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Introdução
A energia elétrica que utilizamos em nossas casas chega até nós de uma fonte
geradora geralmente distante, para transmiti-la (para transportá-la desde a geração
até o consumidor final) se faz necessária a construção de redes elétricas. Estas redes
têm características diferentes umas das outras de acordo com a quantidade de
energia que ela transporta e são divididas basicamente em dois tipos:
• Redes de Transmissão ou Sistemas de Transmissão
• Redes de Distribuição ou Sistemas de Distribuição
Neste material procuraremos demonstrar aspectos da construção de uma linha de
transmissão de energia elétrica, por meio das noções e formulações básicas sobre o
tema. As linhas de transmissão de energia elétrica transportam grandes blocos de
energia em uma elevada tensão para uma subestação onde estes níveis de energia
serão rebaixados para níveis de tensão que sejam mais adequados aos consumidores
em suas diversas classificações.
A geração de energia pode ser realizada por distintos tipos de usinas: hidráulica,
eólica, térmica, fotovoltaica, etc. Para conduzir a energia elétrica obtida dessas fontes
até o limite dos sistemas de distribuição são utilizadas as linhas de transmissão. O
sistema de transmissão de energia elétrica compreende toda rede que interliga as
usinas geradoras às subestações da rede de distribuição.
A transmissão de energia pode ser realizada por meio de linhas aéreas, subterrâneas
ou subaquáticas.
Grande parte da região norte e uma parcela reduzida da região centro-oeste, além de
algumas localidades esparsas pelo território brasileiro, ainda, não fazem parte do
sistema interligado nacional, sendo o suprimento de energia elétrica efetuado, quando
existente, por meio de termoelétricas ou, ainda, por meio de unidades geradoras de
pequeno porte.
Para atender às políticas externa e energética, o Brasil está interligado aos países
vizinhos como Venezuela (para fornecimento a Manaus e Boa Vista), Argentina,
Uruguai e Paraguai.
geradoras – que se tornavam cada vez mais afastadas dos centros urbanos devido
ao aproveitamento do potencial hidrelétrico. Isso exigiu a construção de extensas
linhas de transmissão de energia.
No Brasil, a evolução dos sistemas de transmissão de energia elétrica foi bem lenta
até a primeira metade do século XX, a partir de então procura-se acompanhar a
evolução dos países desenvolvidos. A primeira linha de transmissão de que se tem
registro no Brasil, data de 1883, na cidade de Diamantina (MG). Tinha a finalidade de
transportar a energia produzida em uma pequena hidrelétrica a uma distância de
aproximadamente 2 Km – a energia transportada acionava bombas hidráulicas em
uma mina de diamantes. Em 1901, com a entrada em serviço da Central Hidrelétrica
de Santana do Parnaíba, a então The San Paulo Tramway Light and Power Co. Ltd.
construiu as primeiras linhas de seus sistemas de 40 KV. Em 1914, com a entrada em
operação da Usina Hidrelétrica de Itupararanga, a mesma empresa introduziu o
padrão de 88KV – que até hoje se mantém em sistemas de transmissão e de
subtransmissão (esse padrão foi depois adotado pela Cia. Paulista de Estradas e
Ferro e pela Estrada de Ferro Sorocabana. Entre 1945 e 1947 foi construída a primeira
linha de 230 KV, com extensão de 330Km destinada a conectar os sistemas Rio Light
e São Paulo Light, operando inicialmente com 170 KV e em 1950 passou a operar em
230 KV. Em 1948 foi criada a CHESF – Cia Hidroelétrica do São Francisco e
posteriormente um sistema de transmissão concebido para integrar o complexo de
Paulo Afonso ao mercado consumidor do Nordeste, sistema composto por linhas de
transmissão em 230KV.
