância impossibilitam o projeto
ou cria demanda de diodo mais potentes. No entanto, o valor escolhido de
capacitância está dentro dos valores possı́veis para a corrente de pico repe-
titiva. As Figura 9 ilustra a implementação do filtro na fonte positiva, a
implementação na fonte negativa é semelhante.

Figura 9: Filtro passa-baixa da fonte positiva

2.4 Circuito de referência


O bloco de referência tem como objetivo setar uma valor que será amplifi-
cado e esse valor será exibido na saı́da da fonte. A ideia principal dessa parte
do circuito é manter um valor constante, ou seja, menos sensı́vel ao Ripple do
barramento. Com base nesse contexto geral, o circuito de referência é pro-
jetado baseado no diodo Zener, a principal caracterı́stica desse componente
é o fato de apresentar pouca variação de tensão para variações grandes de
corrente, dentro da sua região de operação.
Como pode ser observado abaixo na Figura 10, para a realização do cir-
cuito de referência é utilizado um diodo Zener, que para esse caso foi escolhido
o 1N4730, ligado em série com um resistor. Tal resistor é escolhido visando
o funcionamento do diodo fora da sua região de joelho, visto que, fora dessa
região, o valor de tensão desse diodo oscila pouco mesmo com uma oscilação

10
significativa da corrente. Utilizando a Equação 6, mostrada abaixo, foi de-
terminada o valor de tal resistência, na qual, VCC é igual a VP icoSec apresenta
anteriormente, VZ é a tensão de Zener, no caso 3.9 V e IZ é a corrente de
Zener que é estimada por volta de 5 mA. Após a realização do cálculo da
Equação 6, o valor obtido foi de 4 kΩ para resistência, o valor comercial mais
próximo é de 3,9 kΩ e ele será adotado no projeto.

Figura 10: Circuito de referência com diodo zener

(VCC − VZ )
RZ = (6)
IZ
Para justificativa da escolha do Zener a potência que o dispositivo é capaz
de dissipar foi levado em consideração. O cálculo da potência é mostrado na
Equação 7. O diodo 1N4730 é capaz de dissipar até 1 W, o que atende a
especificação do projeto.

PZ = VZ × IZ (7)
O objetivo do projeto é uma fonte variável, então uma consideração sobre
a resistência do Zener deve ser feita. A corrente que irá fluir sobre o RZ
será a soma das correntes que passam sobre o Zener e sobre o divisor de
tensão, RP ot , que representa um potenciômetro, sendo assim, a Equação 8
demonstrar como encontrar o novo valor da resistência. O valor obtido é de
3,7 kΩ, o valor comercial a ser utilizado é de 3,6 kΩ com potência de 41 W,

11
já que a potência calculada é por volta de 0,118 W. É importante ressaltar
que os valores obtidos tem como referência um potenciometro de 10 kΩ.

(VCC − VZ )
RZ = (8)
IZ + RVPZot

2.5 Regulação de Tensão e Amplificação de corrente


A regulação de tensão é feita baseada na tensão do diodo Zener e valendo
do princı́pio de funcionamento do amplificador não inversor. De modo geral,
a Equação 9 informa como é feita a amplificação de tensão. Considerando
o valor de um resistor como 10 kΩ, o segundo resistor é próximo de 22 kΩ,
esse resistor é substituı́do por um resistor de 15 kΩ em série com um trimpot,
essa substituição tem como objetivo corrigir com ajustes finos algumas va-
riações ou distorções que os componentes possam apresentar. O amplificador
a ser usado nessa aplicação é o LM741, por ser um componente de maior
familiaridade e fácil acesso.
R1
Vo = VZ × (1 + ) (9)
R2
A amplificação de corrente, por sua vez, é feita com base no funciona-
mento do transistor TBJ em sua região linear, que justifica o nome do projeto.
Em sua região linear, o TBJ funciona como fonte de corrente controlada por
corrente, a corrente de controle é a corrente da saı́da do amplificador, que
recebe um ganho β e é transmitida pelo emissor do transistor. A saı́da do
amplificador é por volta de 20 mA, logo para que a fonte seja capaz de for-
necer 1 A, o ganho β deve ser muito elevado, sendo assim os transistores
utilizados nesse tipo de circuito são transistores do tipo Darlington que são
transistores com alto valor de ganho. As Figuras 11 e 12 demonstram a cons-
trução dos circuitos de regulação de tensão e amplificação de tensão da fonte
positiva e negativa respectivamente, enquanto a Figura 13 é um recorte do
DataSheet do TIP122 com ênfase no valor hfe, que é o ganho do transistor.
Os transitores a serem utilizados na fonte são o TIP122 e o TIP127.

