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Geração, Transmissão e Distribuição de Energia – ETEC José Rocha Mendes

Introdução Linhas de Transmissão


de Energia Elétrica - 2

Representação de Linhas de Transmissão

Em linhas aéreas, os condutores são suspensos à torre e isolados dela e entre si por
cadeias de isoladores onde o número de isoladores por cadeia é determinado pela
tensão da linha. A figura mostra uma linha de transmissão de 500KV (sistema de
Furnas). Cada cadeia de isoladores
possui 26 isoladores. Os dois braços
mais curtos, acima dos condutores das
fases, suportam fios chamados de
cabos de cobertura e protegem os
condutores das fases das descargas
atmosféricas. São usualmente de aço,
de diâmetro muito menor do que os
condutores das fases e, são quase não
visíveis na fotografia da figura, mas são eletricamente conectados à torre e, portanto,
estão ao mesmo potencial da terra. Atualmente utilizam-se, também, os cabos OPGW.

Um problema muito importante no projeto e na operação de um sistema de potência


é a conservação da tensão dentro de limites especificados em vários pontos do
sistema, nesta apostila vamos desenvolver algumas abordagens pelas poderemos
calcular a tensão, a corrente e a potência em qualquer ponto de uma linha de
transmissão, quando estes valores são conhecidos num outro ponto, usualmente em
uma extremidade da linha. Nos modernos sistemas de potência são usados
computadores que, em tempo real que recebem continuamente dados de todo o
sistema, os quais são processados com a finalidade de manter o controle ou, ainda,
de se obter informações. Os fluxos de carga realizados pelos computadores fornecem

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respostas rápidas às questões referentes aos efeitos do chaveamento de linhas que


são colocadas (ou retiradas) do sistema ou, ainda, de variações nos parâmetros das
linhas.

Uma linha de transmissão possui quatro parâmetros: resistência e indutância, que


constituem a impedância em série da linha; capacitância e condutância, que
determinam a admitância em paralelo entre linhas, ou entre linha e neutro. As
equações gerais que relacionam tensão e corrente em uma linha de transmissão
partem do princípio de que esses quatro parâmetros da linha, são distribuídos ao longo
da linha.

No que se refere aos cálculos onde intervém a capacitância, são consideradas linhas
curtas as linhas aéreas de 60Hz com extensão de até 80 km (50 milhas). As linhas
aéreas de 60Hz com extensão de 80 km (50 milhas) até 240 km (150 milhas) são
consideradas médias. Em linhas aéreas com extensão maior que 240km (150 milhas),
é necessário realizar os cálculos em termos de parâmetros distribuídos, quando for
requerido um elevado grau de precisão, embora, para alguns propósitos, possa ser
usada uma representação em termos de parâmetros concentrados para linhas de até
320 km (200 milhas).

Se uma linha aérea é classificada como curta, a capacitância em derivação é tão


pequena que pode ser inteiramente desprezada sem perda apreciável de precisão, e
é suficiente considerar apenas a resistência em série R e a indutância em série L para
todo o comprimento da linha.

Gerador alimentando uma carga equilibrada


ligada em Y por meio de uma linha de transmissão

O diagrama acima mostra um gerador conectado em Y, alimentando uma carga


equilibrada, também, conectada em Y, através de uma linha de transmissão curta. Os

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valores de R e de L são mostrados como parâmetros concentrados. No que se refere


às medidas tomadas nas extremidades da linha, não há diferença entre a
representação com parâmetros concentrados ou distribuídos, quando é desprezada a
admitância em derivação, uma vez que neste caso a corrente será a mesma ao longo
de toda a linha. O gerador é representado por uma impedância conectada em série
com a FEM do gerador por fase.

De acordo com a teoria dos circuitos trifásicos, num sistema equilibrado não há
corrente circulando pelo condutor que une o neutro do gerador “o” e o neutro da carga
“n”, uma vez que a soma das correntes nesses nós é zero. Portanto os pontos “o” e
“n” estão no mesmo potencial. Dessa forma podemos considerar uma das malhas do
sistema trifásico para ser o circuito objeto dos cálculos. O diagrama a seguir ilustra
isso.

Circuito equivalente monofásico do circuito do


diagrama anterior

Os cálculos feitos para essa malha (para esse circuito) são estendidos para o circuito
trifásico todo, lembrando que as correntes nas outras duas fases tem o mesmo módulo
e apresentam defasagens de 120º e 240º. Não importa se a carga, dada por sua
tensão, potência e fator de potência, esteja ligada em Δ ou em Y, uma vez que a
ligação Δ pode ser substituída por seu Y equivalente.

