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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

INSTITUTO POLITÉCNICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

PEDRO AUGUSTO DA SILVA RAMOS

DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTOS RIGIDOS DE SUBESTAÇÕES DE


SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO (34,5 kV)

BELO HORIZONTE
2023
PEDRO AUGUSTO DA SILVA RAMOS

DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTOS RIGIDOS DE SUBESTAÇÕES DE


SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO (34,5 kV)

Trabalho final sobre dimensionamento de


barramentos rígidos, da disciplina de
Subestações de Energia Elétrica do
Instituto Politécnico da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.

Orientador: Prof. Edgard Torres

Belo Horizonte
2023
RESUMO

As subestações de energia elétrica são essenciais no sistema de distribuição,


desempenhando papéis como elevação e redução de tensão, controle de fluxo e
proteção contra sobrecargas. Seus componentes principais incluem
transformadores, disjuntores, chaves de manobra, painéis de controle e para-raios.
A importância das subestações reside na estabilidade do sistema elétrico,
gerenciamento de demanda, prevenção de sobrecargas e rápida recuperação após
falhas. Avanços recentes incluem automação, controle digital, monitoramento remoto
e integração de energias renováveis, tornando as subestações mais eficientes e
sustentáveis. Em resumo, elas desempenham um papel central na infraestrutura
elétrica global, contribuindo para um sistema mais eficiente e confiável.

Palavras-Chave: Subestações, Energia Elétrica, Distribuição e Transmissão,


Estabilidade, Sustentabilidade, Barramentos Rígidos.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 5
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................... 5
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 5
1.3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 6
2 BARRAMENTOS .......................................................................................................... 8
2.1 EXEMPLOS DOS COMPONENTES ..................................................................... 9
2.1.1 BARRAMENTOS TUBULARES DE ALUMÍNIO ........................................... 9
2.1.2 CONECTORES ................................................................................................ 11
2.1.3 ISOLADORES .................................................................................................. 13
3 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 16
3.1 DADOS PARA DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTOS DE 34,5 KV .... 16
3.2 CÁLCULOS ELÉTRICOS E TÉRMICOS ............................................................ 16
3.3 CORRENTE NOMINAL NO BARRAMENTO ..................................................... 16
3.4 DIMENSIONAMENTO DO BARRAMENTO UTILIZANDO O CRITÉRIO
MECÂNICO............................................................................................................................. 20
3.4.1 DILATAÇÃO DO BARRAMENTO ................................................................. 20
3.4.2 FLECHA MÁXIMA ........................................................................................... 20
3.4.3 TENSÕES DE FLEXÃO ................................................................................. 21
4 DESENHO DE ARRANJO MECANICO E VÃOS NA SE ..................................... 29
5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 30
6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................ 30
5

1 INTRODUÇÃO

O projeto de barramentos rígidos em subestações de sistemas de


transmissão e distribuição é crucial para assegurar a eficiência e a segurança do
sistema elétrico. Esses barramentos, que conectam os equipamentos elétricos, são
fundamentais para a transferência segura de energia. O dimensionamento adequado
envolve considerações detalhadas, como carga prevista, corrente de curto-circuito,
queda de tensão e coordenação eletromagnética.
Engenheiros elétricos utilizam software de simulação e cálculos precisos
para determinar as seções transversais ideais, considerando as correntes de curto-
circuito para garantir a resistência necessária durante falhas no sistema elétrico.
Além disso, o dimensionamento aborda a distribuição eficiente da corrente elétrica,
minimizando perdas por efeito Joule e mantendo a tensão dentro dos limites
aceitáveis em toda a subestação.
A coordenação eletromagnética é essencial para prevenir interferências
entre os barramentos e outros equipamentos, assegurando a operação segura e
estável do sistema. O dimensionamento dos barramentos em subestações é um
processo técnico complexo, demandando análises detalhadas para garantir a
confiabilidade, segurança e eficiência do sistema elétrico. Engenheiros elétricos
empregam métodos avançados de simulação e cálculos precisos para assegurar
que os barramentos atendam às condições operacionais esperadas e às demandas
energéticas de forma confiável.

1.1 OBJETIVOS

Dimensionar barramentos rígidos aplicados em subestações de sistemas de


transmissão e distribuição de energia elétrica.