Em 1957 foi criada Furnas, com o objetivo de construir uma usina de 1.200MW no Rio
Grande (há época, um dos maiores projetos de hidroelétricas do mundo). Nesta
década entraram em operação as primeiras linhas de transmissão de 345KV na região
Sudeste do Brasil interligando as usinas hidroelétricas de Furnas e Três Marias
prevendo a instalação de linhas de transmissão para o atendimento das capitais São
Paulo e Rio de Janeiro (em 345KV).
A partir daí, em rápida sucessão, surgiram linhas de 460 KV da CESP; linhas de 500
KV do sistema de FURNAS e de 800 KV do sistema da Usina Hidrelétrica de Itaipú.
As LTs CA podem ser curtas, médias ou longas, se tiverem comprimentos até 80 km,
entre 80 km e 240 km e maiores que 240 km, respectivamente.
Esta materialização será efetuada com bandeiras intervisíveis, distantes entre si de,
no máximo, 4 km. Serão também colocados ao longo do eixo da linha de transmissão,
marcos de concreto em ordem crescente, a partir do km 0 da linha de transmissão.
Uma linha de transmissão de alta tensão, tem como função transportar energia elétrica
de uma unidade de geração a uma unidade de distribuição. Uma linha de transmissão
usualmente tem a seguinte composição:
a) cabos condutores de energia e acessórios;
b) estruturas isolantes – isoladores;
c) estruturas de suporte – torres;
d) fundações;
e) cabos de guarda ou pára-raios;
f) aterramento;
g) acessórios diversos.
ou seja, o cabo condutor de alumínio tem menor peso se comparado com o mesmo
cabo de cobre.
No critério da energia a ser transmitida, três aspectos são essenciais: a tensão entre
fase e terra (condutores – cabos suspensos e o solo), a tensão entre fases e a corrente
que circula nos condutores.
A corrente elétrica que circula nos cabos provoca um alongamento dos cabos por
dilatação térmica (efeito Joule).
A função matemática que melhor representa a curva de um cabo suspenso entre dois
pontos é a função conhecida como catenária. Estudos indicam que a diferença entre
a parábola e a catenária tem origem na formulação do problema: caso o peso próprio
do cabo seja modelado como uma carga uniformemente distribuída na horizontal,
chega-se à equação da parábola; por outro lado, caso o peso próprio do cabo seja
modelado como uma carga uniformemente distribuída que acompanha a forma do
cabo (portanto na condição deformada), chega-se à equação da catenária,
Peso próprio do cabo representado por função parábola Peso próprio do cabo representado por função catenária
A flecha pode ser calculada admitindo uma parábola como a função que define o eixo
do cabo ou, tomando-se a forma de uma catenária, que seria a melhor aproximação.
Na prática, a utilização da parábola ao invés da catenária conduz a pequenos erros
quando o tamanho do vão, também, é pequeno (por exemplo, menor que 450 m),
.
assim podemos usar a equação:
=
8.
Onde:
f : flecha máxima no vão plano (m)
p : peso linear por metro de cabo (Kgf/m)
A : comprimento do vão (m)
To : componente horizontal da tração do cabo (Kgf)
ℎ
= ℎ −1 . 1+
2. ℎ
2. . ℎ 2.
Onde:
f : flecha (m)
v : desnível (m)
h : vão (m)
C : parâmetro da catenária (m)
1+
ℎ
2. . ℎ 2.
Assim, é usual se calcular a flecha como se os vãos não fossem desnivelados (ou
seja, desconsiderando-se o desnível entre pontos de fixação, isto é, na equação: v =
0). No caso citado como exemplo, cometer-se-ia um erro de 1,37%. Ficando a
ℎ
expressão reduzida a
= ℎ −1
2.
∑ ℎ&'
ℎ =$
á!"#
∑ ℎ&
Onde:
hbásico : vão básico (m)
hn : vãos sucessivos (m)
1
equação
( = . ). *+
2
Onde:
q : pressão de vento atuante sob os cabos (Pa);
ρ : massa específica do ar (kg/m³);
Up : velocidade do vento de projeto (m/s).
