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Geração, Transmissão e Distribuição de Energia – ETEC José Rocha Mendes

Introdução Linhas de Transmissão


de Energia Elétrica - 1

Introdução
A energia elétrica que utilizamos em nossas casas chega até nós de uma fonte
geradora geralmente distante, para transmiti-la (para transportá-la desde a geração
até o consumidor final) se faz necessária a construção de redes elétricas. Estas redes
têm características diferentes umas das outras de acordo com a quantidade de
energia que ela transporta e são divididas basicamente em dois tipos:
• Redes de Transmissão ou Sistemas de Transmissão
• Redes de Distribuição ou Sistemas de Distribuição
Neste material procuraremos demonstrar aspectos da construção de uma linha de
transmissão de energia elétrica, por meio das noções e formulações básicas sobre o
tema. As linhas de transmissão de energia elétrica transportam grandes blocos de
energia em uma elevada tensão para uma subestação onde estes níveis de energia
serão rebaixados para níveis de tensão que sejam mais adequados aos consumidores
em suas diversas classificações.

Linha de transmissão de 500KV e 230KV

A norma brasileira NBR 5422 – Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia


Elétrica, fixa as condições básicas para o projeto de linhas aéreas de transmissão de
energia elétrica com tensão máxima, valor eficaz fase-fase, acima de 38KV e não

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superior a 800KV, de modo garantir os níveis mínimos de segurança e limitar


perturbações em instalações próximas.

Desenho esquemático de um Sistema Elétrico de Potência

A geração de energia pode ser realizada por distintos tipos de usinas: hidráulica,
eólica, térmica, fotovoltaica, etc. Para conduzir a energia elétrica obtida dessas fontes
até o limite dos sistemas de distribuição são utilizadas as linhas de transmissão. O
sistema de transmissão de energia elétrica compreende toda rede que interliga as
usinas geradoras às subestações da rede de distribuição.

A transmissão de energia pode ser realizada por meio de linhas aéreas, subterrâneas
ou subaquáticas.

Com o advento do transformador, dos circuitos polifásicos e do motor de indução nos


anos de 1880 e 1890 foi possível implantar o sistema elétrico de potência em CA. O
transformador, simples, robusto e eficiente tornou possível o uso de diferentes níveis
de tensão para geração, transmissão, distribuição e uso. Em particular possibilitou
também, a transmissão da potência em alta tensão para longas distâncias, através de
linhas de transmissão aéreas, que são caracterizadas por utilizarem condutores nus
em sua extensão, conectados nas estruturas por isoladores. As linhas subterrâneas,
em geral, utilizam cabos isolados e instalados em redes de dutos, sendo uma boa
solução para grandes centros urbanos, apesar do custo mais elevado. As linhas
subaquáticas, por sua vez, têm grandes limitações técnicas e econômicas, mas são
úteis em projetos especiais de travessias de rios e canais com vãos muito grandes,
que dificultam a escolha de outra alternativa.

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A exploração da potência da água dos rios, usualmente acessível em lugares


distantes dos grandes centros de carga, impulsionou a transmissão em CA.

A Transmissão de Energia Elétrica no Brasil


As linhas de transmissão no Brasil costumam ser extensas, porque as grandes usinas
hidrelétricas geralmente estão situadas a distâncias consideráveis dos centros
consumidores de energia. Hoje o país está quase que totalmente interligado de norte
a sul com a implantação do sistema interligado nacional – SIN.

Integração eletroenergética do Sistema Interligado Nacional


(SIN)

Grande parte da região norte e uma parcela reduzida da região centro-oeste, além de
algumas localidades esparsas pelo território brasileiro, ainda, não fazem parte do
sistema interligado nacional, sendo o suprimento de energia elétrica efetuado, quando
existente, por meio de termoelétricas ou, ainda, por meio de unidades geradoras de
pequeno porte.

Para atender às políticas externa e energética, o Brasil está interligado aos países
vizinhos como Venezuela (para fornecimento a Manaus e Boa Vista), Argentina,
Uruguai e Paraguai.

No Brasil em 2018, as linhas de transmissão de energia elétrica somaram 71 mil km


de extensão em sistemas com tensão maior ou igual a 230 KV.

Até meados do século XX, o desenvolvimento da indústria de energia era marcado


pela existência de sistemas isolados, de acordo com a concentração das centrais

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geradoras – que se tornavam cada vez mais afastadas dos centros urbanos devido
ao aproveitamento do potencial hidrelétrico. Isso exigiu a construção de extensas
linhas de transmissão de energia.

No Brasil, a evolução dos sistemas de transmissão de energia elétrica foi bem lenta
até a primeira metade do século XX, a partir de então procura-se acompanhar a
evolução dos países desenvolvidos. A primeira linha de transmissão de que se tem
registro no Brasil, data de 1883, na cidade de Diamantina (MG). Tinha a finalidade de
transportar a energia produzida em uma pequena hidrelétrica a uma distância de
aproximadamente 2 Km – a energia transportada acionava bombas hidráulicas em
uma mina de diamantes. Em 1901, com a entrada em serviço da Central Hidrelétrica
de Santana do Parnaíba, a então The San Paulo Tramway Light and Power Co. Ltd.
construiu as primeiras linhas de seus sistemas de 40 KV. Em 1914, com a entrada em
operação da Usina Hidrelétrica de Itupararanga, a mesma empresa introduziu o
padrão de 88KV – que até hoje se mantém em sistemas de transmissão e de
subtransmissão (esse padrão foi depois adotado pela Cia. Paulista de Estradas e
Ferro e pela Estrada de Ferro Sorocabana. Entre 1945 e 1947 foi construída a primeira
linha de 230 KV, com extensão de 330Km destinada a conectar os sistemas Rio Light
e São Paulo Light, operando inicialmente com 170 KV e em 1950 passou a operar em
230 KV. Em 1948 foi criada a CHESF – Cia Hidroelétrica do São Francisco e
posteriormente um sistema de transmissão concebido para integrar o complexo de
Paulo Afonso ao mercado consumidor do Nordeste, sistema composto por linhas de
transmissão em 230KV.

Em 1957 foi criada Furnas, com o objetivo de construir uma usina de 1.200MW no Rio
Grande (há época, um dos maiores projetos de hidroelétricas do mundo). Nesta
década entraram em operação as primeiras linhas de transmissão de 345KV na região
Sudeste do Brasil interligando as usinas hidroelétricas de Furnas e Três Marias
prevendo a instalação de linhas de transmissão para o atendimento das capitais São
Paulo e Rio de Janeiro (em 345KV).

A partir daí, em rápida sucessão, surgiram linhas de 460 KV da CESP; linhas de 500
KV do sistema de FURNAS e de 800 KV do sistema da Usina Hidrelétrica de Itaipú.

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Comparativo das linhas de transmissão de energia elétrica em 1960 e 2018

A rede de transmissão liga as grandes usinas de geração às áreas de grande


consumo. As linhas de transmissão são linhas que operam com as mais elevadas
tensões do sistema. Em geral apenas poucos consumidores com alto consumo de
energia elétrica são conectados às redes de transmissão onde predomina a estrutura
de linhas aéreas. A segurança é um aspecto fundamental para as redes de
transmissão. Qualquer falta neste nível pode levar a descontinuidade de suprimento
para um grande número de consumidores. A energia elétrica é permanentemente
monitorada e gerenciada por um centro de controle. O nível de tensão depende do
país, mas normalmente o nível de tensão estabelecido está entre 220 KV e 765 KV.

As linhas de transmissão podem transportar energia em corrente alternada ou


corrente contínua. O sistema em corrente alternada (CA) utiliza redes trifásicas com
um ou mais condutores por fase. É o mais utilizado por ser mais flexível, pois permite
gerar, transmitir, distribuir e utilizar a energia elétrica na tensão mais econômica e
segura, por meio do uso de transformadores. Já a transmissão em corrente contínua
(CC) tem sido aproveitada ultimamente para transportar grandes blocos de potência
a elevadas distâncias, por meio de um ou dois polos com diversos condutores por
polo. Neste caso, apresenta menores custos e menores perdas do que na transmissão
CA para uma mesma potência transmitida. Também, uma linha de transmissão em
CC pode ser utilizada para a interligação de sistemas de frequências diferentes, como
é o caso do elo CC em Itaipu que conecta a energia produzida na frequência de 50
Hz (lado paraguaio da usina) ao modelo de geração brasileiro, em 60 Hz.

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O que caracteriza a escolha de um sistema, ou outro, é o custo de sua instalação.

A figura a seguir, ilustra um comparativo entre o custo de instalação de uma linha de


transmissão em função da extensão da linha. O gráfico informa que é mais vantajoso
investir em linhas CC para extensões de linha acima de 600 km, caso contrário, linhas
de transmissão com comprimento inferior a 600Km, o investimento em linhas CA é o
mais recomendado.

