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MAPA - LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - 52/2023

DEX ARI SANTOS DA SILVA RA: 1974798-5


CURSO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

INTRODUÇÃO
Você é o engenheiro responsável pelo projeto e implantação de uma linha
de transmissão que sai da usina de Jirau/Santo Antônio, Rondônia. As usinas
hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio compõem o Complexo Hidrelétrico do Rio
Madeira, construído entre os anos de 2008 e 2016. Esse complexo possui
capacidade instalada de 7318 MW.
Etapa 01
Uma linha de transmissão interligará a usina a subestação da usina de
Araraquara, no estado de São Paulo (2375 km), em relação as perdas, qual o
meio de transmissão você optaria? Corrente contínua ou Alternada? Explique.
Liste os equipamentos necessários para a transmissão de energia da linha
proposta, levando em consideração o material para a sustentação de cabos no
linhão.

Com base em pesquisas bibliográficas, concluímos que a opção mais adequada


para esse projeto seria a transmissão de corrente contínua pelo sistema HVDC. A
tecnologia HVDC tem sido explorada em vários países como uma alternativa aos
sistemas de corrente alternada (HVAC), e suas vantagens são destacadas a seguir.

A principal diferença entre os sistemas HVDC e HVAC é a análise econômica. Do


ponto de vista econômico, os sistemas de corrente contínua apresentam maior
eficiência na transmissão, o que resulta em custos menores para linhas de longa
distância. Além disso, os sistemas HVDC oferecem melhor controle de fluxo de
potência, flexibilidade operacional e controle dos parâmetros do sistema, em
termos técnicos.

Comparando os custos, excluindo as estações conversoras e retificadoras, as linhas


HVDC apresentam custos inferiores em relação às linhas HVAC. Isso se deve ao
menor esforço necessário no projeto estrutural e à redução de condutores
exigidos em uma transmissão de corrente contínua. Como resultado, as torres
podem ser de menor porte, ocupam menos espaço e exigem uma faixa de
servidão reduzida.
No que diz respeito aos custos das subestações elevadoras e abaixadoras de tensão
nos sistemas de corrente alternada, elas têm um custo muito mais baixo do que as
subestações retificadoras e conversoras dos sistemas de corrente contínua. A comparação é
feita considerando o mesmo nível de tensão e potência transmitida. No entanto, ao comparar
as torres de transmissão e os condutores utilizados, o sistema de corrente contínua apresenta
um custo significativamente reduzido em relação ao sistema de corrente alternada, além de
menores custos de operação e manutenção.
Assim, pode-se afirmar que a transmissão em corrente contínua se torna mais atrativa
em comparação com a transmissão em corrente alternada, especialmente em longas
distâncias, devido à economia proporcionada em torres e cabos de transmissão, o que
viabiliza o investimento necessário nas extremidades do sistema, incluindo subestações. O
gráfico a seguir ilustra a comparação da viabilidade para longas distâncias entre os sistemas.
Observa-se no gráfico que, a partir de um ponto crítico, geralmente entre 300 e 400 km de
comprimento da linha de transmissão, o custo do sistema HVDC se torna mais vantajoso em
relação ao sistema HVAC, principalmente devido à distância que a transmissão deve
percorrer da unidade geradora até o centro de carga.

Algumas das vantagens do sistema de transmissão em corrente contínua (HVDC) em


comparação aos sistemas de corrente alternada foram resumidas por diversos autores, como
Borré (2006), Kundur (1994), Custódio (2009) e Ferreira (2017). A seguir, são destacadas
algumas dessas vantagens:Possibilidade de interconexão entre sistemas assíncronos ou de
diferentes ordens.

