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Relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo com a agilidade

Relação dos saltos vertical, horizontal


e sêxtuplo com a agilidade e velocidade em crianças
CDD. 20.ed. 152.3 Diogo Henrique Constantino COLEDAM* *Universidade Estadual
796.426 de Londrina.
Gustavo Aires de ARRUDA* **Departamento de
Júlio Wilson dos-SANTOS** Educação Física, Uni-
versidade Estadual
Arli Ramos de OLIVEIRA* Paulista - Bauru.

Resumo
Os objetivos do presente estudo foram: 1) verificar a relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo com
a agilidade e velocidade de 5, 10 e 25 m; 2) verificar a capacidade desses saltos em predizer o desem-
penho da agilidade e velocidade de 5, 10 e 25 m em crianças. Vinte e oito meninos (9,47 ± 0,64 anos) e
30 meninas (9,69 ± 0,70 anos) foram avaliados. Os valores de correlação entre a agilidade, velocidade
de 5, 10 e 25 m foram, respectivamente, r = 0,63, 0,51, 0,44 e 0,64 com o salto vertical, r = 0,68, 0,62,
0,28 e 0,62 com o salto sêxtuplo, e r = 0,60, 0,50, 0,26 e 0,57 com o salto horizontal. O salto vertical
e o salto sêxtuplo foram capazes de predizer o desempenho da agilidade e da velocidade de 25 m (p <
0,05). Além disso, demonstraram capacidade de predizer a velocidade de 5 e 10 m, respectivamente (p <
0,05). Os testes de salto vertical e sêxtuplo podem ser utilizados para avaliação e controle do treinamento
com crianças praticantes de atividades que demandam agilidade e velocidade, uma vez que ambos os
saltos predisseram o desempenho da agilidade e velocidade, o que não ocorreu com o salto horizontal.

PALAVRAS-CHAVE: Corrida; Desempenho motor; Potência de membros inferiores.

Introdução
A capacidade motora força é estudada em crianças determinado trabalho realizado por segundo e pode
devido a sua importância tanto para a saúde como ser avaliada em um único ou uma série de movi-
para o desempenho atlético1. A força muscular é mentos corporais4. Um mecanismo fisiológico que
definida como a alteração ou tendência de alteração contribui para a produção de força explosiva é o ciclo
do estado de repouso ou de movimento de uma de alongamento e encurtamento, responsável por
situação resultante da ação muscular2. gerar energia elástica a partir da contração muscular
Considerando as variáveis que influenciam a excêntrica seguida por uma contração concêntrica5.
produção de força, tais como a resistência ou massa Devido às diversas formas que pode ser manifestada,
a ser vencida, aceleração e velocidade do movimento, a força tem sido estudada em crianças por meio de di-
a força pode ser manifestada de maneiras diferentes. ferentes métodos de avaliação, dentre eles a execução de
Força muscular máxima é o valor mais elevado de saltos, levantamento de pesos, dinamômetro hidráulico
força que o sistema neuromuscular é capaz de pro- e isocinético6. Os saltos vertical, horizontal e sêxtuplo
duzir, alcançada em aproximadamente 0,4 s3. No têm sido utilizados como indicadores da força dos
entanto, em muitos movimentos esportivos não membros inferiores em crianças e adolescentes, uma
há tempo suficiente para atingir a força muscular vez que demonstraram ser sensíveis ao treinamento
máxima. Nesse contexto aplica-se a força explosiva, de força7-9 e ao treinamento específico de modalidade
entendida como a relação entre a maior expressão esportiva handebol10. Além de apresentarem sensi-
de força atingida em um determinado tempo bilidade a diferentes tipos de treinamento, os testes
disponível e o tempo necessário para alcançá-la3. envolvendo saltos são utilizados por serem específicos
A potência muscular representa a razão entre um às ações de diferentes modalidades esportivas11.