12
Figura 11: Circuito de regulação de tensão e amplificação de corrente positivo

Figura 12: Circuito de regulação de tensão e amplificação de corrente nega-


tivo

Figura 13: Dados do transistor TIP122 com detalhe para o hfe

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2.6 Circuito de proteção digital
Inserir circuitos de proteção em fontes pode evitar danos ao equipamento.
Por exemplo, caso algum componente da fonte sofra avaria ou se danique, esse
dano pode ser replicado na saı́da, levando à fonte a fornecer mais corrente
que o necessário e até mesmo danificar o restante do circuito.
Existem as mais diferentes formas de se proteger o circuito, sejam pro-
tecções grampeada ou até mesmo protecções de foldback, a ideia geral deles
e que caso detecte alguma sobrecorrente na saı́da, o circuito possa agir cor-
rigindo o erro. Nesse sentido, o uso de resistores de shunt se torna bastante
atrativo, são resistores de baixa resistência e com o valor da queda de tensão
sobre ele é possı́vel grampear a saı́da da fonte, fornecendo uma proteção
simples e eficaz para o circuito.
Na fonte linear proposta, será implementada uma proteção do tipo digital,
isso e, a proteção tem como premissa algum circuito lógico. A ideia geral
sobre a fonte e comparar o valor da queda de tens ao sobre o resistor de
shunt e baseado nesse valor o circuito lógico se aciona, quando a corrente
sobre o resistor e alta, o sinal referente a um curto-circuito e setado no flip-
flop que o armazena. Esse valor, por sua vez, aciona um transistor que
coloca potencial zero no circuito de referência, ou seja, coloca potencial nulo
na sada, impedindo a circulação de corrente. A principal caracterı́stica do
flip-flop que é útil no circuito da fonte linear e a capacidade de armazenar
1 bit, esse bit é a memória do circuito, ele informa se houve ou não curto
circuito na fonte, sendo necessário dar reset após a verificação de curto.
Como pode ser observado abaixo na Figura 14, dentre os diversos tipos
de proteção existente, foi escolhido a implementação do método de proteção
digital para a fonte projetada. Esse circuito de protecção funciona monito-
rando através de uma medida diferencial da queda de tensão em cima do
resistor Rshunt . O valor de tal resistor foi determinado seguindo a seguinte
regra: para o caso de um resistor Rshunt , a queda de tensão em cima do
mesmo não deve ser maior que 1% da tensão máxima sobre a carga. Sendo
assim, e considerando os resistores disponı́veis para compra foi utilizado o
resistor de 0.1 Ω e 2 W.

