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3. Estruturas de suporte (torres, postes) - São responsáveis pela sustentação aérea dos
de acordo com vários parâmetros técnicos, como exemplo, o nível de tensão e condutores
empregados.
4. Cabos pára-raios - São elementos responsáveis pela condução à terra de elevadas cor-
A Figura 1.1 mostra um exemplo típico dos elementos constituintes das linhas de transmissão,
1
Figura 1.1: Elementos típicos de linhas de transmissão.
A Tabela 1.1 apresenta os valores típicos empregados em linhas para a transmissão de energia
O sistema elétrico brasileiro, denominado Sistema Interligado Nacional (SIN), apresenta in-
tercâmbios entre regiões previstos no horizonte de curto, médio e longo prazo. Nessas condições,
iniciou-se na última década pesquisas que objetivam a proposição de congurações para uma
outros sistemas elétricos (internacionais) e que ainda não foram consideradas no Brasil, quando
2
Níveis de tensão EHV ±600 kV (CC) e 362 − 460 − 550 − 800 kV (CA - valores máximos).
Compensação reativa série: Capacitores xos instalados nas linhas e FACTS-TCSC 500 kV
(CA);
Transmissão em CC ±800 kV .
Transmissão em CC multiterminal.
Sistemas hexafásicos.
foram substituídos por condutores de alumínio em virtude das diferenças de custo e massa.
Também apresentam diâmetro maior, de modo que a densidade de uxo elétrico na superfície
composto de uma ou mais camadas (coroas) de o de alumínio 1350. Pode ser fornecido
3
Condutores de liga de alumínio pura (CAL/AAAC)2 - É um condutor encordoado con-
cêntrico, composto de uma ou mais camadas (coroas) de os de liga 6101/6201-T81. Foi
onde é requerida uma maior resistência mecânica em relação ao condutor CA. Tem maior
resistência à corrosão que o cabo CAA. A Figura 1.2 mostra algumas congurações para
galvanizado. Dependendo da dimensão, a alma deste condutor pode ser constituída por
alumínio e aço, pode-se variar suas proporções, a m de se obter a melhor relação entre a
não só é mais barato como também a alma feita deste material faz o condutor ser mais
resistente à tração. É o condutor mais utilizado. A Figura 1.3 mostra alguns exemplos
1350, reforçado por um núcleo de e/ou os de liga de alumínio 6201-T81. A Figura 1.4
Cabos com núcleo de alumínio e bra de vidro (ACCC)5 - São condutores com nú-
cleo de carbono envolvido por bra de vidro. As bras de carbono esticam menos que
o aço, ao passo que a bra de vidro não resulta em corrosões típicas que ocorrem no
contato aço/alumínio. Tem maior capacidade de corrente, mas são mais caros. A Figura
4
Figura 1.3: Formações típicas para os cabos CAA.
5
Os condutores AAAC possuem maior resistência à tração que os condutores CA para ns
elétricos. O CAA é constituído por um núcleo central (alma) de os de aço, envolvido por
coroas de os de alumínio. O ACAR possui um núcleo central de os de liga de alumínio de
maior resistência mecânica, envolvido por coroas de os de alumínio para ns elétricos.
Cada coroa de os de um cabo é encordoada em sentido oposto ao da coroa inferior, para
evitar que o cabo se desenrole, melhora o empacotamento e faz com que o raio externo de uma
coroa coincida com o raio interno da seguinte, isto é, uniformizar a seção reta. A disposição
em coroas mantém a exibilidade até mesmo de cabos de grande seção transversal. A Figura
Figura 1.6: Disposição interna dos os dos condutores para ns de empacotamento.
O número de os depende do número de coroas e do fato de serem ou não de mesmo diâmetro.
O número total de os em cabos concêntricos nos quais todo o espaço é preenchido por os de
A Figura 1.7 mostra um cabo CAA típico. Este condutor apresenta 7 os de aço formando
uma alma em torno da qual estão dispostas duas camadas com um total de 24 os de alumínio.
e aço, obtém-se condutores com grande variedade de seções, resistência à tração e capacidade
de corrente. A Tabela A.3 fornece algumas características dos cabos CAA, bem como os nomes-
6
código de utilização universal por serem mais convenientes.
Figura 1.7: Seção transversal de um condutor reforçado com aço, com 7 os de aço e 24 os de
alumínio.
separando os os internos de aço das coroas externas de os de alumínio. Para a mesma
6 Os nomes-código dos cabos CAA são nomes de aves e os cabos CA têm nomes de ores, ambos em inglês.
6
Os cabos de transmissão subterrânea são usualmente construídos com condutores encordo-
ados de cobre ao invés de alumínio. Os condutores são isolados em papel impregnado em óleo.
Para tensões de até 46 kV, os cabos são do tipo sólido, onde o único óleo existente é o impreg-
nado durante a fabricação. A tensão nominal deste tipo de cabo é limitado pela tendência à
formação de bolhas entre as camadas de isolação. Uma bainha de chumbo envolve o cabo que
Para tensões de 46 a 345 kV, são disponíveis cabos com óleo circulante a baixa pressão.
Em intervalos ao longo do percurso do cabo, são colocados reservatórios de óleo para o seu
suprimento aos ductos que existem no centro dos cabos simples ou nos espaços entre condutores
nos cabos trifásicos. Esses condutores também são envolvidos por uma bainha de chumbo.
Os cabos tubulares de alta pressão são mais empregados em transmissão subterrânea, com
tensões entre 69 e 550 kV. Os cabos, isolados em papel, cam dentro de um tubo de aço de
diâmetro um pouco maior que o necessário para conter os cabos isolados que cam juntos na
base do tubo.
Cabos isolados em gás também são utilizados para tensões de até 138 kV. Atualmente, há
pesquisas estão direcionadas para outros tipos de cabos, especialmente para níveis de tensão
entre 765 e 1100 kV. Os detalhes da construção de cabos são fornecidos pelos fabricantes.
posições de grandes rios, lagos ou baías. São constituídos de cobre e podem dispor-se de forma
sólida ou encordoada. Os condutores geralmente são isolados da capa externa com o uso de
papel impregnado em óleo. Custam no mínimo 8 vezes mais que as linhas aéreas e podem
chegar até a 20 vezes nas tensões mais altas. A Figura 1.8 exemplica um cabo subterrâneo e
7
1.4 Projeto de linhas de transmissão
Um projeto de linha de transmissão deve levar em consideração pelo menos os quatro fatores
elencados a seguir:
Fatores elétricos
neve, etc.
Uma linha de transmissão de energia elétrica possui 4 (quatro) parâmetros que inuem
capacitância e condutância.
corrente elétrica.
1. Representa a corrente de fuga através dos isoladores (Figura 1.9), sendo esta a prin-
condutor.
8
Figura 1.9: Representação esquemática da corrente de fuga em uma linha de transmissão.
linha, tais como umidade relativa do ar, nível de poluição, etc. Todavia, o efeito da
Indutância (L) - Deve-se aos campos magnéticos criados pela passagem de corrente.
Capacitância (C ) - Deve-se aos campos elétricos, uma vez que as cargas elétricas dos
campos elétrico e magnético. A Figura 1.10 mostra uma linha monofásica e os campos elétrico
e magnético associados. Enquanto que as linhas de uxo magnético são linhas fechadas que
envolvem os condutores e são concatenadas com o circuito, as linhas de uxo elétrico originam-se
Figura 1.10: Campos elétrico e magnético associado a uma linha com dois os.
Uma variação de corrente nos condutores provoca uma variação do número de linhas de uxo
magnético concatenadas com o circuito. Por sua vez, qualquer variação de uxo concatenado
com o circuito lhe induz uma tensão cujo valor é proporcional à taxa de variação do uxo. A
indutância é o parâmetro do circuito que relaciona a tensão induzida por variação de uxo com
9
a taxa de variação de corrente.
A capacitância entre os condutores, como dito anteriormente, existe e é denida pela carga
cia em série. A condutância e capacitância existentes entre condutores de uma linha monofásica
ou entre o condutor e neutro de uma linha trifásica formam a admitância em derivação ( shunt ).
Apesar de a resistência, indutância e capacitância serem distribuídos, o circuito equivalente da
Figura 1.11: Circuito equivalente de uma linha de transmissão com todos os seus parâmetros.
1.6 Resistência
A resistência nos condutores é a principal causa da perda de energia das linhas de trans-
missão. Este termo, exceto quando especicamente indicado, signica resistência efetiva, que
é expressa como:
PLOSS
R= (1.1)
|I|2
onde
10
R é a resistência efetiva do condutor, dado em ohms (Ω).
ρl
R0 = (1.2)
A
onde
ρ é a resistividade do condutor.
l é o comprimento do condutor.
Pode-se usar qualquer conjunto coerente de unidades. Nos Estados Unidos, às vezes ainda
diâmetro do condutor dado em mils. A área em CM multiplicada por π/4 é igual à área em mils
quadrados ou em milionésimos de polegada quadrada. Como os fabricantes norte-americanos
identicam os condutores por sua área de seção transversal em CM, deve-se ocasionalmente
usar esta unidade. A área em milímetros quadrados é igual à área em CM multiplicada por
5,067 × 10−4 :
tem 97,3% e o alumínio tem 61% da condutividade do cobre recozido padrão. A 20◦ C para o
−8
cobre têmpera dura, ρ vale 1,77 × 10 Ω.m (10,66 ohms-circular-mils por pé). Para o alumínio
a
◦
20 C , ρ vale 2,83 × 10−8 Ω.m (17,00 ohms-circular-mils por pé).
A resistência CC de condutores encordoados é maior que o valor computado pela equação 1.2
porque o encordoamento helicoidal das camadas torna os condutores mais longos que o próprio
11
cabo. Para cada quilômetro de cabo, a corrente em todas as camadas exceto a central, percorre
do prolongamento da reta com o eixo da temperatura para resistência zero é uma constante do
material.
R2 T + t2
= (1.4)
R1 T + t1
com corrente contínua. Uma corrente variável com o tempo resulta em densidade de corrente
12
interior para a superfície. No entanto, em condutores de raio sucientemente grande, pode
Existem algumas linhas de uxo interiores ao condutor. Um elemento de corrente que ui
pela superfície do condutor não é concatenado pelo uxo interno e o uxo concatenado com
um elemento que ua próximo à superfície é menor que o uxo concatenado com um elemento
Portanto, o uxo alternado induz tensões mais elevadas nos elementos de condução mais
internos que os próximos à superfície. Pela Lei de Lenz, a tensão induzida se opõe à variação de
corrente que a produz e as tensões mais elevadas que agem nos elementos mais internos provo-
cam aí uma densidade de corrente menor que àquela que ui próximo à superfície, aumentando
assim a resistência do condutor. Mesmo nas frequências nominais do sistema, o efeito pelicular
A Equação 1.2 pode ser usada para calcular a resistência CC dos diversos tipos de condutores,
fazendo-se uma correção associada ao aumento da resistência pelo encordoamento, que são
res tubulares de material sólido, causado pelo efeito pelicular e as curvas R/R0 são disponíveis
8
para estes tipos simples de condutores . Entretanto, esta informação não é necessária porque
de transmissão.