Custo de instalação x Extensão da LT


(energy.siemens.com)

As LTs CA podem ser curtas, médias ou longas, se tiverem comprimentos até 80 km,
entre 80 km e 240 km e maiores que 240 km, respectivamente.

De um modo geral, o custo do transporte da energia aumenta com a distância a ser


vencida e diminui com a quantidade de energia a ser transportada. Os modernos
sistemas de energia elétrica dependem, em geral, das facilidades para o transporte
dessa energia; o que é feito pelas linhas de transmissão.

A necessidade de padronização dos níveis de tensão logo surgiu, de forma a garantir


os acessórios e manutenção das linhas de transmissão. No Brasil, que desde o início
da indústria não desenvolveu sua própria tecnologia, ficou à mercê das empresas
estrangeiras que, ou eram de origem europeia ou norte-americana, que traziam não
só o know-how e seus equipamentos mas, também, os padrões de seus países de
origem.

No Brasil os níveis de tensão estabelecido para as redes de transmissão é: 750KV;


500KV; 230KV; 138KV; 69KV; 34,5KV; 13,8KV. Sendo os níveis de tensão mais
usuais 500KV, 230KV e 138KV.

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Topografia de uma Linha de Transmissão


Para a construção de uma linha de transmissão, o perfil do terreno bem como o estudo
da natureza do terreno (com vistas às fundações das torres e o dimensionamento do
sistema de aterramento destas) devem ser analisados cuidadosamente.

As seguintes atividades são englobadas na fase do levantamento topográfico:


1) Seleção da diretriz: com base em mapas e fotografias aéreas, escolhe-se a
diretriz da linha de transmissão;
2) Implantação do Traçado e Embandeiramento: um levantamento mais apurado
na região “in situ” é feito no sentido de se aperfeiçoar a diretriz e se efetuar a
implantação no terreno dos primeiros marcos;
3) Levantamento Topográfico do Perfil: consiste na elaboração das Plantas e
Perfis do terreno;
4) Levantamento Cadastral: levantamento dos bens que os proprietários possuem
dentro dos seus terrenos;
5) Locação de Estruturas, Levantamento de Seções Diagonais e Desenho de
Travessias: com as Plantas e Perfis, assinala-se o piquete central onde será
construída a torre, sendo indicado os aterramentos. As seções diagonais retratam as
pernas das torres, sendo a mais próxima ao nível do solo denominada montante.

O perfil topográfico mostra um corte vertical do terreno ao longo do caminhamento


retificado, com indicação das torres (localização, altura em escala, código e tipo),
cabos (somente o central), mudanças de direção da linha (com indicação do ângulo),
uso do solo, obstáculos (estradas, ferrovias) e acidentes geográficos.

Para definição do traçado, para a seleção da diretriz, os estudos deverão levar em


conta os seguintes fatores:
• as estruturas deverão ser sempre colocadas em pontos altos dos terrenos e
serão na menor grandeza e quantidade possível;
• o caminhamento, sempre que viável, evitará os picos altos e correrá pelas
encostas laterais, permitindo assim melhor condição de acesso, construção e
lançamento dos cabos condutores;
• nos cruzamentos com vias importantes, ferrovias, outras linhas de transmissão,
linhas telefônicas ou telegráficas, serão obedecidas as normas estabelecidas pelos

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respectivos departamentos ou órgãos responsáveis pelas instalações a serem


cruzadas;
• para segurança da linha de transmissão, será mantida uma distância suficiente
de pedreiras em exploração, fornos de cal e usinas de produtos químicos;
• o paralelismo ou a aproximação oblíqua na linha de telecomunicação será
evitada, visando-se restringir os danos causados pelos fenômenos de Interferência
Telefônica e de Rádio Interferência. Consideram-se, dentro da faixa de servidão, os
valores de campo elétrico ao nível do solo restritivos, em conformidade com as
Normas Técnicas específicas;
• a existência de projetos e traçados reais de ferrovias e rodovias, possibilidade
de futuros loteamentos e tudo mais que possa a vir constituir fator importante na
determinação do traçado;
• serão evitadas, tanto quanto possível, benfeitorias, terrenos pantanosos,
construções onerosas ou sujeitas a erosão.

Trecho de perfil topográfico interpolado com alocação de torres e cabos

A implantação do traçado e embandeiramento ocorrem após a determinação do


traçado, a diretriz da linha de transmissão será materializada em pontos principais,
tais como:
- pontos inicial e final;
- ângulos e pontos elevados.

Esta materialização será efetuada com bandeiras intervisíveis, distantes entre si de,
no máximo, 4 km. Serão também colocados ao longo do eixo da linha de transmissão,
marcos de concreto em ordem crescente, a partir do km 0 da linha de transmissão.

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Características Físicas das Linhas Aéreas de Transmissão


O desempenho elétrico de uma linha de transmissão depende quase exclusivamente
de suas características físicas, que ditam o seu comportamento em regime normal de
operação, definindo seus parâmetros elétricos.

As características físicas da LTs não só ditam o seu comportamento em regime normal


de operação, definindo seus parâmetros elétricos, como também quando submetidas
a sobretensões de qualquer natureza.

Uma linha de transmissão de alta tensão, tem como função transportar energia elétrica
de uma unidade de geração a uma unidade de distribuição. Uma linha de transmissão
usualmente tem a seguinte composição:
a) cabos condutores de energia e acessórios;
b) estruturas isolantes – isoladores;
c) estruturas de suporte – torres;
d) fundações;
e) cabos de guarda ou pára-raios;
f) aterramento;
g) acessórios diversos.

Principais elementos das linhas de transmissão

Cabos Condutores de Energia


Constituem dos elementos ativos das linhas de transmissão, portanto, devendo
possuir características especiais. Sua escolha adequada representa um problema de

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fundamental importância no dimensionamento das linhas, pois, determinam o


desempenho e o custo da transmissão.

Condutores ideais para as linhas aéreas de transmissão seriam aqueles que


pudessem apresentar as seguintes características:
. Alta condutibilidade elétrica - para que as perdas por efeito Joule (I2.R) possam ser
mantidas, economicamente dentro de limites toleráveis, essas perdas oneram
diretamente o custo do. transporte da energia;
. Baixo custo – o custo dos cabos condutores absorve parcela considerável do
investimento total de uma linha, influindo, portanto, de maneira decisiva no custo do
transporte da energia;
. Boa resistência mecânica – a fim de assegurar integridade mecânica à linha,
garantindo continuidade de serviço e segurança às propriedades e às vidas em suas
imediações;
. Baixo peso específico - as estruturas de suporte são dimensionadas para absorver
os esforços mecânicos transmitidos pelos condutores, um dos quais, é o seu próprio
peso. Portanto, quanto maior for o seu peso, mais robustas e caras serão as estruturas
para sustentá-los;
. Alta resistência à oxidação e à corrosão por agentes químicos poluentes - a fim de
que não venham sofrer redução em sua seção com o decorrer do tempo, provocando
redução na sua resistência mecânica e uma eventual ruptura.

As condições mencionadas, um tanto conflitantes, não são atendidas


simultaneamente por nenhum material em particular e, dentre os metais que o maior
número dessas propriedades possuem, estão o cobre e o alumínio, bem como suas
ligas, que hoje são empregados universalmente.

Quando comparamos condutores de cobre com os de alumínio, fixados um mesmo


comprimento e uma mesma resistência elétrica do circuito, o volume de alumínio será
maior, pois, será necessária uma seção condutora maior para compensar sua
condutividade, inferior em relação à do cobre (cobre possui valores de resistividade
elétrica de 17,241 Ω.mm²/km, e o alumínio de 28,264 Ω.mm²/km).

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Apesar disso, devido à maior densidade do cobre, o peso em cobre será


aproximadamente o dobro em relação ao do alumínio para as mesmas condições de
operação (cobre possui densidade de 8,89 g/cm³ e o alumínio de 2,703 g/cm³, na
temperatura ambiente de 20oC). Isso confere uma vantagem adicional ao alumínio,
que pode ser utilizado com estruturas de sustentação mais leves, além do seu custo
ser mais baixo do que o do cobre.

Em termos comparativos e quantitativos, as vantagens do alumínio sobre o cobre,


como condutor para linhas de transmissão, podem ser verificadas de maneira
bastante simples. Por exemplo, vamos supor que temos de conduzir uma corrente 1A
a uma determinada distância. Para mesmas condições de perdas por efeito Joule, a
seção do condutor de alumínio deverá ser 1,6 vezes maior do que aquela do condutor
de cobre equivalente. Seu diâmetro será 1,261 vezes maior, enquanto que o seu peso
unitário será aproximadamente igual à metade do peso condutor de cobre equivalente.
Considerando-se que há uma relação aproximada de preço entre cobre e alumínio da
ordem de 2, o investimento com condutores de alumínio será aproximadamente igual
a 25% do investimento necessário com condutores de cobre equivalentes. A sua
resistência mecânica, cerca de 25% inferior à do cobre, é amplamente compensada
com o eventual uso dos cabos de alumínio-aço, sem que esse quadro econômico seja
substancialmente alterado em virtude do menor custo do aço.