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Assim como a força, a agilidade e a velocidade são por estudos prévios sugerem que estas relações ainda
capacidades motoras importantes para o desempenho necessitam ser investigadas. Além disso, a maioria
atlético de diversas modalidades esportivas. Além disso, dos estudos sobre a relação entre esses parâmetros de
o desempenho da agilidade e da velocidade depende desempenho foi realizada com adultos de diferentes
da produção de força máxima, da potência e da modalidades esportivas18-19 e a capacidade dos testes
energia elástica produzida pelo ciclo de alongamento de salto vertical, horizontal e sêxtuplo em predizer o
e encurtamento12-13, motivo pelo qual a relação entre desempenho da agilidade e da velocidade de 5, 10 e 25
a força muscular, agilidade e velocidade têm sido m ainda não foi descrita em crianças. As informações
investigadas. Os testes de salto vertical e horizontal acerca do tipo de salto que melhor prediz o desempenho
apresentam correlação linear de fraca a moderada da agilidade e velocidade irão auxiliar na escolha do teste
com a agilidade, em atletas homens da modalidade de força que seja mais específico para avaliar e controlar
voleibol e futebol14-15 e mulheres atletas de futebol o treinamento de crianças envolvidas em modalidades
adultas e adolescentes11. Para a velocidade e o salto em que a agilidade e velocidade são determinantes.
vertical, essa correlação pode variar de fraca a muito Além disso, identificar a magnitude da contribuição
forte em atletas de rúgbi homens16 e atletas de ambos dos saltos para o desempenho da velocidade e agilidade
os sexos de diferentes modalidades esportivas12. Entre a torna possível prescrever o treinamento de força de
velocidade e o salto horizontal, os valores de correlação forma específica para aumento dessas capacidades20.
variam de fraca a forte em homens atletas de futebol15 e Desse modo, os objetivos do presente estudo foram: 1)
adolescentes atletas de varias modalidades esportivas17. verificar a relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo
Apesar de alguns estudos já terem descrito as relações com a agilidade e velocidade de 5, 10 e 25 m e; 2) verificar
entre o salto vertical e horizontal com a agilidade e a a capacidade desses saltos em predizer o desempenho
velocidade, a inconsistência dos resultados obtidos da agilidade e velocidade de 5, 10 e 25 m em crianças.

Método
Amostra estatura foi verificada com um estadiômetro portátil
fixado em uma parede, com precisão de 0,1 cm.
Participaram voluntariamente do estudo 58 crianças Os testes de salto vertical, horizontal e sêxtuplo,
(28 meninos e 30 meninas), regularmente matriculadas agilidade e corrida de 5, 10 e 25 m foram realizados
no 5º ano da rede municipal de ensino da cidade de em uma quadra poliesportiva que possuía piso
Nova Europa - SP. A amostra foi escolhida de forma antiderrapante. Os participantes usaram roupas e
intencional, de acordo com a disponibilidade de acesso calçados adequados à prática de exercícios físicos. Para
e os critérios de inclusão no estudo foram: não possuir o teste de salto vertical foi utilizada uma parede lisa de
nenhuma limitação física/ortopédica que impedisse a 3 m de altura. Para medir a distância dos saltos vertical,
realização dos testes físicos e ter frequência mínima de horizontal, sêxtuplo e a distância das corridas de 5, 10
85% nos dois últimos meses nas aulas de Educação Fí- e 25 m foi utilizada uma trena de 30 m (Profield®,
sica. Os pais ou responsáveis pelos participantes assina- São Paulo, Brasil). Os tempos nos testes de agilidade e
ram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido corrida de 5, 10 e 25 m foram registrados por meio de
de acordo com a Resolução nº 196/96 do Ministério da um cronômetro manual com precisão de décimos de
Saúde especificando todos os procedimentos do estudo. segundo (Casio®, HS-7, Japão).
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Anteriormente à coleta de dados, todos os parti-
Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Paulista - cipantes receberam informações sobre os procedi-
UNESP, protocolo nº 11017/46/01/10. mentos dos testes, através de demonstrações feitas
por um dos pesquisadores, e foram submetidos a
Procedimentos três tentativas em cada teste, em dois dias diferentes,
para controlar os efeitos de aprendizagem. Durante
Todos os procedimentos do estudo foram realizados a coleta de dados, cada teste foi realizado em um
na escola onde os participantes estavam matriculados. dia, com intervalo de 24 h entre cada avaliação, e
Foram realizadas medidas de massa corporal, por meio a cada dois dias houve um intervalo de 48 h ou 72
de uma balança digital com precisão de 100 g, e a h, conforme descrito no QUADRO 1.

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QUADRO 1 - Cronograma dos dias de realização dos testes de Salto Vertical (SV), Salto Horizontal (SH), Salto
Sêxtuplo (SS), agilidade (AG), velocidade de 5 (V5), 10 (V10) e 25 m (V25).

Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Teste SV SH - SS AG - - V-5 V-10 - V-25

