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Prof.

Kaisson Teodoro de Souza


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
2.1. Introdução

As bases do sistema elétrico são as unidades geradoras e as unidades


consumidoras da energia. Na maioria dos casos, a geração ocorre a uma distância
grande do centro consumidor. Para interligar a geração com o centro consumidor,
são utilizadas as linhas de transmissão.
2.2 - Classificação das LT´s

2.2.1 - Quanto ao nível de tensão:

✓Alta Tensão (AT) – 69 kV à 230 kV;


✓Extra Alta Tensão (EAT) – 230 kV à 765 kV;
✓Ultra Alta Tensão (UAT) - Tensões acima de 765 kV.

Linha de Subtransmissão - São as linhas que operam em 69kV e 138kV, que,


normalmente passam nos centros urbanos.
2.2.2 - Quanto à forma de construção:

_ Circuito simples: Nesse tipo de


construção, a torre de transmissão
leva apenas um grupo de fases.
_ Circuito duplo: Nesse outro tipo
de construção, a torre de
transmissão leva dois grupos de
fases.
2.2.3 - Quanto ao tipo de corrente transportada:

✓ Corrente alternada: Forma mais usual para transporte de energia por


linhas de transmissão, já que não necessita alterações em sua forma para ser
transmitida.

✓Corrente continua: Esse tipo de transmissão se mostra mais viável para


linhas de tensões elevadas e grandes distâncias. A sua utilização gera uma
série de vantagens, tais como o desacoplamento entre sistemas e a economia
de cabos, usando assim, estruturas mais leves.
2.2.3.1 – Esquema de transmissão de CC:

✓Transmissão Monopolar: Representa a sua


forma mais simples, possui apenas um condutor e
emprega o solo como retorno. É também aquela
que requer o menor investimento para as linhas e
apresenta a mesma confiabilidade de uma linha à
CA a um circuito.

✓Transmissão Bipolar: Emprega dois


condutores, um para cada um dos polos. Em cada
um dos seus terminais existem dois conversores
ligados em série no lado da corrente contínua
cujos pontos neutros podem ou não ser aterrados.
Quando os pontos neutros são aterrados, cada
polo pode operar de forma independente um do
outro.
✓ Transmissão Homopolar: A linha é
constituída com dois ou mais
condutores de mesma polaridade, em
geral negativa, empregando o solo
como retorno.
2.2.3.2 – Vantagens da transmissão e CC:

✓ Pode ser econômica e


tecnicamente viável a
transmissão , a distâncias
relativamente grandes, de
potências consideráveis
por cabos subterrâneos e
submarinos.

✓Pode interligar sistemas de frequências diferentes, como também transferir


energia de um para outro, sem problemas de estabilidade do sistema interligado,
podendo mesmo aumentá-la;
✓Com o mesmo nível de isolamento de uma linha de CA e condutores de mesma
bitolas, necessita apenas 2/3 da quantidade de cabos e 2/3 do número de isoladores
do que a de CA. Suas estruturas mais leves e simples e exigindo faixas de servidão
mais estreitas.

✓Em regime permanente a indutância e a capacitância é nula. O condutor possui,


à CC, uma resistência bem menor do que à CA, pela ausência dos efeitos pelicular
e de proximidade, o que permite uma transmissão mais econômica, principalmente
a grandes distâncias;

✓A linha de CC somente transmite potência ativas. Ocorrendo um curto-circuito


em um dos sistemas de CA, a linha de CC não contribui para aumentar as
correntes de curto-circuito.
2.2.3.1 – Desvantagens da transmissão e CC:
– Linha de transmissão em corrente continua .
2.2.3.2 – linha HVDC no Brasil:
✓ Em 1986 foi inaugurada o primeiro elo de transmissão em corrente contínua no Brasil:
com capacidade de 6.300 MW e tensão de 600 kV duas linhas entre Foz do Iguaçu/PR e
Ibiúna/SP (com 785 e 805 Km de extensão) hoje escoam energia da UHE Itaipu para a
região Sudeste.

✓ Décadas depois (entre 2011 e 2012), foi iniciada a operação de duas linhas em corrente
contínua entre Porto Velho/RO e Araraquara/SP (com 2700 Km de extensão), com
capacidade total de 6.300 MW e tensão de 600 kV para escoar energia das usinas Santo
Antônio e Jirau.