Outra vantagem do alumínio, reside no fato de ter condutores de diâmetros maiores,


assim, é melhor seu desempenho diante do Efeito Corona (ruptura da capacidade de
isolamento do ar em torno dos cabos devido ao campo elétrico elevado, produzindo
perdas na linha e distúrbios eletromagnéticos que podem causar interferência no
sistema de comunicação).

Os cabos condutores aéreos usados em linhas de transmissão têm evoluído nos


últimos anos, tanto no que diz respeito aos materiais, quanto às formas. Os materiais
mecanicamente resistentes foram combinados aos materiais condutores para
melhorar o desempenho mecânico dos cabos suspensos, possibilitando o aumento
dos vãos de suspensão dos cabos. A combinação de material condutor e material
mecanicamente mais resistente favoreceu muito o uso do condutor de alumínio, por
conta da menor densidade deste (2,703 g/cm³) em detrimento do cobre (8,89 g/cm³);

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ou seja, o cabo condutor de alumínio tem menor peso se comparado com o mesmo
cabo de cobre.

Os cabos condutores para linhas aéreas de transmissão de energia elétrica desde


1920 têm sido construídos com um material bom condutor elétrico associado a um
material mecanicamente resistente que reforça o condutor. Na literatura de língua
inglesa e, mais especificamente, nos Estados Unidos, estes cabos são denominados
ACSR (Aluminum Conductor Steel Reinforced). Depois da Segunda Guerra Mundial,
os cabos suspensos evoluíram para cabos de alumínio, liga que, recebendo um
notável trabalho mecânico de conformação a frio, aumentava muito a tensão de
ruptura, sendo este material de densidade muito próxima à densidade do alumínio
comercial (2.703 g/cm³), conferindo uma grande vantagem de peso para o vão de
transmissão. A redução de seu peso proporcionava aumento do vão suspenso e,
quase sempre, redução do metal das torres de suspensão.

De modo geral, os cabos encordoados de alumínio já possuem algumas


características de auto amortecimento das vibrações de origem eólica (devido ao
encordoamento). Esta característica, todavia, decresce exponencialmente com o
aumento da tensão mecânica nos fios.

Os materiais são escolhidos segundo três critérios:


. Energia a ser transmitida;
. Esforços e momento (energia) nas estruturas, incluindo os cabos suspensos;
. Topologia da linha de transmissão (pontos de entrada e saída, perfil
altimétrico).

O critério regente é o custo anual de operação: o critério regente é o critério de


otimização do custo de operação e governará os três anteriormente citados.

No critério da energia a ser transmitida, três aspectos são essenciais: a tensão entre
fase e terra (condutores – cabos suspensos e o solo), a tensão entre fases e a corrente
que circula nos condutores.

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No critério de esforços, aborda o comportamento dinâmico mecânico dos cabos


suspensos e a resposta dos materiais a esses esforços físicos. São feitas
considerações de ordem mecânica sobre a dinâmica da implicação do comportamento
de uma “linha elástica” (cabos) suspensa entre estruturas e como os esforços desta
linha elástica são transmitidos para esta estrutura. Os cabos suspensos e as
estruturas, não considerando o efeito provindo do ambiente (ventos, gelo, fogo, chuva,
etc.), são dimensionados pela tensão mecânica de suspensão dos cabos e pela
corrente elétrica que circula neles. A tensão mecânica que garante a suspensão dos
cabos provoca nos materiais dos cabos o fenômeno denominado “fluência mecânica”.

A corrente elétrica que circula nos cabos provoca um alongamento dos cabos por
dilatação térmica (efeito Joule).

A função matemática que melhor representa a curva de um cabo suspenso entre dois
pontos é a função conhecida como catenária. Estudos indicam que a diferença entre
a parábola e a catenária tem origem na formulação do problema: caso o peso próprio
do cabo seja modelado como uma carga uniformemente distribuída na horizontal,
chega-se à equação da parábola; por outro lado, caso o peso próprio do cabo seja
modelado como uma carga uniformemente distribuída que acompanha a forma do
cabo (portanto na condição deformada), chega-se à equação da catenária,

Peso próprio do cabo representado por função parábola Peso próprio do cabo representado por função catenária

Uma informação extremamente útil para uso em projetos de linhas de transmissão é


a flecha (f). Flecha é a distância vertical entre uma reta que liga os dois pontos de
fixação, ou seja, a corda e linha reta tangente à curva. No caso de fixação a mesma
altura, essa catenária será simétrica em relação ao eixo central (centro do vão) onde
se localiza o vértice, que é o local de maior flecha. A flecha depende do comprimento
do vão, da temperatura e da tração aplicada ao cabo quando este é instalado.

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A flecha pode ser calculada admitindo uma parábola como a função que define o eixo
do cabo ou, tomando-se a forma de uma catenária, que seria a melhor aproximação.
Na prática, a utilização da parábola ao invés da catenária conduz a pequenos erros
quando o tamanho do vão, também, é pequeno (por exemplo, menor que 450 m),

.
assim podemos usar a equação:

=
8.
Onde:
f : flecha máxima no vão plano (m)
p : peso linear por metro de cabo (Kgf/m)
A : comprimento do vão (m)
To : componente horizontal da tração do cabo (Kgf)

Adotando a expressão da catenária, a flecha tem a seguinte expressão:


= ℎ −1 . 1+
2. ℎ
2. . ℎ 2.

Onde:
f : flecha (m)
v : desnível (m)
h : vão (m)
C : parâmetro da catenária (m)

Observa-se que o parâmetro

1+

2. . ℎ 2.

é usualmente pequeno, por exemplo, para casos típicos em linhas de transmissão, na


qual o vão é de 450 m, o parâmetro da catenária C = 1.770 m e o desnível é de 75 m,
tal termo seria igual a 1,01372.

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Assim, é usual se calcular a flecha como se os vãos não fossem desnivelados (ou
seja, desconsiderando-se o desnível entre pontos de fixação, isto é, na equação: v =
0). No caso citado como exemplo, cometer-se-ia um erro de 1,37%. Ficando a


expressão reduzida a

= ℎ −1
2.

Portanto, dados h e v, pode-se calcular a flecha para qualquer parâmetro da catenária


C (razão entre To e p). Observar que a variação de To, para diferentes condições, deve
ser calculada em função do vão regulador (também chamado de vão básico, é o valor
de um vão equivalente que permite a substituição de todos os vãos de um cantão –
ou seção de regulagem – trecho compreendido entre duas estruturas de ancoragem,
por um único valor para fins de cálculos de tração e flecha). O vão básico pode ser
calculado pela equação:

∑ ℎ&'
ℎ =$
á!"#
∑ ℎ&

Onde:
hbásico : vão básico (m)
hn : vãos sucessivos (m)

Efeito da ação do vento


O vento incidindo sobre os condutores encontra uma resistência que se manifesta em
forma de pressão. Esta é proporcional à velocidade do vento, sendo sua resultante
uma força perpendicular ao eixo longitudinal dos cabos. Esta força é transferida pelos
cabos às estruturas que os sustentam. Considera-se que o vento atuando
perpendicularmente à direção dos cabos das linhas exerce uma pressão q dada pela

1
equação

( = . ). *+
2
Onde:
q : pressão de vento atuante sob os cabos (Pa);
ρ : massa específica do ar (kg/m³);
Up : velocidade do vento de projeto (m/s).

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A NBR 5422 regulamenta este tópico, que também estabelece a forma de se calcular
a velocidade de projeto (Up em m/s). Sendo “d” o diâmetro dos cabos, a força

= (. -
resultante da pressão do vento, será:
,

Onde:
fv : força resultante da pressão de vento (Pa);
q : pressão de vento atuante sob os cabos (N/m²);
d : diâmetro do cabo (m).

Esta força se distribui uniformemente ao longo do condutor e se aplica na horizontal,


em sentido transversal ao eixo longitudinal dos cabos. No caso de suportes de
mesmas alturas, se for considerado somente o efeito da força do vento, o cabo
passará a descrever uma catenária no plano horizontal. O efeito do peso dos
condutores, atuando simultaneamente, fará com que a catenária se localize, na
realidade, em um plano inclinado em um ângulo “g”, em relação ao plano vertical que
passa pelos suportes, como mostra a figura a seguir,

Efeito da pressão de vento sobre os condutores

Sob a ação simultânea do peso próprio e da força do vento, o cabo sofre um “aumento
aparente” de seu peso. É chamada de peso aparente a força que resulta da soma
vetorial do peso do cabo e da força resultante da pressão de vento atuante no cabo.
Essa força, que passa a atuar no plano da catenária deslocada e é equivalente à:
). = / + ,

Onde:
ρr : peso aparente de um cabo sob ação do vento (daN/m);
p : peso do cabo (daN/m);
fv = força resultante da pressão de vento (daN/m).