No dia de realização dos testes os participantes Salto sêxtuplo: O avaliado iniciou o teste na po-
foram orientados a não realizar nenhum esforço sição em pé, parado atrás da linha inicial demarcada
físico vigoroso. A coleta de dados foi realizada no solo, com as pernas na posição antero-posterior.
pelo mesmo pesquisador, com experiência prévia O início do pé posicionado à frente se manteve
na aplicação de testes motores, e a melhor das três no início da linha inicial. O avaliado realizou um
tentativas foi considerada para análise. Anteriormente salto contra movimento com auxílio dos braços,
ao início de cada teste, os participantes realizaram seguido de outros seis saltos unilaterais de forma
um aquecimento com duração de 10 min, que alternada (direita / esquerda) e finalizou o teste no
compreendeu 4 min de corrida de intensidade leve sexto salto com os dois pés. A medida foi realizada
e duas séries (20 s) de seis exercícios dinâmicos entre o ponto de partida e o calcanhar do pé mais
(elevação de joelho, elevação de tornozelo atrás, próximo do ponto inicial, com precisão de 0,5 cm.
“skipping”, chute baixo para frente, chute baixo para Agilidade: A avaliação da agilidade (AG) foi feita
trás e deslocamento lateral). por meio do teste de Vai-e-vem (“Shuttle run”). O
teste consiste em percorrer a distância de 9,14 m
Descrição dos testes duas vezes, indo e voltando (4 x 9,14 m). Atrás de
uma das linhas divisórias do percurso foram colo-
Salto vertical: Para a realização do teste de salto cados dois blocos de madeira. O objetivo do teste
vertical (SV) foi fixada uma fita métrica de três me- é buscar os dois blocos de madeira, um de cada
tros em uma parede lisa. O avaliado posicionava-se vez, com uma das mãos, e colocá-los após a linha
lateralmente à superfície graduada, com as plantas inicial, no menor tempo possível. O cronômetro
dos pés totalmente apoiadas sobre o solo, e com um foi acionado após o indivíduo ultrapassar a linha de
braço completamente estendido acima da cabeça, partida e foi finalizado quando o segundo aparato
onde foi marcado o ponto mais alto alcançado com de madeira foi deixado após a linha de partida.
o dedo médio. Para facilitar a marcação, foi utilizado Velocidade de 5, 10 e 25 m: Para verificar a ve-
pó de giz na extremidade dos dedos. A partir da po- locidade foram utilizadas as corridas de velocidade
sição ortostática, a execução consistiu em flexionar máximas de 5 (V5), 10 (V10) e 25 m (V25). Um
os joelhos e executar o salto contra movimento, com estímulo visual foi utilizado para a partida e a crono-
auxílio dos braços, e tocar o ponto mais alto possível metragem foi iniciada com o movimento de partida
na parede. A marcação foi feita com precisão de 0,5 do indivíduo, a partir da posição parada, com as
cm. O valor foi calculado pela diferença da maior pernas na posição antero-posterior. O avaliador ficou
altura alcançada (com salto) e a altura parado, com posicionado no final de cada percurso dos testes V5,
os valores expressos em centímetros. V10 e V25, para a tomada do tempo da corrida.
Salto horizontal: Anteriormente à execução
do salto, uma fita métrica foi fixada ao solo, Reprodutibilidade de testes
paralelamente ao local onde o avaliado iria realizar o
salto. Primeiramente, o avaliado se manteve parado, A reprodutibilidade dos testes de salto vertical,
com os pés paralelos e afastados na mesma distância salto horizontal, salto sêxtuplo, agilidade e velocida-
que a largura dos quadris. A parte anterior dos pés de de 5, 10 e 25 m foi testada em 15 participantes.
foi posicionada na linha de partida. O teste de salto Os mesmos procedimentos de aprendizagem des-
horizontal (SH) também foi executado com o salto critos foram realizados e os participantes realizaram
contra movimento, com auxílio dos braços, seguido três tentativas de cada teste, em dois dias, com um
de um impulso simultâneo a partir da flexão dos intervalo de 48 h. A reprodutibilidade de cada teste
joelhos, para atingir o ponto mais distante possível. está descrita na TABELA 1. Todos os testes apre-
A medida foi feita entre o ponto de partida e o sentaram alta reprodutibilidade, com coeficientes
calcanhar do pé mais próximo do ponto inicial, de correlação Intraclasse variando de 0,84 para a
com precisão de 0,5 cm. velocidade de 5 m a 0,96 para o salto vertical.

