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Introdução
A transmissão de energia é dividida em duas faixas: a
transmissão propriamente dita, para potências mais elevadas e
ligando grandes centros, e a distribuição, usada dentro de
centros urbanos, por exemplo.
Em sistemas de grande porte, é usual a interligação redundante entre sistemas, ou ainda a ligação em anel,
formando uma rede. O número de interligações aumenta a confiabilidade do sistema, porém aumentando a
complexidade. A interligação pode tanto contribuir para o suprimento de energia quanto para a propagação
de falhas do sistema: um problema que ocorra em um ponto da rede pode afundar a tensão nos pontos a sua
volta e acelerar os geradores, sendo necessário o desligamento de vários pontos, incluindo centros
consumidores, provocando um blecaute.
Torres
Para linhas aéreas, é necessário erguer os cabos a uma distância segura do solo,
de forma a evitar contato elétrico com pessoas, vegetação e veículos que
eventualmente atravessem a região. Por isso são construídas torres de alta
Interior de uma torre de
transmissão.
tensão. As torres devem suportar os cabos em condições extremas,
determinadas basicamente pelo tipo de cabo, regime de ventos da região,
terremotos, entre outros eventos.
Isoladores
Limites da transmissão
Torres
O projeto das torres deve ser otimizado para tornar o custo viável, não deixando de suportar os cabos em
qualquer condição de vento, temperatura, e quando aplicável, na formação de gelo.
As torres são usualmente construídas em aço, com algumas alternativas em madeira e concreto para tensões
de até 13,8 kV, e com estudos na utilização de alumínio e outras ligas.
Ampacidade
Trata-se da capacidade máxima de corrente elétrica nos condutores. Conforme a corrente aumenta, a
temperatura eleva-se e os condutores se dilatam, aumentando a flecha e diminuindo a distância do centro do
vão para o solo. Esta distância deve ser tal para evitar contatos com o solo ou outros elementos, como
animais e pessoas.
Eventualmente a linha pode operar em regime de emergência, com sobrecarga, o que é .previsto em projeto
mas não deve ser utilizado com frequência. Os limites de operação normal e de emergência variam para
cada país.
O aumento da temperatura nos condutores eleva a resistência, no qual altera a própria corrente. O vento em
contato com o condutor é um elemento relevante no resfriamento, além da convecção. A radiação solar
também influencia na elevação da temperatura do condutor.
Potência natural
Para linhas longas, usualmente de alta tensão, o limite de transmissão, sem o uso de equipamentos
adicionais, tende para a potência natural, ou potência característica da linha. Este valor equivale a uma
absorção total da energia por uma carga com factor de potência unitário que esteja demandando esta
potência. Neste regime toda a energia reactiva gerada pela linha é consumida pela própria.[1] É determinado
pela equação:
A forma intuitiva de aumentar a capacidade de transmissão é elevar a tensão nominal da linha. Obviamente
isto implica limites operacionais dos equipamentos.
Outra maneira tradicional de aumentar a capacidade de transmissão é compensando a linha, anulando desta
forma, parcialmente, os valores de capacitância e indutância da linha.
Os valores de indutância e capacitância são basicamente determinados pela posição dos cabos de fase.
Quanto maior a capacitância, ou menor a indutância, menor a impedância de surto e maior a potência
característica. Uma linha pode ter sua potência natural elevada, optimizando desta forma sua capacidade de
transmissão para longas distâncias.[2]
Efeito corona
Para linhas de extra-alta tensão (acima de 345 kV), o principal limitante é o efeito corona (ou coroa em
Portugal). O campo eléctrico na superfície dos condutores atinge um limiar no qual o dieléctrico do ar
rompe-se, criando assim pequenas descargas em torno do condutor, similar a uma coroa.
Este efeito é muito interessante visualmente, mas provoca perdas eléctricas no sistema e interferência em
rádio e TV em localidades próximas. O efeito corona/coroa torna-se mais intenso na ocorrência de chuva,
no qual as gotas nos cabos provocam uma concentração do campo eléctrico, e elevando o nível de perdas e
interferência. Outro factor que favorece a ocorrência desse efeito são as condições físicas da superfície do
cabo. Se este for arranhado, sujo ou sofre algum processo que torne sua superfície mais rugosa (isso pode
ocorrer especialmente no lançamento dos cabos se a equipe não tomar cuidado. Por exemplo, deixar
acidentalmente o cabo arrastar no solo) pode facilitar a ocorrência do efeito. Normas específicas, como a
NBR 5422 no Brasil, impõe um limite de interferência provocado pelas linhas de transmissão, geralmente
especificado para clima ameno.