14
Figura 14: Circuito de proteção digital positivo

Como a tensão a ser comparada com a passagem de uma corrente de


1 A e muito e muito baixa, sendo ela igual o 1 V, é inicialmente utilizado
um amplificador operacional sendo aplicado como amplificador inversor, e
escolhendo valores de resistor iguais a 220 KΩ na realimentação e 10 KΩ na
alimentação, tem-se assim um ganho de 22 V/V. Após tal ganho, essa tensão,
cujo valor após-ganho e de 2.2 V e comparada com uma tensão de limiar de
2.1 V, sendo que, caso a tensão de entrada seja maior que essa tensão de
comparação, tem-se como saı́da do amplificador uma tensão de valor igual a
-5 V e, caso contrário, essa tensão de saı́da e de 5 V. Nesse segundo caso,
ou seja, quando a saı́da do circuito comparador e igual a 5 V, tem-se um
curto circuito no circuito amplificador de corrente. Após isso, para evitar-se
um loop na tensão monitorada pelo circuito de proteção devido ao fato de
ativar se o transistor usado como chave eletrônica utilizada na proteção deste
circuito, como mostrado abaixo na Figura 15, tornando assim a tensão de
referência, e, consequentemente, a corrente que sai do regulador de tensão
nula, e após isso desativando o transistor pois não é mais observado um curto-
circuito pelo comparador de tensão, gerando assim novamente um curto e
reativando o transistor pois o problema não foi resolvido, e utilizado um flip-
flop onde o clock de tal flip-flop é dado pela saı́da do circuito comparador, o
estado D, equivalente ao estado digital 1, e setado como sendo 5 V e a saı́da
dada pelo estado Q como um armazenador de memória para assim guardar
essa informação de curto-circuito. O transistor a ser utilizado é o 2N2222
para a fonte positiva e o 2N2907 para negativa por serem transistores baratos
e que funcionam, dentro dos limites de tensão utilizados, com chave.

15
Figura 15: Circuito de acionamento da proteção digital negativa

Vale destacar que essa informação de curto-circuito só é cancelada, de-


sativando assim o transistor, quando é resetada a memória do flip-flop. O
circuito de reset é composto por um botão e um resistor conectados ao 5 V,
o reset do flip-flop é conectado entre esse dois componentes, quando o botão
é acionado o sinal lógico 1 e jogado no flip-flop, resetando o circuito.
Por fim, as Figuras 16 e 17 mostram os circuitos de proteção negativo e
o circuito de acionamento da proteção negativa respectivamente, é notável a
presença de dois amplificadores com ganho unitário no circuito de proteção,
eles têm como função inverter o sinal. Além disso, o LTSpice não possui com-
penente nativo do tipo flip-flop que forneça 5 V na saı́da, são implemntados
amplificadores para dar ganho de 5 V/V. Por fim, todos os amplificadores
utilizados no circuito de proteção digital são do tipo LM741 e o flip-flop é
do tipo CD4013, escolhidos por familiaridade com os componentes.

16
Figura 16: Circuito de proteção digital negativo

Figura 17: Circuito de acionamento da proteção digital negativa

2.7 Fontes auxiliares e Proteção de Calor


São necessárias 3 fontes de tensão auxiliares para o projeto. As fontes
auxiliares são baseadas no diodo Zener para manter a tensão constante, são
utilizados diodos de 6,2 V que após a queda do transistor terão 5,5 V. Para
fornecer a corrente necessária são utilizados transistores de potência, iguais
ao utilizados para o projeto do circuito de amplificação de corrente, por
facilidade de projeto. A fonte de 2,1 V é feita utilizando resistores como

17
divisor de tensão e um diodo zener de 4,7 V. A Figura 18 demonstra a
construção das fontes auxiliares. Os diodos de 6,2 V são 1N4735 e o de 4,7
V é do tipo 1N5230, foram escolhidos pela faixa de tensão.Os transistores
escolhidos são o TIP122 para os valores positivos de tensão e o TIP127 para
o valor negativo, escolhidos por familiaridade com os componentes.

Figura 18: Fontes Auxiliares

Além disso, para o projeto são utilizados dissipadores de calor, que ga-
rantem sobrevida aos componentes de potência. A escolha do dissipador foi
feita considerando a potência máxima dissipada pelos transistores em termos
de calor, dados esse presentes na folha de dados, com esse valor e com auxı́lio
de um circuito térmico em série é possı́vel dizer que a potência que o dissi-
pador deve dissipar é menor que 6 ◦ C/W , sendo assim o dissipador HS8620
foi escolhido, com medidas de 40 mm x 20 mm x 20 mm. Esse tipo de es-
colha teve como base um circuito térmico simples e o princı́pio da tentativa
e erro, sendo assim, o método utilizado não apresenta um cálculo especı́fico
que valha ser mencionado. A Figura 19 ilustra o modelo escolhido.