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Esse aumento aparente no peso provoca um aumento nas trações nos cabos e o
aparecimento de uma força horizontal transversal nos pontos de suspensão, que a
estrutura deve absorver. A flecha máxima do cabo suspenso no novo plano aumenta
também.

Cálculo do comprimento do cabo


Pode-se dizer que, se conhecida uma condição (ou seja, um valor do parâmetro da
catenária “C”), o comprimento de cabo é dado pela expressão:


0=$ + 4. . ℎ

Onde:
l : comprimento do cabo (m);
v : desnível (m);
h : vão (m);
C : parâmetro da catenária (m).

De tal expressão, pode-se constatar que, para a condição acima citada, caso os vãos
fossem nivelados, o acréscimo de comprimento (em relação aos 450m de vão, medido
horizontalmente) seria de 1,213m (ou seja, 0,27%) e de 7,404m (1,65%) caso o
desnível fosse de 75 m. Deve-se ainda observar que tal comprimento seria na
condição de cabo sob tração correspondente à condição que resulta no parâmetro da
catenária igual a C = 1.770 m (típico na linha de transmissão, para a condição inicial
de cabo).
Observa-se que, apenas pela aplicação da tração, o cabo alonga 0,086649% x 450m
= 0,39m. Essa parcela deve ser diminuída do comprimento total de cabo. Desta forma,
conclui-se que o comprimento do cabo sem carga, para um vão de 450m seria de
0,823m (0,183%) e de 7,014m (1,559%) para o caso de desnível igual a 75m. Donde
se concluí que, para vãos usuais e desníveis usuais em linhas de transmissão, os
valores do comprimento de cabo devem se situar na ordem de 1% superior à soma
das projeções horizontais dos vãos.
Para projeto das linhas de transmissão são utilizados modelos numéricos, que tem a
mesma finalidade que os modelos analíticos, ou seja, determinar a flecha, a tração,
etc. Nestes modelos, ao invés de uma função para definir o cabo, tem-se uma
discretização deste em elementos em número suficiente para representar mais

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precisamente o elemento como um todo. Assim, o grau de discretização assume um


importante papel na precisão. Carregamentos (tanto oriundos de ações como o vento
como aqueles com origem na variação da temperatura) podem ser atribuídos aos nós
da discretização. Como modelo numérico dos cabos, identifica-se basicamente dois
modelos para equacionar o comportamento dos cabos suspensos:
a) método dos elementos finitos;
b) modelagem por elementos discretos e método explícito.

Não é propósito deste material avaliar e aplicar esses métodos, se o leitor/aluno tiver
necessidade poderá, por meio da bibliografia encontrar material para aprofundar seus
estudos.

Os modelos analíticos têm a principal vantagem de apresentarem uma equação


fechada para o problema, tornando assim mais simples de serem calculados. Mesmo
assim, a incorporação de não linearidades leva a soluções mais complexas.
Entretanto, têm uma grande limitação que só podem modelar o comportamento de
cabos para um único vão (equivalente ou básico). Já os métodos numéricos têm a
vantagem que a discretização do problema permite tratar efeitos que os modelos
analíticos não podem. Quanto maior o grau de discretização, melhor será a precisão,
apesar de demandar maior esforço computacional.

Usualmente, cabos são formados por fios dispostos em camadas. Cada camada é
sucessivamente disposta de forma helicoidal sobre a anterior. Cada camada anterior
tem seis condutores a mais que a anterior. Assim, sendo “x” o número de camadas do

2 = 3. 45 + 56 + 1
cabo, o número total de fios é:

Onde:
N: número total de fios componentes
x: número de camadas, ou coroas

Teremos assim:
— para 1 camada, 7 fios;
— para 2 camadas, 19 fios;
— para 3 camadas, 37 fios;

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— para 4 camadas, 61 fios etc.


Os cabos podem ser homogêneos ou heterogêneos, isto é, podem ser formados por
um único material ou, por mais materiais distintos. Quando constituídos por mais de
um material o cabo apresentará duas partes definidas por:
a) alma: é um fio ou conjunto de fios que forma a parte central de um cabo, quando
constituído de aço. Tem por finalidade aumentar a resistência mecânica do cabo;
b) coroa: é um conjunto de fios equidistantes do fio central do cabo.

Configurações de cabos homogêneos – alumínio

Configurações de cabos heterogêneos – alumínio e aço

Os cabos mais frequentemente usados no Brasil atualmente são os cabos tipo ACSR
(Aluminum Conductor Steel Reinforced) por terem a coroa de alumínio e alma de aço.

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Condutores múltiplos — O advento, em 1950, das primeiras linhas em: tensões


elevadas, tornou premente o emprego de meios capazes de reduzir os gradientes de
potencial nas superfícies dos condutores. Os condutores múltiplos ou enfeixados,
(propostos em 1909), vieram de encontro a essa necessidade. Seu emprego vinha
sendo estudado desde o advento das linhas em 230 KV, no início da década de 1920-
1930. Suas reais vantagens e possibilidades foram evidenciados por estudos
realizados na Alemanha, entre 1933 e 1944, para linhas projetadas em 380 KV, e as
conclusões desses estudos foram divulgadas em 1945. O desenvolvimento das novas
técnicas de construção, a melhoria das ferragens e a confiança adquirida na operação
das primeiras linhas fizeram com que o seu uso se generalizasse.

Configurações de condutores múltiplos atualmente em uso

Hoje, de um modo geral, todas as linhas em tensões acima de 300 KV são construídas
com condutores múltiplos.

Comparação do Alumínio sobre o Cobre


Vantagens:
Nas linhas de transmissão que atravessam regiões acidentadas, o peso reduzido do
alumínio facilita o transporte do cabo para os pontos de montagem, o que simplifica
essas operações, reduzindo, desse modo, o custo final da linha de transmissão.
A elevada resistência dos cabos de alumínio com alma de aço (CAA) permite, para
uma mesma distância mínima do condutor ao solo, um maior vão. Para o caso de
vãos iguais, o uso do cabo CAA permite a utilização de torres mais baixas, pois sendo
o condutor mais resistente, este poderá ser esticado com menor flecha.
Desvantagens:
Por ser macio e facilmente roído, deve-se evitar arrastá-lo sobre pedras ou superfícies
duras, devendo ser cuidadosamente manejado.

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Isoladores e ferragens
Os cabos são suportados pelas estruturas por meio dos isoladores, que, como seu
próprio nome indica, os mantêm eletricamente isolados das mesmas. Estas estruturas
devem resistir tanto às solicitações mecânicas como às elétricas aliadas às
intempéries e ao vandalismo.

Os isoladores são submetidos a solicitações mecânicas que lhes são transmitidas


pelos cabos condutores. As solicitações mecânicas podem ser classificadas em três
tipos (já citadas anteriormente):
- Forças verticais, devido ao peso próprio dos condutores (nos países de clima frio,
esse peso é acrescido do peso da capa de gelo que se pode formar em torno dos
mesmos);
- Forças horizontais axiais, no sentido dos eixos longitudinais das linhas, necessárias
para que os condutores se mantenham suspensos sobre o solo;
- Forças horizontais transversais, em sentido ortogonal aos eixos longitudinais das
linhas, devidos à ação da pressão do vento sobre os cabos.

Essas solicitações mecânicas são transmitidas pelos isoladores às estruturas, que


devem absorve-las.

As solicitações de natureza elétrica a que um isolador deve resistir são as tensões


mais elevadas que podem ocorrer nas linhas, que são:
- tensão normal e sobretensões em frequência industrial;
- surtos de sobretensão de manobra que são de curta duração, podendo, no entanto,
atingir níveis de 3 a 5 vezes a tensão normal entre fase e terra;
- sobretensões de origem atmosférica, cujas intensidades podem ser muito elevadas
e variadas.

Um isolador eficiente deve ainda ser capaz de fazer o máximo uso do poder isolante
do ar que o envolve a fim de assegurar isolamento adequado. A falha de um isolador
pode ocorrer tanto no interior do material (perfuração) ou pelo ar que o envolve
(descarga externa). Seu desenho deve ser de forma a assegurar uma distribuição
balanceada de potenciais e, consequentemente, dos gradientes no ar, com o objetivo
de assegurar tensões de descarga adequadas. Daí suas formas peculiares. Além

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desses requisitos, deve ainda satisfazer a outro não menos importante, que é o da
não produção, mesmo após longos períodos de operação, da indesejável radio
interferência. Esta, em geral, é causada nos isoladores por minúsculos pontos de
disrupção elétrica para o ar: efeito corona. Exige-se ainda dos isoladores extrema
robustez, de modo a poderem resistir ao manuseio, nem sempre delicado, no
armazenamento e nas instalações da obra.