Uma linha de média extensão pode ser representada com precisão suficiente por
parâmetros R e L concentrados e com metade da capacitância ao neutro por fase
concentrada em cada extremidade do circuito equivalente, o que é apresentado no
diagrama a seguir.

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Circuito equivalente monofásico do circuito


de uma linha de transmissão de média extensão

Para estabelecer uma diferença entre a impedância total em série e a impedância em


série por unidade de comprimento de uma linha, será adotada a seguinte
nomenclatura:
z = impedância em série por fase por unidade de comprimento.
y = admitância em derivação por fase ao neutro por unidade de comprimento,
l = comprimento da linha.
Z = z.l impedância total em série por fase.
Y = y.l = admitância total em derivação por fase ao neutro.

Linha de Transmissão de Curta Extensão


O circuito equivalente de uma linha de transmissão curta é apresentado como a seguir,

Circuito equivalente de uma linha de


transmissão curta

O circuito é resolvido como um circuito de CA série simples. Não existindo ramos de


derivação, a corrente é a mesma nas duas extremidades da linha, assim,

IS = IR

A tensão no gerador será,

VS = VR + IR.Z

Onde, Z tem por valor z.l, a impedância total em série da linha.

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O efeito da variação do fator de potência na carga sobre a regulação de tensão da


linha é mais bem compreendido para a linha curta e por isto será considerado neste
ponto. A regulação de tensão de uma linha de transmissão pode ser definida como a
variação da tensão nos terminais da carga em condições de plena carga e de vazio,
tomada como porcentagem da tensão de plena carga, mantando constante a tensão
no gerador. Assim,

| |−| |
çã %= 100
| |

Onde:
|VNL| é o módulo da tensão nos terminais da carga em vazio
|VFL| é o módulo da tensão nos terminais da carga em condições de plena carga

Quando a carga de uma linha de transmissão curta, como a representada pelo circuito
anterior, é removida, a tensão nos terminais do lado da carga é igual à tensão nos
terminais do gerador. Com a carga conectada, a tensão nos terminais da carga é VR,
sendo |VR|=|VFL|. A tensão no gerador será VS, sendo |VS|=|VNL|.

O princípio da regulação pode ser representado pelos diagramas fasoriais conforme


a figura a seguir. Os diagramas correspondem aos mesmos valores de tensão e
corrente na carga e mostram que é necessária uma tensão maior no gerador para
manter uma dada tensão na carga, quando a corrente está atrasada (carga indutiva)
do que quando a corrente e a tensão estão em fase (FP=100%). A indutância de uma
linha de transmissão é maior que sua resistência.

FP da carga 70% atrasado FP da 100% FP da carga 70% adiantado

Quando tivermos na carga a corrente adiantada em relação à tensão (carga


capacitiva), a tensão no gerador será ainda menor do que no caso de elas estarem

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em fase. Em todos os casos mostrados, a queda de tensão será a mesma, porém,


graças aos diferentes fatores de potência ela será somada à tensão do gerador com
ângulo diferente em cada caso. A regulação será maior para fatores de potência em
atraso (cargas indutivas) e mínima (ou até mesmo negativa) para fatores de potência
em adiantamento (cargas capacitivas).

Linha de Transmissão de Média Extensão


A admitância em paralelo normalmente uma capacitância pura, é incluída no cálculo
de linhas médias extensões.

O circuito chamado de π nominal, mostrado na figura a seguir é de uso mais frequente


para modelagem das linhas de transmissão de médias extensões. No circuito nominal
π , a admitância total em paralelo da linha for dividida em duas partes iguais colocadas
nos terminais do gerador e da carga.

Circuito π nominal para uma linha de média extensão

Considerando esse circuito, a intensidade de corrente na capacitância do lado da


carga é VR.Y/2. A intensidade de corrente no ramo em série (impedância “z”) será
então, IR + VR.Y/2.

Podemos então escrever a expressão da tensão VS:

= . .
2

Ou, ainda,

.
= 1 . .
2

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Para determinar IS, devemos observar que a corrente na capacitância colocada no


lado do gerador é , VS.Y/2. A intensidade de corrente no ramo em série (impedância
“z”) será então, IR + VR.Y/2. Então somando as correntes teremos,

= . .
2 2

".#
Substituindo VS, dado pela expressão =! 1% . . teremos,
$

. .
= . . 1 1 .
4 2

IMPORTANTE: o circuito não representa a linha real, mas uma aproximação da linha
quando ela é dividida em duas ou mais seções, cada qual representada pelo seu
circuito π.