18
Figura 19: Dissipador de calor

2.8 Circuitos de identificação por leds


O circuito de identificação por leds foi feito baseado em portas lógicas.
Primeiro é feito um buffer que tem como objetivo diminuir os efeitos de
carga dos circuitos, caso a fonte esteja funcionando o circuito de proteção
não deve ser acionado, ou seja, uma porta NOT para dizer que o circuito está
funcionando, que aciona o led verde. Caso detecte um curto, uma porta AND
com valor lógico 5V na outra porta aciona o led vermelho. A Figura 20 ilustra
a construção dos circuitos para fonte positiva e negativa. Os leds utilizados
funcionam em 0,3 A, sendo assim, resistores de 18 kΩ são necessários para
regulação da corrente sobre eles.

Figura 20: Circuitos de identificação por LED’s

19
2.9 Esquemático Proteus e PCB
Para confecção do esquemático PCB foi utilizado o software Proteus, ele é
um software antigo com atualizações recentes, ou seja, a lista de componentes
e bibliotecas nele presentes é extensa e bem ampla, de modo geral, todos os
componentes utilizados no trabalho estavam presentes no Proteus.
A primeira etapa para confecção do circuito impresso PCB é a replicação
do esquematico do LT Spice no Proteus, utilizando, dessa vez, todos os com-
ponentes certos que serão utilizados para construção final da placa. Algumas
ressalvas são feitas, são elas: o transformador será conectado por meio de
bornes de conexão, os pinos banana e os leds serão terminais para geração
do esquemático PCB, assim como o porta-fusı́vel, os transistores de potência
serão alocados com certa distância da borda considerando que os dissipadores
de calor ainda serão anexados, as trilhas terão larguras iguais para facilitar
o projeto, todas do tipo T30 para comportar a corrente máxima de 1,2 A
esperada e as conexões finais serão feitas de forma manual utilizando fios.
Após a montagem do esquemático no Proteus, Figura 21, é feita a alocação
dos componentes na placa e configurado o autoroute do Proteus para produ-
zir as trilhas conforme especificado e em apenas uma face, conforme mostra
a Figura 22. São geradas as trilha conforme a Figura 23, essas trilhas são ex-
portadas para impressão e devem ser invertidas, considerando que o projeto
será feito em uma placa de fenolite. Por fim, o Proteus fornece um esquema
3D que ilustra como será, de forma aproximada, o projeto da fonte, esse es-
quema 3D é mostrado nas Figuras 24 e 25. Ademais, a Figura 26 mostra a
composição e distribuição dos componentes na placa, essa imagem deve ser
transferida para a parte superior da placa, facilitando a soldagem e identi-
ficação dos componentes. Por fim, é recomendável a exportação do arquivo
de impressão em formato Bitmap, todavia, o método de confecção que viria
a ser empregado no projeto é baseado em tinta fotosensivel e impressão em
papel transparente, que reduz os erros durante a corrosão das trilhas por ser
um método com eficácia maior, comparado ao uso de prensa térmica.

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Figura 21: Esquemático no Proteus

21
Figura 22: Componentes no PCB com suas trilhas

22
Figura 23: Trilhas do PCB

23
Figura 24: Esquemático 3D da placa de circuito, vista superior

24
Figura 25: Esquemático 3D da placa de circuito, em perspectiva

25
Figura 26: Layout do circuito impresso

26
3 Análise dos Resultados
Esta secção tem como objetivo discutir os principais resultados e formas
de onda encontrados durante a simulação do circuito. Assim sendo, ela está
dividida em subsecções que direcionam melhor cada um dos resultados.

3.1 Transformador
Visando uma corrente de 1A sobre a carga, os valores e formas de on-
das apresentados foram obtidos utilizando uma resistência de carga de 25 Ω,
uma vez que a tensão retificada cedida pela filtragem do capacitor é de cerca
de 25V. O primeiro valor a ser analisado é referente às formas de onda do
transformador, conforme mostra a Figura 27. Nela, é possı́vel perceber que
a tensão de primário é bem mais elevada quando comparada com a do se-
cundário. No primário, a tensão é de 127 V eficazes, enquanto que esse valor
no secundário é de 18 V eficazes. Esse componente, todavia, foi substituı́do
por duas fontes de tensão, conforme apresentado na metodologia.