Duas equações são fundamentais para explicar e denir indutância. A primeira relaciona a
dτ
e= (1.5)
dt
onde
8 Mais informações podem ser encontradas em Aluminum Electrical Conductor Handbook , New York, 1971.
13
e é a tensão induzida, em volts (V).
O número de webers-espira é dado pelo produto de cada weber de uxo pelo número de espiras
Para o circuito da Figura 1.10, cada linha de uxo externa ao condutor enlaça-o apenas
uma vez, conforme visto na Figura 1.13. Se considerar uma bobina, a maior parte do uxo
enlaçaria mais de uma espira; se algumas linhas de uxo não enlaçarem todas as espiras da
bobina, o uxo concatenado será menor. Em termos de linhas e uxo, cada linha é multiplicada
pelo número de espiras que enlaça e a soma destes produtos será o uxo concatenado total. A
Figura 1.14 mostra um exemplo do uxo concatenado em uma bobina; nela, a presença de 3
espiras faz com que o uxo concatenado veja três vezes a corrente.
Figura 1.13: Visualização do campo magnético produzido pela corrente que circula por um
condutor.
(representado pelas linhas de uxo) também está variando. Considerando que o meio onde
di
e=L (1.6)
dt
14
onde
Henry (H).
di
é a taxa de variação de corrente, medida em A/s.
dt
A Equação 1.6 pode também ser usada quando a permeabilidade não é constante mas, neste
dτ di
=L (1.7)
dt dt
dτ = Ldi (1.8)
dτ
L= (1.9)
di
Se o uxo concatenado com o circuito varia linearmente com a corrente, isto é, se o circuito
τ
L= (1.10)
i
expresso como:
τ = Li (1.11)
tâneo. Para uma corrente alternada senoidal, o uxo concatenado será também senoidal:
ψ = LI (1.12)
onde ψ é o fasor uxo concatenado. Estando ψ e I em fase, L será real, o que está de acordo
com as equações 1.10 e 1.11. O fasor queda de tensão devido ao uxo concatenado será:
V = jωLI (1.13)
V = jωψ (1.14)
15
A indutância mútua é importante quando se considera a inuência das linhas de potência
A Figura 1.10 evidenciou apenas as linhas de uxo externas aos condutores. No interior
desses elementos, existe campo magnético, como foi mencionado na consideração do efeito
pelicular. A variação deste uxo também induz tensão no circuito; assim, também contribui
para o valor da indutância. O valor correto da indutância devido ao uxo interno pode ser
calculado pela relação entre o uxo concatenado e a corrente, levando-se em conta que cada
Para que se obtenha um valor preciso da indutância de uma linha de transmissão, é neces-
sário considerar os uxos interno e externo de cada condutor. A Figura 1.15 mostra a seção
transversal de um condutor cilíndrico visto de frente. Admite-se que seja bastante longo, bem
como o retorno da corrente se dê a uma distância tão elevada a ponto de não afetar o campo
condutor.
atravessa a área delimitada por este contorno. Também é igual à integral da componente
I
F = H. ds = I (1.15)
onde
16
s é a distância ao longo do contorno, expressa em metros (m).
9
I é a corrente envolvida , expressa em ampères (A).
tangente a ds.
I
Hx . dx = Ix (1.16)
2πxHx = Ix (1.17)
πx2
Ix = I (1.18)
πr2
onde I é a corrente total do condutor. Observa-se que a corrente é proporcional à área por ela
2πxHx = Ix (1.19)
πx
2
2π
xHx = I (1.20)
πr2
x
Hx = I (1.21)
2πr2
Bx = µHx (1.22)
x
Bx = µ I (1.23)
2πr2
onde
9 Este trabalho aplica-se tanto para corrente contínua quanto alternada. Como foi mostrado, H e I são
fasores e representam as grandezas alternadas senoidais. Por simplicidade, a corrente I poderia ser interpretada
como corrente contínua e H como número real.
17
No elemento tubular de espessura dx, o uxo dφ é Bx vezes a área da seção transversal do
elemento, normal às linhas de uxo, sendo esta área igual a dx vezes o comprimento axial do
dφ = Bx dA (1.24)
x
dφ = µ IdA (1.25)
2πr2
O uxo concatenado por metro de comprimento dψ , causado pelo uxo no elemento tubular,
será o produto do uxo por metro de comprimento pela fração de corrente envolvida pelo
Ix
dψ = dφ (1.26)
I
2
πx 1 µxI
dψ =
I dx (1.27)
πr2
I 2πr2
µx3 I
dψ = dx (1.28)
2πr4
O uxo interno ψint (expresso em W be/m) é obtido a partir da integração desde o centro
Z r
ψint = dψ (1.29)
0
Z r
µx3 I
= 4
dx (1.30)
0 2πr
Z r
µI
= x3 dx (1.31)
2πr4 0
r
µI x4
= (1.32)
2πr4 4 0
µI r4
= −0 (1.33)
2πr4 4
µI r4
= (1.34)
8π r4
µI
ψint = (1.35)
8π
do uxo interno em função da corrente. A indutância é denida como a razão entre o uxo
18
concatenado e a corrente circulante :
µI ψint
ψint = Lint = (1.36)
8π I
I
4π × 10−7 I × 10−7
= = 2 (1.37)
8π I
I 1
ψint = × 10−7 Lint = × 10−7 (1.38)
2 2
onde
cilíndrico devido apenas ao uxo magnético interno. Adiante, sempre que referir à indutância
por unidade de comprimento, usa-se o termo indutância, tomando a precaução de usar a unidade
correta.
cilíndrico sólido, pelo método do uxo concatenado parcial, pode ser comprovada procedendo-se
deduzir uma expressão para a porção do uxo concatenado devido apenas ao uxo externo
Figura 1.16, P1 e P2 são os dois pontos e o condutor é percorrido por uma corrente de I ampères.
de traço cheio) que passam por estes pontos. Num elemento tubular distante x metros do
19
Figura 1.16: Um condutor e os pontos externos P1 e P2 .
do elemento será
I
F = H dA = I (1.39)
∴
2πxHx = I (1.40)
I
Hx = (1.41)
2πx
I
Hx µ = µ (1.42)
|{z} 2πx
Bx
µI
Bx = (1.43)
2πx
dφ = Bx dA (1.44)
µI
dφ = dA (1.45)
2πx
O uxo concatenado dψ por metro (W be/m) é numericamente igual ao uxo dφ, pois o uxo
externo ao condutor concatena toda a corrente do condutor uma e somente uma vez. Nessas
20
tem-se:
Z D2
µI
ψ12 = dx (1.46)
D1 2πx
Z
µI D2 1
= dx (1.47)
2π D1 x
µI
= [ln x]D2
D1 (1.48)
2π
µI
= [ln D2 − ln D1 ] (1.49)
2π
µI D2
ψ12 = ln (1.50)
2π D1
Finalmente, a indutância (em H/m) devido aos uxos compreendidos entre P1 e P2 é deter-
minada como:
ψ12
L12 = (1.54)
I
D2
2 · 10−7
I ln D1
= (1.55)
I
−7 D2
L12 = 2 · 10 ln (1.56)
D1
circuito de retorno para o outro. Considere inicialmente apenas o uxo concatenado com o
circuito gerado pela corrente no condutor 1. Uma linha de uxo com raio maior ou igual a
D + r2 e com centro no condutor 1 não estará concatenado com o circuito; logo, não induzirá
nenhuma tensão.
Em outras palavras, a corrente enlaçada por esta linha de uxo é nula, uma vez que a
uxo externa ao condutor 1 e com raio menor ou igual a D − r2 envolve uma vez a corrente
21
Figura 1.17: Condutores de diferentes raios e o campo magnético devido apenas à corrente no
condutor 1.
total. As linhas de uxo com raio entre D − r2 e D + r2 (isto é, as que cortam o condutor 2)
densidade de uxo pode ser considerada uniforme neste intervalo, o que equivale a considerar
que o uxo produzido pela corrente no condutor 1, compreendido até o centro do condutor
2, enlace toda a corrente I, e que a parcela do uxo que ultrapasse essa distância não enlace
nenhuma corrente. Pode-se demonstrar que esta aproximação é válida mesmo quando D é
pequeno.
1, pode-se determinar a indutância (em H/m) devido apenas ao uxo externo do condutor 1,
descrito a seguir:
D2 = D (1.57)
D1 = r1 (1.58)
D2
L1, ext = 2 · 10−7 ln (1.59)
D
1
D
L1, ext = 2 · 10−7 ln (1.60)
r1
Cálculo da indutância (em H/m) no condutor 1 devido apenas ao uxo interno: como
1
L1, int = × 10−7 (1.61)
2
A indutância total do circuito devido apenas ao condutor 1 é a soma das indutâncias interna
22
seguir, recorda-se as operações de logaritmos e ln e1/4 = 1/4:
0
O raio r1 corresponde a um condutor ctício, sem uxo interno, porém com a mesma in-
igual a 0,7788. A Equação 1.69 dá para a indutância o mesmo valor que a Equação 1.66. A
diferença está na omissão do termo correspondente ao uxo interno na Equação 1.69 onde, em
Deve-se xar o fato de que a Equação 1.66 foi deduzida para um condutor sólido de seção cir-
cular, e que a Equação 1.69, tendo sido obtida por manipulação algébrica, tem a mesma aplica-
ção. Nestas equações, o fator 0,7788 somente é aplicável a condutores sólidos de seção circular.
estar defasada de 180◦ ), o uxo concatenado por ela produzido, considerado isoladamente,
envolve o circuito com o mesmo sentido de uxo produzido pela corrente do condutor 1. O
uxo resultante é determinado de fato pela soma das forças magnetomotrizes ((F )) dos dois
uxo (e do mesmo modo que as indutâncias) dos dois condutores considerados isoladamente.
23
Pela Equação 1.69, a indutância (em H/m) devido à corrente no condutor 2 é
−7 D
L2 = 2 · 10 ln 0 (1.71)
r2
Para o circuito completo, a indutância total (em H/m) é a soma das indutâncias produzidas
por cada condutor. Recordando as operações com logaritmos, tem-se:
L = L1 + L2 (1.72)
D D
= 2 · 10−7 ln 0 + 2 · 10−7 ln 0 (1.73)
r r
1 2
D D
= 2 · 10−7 ln 0 + ln 0 (1.74)
r r2
12
D
= 2 · 10−7 ln 0 0 (1.75)
r1 r2
!2
D
= 2 · 10−7 ln p 0 0 (1.76)
r1 r2
!
D
= 2 · 10−7 · 2 ln p 0 0 (1.77)
r1 r2
!