Suas superfícies devem ter acabamento capaz de resistir bem às exposições ao


tempo, mesmo em atmosfera de elevado grau de poluição em que haja presença, de
óxidos de enxofre e outros reagentes.

Para sua fabricação empregam-se usualmente os materiais:


- porcelana vitrificada,
- vidro temperado e,
- resinas sintéticas ou poliméricos.

Porcelana vitrificada — deve ser de boa qualidade, baixa porosidade, isenta de bolhas
de ar e impurezas, além de apresentar alta - resistência mecânica e ao impacto. Sua
resistência dielétrica deve ser da ordem de 6 a 6,5 KV/mm. Sua superfície externa
deve ser vitrificada a fim de vedar os seus poros, impedindo a absorção da água e
evitando a redução de sua resistência dielétrica. A vitrificação deve ser resistente a
temperaturas elevadas, devendo resistir ao calor oriundo de eventuais arcos elétricos,
sem: se danificar. A grande dificuldade da eletro cerâmica consiste na obtenção de
peças espessas e de grandes dimensões capazes de satisfazer a essas exigências.

Vidro temperado — Possui uma resistência dielétrica da ordem de 14 KV/mm e


resistência mecânica equivalente à da porcelana, podendo inclusive ser fabricadas
peças mais espessas, Seu custo é inferior ao da porcelana, porém é mais sujeito a
danos por atos de vandalismo, pois, devido à sua têmpera, os isoladores não resistem
bem a impactos, mesmo de baixa intensidade.

Isoladores Poliméricos - o núcleo de isoladores poliméricos é constituído por uma


haste de fibra de vidro reforçada por um polímero do tipo epóxi (a mais usual), poliéster
ou vinil. Sendo assim, o núcleo é um compósito PRFV (polímero reforçado com fibras

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de vidro). Este núcleo deve suportar os esforços mecânicos impostos pelo peso do
cabo ou por vibrações eólicas sem afetar suas propriedades isolantes. As dimensões
desta haste são função das características elétricas e mecânicas necessárias. Para
revestimento desta haste, um composto especial é aplicado, com o intuito de protegê-
lo contra agentes externos (umidade, contaminadores químicos, radiação ultravioleta,
etc.). Este revestimento pode ser de vários tipos: SR (silicone rubber), ou borracha de
silicone (a mais usual), EPM (etileno-propileno-metileno), EPDM (etilenopropileno-
dieno-metileno), CE (epóxi cicloalifática), EVA (acetato de vinil-etileno) ou PTFE
(politetrafluoretileno). As aletas, as quais caracterizam a distância de escoamento do
isolador e, consequentemente, caracterizam este sobre sua aplicação, principalmente
no que se refere a poluição e umidade, fazem parte do revestimento. Nas
extremidades da haste são fixadas, por processo de compressão, as ferragens de
sustentação do isolador na estrutura e de fixação do cabo no isolador.

Partes componentes de um isolador polimérico

Os isoladores poliméricos comumente possuem algumas nomenclaturas, a saber:


1) não cerâmicos: nome que faz alusão a uma classe diferente daquela dos isoladores
de porcelana;
2) compostos: nome que se refere ao revestimento externo;
3) poliméricos: nome que se refere ao material que reforça a fibra de vidro constituinte
do núcleo do isolador;
4) compósitos: nome que se refere ao núcleo do isolador, o compósito PRFV (polímero
reforçado com fibras de vidro).

Os tipos mais comuns de isoladores poliméricos são aqueles do tipo pilar e aqueles
do tipo suspensão ou ancoragem.

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O dimensionamento dos vários tipos de isoladores é determinado segundo as certas


características do desenho do equipamento, nomeadamente a linha de fugas e a
distância de arco. Define-se linha de fuga como a distância mínima ou a soma das
distâncias mínimas entre duas partes metálicas com diferentes potenciais ao longo da
superfície de um isolador.

Linha de fugas de um isolador compósito (esquerda) e de um


isolador de suspensão do tipo campanula e espigão (direita)

Pretende-se que a linha de fuga seja suficientemente longa de tal forma que dificulte
a passagem de correntes de baixa magnitude que se estabelecem entre os terminais
dos isoladores, especialmente quando a superfície fica sujeita a uma camada
condutora devido à poluição envolvente.

Por sua vez, define-se distância de arco como a distância mínima entre os dois
terminais do equipamento através do meio envolvente, que no caso dos isoladores
aéreos se trata do ar.

Distância de arco dos isoladores compósitos (esquerda) e de


uma cadeia de suspensão (direita)

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Tipos de Isoladores
Em linhas de transmissão empregam-se basicamente três tipos de isoladores: :
- isolador de pino;
- isolador tipo pilar;
- isolador de suspensão.

Isolador de pino - são fixados à estrutura por meio de um pino de aço. Para tanto,
em sua parte interna possuem um furo rosqueado. Os pinos de aço forjado possuem,
em sua parte superior, uma cabeça de chumbo filetada, sobre a qual se atarraxa o
isolador. São normalmente solicitados à compressão e à flexão.

São somente empregados em linhas até 69 KV e com condutores relativamente leves,


em virtude da pequena resistência do chumbo da cabeça dos pinos ao esmagamento
e, também, da pequena resistência dos próprios pinos a esforços de flexão.

Isolador de pino monocorpo de


cerâmica – 15KV

Isolador de pino polimérico – 25KV

Devido à dificuldade de se obterem peças maiores e mais espessas, isoladores para


tensões nominais maiores do que 25 KV são compostos de diversas peças de

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espessura menores, sobrepostas e cimentadas entre si, são chamados de isoladores


multicorpo.

Isolador de pino multicorpo de cerâmica – 35KV

Isolador de pino multicorpo polimérico – 25KV

Isolador tipo pilar - são menos usados nas linhas de transmissão do que os
isoladores de pino, podendo ser construídos de uma única peça, também, de
porcelana, para tensões mais elevadas. Dado o seu sistema de fixação, resistem a
esforços mecânicos bem mais elevados tanto de compressão como de flexão.

Isolador tipo pilar - porcelana 15KV (centro) - polimérico 15KV (esquerda)

Isoladores de suspensão - representam o tipo de isoladores de maior importância,


para as linhas de transmissão, pois, trabalham a tração, condição muito favorável de

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solicitação tanto para o vidro como para a porcelana ou para os poliméricos, ajustam-
se facilmente às condições de serviço impostas.

Isolador de suspensão de vidro

Isolador de suspensão polimérico

As características fundamentais de isoladores de suspensão que influenciam suas


aplicações são:

. Características físicas e mecânicas:


- resistência eletromecânica;
- carga máxima de trabalho; ,
- resistência ao impacto;
- resistência aos choques térmicos.

. Características elétricas:
- tensões disruptivas a seco e sob chuva em frequência industrial;
- tensão disruptiva sob impulso;
- tensão de perfuração;
- tensão de rádio interferência e Corona.

A distribuição de tensões nos isoladores não é linear ao longo da cadeia de isoladores,


o isolador mais perto do condutor terá uma tensão maior. Como é de se esperar, os

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gradientes mais elevados ocorrem próximos aos pinos e à campânula, enquanto que
gradientes menores ocorrem ao longo da superfície restante.

Distribuição de potenciais ao longo de um único isolador

O circuito equivalente de uma cadeia de “z” isoladores é apresentado na figura a


seguir.

Circuito equivalente de uma cadeia de “z” isoladores

A distribuição de potenciais do longo da cadeia poderá ser calculada pela expressão:

*7 = =
*& = . . : ℎ8 + . : ℎ 84 − <6 + . : ℎ 8<
8 9 . : ℎ 8<

Onde:
Un (KV) - tensão a que estão submetidas “n” unidades a contar do lado aterrado
(estrutura);
Uq (KV) — tensão a que estão submetidos os “z” elementos;
C (F) - capacitância entre campânula e pino de um isolador;
c (F) — capacitância de uma unidade ao solo;
k (F) — capacitância de uma unidade ao condutor.

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Sendo: 8 = >
#?@
A

Na maioria dos casos práticos, pode-se admitir: k = 0. Então, a expressão anterior fica
reduzida a:

: ℎB
*& = *7 =
: ℎ B<

B ≅ >A
#
Para

As expressões indicadas são apenas aproximadas, pois, para permitir um


equacionamento simples, diversos fatores colaterais, como correntes de escape,
efeito Corona, capacitâncias entre os condutores e ferragens etc. foram desprezados.
Esses fatores colaterais, em geral, atuam favoravelmente para uma melhor
distribuição dos potenciais.