Linha de Transmissão de Longa Extensão: Solução das Equações Diferenciais


Para se conseguir uma solução para qualquer linha de transmissão, bem como, para
se obter um alto grau de precisão no cálculo das linhas de 60 Hz com mais de 240Km
de comprimento, devemos considerar o fato de que os parâmetros da linha são
atribuídos uniformemente ao longo dela e não concentrados.

Diagrama esquemático de uma linha de


transmissão

A figura acima mostra uma fase e o neutro de uma linha trifásica. Não são mostrados
parâmetros concentrados porque vamos considerar a solução da linha com
admitância e impedância distribuídos uniformemente. O mesmo diagrama pode
também representar uma linha monofásica se utilizarmos a impedância em série da
malha no lugar da impedância por fase da linha trifásica e a admitância será a

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admitância em paralelo entre linhas, em lugar da admitância em paralelo entre fase e


neutro da linha trifásica.

Vamos considerar um elemento muito pequeno da linha e calcular as diferenças de


tensão e corrente entre as suas duas extremidades. Seja dx o comprimento desse
elemento e x a distância entre ele e os terminais da carga; a sua impedância em série
será z.dx, sendo y.dx sua admitância em paralelo. Seja V a tensão entre linha e neutro
na extremidade do elemento mais próxima à carga; V será uma expressão complexa
do valor eficaz da tensão, cujos módulo e fase variam ao longo da linha. Na
extremidade do elemento mais próxima do gerador a tensão será V + dV. A elevação
da tensão ao longo do elemento, no sentido de aumento de x, será dV, ou seja, a
diferença entre a tensão no terminal mais próximo do gerador e a tensão no terminal
mais próximo da carga. Esse valor também, será igual ao produto da corrente que
circula no elemento, no sentido oposto ao aumento de x, pela sua impedância, isto é,
I.z.dx. Assim,

)*
' = . (. ' ou = .(
)+

Analogamente a corrente que sai do elemento em direção à carga é I. O módulo e a


fase de I, também, variam com a distância ao longo da linha, por causa da admitância
em paralelo distribuída. A corrente que entra no elemento, procedente do gerador é
I+dI sendo, portanto, dI a diferença entre esta e a que sai do elemento. Essa diferença
será igual à corrente Vydx que circula pela admitância em paralelo do elemento,
assim,

)-
' = ,' onde = ,
)+

Derivando as expressões para Iz e Vy, obtemos:

'$ '
= (.
' $ '

'$ '
= ,.
' $ '

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Das expressões anteriores (substituindo os valores de dI/dx e dV/dx), podemos obter,

'$
= ,(
' $

'$
= ,(
' $

Nessas equações as únicas variáveis são V, I e x. As soluções para essas equações


para V e I, respectivamente, serão expressões cujas derivadas segundas em relação
a x são iguais às expressões originais multiplicadas pela constante yz.

Por exemplo, a solução de V quando derivada duas vezes em relação a x, terá que
ser igual a yzV; isso sugere uma equação tipo exponencial do tipo:

= ./ . √12+ .$ . 3√12+

)4 *
Que é a solução para a equação )+ 4
= ,(

Assim, poderemos chegar às expressões da tensão e da corrente na linha (não e o


nosso objetivo, neste material, aprofundar os conceitos e cálculos diferenciais. Na
bibliografia consta material onde o leitor pode se aprofundar no assunto, se desejar).

. 5 − . 5
= 67 367
2 2

8 8 −
5 5
= 67
− 367
2 2

Onde:
2
5 = 91 é a impedância característica da linha e,

: = ;,( é a chamada constante de propagação.

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As expressões anteriores fornecem os valores eficazes de V e I, bem como, suas


fases em qualquer ponto da linha, em função das distâncias x contadas a partir dos
terminais da carga, supondo-se conhecidos VR, IR e os parâmetros da linha.