D
L = 4 · 10−7 ln p 0 0 (1.78)
r1 r2
0 0 0
Se r1 = r2 = r , então a indutância total se reduz a
−7 D
L = 4 · 10 ln (1.79)
r0
do outro. Este valor é apenas algumas vezes chamado de indutância por metro de linha ou
indutância por milha de linha, para diferenciar da indutância de um circuito, que considera
a corrente de apenas um único condutor. Esta última, que é dada pela Equação 1.69, vale a
metade da indutância total de uma linha monofásica e é chamada de indutância por condutor.
Um problema mais genérico que o caso da linha com dois condutores é o caso de um condutor
24
Figura 1.18 mostra esta situação. Os condutores 1,2,3, . . . , n conduzem, respectivamente, as
Figura 1.18: Vista em seção transversal de um grupo de n condutores que conduzem correntes
com soma nula. O ponto P está muito afastado dos condutores.
0
Da Equação 1.53 e observando que D1 = r1 e D2 = D1P , tem-se:
0
D1 = r1 (1.80)
D2 = D1P (1.81)
D2
ψ1P1 = 2 · 10−7 I1 ln (1.82)
D
1
D1P
ψ1P1 = 2 · 10−7 I1 ln 0 (1.83)
r1
Raciocinando de forma similar, o uxo concatenado ψ1P2 , com o condutor 1 devido a I2 , mas
excluindo o uxo além de P, é igual ao uxo produzido por I2 entre o ponto P e o condutor 1
−7 D2P
ψ1P2 = 2 · 10 I2 ln (1.84)
D12
O uxo concatenado com o condutor 1, ψ1P , devido a todos os condutores do grupo, excluindo
25
o uxo além de P, é a soma das contribuições individuais:
n
X
ψ1P = ψ1Pi (1.85)
i=0
Efetuando operações com logaritmos para expansão e reagrupamento dos termos, resulta-se em
−7 1 1 1
ψ1P = 2 × 10 I1 ln 0 + I2 ln + . . . + In ln
r1 D12 D1n (1.89)
−7
+ 2 × 10 [I1 ln D1P + I2 ln D2P + . . . + In ln DnP ]
Sendo nula a soma das correntes fasoriais e substituindo o valor de In na expressão do uxo
concatenado,
I1 + I2 + I3 + . . . + In = 0 (1.90)
Removendo o ponto P para bem longe, de modo que o conjunto dos termos com logaritmos
−7 1 1 1
ψ1 = 2 × 10 I1 ln 0 + I2 ln + . . . + In ln (1.94)
r1 D12 D1n
1.94 representa todo o uxo concatenado com o condutor 1, em um grupo de condutores nos
quais a soma das correntes seja nula. Se estas correntes forem alternadas, o uxo concatenado
instantâneo será obtido através dos valores instantâneos das correntes e o uxo concatenado
26
fasorial será obtido a partir dos valores complexos das correntes.
constituída de condutores compostos, mas posteriormente limita-se aos casos em que todos os
Pode-se aplicar uma extensão do método apresentado a todos os tipos de condutores cons-
tituídos de os de diferentes bitolas e condutividades, mas isto não será apresentado porque
os valores de indutância interna dos condutores disponíveis podem ser obtidos em manuais
O método a ser desenvolvido a seguir é o ponto de partida para os problemas mais complexos
1.19. Para manter a generalização, mostra-se o condutor de cada lado da linha constituído
O condutor X é composto de n os idênticos em paralelo, onde cada um leva uma corrente
1/n. O condutor Y , que é o circuito de retorno do condutor X , é composto de m os idênticos em
paralelo, onde cada um leva uma corrente 1/m. As distâncias entre os elementos são designadas
27
recordando as operações com logaritmos, obtém-se o uxo concatenado do o a:
−7 I 1 1 1 1
ψa = 2 × 10 ln 0 + ln + ln + . . . + ln −
n ra Dab D Dan
ac (1.95)
−7 I 1 1 1 1
− 2 × 10 ln + ln + ln + . . . + ln
m Daa0 Dab0 Dac0 Dam
−7 I 1 −7 I 1
ψa = 2 × 10 ln 0 − 2 × 10 ln (1.96)
n ra Dab Dac . . . Dan m Daa0 Dab0 Dac0 . . . Dam
−7 1 1 1 1
= 2 × 10 I ln 0 − ln (1.97)
n ra Dab Dac . . . Dan m Daa0 Dab0 Dac0 . . . Dam
" n1 m1 #
1 1
= 2 × 10−7 I ln 0 − ln (1.98)
ra Dab Dac . . . Dan Daa0 Dab0 Dac0 . . . Dam
" ! !#
1 1
= 2 × 10−7 I ln p − ln p (1.99)
n
ra0 Dab Dac . . . Dan m
Daa0 Dab0 Dac0 . . . Dam
" ! #
1 p
= 2 × 10−7 I ln p 0
+ ln m Daa0 Dab0 Dac0 . . . Dam (1.100)
n
ra Dab Dac . . . Dan
p !
m
D aa 0 D 0 D 0 . . . Dam
ab ac
ψa = 2 × 10−7 I ln p 0
(1.101)
n
ra Dab Dac . . . Dan
o:
ψa nψa ψa
La = = =n (1.102)
I I I
n
p !
2 × 10−7
I Daa0 Dab0 Dac0 . . . Dam
m
=n· · ln p (1.103)
I n
ra0 Dab Dac . . . Dan
p !
m
D aa 0 D 0 D 0 . . . Dam
ab ac
La = 2n × 10−7 ln p (1.104)
n
ra0 Dab Dac . . . Dan
Similarmente, a indutância do o b é
ψb
Lb = n (1.105)
I !
p
m
Dba0 Dbb0 Dbc0 . . . Dam
Lb = 2n × 10−7 ln p 0
(1.106)
n
Dba rb Dbc . . . Dbn
La + Lb + Lc + . . . + Ln
LaX = (1.107)
n
28
O condutor composto X é constituído de n os eletricamente em paralelo. Se todos tivessem
a mesma indutância, a indutância do condutor composto será 1/n vezes a indutância de um
o. As indutâncias deste caso são diferentes, porém a indutância de todos eles em paralelo é
LaX
LX = (1.108)
n
La + Lb + Lc + . . . + Ln
LX = (1.109)
n2
vu" !#
u Q n Q
m
t
mn
Dαβ
α=a β=a0
LX = 2 × 10 × ln
−7
v
u"
!# (1.110)
u Q
n Q
n
nt
2
Dαβ
α=a β=a
LX = 2 × 10−7 ×
p !
mn
(Daa0 Dab0 Dac0 . . . Dam ) (Dba0 Dbb0 Dbc0 . . . Dbm ) . . . (Dna0 Dnb0 Dnc0 . . . Dnm )
× ln p
n2
(Daa Dab Dac . . . Dan ) (Dba Dbb Dbc . . . Dbn ) . . . (Dna Dnb Dnc . . . Dnn )
(1.111)
0 0 0
onde ra , rb e rn foram substituídos, respectivamente, por Daa , Dbb e Dnn , para tornar a
dos n os resulta em mn termos. A raiz mn−ésima do produto das mn distâncias é chamada
quando indicado por Daa . Dentro desta ideia, os termos sob o radical do denominador podem
ser descritos como os produtos das distâncias de cada o do condutor a si mesmo e aos outros
29
os. A raiz n2 −ésima deste produto é denominada DMG própria do condutor X , e o valor
mas o uso tem sido preferencialmente RMG. Usa-se adiante a denominação RMG para car de
−7 Dm
LX = 2 × 10 ln (1.112)
Ds
Ao comparar as Equações 1.112 e 1.69, verica-se que são análogas. A equação da indutância
a distância entre os condutores sólidos de uma linha de condutores simples pela DMG entre
0
os condutores de uma linha de condutores compostos e pela substituição do RMG r do
condutor de uma linha monofásica. O condutor é constituído de todos os os que estiverem
por unidade de corrente de linha. Pela Equação 1.69, calcula-se a indutância de um condutor
de uma linha monofásica para o caso particular em que o condutor seja apenas um sio sólido
de seção circular.
da linha é
L = LX + LY (1.113)
Se uma linha monofásica for constituída de dois cabos encordoados, raramente será necessário
calcular a DMG entre os os, uma vez que esta será aproximadamente igual à distância entre os
centros dos dois cabos. Este cálculo da DMG mútua somente será necessário quando os diversos
os (ou condutores) em paralelo estiverem separados entre si por distâncias da mesma ordem de
grandeza que a distância entre os dois lados do circuito. No Exemplo [COLOCAR EXEMPLO
dois lados da linha é de 9 m. Neste caso, é importante o cálculo da DMG mútua. Para cabos
encordoados, a distância entre os lados da linha é, em geral, tão grande que a DMG mútua
pode ser tomada como igual à distância entre os centros dos cabos, com erro desprezível.
Se, em um cabo CAA, for desprezado o efeito do núcleo dos os de aço no cálculo da
indutância, obtém-se um resultado bastante preciso desde que os os de alumínio estejam
dispostos em um número par de camadas. O efeito do núcleo será mais evidente quando os os
30
de alumínio formarem um número ímpar de camadas. Mesmo assim, considerando apenas o
Normalmente, são disponíveis tabelas de valores de RMG dos condutores encordoados, onde
também constam informações para serem utilizadas no cálculo da reatância indutiva, da rea-
tância capacitiva em derivação e resistência. Nestas tabelas, as unidades utilizadas são pés ( feet
- ft ), polegadas (inches - in ) e milhas (miles - mi ), pois as indústrias continuam utilizando-as.
Assim, usa-se pés e milhas em alguns exemplos e, em outros, metros (m ) e quilômetros (km )
XL = ωL = 2πf L (1.117)
!
Dm
= 2πf · 2 · 10−7 ln (1.118)
Ds
!
Dm
XL = 4πf · 10−7 ln (em Ω/m) (1.119)
Ds
!
Dm
XL = 2,022 · 10−3 f ln (em Ω/mi) (1.120)
Ds
Este efeito é maior nas frequências mais altas para qualquer diâmetro de condutor. Os valores
Algumas tabelas, além dos valores de RMG, fornecem valores de reatância indutiva. Um
31
dos métodos usados é a expansão do termo logarítmico da Equação 1.120 da seguinte forma:
" ! #
1
XL = 2,022 · 10−3 f ln + ln Dm (1.121)
Ds
!
1
XL = 2,022 · 10−3 f ln + 2,022 · 10−3 f ln Dm (em Ω/mi) (1.122)
Ds | {z }
| {z } Xd
Xa
obtidas podem ser adaptadas, sem grandes diculdades, ao cálculo da indutância de linhas
trifásicas. A Figura 1.20 mostra os condutores de uma linha trifásica que ocupam os vértices
de um triângulo equilátero. Admitindo que não exista o neutro ou que as correntes sejam
1.94:
−7 1 1 1
ψa = 2 × 10 Ia ln + Ib ln + Ic ln (1.123)
Ds D D
32
Figura 1.20: Vista em seção transversal dos condutores com espaçamento equilátero de uma
linha trifásica.
