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SISTEMAS DE ENERGIA

Aula 6
- Transmissão de Energia Elétrica -
Aula 6 – Transmissão de Energia
INTRODUÇÃO
No Brasil a maior parte da geração de energia elétrica está distante dos locais de
consumo necessário encaminhar esta energia gerada até os centros urbanos,
onde será consumida.

O sistema de transmissão proporciona à sociedade um benefício reconhecido por


todos: o transporte da energia elétrica entre os centros produtores e os centros
consumidores.
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INTRODUÇÃO
As linhas brasileiras estão entre as mais extensas do mundo!

As duas linhas de transmissão (LTs) que escoarão a energia elétrica do


complexo do rio Madeira, desde a subestação coletora de
Porto Velho (RO) até Araraquara (SP), e as LTs que interligarão a
UHE Tucuruí às capitais Manaus (AM) e Macapá (AP), com seus mais
de 2.000 km cada uma, ultrapassaram os 1.800 km da LT
existente no Gabão, considerada destaque em extensão.
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DEFINIÇÃO
Linhas de Transmissão: são condutores através dos quais a energia elétrica é
transportada de um ponto transmissor a um terminal receptor.
• Linha aérea: em corrente alternada ou em corrente contínua, com condutores separados
por um dielétrico.
• Linha subterrânea: com cabo coaxial com um fio central condutor, isolado de um condutor
externo coaxial de retorno.
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DEFINIÇÃO
Rede de Transmissão: conjunto de equipamentos responsáveis pelo transporte de
energia elétrica do ponto de geração até os locais de consumo.
• Podem operar em diferentes níveis de tensão!
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REDE DE TRANSMISSÃO
Liga as usinas de geração às áreas de grande consumo.

Nível de tensão AC:


• Ultra Alta Tensão: acima de 765kV
• Extra Alta Tensão: 345, 440 e 500kV
• Alta Tensão: 69,138 e 230kV

Modo de transmissão:
• Aéreo ou Subterrâneo
• CC ou CA

Frequência: 60Hz

Quantidade de potência a ser transmitida: depende da carga/consumo.

Distância entre os terminais transmissor e receptor: depende da distância entre a


geração e o consumidor
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REDE DE SUBTRANSMISSÃO
Recebe energia da rede de transmissão com o objetivo de transportar às pequenas
cidades ou consumidores industriais.

Alimentam subestações de distribuição, cujos alimentadores de saída operam


usualmente em níveis de 13,8kV (rede de distribuição).

Nível de tensão AC: 34,5kV (MT), 69kV, 88kV (AT).


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TRANSMISSÃO DE ENERGIA
A transmissão pode ser feita em corrente contínua ou em corrente alternada: são
levados em conta estudos técnicos e econômicos.

Transmissão em Corrente Alternada (AC)


• é constituída de estações de elevação de tensão, linhas de transmissão,
estações seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA
Transmissão em Corrente Contínua (DC)
• inclui as estações conversoras junto à subestação elevadora (retificação da
corrente) e junto à subestação abaixadora inversão da corrente.
• não existem subestações intermediárias.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA
Transmissão em Corrente Contínua (DC)
• sistemas em corrente contínua se mostram viáveis para distâncias acima de
1500km os custos dos inversores utilizados para a conversão da corrente
é elevado;
• não são necessárias subestações intermediárias;
• utilizada na ligação de sistemas com frequências diferentes.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA AC e DC
Transmissão em DC:
• a energia flui dos conectores positivos e negativos em uma direção;
• os elétrons carregados negativamente são atraídos pelo conector positivamente
carregado do outro lado do fio, e vice-versa,
• mantendo-se positivo e negativo durante todo o tempo.

Transmissão em CA:
• a energia flui em ambas as direções;
• os terminais mudam suas polaridades de acordo com a direção do fluxo de
energia;
• a frequência a qual a corrente alternada muda de direção é medida em Hertz
(Hz);
• no Brasil, a corrente é enviada usando uma frequência de 60 Hertz.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA AC e DC
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA AC e DC
Um Sistema de Transmissão em Corrente Contínua com dois condutores metálicos
equivale, na prática, a um circuito duplo de corrente alternada
• mesma confiabilidade a um custo menor;
• menor utilização das faixas de passagem.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA AC e DC
Transformação de Tensão
• na transmissão AC é possível transformar um nível de alta tensão para um nível
de baixa tensão, usando um aparelho conhecido como transformador.