✓ Para a UHE Belo Monte, também foram construídas duas linhas em corrente contínua
para escoar energia: a primeira, entre Xingu/PA e Estreito/SP (com 2.076 Km de
extensão) , entrou em operação em dezembro de 2017, e a linha entre Xingu/PA e
Terminal Rio/RJ (com 2.535 Km de extensão) em outubro de 2019 ─ ambas com tensão
de 800 kV e capacidade de escoar 4.000 MW de energia cada uma.
2.2.4 - Quanto ao tipo de linha de transmissão:

✓Linhas Aéreas: São o tipo mais comum de linhas de transmissão. São suportadas
por torres, e seus cabos ficam expostos.

✓Linhas Subterrâneas: São pouco comuns, mais utilizadas em centros urbanos.


Custo bastante elevado por conta da isolação dos condutores.

✓Linhas Submarinas: Bem pouco utilizadas. Especificas para travessia de rios e


canais. O uso de linhas submarinas evita o uso de grandes estruturas áereas,
reduzindo a poluição visual e evitando problemas em locais com travessias de
navios. Mas essa linha tem a limitação de possuir uma grande capacitância,
reduzindo o seu alcance prático para aplicações em corrente alternada, facto no qual
é preferível o uso de linhas em corrente contínua.
2.3 - Componentes de uma LT´s

2.3.1 - Cabos condutores:

Constituem elementos ativos propriamente ditos das linhas de transmissão,


devendo, portanto, possuir características especiais.
Condutores ideais para linhas aéreas de transmissão seriam aqueles que
pudessem apresentar as seguintes características:

✓ Alta condutibilidade elétrica: O material deve ter baixa resistência elétrica, de modo
que as perdas por efeito joule possam ser mantidas, dentro de limites economicamente
rentáveis.
✓Boa resistência mecânica: A resistência mecânica é responsável pela integridade
física dos condutores, garantindo a continuidade do serviço e segurança das
instalações. Quanto maior for a resistência mecânica, mais econômico será o
projeto da linha, com o aumento do rendimento de utilização das estruturas.

✓Baixo peso específico: Quanto menor o peso específico dos condutores, menores
serão os esforços mecânicos transmitidos as estruturas, conseqüentemente serão
utilizadas estruturas mais leves e mais econômicas.

✓Alta resistência a oxidação e corrosão: O material deve ser resistente às


condições agressivas do ambiente uma vez que com a oxidação ocorre a, perda da
secção útil do condutor, provocando a redução da sua resistência mecânica e
eventual ruptura do condutor.
2.3.2 – Condutores Padronizados:

Os materiais que atendem a estas características citadas acima são: cobre,


alumínio, bem como ligas de alumínio, que são empregados em larga escala
comercial atualmente.
Inicialmente foram utilizados os cabos de cobre que apresentavam como
vantagens, alta condutibilidade, elevada resistência mecânica, além de alta
resistência à corrosão. Porém apresentava um elevado peso específico exigindo
estruturas mais robustas.
O emprego do alumínio em LT se intensificou com a redução do custo de
produção do alumínio.
Se por um lado os condutores de alumínio conduzem menos que os de
cobre, por outro lado apresentam menores perdas por efeito corona, uma vez que
para transportar a mesma corrente, são necessários condutores de alumínio com
diâmetro 1,6 maiores que o de cobre e o investimento representa cerca de 25% do
investimento necessário para a bitola de cobre equivalente.
Os tipos de cabos condutores mais empregados em linhas de transmissão são:

✓ Cabos de alumínio:
ex: TULIP –cabo de alumínio
✓ Cabos de alumínio com alma de aço:
ex: PENGUIN –cabo de alumínio com alma de aço (CAA)
✓ Cabos em liga de alumínio;
Ex: ALDREY(Suiça), ALMEC (França), DUCTALEX (Suécia)

✓Condutores copperweld e alumoweld;


Ex:cabos pára-raios.