Sendo Ia = − (Ib + Ic ),
−7 1 1
ψa = 2 × 10 Ia ln + (Ib + Ic ) ln (1.124)
D D
s
1 1
= 2 × 10−7 Ia ln + (−Ia ) ln (1.125)
D D
s
1 1
= 2 × 10−7 Ia ln − ln (1.126)
D D
s
1
= 2 × 10−7 Ia ln + ln D (1.127)
Ds
−7 D
ψa = 2 × 10 Ia ln (1.128)
Ds
ψa
La = (1.129)
Ia
!
D
2 × 10−7 Ia ln
Ds
= (1.130)
Ia
!
D
La = 2 × 10−7 ln (1.131)
Ds
A Equação 1.131 é análoga à Equação 1.69, referente a uma linha monofásica, exceto pela
0
substituição de r por Ds . Por razões de simetria, as indutâncias dos condutores b e c são iguais
à do condutor a. Sendo cada fase constituída por apenas um condutor, a Equação 1.131
dá a indutância por fase de uma linha trifásica.
33
1.16 Indutância de linhas trifásicas com espaçamento assi-
métrico
O cálculo da indutância ca mais complexo quando a linha trifásica tem seus condutores
a cada fase não são os mesmos. Quando cada fase tem indutância diferente, o circuito ca
desequilibrado.
Pode-se restaurar o equilíbrio entre as três fases trocando, a intervalos regulares, a posição
relativa entre os condutores, de modo que cada condutor ocupe a posição original de cada um
dos outros por uma distância igual. Esta troca de posições recebe o nome de transposição. Um
ciclo completo de transposição é apresentado na Figura 1.21. Os condutores de cada fase são
faz com que a indutância média de cada condutor, em um ciclo completo de transposição, seja
a mesma.
Na prática, as linhas de potência não são transpostas a intervalos regulares, embora a trans-
posição possa ser feita nas estações de chaveamento, com o objetivo de melhorar o equilíbrio
da indutância entre as fases. Felizmente, é pequena a assimetria entre as fases de uma linha
não-transposta e ela pode ser desprezada na solução de muitos problemas. Desprezando a as-
simetria, a indutância da linha não-transposta pode ser considerada igual ao valor médio da
reatância indutiva de uma fase da mesma linha, calculada considerando a linha como se fosse
concatenado com o condutor em cada uma das posições ocupadas na transposição, e determina-
se o uxo concatenado médio. Aplicando a Equação 1.94 ao condutor a da Figura 1.21 para
posição 3,
−7 1 1 1
ψa1 = 2 × 10 Ia ln + Ib ln + Ic ln (1.132)
Ds D12 D31
34
Com a na posição 2, b na posição 3 e c na posição 1,
−7 1 1 1
ψa2 = 2 × 10 Ia ln + Ib ln + Ic ln (1.133)
Ds D23 D12
2 × 10−7 1 1
ψa = 3Ia ln + (Ib + Ic ) ln (1.137)
3 Ds D12 D23 D31
−7
2 × 10 1 1
= 3Ia ln + (−Ia ) ln (1.138)
3 Ds D D D
12 23 31
1 Ia 1
= 2 × 10−7 Ia ln + − ln (1.139)
D 3 D12 D23 D31
s
−7 1 1 1
= 2 × 10 Ia ln − ln (1.140)
Ds 3 D12 D23 D31
" 13 #
1 1
= 2 × 10−7 Ia ln − ln (1.141)
Ds D12 D23 D31
−7 1 1
= 2 × 10 Ia ln − ln √ (1.142)
Ds 3
D12 D23 D31
p
−7 1 3
= 2 × 10 Ia ln + ln D12 D23 D31 (1.143)
Ds
√ 3
−7 D12 D23 D31
= 2 × 10 Ia ln (1.144)
D
s
Deq
ψa = 2 × 10−7 Ia ln (1.145)
Ds
35
A indutância média por fase é
ψa
La = (1.146)
Ia
Deq
2 × 10−7 Ia ln Ds
= (1.147)
Ia
−7 Deq
La = 2 × 10 ln (1.148)
Ds
p
3
Deq = D12 D23 D31 (1.149)
Comparando as Equações 1.148 e 1.131, verica-se que a média geométrica das três distâncias
O numerador será
A DMG mútua entre os lados de uma linha monofásica com condutores compostos;
ou
ionização do ar em virtude do elevado campo elétrico ao seu redor, capaz de gerar colisões entre
campo elétrico em torno da linha se torna maior que o valor crítico, podem ocorrer problemas
como formação de ozônio, degradação dos materiais isolantes constituintes da linha, interferên-
cias em linhas telefônicas e perdas de potência a serem supridas pelo gerador. Este fenômeno
36
A colocação de dois ou mais condutores em paralelo por fase, bastante próximos em relação à
distância entre fases, reduz de forma substancial o gradiente de potencial nos condutores. Esta
disposição recebe o nome de cabos múltiplos e consistem em dois, três ou quatro condutores. Os
condutores de cabos triplos geralmente são colocados nos vértices de um triângulo equilátero,
Estas disposições são mostradas na Figura 1.22. A menos que exista uma transposição entre
os condutores de um cabo múltiplo, a corrente não será distribuída uniformemente entre os con-
dutores, mas esta diferença não tem importância prática e o método da DMG é sucientemente
preciso.
O aumento do número de condutores em um cabo múltiplo reduz não apenas o Efeito Corona
como também a reatância. Isto acontece porque o os valores RMG são maiores em relação aos
casos de cabos simples. O cálculo do RMG é efetuado do mesmo modo como para os cabos
Sejam Dsb o RMG de um cabo múltiplo e Ds o RMG dos condutores individuais que compõem
o cabo. Referindo-se à Figura 1.22,
q
Dsb (Ds · d)2
4
= (1.150)
p
Dsb = 2
Ds · d (1.151)
q
Dsb = (Ds · d · d)3
9
(1.152)
p
Dsb = 3 Ds · d2 (1.153)
37
Para um cabo de 4 condutores,
q
16 4
Dsb = (Ds · d · d · d · 21/2 ) (1.154)
p
Dsb = 1,09 4 Ds · d3 (1.155)
da DMG real entre os condutores de um cabo e outro resultaria em uma distância quase igual
mesma reatância indutiva. Para um circuito com ambos em paralelo, a reatância indutiva será
igual à metade de cada circuito considerado isoladamente, desde que a distância entre eles seja
Se os dois circuitos estiverem montados na mesma torre, o método da DMG pode ser usado
para determinar a indutância por fase, considerando-se os condutores de cada fase como com-
Uma disposição típica adotada para linhas trifásicas de circuitos em paralelo é mostrada
na Figura 1.23. Mesmo que a linha não seja transposta, a suposição da transposição dá um
0
valor razoável, além de simplicar os cálculos. A fase a é constituída pelos condutores a e a em
0
paralelo, e as fases b e c são constituídas de modo semelhante. Suponha que os condutores a e a
0 0
assumam sucessivamente as posições de b e b e de c e c , nas rotações do ciclo de transposição.
p p p
O método da DMG exige utilizar Dab , Dbc e Dca no cálculo de Deq , onde os sobrescritos indicam
p
que estes valores são as DMGs, e Dab é a DMG média entre os condutores da fase a e da fase b.
38
Figura 1.23: Disposição típica dos condutores de uma linha trifásica de circuitos em paralelo.
Embora existam ou possam ser preparados, com relativa facilidade, programas computacio-
nais para o cálculo da indutância de todos os tipos de linhas, torna-se compensador o conheci-
mento do desenvolvimento das equações usadas nesses cálculos, pela compreensão que traz dos
Exceto para linhas de circuitos em paralelo, as Tabelas [A.3 e A.4] tornam bastante simples
linhas de transmissão.
!
Deq
L = 2 × 10−7 ln H/m por fase (1.156)
Ds
Reatância indutiva a 60 Hz
!
Deq
XL = 0,0754 ln Ω/km por fase (1.157)
Ds
!
Deq
XL = 0,1213 ln Ω/mi por fase (1.158)
Ds
39
Observações
√
Deq = 3
Dab Dbc Dca . Esta expressão é válida para cabos simples e múltiplos.
Para linhas com um condutor por fase, o valor Ds pode ser obtido diretamente das tabelas.
Cabos múltiplos:
Para linhas com apenas um condutor por fase, é conveniente determinar XL somando o
40
ASEE I Exemplos Página 1 de 8
Resistência em LTs
SOLUÇÃO:
Cálculo da resistência em função dos parâmetros do condutor:
ρl
R0 = (1)
A
R2 T + t2
= (2)
R1 T + t1
R 0, 0956
=
R0 0, 01746 × 5, 280
R
= 1, 037
R0
2. Um circuito de uma linha de transmissão monofásica é composto de três os sólidos com
0, 25 cm de raio. O circuito de retorno é composto de dois os de 0, 5 cm de raio. A
disposição dos condutores é mostrada na Figura [INSERIR FIGURA - 3.9]. Determine
a indutância devido à corrente em cada lado da linha e a indutância da linha completa
em H/m e mH/mi.
Uso de tabelas
3. Determine a restância indutiva por milha de uma linha monofásica, que opera na frequên-
cia de 60 Hz . Os cabos são do tipo Partridge e a distância entre os centros dos cabos é
de 20 f t.
SOLUÇÃO:
Há duas maneiras de efetuar os cálculos:
XL = 2x (6)
= 2 · 0, 8280 (7)
XL = 1, 656 Ω/mi (8)
x = X a + Xd (9)
= 0, 465 + 0, 3635 (10)
x = 0, 8285 Ω/mi (11)
Como a linha é composta de dois cabos idênticos, a reatância indutiva total da linha
é
XL = 2x (12)
= 2 · 0, 8285 (13)
XL = 1, 657 Ω/mi (14)
4. A Figura [COLOCAR FIGURA - 3.12] mostra uma linha trifásica de circuito simples
para operação em 60 Hz . Os condutores são CAA tipo Drake. Determine a reatância
indutiva por milha por fase.