Na ocorrência de sobretensões na linha, o efeito corona é um meio importante de amortecer tais falhas,
agindo como um "escape" desta energia excedente.
Uma linha de extra-alta tensão projectada de forma optimizada possui os campos superficiais nos
condutores próximos do limite.
Campos eletromagnéticos
A linha irradia campos eletromagnéticos na sua vizinhança, podendo causar interferências e problemas de
saúde. Uma publicação do ICNIRP (Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Não
Ionizante)[3] define como limites para frequência industrial (50 ou 60 Hz) os valores de 10 e 8,33 kV/m,
respectivamente. Os limites para campo magnético, em 50 e 60 Hz, são de 500 e 420 microteslas,
respectivamente.
Compensação de linhas
Para linhas com grandes comprimentos, acima de 400 km, é necessário o uso de equipamentos de
compensação, tais como reatores em paralelo e capacitores em série, para aumentar a capacidade da linha.
Os reatores em paralelo (também chamados de reatores shunt) anulam parcialmente o efeito capacitativo da
linha, minimizando o Efeito Ferranti, que ocorre quando a linha opera em carga leve. Estes reatores
geralmente não são manobráveis, o que pode ser indesejável quando a linha estiver em sobrecarga. A
manobra convencional de um reator pode levar a sobretensões indesejáveis, e é evitada na medida do
possível. O uso de reatores controláveis permite uma maior flexibilidade, mas acrescenta uma maior
complexidade e custo no sistema de transmissão.
O uso do CCAT provê uma série de vantagens, tais como o desacoplamento entre sistemas e a economia de
cabos, usando de estruturas mais leves.
A transmissão em corrente contínua pode ser realizada de forma unipolar (um condutor, com retorno pelo
terra) ou bipolar (dois condutores, de polaridades positiva e negativa).
O uso de linhas submarinas evita o uso destas estruturas, reduzindo a poluição visual e evitando problemas
em locais com travessias de navios. A linha submarina tem a limitação de possuir uma grande capacitância,
reduzindo o seu alcance prático para aplicações em corrente alternada, facto no qual é preferível o uso de
linhas em corrente contínua.
Proteção
Diversos problemas assolam a integridade de uma rede de transmissão, tais como:
Alguns destes problemas são transitórios, desaparecendo após o desligamento da linha. Outros acarretam
danos permanentes, como queda de torres.
Cabos pára-raios,
Pára-raios (supressores de surto),
Pára-raios de linha,
Procedimentos coordenados de manobra,
Aterramento adequado,
Proteção catódica.
Sistemas flexíveis
Outra forma de controle do fluxo de carga é a utilização de transformadores defasadores.
Ver também
Subestação
Linha de transmissão
Produção de energia elétrica
Sistema trifásico
Distribuição de energia elétrica
Sistemas elétricos de potência
Notas e referências
Notas
1. As torres da travessia do Rio Yangtze são as maiores do mundo, com 346,5 m de altura,
para transpor um vão de 2303 m.
Referências
1. «SIL - Surge impedance loading» (http://www.o-t-s.com/sil.htm)
2. «CEPEL, LPNE - Linhas de potência natural elevada» (http://www.cepel.br/~lpne/conceit1.ht
m)
3. «ICNIRP, Guidelines for Limiting Exposure to Time-Varying Electric, Magnetic, and
Electromagnetic Fields (up to 300 GHz). Health Physics 74 (4)» (https://web.archive.org/we
b/20081113052702/http://www.icnirp.de/documents/emfgdl.pdf) (PDF). 1998. p. 494-522.
Consultado em 23 de outubro de 2007. Arquivado do original (http://www.icnirp.de/document
s/emfgdl.pdf) (pdf) em 13 de novembro de 2008
4. «Cabos ACCR» (http://solutions.3m.com/wps/portal/3M/en_US/Energy-Advanced/Materials/I
ndustry_Solutions/MMC/ACCR/)
Ligações externas
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