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Nome: Rafael Fernandes RA:22117427-5

ATIVIDADE 1 - LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA


ELÉTRICA - 52/2023

1 – Explique as diferenças entre a transmissão de energia CC


e CA e quando elas podem ser aplicadas.
Resposta:

A transmissão de energia em CC ocorre quando a corrente


elétrica flui em uma única direção constante. Nesse sistema, a
tensão permanece estável ao longo do tempo, o que permite uma
transmissão eficiente de grandes quantidades de energia a longas
distâncias. A energia CC é amplamente utilizada em sistemas de
transmissão submarina, como cabos de alimentação de
plataformas de petróleo ou instalações offshore, devido à sua
capacidade de minimizar perdas ao longo das linhas de
transmissão. Além disso, é empregada em sistemas de
alimentação de veículos elétricos e em algumas aplicações
industriais, como eletrólise eletroquímica.
Por outro lado, a transmissão de energia em CA envolve a
variação periódica da direção e magnitude da corrente elétrica. A
corrente alternada é amplamente utilizada em sistemas de
distribuição de energia elétrica em larga escala, como redes de
distribuição de energia residencial, comercial e industrial. Isso se
deve em grande parte à capacidade da corrente alternada de ser
transformada em diferentes níveis de tensão através do uso de
transformadores, o que torna a transmissão e distribuição de
energia em larga escala mais eficiente. A energia CA também
pode ser gerada de forma mais fácil e eficiente por meio de
geradores AC.
A principal diferença entre a transmissão CC e CA está na
maneira como a energia é transmitida e nas características das
linhas de transmissão. Na transmissão CC, a energia flui de forma
unidirecional, sem a necessidade de inversão de polaridade. Isso
elimina os efeitos indutivos e capacitivos das linhas de
transmissão, reduzindo as perdas de energia. Além disso, a
transmissão em CC permite o controle preciso do fluxo de energia
por meio do uso de conversores eletrônicos, como retificadores e
inversores.
Já na transmissão CA, a energia é transmitida em ciclos que se
repetem, alternando a direção da corrente. Essa variação
periódica possibilita a utilização de transformadores, o que facilita
a alteração da tensão e corrente elétrica para fins de transmissão
e distribuição eficientes. No entanto, a transmissão em CA está
sujeita a perdas de energia devido aos efeitos indutivos e
capacitivos das linhas de transmissão, o que requer uma
compensação adequada para minimizar essas perdas.
Quando se trata de aplicabilidade, a transmissão em CC é mais
adequada para longas distâncias, especialmente em casos em
que a energia precisa ser transmitida por meio de cabos
submarinos. A energia CC também é utilizada em aplicações que
requerem uma alta estabilidade de tensão, como sistemas de
alimentação de equipamentos eletrônicos sensíveis. Por outro
lado, a transmissão em CA é amplamente empregada em
sistemas de distribuição de energia elétrica em geral, sendo a
forma predominante de transmissão e distribuição de energia em
redes de energia elétrica convencionais.
Em resumo, as diferenças entre a transmissão de energia CC e
CA estão relacionadas à direção e estabilidade da corrente
elétrica, bem como às características das linhas de transmissão. A
escolha entre os dois métodos depende das necessidades
específicas de transmissão, distância, eficiência energética e
requisitos de estabilidade de tensão.
2 – A modelagem de linhas de transmissão média, ou seja,
com distâncias entre 80 e 240 km, levam em consideração
uma capacitância, seja no modelo π seja no modelo T.
Explique por que surge uma capacitância em LTS nessas
distâncias.
Resposta:

A capacitância surge em linhas de transmissão de média distância


devido à interação elétrica entre os condutores da linha e o
ambiente circundante. Essa capacitância é uma propriedade
intrínseca da geometria da linha e do isolante que a envolve.
Quando uma linha de transmissão é construída, os condutores
são geralmente isolados do ambiente circundante por meio de um
isolante dielétrico, como o ar ou um material polimérico. No
entanto, mesmo com o isolante, ainda ocorre uma pequena troca
de carga elétrica entre os condutores e o ambiente.
No caso da modelagem em π (pi), a capacitância é representada
por uma capacitância distribuída ao longo da linha, enquanto no
modelo T, a capacitância é representada por uma capacitância
concentrada na extremidade da linha.
A capacitância é uma propriedade que permite o armazenamento
de energia elétrica em um sistema. Nas linhas de transmissão, a
capacitância está relacionada à armazenagem de energia elétrica
entre os condutores e o ambiente. Ela é uma função da geometria
dos condutores, da distância entre eles e das características
dielétricas do material de isolamento.
À medida que a distância entre os condutores aumenta, a
capacitância da linha também aumenta. Isso ocorre porque a área
de superfície exposta ao ambiente aumenta, permitindo uma
maior interação elétrica. Além disso, a capacitância é
inversamente proporcional à distância entre os condutores.
Quanto maior a distância, menor a capacitância, e vice-versa.
A presença da capacitância em linhas de transmissão de média
distância tem algumas implicações práticas. Ela afeta as
características elétricas da linha, como a impedância e a
velocidade de propagação dos sinais elétricos. Além disso, a
capacitância pode causar perdas de energia e interferência
eletromagnética nos sistemas de transmissão.
Portanto, é importante levar em consideração a capacitância ao
modelar linhas de transmissão de média distância, seja utilizando
o modelo π ou o modelo T. Esses modelos permitem uma
representação adequada das características elétricas da linha,
levando em conta a presença da capacitância e seu impacto no
desempenho do sistema de transmissão.
3 – Quais das afirmativas seguintes não são verdadeiras para
os parâmetros de linha R, X, G e C?
a) R e L são elementos em série.
b) G e C são elementos em paralelo.
c) G = 1/R.
d) Tanto E quanto G dependem da condutividade dos
condutores que formam a linha.
e) Somente R depende explicitamente da frequência.
Resposta:

A afirmativa e) "Somente R depende explicitamente da frequência"


não é verdadeira para os parâmetros de linha R, X, G e C.

A frequência afeta os parâmetros de linha de diferentes maneiras:

a) R e L são elementos em série: Essa afirmativa é verdadeira. A


resistência (R) e a indutância (L) são elementos em série em uma
linha de transmissão.

b) G e C são elementos em paralelo: Essa afirmativa é verdadeira.


A condutância (G) e a capacitância (C) são elementos em paralelo
em uma linha de transmissão.

c) G = 1/R: Essa afirmativa é verdadeira. A condutância (G) é o


inverso da resistência (R), ou seja, G = 1/R.

d) Tanto E quanto G dependem da condutividade dos condutores


que formam a linha: Essa afirmativa é verdadeira. A condutividade
dos condutores afeta tanto a resistência (R) quanto a condutância
(G) da linha de transmissão.

e) Somente R depende explicitamente da frequência: Essa


afirmativa não é verdadeira. Além da resistência (R), outros
parâmetros como a indutância (L), a capacitância (C) e a
condutância (G) também podem depender da frequência em uma
linha de transmissão.
4 – Ao analisar uma linha de transmissão curta, calcule V L(t)
para t = Δt expresso na figura abaixo. A frequência é de 60 Hz
e Δt = 1µs. As condições iniciais são dadas por:

Figura 01: Modelo de linha de transmissão curta utilizada no


problema. Fonte: "Transmissão de Energia Elétrica em
corrente alternada", MOURA, Alison (2019).

Resposta:
Para calcular VL(t) para t = Δt em uma linha de transmissão curta,
é necessário utilizar as equações de propagação de ondas em
uma linha de transmissão. As equações básicas são:

V_F(t) = V_F(0^−) cos(ωt)


I_F(t) = I_F(0^−)cos(ωt)
V_L(t) = V_L(0^−)cos(ωt − θ)

Onde:
V_F(t) é a tensão da fonte no tempo t
I_F(t) é a corrente da fonte no tempo t
V_L(t) é a tensão na carga no tempo t
ω é a frequência angular (ω = 2πf, onde f é a frequência em Hz)
θ é o ângulo de fase entre a tensão na carga e a corrente da fonte

Dado que a frequência é de 60 Hz e Δt = 1µs = 1×10^(-6) s,


podemos substituir esses valores nas equações acima para
calcular VL(t) para t = Δt.

V_F(t) = V_F(0^−) cos(ωt) = 0


cos(2π×60×10^6×1×10^(-6)) = 0
I_F(t) = I_F(0^−) cos(ωt) = 0
cos(2π×60×10^6×1×10^(-6)) = 0
V_L(t) = V_L(0^−) cos(ωt − θ) = 0
cos(2π×60×10^6×1×10^(-6) − θ) = 0

Portanto, para t = Δt = 1µs, a tensão na carga VL(t) será igual a


zero, de acordo com as condições iniciais fornecidas.

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