SOLUÇÃO:
I - Extraindo apenas o valor de Ds da Tabela:
Cálculo da indutância:
Deq
−7
L = 2 × 10 ln (18)
D
s
24, 8
−7
= 2 × 10 ln (19)
0, 0373
L = 13 · 10−7 H/m = 1, 30 µH/m (20)
XL = ωL = 2πf L (21)
= 2π · 60 · 13 · 10−7
(em H/m) (22)
= 2π · 60 · 13 · 10−7 · 1609 (em H/mi) (23)
XL = 0, 788 Ω/mi por fase (24)
XL = Xa + Xd (25)
= 0, 399 + 0, 389 (26)
XL = 0, 788 Ω/mi por fase (27)
ASEE I Exemplos Página 5 de 8
Cabos múltiplos
SOLUÇÃO:
A Tabela [COLOCAR REFERÊNCIA DA TABELA - A.1] indica que o condutor
Pheasant tem Ds = 0, 0466 f t. Utilizando todas as unidades em metro, observando
XL = 2πf L (34)
Deq
= 2πf · 2 × 10−7 ln (35)
Dsb
10, 08
−7
= 2π · 60 · 2 × 10 ln (36)
0, 080
= 3, 65 · 10−4 em Ω/m por fase (37)
= 3, 65 · 10−4 · 103 (38)
XL = 0, 365 Ω/km por fase (39)
= 0, 365 · 1, 609 (40)
XL = 0, 587 Ω/mi por fase (41)
ASEE I Exemplos Página 6 de 8
Cálculo da reatância em p.u: observando que a linha tem uma extensão l = 160 km,
XL · l
Xpu = (46)
ZBASE
0, 365 · 160
= (47)
1190
Xpu = 0, 049 pu (48)
6. Uma linha trifásica de circuito duplo é constituída de condutores CAA 26/7 tipo Ostrich
de 300.000 CM dispostos de acordo com o esquema da Figura [INSERIR FIGURA -
3.15]. Determine a reatância indutiva a 60 Hz em ohms por milha por fase.
SOLUÇÃO:
A Tabela [INSERIR REFERÊNCIA - TABELA A.1] informa que o condutor Ostrich
tem Ds = 0, 0229 f t.
A Figura [COLOCAR FIGURA A SER FEITA NO VISIO PARA FACILITAR A
COMPREENSÃO] ilustra detalhadamente as distâncias entre os condutores, para
facilitar a compreensão. A partir desta gura, efetua-se o cálculo da distância de a a
ASEE I Exemplos Página 7 de 8
p
dab = da0 b0 = 102 + 1, 52 (49)
dab = da0 b0 = 10, 1 f t (50)
q
dab0 = da0 b = 102 + (18 + 1, 5)2 (51)
p
= 102 + 19, 52 (52)
dab0 = da0 b = 21, 9 f t (53)
Finalmente,
Deq DM G
−7
L = 2 × 10 ln −7
= 2 × 10 ln (75)
Dsp RM G
16, 1
= 2 × 10−7 ln (76)
0, 753
L = 6, 17 · 10−7 H/m por fase (77)
XL = ωL (78)
= 2πf L (79)
= 2π · 60 · 6, 17 · 10−7
(em H/m por fase) (80)
= 2π · 60 · 6, 17 · 10−7
· 1609 (81)
XL = 0, 372 Ω/mi por fase (82)
LISTA DE EXERCÍCIOS
CÁLCULO DE INDUTÂNCIAS EM LTs
3. Um condutor de alumínio puro é composto por 37 os com diâmetro de 0, 333 cm cada
um. Calcule a resistência CC em ohms por quilômetro a 75◦ C .
6. Dois condutores sólidos de seção circular com diâmetro de 0, 412 cm estão afastados de
3 m e constituem uma linha monofásica de 60 Hz . Determine a indutância da linha
em mH/milha. Que parcela desta indutância é devida ao uxo interno? Considere
desprezível o efeito pelicular.
7. Determine o RMG de um condutor de três os em termos do raio r de cada um dos os
constituintes.
10. Determine a reatância indutiva do condutor CAA tipo Rail em ohms por quilômetro a
um metro de espaçamento.
11. Qual dos condutores listados em tabela possui uma reatância indutiva de 0, 651Ω/milha
a 7 pés de espaçamento?
12. Uma linha trifásica é projetada com espaçamento equilátero de 16 pés. Decide-se por
construir a linha com distribuição horizontal (D13 = 2D12 = 2D23 ), e com transposição.
Qual deverá ser o espaçamento entre condutores adjacentes para que se mantenha a
mesma indutância do espaçamento original?
13. Os condutores de uma linha trifásica de 60 Hz estão colocados nos vértices de um triân-
gulo cujos lados medem 25 pés, 25 pés e 42 pés. Os condutores são CAA tipo Ospray.
Determine a indutância e a reatância indutiva por fase por milha.
14. Uma linha trifásica de 60 Hz tem os seus condutores alinhados horizontalmente. Estes
condutores possuem um RMG de 0, 0133 m com 10 m entre condutores adjacentes.
Determine a reatância indutiva por fase em ohms/km. Qual o nome deste condutor?
15. Se for desprezada a resistência, a máxima potência por fase que uma linha de transmissão
curta pode transportar é
|VS | |VR |
|X|
onde VS e VR são as tensões entre fase e neutro nos terminais transmissor e receptor,
respectivamente, e X é a reatância indutiva da linha. Mantendo constantes as amplitudes
de VS e VR e considerando o custo de um condutor proporcional à área de sua seção
transversal, determine, usando a tabela de condutores, qual condutor teria a máxima
capacidade de transmissão de potência por custo de condutor.
16. Uma linha trifásica de distribuição subterrânea opera com 23 kV . Cada um dos três
condutores é isolado com 0, 5 cm de polietileno sólido preto e os três são colocados lado
a lado diretamente em uma vala no solo. Cada condutor possui seção circular com
diâmetro de 1, 46 cm e 33 os de alumínio. O fabricante informa um valor de RMG
de 0, 561 cm e uma área de 1, 267 cm2 . O limite térmico da linha enterrada em solo
normal, cuja temperatura seja de 30◦ C , é de 350 A. Determine as resistência CC e
Page 2
CA a 50◦ C e a reatância indutiva, em ohms/km. Com o objetivo de decidir se deve
ou não ser considerado o efeito pelicular no cálculo da resistência, determine o valor
percentual do efeito pelicular a 50◦ C no condutor CAA de bitola mais próxima à do
condutor subterrâneo. Note-se que a resistência predomina sobre a impedância em série
nesta linha de distribuição, devido à baixa indutância causada pela aproximação dos
condutores.
17. A linha de potência monofásica da questão 4 é substituída por uma linha trifásica colo-
cada na mesma cruzeta horizontal da linha monofásica. As distâncias entre os condutores
desta linha são D13 = 2D12 = 2D23 e o espaçamento equilátero equivalente é de 3 m. A
linha telefônica permanece na mesma posição descrita na questão 4. Para uma corrente
de 150 A na linha de potência, determine a tensão induzida por quilômetro na linha
telefônica. Comente as relações de fase entre a tensão induzida na linha telefônica e a
corrente na linha de potência.
18. Uma linha trifásica de 60 Hz possui um único condutor CAA tipo Bluejay por fase,
disposto horizontalmente com espaçamento de 11 m entre condutores adjacentes. Com-
pare a reatância indutiva em ohms por km por fase desta linha com a de outra, na qual
fossem usados dois condutores CAA tipo 26/7 com a mesma seção transversal total de
alumínio que a de uma linha de condutor único e 11 m medidos de centro a centro dos
cabos duplos. Os condutores de cada fase estão 40 cm afastados.
19. Uma linha trifásica de 60 Hz de cabo múltiplo tem 3 condutores de CAA tipo Rail por
fase com espaçamento de 45 cm entre eles. Calcule a reatância indutiva em ohms por
quilômetro, considerando que os espaçamentos entre os cabos são 9 m, 9 m e 18 m.
20. Seis condutores CAA tipo Drake constituem uma linha trifásica de 60 Hz e circuito
duplo, posicionados como indicados na Figura [COLOCAR FIGURA]. Entretanto, o
espaçamento vertical é de 14 pés, enquanto a distância maior é de 32 pés e a menor é de
25 pés. Determine a indutância por fase por milha e a reatância em ohms por milha.
Page 3
Capítulo 2
2.1 Introdução
uma reatância capacitiva, conforme foi discutido no Capítulo 1. Também foi mencionado que
derivação. Por esta razão, o título deste capítulo é referente a capacitância, e não a admitância
em derivação.
Outra razão para desprezar a condutância reside no fato de não existir nenhum meio apro-
priado para considerá-la, pois é muito variável. A principal fonte de condutância é a fuga
poeira que se deposita sobre os isoladores. O Efeito Corona, que resulta em fuga através dos
condutores das linhas, também varia em relação às condições atmosféricas. Entretanto, o efeito
desprezado.
condutores, fazendo com que estes se tornem carregados de modo semelhante às placas de um
capacitor entre as quais existe uma diferença de potencial. A capacitância entre os condutores
uma constante que depende das dimensões e do afastamento entre os condutores. Para linhas
curtas, com extensão menor que 80 km (50 − milhas) de comprimento, o efeito da capacitância
é mínimo e frequentemente desprezado. Por outro lado, este parâmetro é relevante em linhas
Uma tensão alternada aplicada sobre uma linha de transmissão faz com que as cargas dos
52
entre os condutores em um ponto da linha. O deslocamento de cargas é uma corrente, e a
corrente causada pelo carregamento e descarregamento alternados de uma linha devido a uma
linha de transmissão mesmo quando está em vazio. Ela afeta tanto a queda de tensão ao longo
da linha quanto o rendimento, fator de potência e estabilidade do sistema onde a linha está
inserida.
As linhas de uxo elétrico se originam nas cargas positivas de um condutor e terminam nas
cargas negativas de outro. O uxo elétrico total que emana de um condutor é numericamente
igual à carga do condutor em Coulombs (C). A densidade de uxo elétrico é o uxo elétrico
ar, tendo uma carga uniforme em toda a sua extensão e se estiver isolado de outras cargas, sua
carga estará uniformemente distribuída sobre toda a superfície e o uxo será radial. Todos os
pontos deste condutor serão pontos equipotenciais e terão a mesma densidade de uxo elétrico.
A Figura [INSERIR FIGURA - 4.1] mostra um exemplo deste condutor, carregado com uma
A densidade de campo elétrico a uma distância de x metros do centro do condutor pode ser
calculada imaginando uma superfície cilíndrica concêntrica ao condutor, que tenha x metros de
raio. Como todos os pontos da superfície são equidistantes do condutor, que possui distribuição
uniforme de carga, a superfície cilíndrica é equipotencial e a densidade de uxo elétrico sobre ela
é igual ao uxo que sai do condutor por metro de comprimento, dividido pela área da superfície
q
D= (C/m2 ) (2.1)
2πx
onde
x é a distância em metros do centro do condutor até o ponto onde deve ser calculada a
53
portanto,
q
σ= V /m (2.2)
2πx
joules por coulomb (J/C ) necessário para mover um coulomb de carga entre os dois pontos. A
intensidade de campo elétrico é uma medida da força sobre uma carga no campo. A intensidade
do campo elétrico é uma medida da força sobre uma carga no campo. A intensidade de campo
elétrico (em V /m) é igual à força, em N/C , sobre um coulomb de carga considerada.