A NBR 5422 regulamenta este tópico, que também estabelece a forma de se calcular
a velocidade de projeto (Up em m/s). Sendo “d” o diâmetro dos cabos, a força
= (. -
resultante da pressão do vento, será:
,
Onde:
fv : força resultante da pressão de vento (Pa);
q : pressão de vento atuante sob os cabos (N/m²);
d : diâmetro do cabo (m).
Sob a ação simultânea do peso próprio e da força do vento, o cabo sofre um “aumento
aparente” de seu peso. É chamada de peso aparente a força que resulta da soma
vetorial do peso do cabo e da força resultante da pressão de vento atuante no cabo.
Essa força, que passa a atuar no plano da catenária deslocada e é equivalente à:
). = / + ,
Onde:
ρr : peso aparente de um cabo sob ação do vento (daN/m);
p : peso do cabo (daN/m);
fv = força resultante da pressão de vento (daN/m).
Esse aumento aparente no peso provoca um aumento nas trações nos cabos e o
aparecimento de uma força horizontal transversal nos pontos de suspensão, que a
estrutura deve absorver. A flecha máxima do cabo suspenso no novo plano aumenta
também.
ℎ
0=$ + 4. . ℎ
Onde:
l : comprimento do cabo (m);
v : desnível (m);
h : vão (m);
C : parâmetro da catenária (m).
De tal expressão, pode-se constatar que, para a condição acima citada, caso os vãos
fossem nivelados, o acréscimo de comprimento (em relação aos 450m de vão, medido
horizontalmente) seria de 1,213m (ou seja, 0,27%) e de 7,404m (1,65%) caso o
desnível fosse de 75 m. Deve-se ainda observar que tal comprimento seria na
condição de cabo sob tração correspondente à condição que resulta no parâmetro da
catenária igual a C = 1.770 m (típico na linha de transmissão, para a condição inicial
de cabo).
Observa-se que, apenas pela aplicação da tração, o cabo alonga 0,086649% x 450m
= 0,39m. Essa parcela deve ser diminuída do comprimento total de cabo. Desta forma,
conclui-se que o comprimento do cabo sem carga, para um vão de 450m seria de
0,823m (0,183%) e de 7,014m (1,559%) para o caso de desnível igual a 75m. Donde
se concluí que, para vãos usuais e desníveis usuais em linhas de transmissão, os
valores do comprimento de cabo devem se situar na ordem de 1% superior à soma
das projeções horizontais dos vãos.
Para projeto das linhas de transmissão são utilizados modelos numéricos, que tem a
mesma finalidade que os modelos analíticos, ou seja, determinar a flecha, a tração,
etc. Nestes modelos, ao invés de uma função para definir o cabo, tem-se uma
discretização deste em elementos em número suficiente para representar mais
Não é propósito deste material avaliar e aplicar esses métodos, se o leitor/aluno tiver
necessidade poderá, por meio da bibliografia encontrar material para aprofundar seus
estudos.
Usualmente, cabos são formados por fios dispostos em camadas. Cada camada é
sucessivamente disposta de forma helicoidal sobre a anterior. Cada camada anterior
tem seis condutores a mais que a anterior. Assim, sendo “x” o número de camadas do
2 = 3. 45 + 56 + 1
cabo, o número total de fios é:
Onde:
N: número total de fios componentes
x: número de camadas, ou coroas
Teremos assim:
— para 1 camada, 7 fios;
— para 2 camadas, 19 fios;
— para 3 camadas, 37 fios;
Os cabos mais frequentemente usados no Brasil atualmente são os cabos tipo ACSR
(Aluminum Conductor Steel Reinforced) por terem a coroa de alumínio e alma de aço.
Hoje, de um modo geral, todas as linhas em tensões acima de 300 KV são construídas
com condutores múltiplos.
Isoladores e ferragens
Os cabos são suportados pelas estruturas por meio dos isoladores, que, como seu
próprio nome indica, os mantêm eletricamente isolados das mesmas. Estas estruturas
devem resistir tanto às solicitações mecânicas como às elétricas aliadas às
intempéries e ao vandalismo.