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TABELA 1 - Reprodutibilidade dos testes utilizados as variáveis incluídas no modelo apresentaram VIF <
no estudo. 1,5) foram aceitos. A análise descritiva foi realizada
Teste CCI IC95% por meio da média e desvio padrão. Para comparar as
CCI = Coeficiente de variáveis entre os meninos e as meninas foi utilizado
Correlação Intraclasse; Salto vertical 0,96 0,91 - 0,99
IC95% = Intervalo de o Teste t de Student para amostras independentes. A
Salto horizontal 0,90 0,71 - 0,96
confiança de 95% do relação entre as variáveis foi verificada por meio da
coeficiente de correlação Salto sêxtuplo 0,91 0,84 - 0,98
Intraclasse.
Correlação linear de Pearson (r) e os seus respectivos
Agilidade 0,93 0,80 - 0,97 Intervalos de Confiança de 95% foram apresentados.
Velocidade 5 m 0,84 0,61 - 0,96 A interpretação foi realizada conforme TRITSCHLER21,
Velocidade 10 m 0,95 0,85 - 0,98 onde: < 0,30 = pouca ou nenhuma correlação; 0,30
a 0,49 = fraca; 0,50 a 0,69 = moderada; 0,70 a 0,89:
Velocidade 25 m 0,95 0,87 - 0,98
forte; > 0,90 = muito forte, valores positivos e negati-
vos são interpretados da mesma forma. Para verificar
Análise estatística a capacidade das variáveis independentes (salto ver-
tical, horizontal e sêxtuplo) em predizer as variáveis
O cálculo do tamanho amostral foi realizado de dependentes (agilidade, velocidade de 5, 10 e 25 m)
acordo com o r2 de 0,40 para a regressão múltipla, foi realizada a Regressão Linear Múltipla pelo méto-
alpha = 0,05, beta = 20% e número de variáveis pre- do Stepwise para cada variável independente. Para
ditoras = 3, utilizando o “software” G*Power 3.0. Os analisar a reprodutibilidade dos testes foi utilizado o
pressupostos de linearidade, normalidade, homocedas- Coeficiente de Correlação Intraclasse com efeito ale-
ticidade e ausência de autocorrelação dos resíduos e atório de um fator. Em todos os casos a significância
multicolinearidade das variáveis independentes (todas adotada foi de 5%.

Resultados
Na TABELA 2 estão apresentados os valores diferenças significativas para a agilidade e velocidade
de idade, massa corporal, estatura, salto vertical, de 25 m, sendo que os meninos apresentaram maior
horizontal, sêxtuplo, agilidade, velocidade de 5, 10 desempenho para a agilidade e as meninas para a
e 25 m para meninos e meninas. Foram verificadas velocidade de 25 m.

TABELA 2 - Características dos sujeitos do estudo em valores de média e desvio padrão.

Meninos (n = 28) Meninas (n = 30) Total (n = 58)


*p < 0,05 vs meninas.
Idade (anos) 9,47 (0,64) 9,69 (070) 9,58 (0,67)
Massa corporal (kg) 31,29 (6,88) 33,26 (6,80) 29,45 (5,94)
Estatura (m) 1,37 (0,11) 1,36 (0,15) 1,36 (0,13)
Índice de massa corporal (kg/m2) 17,33 (4,33) 18,05 (2,78) 17,67 (3,66)
Salto Vertical (cm) 26,66 (5,26) 25,55 (6,14) 26,10 (5,70)
Salto Horizontal (cm) 161,57 (15,14) 155,44 (21,39) 158,51 (18,27)
Salto Sêxtuplo (cm) 871,14 (108,89) 829,29 (120,72) 850,22 (114,80)
Agilidade (s) 11,23 (0,73) * 11,67 (0,88) 11,45 (0,80)
Velocidade de 5 m (m/s) 3,52 (0,22) 3,39 (0,27) 3,45 (0,25)
Velocidade de 10 m (m/s) 4,09 (0,55) 4,00 (0,36) 4,05 (0,46)
Velocidade de 25 m (m/s) 4,84 (0,31) * 4,57 (0,36) 4,70 (0,34)

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Relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo com a agilidade

Na TABELA 3 são apresentados os valores de de 25 m e o salto sêxtuplo apresentou valores que


correlação entre salto vertical, horizontal, sêxtuplo, variaram de r = 0,28 para a velocidade de 10 m a r =
agilidade, velocidade de 5, 10 e 25 m. O salto vertical 0,68 para a agilidade. Com relação ao salto horizontal,
apresentou valores de correlação variando de r = 0,44 o menor valor foi de r = 0,26 para a velocidade de 10
para a velocidade de 10 m a r = 0,64 para a velocidade m e o maior de r = -0,60 para a agilidade.

TABELA 3 - Coeficientes de correlação e intervalo de confiança 95% entre as variáveis: Salto Vertical (SV), Salto
Horizontal (SH), Salto Sêxtuplo (SS), agilidade (AG), velocidade de 5 (V5), 10 (V10) e 25 m (V25).

SS SH AG V5 V10 V25
* p < 0,05;
0,671** 0,734** -0,632** 0,507** 0,435** 0,639** ** p < 0,01.
SV
(0,50-0,79) (0,59-0,83) (-0,76-0,44) (0,29-0,68) (0,20-0,62) (0,46-0,77)
0,767** -0,684** 0,621** 0,277* 0,621**
SS -
(0,64-0,86) (-0,80-0,52) (0,43-0,76) (0,02-0,50) (0,43-0,76)
-0,601** 0,503** 0,264 (0,01- 0,568**
SH - -
(-0,74-0,41) (0,28-0,67) 0,49) (0,37-0,72)
0,544** 0,400** 0,773**
AG - - -
(0,33-0,70) (0,16-0,60) (0,64-0,86)
0,354** 0,678**
V5 - - - -
(0,10-0,55) (0,51-0,80)
0,536**
V10 - - - - -
(0,32-0,70)