A integral da linha de força (em N) que age sobre um coulomb de carga positiva entre dois
pontos é o trabalho realizado para mover a carga do ponto de potencial mais baixo para o ponto
de potencial mais alto, e é numericamente igual à diferença de potencial entre os dois pontos.
Considere um o reto e longo carregado com uma carga positiva q C/m como mostrado na
centro do o. A carga positiva do o exerce uma força de repulsão sobre uma carga positiva
colocada no campo. Por esta razão e porque D2 > D1 , deve ser realizado trabalho sobre a
carga positiva para movê-la de P2 para P1 , e assim P1 estará a um potencial mais alto que P2 .
Por outro lado, se a carga se move de P1 para P2 , ela fornece energia, que por sua vez é a queda
de tensão de P1 até P2 (em N.m - Newton-metros). A diferença de potencial é independente
do caminho percorrido. O modo mais simples de calcular esta diferença é calcular a diferença
intensidade de campo elétrico sobre uma trajetória radial entre as superfícies equipotenciais.
r é a razão entre a permissividade real de um material e a permissividade do vácuo. Então, r = /r . Para
o ar seco, r = 1,00054 e é considerado igual a 1,0 m em cálculo de linhas aéreas.
54
Então, a queda de tensão instantânea (em V) entre P1 e P2 é
Z D2
v12 = E dx (2.3)
D1
Z D2
q
= dx (2.4)
D1 2πkx
Z D2
q 1
= dx (2.5)
2πk D1 x
q
= [ln x]D2
D1 (2.6)
2πk
q
= [ln D2 − ln D1 ] (2.7)
2πk
q D2
v12 = ln (2.8)
2πk D1
onde
Deve-se notar que a queda de tensão entre dois pontos, dada pela Equação 2.8, pode ser
positiva ou negativa conforme a carga que provoca a diferença de potencial seja positiva ou
negativa e conforme a queda de potencial seja calculada de um ponto mais próximo a um ponto
mais afastado do condutor, ou vice-versa. O sinal de q pode ser positivo ou negativo, e o termo
A capacitância entre dois condutores de uma linha a dois os foi denida como a quantidade
de carga nos condutores por unidade de diferença de potencial entre eles. Na forma de uma
q
C= (2.9)
r
onde
Pode-se obter a capacitância entre dois condutores substituindo na Equação 2.9 o valor de
v em função do valor de q dado pela Equação 2.8. A tensão vab entre os condutores da linha
55
a dois os mostrada na Figura [COLOCAR FIGURA - 4.3] pode ser obtida determinando a
diferença de potencial entre os dois condutores de linha, calculando primeiro a queda de tensão
carga entre os dois condutores, é a soma das quedas de tensão devido a cada um deles.
simplesmente uma superfície equipotencial no campo elétrico criado pela carga do condutor a.
nas proximidades do condutor b é causada pelo fato de o condutor b ser também parte de uma
superfície equipotencial.
Na dedução da Equação 2.8, todas as superfícies equipotenciais devidas a uma carga unifor-
condutor b.
para determinação de vab , pode ser erguido um caminho do condutor a, indo através de uma
região de superfícies equipotenciais sem distorção até a superfície equipotencial que intercepta
A diferença de potencial é a mesma seja qual for o caminho através do qual é feita a integra-
ção da intensidade de campo. Seguindo o caminho pela região sem distorção, observa-se que
r
qa D qb b
Vab = ln + ln (2.10)
2πk ra 2πk {z D }
| {z } |
devido a qa devido a qb
56
e, como para uma linha a dois os,
qb = −qa (2.11)
r
qa D b
Vab = ln − ln (2.12)
2πk r D
a
qa D D
Vab = ln · (2.13)
2πk ra rb
2
qa D
Vab = ln (2.14)
2πk ra rb
qa
Cab = (2.15)
Vab
q
a
Cab = ! (2.16)
q
a D2
ln
2πk ra rb
2πk
Cab = ! (2.17)
D2
ln
ra rb
Se ra = rb = r,
2πk
Cab = D2
(2.18)
ln r2
2πk
Cab = 2 (2.19)
ln Dr
2 πk
Cab = D
(2.20)
2 ln r
πk
Cab = ! (2.21)
D
ln
r
A Equação 2.21 dá a capacitância entre condutores de uma linha a dois os. Às vezes, é
desejável conhecer a capacitância entre um dos condutores e um ponto neutro entre eles. Por
exemplo, se a linha for alimentada por um transformador com uma derivação central aterrada,
a diferença de potencial entre cada condutor e a terra será igual à metade da diferença de
capacitância ao neutro para a linha a dois os é o dobro da capacitância linha-linha (capacitância
entre os condutores). Se a capacitância entre as linhas for considerada composta por duas
57
capacitâncias iguais em série, a tensão de linha se dividirá igualmente entre elas e sua junção
estará ao potencial de terra. A capacitância ao neutro será, portanto, igual a qualquer das
duas capacitâncias iguais em série, ou seja, duas vezes a capacitância linha-linha. Portanto, a
2πk
Cn = Can = Cbn = ! (2.22)
D
ln
r
A Equação 2.22 corresponde à Equação 1.69 para a indutância. Deve-se tomar cuidado com
uma diferença que existe entre as equações de capacitância e de indutância. O raio na equação
da capacitância é o raio externo real do condutor, e não o raio médio geométrico (RMG) do
As Equações 2.10 e 2.22 foram deduzidas a partir da Equação 2.8, que se baseia na suposição
outras cargas, a distribuição de carga sobre a superfície do condutor não será uniforme e as
equações deduzidas a partir da Equação 2.8 não serão precisamente corretas. No entanto, a
pois o erro na Equação 2.22 será apenas de 0,01% mesmo para um afastamento de condutores
D
que resulte em um quociente = 50.
r
Resta uma questão a ser respondida, que se refere ao valor a ser usado no denominador do
argumento do logaritmo na Equação 2.22, quando o condutor for encordoado, uma vez que a
equação foi deduzida para um condutor sólido de seção circular. Sabendo que o uxo elétrico
condutor encordoado não é igual ao que existe na superfície de um condutor cilíndrico. Portanto,
de um condutor deste tipo e o campo próximo a um condutor cilíndrico para o qual foi deduzida
a Equação2.22. Todavia, este erro é muito pequeno porque somente o campo muito próximo
58
(em Ω·m para o neutro) dada na Equação 2.22:
1 1 1
XC = = · (2.23)
ωC ω Cn
!
D
ln
1 r
= × (2.24)
2πf 2πk
!
D
ln
r 1
= 2
· (2.25)
4π k f
!
1 D 1
= · ln · 2 (2.26)
f r 4π k
!
1 D 1
= · ln · 2 (2.27)
f r 4π · 8,88 · 1012
2,862 9 D
XC = · 10 · ln (2.28)
f r
Sendo o valor de C na Equação 2.28 dado em F/m, a unidade apropriada para XC será Ω·m
(Ohms-metro). Deve-se também notar que a Equação 2.28 representa a reatância ao neutro
por um metro de linha. Como as reatâncias capacitivas estão em paralelo ao longo da linha XC
em ohms-metros deve ser dividida pelo comprimento da linha em metros para que se obtenha
Dividindo a Equação 2.28 por 1609, obtém-se a reatância capacitiva em Ω·mi (ohms-milhas)
para o neutro:
1,779 D
XC = · 106 ln (2.29)
f r
Equação 2.1 forem dados em pés ( feet - f t), a reatância capacitiva para um pé de espaçamento
fator de espaçamento de reatância capacitiva Xd será o segundo
0 0
Xa será o primeiro termo e o
1,779 1 1,779
XC = · 106 ln + · 106 ln D (2.30)
f r f
| {z } | {z }
0
Xa0 Xd
0
A Tabela A.1 inclui os valores de Xa para as bitolas mais comuns dos cabos CAA, e existem
à disposição tabelas para os outros tipos de condutores, em suas diferentes bitolas. Na Tabela
59
0
A.3, é apresentada uma lista de valores de Xd .
Três condutores idênticos de raio r são mostrados na Figura [COLOCAR FIGURA - 4.6],
formando uma linha trifásica de espaçamento equilátero. Para uma distribuição de cargas sobre
os condutores considerada uniforme, a Equação 2.10 fornece a tensão entre dois condutores
devida à carga em cada um deles. Portanto, a tensão vab (em V) de uma linha trifásica devida
1 D r
Vab = qa ln + qb ln (2.31)
2πk r D
| {z }
devido a qa e qb
A Equação 2.8 permite-nos incluir o efeito de qc , pois a distribuição uniforme de carga sobre
a superfície de um condutor é equivalente a uma carga concentrada no centro do condutor.
qc D
Vab = ln (2.32)
2πk D
1 D r
D
Vab = qa ln + qb ln + qc
ln (2.33)
2πk r D D
Similarmente,
1 D
D r
Vac = ln + qc ln
qa ln + qb (2.34)
2πk r D D
1 D r
Vab + Vac = (qa + qa ) ln + (qb + qc ) ln (2.35)
2πk r D
1 D r
Vab + Vac = 2qa ln + (qb + qc ) ln (2.36)
2πk r D
60
Na dedução destas equações, admite-se que a terra esteja tão afastada que tenha efeito
desprezível. Sendo as tensões tomadas como senóides em notação fasorial, as cargas também
serão senóides fasoriais. Se não existirem outras cargas nas vizinhanças, a soma das cargas nos
três condutores será nula, e pode-se substituir, na Equação 2.36, qb + qc por −qa . Assim,
qb + qc = −qa (2.37)
1 D r
Vab + Vac = 2qa ln + (−qa ) ln (2.38)
2πk r D
" −1 #
1 D D
= 2qa ln + (−qa ) ln (2.39)
2πk r r
1 D D
= 2qa ln + (+qa ) ln (2.40)
2πk r r
1 D
= 3qa ln (2.41)
2πk r
3qa D
Vab + Vac = ln (2.42)
2πk r
A Figura [INSERIR FIGURA - 4.7] é o diagrama fasorial das tensões. Obtém-se, desta
forma, as seguintes relações entre as tensões de linha Vab e Vac e a tensão Van entre a fase a e o
√
Vab = 3Van (0,866 + j0,5) (2.43)
√
Vac = −Vca = 3Van (0,866 − j0,5) (2.44)
∴ (2.45)
Vab + Vac
Van = (2.47)
3
!
3 qa D
ln
2πk r
= (2.48)
3
qa D
Van = ln (2.49)
2πk r
61
entre este condutor e o neutro, tem-se (em F/m para o neutro):
qa
Cn = (2.50)
Van
2πk
Cn = ! (2.51)
D
ln
r
Comparando as Equações 2.51 e 2.22, observa-se que as duas são idênticas. Estas equações
eram as mesmas para linhas monofásicas e linhas trifásicas com espaçamento equilátero.