Figura 27: Forma de onda do circuito transformador

3.2 Retificador e Filtro Passa-Baixa


A segunda análise é com relação à onda retificada. Após a saı́da do trans-
formador, o sinal de tensão é retificado e passa a ter componentes com apenas
um sinal, conforme mostra Figura 28 para o caso da retificação positiva e a
Figura 29 para a retificação negativa. Seguindo, após a retificação, o sinal
irá passar pelo filtro e a forma de onda será semelhante ao que mostram as
Figuras 30, no caso positivo, e Figura 31, no caso negativo.

27
Figura 28: Onda retificada positiva

Figura 29: Onda retificada negativa

28
Figura 30: Tensão de ripple positiva

Figura 31: Tensão de ripple negativa

A tensão de ripple depende diretamente da carga, ou seja, quanto maior


a carga menor será a tensão de ripple, uma vez que a constante de tempo
do circuito capacitor depende do tanto constante capacitiva, quanto da cons-
tante resistiva. Esse fato é comprovado pelas Figuras 32 e 33, nas quais a
fonte foi testada com carga de 100 Ω e 1 kΩ respectivamente.

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Figura 32: Tensão de Ripple para um carga de 100 Ω

Figura 33: Tensão de Ripple para um carga de 1 kΩ

Quanto ao diodo, usando-se uma carga de 25 Ω como citada acima,


percebe-se que a corrente de pico não repetitiva aplicada sobre ele é de 31,6
A enquanto a repetitiva é de 12,6 A, tendo uma corrente média igual a 1
A, como pode ser observado abaixo na Figura 34. Ao trocar-se o valor da
carga para 50 Ω para analisar o efeito dela sobre a corrente observada nos
diodos, percebe-se que a corrente de pico não repetitiva permanece a mesma,
porém a corrente de pico repetitiva sofre uma queda significativa em seu
valor, tornando-se igual a 8,8 A, como pode ser observado na Figura 35.
Vale destacar também que no segundo caso, a corrente média sobre a carga
é equivalente a metade da mesma aplicada sobre a carga no primeiro caso.
Ademais, a corrente de pico repetitiva é inversamente proporcional a carga,

30
como pode ser observado na Figura 36, nela uma carga de 1 kΩ é aplicada
sobre a fonte, diminuindo muito o valor da corrente.

Figura 34: Corrente sobre o diodo para carga de 25 Ω

Figura 35: Corrente sobre o diodo para carga de 50 Ω

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Figura 36: Corrente de pico repetitiva com carga de 1 kΩ

3.3 Circuito de referência


Utilizando-se inicialmente uma carga de 15 Ω, tem-se representado abaixo,
na Figura 37, a tensão, de valor igual a 4.5 V, e a corrente, oscilando entre 4 e
4,65 mA, aplicadas sobre o diodo Zener. Percebe-se ainda que a tensão sobre
o mesmo quase não sofre efeito de oscilação proveniente da tensão de ripple
e que a corrente aplicada sobre ele garante o funcionamento do diodo fora
da região de joelho, uma vez que para o diodo escolhido, a corrente mı́nima
que garante tal funcionamento é de 3,9 mA.

Figura 37: Corrente e tensão sobre o diodo zener para carga de 15 Ω

Ao alterar-se o valor da impedância da carga para 30 Ω, percebe-se que o


valor da tensão sobre o diodo continua o mesmo, porém a corrente aumenta,

32
algo já esperado devido ao efeito do divisor de corrente que ocorre entre o
diodo zener e a carga. Na Figura 38, tal efeito pode ser observado.

Figura 38: Corrente e tensão sobre o diodo zener para carga de 30 Ω

Finalmente, na Figura 39 tem-se a tensão de referência, que pode ser


ajustada utilizando-se o trimpot, cedida ao circuito de ganho de tensão.