Nas linhas de tensão mais elevadas verificam-se no entanto, grandes concentrações


de potenciais nas angulosidades e arestas inevitáveis das ferragens de suspensão,
de forma que são adotados anéis distribuidores chamados anéis de guarda, ou anéis
anti-corona (Corona Shields), colocados lateralmente aos grampos de suspensão,
como mostra as figuras a seguir:

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Cadeias de Ancoragem ou de Suspensão


Suportam, além dos esforços que devem suportar as cadeias de suspensão, também,
os esforços devidos ao tracionamento dos cabos. Podem ser constituídas de uma
simples coluna de isoladores ou de diversas colunas em paralelo, dependendo da
força de tração a que estão sujeitas.

As cadeias de isoladores devem suportar os condutores e transmitir aos suportes


todos os esforços destes. Na parte superior devem possuir uma peça de ligação à
estrutura, em geral um gancho ou uma manilha, e, na parte inferior, terminam em uma
pinça (ou grampo de suspensão), que abraça e fixa o cabo condutor.

Cadeia de suspensão simples 69/138/230KV

Cadeia de suspensão simples para 4 condutores 500/750KV

Cadeia de suspensão dupla para 4 condutores 69KV a 1000 KV

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O elemento de fixação do cabo condutor é o grampo de tensão ou grampo de


ancoragem, que deve ser dimensionado para resistir aos esforços mecânicos a que
ficar sujeito, e ao mesmo reter o cabo, sem possibilidade de escorregamento. Em
alumínio ou ferro maleável, existem dois tipos básicos:

- de passagem; o cabo é retido por pressão, atravessando o grampo sem


seccionamento, havendo diversas formas de execução;

- de compressão; o cabo é seccionado no ponto de ancoragem e o grampo é


aplicado por compressão do material por meio de prensa hidráulica ou alicate-prensa
de grande capacidade.

Pinça de suspensão - o conjunto de solicitações que atuam sobre os cabos, sejam


elas verticais ou horizontais, cria no condutor uma tensão mecânica, que é transmitida
aos suportes. Nos pontos de suspensão, em virtude do peso do condutor e de sua
natural rigidez, aparecem esforços de flexão bastante elevados. Quando a curvatura
inferior da calha da pinça não se amolda bem à curvatura natural dos cabos, estes
podem sofrer esmagamento dos filamentos, pois a superfície de apoio fica bastante
reduzida. Para os cabos de alumínio e alumínio-aço, esse problema ainda é mais
crítico, mesmo quando se usam armaduras anti-vibrantes (armor-rods). É necessário
que estas se amoldem perfeitamente ao cabo e também à pinça, pois, de outra forma,
o cabo poderá, ainda, ser s solicitado à compressão, com perigo de esmagamento. A
pinça de suspensão deve também ser multiarticulada, permitindo sua livre oscilação
em sentido longitudinal e transversal, a fim de que o cabo não seja solicitado
adicionalmente.

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Pinça de suspensão multiarticulada

Dispositivos anti-vibrantes - os cabos esticados de uma linha de transmissão,


submetidos à ação de ventos de intensidades variáveis, vibram com frequências
diversas. Em face dessas vibrações, os pontos de suspensão representam nós onde
se canaliza razoável energia, que submete os filamentos dos cabos a movimentos de
flexão alternada, podendo levar à sua fadiga e consequente ruptura. Quanto maior for
a taxa de trabalho nos condutores, tanto maiores serão os danos causados pelas
vibrações, o que leva a uma recomendação dos fabricantes de cabos de alumínio e
e alumínio-aço a limitar tração de 20% da carga de ruptura dos cabos, para a
temperatura média de maior permanência (20 a 25ºC), sem vento. Os efeitos nocivos
das vibrações podem ser reduzidos com o emprego de dispositivos redutores,
destacando-se:

a) Armaduras anti-vibrantes; consistem em uma camada de varetas de alumínio


(ou de bronze, para cabos de cobre) enroladas em torno dos cabos condutores nos
pontos de suspensão. Seu número e diâmetro dependem do diâmetro do cabo ao qual
são aplicadas, de forma a se ajustarem perfeitamente à sua periferia. Seu
comprimento é igual a aproximadamente 150 vezes o diâmetro do condutor antes de
serem aplicadas,
ficando reduzidas a cerca de 130 vezes após sua aplicação. Suas extremidades são
fixadas entre si e ao cabo por presilhas de pressão (virolas).

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Existem dois tipos fundamentais, que se distinguem pelo método de aplicação:


- vergalhões paralelos ou bi cônicos para formação durante a aplicação
(requerem ferramentas especiais para sua colocação);
- vergalhões espiralados pré-formados, que são aplicados manualmente.

b) Festões (ou ponte auto vibrante); consistem em alças do próprio cabo que
são fixados em paralelo em volta dos pontos de suspensão. Parte da energia das
vibrações é dissipada nas alças pelo atrito com ar e parte é desviada, sendo que
apenas um pouco chega aos grampos de suspensão. Solução relativamente de baixo
custo, porém bastante eficiente.

c) Amortecedores stokbridge; consistem em massas de ferro ou chumbo fixas


aos condutores através de suportes flexíveis, permitindo-lhes captar a energia das
vibrações dos cabos; tendo uma frequência natural diversa, vibram em frequência
diferente, dissipando a energia por atrito nas alças flexíveis e com o ar.

d) Grampos de suspensão armados; são conjuntos especiais de suspensão,


constituídos de duas sapatas de alumínio envolvidas externamente por uma cinta de
aço e possuindo, internamente, um coxim de neoprene que distribui as tensões radiais
e evita o contato metálico no ponto central entre a sapata e o grampo. Entre o coxim
de neoprene e as sapatas de alumínio há um conjunto de varetas pré-formadas, pelas
quais se realiza a fixação propriamente dita.

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Estruturas de Suporte - Torres


As estruturas de uma linha de transmissão podem ser classificadas segundo:
- a sua função na linha de transmissão;
- a sua forma de resistir aos esforços;
- ao material empregado em sua fabricação.
As estruturas, quanto à finalidade, podem ser classificadas como:
a- Suspensão ou Alinhamento Reto;
b- Ângulo;
c- Ancoragem;
d- Transposição;
e- Derivação;

Estruturas de Suspensão ou de Alinhamento Reto; são colocadas em trechos


retilíneos das linhas de transmissão e servem para sustentar os condutores, sendo
dimensionadas para suportar as seguintes cargas:
- normais verticais;
- normais horizontais;
- transversais (devido à ação do vento sobre os cabos e a estrutura).

Estruturas em Ângulo; são colocadas nos vértices de mudanças de direções das


linhas de transmissão, sendo dimensionadas para suportar as seguintes cargas:
- normais verticais;
- normais horizontais incluindo as introduzidas pelo ângulo da linha de transmissão;
- transversais (devido à ação do vento sobre os cabos e a estrutura) e as
introduzidas pelo ângulo da linha de transmissão;
- excepcionais (anormais) provocadas pelo rompimento dos condutores da linha de
transmissão.

Estruturas de Ancoragem; são destinadas a fornecer pontos de amarração


(tensionamento mecânico) às linhas de transmissão sendo dimensionadas para
suportar as seguintes cargas:
- normais verticais;
- normais horizontais;
- transversais (devido à ação do vento sobre os cabos e a estrutura);

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- excepcionais (anormais) provocadas pelo rompimento dos condutores da linha de


transmissão.

Estruturas de Transposição; são destinadas a efetuar a rotação de fases visando


simetrizar eletricamente a linha de transmissão.

Estruturas de Derivação; são destinadas a efetuar a derivação sem haver necessidade


de seccionar a linha de transmissão.

Estruturas Terminais; são destinadas a absorver unilateralmente todo o esforço de


tração não balanceado do último vão (por esta razão é a torre mais reforçada e,
portanto, a mais cara).
As estruturas das linhas de transmissão classificam-se, ainda, quanto à forma de
Resistência Mecânica das Estruturas, ou seja, uma estrutura pode ser considerada
como uma viga vertical engastada no solo. As solicitações (cargas) que se acham
submetidas às estruturas são:
- axial vertical;
- horizontal transversal;
- horizontal longitudinal.

As cargas horizontais são preponderantes para o dimensionamento das estruturas,


face aos momentos elevados provocados na linha de engastamento. As estruturas,
quanto ao comportamento face estas cargas, podem ser consideradas:
- Estruturas Auto-Portantes;
- Estruturas Estaiadas.