Na TABELA 4 estão os resultados da regressão o salto sêxtuplo (p = 0,014) juntamente com o salto
múltipla, apenas dos testes que foram capazes de vertical (p = 0,002) no modelo 2, a capacidade de
predizer significativamente a agilidade e a velocidade explicar a velocidade de 25 m foi de 48%. Com
de 5, 10 e 25 m. Dois modelos foram capazes de relação ao teste de salto horizontal, este foi o
predizer significativamente a agilidade. O modelo único teste que não conseguiu predizer de forma
1, no qual foi incluído apenas o salto sêxtuplo, foi significativa (p > 0,05) nenhuma das variáveis
capaz de explicar 47% da variância total da agilidade dependentes, tanto para a agilidade quanto para a
(p < 0,001). No modelo 2 foi incluído o salto velocidade.
vertical (p = 0,02) juntamente com o salto sêxtuplo Os valores β da regressão Múltipla (TABELA 4)
(p = 0,001), aumentando para 50% a explicação do indicaram que o aumento de 1 cm do salto sêxtuplo
desempenho da agilidade. aumenta em 0,005 s (modelo 1) ou 0,003 s (modelo
O único teste capaz de predizer o desempenho 2) e aumento de 1 cm no salto vertical aumenta em
da velocidade de 5 m foi o salto sêxtuplo (p < 0,045 s (modelo 2) o desempenho da agilidade. O
0,001), explicando 40% da variância total desta aumento de 1 cm no desempenho do salto sêxtuplo
variável. Com relação à velocidade de 10 m, resulta em aumento de 0,001 m/s na velocidade de 5
apenas o salto vertical apresentou capacidade de m e o aumento de 1 cm no salto vertical aumenta em
predição significativa (p = 0,001), explicando 30% 0,035 m/s a velocidade de 10 m. Por fim, o aumento
do desempenho. Dois modelos foram capazes de de 1 cm no salto vertical aumenta o desempenho
predizer o desempenho da velocidade de 25 m. da velocidade de 25 m em 0,050 m/s (modelo 1),
No modelo 1 foi incluído apenas o salto vertical enquanto que no modelo 2, o aumento de 1 cm do
(p = 0,001), sendo capaz de explicar 43% do salto vertical resulta em aumento de 0,030 m/s e
desempenho da velocidade de 25 m. Ao acrescentar para o salto sêxtuplo 0,001 m/s.

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TABELA 4 - Resultados da Regressão Múltipla tendo como variáveis independentes (VI) o salto vertical (SV),
salto horizontal (SH), salto sêxtuplo (SS), e como variáveis dependentes (VD) a agilidade (AG) e a
velocidade de 5 (V5), 10 (V10) e 25 m (V25).
Os resultados do Salto
Horizontal não foram VD Modelo VI Constante β β Padronizado Erro Padrão R2 Ajustado p
descritos uma vez que Modelo 1 SS 15,690 0,005 0,684 0,628 0,467 < 0,001
não apresentaram ca-
pacidade de predição AG SS 0,003 0,475 = 0,001
significativa para ne- Modelo 2 15,589 0,602 0,502
nhuma das variáveis SV 0,045 0,312 = 0,02
dependentes. V5 Modelo 1 SS 1,949 0,001 0,642 0,870 0,401 < 0,001
Erro Padrão referente à
Constante. V10 Modelo 1 SV 3,432 0,035 0,561 0,267 0,301 = 0,001
Modelo 1 SV 6,643 0,050 0,661 0,211 0,427 < 0,001
V25 SV 0,030 0,432 = 0,002
Modelo 2 7,270 0,326 0,482
SS 0,001 0,341 = 0,014