1.2 JUSTIFICATIVA
O projeto dos barramentos rígidos em subestações de sistemas de
transmissão e distribuição de energia elétrica desempenha um papel crucial na
eficiência e segurança do sistema. Este procedimento implica em análises
minuciosas da carga elétrica, corrente de curto-circuito, queda de tensão e
coordenação eletromagnética.
6

Profissionais de engenharia elétrica empregam softwares especializados e


cálculos avançados para definir as dimensões ideais dos barramentos, garantindo
que possam suportar as exigências atuais e futuras, resistindo a falhas. Ademais, o
cumprimento rigoroso de normas e regulamentos é essencial para assegurar a
conformidade com padrões de segurança estabelecidos.

1.3 METODOLOGIA

Para dimensionamento do barramento rígido na posição vertical, de uma


subestação de 34,5 kV, serão utilizados os textos e normas disponibilizadas pelo
professor da disciplina, seguindo os tópicos conforme apresentado a seguir:

• A determinação das dimensões do barramento tubular deverá aderir


às diretrizes estabelecidas pela concessionária como parâmetro.
• O dimensionamento deve identificar o diâmetro adequado do tubo de
alumínio que satisfaça todos os requisitos elétricos, térmicos e
mecânicos para a implementação.
• Todos os cálculos efetuados, abrangendo aspectos elétricos, térmicos
e mecânicos, devem ser apresentados de forma completa.
• As informações relativas aos tubos estão disponíveis nas tabelas ao
final da instrução de referência.
• É necessário explorar os sites na internet das empresas fabricantes
de alumínio no Brasil, tais como CBA – Companhia Brasileira de
Alumínio, Alumi Copper, Hyspex e Shockmetais.
• Os sites dos fabricantes brasileiros de conectores para tubos de
alumínio, como Hubbell (Burndy), Polimetal, PLP e Mawwell, devem
ser consultados.
• Os fabricantes brasileiros de isoladores de pedestal, incluindo
porcelana, poliméricos e epóxi, como CST – Ceramica Santa
Terezinha, Grantel Equipamentos, PPC Santana e ATS Elétrica,
devem ser consultados online.
7

• Os materiais gráficos devem incluir ilustrações provenientes dos sites


relacionados a Alumínio, Conectores para tubos de alumínio e
Isoladores de pedestal de porcelana.
• É necessário detalhar os tipos e quantidades de isoladores que
suportarão os tubos do barramento, sendo recomendado o uso de
isoladores de Epóxi para 34,5 kV.
• Deve ser fornecido um desenho básico ou ilustração representando a
disposição física do barramento, incluindo o arranjo eletromecânico
em planta e corte.
8

2 BARRAMENTOS

Barramentos rígidos e flexíveis desempenham funções essenciais em


sistemas elétricos, sendo projetados para aplicações distintas. Barramentos rígidos,
constituídos por materiais sólidos como cobre ou alumínio, oferecem rigidez e são
ideais para instalações fixas, como subestações, proporcionando uma transferência
estável de energia. Por contraste, os barramentos flexíveis consistem em fios
condutores revestidos, conferindo flexibilidade e mobilidade. São fundamentais em
cenários com movimentação constante, como em equipamentos industriais,
assegurando uma conexão elétrica segura mesmo diante de flexões e torções
frequentes. A escolha entre eles está intrinsecamente ligada às exigências da
aplicação: os barramentos rígidos proporcionam estabilidade em ambientes
estáticos, enquanto os flexíveis oferecem durabilidade e adaptabilidade em sistemas
sujeitos a movimentos regulares. Ambos desempenham papéis cruciais na garantia
de uma conexão elétrica segura e eficiente em diversas situações e ambientes.
No âmbito dos sistemas elétricos, barramentos de montagem horizontal e
vertical representam componentes vitais, cada qual adequado a diferentes limitações
de espaço. Barramentos horizontais, instalados em um plano horizontal, são ideais
para locais amplos com restrições de altura. Propiciam uma distribuição eficiente de
energia em espaços horizontais abrangentes, como em painéis elétricos. Em
contraste, barramentos verticais são montados de cima para baixo, sendo mais
apropriados para espaços altos e estreitos, onde a largura é limitada. A escolha
entre eles depende das características específicas do local de instalação, sendo os
barramentos horizontais preferíveis quando há mais espaço em largura, e os
verticais ideais para ambientes altos e estreitos, adaptando-se às diversas
necessidades de distribuição de energia elétrica.
Este trabalho se concentrará exclusivamente nos barramentos rígidos de
alumínio em montagem vertical de 34,5 kV.
9

Figura 1 – Barramentos em montagem vertical 34,5 kV.