Estruturas Auto-Portantes
Nestas estruturas, os esforços são diretamente transmitidos para as fundações, sendo
elevados os momentos fletores junto à linha do solo. Estas estruturas se dividem em:
- rígidas: dimensionadas para resistir aos esforços normais e sobrecargas, sem
deformações elásticas perceptíveis, e às cargas excepcionais, com deformações
elásticas de menor importância. São, em geral, construídas em estruturas metálicas
treliçadas, simétricas nas direções transversal e longitudinal, e apresentam grandes
dimensões.

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- flexíveis: dimensionadas para resistir apenas aos esforços normais sem


deformações elásticas perceptíveis, e às sobrecargas e cargas excepcionais, com
deformações elásticas expressivas. São simétricas em ambas as direções,
caracterizando-se pelo elevado grau de esbeltez.
- mistas ou semi-rígidas: são estruturas assimétricas, sendo rígidas em uma direção
(onde as dimensões são maiores) e flexíveis na outra direção.

Estruturas Auto-Portantes: Rígida; Flexível; Semi-Rígida

Estruturas Estaiadas
São estruturas flexíveis ou mistas enrijecidas por tirantes ou estais. Uma parcela dos
esforços horizontais é parcialmente absorvida pelos tirantes e transmitida diretamente
ao solo pelas âncoras, sendo a outra parcela dos esforços, transmitida axialmente
pelas estruturas.
Para os tirantes, são normalmente utilizados cabos de aço galvanizado a fogo, do tipo
HS (“High Strenght”) ou SM (Siemens-Martin), 7 fios, ou cabos do tipo “copperweld”
ou “alumoweld”. O uso, no passado, desse tipo de estruturas, era limitado a tensões
até 230 KV, sendo atualmente usadas em tensões de até 750 KV. A figura a seguir
apresenta exemplos desse tipo de estrutura.

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Estruturas Estaiadas

Os seguintes materiais são utilizados nas estruturas:


- madeira;
- concreto;
- aço;
- alumínio.

Estruturas de Madeira
Existem características requeridas para o uso da madeira como estruturas em linhas
de transmissão, dentre elas podemos citar:
- elevada resistência mecânica à flexão (superiores a
1.000 Kgf/cm2);
- boa resistência às intempéries (a madeira não pode
fender ou trincar);
- indeformabilidade com o decorrer do tempo
(caracterizada por torções ou encurtamentos desiguais em
suas fibras);
- boa resistência ao ataque de microorganismos que
acarretam à sua destruição (apodrecimento da madeira).
São utilizadas em larga escala no Brasil em linhas de
transmissão até 34,5 KV curtas para a transmissão de
pequenos blocos de energia (sistemas de distribuição). Suas principais desvantagens
são:
- vida útil média;
- sujeitas a fogo;
- necessita de largas picadas ao longo da linha.
- não permite vãos grandes.
- necessárias emendas e tratamento contínuo da madeira.
Como vantagens, são mais econômicas, reduzindo despesas de investimento.

Estruturas de Concreto
Utilizado em linhas de transmissão de perfil plano. Suas principais vantagens são:

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- vida útil elevada;


- montagem simples;
- não necessita de conservação;
- geralmente não necessita de reforço nas
fundações devido ao peso próprio elevado;
- ótima aparência.
Como desvantagens, pode-se citar:
- o peso;
- dificuldade de transporte, principalmente em terrenos acidentados e de difícil
acesso;
- controle de qualidade durante a fase de fabricação da estrutura.
As estruturas de concreto são menos dispendiosas que as de aço e mais caras que
as de madeira, e têm sido bastante utilizadas no Brasil em tensões até 230 KV.

Estruturas Metálicas de Aço-Carbono


São construídas normalmente de aços-carbono normais ou de alta resistência, em
perfilados ou tubos, podendo ser obtidas as mais variadas dimensões e formas.
São estruturas mais leves e por serem compostas de peças,
podem ser transportadas com bastante facilidade a qualquer
ponto, para sua montagem no local, sendo, portanto, menos
onerosas. Sua principal desvantagem é o preço do aço.
Como as estruturas são expostas às intempéries, necessitam
ser protegidas contra a oxidação, por zincagem a quente de
todas as peças.
No Brasil têm sido usadas para tensões acima de 230KV ou
terrenos muito acidentados.

Estruturas de Alumínio e suas Ligas


O custo destas estruturas é elevado, sendo, portanto, seu uso restrito, como em locais
bastantes acidentados onde a vantagem obtida pela redução no custo de transporte
face ao reduzido peso das peças de alumínio compensa o seu emprego.

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Dimensões das Estruturas


As dimensões das estruturas de uma linha de transmissão são especificadas pelos
seguintes fatores:
- configuração geométrica dos condutores;
- distância entre condutores;
- dimensões e formas de isolamentos;
- flechas dos condutores;
- altura de segurança;
- função mecânica;
- forma de resistir aos esforços;
- materiais estruturais;
- número de circuitos na torre, etc.

As dimensões principais das estruturas são função da tensão nominal da linha de


transmissão e dos valores máximos das sobretensões (a impulsos e à 60 Hz) que
podem ocorrer no Sistema Elétrico, tendo papel secundário a flecha dos condutores,
a forma de sustentação e o diâmetro dos condutores.

Disposições dos Condutores


Nas linhas de transmissão em CA trifásica são utilizadas três disposições de
condutores a saber: triangular, horizontal e vertical.

Disposição Triangular: os condutores são dispostos nos vértices de um triângulo, que,


quando equilátero recebe o nome de disposição simétrica e assimétrica.

Disposição triangular dos condutores de uma linha de transmissão trifásica

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Disposição Horizontal: os condutores são dispostos em um mesmo plano horizontal.


A principal vantagem está em possibilitar estruturas de menor altura, para o mesmo
condutor e mesmo vão. Esta é a disposição usual para linhas de transmissão a circuito
simples para tensões de Alta Tensão (AT) e Extra Alta Tensão (EAT).

Disposição horizontal dos condutores de uma linha de transmissão trifásica

Disposição Vertical: é a disposição preferida para linhas de transmissão a circuito


duplo e para linhas de transmissão que acompanham vias públicas, onde os
condutores se encontram instalados em um plano vertical.

Disposição vertical dos condutores de uma linha de transmissão trifásica

Para linhas de transmissão a circuito duplo, as disposições triangulares e verticais são


as mais usadas. A configuração horizontal para essas linhas de transmissão
acarretaria em estruturas muito largas ou a sobreposição dos circuitos.

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Linhas a circuito duplo

Faixa de Servidão
É a faixa de terra ao longo do eixo das linhas e redes aéreas de distribuição, cujo
domínio permanece com o proprietário, porém, com restrições ao seu uso. O referido
direito sobre o imóvel alheio pode ser instituído através de instrumento público,
particular, prescrição aquisitiva por decurso de prazo ou ainda por meio de medida
judicial, mediante inscrição a margem da respectiva matrícula imobiliária. Neste caso,
a concessionária, além do direito de passagem da linha, possui o livre acesso às
respectivas instalações, com largura de, no mínimo, igual à da faixa de segurança.

Faixa de servidão

A faixa de servidão pode ser determinada pela expressão:

D = 2. 4E + - + F6

Onde:
b : distância horizontal do eixo do suporte ao ponto de fixação do condutor mais
afastado deste eixo, em metros,
d : soma das projeções horizontais das flechas do condutor (d2) e do

- = -G + -
comprimento da cadeia de isoladores (d1) na condição de máximo deslocamento dos
condutores, em metros. Sendo,

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D : distância que leva em conta os efeitos de rádio interferência (RI) e de


interferência telefônica (TI), sendo calculada em função do gradiente de tensão na
superfície do condutor, em metros.

Assim, F = 2,5 + 0,01. 4FK − 696

Sendo:
Du – distância em m, numericamente igual à tensão nominal entre fases da LT, em
KV.

Distâncias envolvidas para o cálculo da Faixa de Servidão

Cabos Pára-Raios
Ocupam a parte superior das estruturas e se destinam a interceptar descargas de
origem atmosférica e descarregá-las para o solo, evitando que causem danos e
interrupções nos sistemas. Os cabos pára-raios, como o próprio nome diz, são
utilizados para fornecer um caminho para as descargas atmosféricas que podem
atingir o circuito de uma linha de transmissão aérea visto que ela se encontra ao
tempo. O Brasil adota a norma NBR 8449 - Dimensionamento de cabos para raios
para linhas aéreas de transmissão de energia elétrica.

Os cabos mais comumente utilizados em projetos de linhas de transmissão são:


. AAC (All Aluminum Conductor): este tipo de cabo é composto por vários fios
de alumínio encordoados.
. AAAC (All Aluminum Alloy Conductor): mesmo princípio dos cabos AAC,
porém neste caso são utilizadas ligas de alumínio de alta resistência. É o cabo com
menor relação peso/carga de ruptura e menores flechas, mas é o de maior resistência
elétrica entre os aqui citados.