Discussão
O presente estudo teve como objetivos verificar Da mesma forma que a agilidade, os resultados
a relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo, entre a velocidade e o salto vertical apresentam re-
com a agilidade e velocidade de 5, 10 e 25 m. Além sultados contraditórios na literatura. Alguns estudos
disso, verificar a capacidade dos testes de salto vertical, apresentaram resultados similares aos deste estudo
horizontal e sêxtuplo em predizer o desempenho da para a correlação entre o salto vertical com os testes
agilidade e velocidade de 5, 10 e 25 m, em crianças. de velocidade de 10 m (r = 0,44 vs r = 0,47) em
Os principais resultados indicam que o salto vertical jogadores de futebol23, 25 m (r = 0,64 vs r = -0,66)
e o salto sêxtuplo apresentaram maior relação com a em mulheres jogadoras de futebol11. Apesar de no
agilidade e a velocidade de 5, 10 e 25 m, quando com- do presente estudo a maior distância analisada ser de
parados com o salto horizontal. Além disso, para a 25 m, esta apresentou valores similares comparado a
agilidade e a velocidade de 5 m, o salto sêxtuplo apre- 30 m, sendo de r = 0,64 vs r = -0,6218,23, r = 0,64 vs
sentou maior correlação. Para a velocidade de 10 e 25 0,6024 e para a distância de 35 m, r = 0,64 vs -0,6225
m, o salto vertical foi o teste que apresentou maiores em jogadores de futebol.
valores. Com relação à predição do desempenho, Os resultados contrários aos do presente estudo
tanto o salto vertical quanto o salto sêxtuplo foram (r = 0,43) para a correlação entre o salto vertical e
capazes de predizer significativamente o desempenho velocidade de 10 m são de r = -0,1326, r = 0,2927, r
da agilidade e da velocidade de 25 m. Além disso, se = -0,6216 e r = 0,7224. Na comparação entre a veloci-
mostraram capazes de predizer significativamente a dade de 5 m e o salto vertical a correlação verificada
velocidade de 5 e 10 m, respectivamente. no presente estudo (r = 0,51) foi inferior a obtida
Apesar dos resultados deste estudo apresentarem por CRONIN e HANSEN16, r = -0,60, enquanto que na
correlação moderada entre SV, SS, SH e agilidade, comparação com a velocidade de 30 m os valores de
a literatura apresenta resultados contraditórios, correlação foram de r = 0,4427 e r = 0,5616, valores
dependendo do teste e da população estudada. Os inferiores aos verificados neste estudo para a velo-
resultados referentes à correlação dos testes SV, SH cidade de 25 m (r = 0,64). Na comparação entre o
e SS com a AG (r = -0,60 a -0,68) apresentaram salto horizontal e a velocidade de 25 m, os resultados
valores semelhantes (r = -0,58) ao do salto vertical de do presente estudo (r = 0,57) e os da literatura, r =
mulheres atletas14, de jogadoras de futebol r = 0,6111 -0,3015 e r = 0,70017 também diferem ente si.
e atletas profissionais de basquetebol r = 0,5918. No A divergência entre os resultados deste e de outros
entanto, outros estudos em crianças22, jogadores de estudos, no que se refere à variabilidade da relação entre
futebol15, adolescentes atletas17 e mulheres atletas diferentes tipos de saltos com a agilidade e velocidade
de diversas modalidades11 apresentaram valores demonstra a complexidade em predizer este tipo de
inferiores de correlação (r = -0,36 a 0.52) entre a desempenho, o qual é determinado por diferentes
agilidade e os saltos vertical e horizontal. fatores. Os fatores associados ao desempenho da

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Relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo com a agilidade

agilidade e velocidade são a transferência rápida de profundidade de 30 cm e pico de força isométrica