Fonte: Orientações e dados para dimensionamento de barramentos rígidos.

2.1 EXEMPLOS DOS COMPONENTES

2.1.1 BARRAMENTOS TUBULARES DE ALUMÍNIO

Tubos de alumínio desempenham um papel crucial em sistemas elétricos,


especialmente em ambientes industriais, devido às suas características como
excelente condutividade elétrica, leveza, resistência à corrosão e facilidade de
instalação. No entanto, é crucial observar que o alumínio possui uma condutividade
elétrica inferior em comparação com o cobre, o que pode demandar seções
transversais maiores para lidar eficientemente com correntes elétricas mais
substanciais. Além disso, ao utilizar esses tubos, é necessário considerar as
conexões e a compatibilidade com outros materiais, sendo essencial garantir que a
instalação esteja em conformidade com padrões de segurança a fim de prevenir
possíveis riscos elétricos e de segurança.
10

Figura 2 – Tubos de alumínio.

Fonte: Site Central de Metais (2023).

A liga de alumínio 6061 é amplamente empregada em aplicações elétricas devido à


sua condutividade elevada, resistência à corrosão e robustez mecânica, sendo
apropriada para situações com elevadas cargas. Adicionalmente, destaca-se por sua
capacidade de resistir ao desgaste e à fadiga superficial. No momento da seleção de
uma liga de alumínio para linhas de transmissão, é essencial ponderar sobre a
composição adequada. A empresa Coppermetal, anteriormente conhecida como
Alumi Copper, especifica a liga 6101 para condutores e barramentos elétricos,
justificada pela sua notável condutividade elétrica, resistência eficaz à corrosão e
força mecânica. As Tabelas 1, 2 e 3 apresentarão os dados relativos a essa liga.

Tabela 1 – Composição Química da Liga

Fonte: Catálogo Alumínio Coppermetal (2020)


11

Tabela 2 – Propriedade Mecânicas do Alumínio

Fonte: Catálogo Alumínio Coppermetal (2020)

Tabela 3 – Propriedade Físicas do Alumínio

Fonte: Catálogo Alumínio Coppermetal (2020)

2.1.2 CONECTORES

Os conectores destinados a barramentos desempenham um papel crucial nos


sistemas elétricos ao proporcionarem uma interconexão segura e eficaz entre
diversas partes do barramento. Construídos com materiais de elevada
condutividade, como cobre ou alumínio, esses conectores estão disponíveis em uma
variedade de desenhos para atender a diferentes exigências. Alguns são isolados
para prevenir contatos acidentais, enquanto outros são projetados visando facilidade
de instalação, sendo indispensáveis em ambientes industriais elétricos. Entre as
opções disponíveis estão conectores de compressão, parafusados, de encaixe
rápido e designs especiais, cada um atendendo a requisitos específicos. A seleção
12

criteriosa do tipo de conector é essencial para assegurar uma conexão robusta,


permitindo o transporte eficiente e seguro de corrente elétrica no sistema. Consultar
um especialista em sistemas elétricos ao escolher e instalar conectores para
barramento é sempre recomendado, garantindo assim a integridade e eficiência do
sistema elétrico.
A linha POWERFORMED BUSLIGN™ oferece uma variedade de conectores e
acessórios, abrangendo tipos soldados e aparafusados. Os acessórios da linha
BUSLIGN™ são categorizados em duas classes: alta tensão até 250 kV e extra-alta
tensão até 500 kV, com opções anticorona projetadas para lidar com os efeitos de
RIV e Corona. Além disso, a linha POWERFORMED BUSLIGN™ inclui sistemas de
barramentos e emendas de tubos. Os sistemas de barramentos pré-fabricados
reduzem a necessidade de soldas durante a montagem em campo, otimizando o
tempo de construção e, consequentemente, reduzindo o custo total da subestação.