Um isolador eficiente deve ainda ser capaz de fazer o máximo uso do poder isolante
do ar que o envolve a fim de assegurar isolamento adequado. A falha de um isolador
pode ocorrer tanto no interior do material (perfuração) ou pelo ar que o envolve
(descarga externa). Seu desenho deve ser de forma a assegurar uma distribuição
balanceada de potenciais e, consequentemente, dos gradientes no ar, com o objetivo
de assegurar tensões de descarga adequadas. Daí suas formas peculiares. Além
desses requisitos, deve ainda satisfazer a outro não menos importante, que é o da
não produção, mesmo após longos períodos de operação, da indesejável radio
interferência. Esta, em geral, é causada nos isoladores por minúsculos pontos de
disrupção elétrica para o ar: efeito corona. Exige-se ainda dos isoladores extrema
robustez, de modo a poderem resistir ao manuseio, nem sempre delicado, no
armazenamento e nas instalações da obra.
Porcelana vitrificada — deve ser de boa qualidade, baixa porosidade, isenta de bolhas
de ar e impurezas, além de apresentar alta - resistência mecânica e ao impacto. Sua
resistência dielétrica deve ser da ordem de 6 a 6,5 KV/mm. Sua superfície externa
deve ser vitrificada a fim de vedar os seus poros, impedindo a absorção da água e
evitando a redução de sua resistência dielétrica. A vitrificação deve ser resistente a
temperaturas elevadas, devendo resistir ao calor oriundo de eventuais arcos elétricos,
sem: se danificar. A grande dificuldade da eletro cerâmica consiste na obtenção de
peças espessas e de grandes dimensões capazes de satisfazer a essas exigências.
de vidro). Este núcleo deve suportar os esforços mecânicos impostos pelo peso do
cabo ou por vibrações eólicas sem afetar suas propriedades isolantes. As dimensões
desta haste são função das características elétricas e mecânicas necessárias. Para
revestimento desta haste, um composto especial é aplicado, com o intuito de protegê-
lo contra agentes externos (umidade, contaminadores químicos, radiação ultravioleta,
etc.). Este revestimento pode ser de vários tipos: SR (silicone rubber), ou borracha de
silicone (a mais usual), EPM (etileno-propileno-metileno), EPDM (etilenopropileno-
dieno-metileno), CE (epóxi cicloalifática), EVA (acetato de vinil-etileno) ou PTFE
(politetrafluoretileno). As aletas, as quais caracterizam a distância de escoamento do
isolador e, consequentemente, caracterizam este sobre sua aplicação, principalmente
no que se refere a poluição e umidade, fazem parte do revestimento. Nas
extremidades da haste são fixadas, por processo de compressão, as ferragens de
sustentação do isolador na estrutura e de fixação do cabo no isolador.
Os tipos mais comuns de isoladores poliméricos são aqueles do tipo pilar e aqueles
do tipo suspensão ou ancoragem.
Pretende-se que a linha de fuga seja suficientemente longa de tal forma que dificulte
a passagem de correntes de baixa magnitude que se estabelecem entre os terminais
dos isoladores, especialmente quando a superfície fica sujeita a uma camada
condutora devido à poluição envolvente.
Por sua vez, define-se distância de arco como a distância mínima entre os dois
terminais do equipamento através do meio envolvente, que no caso dos isoladores
aéreos se trata do ar.
Tipos de Isoladores
Em linhas de transmissão empregam-se basicamente três tipos de isoladores: :
- isolador de pino;
- isolador tipo pilar;
- isolador de suspensão.
Isolador de pino - são fixados à estrutura por meio de um pino de aço. Para tanto,
em sua parte interna possuem um furo rosqueado. Os pinos de aço forjado possuem,
em sua parte superior, uma cabeça de chumbo filetada, sobre a qual se atarraxa o
isolador. São normalmente solicitados à compressão e à flexão.
