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Transmissão de Energia Elétrica

Profa . D ra. Mi c he l e S a n tos


mi chele@unifap.com
Introdução a Transmissão de Energia
Sistema Elétrico de Potência
Matriz Elétrica Brasileira 2021 (BEN, 2022)
Matriz Elétrica (Brasil x Mundo)
MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA MATRIZ ELÉTRICA MUNDIAL
2021 (BEN, 2022) 2021 (BEN, 2022)
Função da Transmissão no SEB
Transmissão de Energia
A energia elétrica é um pouco como o ar que respiramos, você não
pensa sobre ela até ficar sem.

A energia apenas está “lá”, satisfazendo cada uma de suas necessidades


constantemente, usando para aquecimento, esfriamento, cozimento,
refrigeração, iluminação, som, computador, entretenimento... Sem ela,
a vida pode ficar meio desconfortável.

A energia é transportada desde a usina elétrica até sua casa pelo


sistema de transmissão e de distribuição de energia.
Transformador da Usina

Por motivos técnico-econômicos os


geradores de energia elétrica, por
maiores que sejam, são projetados para
gerar tensões de até no máximo 25kV.

Precisando então de um transformador


que eleve a tensão para que possa ser
transportados para a subestação
elevadora com o mínimo de perda
possível.
Transformador da Usina
Subestação Elevadora
Sistema de Transmissão
Tensão de Transmissão
São tensões típicas de transmissão no Brasil os níveis em:

 Alta Tensão (AT) de 138kV e 230kV, e,

 Extra-Alta Tensão (EAT), de 345kV, 440kV, 500kV e 750kV.


Por que uma tensão tão alta?
Porque aumentando a tensão,
Dimensão dos condutores para LT
diminui-se a corrente,
Considere uma tensão de: consequentemente a seção do
condutor e a perda de energia
a) 13,8kV e
pelo efeito joule.
b) 138kV
Torre de Transmissão de Energia

Cada cabo representa uma fase.


Muitas torres possuem cabos
extras correndo ao longo de seu
topo.

Estes cabos são aterrados e


denominados de cabo-guarda.

Estão na função de proteção


das fases, principalmente,
contra descargas atmosféricas.
Caracterização do Sistema de
Transmissão
 Altos níveis de tensão (acima de 69kV);
 Manejo de grandes bloco de energia;
 Distâncias de transporte razoáveis (normalmente acima de
100km no caso do Brasil)
 Sistema com várias malhas, interligando blocos de geração
(usinas) a regiões de consumo de grande porte (carga
agregada) nos finais ou em pontos bem determinados das
linhas.
Impactos Sócio-Ambientais
Os primeiros problemas gerados pela implementação de linhas de
transmissão começam com a sua construção e são:

Desobstrução da faixa e desmatamento para início das obras;


Escavações para as fundações;
Montagem das estruturas (movimentação local);
Implantação de um canteiro de obras; e
Abertura de estradas de acesso.
Todas essas atividades influem na vida da população local que nem sempre é
beneficiada pela energia transportada.
O traçado da linha visa ao caminho mais curto e não respeita necessariamente
populações e meio ambiente. Outro fator importante no contexto da
preservação ambiental é a construção de acessos para as obras e as
manutenções constantes das linhas.
Vantagens da Interligação
• Operação mais econômica do sistema: unidades geradoras de alto custo de
produção podem ser substituídas por outras de menores custos.
• Menores necessidades individuais de reserva girante: “economia de escala”.
• Ajuda mútua em casos de emergência.
• Aproveitamento da diversidade de carga: redução dos níveis de ponta do
sistema como um todo.
• Aproveitamento energético da diversidade hidrológica entre bacias distintas
em casos de períodos hidrológicos adversos.
• Aumento geral no nível de confiabilidade: melhores níveis de tensão e
frequência, melhores condições de regulação, flexibilidade nos programas de
manutenção programada, etc.
Desvantagens da Interligação
• Permite que distúrbios em uma região sejam transferidos
para outra;

• Exige reforços adicionais em unidades geradoras, interligações


em corrente contínua, etc.

• O aumento no nível de curto-circuito é outro aspecto a ser


considerado;

• Superação antecipada da capacidade dos disjuntores


existentes.
O Sistema de Transmissão e
seus Principais Equipamentos
1. Conceito de Sistema de Transmissão
Um sistema de transmissão de energia elétrica é composto
basicamente por:

 Linhas de transmissão e

 Subestações.
2. Linha de Transmissão – LT
Componente do sistema elétrico destinado à transmissão de

energia elétrica, em geral é aéreo, composto de cabos condutores e

pára-raios, torres, isoladores, sistema de aterramento e sinalização,

ferragens e demais acessórios, inclusive a faixa de servidão. A LT costuma

interligar duas subestações, e neste caso os limites da LT são os pórticos

das subestações terminais. Pode ainda compor derivações.