Figura 3 – Conectores

Fonte: Catalogo PLP do Brasil.


13

2.1.3 ISOLADORES
Isoladores assumem um papel essencial nas subestações de energia, sendo
escolhidos de acordo com requisitos específicos. Os isoladores de porcelana se
destacam por sua robustez, sendo particularmente adequados para subestações de
alta tensão devido à sua resistência mecânica e isolamento elétrico eficaz.
Isoladores de epóxi, caracterizados pela leveza e versatilidade, são preferidos em
subestações de média tensão, graças à sua resistência à contaminação e
capacidade de personalização. Em ambientes poluídos, os isoladores de vidro se
destacam, demonstrando resistência a choques térmicos e mecânicos. Por sua vez,
os isoladores poliméricos, leves e capazes de resistir a impactos, são ideais para
áreas urbanas, oferecendo resistência a vandalismo e condições climáticas
adversas.
Isoladores específicos, como pedestais, ancoragem e disco, desempenham
funções cruciais na garantia da segurança e integridade do sistema elétrico. A
seleção cuidadosa desses componentes é vital para manter a infraestrutura elétrica
operacional em diversas condições.
Figura 4 – Isolador Pedestal BIL 110 a 250 kv

Fonte: PPCSantana (2023)


14

Figura 5 – Isolador Pedestal BIL 230 a 550 kv

Fonte: PPCSantana (2023)

Figura 6 – Isolador Pedestal BIL 650 a 7550 kv

Fonte: PPCSantana (2023)


15

Figura 7 – Isoladores de Epóxi

Fonte: ATS Elétrica (2023)

Figura 8 – Isoladores de Suspensão

Fonte: PPCSantana (2023)


16

3 DESENVOLVIMENTO

Como o número de matrícula do autor deste trabalho é ímpar (671423), o


trabalho realizado será para barramentos verticais de 34,5kV.
Para as condições ambientais considerar as subestações localizadas na
Grande BH, temperatura ambiente 40° C e velocidade do vento 0,61 m/s.

3.1 DADOS PARA DIMENSIONAMENTO DE BARRAMENTOS DE 34,5 KV

Corrente nominal (A) 1000


Potência nominal (MVA) 60
Corrente de curto-circuito (A) 12000
NBI (kV) 200
Tempo de eliminação de falta (ms) 800
Tamanho e quantidade dos vãos 10 vãos de 6,00m
Espaçamento entre fases Consultar tabela de Níveis de Isolamento
– Distâncias Elétricas
Comprimento total do barramento (m) 60
Tipo de montagem Vertical

3.2 CÁLCULOS ELÉTRICOS E TÉRMICOS

Nesta seção do projeto, iremos avaliar a corrente nominal, a temperatura


máxima no barramento durante curtos-circuitos e o fenômeno de corona. Será
necessário contemplar as expansões futuras do projeto, as sobrecargas
aceitáveis nos transformadores de potência, optando pelos tubos disponíveis
em estoque sempre que viável.

3.3 CORRENTE NOMINAL NO BARRAMENTO

Ao realizar o dimensionamento do barramento, é crucial contemplar


diversos fatores, incluindo as configurações térmicas e elétricas. Nesse
contexto, torna-se imperativo considerar a corrente nominal do barramento e a
17

temperatura máxima durante um curto-circuito.


Para determinar o diâmetro nominal do tubo, a norma 02.118-COPDEN-
0079 estipula que a temperatura máxima no tubo condutor, seja ele de
alumínio ou cobre, não deve ultrapassar os 70°C. Essa condição é
estabelecida considerando uma velocidade do vento de 0,61 m/s e uma
temperatura ambiente de 40°C. Os incrementos de temperatura decorrentes da
condução elétrica, em relação ao diâmetro cerâmico, estão em conformidade
com as especificações do item 3.1. Portanto, a escolha do material cerâmico
deve levar em conta não apenas a corrente nominal, mas também uma
tolerância de 20% para possíveis sobrecargas.
Corrente nominal, considerar: 1.000 A.
Calculo da corrente considerando fator de sobrecarga em 20%:
𝐼𝑒 = 𝐼𝑛 ∗ 1,2
𝐼𝑒 = 1.000 ∗ 1,2
𝐼𝑒 = 1200𝐴
Pela tabela 4 foi selecionado o tubo de 2’’/ 50 mm, com a capacidade de
condução de 1236A .