Isolador tipo pilar - são menos usados nas linhas de transmissão do que os
isoladores de pino, podendo ser construídos de uma única peça, também, de
porcelana, para tensões mais elevadas. Dado o seu sistema de fixação, resistem a
esforços mecânicos bem mais elevados tanto de compressão como de flexão.
solicitação tanto para o vidro como para a porcelana ou para os poliméricos, ajustam-
se facilmente às condições de serviço impostas.
. Características elétricas:
- tensões disruptivas a seco e sob chuva em frequência industrial;
- tensão disruptiva sob impulso;
- tensão de perfuração;
- tensão de rádio interferência e Corona.
gradientes mais elevados ocorrem próximos aos pinos e à campânula, enquanto que
gradientes menores ocorrem ao longo da superfície restante.
*7 = =
*& = . . : ℎ8 + . : ℎ 84 − <6 + . : ℎ 8<
8 9 . : ℎ 8<
Onde:
Un (KV) - tensão a que estão submetidas “n” unidades a contar do lado aterrado
(estrutura);
Uq (KV) — tensão a que estão submetidos os “z” elementos;
C (F) - capacitância entre campânula e pino de um isolador;
c (F) — capacitância de uma unidade ao solo;
k (F) — capacitância de uma unidade ao condutor.
Sendo: 8 = >
#?@
A
Na maioria dos casos práticos, pode-se admitir: k = 0. Então, a expressão anterior fica
reduzida a:
: ℎB
*& = *7 =
: ℎ B<
B ≅ >A
#
Para
b) Festões (ou ponte auto vibrante); consistem em alças do próprio cabo que
são fixados em paralelo em volta dos pontos de suspensão. Parte da energia das
vibrações é dissipada nas alças pelo atrito com ar e parte é desviada, sendo que
apenas um pouco chega aos grampos de suspensão. Solução relativamente de baixo
custo, porém bastante eficiente.
Estruturas Auto-Portantes
Nestas estruturas, os esforços são diretamente transmitidos para as fundações, sendo
elevados os momentos fletores junto à linha do solo. Estas estruturas se dividem em:
- rígidas: dimensionadas para resistir aos esforços normais e sobrecargas, sem
deformações elásticas perceptíveis, e às cargas excepcionais, com deformações
elásticas de menor importância. São, em geral, construídas em estruturas metálicas
treliçadas, simétricas nas direções transversal e longitudinal, e apresentam grandes
dimensões.
Estruturas Estaiadas
São estruturas flexíveis ou mistas enrijecidas por tirantes ou estais. Uma parcela dos
esforços horizontais é parcialmente absorvida pelos tirantes e transmitida diretamente
ao solo pelas âncoras, sendo a outra parcela dos esforços, transmitida axialmente
pelas estruturas.
Para os tirantes, são normalmente utilizados cabos de aço galvanizado a fogo, do tipo
HS (“High Strenght”) ou SM (Siemens-Martin), 7 fios, ou cabos do tipo “copperweld”
ou “alumoweld”. O uso, no passado, desse tipo de estruturas, era limitado a tensões
até 230 KV, sendo atualmente usadas em tensões de até 750 KV. A figura a seguir
apresenta exemplos desse tipo de estrutura.
Estruturas Estaiadas
Estruturas de Madeira
Existem características requeridas para o uso da madeira como estruturas em linhas
de transmissão, dentre elas podemos citar:
- elevada resistência mecânica à flexão (superiores a
1.000 Kgf/cm2);
- boa resistência às intempéries (a madeira não pode
fender ou trincar);
- indeformabilidade com o decorrer do tempo
(caracterizada por torções ou encurtamentos desiguais em
suas fibras);
- boa resistência ao ataque de microorganismos que
acarretam à sua destruição (apodrecimento da madeira).
São utilizadas em larga escala no Brasil em linhas de
transmissão até 34,5 KV curtas para a transmissão de
pequenos blocos de energia (sistemas de distribuição). Suas principais desvantagens
são:
- vida útil média;
- sujeitas a fogo;
- necessita de largas picadas ao longo da linha.