● Vantagem econômica em termos de eliminação de compensações ao longo da


linha e redução de custos relacionados às linhas, como torres mais leves e menor faixa de
servidão.
● Melhores regulações de tensão ao longo da transmissão nos sistemas HVDC.
● Redução das perdas devido ao efeito Joule, especialmente pela anulação do
efeito pelicular.
● Possibilidade de utilização de retorno por terra.
● Bom controle de fluxo de energia, evitando sobrecargas e necessidade de
proteções repetitivas.
● A transmissão em corrente contínua é independente da abertura angular entre
os terminais, enquanto no sistema de corrente alternada, os ângulos de fase entre os
terminais são extremamente importantes.
● Além disso, levando em consideração uma distância de 2375 km, que é
considerada longa, haverá muitos custos associados à compensação por resistências,
indutâncias, capacitâncias, condutâncias, efeitos de corona e skin na transmissão em
corrente alternada.
Na transmissão em Corrente Contínua (CC) a estrutura do sistema de potência é muito
similar à transmissão em Corrente Alternada (CA), porém com acréscimo de estações
conversoras que são responsáveis pela retificação da corrente (CA para CC) e para inversão
da corrente (CC para CA, novamente), encontradas anexadas à subestação elevadora e à
subestação abaixadora, respectivamente. Não possui, em sua estrutura, subestações
intermediárias voltadas a abaixamento ou seccionamento.
Em resumo, os principais componentes de uma linha de transmissão HVDC são os
seguintes: cabos condutores, cabos para-raios(cabos de guarda), ferragens, isoladores e
estruturas de suporte o elemento principal são os conversores.
Os cabos condutores, são considerados os elementos ativos desta rede de estrutura,
pois realizam o transporte de corrente. Os cabos condutores devem exibir algumas
características, tais como: alta condutibilidade, baixo custo, boa resistência mecânica, baixo
peso específico, alta resistência à oxidação e à corrosão (agentes químicos poluentes). Os
materiais não atendem a estes requisitos em sua totalidade, porém os que atendem,
parcialmente, são o cobre, o alumínio e as suas ligas, sendo o alumínio a escolha principal,
por seu baixo custo. Por muito tempo, o cobre predominou nas construções das LTs, por sua
excelente condutividade e resistência mecânica. O alumínio foi incorporado à medida que os
problemas de sua implantação foram resolvidos. Normalmente, os cabos de transmissão
possuem fios dispostos em camadas (encordoamento), visto que, sozinhos, apresentariam
aos isoladores pela vibração alguma ruptura em seus pontos de interconexão. Eles podem
ser compostos por fios de mesmo material (cabos homogêneos) e por fios de matérias
diferentes (cabos heterogêneos) ou ainda por fios de aço revestidos de cobre (copperweld)
ou alumínio (alumoweld). O cobre e o alumínio são empregados em suas formas eletrolíticas,
mais puras ou em forma de ligas, enquanto o aço é empregado para aumentar a resistência
mecânica e como cabos para-raios. Os tipos de cabos podem ser de alumínio com alma de
aço (CAA), alumínio com alma de aço liso (ALPAC) cuja a seção dos fios é trapezoidal, ou
do tipo CAA expandidos de cobre e alumínio-aço que possuem entre os fios de aço e os fios
de alumínio uma camada de enchimento com material não metálico.
Na parte superior de uma LT, encontram-se os cabos para-raios destinados à
proteção. Eles são conectados às torres por meio das ferragens de fixação, estas, por sua
vez, conduzem as descargas elétricas por cabo, torre e sistema de aterramento. Essas
Descargas de grandes intensidades, geralmente, danificam as superfícies dos isoladores,
reduzindo sua eficiência, podendo haver formação de arco elétrico entre o condutor e a
estrutura. Para interceptar as descargas de origem atmosférica e descarregá-las sobre a
terra, usam-se os cabos para-raios. Quando ocorre uma descarga atmosférica nos cabos
para-raios haverá um escoamento de corrente para a terra. Assim, os isoladores ficam
submetidos a uma tensão menor, pois os condutores não são atingidos diretamente e
sofrerão apenas uma indução de tensão devido à corrente nos cabos para-raios.
A função dos isoladores e é suspender os condutores das estruturas e do solo,
portanto, estão submetidos a algumas solicitações mecânicas e elétricas. Quanto aos tipos,
destacam-se:
● Isoladores do tipo pilar ou coluna: pouco usados no Brasil, são empregados
em sistemas elétricos industriais. Consistem em uma única peça com uma barra de ferro
maleável galvanizada e um furo no centro para fixação. Podem ser de porcelana, vidro
temperado ou poliméricos. Têm limitação nas intensidades de carga, pois trabalham quando
submetidos à flexão e à compressão.