✓ Condutores tubulares e expandidos: reduzir os gradientes de potencial nas


superfícies dos condutores.
✓ Cabos com múltiplos condutores: reduzir os gradientes de potencial nas superfícies
dos condutores;

Unidade de medida: Usa-se como unidade de medida de cabo o AWG (American


Wire Gauge) ou CM (Circular Mil). Onde, “Circular Mil”, que corresponde à
área de um círculo cujo diâmetro é de um miléssimo de polegada, ou seja,
0,000506707 mm².
✓ Cabos OPGW:
2.3.3 – Tipos de espaçadores:

✓Espaçador amortecedor pré- formado:


✓ Espaçador helicoidal pré- formado:
2.3.4 – Isoladores :

Os cabos são suportados pelas estruturas através dos isoladores,


que, como seu próprio nome indica, os mantêm isolados eletricamente
das mesmas. Devem resistir tanto às solicitações mecânicas como às
elétricas.

Os isoladores são submetidos a solicitações mecânicas que lhes são


transmitidas pelos cabos condutores. São de três tipos:

✓Forças verticais, devidas ao próprio peso dos condutores;


✓ Forças horizontais axiais, no sentido dos eixos longitudinais das linhas,
necessárias para que os condutores se mantenham suspensos sobre o solo;

✓ Forças horizontais transversais, em sentido ortogonal aos eixos longitudinais


das linhas, devidas à ação da pressão do vento sobre os próprios cabos.

Esses esforços são transmitidos pelos isoladores às estruturas, que


devem absorvê-los.
As solicitações de natureza elétrica a que um isolador deve
resistir são as tensões mais elevadas que podem ocorrer nas linhas, e
que são:
✓ Tensão normal e sobretensões em freqüência industrial;

✓ Surtos de sobretensão de manobra que são de curta duração,


podendo, no entanto, atingir níveis de 3 a 5 vezes a tensão normal
entre fase e terra;

✓ Sobretensões de origem atmosférica, cujas intensidades podem ser


muito elevadas e variadas.
Outros requisitos que um isolador deverá atender:

✓ Um isolador eficiente deve ainda ser capaz de fazer o máximo uso do


poder isolante do ar que o envolve a fim de assegurar isolamento adequado.

✓A falha de um isolador pode ocorrer tanto no interior do material


(perfuração) ou pelo ar que o envolve (descarga externa).

✓Seu desenho deve ser de forma a assegurar uma distribuição balanceada de


potenciais e, consequentemente, dos gradientes no ar, com o objetivo de
assegurar tensões de descargas adequadas.
Além desses requisitos, deve ainda satisfazer a outro não menos
importante, que é o da não produção, mesmo após longos períodos de
operação, da indesejável radioiterferência. É um problema que deve ser
eliminado pelo próprio desenho e pelo acabamento superficial dos isoladores.

Exige-se ainda dos isoladores extrema robustez, de modo a poderem


resistir ao manuseio, nem sempre delicado. Devem ser duráveis quando em
serviço, reduzindo a um mínimo o número de reposições no decorrer dos anos,
e resistir bem aos choques térmicos a que estão submetidos pelas condições
meteorológicas locais.
Suas superfícies devem ter acabamento capaz de resistir bem às
exposições ao tempo, mesmo em atmosfera de elevado grau de
poluição em que haja presença, de óxidos de enxofre e outros
reagentes.

Nas linhas aéreas de transmissão são empregados isoladores


confeccionados com:

✓Porcelana Vitrificada;

✓Vidro temperado;

✓Material sintético composto.


a) Isoladores de pino de porcelana monocorpo:
b) Isoladores de porcelana tipo pilar:
c) Isoladores de disco (suspensão) de porcelana:
2.3.4.1 - Fórmula prática para o cálculo do número de isoladores

O número de isoladores em uma cadeia varia bastante em linhas de


mesma classe de tensão. O critério de escolha baseia-se, não só na tensão
nominal das linhas como também no nível ceráunico e grau de proteção
desejado contra as descargas.