Para uma linha trifásica, a corrente de carregamento é obtida multiplicando a tensão de fase
pela susceptância capacitiva ao neutro. Com isto, obtém-se a corrente de carregamento por
fase, o que está de acordo com o cálculo de circuitos trifásicos equilibrados com base em um
circuito monofásico com retorno pelo neutro. A corrente de carregamento, em notação fasorial,
Como o valor ecaz da tensão varia ao longo da linha, a corrente de carregamento não é
carregamento é a tensão nominal de projeto da linha, como 220 ou 500 kV , o que provavelmente
não será igual à tensão real em nenhum dos terminais da linha.
Quando os condutores de uma linha trifásica não estão com espaçamento equilátero, torna-
capacitâncias de cada fase ao neutro não são iguais. Em uma linha transposta, a capacitância
62
média ao neutro, em um ciclo completo de transposição, é a mesma para qualquer das fases,
pois o condutor de cada fase ocupa a mesma posição de qualquer dos outros numa distância
igual, uma vez ao longo do ciclo de transposição. A assimetria das linhas não-transpostas é
pequena nas congurações usuais, de modo que todos os cálculos serão realizados considerando
Para a linha mostrada na Figura 2.1, serão obtidas três equações de V ab para as três posições
diferentes no ciclo de transposição. Com a fase a na posição 1, b na posição 2 e c na posição 3,
Figura 2.1: Seção transversal de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico.
1 D12 r D23
Vab = qa ln + qb ln + qc ln (2.54)
2πk r D12 D31
As Equações 2.54 a 2.56 são semelhantes às Equações 1.132 a 1.134, para os enlaces de uxo
de um condutor de uma linha transposta. Entretanto, nas equações da indutância, nota-se que
a corrente em qualquer das fases era a mesma em qualquer parte do ciclo de transposição. Nas
Equações 2.54 a 2.56, se desconsiderar a queda de tensão ao longo da linha, a tensão ao neutro
de uma fase em uma parte do ciclo de transposição será igual à tensão ao neutro da mesma
Portanto, a queda de tensão entre dois condutores quaisquer será a mesma em todas as
partes do ciclo de transposição. Segue-se que a carga sobre um condutor deve ser diferente
quando a posição do condutor varia em relação aos outros condutores. Daí, não ser rigoroso
um tratamento das Equações 2.54 a 2.56 conforme ao que é dado às Equações 1.132 e 1.134.
63
A solução rigorosa para a capacitância é excessivamente trabalhosa, exceto talvez para es-
paçamento horizontal com iguais distâncias entre condutores. Para os espaçamentos e para os
condutores usuais, obtém-se precisão suciente supondo que a carga por unidade de compri-
mento da linha seja a mesma em qualquer seção do ciclo de transposição. Quando se faz esta
consideração a respeito da carga, a tensão entre um par de condutores será diferente em cada
seção do ciclo de transposição. Pode-se, então, obter um valor médio da tensão entre condutores
e calcular a capacitância a partir deste valor. Obtém-se o valor médio das tensões, somando e
dividindo as Equações 2.54, 2.55 e 2.56. A tensão média (em volts - V) entre os condutores a
e b, baseada na suposição de mesma carga sobre um condutor, independente de sua posição do
ciclo de transposição, é:
1 D12 D23 D31 r3 D12
D D
23 31
Vab = qa ln + qb ln + qc ln (2.57)
6πk r3 D12 D23 D31 D12 D23 D31
" √ 3 3 #
3
1 D12 D23 D31 r
Vab = qa ln + qb ln √ (2.58)
6πk r 3
D12 D23 D31
√ 3
1 D12 D23 D31 r
Vab = 3qa ln + 3qb ln √ (2.59)
6πk r 3
D12 D23 D31
√3
3 D12 D23 D31 r
Vab = qa ln + qb ln √ (2.60)
6 πk r 3
D12 D23 D31
1 Deq r
Vab = qa ln + qb ln (2.61)
2πk r Deq
p
Deq = 3 D12 D23 D31 (2.62)
Da mesma forma, a queda de tensão média (em Volts - V) entre o condutor a e o condutor
c é:
1 Deq r
Vac = qa ln + qc ln (2.63)
2πk r Deq
1 Deq r r
3Van = Vab + Vac = 2qa ln + qb ln + qc ln (2.64)
2πk r Deq Deq
64
neutro é:
!
3 Deq
3Van = qa ln (2.65)
2πk r
qa 2πk
Cn = = ! (2.66)
Van Deq
ln
r
A Equação 2.66 para a capacitância ao neutro de uma linha trifásica transposta corresponde
à Equação 1.148 para a indutância por fase de uma linha semelhante. Para se obter a reatância
A terra afeta a capacitância de uma linha de transmissão porque sua presença altera o
campo elétrico da linha. Supondo que a terra seja um condutor perfeito na forma de um plano
horizontal de extensão innita, ca evidente que o campo elétrico dos condutores acima da
terra não é o mesmo que existiria se a superfície equipotencial da terra não estivesse presente.
O campo elétrico dos condutores é forçado a mudar de forma devido à presença da superfície
irregularidades do terreno e pelo tipo de superfície da terra. Entretanto, esta consideração nos
Considere um circuito constituído de um único condutor aéreo com retorno pela terra. Ao
carregar o condutor, chegam cargas da terra para o condutor, e passa a existir uma diferença
de potencial entre os dois. A terra estará carregada com uma carga de igual valor e de sinal
contrário ao condutor. O uxo elétrico que liga as cargas do condutor à terra é perpendicular
Imagine um condutor ctício de mesma forma e bitola que o condutor aéreo, colocado verti-
calmente abaixo do mesmo, e a uma distância do primeiro igual a duas vezes a distância entre
o condutor aéreo e a terra. Este condutor ctício estará abaixo da superfície da terra, a uma
distância igual à que a separa do condutor aéreo. Se a terra for removida e considerarmos
uma carga igual e oposta à do condutor aéreo colocada no condutor ctício, o plano a meio
65
caminho entre os dois condutores será uma superfície equipotencial e estará na mesma posição
da superfície equipotencial da terra. Então, o uxo elétrico entre o condutor e esta superfície
equipotencial será o mesmo que existiria entre o condutor e a terra. Assim, no que concerne
ao cálculo da capacitância, a terra pode ser substituída por um condutor ctício denominado
condutor aéreo à terra e carregado com uma carga igual e de sinal contrário à do condutor
aéreo.
cada condutor aéreo, o uxo entre os condutores originais e suas imagens será perpendicular
ao plano que substitui a terra e este plano será uma superfície equipotencial, O uxo acima do
plano é o mesmo que existiria com a presença da terra no lugar nos condutores-imagem.
Para aplicar o método das imagens ao cálculo da capacitância de linhas trifásicas, usa-se a
Figura [INSERIR FIGURA - 4.9] como referência. Admite-se que a linha seja transposta e que
na primeira seção do ciclo de transposição. São mostradas a superfície plana da terra, e sob ela,
os condutores com cargas-imagem −qa , −qb , −qc . Para as três seções do ciclo de transposição,
podem ser escritas equações para a queda de tensão do condutor a para o condutor b, determi-
nadas pelos três condutores carregados e por suas imagens. Com o condutor a na posição 1, b
na posição 2 e c na posição 3, tem-se:
1 D12 H12 r H2 D23 H23
Vab = qa ln − ln + qb ln − ln + qc ln − ln (2.67)
2πk r H1 D12 H12 D31 H31
Para as outras seções do ciclo de transposição, podem ser escritas equações semelhantes
para Vab . Partindo da aproximação de carga constante por unidade de comprimento de cada
condutor em todas as seções do ciclo de transposição, podemos obter um valor médio para o
fasor Vab . A equação para o valor médio do fasor Vac é obtida de modo semelhante. O valor de
3Van é obtido somando os valores médios de Vab e Vac . Sabendo que a soma das cargas é nula,
2πk
Cn = ! √ ! (2.68)
3
Deq H12 H23 H31
ln − ln √
r 3
H1 H2 H3
Uma comparação das Equações 2.66 e 2.68 evidencia que o efeito da terra é de aumentar a
capacitância de uma linha. Para considerar a terra, o denominador da Equação 2.66 deve ser
66
subtraído do termo
√
3
!
H12 H23 H31
log √
3
H1 H2 H3
distâncias verticais do denominador, e assim este termo cará muito pequeno. Este é o caso
usual, e geralmente este efeito da terra é desprezado em linhas trifásicas, exceto no caso de
cálculos para componentes simétricos quando a soma das três correntes de linha não é nula.
A Figura [INSERIR FIGURA - 4.10] mostra uma linha de cabos múltiplos para a qual pode-
se escrever uma equação para a tensão entre os cabos a e b como foi feito ao deduzir a Equação
2.54, exceto que neste caso deve-se considerar as cargas em todos os seis condutores individuais.
Os condutores de cada cabo estão em paralelo, e pode-se admitir que a carga por cabo se divide
igualmente entre os condutores deste cabo, pois o afastamento entre condutores de mesma fase
é usualmente mais que 15 vezes menor que o espaçamento entre os cabos. Além disso, como
D12 ≫ d, pode-se usar D12 no lugar de D12 − d e de D12 + d e, de forma semelhante, substituir
as expressões mais exatas obtidas no cálculo de Vab pelas distâncias entre os centros dos cabos
múltiplos. Mesmo quando os cálculos são realizados com 5 ou 6 algarismos signicativos, não
se pode detectar as diferenças que surgem nos resultados nais, devido a estas simplicações.
0 qa
Se a carga na fase a for qa , cada um dos condutores a e a terá uma carga ; para as fases
2
b e c, serão admitidas divisões semelhantes de carga. Então,
1 qa D12 D12 qb r d qc D23 D23
Vab = ln + ln + ln + ln + ln + ln (2.69)
2πk 2 | {zr } | {zd } 2 D12 D12 2 D31 D31
| {z } | {z } | {z } | {z }
a a0 b b0 c c0
As letras sob cada termo logarítmico indicam o condutor cuja carga é considerada naquele
67
termo. Combinando os termos, obtém-se:
" ! ! !#
1 qa D12 D12 qb r d qc D23 D23
Vab = ln + ln + ln + ln + ln + ln (2.70)
2πk 2 r d 2 D12 D12 2 D31 D31
" ! ! !#
2 2
1 qa D12 qb rd qc D23
= ln 2
+ ln 2
+ ln (2.71)
2πk 2 rd D12 2 2 D31
!2 √ !2 !2
1 q D qb rd qc D23
= a ln √ 12 + ln + ln (2.72)
2πk 2 rd 2 D 12 2 D31
" ! √ ! !#
1 qa D12 qb rd qc D23
= · 2 ln √ + · 2 ln + · 2 ln (2.73)
2πk 2 rd 2 D12 2 D31
" ! √ ! !#
1 D12 rd D23
Vab = qa ln √ + qb ln + qc ln (2.74)
2πk rd D12 D31
√
A Equação 2.74 é semelhante à Equação 2.54 com exceção da substituição de r por rd.