Resistência
• cabos são menos resistentes em transmissão DC para que tensões menores
possam ser usadas para enviar energia através deles;
• para distâncias percorridas pela energia AC das usinas até os usuários finais, a
resistência de cabos para transmissão DC seria muito mais alta que esses
usuários precisam e o processo para reduzi-la é muito mais complexo e caro!

Reatância
• quando a eletricidade flui por um cabo, ela gera um campo eletromagnético;
• transmissão AC: quando a corrente muda de sentido um campo eletromagnético
contrário é produzido, agindo como uma resistência à eletricidade que está
sendo transmitida perde energia devido a resistência e a reatância!
• transmissão DC: nunca muda de direção, não está sujeita a esse tipo de perda
de energia.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA AC e DC
Porque Transmitir em AT?
• impossibilidade de transmitir diretamente a potência elétrica gerada nas usinas,
pois as correntes seriam elevadas;
• as quedas de tensão e perdas de potência inviabilizariam técnica e
economicamente as transmissões.
P = R.i2
• na expressão R é a resistência elétrica do próprio fio e i é a corrente elétrica que passa
por ele temos que quanto maior for o valor da corrente elétrica que queremos
transportar, maior será a perda de energia através da dissipação de energia nos fios;
• é mais vantajoso transportar em tensões muito altas, com correntes mais baixas.
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TRANSMISSÃO DE ENERGIA AC e DC
Porque Transmitir em AT?
• menores perdas com a redução da corrente que passa nos condutores;
• menor bitola do fio, o que gera uma enorme economia:
• condutores de menor seção são mais baratos;
• quanto menor a seção, menor é o peso e menor será o esforço exigido das
estruturas;
• menor queda de tensão (menor produto R.I);
• menor vibração (menor corrente significa menos carga pela seção por segundo).

Maior problema em transmitir em AT: isolação!


• curto entre fases é muito mais fácil, pois quanto maior é a
tensão, mais próximo do limiar da rigidez dielétrica do ar;
• isolação para a terra (isoladores das estruturas), que tem
que ser mais robusta;
• aumento do efeito corona, que gera ruídos
eletromagnéticos.
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SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL
Sistema de Transmissão:
• duas linhas de ±600 kV,
• extensão de aproximadamente
810 km, entre as subestações
de Foz do Iguaçu (PR) e
Ibiuna (SP);
•transmissão realizada através
de quatro linhas, uma em cada
polo;
•começou a operar em 1984.
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ITAIPU BINACIONAL
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INTERLIGAÇÃO DOS SISTEMAS ELÉTRICOS
Sistema Radial
• corrente flui em um sentido;
• menor confiabilidade:
• uma única fonte para cada parcela da carga;
• falhas na geração ou transmissão podem prejudicar/comprometer toda a
alimentação!
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INTERLIGAÇÃO DOS SISTEMAS ELÉTRICOS
Sistema Interligado
• corrente flui em vários sentidos;
• maior confiabilidade no suprimento às cargas:
• caminhos alternativos para suprimento do centro consumidor;
• falhas na geração ou transmissão não prejudicam/comprometem toda a
alimentação!
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CARACTERÍSTICAS DE REDES DE TRANSMISSÃO
O desempenho elétrico de uma LT depende de suas características físicas, que
definem o comportamento em regime normal de operação, definindo seus parâmetros
elétricos.
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CARACTERÍSTICAS DE REDES DE TRANSMISSÃO
Fatores Elétricos:
• tipo de condutor, área, número de condutores por fase;
• capacidade térmica: limite de temperatura do condutor;
• número de isoladores: distância entre cabos e entre cabos e estrutura;
• operação sob condições anormais: raios, chaveamentos.

Fatores Mecânicos:
• condutores e estruturas sujeitos à forças mecânicas: vento, neve, gelo.

Fatores Ambientais:
• uso da terra: população existente, valor;
• impacto visual: estético.