● Isoladores de suspensão: confeccionado para substituição dos convencionais
de vidro ou porcelana, é fabricado a partir de um bastão denominado “alma” com fibra de
vidro fixado nas ferragens do isolador e revestido com borracha ou silicone. Muito
resistente, mecanicamente, e às variações de clima.
Com o aumento das cadeias de isoladores e o crescimento das classes de
tensão, surgiram os isoladores do tipo disco, empregados em linhas de extra e ultra tensão
e que possibilitavam a combinação em cadeias, conforme a necessidade da linha. Dois
sistemas de engate foram padronizados (concha-bola, garfo-olhal), de forma a atender aos
tipos de montagem e às adversidades das condições climáticas. Quanto a sua confecção,
os isoladores podem ser feitos de porcelana vitrificada, vidro temperado, material sintético
composto, como fibra de carbono ou vidro-epoxi, isoladores de pino de aço. Os isoladores
são dispostos em cadeias que dão suporte e transmitem os esforços às estruturas. Essas
cadeias são:
● Cadeias de suspensão: ficam submetidas à ação do peso dos condutores que
passam pela estrutura.
● Cadeias de ancoragem: os cabos ficam presos à estrutura que trabalha sob
tensão.
O suporte e a ligação dos condutores às estruturas são feitos por um conjunto
de peças: as ferragens e os acessórios. Estes afetam, diretamente, a durabilidade dos
cabos bem como produzem efeito corona, consequentemente, interferências em rádios e
TVs. Logo, evitam-se acessórios pontiagudos, angulares e irregulares, os quais podem
gerar gradientes de potenciais superiores. Os acessórios que têm contato com alumínio
devem possuir afinidade eletrolítica com ele, evitando, assim, corrosão galvânica.
As estruturas de linhas de transmissão são um dos elementos mais visíveis do
sistema de transmissão elétrico. Eles suportam os condutores utilizados para o transporte
de energia elétrica a partir de fontes de geração de carga até os consumidores, além de
suportarem mecanicamente os esforços transmitidos pelos isoladores. São utilizadas
estruturas em concreto, metálicas com perfis de aço galvanizado ou postes de aço. A
escolha dos tipos de estruturas a serem utilizados em uma linha de transmissão (LT)
depende de vários fatores, como: espaçamento máximo e mínimo entre fases; configuração
dos isoladores; ângulo de proteção do cabo para-raios; distâncias elétricas mínimas entre
os pares energizados e as torres; flecha dos condutores; número de circuitos e altura de
segurança. A classificação das estruturas pode ser feita de acordo com sua função, a forma
de resistir ou o material usado em sua confecção. Logo, o dimensionamento e a escolha da
estrutura dividem-se em dois grandes grupos que apresentam características distintas. São
as autoportantes e as estaiadas.
● Autoportantes (rígidas, flexíveis, mistas ou semirrígidas): sustentadas pela
própria estrutura sobre quatro apoios ao solo.
● Estaiadas (de características flexíveis ou mistas): são sustentadas por cabos
presos ao solo que absorvem parte dos esforços horizontais. Um terceiro tipo surgiu por
meio das estruturas monomastro, as quais são uma evolução das estaiadas, com utilização
de menor quantidade de aço.
Quanto à função, são classificadas de forma a atenderem às cargas em
determinada direção: verticais, horizontais transversais ou horizontais longitudinais.
São utilizados alguns tipos distintos de conversores para sistemas HVDC, onde sua
diferença se dá em função da aplicação que se deve atuar; pode-se listar como opções de
conversores para sistema HVDC os seguintes tipos:
• CSC – Current Source Converter (Conversor por Fonte de Corrente);
• VSC – Voltage Source Converters (Conversor por Fonte de Tensão);
• LCC – Line Commutated Converters (Conversor de comutação pela linha ou
Conversor de comutação Natural);
• SCC – Self Commutaded Converters (Conversores Auto-Comutados);
• CCC – Capacitor Commutend Converters (Conversor de comutação por Capacitor).
Etapa 02

2 – A linha de transmissão que você está projetando precisa atravessar


um afluente do Rio Madeira que na época das cheias pode apresentar até 250m
de uma margem à outra. Por segurança, as torres devem distar 80m das
margens, que devido à irregularidade do relevo, provam um desnível vertical de
10m entre as torres de igual tamanho. Calcule a altura mínima dos condutores
nas torres, admitindo: fator de segurança igual a 4, vento de 40 kg/m²,
navegação permitida para mastros de até 20m.

410 m

Figura 01 – Esquematização do problema descrito na atividade


Fonte: Fabiano Andrade, 2011.
𝑎 = 7,33
𝐷𝑢 = 230
𝐷𝑢
𝐷 = 𝑎 + 0,01 ( − 50)
√3

230
𝐷 = 7,33 + 0,01 ( − 50)
√3

𝐷 = 8,158 𝑚

Aplicando o fator de segurança:

𝐷 = 4 . 8,158

𝐷 = 32,63𝑚

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