Portanto, segue-se que se a linha fosse considerada transposta, teríamos obtido (em F/m para
o neutro):
2πk
Cn = ! (2.75)
Deq
ln √
rd
√
O termo rd é equivalente a Dsb para um cabo múltiplo de dois condutores, exceto pela
método DMG modicado ao cálculo da capacitância de uma linha trifásica de cabos múltiplos
com dois condutores por fase. A modicação consiste no uso do raio externo no lugar do RMG
de um condutor.
É lógico concluir que o método DMG modicado se aplica a outras congurações de cabos
b
múltiplos. Utilizando a notação DsC para o RMG modicado para ser usado em cálculos de
b
capacitância para distingui-lo da Ds usada no cálculo da indutância, tem-se (em F/m para o
neutro):
2πk
Cn = ! (2.76)
Deq
ln b
DsC
68
Para um cabo múltiplo de dois condutores:
q
b
(rd)2
4
DsC = (2.77)
b
√
DsC = rd (2.78)
q
b
= (rd2 )3
9
DsC (2.79)
√
3
b
DsC = rd2 (2.80)
r
b 16
√ 4
DsC = rd3 · 2 (2.81)
√
4
b
DsC = 1,09 rd3 (2.82)
capacitância. Foi obtido um método de DMG modicado para ser aplicado na obtenção da
capacitância de linhas de cabos múltiplos. Pode-se mostrar que este método é igualmente
válido para linhas trifásicas duplas transpostas com espaçamento equilátero (com os condutores
nos vértices de um hexágono) para espaçamento vertical (com os condutores das três fases
de cada circuito colocados no mesmo plano vertical). É razoável supor que o método da
DMG modicada possa ser usado para as disposições intermediárias entre as equiláteras e
as disposições verticais. Embora não seja demonstrado, este método é geralmente utilizado.
A semelhança entre os cálculos de indutância e capacitância foi enfatizadas nas seções an-
69
capacitâncias, torna-se recomendável o uso de programas computacionais. Entretanto, as Ta-
belas A.1 e A.3 tornam simples os cálculos, exceto em casos de linhas de circuitos em paralelo.
2πk
Cn = ! (2.83)
Deq
ln
DsC
DsC é o raio externo do condutor de raio r, para uma linha que contenha apenas um
Reatância capacitiva
1
XC = (2.84)
2πf C
Deq
XC = 4,77 × 104 ln Ω · km para o neutro (2.85)
DsC
Deq
XC = 2,965 × 104 ln Ω · mi para o neutro (2.86)
DsC
70
Susceptância capacitiva
1
BC = (2.87)
XC
1
BC = ! Ω · km para o neutro (2.88)
Deq
4,77 × 104 ln
DsC
1
BC = ! Ω · mi para o neutro (2.89)
Deq
2,965 × 104 ln
DsC
Outras observações
Deve-se usar as mesmas unidades para Deq e DsC , usualmente em pés (ft).
√
Para linhas de cabos simples e múltiplos, Deq = 3
Dab Dbc Dca , onde Dab , Dbc , Dca são as
Para linhas com um condutor por fase, é mais cômodo determinar XC somando o valor
0 0
de Xa para o condutor, obtido da Tabela A.1 ao valor de Xd obtido na Tabela A.3 em
71
LISTA DE EXERCÍCIOS
CÁLCULO DE CAPACITÂNCIAS EM LTs
1. Uma linha de transmissão trifásica possui espaçamento horizontal com 2 m entre con-
dutores adjacentes. Em determinado instante, a carga de um dos condutores externos
é de 60 µC/km, e as cargas no condutor central e no outro condutor externo são de
−30 µC/km. O raio de cada condutor é de 0,8 cm. Despreze o efeito da terra e de-
termine a queda de tensão entre os dois condutores identicamente carregados naquele
instante.
3. Deduza uma equação para a capacitância ao neutro em F/m de uma linha monofásica,
considerando o efeito da terra. Use a mesma nomenclatura usada na equação deduzida
para a capacitância de uma linha trifásica na qual o o efeito da terra é representado por
cargas-imagem.
7. Uma linha trifásica de 60 Hz composta de um condutor CAA tipo Bluejay por fase possui
espaçamento horizontal com 11 m entre condutores adjacentes. Compare a reatância
capacitiva em Ω − km por fase desta linha com aquela de um cabo múltiplo com dois
condutores CAA 26/7 por fase com a mesma seção transversal total de alumínio e com
os mesmos 11 m de distância entre centros de cabos múltiplos. O espaçamento entre
condutores no cabo múltiplo é de 40 cm.
9. Seis condutores de CAA tipo Drake constituem uma linha trifásica de circuito duplo a
60 Hz . A disposição destes condutores é a da Figura [INSERIR FIGURA - 3.15]. O
espaçamento vertical é, entretanto, de 14 f t; a distância horizontal maior é de 32 f t e
as menores são de 25 f t. Determine a reatância capacitiva ao neutro em Ω − mi e a
corrente de carregamento por milha por fase e por condutor a 138 kV .
Page 2
TABLE A.3
Electrical characteristics of bare aluminum conductors steel-reinforced (ACSR)*
Resistance
Ac, 60 Hz Reactance per conductor 1-ft
spacing, 60 Hz
Code word Aluminum area, Stranding Layers of Outside diameter, Dc, 20°C, 20°C, Ω/mi 50°C, Ω/mi GMR Ds ft Inductive Xa, Capacitive X'a,
Copiado de: J.J.Grainger, W.D.Stevenson, Power System Analysis, McGraw-Hill, 1994. -1/5-
TABLE A.4 Inductive reactance spacing factor Xd at 60 Hz* (ohms per mile per conductor)
Separation
Inches
Feet 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0 ...... -0,3015 -0,2174 -0,1682 -0,1333 -0,1062 -0,0841 -0,0654 -0,0492 -0,0349 -0,0221 -0,0106
1 0,0000 0,0097 0,0187 0,0271 0,0349 0,0423 0,0492 0,0558 0,0620 0,0679 0,0735 0,0789
2 0,0841 0,0891 0,0938 0,0984 0,1028 0,1071 0,1112 0,1152 0,1190 0,1227 0,1264 0,1299
3 0,1333 0,1366 0,1399 0,1430 0,1461 0,1491 0,1520 0,1549 0,1577 0,1604 0,1631 0,1657
4 0,1682 0,1707 0,1732 0,1756 0,1779 0,1802 0,1825 0,1847 0,1869 0,1891 0,1912 0,1933
5 0,1953 0,1973 0,1993 0,2012 0,2031 0,2050 0,2069 0,2087 0,2105 0,2123 0,2140 0,2157
6 0,2174 0,2191 0,2207 0,2224 0,2240 0,2256 0,2271 0,2287 0,2302 0,2317 0,2332 0,2347
7 0,2361 0,2376 0,2390 0,2404 0,2418 0,2431 0,2445 0,2458 0,2472 0,2485 0,2498 0,2511
8 0,2523
9 0,2666
10 0,2794
11 0,2910
12 0,3015
13 0,3112
14 0,3202
I5 0,3286
16 0,3364
17 0,3438
18 0,3507
19 0,3573
20 0,3635
21 0,3694
22 0,3751
23 0,3805
24 0,3856 At 60 Hz, in Ω/mi per conductor
25 0,3906 Xd = 0.2794 log d
26 0,3953 d= separation, ft
27 0,3999 For three-phase lines
28 0,4043 d= Deq
29 0,4086
30 0,4127
31 0,4167
32 0,4205
33 0,4243
34 0,4279
35 0,4314
36 0,4348
Copiado de: J.J.Grainger, W.D.Stevenson, Power System Analysis, McGraw-Hill, 1994. -2/5-
37 0,4382
38 0,4414
39 0,4445
40 0,4476
41 0,4506
42 0,4535
43 0,4564
44 0,4592
45 0,4619
46 0,4646
47 0,4672
48 0,4697
49 0 4722
* From Electrical Transmission and Distribution Reference Book, by permission of the ABB Power T & D Company, Inc.
Copiado de: J.J.Grainger, W.D.Stevenson, Power System Analysis, McGraw-Hill, 1994. -3/5-
TABLE A.5 Shunt capacitance-reactance spacing factor Xd at 10 Hz (megaohm-miles per conductor)
Separation
Inches
Feet 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0 ...... -0,0737 -0,0532 -0,0411 -0,0326 -0,0260 -0,0206 -0,0160 -0,0120 -0,0085 -0,0054 -0,0026
1 0,0000 0,0024 0,0046 0,0066 0,0085 0,0103 0,0120 0,0136 0,0152 0,0166 0,0180 0,0193
2 0,0206 0,0218 0,0229 0,0241 0,0251 0,0262 0,0272 0,0282 0,0291 0,0300 0,0309 0,0318
3 0,0326 0,0334 0,0342 0,0350 0,0357 0,0365 0,0372 0,0379 0,0385 0,0392 0,0399 0,0405
4 0,0411 0,0417 0,0423 0,0429 0,0435 0,0441 0,0446 0,0452 0,0457 0,0462 0,0467 0,0473
5 0,0478 0,0482 0,0487 0,0492 0,0497 0,0501 0,0506 0,0510 0,0515 0,0519 0,0523 0,0527
6 0,0532 0,0536 0,0540 0,0544 0,0548 0,0552 0,0555 0,0559 0,0563 0,0567 0,0570 0,0574
7 0,0577 0,0581 0,0584 0,0588 0,0591 0,0594 0,0598 0,0601 0,0604 0,0608 0,0611 0,0614
8 0,0617
9 0,0652
10 0,0683
11 0,0711
12 0,0737
13 0,0761
14 0,0783
I5 0,0803
16 0,0823
17 0,0841
18 0,0858
19 0,0874
20 0,0889
21 0,0903
22 0,0917
23 0,0930
24 0,0943 At 60 Hz, in MΩ.mi per conductor
25 0,0955 Xd' = 0.06831 log d
26 0,0967 d= separation, ft
27 0,0978 For three-phase lines
28 0,0989 d= Deq
29 0,0999
30 0,1009
31 0,1019
32 0,1028
33 0,1037
34 0,1046
35 0,1055
36 0,1063
Copiado de: J.J.Grainger, W.D.Stevenson, Power System Analysis, McGraw-Hill, 1994. -4/5-
37 0,1071
38 0,1079
39 0,1087
40 0,1094
41 0,1102
42 0,1109
43 0,1116
44 0,1123
45 0,1129
46 0,1136
47 0,1142
48 0,1149
49 0,1155
* From Electrical Transmission and Distribution Reference Book, by permission of the ABB Power T & D Company, Inc.
Copiado de: J.J.Grainger, W.D.Stevenson, Power System Analysis, McGraw-Hill, 1994. -5/5-