Parâmetros elétricos de uma LT

O estudo de parâmetros elétricos de linhas de transmissão é de grande importância


para as diversas áreas de sistemas elétricos de potência, envolvendo análise em
regime permanente, bem como fenômenos de transitórios eletromagnéticos. Um dos
aspectos importantes da modelagem de linhas está relacionado à dependência com
a frequência dos parâmetros longitudinais. Modelos de parâmetros constantes (60 Hz)
não são adequados para simular a resposta da linha em uma faixa extensa de
frequências presentes durante os transitórios. Na maioria dos casos, o modelo a
parâmetros constantes produz distorções que exageram o pico das formas de onda
de tensão e corrente. Ocorre que não é somente a resistência que varia com a
frequência, mas a indutância também. Isto significa que a resposta em frequência da
linha é diferente se a linha for representada através de um modelo a parâmetros
constante ou se for incluída a dependência com a frequência dos parâmetros
longitudinais. Pode-se afirmar que a correta modelagem da linha é essencial para se
reproduzir o comportamento da linha. Uma linha de transmissão de energia elétrica
possui quatro parâmetros que influenciam o seu comportamento como componente
de um sistema de potência, são eles: resistências, indutâncias, capacitâncias e
condutâncias. Um dos aspectos mais importantes na representação da linha consiste
em considerar que os parâmetros da linha são distribuídos ao longo de seu
comprimento e que são variáveis em relação à frequência.

Os parâmetros longitudinais são a resistência e a indutância. A partir desses


parâmetros, é possível obter a matriz de impedância longitudinal do conjunto de
condutores. Os parâmetros transversais são as condutâncias e as capacitâncias. A
partir desses parâmetros é possível obter a matriz de admitância transversal do
conjunto de condutores.

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A resistência dos condutores de uma linha de transmissão é a causa mais importante


da perda de potência em uma linha de transmissão. A resistência efetiva de um
condutor, independentemente de ser corrente contínua ou alternada, pode ser definida
como:

R = Perda de Potência/Ief² (em Ω/Km)

Ief = corrente eficaz

OBS: A resistência é um parâmetro que varia com a temperatura de modo


praticamente linear. Assim, considerando condutores padronizados, os fabricantes de
condutores fornecem tabelas de resistências dos condutores, seja à corrente
contínua, seja à corrente alternada, e em diversas frequências industriais.

A resistência de um condutor pode ser decomposta em três parcelas:

R = Rcc + Ra + Rad (em Ω/Km)

Onde:
Rcc é a resistência à passagem da corrente contínua;
Ra é a resistência aparente, que é provocada pela existência de fluxos magnéticos no
interior do condutor;
Rad é a resistência aparente adicional.

Resistência à Corrente Contínua (Rcc); esta resistência depende essencialmente dos


seguintes fatores:
– Natureza do material do condutor, que é caracterizada pela sua resistividade (ρ);
– Dimensões do condutor, sendo diretamente proporcional ao comprimento (l) e
inversamente proporcional à área de sua seção transversal (S).

<.
55 =
=

Obs.: A resistividade (ρ) de um condutor, por sua vez, depende de outros fatores ou
características:

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- Têmpera do material (é um tratamento térmico para modificar o


endurecimento do material condutor. Por exemplo, têmpera mole => material
mais maleável que outro de têmpera dura);

- Pureza do material (quanto maior o grau de impureza de um condutor, maior


será a resistividade);

- Encordoamento (o encordoamento de filamentos afeta a resistência de cabos


condutores, sendo homogêneos ou não; por exemplo, o enrolamento em forma
de espiral em torno de um fio central faz com que o comprimento real de um
filamento enrolado seja maior que o comprimento do cabo todo, tornando maior
a resistência do que o esperado - estima-se num aumento de 1% ou 2% da
resistência em relação ao mesmo condutor cilíndrico de mesma seção);

- Temperatura (a resistividade cresce com aumento da temperatura; essa


variação é linear dentro da faixa de valores de operação de uma linha de
transmissão).

Resistência à Corrente Alternada (Ra), ocorrem aspectos relativos à CA, ou seja,


quando uma corrente alternada flui ao longo de um condutor metálico cilíndrico, a
densidade de corrente no seu interior é menor junto ao seu eixo longitudinal e máxima
junto à sua superfície; isso ocorre porque, em corrente alternada, não existe apenas
uma queda de tensão ôhmica, mas também uma tensão induzida pelo fluxo magnético
alternado. Esta tensão induzida será menor junto à superfície do condutor, já que o
enlace de fluxo magnético é menor na parte mais externa do condutor se comparada
ao enlaçamento de fluxo magnético em regiões do condutor mais próximo do seu eixo.
Consequentemente a reatância indutiva é menor na periferia do condutor,
ocasionando um fluxo maior de corrente elétrica nesta região.