- não permite vãos grandes.
- necessárias emendas e tratamento contínuo da madeira.
Como vantagens, são mais econômicas, reduzindo despesas de investimento.
Estruturas de Concreto
Utilizado em linhas de transmissão de perfil plano. Suas principais vantagens são:
Faixa de Servidão
É a faixa de terra ao longo do eixo das linhas e redes aéreas de distribuição, cujo
domínio permanece com o proprietário, porém, com restrições ao seu uso. O referido
direito sobre o imóvel alheio pode ser instituído através de instrumento público,
particular, prescrição aquisitiva por decurso de prazo ou ainda por meio de medida
judicial, mediante inscrição a margem da respectiva matrícula imobiliária. Neste caso,
a concessionária, além do direito de passagem da linha, possui o livre acesso às
respectivas instalações, com largura de, no mínimo, igual à da faixa de segurança.
Faixa de servidão
D = 2. 4E + - + F6
Onde:
b : distância horizontal do eixo do suporte ao ponto de fixação do condutor mais
afastado deste eixo, em metros,
d : soma das projeções horizontais das flechas do condutor (d2) e do
- = -G + -
comprimento da cadeia de isoladores (d1) na condição de máximo deslocamento dos
condutores, em metros. Sendo,
Sendo:
Du – distância em m, numericamente igual à tensão nominal entre fases da LT, em
KV.
Cabos Pára-Raios
Ocupam a parte superior das estruturas e se destinam a interceptar descargas de
origem atmosférica e descarregá-las para o solo, evitando que causem danos e
interrupções nos sistemas. Os cabos pára-raios, como o próprio nome diz, são
utilizados para fornecer um caminho para as descargas atmosféricas que podem
atingir o circuito de uma linha de transmissão aérea visto que ela se encontra ao
tempo. O Brasil adota a norma NBR 8449 - Dimensionamento de cabos para raios
para linhas aéreas de transmissão de energia elétrica.
Até há bem pouco tempo, os cabos pára-raios eram sempre rigidamente aterrados
através das estruturas, quando surgiu a ideia de utilizá-los para telecomunicações e
telemedições. Isolaram-se, então, as estruturas dos cabos através de isoladores de
baixa resistência disruptiva; o que não afetou sua eficiência como elemento de
proteção, permitindo o emprego de equipamento de acoplamento para comunicações
muito menos dispendioso.
A tecnologia OPGW, consiste em utilizar cabos ópticos revestidos por fios metálicos
trançados, que além de meio de transporte para informações tem a função de cabos
pára-raios de linhas de alta tensão. A
Cabo OPGW
Estes parâmetros garantem a segurança dos seres vivos que trafegam nos arredores
da linha de transmissão.
O potencial ou tensão de toque pode ser definido como a diferença de potencial entre
um ponto da estrutura onde está situado o alcance da mão de uma pessoa, a um
ponto no chão situado a 1m da base da estrutura.
A tensão de toque poderá ser determinada pela seguinte equação:
P#
NO7 = P#Q + . R#
2
Onde:
Vtq = Tensão de Toque;
Rch = Resistência do corpo Humano, considerada como 1000Ω;
Rc = Resistência de contato entre solo e corpo humano, que pode ser considerada
como três vezes a resistividade superficial do solo;
Ic = Corrente que passa pelo corpo humano;
N+S!! = 4P#Q + 2. P# 6. R#
Onde:
Vpasso = Tensão de Toque;
Rch = Resistência do corpo Humano, considerada como 1000Ω;
Rc = Resistência de contato entre solo e corpo humano, que pode ser considerada
como três vezes a resistividade superficial do solo;
Bibliografia
Kagan, Nelson; Barioni, Carlos César; Robba, Ernesto João. Introdução aos
Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica. 2ª ed. São Paulo: Edgard Blücher.
2010.
Weedy, B. M., Sistemas Elétricos de Potência. São Paulo, Ed. Universidade de São
Paulo: Polígono, 1973.