Tabela 4 – Corrente Nominal em Tubos de Alumínio Tipo Normal – Uso Externo

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido


18

Após determinar a seção do condutor, a primeira verificação a ser


realizada é em relação considerando que a corrente de curto-circuito no final
dos cálculos é maior que a máxima admissível pelo tubo escolhido. O cálculo
da corrente de curto-circuito para um tubo de alumínio é definido por:

Tabela 5 – Característica Mecânica em Tubo de Alumínio de Tipo Normal

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido

𝑠 𝑇2 + 258
𝐼𝑐𝑐 = 2,17 𝑥 104 ∗ ∗ √𝑙𝑜𝑔( )
√𝑡 𝑇1 + 258

6,936 164 + 258


𝐼𝑐𝑐 = 2,17 𝑥 104 ∗ ∗ √𝑙𝑜𝑔( )
√1 70 + 258

𝐼𝑐𝑐 = 49939 𝐴

t = Tempo de eliminação da falta(s) = 800ms;


Icc = Corrente de Curto (A) = 12000A;
19

S = Seção de tubo do condutor (cm²) = 2“ S= 6.936 cm²;


T1 = 70ºC p/ Alumínio e Cobre;
T2 = 164ºC p/ Alumínio.
Logo:

6,936 164 + 258


𝐼𝑐𝑐 = 2,17 𝑥 104 ∗ ∗ √𝑙𝑜𝑔( )
√0,8 70 + 258

𝐼𝑐𝑐 = 55668 𝐴
Considerando que a corrente de curto-circuito definida para o projeto é de
12.000 A, é possível concluir que o barramento atende aos requisitos necessários
quanto a capacidade da corrente de curto-circuito. Um ponto a ser observado é que
quanto menor tempo for a exposição de um tubo a corrente de curto circuito maior
será a sua capacidade de curto-circuito. É possível concluir isso através da tabela 6,
onde foi calculada a corrente de curto considerando o tempo de 1 segundo, 200ms a
mais do que o estipulado para o trabalho.

Tabela 6 – Correntes de Curto Máximas Admissíveis em Tubos de Alumínio e Cobre –


Esforço Térmico

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido


20

3.4 DIMENSIONAMENTO DO BARRAMENTO UTILIZANDO O CRITÉRIO


MECÂNICO

Para analisar a capacidade do barramento em resistir a esforços mecânicos,


é fundamental levar em consideração as diversas solicitações que incidem sobre
ele. Na situação mais desfavorável, as pressões oriundas do vento, do próprio peso
do tubo e das forças de atração entre tubos durante um curto-circuito atuam
simultaneamente sobre o barramento. O procedimento consiste em calcular a
resultante dessas forças para determinar se o diâmetro escolhido é adequado para
suportar os esforços mecânicos necessários pelo sistema, especialmente quando o
barramento está disposto na vertical, conforme especificado no item 3.1.

3.4.1 DILATAÇÃO DO BARRAMENTO

O cálculo da dilatação do barramento é dado por 𝐿 = 𝐿0(1 + ∝Δ𝑇).


Onde:

L = Comprimento final em cm
𝐿 = Comprimento inicial em cm 0
∝ = Coeficiente de dilatação linear em cm/cm. ºC
Δ𝑇 = Acréscimo de temperatura em ºC

𝐿 = 600𝑥(1 + 23−6 𝑥 30) = 600,414𝑐𝑚

Nessas condições, o barramento de 6 metros poderá sofrer dilatação de até


0,414 cm nas condições estabelecidas ou 4,14 m se considerarmos o barramento
total com 60 metros.