Esse fenômeno recebe o nome de efeito pelicular ou skin effect, e de modo geral
causa um aumento da resistência do condutor e uma diminuição em sua reatância
interna. Para fins práticos, é usual o emprego de valores tabelados em manuais e
catálogos do fabricante do condutor, com os quais se pode obter razoável precisão.

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Resistência Aparente Adicional (Rad), são relativas além do aumento aparente da


resistência provocada pelo efeito pelicular, outros efeitos podem causar variação na
resistência, tais como correntes parasitas (Foucault).

Entre condutores ou entre condutores e terra considera a corrente de fuga nos


isoladores de linhas aéreas ou através da isolação dos cabos. Desde que a fuga nos
isoladores de linhas aéreas seja desprezível, a condutância entre condutores de uma
linha suspensa é considerada como zero.

As perdas por dispersão englobam as perdas devido:


- Ao Efeito Corona;
- Perdas nos isoladores.

O efeito Corona aparece na superfície dos condutores de uma linha aérea de


transmissão quando o valor do gradiente de potencial aí existente excede o valor do
gradiente crítico do ar. Mesmo num campo elétrico uniforme, uma série de condições
afetam essa tensão disruptiva, como:
- Pressão do ar;
- Presença de vapor d’água;
- Fotoionização incidente.

Na presença de campo elétrico não-uniforme em torno de um condutor, a divergência


do campo elétrico exerce influência adicional, e qualquer partícula contaminadora
(como poeira) transforma-se em fonte pontual de descargas elétricas.

As perdas de energia nos isoladores são provocadas pelo escape de corrente elétrica
através do material pelo qual é fabricado o isolador (por ex.: vidro ou porcelana), como
também ao longo de sua superfície. Dentre os fatores que influenciam as perdas nos
isoladores, podemos citar:
- Qualidade do material;
- Condições superficiais do isolador;
- Geometria do isolador;
- Frequência da tensão aplicada;
- Potencial elétrico ou tensão na linha;

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- Condições meteorológicas, etc.

A indutância, assim como, a resistência ôhmica, é um dos parâmetros que mais


afetam a capacidade de transporte de energia em linhas de transmissão. A corrente
elétrica que flui através de um condutor de uma linha produz um campo magnético e
um fluxo magnético associado a este campo. Além da indutância própria, existirá a
indutância mútua quando existe mais que um circuito. A indutância mútua entre dois
circuitos, por exemplo, é definida como a relação entre o fluxo concatenado com um
circuito (devido à corrente no outro circuito) pela corrente.

A impedância longitudinal de uma linha de transmissão pode ser dividida em três


componentes que são elas:
Impedância externa do condutor;
Impedância interna do condutor;
Impedância devido ao efeito solo.

Impedância externa - determinada a partir da disposição dos cabos condutores e dos


cabos para-raios.

Os campos elétrico e magnético, presentes em um circuito percorrido por uma


corrente explicam algumas propriedades do circuito. A figura a seguir mostra uma
linha aberta com dois fios e os campos a ela associados. As linhas de fluxo elétrico
originam-se nas cargas positivas de um condutor e terminam nas cargas negativas do
outro.

Campo elétrico e magnético associados a uma linha de dois fios

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As linhas de fluxo magnético são linhas fechadas que envolvem os condutores,


atravessando o circuito por eles formado – dizemos que estão concatenadas com o
circuito. Uma variação de corrente nos condutores provoca uma variação no número
de linha de fluxo magnético concatenadas com o circuito; por sua vez, qualquer
variação de fluxo provoca a indução de uma tensão no circuito cujo valor é
proporcional à taxa de variação do fluxo. Indutância é a propriedade do circuito que
relaciona a tensão induzida por variação de fluxo com a taxa de variação da corrente.
Também, existe capacitância entre condutores e ela é definida pela carga nos
condutores por unidade de diferença de potencial entre eles.

Quando a corrente estiver variando em um circuito, o campo magnético a ela


associado (representado pelas linhas de fluxo), também, deverá estar variando.
Considerando-se que o meio onde se estabelece o campo magnético tenha
permeabilidade constante, o valor do fluxo concatenado será diretamente proporcional
à corrente e, consequentemente, a tensão induzida será proporcional à taxa de
variação da corrente. A equação que relaciona essas grandezas será

'?
=>
'@
onde:
L = indutância do circuito (H)
e = tensão induzida (V)
di/dt = taxa de variação da corrente (A/s)

Para que se obtenha um valor preciso da indutância de uma linha de transmissão, é


necessário considerar os fluxos interno e externo de cada condutor. Na figura anterior
foram mostradas apenas as linhas de fluxo externas aos condutores. No interior dos
condutores, também, existe um campo magnético. A variação do fluxo, também, induz
tensão no circuito e, portanto, também contribui para o valor da indutância. O valor
correto da indutância devida ao fluxo interno pode ser calculado pela relação entre o
fluxo concatenado e a corrente, levando-se em conta que cada linha de fluxo interno
enlaça apenas uma fração da corrente total.