Fatores Econômicos:
• atender a todos os requisitos técnicos
a um mínimo custo!
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COMPONENTES DE UMA LT
(1) Cabos condutores
(2) Isoladores
(3) Estrutura de suporte (torres, postes)
(4) Pára-raios
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COMPONENTES DE UMA LT
Condutores Elétricos
• são os elementos ativos nas LTs;
• determinam o desempenho e o custo da transmissão;
• características dos cabos condutores ideais:
• alta condutibilidade elétrica;
• baixo custo;
• boa resistência mecânica;
• baixo peso específico;
• alta resistência á oxidação/corrosão.
Metais com maior número dessas propriedades: Cobre e Alumínio!

Vantagem do Cobre
• condutividade maior seção menor em relação ao alumínio.
Vantagem do Alumínio
• menor peso estruturas de sustentação mais leve e custo mais baixo.

Atualmente utilizam-se condutores de alumínio!


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COMPONENTES DE UMA LT
Condutores Elétricos de Alumínio
• o alumínio apresenta um problema de baixa resistência mecânica;
• a solução adotada é um fio de aço de baixa resistência colocado no centro do
condutor ACSR –Aluminium Conductor Steel Reinforced.
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COMPONENTES DE UMA LT
Condutores Elétricos de Alumínio
• no processo de encordoamento, os fios descrevem uma trajetória helicoidal em
torno do centro do condutor;
• os cabos sofrem uma deformação provocada por seu peso curva
denominada catenária:
• comprimento real do cabo é um pouco maior que a extensão da linha!
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COMPONENTES DE UMA LT
Estrutura de Suporte
• São os elementos de sustentação dos cabos das LTs:
• cabos condutores;
• pára-raios.

• Dimensões e formas dependem:


• da disposição dos condutores;
• da distância entre os condutores;
• dimensões e formas de isolamento;
• flecha dos condutores;
• altura de segurança;
• dos materiais estruturais utilizados: aço, concreto e/ou madeira;
• do número de circuitos adotados.

• Tipos de estruturas empregadas em LTs:


• disposição triangular;
• disposição horizontal;
• disposição vertical.
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COMPONENTES DE UMA LT
Estrutura de Suporte – Disposição Triangular
• Os condutores são dispostos segundo os vértices de um triângulo:
• triângulo equilátero: disposição eletricamente simétrica;
• qualquer outro triângulo: disposição eletricamente assimétrica.
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COMPONENTES DE UMA LT
Estrutura de Suporte – Disposição Horiazontal
• Os condutores são fixados em um mesmo plano horizontal.
• Vantagem e desvantagem:
• permite estruturas com menor altura para mesmo condutor e vão das demais
disposições;
• estruturas devem ser mais largas.
• Posição preferencial para:
• circuitos simples;
• tensões elevadas e extra-elevadas.
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COMPONENTES DE UMA LT
Estrutura de Suporte – Disposição Horiazontal
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COMPONENTES DE UMA LT
Estrutura de Suporte – Disposição Vertical
• Os condutores são fixados em plano vertical.
• Posição preferencial para:
• circuitos duplos;
• linhas que acompanham vias públicas.
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COMPONENTES DE UMA LT
Cabos Pára-Raios
• São cabos de aço ocupam a parte superior das estruturas;

• Função: interceptar as descargas de origem atmosférica e descarrega-las no


solo evitando danos e interrupções no sistema.
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COMPONENTES DE UMA LT
Isoladores
• Função de fixar e isolar os cabos das LTs da estrutura;

• Material:
• vidro temperado
• porcelana;
• resina sintética.
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COMPONENTES DE UMA LT
Esferas de Sinalização Aérea Diurna
• Bolas alaranjadas das LTs:
• destinadas à sinalização visual para pequenas aeronaves e equipamentos de vôo:
como helicópteros, aviões, balões, pára-quedas evitam a colisão desses
aparelhos com sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica;
• instaladas no condutor mais elevado da torre de transmissão neste condutor é
usado SPDA, ou seja, proteção contra descargas atmosféricas;
• as bolas são ocas, e de material isolante (fibra de vidro e resina de poliéster) e
pintadas com tintas resistentes a radiação UV.

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