3.4.2 FLECHA MÁXIMA

Geralmente, a restrição da máxima deflexão de um barramento em


condições normais é frequentemente determinada mais por considerações
estéticas do que por critérios mecânicos. Alguns projetistas definem a máxima
deflexão como sendo equivalente ao diâmetro do tubo a ser utilizado. Para avaliar
21

a capacidade do tubo em resistir aos esforços mecânicos, são considerados tanto a


máxima deflexão quanto as tensões de flexão. A máxima deflexão para um vão de
6 metros (600 cm) será:
𝐿
Para vãos contínuos temos 𝑓𝑚𝑎𝑥 = 200 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠:
600
𝑓𝑚𝑎𝑥 = = 3 𝑐𝑚
200
O caso I da tabela 7 será desconsiderado, devido ao fato de não se aplicar a
vãos contínuos. Será analisada a tabela de flechas máximas para verificar qual será
o pior caso. Neste caso, Lm = 1000.
1000
𝑓𝑚𝑎𝑥 = = 5 𝑐𝑚
200
O que demonstra que o tubo selecionado atende ao critério de flecha
máxima.

Tabela 7 – Flechas Máximas para Tubos Tipo Normal de Alumínio e Cobre

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido


3.4.3 TENSÕES DE FLEXÃO

O alumínio tem resistência máxima à flexão de 1760 kgf/cm². Porém, por


razões de segurança, o valor máximo utilizado em projetos é de 1200 kgf/cm².
Retornando ao pior caso, considerando uma viga com suporte simples e vãos
isolados, a tensão de flexão pode ser calculada da seguinte forma:
22

𝑀𝑡
‫=ט‬ 𝑊

O cálculo do carregamento total com cargas adicionais leva em


consideração o peso do barramento, o carregamento devido ao vento e o
carregamento devido ao curto circuito.

3.4.3.1 TENSÕES DE FLEXÃO

A tabela 8 define o peso próprio do tubo.

Tabela 8 – Caracteristicas Mecânica dos Tubos Tipo Normal de Alumínio e Cobre

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido

Peso próprio do tubo selecionado em é kgf/cm 0,01875, ou 112,5 kgf nos


60 metros de extensão do tubo.
Para avaliar a capacidade do barramento em resistir aos esforços mecânicos a
que está submetido, são realizados cálculos que consideram as forças provenientes
do vento, do peso próprio do tubo e da atração entre tubos durante um curto-circuito.
Na situação mais desfavorável, todas essas forças atuam simultaneamente sobre o
23

barramento, demandando o cálculo da resultante entre elas. Especificamente,


quando o barramento está na posição vertical, os esforços mecânicos são
calculados de acordo com o procedimento descrito a seguir.

3.4.3.2 ESFORÇO DEVIDO AO VENTO

A força exercida pelo vento é função do diâmetro do tubo e da velocidade do


vento e pode ser descrita pela fórmula abaixo.

0,0045 ∗∝∗ 𝑉 2
𝑃𝑉 = ∗𝐷
104

PV – Carregamento devido ao vento em kgf/cm

∝ - Coeficiente de efetividade (0,8 para superfícies cilíndricas)

V – Velocidade do vento em km/h

D – Diâmetro externo do tubo em cm

Simplificando encontramos:

𝑃𝑉 = 𝑞 ∗ 𝐷
24

Tabela 9 – Corrente Nominal em Tubos de Alumínio Tipo Extra Pesadol – Uso Externo

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido

Logo:

Q = 0,0045 kgf

D = 60,33mm

𝑃𝑉 = 0,0045 ∗ 6,032= 0,02714 kgf/cm

Considerando o tubo de bitola 2” com diâmetro externo de 6,032 cm, velocidade


do vento de 110 km/h e vão de 6 metros, o carregamento devido ao vento será de
0,02714 kgf/cm, o que equivale a uma força de 162,84 kgf distribuída ao longo do
barramento.

3.4.3.3 ESFORÇO DEVIDO A CURTO CIRCUITOS

Quando duas ou mais correntes percorrem condutores paralelos, ocorre uma


força de atração ou repulsão entre eles. A intensidade dessa força depende das
correntes e dos ângulos de fase entre elas. A Tabela 10 apresenta diversos cenários
25

de curtos-circuitos, juntamente com as fórmulas para o cálculo das forças


resultantes.
Tabela 10 – Tipos de Curto Circuito e Formulas de Cálculo de Esforços