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. ACSR (Aluminum Conductor Steel-Reiforced): é também denominado de


cabos CAA. Composto por camadas concêntricas de fios de alumínio encordoados
sobre uma alma de aço, que pode ser um único fio ou vários fios encordoados.
. ACAR (Aluminum Conductor Aluminum Alloy-Reinforced): é composto de
maneira idêntica aos cabos do tipo ACSR, porém ao invés de se utilizar alma com
cabos de aço, utiliza-se alma com fios de alumínio de alta resistência mecânica.
Assim, a sua relação peso/carga de ruptura fica ligeiramente maior do que a do cabo
ACSR.

Até há bem pouco tempo, os cabos pára-raios eram sempre rigidamente aterrados
através das estruturas, quando surgiu a ideia de utilizá-los para telecomunicações e
telemedições. Isolaram-se, então, as estruturas dos cabos através de isoladores de
baixa resistência disruptiva; o que não afetou sua eficiência como elemento de
proteção, permitindo o emprego de equipamento de acoplamento para comunicações
muito menos dispendioso.

Um dos grandes aproveitamentos da estrutura da linha de transmissão é a junção


para a parte de telecomunicações com a utilização do cabo OPGW (Optical Grund
Wire), constitui uma oportunidade de co-utilização do sistema de transmissão de
energia com os serviços de comunicação (telefonia e comunicação de dados). O cabo
OPGW tem dupla função, a de pára-raios para a linha de transmissão e de canal de
comunicação por meio e através de fibras ópticas existentes no núcleo do cabo.
Atualmente no Brasil, todas as concessionárias, que constituem a rede básica,
possuem pelo menos um circuito acima de 230 KV dotado de cabos OPGW,
constituindo aproximadamente mais de 15.000 Km de cabos instalados.

A tecnologia OPGW, consiste em utilizar cabos ópticos revestidos por fios metálicos
trançados, que além de meio de transporte para informações tem a função de cabos
pára-raios de linhas de alta tensão. A

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Cabo OPGW

O cabo OPGW é formado por fibras ópticas revestidas em acrilato, posicionadas em


tubos preenchidos com gel, reunidos ao redor de um elemento central dielétrico
protegido por fitas de enfaixamento, tubo de alumínio e uma ou duas camadas de fios
metálicos. Os fios metálicos podem ser de alumínio, liga de alumínio ou de aço
galvanizado.

Em geral para a utilização de cabos OPGW em linhas de transmissão já existentes,


devem ser verificados, dentre outros, os seguintes tópicos:
• Se as torres suportam os esforços decorrentes do lançamento e instalação do
cabo OPGW, já que estes possuem um maior peso em relação aos cabos pára-raios
convencionais, e os esforços mecânicos devido a ventos fortes;
• Se os valores das flechas do cabo OPGW respeitam as distâncias elétricas,
principalmente no meio do vão;
• Se a resistência mecânica e o peso permitem compatibilizar os valores das
flechas do cabo OPGW com os condutores das fases, mantendo-se os limites de
tensão mecânica máxima para as torres.

Sistema de Aterramento das Torres


O aterramento é o sistema de proteção responsável por escoar surtos e anomalias
que ocorrem em uma linha de transmissão diretamente para a terra. É de costume
adotar a terra como caminho ideal para o escoamento das correntes originárias de
condições de surto, devido a característica de potencial nulo, ou seja, a ausência de
tensão intrínseca que contribui para que o caminho de menor oposição à passagem
de corrente seja o próprio solo.

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Basicamente existem dois objetivos destinados ao dimensionamento de um sistema


de aterramento. O primeiro objetivo de um aterramento é a proteção dos seres vivos
e do patrimônio (equipamento) em relação a uma corrente de falta, ou seja, uma
corrente de curto circuito. O segundo objetivo de um sistema de aterramento é o
direcionamento de maneira controlada por um caminho de baixa impedância, de
correntes advindas de descargas atmosféricas ou anomalias de rede (correntes de
falta e sobretensões).

O sistema de aterramento em linhas de transmissão de energia elétrica é composto


pelos seguintes componentes:
. Os elementos metálicos que compõe a estrutura, tais como vergalhões,
mísulas, fundações, stubs, tubulões, parafusos e cordoalhas (no caso de estruturas
de concreto);
. Dispositivos de aterramentos como hastes, anéis horizontais, contrapesos ou
qualquer combinação entre os dispositivos acima que estejam enterrados no solo.

Os elementos metálicos que compõem as estruturas, servem como um sistema de


descida para as correntes de falta e correntes originárias de descargas atmosféricas,
quando há ausência do condutor de aterramento. Porém também há a possibilidade
da utilização de um subsistema de descida. O condutor deve ser capaz de suportar
por determinado tempo a corrente de curto circuito dimensionada da linha de
transmissão, bem como, as correntes padrões para uma descarga atmosférica. O
eletrodo é o dispositivo específico que faz a interface entre a terra e massa a ser
aterrada. Uma prática muito comum, é o uso de eletrodos locados perpendicularmente
em relação a face do solo, popularmente conhecidos como hastes de aterramento
ou eletrodos dispostos na vertical.

Eletrodos Verticais (Hastes)

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Um método comumente utilizado é a disposição de eletrodos horizontais sob o solo,


em termos técnicos este tipo de configuração pode ser denominado, também, como
aterramento em contrapeso. Sistema mais usado em linhas de transmissão, podem
atingir toda a área de servidão. A profundidade que se enterra os contrapesos
normalmente é de 0,5 a 0,6 metros.

Eletrodos Horizontais - Contrapesos

A norma NBR 5422, é o documento normativo responsável pelas diretrizes de


confecção de projetos de redes de transmissão aéreas. A norma, também, trata dos
métodos de aterramento destinados às linhas de transmissão. Alguns itens desta
norma destacam aspectos importantes para do dimensionamento da malha de
aterramento das estruturas de uma linha de transmissão.

Segundo a norma, o aterramento projetado deve atender aos índices de resistência


de aterramento que sejam capazes de garantir um desempenho de segurança
satisfatório tanto para o sistema quanto para terceiros. Para garantir tais índices
existem dois parâmetros importantes a serem levados em consideração:
. tensão de toque e,
. tensão de passo.

Estes parâmetros garantem a segurança dos seres vivos que trafegam nos arredores
da linha de transmissão.

O potencial ou tensão de toque pode ser definido como a diferença de potencial entre
um ponto da estrutura onde está situado o alcance da mão de uma pessoa, a um
ponto no chão situado a 1m da base da estrutura.
A tensão de toque poderá ser determinada pela seguinte equação:

P#
NO7 = P#Q + . R#
2

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Onde:
Vtq = Tensão de Toque;
Rch = Resistência do corpo Humano, considerada como 1000Ω;
Rc = Resistência de contato entre solo e corpo humano, que pode ser considerada
como três vezes a resistividade superficial do solo;
Ic = Corrente que passa pelo corpo humano;

Esquema de potencial de toque nas proximidades de uma


estrutura de Linha de Transmissão

A tensão de passo acontece quando há um afastamento entre os membros inferiores


dos seres vivos que trafegam sobre um uma certa área com potencial elétrico
distribuído sobre o solo. Ao ocorrer uma corrente de falta ou descarga atmosférica,
sobre um sistema de aterramento ou solo, haverá o aparecimento de superfícies
equipotenciais. Caso haja um espaçamento entre os membros inferiores do ser vivo
que trafega sobre a superfície - de certa então forma energizada - haverá um ponto
de entrada e um ponto saída, perante o corpo deste ser vivo, para a corrente elétrica
disposta sobre o solo.

Utilizando os mesmos parâmetros considerados anteriormente é possível obter a


tensão de passo para um dado ponto na superfície, considerando uma distância média
entre os membros inferiores de aproximadamente 1m.

N+S!! = 4P#Q + 2. P# 6. R#
Onde:
Vpasso = Tensão de Toque;
Rch = Resistência do corpo Humano, considerada como 1000Ω;
Rc = Resistência de contato entre solo e corpo humano, que pode ser considerada
como três vezes a resistividade superficial do solo;

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Ic = Corrente que passa pelo corpo humano;

Além da tensão potencial distribuída no solo é preciso considerar, também, a


intensidade de corrente que passa pelo ser vivo, logo, um dado importante a ser
considerado é a corrente de fibrilação humana. A fibrilação é considerada como uma
anomalia ou contração irregular das fibras constituintes do tecido cardíaco, ou seja, o
ventrículo entra num estado caótico e não contrai de forma eficaz.

Esquema de potencial de passo nas proximidades de uma


estrutura de Linha de Transmissão

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Bibliografia

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