Figura 39: Tensão de referência do circuito de ganho de tensão

3.4 Regulação de Tensão e Amplificação de corrente


A Figura 40 compara a tensão de referência com a tensão de saı́da da
fonte, a referência está setada em 5 kΩ no potenciômetro. A carga utilizada
é de 15 Ω.

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Figura 40: Tensão de referência em comparação com a tensão de saı́da da
fonte

A Figura 41 compara a corrente de base do transistor com a corrente


de saı́da do transistor, comprovando o funcionamento do circuito.A carga
utilizada é de 15 Ω.

Figura 41: Corrente de base do transistor em comparação com a corrente de


saı́da da fonte

As formas de onda da fonte negativa são idênticas, a única ressalva é com


relação ao sinal que é invertido.

3.5 Circuito de proteção digital


Para o circuito de proteção foi utilizado primeiramente uma carga de 10
Ω, tanto para os circuito da fonte negativa quanto para o circuito da fonte

34
positiva. As formas de onda obtidas são demonstradas nas Figuras 42 e 43.
O valor cresce até próximo ao valor de 15 V e decai de forma instantânea, o
que comprova o funcionamento do circuito de proteção.

Figura 42: Acionamento da proteção da fonte positiva

Figura 43: Acionamento da proteção da fonte negativa

A Figura 44 mostra os sinais em cada etapa de funcionamento do circuito


de proteção. Quando um curto é detectado, o circuito comparador envia um
pulso, em azul, no valor da tensão de saturação positiva do amplificador, esse
pulso armazena um bit e esse bit, 5 V, desativa a fonte. Em vermelho está
a saı́da do Flip-Flop e em verde a saı́da do circuito de ganho. A Figura 45
demonstra a mesma situação para o caso negativo.

35
Figura 44: Formas de onda do circuito de proteção positivo

Figura 45: Formas de onda do circuito de proteção negativo

Por fim, a Figura 46 ilustra o circuito de proteção para uma carga de 15


Ω, note que não houve acionamento da proteção.

36
Figura 46: Formas de onda da fonte quando não ocorre curto circuito

3.6 Fontes Auxiliares


As Figuras 47, 48 e 49 mostram as formas de onda das fontes auxiliares,
os efeitos de carga da fonte não fazem grandes alterações sobre esses sinais.

Figura 47: Fonte auxiliar 5 V

37
Figura 48: Fonte auxiliar -5 V

Figura 49: Fonte auxiliar 2,1 V

3.7 Circuitos de identificação por leds


A Figura 50 ilustra o acionamento do Led Vermelho, que indica curto
circuito. Quando ocorre um curto, em verde, a porta AND envia o sinal
lógico 1, em azul, que permite a passagem da corrente, vermelho, que acende
o Led.

38
Figura 50: Formas de onda do acionamento do Led Verde

Quando não existe curto, que é o caso da Figura 51, o sinal azul representa
um sinal lógico 0, mesmo que diferente de 0 V, assim sendo, a corrente, em
vermelho, não é capaz de acionar o led.

Figura 51: Formas de onda do Led Vermelho quando ele está inativo

A Figura 52 mostra as formas de onda que acionam o Led Verde, que


indica bom funcionamento da fonte. Quando não existe curto, em verde, a
porta lógica NOT envia sinal lógico 1, em azul, que permite a passagem de
corrente, em vermelho que acende o Led.

39
Figura 52: Formas de onda do acionamento do Led Verde

Quando existe curto, representado na Figura 53, o sinal em azul indica


nı́vel lógico 0, que não permite a passagem da corrente, em vermelho, que
não acende o Led.

Figura 53: Formas de onda do Led Verde quando ele está inativo

Para a fonte negativa, as formas de onda são exatamente iguais, uma vez
que são circuitos idênticos.