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido

Dado que a falta monofásica é a ocorrência mais frequente nos sistemas


trifásicos, optou-se por considerá-la como a condição mais desafiadora para validar
a seleção do diâmetro da barra, concluindo assim a análise dos critérios mecânicos.
A escolha da natureza do curto-circuito 4 foi feita para estabelecer um paralelo de
análise entre as duas situações.
𝐼2
Natureza 1 𝐹𝑐 = 1,63 ∗ 10−7 * 𝑑
𝐼2
Natureza 4 𝐹𝑐 = 1,41 ∗ 10−7 * 𝑑

A distancia entre as fases foram consultadas na tabela de distâncias de


isolamento:
26

Tabela 11 – Distancias de Isolamento

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido

Para co caso 1:
120002
𝑃𝑐1 = 1,63 𝑥 10−7 = 0,2934 kgf/cm,
80

Para o caso 4:
120002
𝑃𝑐4 = 1,41 𝑥 10−7 = 0,2538 kgf/cm,
80

Como temos as barras organizadas de forma vertical, a resultande da força é


calculada como demonstrada na figura 13.

Figura 13 – Cálculo dos esforços mecânicos plano vertical

Fonte: Dimensionamento de barramentos tubulares para subestações - CEMIG

PT - Carregamento total com cargas adicionais em kgf/cm


PV – Carregamento devido ao vento em kgf/cm
27

PC - Carregamento devido a curto circuito em kgf/cm

P𝑡1 :

𝑃𝑐1 = √0,02714 2 + (0,01875 + 0,2934)2 = 0,3133 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚


P𝑡4 :

𝑃𝑐4 = √0,02714 2 + (0,01875 + 0,2538)2 = 0,2738 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚

P𝑇1

𝑃𝑇1 = P𝑡1 ∗ 𝑙
𝑃𝑇1 = 600 ∗ 0,3133 = 187,98𝑘𝑔𝑓
P𝑇4

𝑃𝑇4 = P𝑡4 ∗ 𝑙
𝑃𝑇4 = 600 ∗ 0,2738 = 187,98𝑘𝑔𝑓

Foi calculado então momento fletor total:

Para co caso 1:

600
𝑀𝑡 = 187,87 ∗ = 14025 kgf.cm
8

Para co caso 4:

600
𝑀𝑡 = 164,24 ∗ = 12321kgf. cm
8

Tensão de flexão máxima do vão:


𝑀𝑡
‫=ט‬
𝑊

Onde o módulo de resistência (W) é dado peta tabela:


28

Tabela 12 – Características Mecânicas dos Tubos de Alumínio – Tipo Extra Pesado

Fonte: Instruções para Dimensionamento de Barramento Rígido

Para co caso 1:

‫ = ט‬14025/11,98 = 1170,70

Para co caso 4:

‫ = ט‬12321/11,98 = 1028,46

Em ambas situações mais severas o barramento de 2’’ resiste a todos os critérios


estabelecidos pela norma.
29

4 DESENHO DE ARRANJO MECANICO E VÃOS NA SE

Figura 14 – Vãos da Subestação

Fonte: Site Vorbe - Projeto Subestação

Figura 15 –Arranjo de Subestação Primaria

Fonte: EQUIP. DE ALTA E MÉDIA TENSÃO GERAL - CRITÉRIO DE DESIGN - SUBESTAÇÃO


PRIMARIA
30

5 CONCLUSÃO

A partir desta pesquisa, é possível compreender mais sobre os assuntos que


tangem a elaboração e a execução de projetos de uma subestação, com ênfase
particular na complexidade associada ao dimensionamento da seção do barramento.
Após submeter o barramento a estudos abrangentes, garantimos que ele atende aos
requisitos térmicos, elétricos e mecânicos. Em relação à subestação de 34,5 kV,
com uma corrente nominal de 1.000 A e condutores de alumínio convencionais,
entre outros fatores considerados, a análise concluiu que uma seção de 2 polegadas
do barramento demonstrou de forma robusta atender aos critérios necessários para
resolver a questão inicial. Levando em consideração a perspectiva de possíveis
expansões futuras na subestação, propõe-se, ocasionalmente, a adoção de tubos
com uma capacidade de condução de corrente mais elevada.

6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CEMIG, COPDEN. Companhia Energética de Minas Gerais. Norma


dimensionamento Barramentos tubulares para subestações. – Belo Horizonte,
1994.

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