energia28, predominância de fibra muscular de contração de extensão das pernas, em jogadores de voleibol.
rápida, aumento da excitabilidade do motoneurônio e Quanto ao teste SH, ele não foi eficiente em predizer
velocidade de condução nervosa29, desenvolvimento a AG, resultado similar ao verificado por MARKOVIC
de força concêntrica30, potência e torque muscular31, et al.8, em homens adultos. No entanto, RÉ et al.17,
utilização do ciclo alongamento encurtamento32, tempo verificaram que o teste de salto horizontal é um bom
de contato com o solo33 e condição de treinamento34. preditor da agilidade em crianças e adolescentes.
Dentre os fatores determinantes do desempenho, Apesar disso, no estudo realizado por RÉ et al.17
um dos aspectos que é comum ao desempenho do apenas o teste de salto horizontal foi utilizado para
salto, da velocidade e da agilidade é a utilização da predizer o desempenho da agilidade, ao contrário
energia elástica, produzida pelo ciclo de alongamento do presente estudo, em que foram utilizados três
e encurtamento para produzir força32. Este fato po- tipos de saltos e os resultados indicaram que o salto
deria explicar a capacidade dos testes de salto vertical horizontal não foi capaz de predizer nenhuma das
e salto sêxtuplo em predizer, parcialmente, o desem- variáveis analisadas. O modelo de estudo que uti-
penho da agilidade e da velocidade, sendo de 30 a liza apenas uma modalidade de salto, não permite
50%. De fato, a energia elástica é uma característica identificar qual salto melhor prediz o desempenho
comum do desempenho dos saltos, da agilidade e da agilidade, o que limita suas conclusões.
da velocidade. No entanto, não deve ser analisada Na análise da predição da velocidade, o teste SS foi
como único mecanismo responsável pelas relações capaz de predizer a velocidade de 5 e 25 m e o SV foi
existentes. A utilização da energia elástica também capaz de predizer significativamente a velocidade de
esta presente na execução do salto horizontal, o qual 10 e 25 m. Tais resultados são semelhantes aos obti-
não apresentou capacidade de predição da agilidade dos por PALAZZI e MENDEZ-VILLANUEVA37 em atletas
e velocidade. Outra característica dos saltos que de futebol, os quais indicaram que o teste de salto
deve ser considerada é o tempo necessário para rea- vertical foi o melhor preditor nos testes de 5, 15 e 20
lizar o salto medido por meio do tempo de contato m, quando comparado ao torque máximo e potência
com o solo, que é 30% menor para o salto vertical, máxima isocinética de 60º e 300º. Da mesma forma,
comparado ao salto horizontal35. Isto possivelmente a potência média obtida por meio do salto vertical
pode explicar a capacidade do teste de salto vertical contra movimento também é eficiente em predizer a
em predizer a agilidade e velocidade, capacidades as velocidade de 10 m, em atletas da prova de 100 m26.
quais requerem pouco tempo de contato com o solo Por outro lado, o teste SH também não foi capaz de
durante a execução dos movimentos33,36. No entanto, predizer o desempenho no teste de velocidade, ao
não há informações sobre o tempo de contato com o contrário dos resultados obtidos por RÉ et al.17.
solo durante o teste de salto sêxtuplo. Apesar do teste de salto horizontal não ter sido
As características determinantes do desempenho capaz de predizer os resultados dos testes de velocidade
dos saltos, agilidade e velocidade, tais como os fa- e agilidade, ele tem sido recomendado para estimar a
tores neurais, estão presentes, principalmente, em potência de membros inferiores em crianças, por ser
atletas treinados para executar “sprints”, o que não um gesto motor menos complexo comparado ao Salto
ocorre em indivíduos não treinados29. Este fato pode Vertical1. De fato, no presente estudo o teste de salto
explicar a discrepância nos resultados encontrados horizontal apresentou correlação forte e significativa
por diferentes estudos que analisaram a relação entre com o salto vertical e salto sêxtuplo, com valores de r
saltos, agilidade e velocidade, uma vez que foram = 0,73 e r = 0,77, respectivamente, indicando que o
estudadas amostras com atletas de diferentes moda- teste é um indicador da potência de membros inferiores
lidades e com idades distintas, além de amostras não em crianças. Tais resultados corroboram com os de
participantes de treinamento físico sistematizado, CASTRO-PIÑERO et al.38, os quais indicaram que o salto
como a utilizada no presente estudo. horizontal é fortemente correlacionado com os testes de
Com relação à predição do desempenho, os salto vertical, “Squat” e contra movimento (r = 0,83 a
resultados desse estudo demonstraram que tanto o 0,86). Desta forma, o teste de salto horizontal pode ser
SV quanto o SS foram capazes de predizer signifi- utilizado na avaliação e controle do treinamento, com
cativamente o desempenho da AG. Este resultado o objetivo de avaliar a potência dos membros inferiores.
corrobora com os resultados obtidos por BARNES et No entanto, de acordo com nossos resultados, não
al.14, no qual o teste de salto vertical foi o único capaz é um teste específico para a avaliação de crianças
de predizer a agilidade, em comparação ao salto em envolvidas em treinamento de modalidades esportivas