2. Linha de Transmissão – LT
Em geral, a transmissão de energia elétrica é feita através de linhas de

transmissão aéreas, isolamento a ar, por razões econômicas. Nos casos

em que considerações de outras ordens sejam determinantes é possível

a utilização de cabos isolados, embora isto seja mais usual nas áreas de

distribuição e sub-transmissão.
2.1 Condutores
Os condutores constituem os elementos ativos propriamente dito da LT. É através
deles que se realiza o processo de transmissão de energia elétrica, e devem
possuir características especiais para se obter um bom desempenho com custo
adequado, como:

Boa resistência mecânica e baixo peso específico;


Alta condutibilidade elétrica, baixa perda por efeito Joule (IR²);
Alta resistência à oxidação e a corrosão por agentes químicos poluentes;
Baixo custo do investimento e de manutenção.
No atendimento das condições acima, o cobre e o alumínio são os metais que
possuem o maior número dessas propriedades. Atualmente o alumínio é o mais
usado, desde 1908 com a invenção do cabo de alumínio com alma de aço.
2.1 Condutores
As normas NBR 5369/1971 e NBR 7270/1998, especificam os cabos de
alumínio (CA) e cabos de alumínio com alma de aço (CAA) para fins
elétricos, com referência comercial no Brasil igual a adotada na
codificação canadense, que identifica cada família CA ou CAA, a seção e
formação do condutor.
Para os cabos CA as palavras-chave são nomes de flores e
Para os cabos CAA são nomes de aves,
em ambos os casos na língua inglesa.
2.1 Condutores

CABO DE ALUMÍNIO (CA)


2.1 Condutores
CABO DE ALUMÍNIO COM ALMA DE AÇO (CAA)
2.2 Isoladores
Os cabos são suportados pelas estruturas através dos isoladores que os mantém
isolados eletricamente da mesma, e devem resistir às solicitações mecânicas e
elétricas.
Os isoladores são submetidos aos esforços mecânicos transmitidos pelos
condutores que por sua vez são transferidos para as estruturas, em três condições:

• Forças verticais, devido ao próprio peso dos condutores; em clima frio esse peso
é acrescido do peso da capa de gelo que pode se formar ao redor do mesmo;
• Forças horizontais axiais, no sentido dos eixos longitudinais das linhas, para que
os condutores se mantenham suspensos sobre o solo;
• Forças horizontais transversais, em sentido ortogonal aos eixos longitudinais das
linhas, devido à ação da pressão do vento sobre os próprios cabos.
2.2 Isoladores

As solicitações de natureza elétrica que o isolador deve resistir são:

• Tensão nominal e as sobretensões em freqüência industrial;

• Surto de tensão, por sobretensões de manobra ou por descarga atmosférica.


2.2 Isoladores
Quanto ao material de fabricação tem-se os isoladores de porcelana
vitrificada e isoladores de vidro temperado, sendo estes os mais usados, e
isoladores de resina ou poliméricos.

Quanto à forma, classificam-se em isolador tipo disco em porcelana ou vidro


temperado, do tipo coluna em porcelana, vidro temperado ou resina
(polimérico).

Quanto ao modo de montagem temos as cadeias de isolador do tipo


suspensão e as cadeias de isolador do tipo ancoragem que além dos
esforços normais devem suportar os esforços de tração dos condutores
2.2 Isoladores
2.2 Isoladores
DUAS CADEIAS DE ISOLADORES TIPO SUSPENSÃO
ISOLADORES DE VIDRO EM CADEIAS DO TIPO
COM ISOLADORES DE VIDRO E UMA COM ISOLADOR
ANCORAGEM
POLIMÉRICO
2.3 Ferragens
A ferragem constitui as peças que devem suportar os condutores e conectá-los às cadeias
de isoladores e estas às estruturas, seu projeto requer cuidados especiais frente aos efeitos
eletromagnéticos e eletrostáticos, como: efeito corona, rádio-interferência, etc..., sendo:

• Grampos de suspensão: é um dispositivo que recebe os cabos condutores e os conecta


nas cadeias de isoladores, protegendo do esmagamento os fios que compõem o cabo
condutor (figura 5a).

• Anel anticorona: é instalado normalmente na lateral do grampo de suspensão do


condutor na cadeia de isolador e, tem por finalidade distribuir o potencial elétrico devido
arestas ou angulosidade da ferragem.(figura 5a).

• Espaçadores: são dispositivos usados nos feixes de condutores para impedir que os
mesmos se toquem
2.3 Ferragens

Ferragem de LT:

a) Grampo de suspensão e Anel anticorona (unidade em cm para LT de 500KV);

b) Espaçador de feixe de condutores;

c) Amortecedor de vibração.
2.4 Cabo para-raios

Os cabos para-raios estão localizados na parte superior das estruturas a uma


distância de segurança com relação aos condutores de fase energizados (NBR-
5422/1985), e se destinam a interceptar as descargas elétricas de origem
atmosféricas, e descarregá-las para a terra, evitando que estas atinjam
diretamente os condutores energizados, atenuando os efeitos do raio à níveis
suportáveis, de tal forma que não causem danos materiais e interrupções nos
sistemas elétricos.

Os cabos pára-raios convencionais são normalmente de aço galvanizado de


diâmetro mínimo de 3/8” e rigidamente aterrados através das estruturas.
2.5 Aterramento

Aterramento elétrico, por definição é uma ligação intencional à terra. O


sistema de aterramento de uma LT é de fundamental importância para
segurança de terceiros e do próprio sistema elétrico quanto a surto de
tensão por manobra ou descarga atmosférica e corrente de curto-
circuito. Quanto menor a resistência de terra melhor será o seu
desempenho quanto ao escoamento pela terra da corrente de defeito.
Para LT o valor aceitável de resistência de terra é de 10 a 20 ohms.
2.6 Estruturas de Linhas
2.6 Sinalizadores
Esfera sinalizadora - DIURNA

Lâmpada de descarga - NOTURNO

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