✓Suspensão ou Passagem – Cadeia de isoladores na vertical.

kV
ni = +1
15

✓Ancoragem – Cadeia de isoladores na horizontal.

kV
ni = +2
15
2.3.5 – Estruturas das Linhas de Transmissão

As estruturas constituem os elementos de sustentação dos cabos das linhas


de transmissão. Terão tantos pontos de suspensão quanto forem os cabos
condutores e cabos pára-raios a serem suportados. Suas dimensões e formas
dependem, portanto, de diversos fatores, destacando-se:
✓disposições dos condutores;
✓distância entre condutores;
✓dimensões e formas de isolamento;
✓flechas dos condutores;
✓altura de segurança;
✓função mecânica;
✓forma de resistir;
✓materiais estruturais;
✓número de circuitos etc.
2.3.5.1 – Altura das Estruturas

Dependem do comprimento das cadeias de isoladores, do valor das


flechas máximas dos condutores e das alturas de segurança.

Para efeito de dimensionamento com relação a altura mínima de


segurança (hs), pode-se empregar a seguinte expressão:

 DU 
hs = a + 0,01 − 50 
 3 
onde:
U – Tensão máxima de operação da LT, valor RMS, fase-fase, em kV;
Du – Distância, em metros, numericamente igual a U;
a – distância básica , em metros, obtida da tabela n° 5 da norma
NBR 5422.
_ Tabela n° 5 da norma NBR 5422:
_ Exemplo: Qual a altura mínima admitida para os condutores de uma LT
de 138/145kV sobre um terreno agriculturável? E para um linha de
500/550kV?
2.3.5.2 – Disposição dos Condutores nas Estruturas

É um fator importante na definição das dimensões das estruturas. São


empregadas três disposições básicas dos condutores:

✓Disposição em plano ou lençol horizontal – quando todos os condutores de fase


de um mesmo circuito estão em um plano horizontal. Essa disposição é
empregada em todos os níveis de tensão, de preferência em linhas a circuito
simples. É a disposição que exige estruturas de menor altura, sendo portanto,
preferida para linhas de extra e ultra extra;
✓ Disposição em plano ou lençol vertical – nesta disposição os condutores se
encontram em um mesmo plano vertical. Essa disposição é reservada em
linhas simples, quando estas sofrem limitações das larguras das faixas de
servidão. É, tipicamente, o caso quando as linhas devem acompanhar vias
públicas. São empregadas principalmente em linha a dois circuitos no mesmo
suporte. Estas linhas são encontradas em todos os níveis de tensões, até 500
kV;
✓ Disposição triangular – neste caso os condutores são dispostos segundo os
vértices de um triângulo. Esse tipo de disposição é encontrado em todos os
níveis de tensões. Resulta em estruturas de alturas intermediárias entre as duas
disposições anteriores. Os triângulos são normalmente isósceles, e são
empregadas tanto para linhas a circuitos simples como para circuitos duplos;
2.3.5.3 – Funções das Estruturas nas LT’s

Os elementos que compõem um suporte devem ser dimensionados a fim


de resistir, com segurança, às solicitações a que são submetidos. Devem suportar
os esforços necessários à manutenção dos cabos suspensos, as forças decorrentes
da pressão do vento sobre os cabos e sobre seus próprios elementos, o peso dos
cabos e de seus acessórios, como também as forças decorrentes das variações da
temperaturas desenvolvidas nos cabos e também de mudanças de direção no seu
traçado. Essas forças atuam em direções diferentes, permitindo um tipo de
“especialização” às estruturas, atribuindo-lhes funções específicas.
As forças podem ser classificadas com:

✓Forças verticais: peso dos cabos condutores e pára-raios; peso dos isoladores,
ferragens e acessórios; peso próprio dos componentes de sua estrutura.

✓Forças horizontais em direção transversal ao eixo da linha: são forças


resultante da pressão do vento sobre os cabos e isoladores, bem como sobre os
elementos da própria estrutura.

✓Forças horizontais longitudinais: tração do cabos, estaiamento, variação de


temperatura, etc.
As estruturas podem ser classificadas nos seguintes tipos:

✓Tipo “Suspensão” ou “Alinhamento”: são estruturas dimensionadas para, em


condições normais de operação, resistir aos esforços verticais devido ao peso dos
cabos, isoladores e suas ferragens. Poderão, ser solicitadas igualmente no sentido
vertical pelas forças decorrentes do estaiamento. Devem suportar igualmente as
forças horizontais transversais decorrentes da pressão do vento sobre os cabos,
isoladores e sobre seus próprios elementos. É o tipo de estrutura mais empregado
nas linhas. São as estruturas menos reforçadas da linha.
✓Tipo “Terminal” ou “Ancoragem”: são estruturas utilizadas no início e no
fim das linhas, cabendo-lhes a responsabilidade de manter os cabos
esticados. São solicitados unilateralmente pelas mesmas forças que atuam
nas estruturas de suspensão e adicionalmente pelas forças axiais
longitudinais na condição de maior intensidade de vento. São as estruturas
mais solicitadas, sendo, portanto as mais reforçadas.
✓Estrutura para “ângulos”: são
estruturas dimensionadas para
suportar, além dos esforços
verticais e transversais,
também as forças decorrentes
da resultante das forças de
tração nos cabos nos dois
alinhamento que se cruzam.
✓Estrutura para “transposição” ou “rotação”de fases”: a fim de se
assegurar o equilíbrio eletromagnético das linhas, e com isso a igualdade
das quedas de tensão nas três fases, efetua-se a transposição de fases, o
que exige estruturas especiais. Recomenda-se que em cada trecho de linha
haja pelo menos uma rotação completa.
2.3.5.4 – Classificação das Estruturas

_ Quanto a tipo de material:

É o elemento suporte de uma linha de transmissão.


Tem por finalidade a sustentação dos cabos condutores de
energia e pára-raios.
Os tipos usuais são:
✓Entreliçada: auto-portante ou estaiada;
✓Concreto: auto-portante;
✓Madeira: auto-portante (tensões inferiores a 88 KV).
Entreliçada:
Concreto:
Madeira:
_ Quanto a forma de resistir:

Os esforços a que os suportes ficam submetidos são transmitidos ao


solo. Essa transferência é feita somente pelos elementos dos suportes, ou por
estes auxiliados por tirantes ou estais ancorados no solo. Esse fato serve de
critério para classificar as estruturas em dois grupos:

✓Estruturas autoportantes – são dimensionadas para transmitir todos os


esforços ao solo através de fundações.
✓Estruturas estaiadas – neste tipo de suportes são empregados estais para
absorver os esforços horizontais transversais e longitudinais. Nestas estruturas os
estais assumem toda a responsabilidade de mantê-las em pé, pois são articuladas
com o maciço de sua fundação, o que exige de quatro a seis estais por suporte.

As maiores objeções as sistema de suportes estaiados é que estes, além de


requererem espaço para os estais nas faixas de servidão, exigem também terrenos
de topografia favorável á implantação dos estais. Em terrenos irregulares prefere-
se suportes auto-portantes, que também são preferidos como estruturas de
ancoragem e terminais, levando na maioria das linhas ás soluções mistas.
2.3.6 – Ferragem e acessórios

As cadeias de isoladores são completadas por um conjunto de peças,


que se destinam a suportar os cabos e ser ligados a elas e estas, ás estruturas.
Portanto sua concepção e projeto é de suma importância, podendo afetar a
durabilidade dos cabos ou constituir-se em fortes fontes de efeito corona,
com a conseqüente radiointerferência.
2.3.6.1 – Cadeia de Suspensão

As cadeias de isoladores devem suportar os condutores e transmitir aos


suportes todos os esforços recebidos destes. Em sua parte superior possuem
uma peça de ligação à estrutura, podendo ser usado um conjunto composto de
um conector bola – concha e uma manilha ou de um conector bola – grafo e
uma manilha. Na parte inferior da cadeia de isoladores são fixados são os cabos
condutores, empregado-se grampos ou pinças de suspensão. Havendo apenas
um cabo por fase, haverá uma única pinça. Havendo mais de um cabo por fase,
será usada uma chapa multiplicadora, à qual serão fixadas tantos grampos ou
pinças quantos forem os cabos por fase.
2.3.6.2 – Pinça de Suspensão

O conjunto de solicitações que atuam sobre os cabos, sejam eles


verticais ou horizontais, cria no condutor uma tensão mecânica nos pontos de
suspensão; em virtude do peso do cabo e da sua natural rigidez, aparecem
esforços de flexão e cisalhamento bastante elevados. É, pois, necessário que a
curvatura inferior da calha da pinça se amolde perfeitamente à curvatura
natural dos cabos e que seu raio seja o mesmo dos cabos, para não ocorrer o
esmagamento dos fios que os compõem, pois sua superfície de apoio fica
reduzida.
2.3.6.3 – Dispositivos Anti-vibrantes

Um dos fatores que limita a utilização dos cabos mecanicamente é o


fenômeno da fadiga de seus fios componentes sob efeito das vibrações induzidas
pelo vento nos mesmos. Com o emprego de dispositivos capazes de dissipar a
energia envolvida, pode-se reduzir substancialmente o perigo da ruptura dos
cabos junto aos seus pontos de suspensão, podendo-se mesmo aumentar as
trações nos mesmos, reduzindo suas flechas.