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em que as capacidades de agilidade e velocidade de 5, motor42. Apesar de ainda não ter sido descrito
10 e 25 m são determinantes. se a relação entre o desempenho dos saltos, a
De modo contrário ao salto horizontal e, apesar velocidade e a agilidade se mantém linear em
da semelhança entre os movimentos dos saltos amostras de ambos os sexos com diferentes estágios
horizontal e sêxtuplo, o salto sêxtuplo foi capaz de maturacionais, este pode ser um fator que interfira
predizer a agilidade e velocidade de 5 e 25 m. A na análise de amostras heterogêneas. No entanto,
literatura sobre o teste de salto sêxtuplo diz respeito de acordo com a idade média da amostra estudada
apenas a sensibilidade desse teste ao treinamento (9,5 anos), possivelmente, os participantes ainda
da modalidade esportiva Handebol39. Este foi o não alcançaram a maturação sexual, uma vez que a
primeiro estudo a demonstrar a eficiência do teste mudança dos estágios maturacionais inicia-se aos 11
de salto sêxtuplo em predizer o desempenho da anos43. Da mesma forma, a característica homogênea
agilidade e velocidade de 5 e 25 m, uma vez que não das variáveis analisadas nos meninos e nas meninas,
foram encontradas na literatura informações sobre é outro indicativo deles estarem na fase pré púberes,
a capacidade do teste de salto sêxtuplo em predizer uma vez que, com o avançar do estágio maturacional
o desempenho da agilidade e velocidade. surgem diferenças significativas na força muscular44.
Além de serem utilizados como forma de avaliação Além da maturação sexual, a não inclusão de um
e controle do treinamento, saltos são utilizados como índice fisiológico ou biomecânico29,33 nos modelos
exercícios durante as sessões de treinamento, por de predição da agilidade e velocidade de 5, 10 e 25
serem eficazes em aumentar a potência de membros m podem ser vistos com uma limitação do presente
inferiores e a velocidade de diferentes distâncias40-41. estudo. Possivelmente, tais índices aumentariam o
O desempenho da velocidade e da agilidade apresenta poder de predição dos modelos estudados, que foram
correlação com a capacidade de força12. No presente de 30 a 50%, e tornariam possível a comparação da
estudo, de acordo com os valores de β apresentados capacidade predição do desempenho da agilidade e
na TABELA 4, o aumento de 1 cm no desempenho velocidade entre testes de campo e laboratoriais37.
do Salto Vertical resulta em aumento de 0,045 s no Mesmo assim, a capacidade apresentada pelos testes
desempenho da agilidade, 0,035 m/s na velocidade analisados em predizer a agilidade e a velocidade
de 10 m e 0,050 m/s na velocidade de 25 m. Já o é relevante, devido à aplicação prática dos testes
aumento de 1 cm no salto sêxtuplo aumenta em 0,005 de salto vertical, horizontal e sêxtuplo. Novos
s a agilidade, 0,001 m/s a velocidade de 5 m e 0,001 estudos, com objetivos de verificar a capacidade dos
m/s a velocidade de 25 m, na amostra estudada. Estes testes com diferentes tipos de saltos em predizer o
são indicativos de que a utilização de saltos como meio desempenho da agilidade, velocidade de diferentes
de treinamento em crianças e o consequente aumento distâncias e outras tarefas motoras com crianças e
da altura dos saltos vertical e sêxtuplo pode melhorar o adolescentes, em diferentes níveis de treinamento
desempenho da agilidade e velocidade, como já descrito são necessários, uma vez que a maioria dos estudos
recentemente em crianças20 e atletas velocistas19. na literatura foi realizada com adultos.
Os resultados do presente estudo sugerem que o Os testes de salto vertical e sêxtuplo apresenta-
salto sêxtuplo e o salto vertical apresentam capaci- ram eficácia em predizer a velocidade de 5 e 10 m,
dade de predição da velocidade de 5 e 10 m respec- respectivamente. Da mesma forma, ambos foram
tivamente, e ambos predizem de forma significativa capazes de predizer a agilidade e velocidade de 25
a agilidade e a velocidade de 25 m. Desta forma, m, enquanto que o teste de salto horizontal não foi
tais testes podem ser utilizados para avaliação e capaz de predizer nenhuma das variáveis estudadas.
controle do treinamento de crianças envolvidas em Os resultados desse estudo indicam que os testes de
treinamentos de atividades que demandam agilidade salto vertical e salto sêxtuplo podem ser utilizados
e velocidade, devido à especificidade apresentada. para avaliação e controle do treinamento em crianças
Devido à característica da idade da amostra, que praticam atividades que demandam agilidade e
a falta da avaliação do estágio maturacional velocidade. Além disso, sugere-se que o treinamento
dos participantes pode ser apontada como uma de força com objetivo de aumentar o salto vertical e
limitação do presente estudo, devido à influência sêxtuplo pode contribuir para aumento do desem-
que a maturação sexual exerce sobre o desempenho penho da agilidade e velocidade em crianças.

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Relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo com a agilidade

Abstract
Relationship of vertical, horizontal and sextuple jumps with agility and speed in children

The aim of the present study were: 1) To verify the relationship of vertical, horizontal and sextuple
jumps with agility and velocity of 5, 10 and 25 m; 2) To verify the capacity of these jumps to predict
the agility and 5, 10 and 25 m velocity performance in children. Twenty eight boys (9.47 ± 0.64 years)
and thirty girls (9.69 ± 0.70 years) were evaluated. The correlation values between agility and velocity
on 5, 10 and 25 m velocity were, respectively, r = 0.63, 0.51, 0.44 and 0.64 with vertical jump, r =
0.68, 0.62, 0.28 and 0.62 with sextuple jump, and r = 0.60, 0.50, 0.26 and 0.57 with horizontal jump.
The vertical and sextuple jumps were able to predict the agility and 25 m velocity performance (p <
0.05). Furthermore, they demonstrated capacity to predict 5 and 10 m velocity, respectively (p < 0.05).
The vertical and sextuple jump tests may be used for assessment and control of training with children
practicing activities that require agility and velocity, since both jumps predicted the agility and velocity
performance, which did not occur with the horizontal jump.

KEY WORDS: Running; Motor performance; Lower limbs power.

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Relação dos saltos vertical, horizontal e sêxtuplo com a agilidade

ENDEREÇO
Diogo Henrique Constantino Coledam Recebido para publicação: 16/03/2012
R. Delaine Negro, 90 apto. 123B Revisão: 01/07/2012
86055-680 - Londrina - PR - BRASIL Aceito: 10/08/2012
e-mail: diogohcc@yahoo.com.br

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