40
4 Conclusão
O objetivo geral deste trabalho foi alcançado, sendo possı́vel projetar
uma fonte de linear de tensão com todos os seus módulos inclusos, sendo
estes o transformador, o circuito retificador, um filtro passa-baixas, o circuito
de referência, o circuito regulador de tensão e amplificador de corrente, o
circuito de proteção digital, as fontes auxiliares e proteção de calor, o circuito
de identificação por leds e finalmente a montagem do esquemático PCB, e
obtendo valores e resultados dentro dos limites especificados.
Analisando módulo por módulo, observa-se que o bloco que apresenta
maior custo monetário dentro do projeto da fonte linear é o bloco do trans-
formador, sendo assim, sua escolha deve ser realizada com cautela.
Já observando o bloco do filtro, percebe-se que a utilização de capacitores
introduz resistências parasitas ao circuito. Tal problema pode ser mitigado
utilizando-se uma associação de capacitores em paralelo ao invés de um único
capacitor, já que assim a capacitância final será a soma de todas as capa-
citâncias enquanto a resistência se torna praticamente nula.
Quanto aos circuitos de referência e regulador de tensão e amplificador
de corrente, nota-se uma dificuldade durante a simulação devido à falta de
componentes no simulador que emulam o trimpot e o potenciômetro, sendo
utilizados resistores baixos para simular as situações do potenciômetro com
cursor no mı́nimo ou máximo. Outra coisa a ser destacada é que diferente da
simulação, em uma montagem real há a presença de erros nos valores de re-
sistência, e o acúmulo de tais erros, cuja correção pode ser feita manualmente
ao utilizar um potenciômetro do tipo trimpot, gera resultados diferentes dos
esperados na saı́da.
Já sobre os circuitos de proteção digital e identificação por leds, eles são
peças fundamentais na montagem do projeto, principalmente o circuito de
proteção por sua capacidade de prolongar a vida útil dos demais compo-
nentes, porém sua implementação utilizando o software LTspice é limitada
devido ao sistema como foram implantados os flip-flops neste simulador.
Finalmente, o conhecimento obtido com a montagem de uma PCB é de
extrema importância além de bastante utilizado no cotidiano de um enge-
nheiro eletricista, porém a falta de uma montagem real bem como os desafios
e conhecimento adquiridos com a solução de problemas que ocorrem durante
tal fase pode ser considerado um ponto negativo na realização deste trabalho

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Referências
[1] L. M. D. Italo José Dias, “Notas de aula da disciplina laboratório de
circuitos eletrônicos i,” 2020.

[2] C. ELECTRONICS, “1n5221 thru 1n5281.” http://pdf.


datasheetcatalog.com/datasheet/ChenyiElectronics/mXrywxv.
pdf.

[3] O. Semiconductor, “Tip120, tip121, tip122(npn); tip125, tip126,tip127


(pnp).” https://www.onsemi.com/pub/Collateral/TIP120-D.PDF.

[4] T. Instruments, “Lm741 operational amplifier.” https://www.ti.com/


lit/ds/symlink/lm741.pdf.

[5] O. Semiconductor, “P2n2222a.” https://www.onsemi.com/pub/


Collateral/P2N2222A-D.PDF.

[6] O. Semiconductor, “P2n2907a.” https://www.onsemi.com/pub/


Collateral/P2N2907A-D.PDF.

[7] T. Instruments, “Cd4013b cmos dual d-type flip-flop.”


https://www.ti.com/lit/ds/symlink/cd4013b.pdf?HQS=
TI-null-null-alldatasheets-df-pf-SEP-wwe.

[8] ptcomputador, “Como calcular shunt resistance.” http:


//ptcomputador.com/Ferragens/computer-drives-storage/49366.
html.

[9] J. C. Edimar Apolinário, Egon Kirchof, “Projeto integrador:


Fonte regulada 0 a 12v – 1 a com proteção de sobre-corrente.”
http://ptcomputador.com/Ferragens/computer-drives-storage/
49366.html.

[10] P. N. Stroski, “Projeto e montagem de uma fonte li-


near.” https://www.electricalelibrary.com/2019/09/23/
projeto-e-montagem-de-uma-fonte-linear/.

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