Há basicamente três tipos de proteção contra o efeito das vibrações:


_ Varetas Anti-Vibrantes ou Armaduras Anti-Vibrantes:

Nas linhas com cabos de alumínio, é usual o emprego de varetas anti-


vibrantes nos pontos de suspensão como reforço dos cabos, evitando que seus
fios sofram ruptura opor ação das vibrações eólicas. Com o uso deste
dispositivo, o diâmetro do cabo junto ao grampo de suspensão fica aumentado
em cerca de 70 a 85%.
_ Pontes Anti-vibrantes ou Festões:

Constituídas por alças confeccionadas com o próprio cabo e montadas


em paralelo com o mesmo.
_ Amortecedores de Vibrações:

Tem por finalidade absorver e dissipar a energia das vibrações. O


tipo mais conhecido e suado é o tipo “STOCKBRIGE”.
2.3.6.4 – Anel Anti-Corona

O problema de distribuição não uniforme dos potenciais foi


considerado muito grave quando se iniciou o emprego de cadeias de
isoladores, observando-se perfurações do dielétrico nos primeiros elementos
da cadeia, como também correntes de escape sobre sua superfície.

Esses anéis distribuidores de potencial têm como principal finalidade


aumentar a capacitância entre as peças metálicas dos isoladores e condutores.
2.3.6.5 – Esfera de Sinalização Pré-formada

Colocadas no pára-raios das LT’s, na faixa sobre as rodovias para


visualização da LT pelos aviões.
2.3.5 – Estrutura da Linha de Transmissão
2.4 – Fenômenos Físicos comuns em LT’s
2.4.1 – Efeito Pelicular

✓O efeito pelicular é o fenômeno responsável pelo aumento da resistência


aparente de um condutor em função do aumento da freqüência da corrente
elétrica que o percorre.

✓Se em corrente contínua, a corrente se distribui de forma uniforme ao


longo de toda a secção reta do condutor, já em corrente alternada tal efeito
não se verifica.

✓A medida que aumenta a freqüência da corrente que percorre o condutor,


o campo magnético junto ao centro do condutor também aumenta
conduzindo ao aumento da reatância local.
✓Este aumento de reatância leva a que a
corrente tenda a, preferencialmente, deslocar-se
pela periferia do condutor, o que implica uma
diminuição da área efetiva do condutor e logo
um aumento da sua resistência aparente.

✓A área pela qual a corrente elétrica com uma


determinada freqüência se distribui é designada por área
aparente, a qual é dependente da freqüência.
Efeito Pelicular
2.4.2 – Efeito Corona

✓O efeito Corona ocorre quando um forte campo elétrico associado com um


condutor de alta tensão ioniza o ar próximo ao condutor. O campo elétrico na
superfície dos condutores atinge um limiar no qual o dielétrico do ar rompe-se,
criando assim pequenas descargas em torno do condutor, similar a uma coroa.

✓O ar ionizado pode se tornar azul e se tornar audível em forma de "estalos". O


efeito Corona também libera partículas de O2 e produz oxigênio tri atômico - O3,
ozônio- um gás corrosivo que destrói equipamentos de linhas de potência e coloca
em perigo a saúde humana. E o efeito Corona gera ruído eletromagnético.
✓O efeito corona torna-se mais intenso na ocorrência de chuva, no qual as gotas
nos cabos provocam uma concentração do campo elétrico, e elevando o nível de
perdas e interferência.
2.4.3 – Efeito Ferranti

✓Elevação de tensão, em regime permanente, na extremidade aberta de uma


linha de transmissão, ou seja, tensão na recepção em vazio superior à tensão na
geração.

✓Na ausência de compensação reativa, a tensão de regime no final da linha de


transmissão é sempre maior do que no início.

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