Para que se obtenha um valor preciso da indutância de uma linha de transmissão, é


necessário considerar os fluxos interno e externo de cada condutor. A figura a seguir,

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mostra a seção transversal de um condutor cilíndrico. Vamos admitir que ele seja
bastante longo e, também, que o retorno da corrente se dê a uma distância tão grande
que não afete o campo magnético do condutor considerado: nestas condições, as
linhas de fluxo serão concêntricas ao condutor.

Seção transversal de um condutor cilíndrico

Para um condutor cilíndrico, a indutância por unidade de comprimento (henrys/metro)


devida apenas ao fluxo magnético interno ao condutor, é dada por

/
>?A@ = $ 103B H/m

Essa expressão é válida para um condutor cilíndrico e a indutância por unidade de


comprimento (henrys/metro) devida apenas ao fluxo magnético interno ao condutor.

OBS.: a expressão geral para a indutância interna de um condutor cilíndrico é na


verdade,

C
>?A@ = D.E H/m

Sendo µ a permeabilidade magnética do condutor em H/m. No sistema Internacional


de Unidades a permeabilidade do vácuo é µ0= 4.π x 10-7 H/m. Considerando µ= µ0 (ou
seja, a permeabilidade relativa igual a um), chegamos na expressão

/
>?A@ = 103B H/m
$

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Vamos considerar incialmente uma linha simples constituída de dois condutores


sólidos de seção circular. A figura a seguir, mostra um circuito com dois condutores
de raios r1 e r2. Um condutor é o circuito de retorno para o outro. Consideremos
inicialmente apenas o fluxo concatenado com o circuito gerado pela corrente do
condutor 1. Uma linha de fluxo com raio maior ou igual a D+r2 e com centro no
condutor 1 não estará concatenado com o circuito: não induzindo nenhuma tensão.
Em outras palavras, a corrente enlaçada por esta linha de fluxo é nula, uma vez que
a corrente do condutor 2 é igual e de sentido oposto à do condutor 1. Uma linha de
fluxo externa ao condutor 1 e com raio menor ou igual a D-r2, envolve uma vez a
corrente total. As linhas de fluxo com raio entre D-r2, e D+r2, (isto é, as que cortam o
condutor 2) envolvem uma fração de corrente que varia entre 1 e zero. O problema
pode ser simplificado admitindo D muito maior do que r1 e r2 a densidade de fluxo for
considerada uniforme neste intervalo; assim podemos considerar que o fluxo
produzido pela corrente do condutor 1, compreendido até o centro do condutor 2,
envolve toda a corrente I, e que a parcela de fluxo que ultrapasse esta distância não
envolve nenhuma corrente. Em verdade, pode-se demonstrar que esta aproximação
é válida mesmo quando D é pequeno.

Dois condutores de raios diferentes e o campo devido à corrente no condutor 1

A indutância do circuito, considerando apenas o fluxo externo, devida à corrente no


condutor 1 é determinada pela equação,

I
>/,G+@ = 2 103B . H J H/m
K

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Para o fluxo interno, temos,

/
>/,?A@ = 103B H/m
$

Assim, a indutância total do circuito, devida apenas à corrente no condutor 1, será a


soma das indutâncias interna e externa, ou seja:

/ I
>/ = 103B 2 103B . H H/m
$ JK

Essa expressão pode ser reescrita de forma mais simples, ficando como,

I
>/ = 2 103B . H K H/m
JK .G L 8M

Uma vez que a corrente do condutor 2 tem sentido oposto à da corrente do condutor
1 (está defasada de 180º), o fluxo concatenado por ela produzido, considerado
isoladamente, envolve o circuito com o mesmo sentido do fluxo produzido pela
corrente do condutor 1. O fluxo resultante é determinado de fato pela soma das forças
magnetomotrizes (FMMs) dos dois condutores. Considerando a permeabilidade
constante, podemos somar os fluxos concatenados e, também, as indutâncias dos
dois condutores considerados isoladamente. Por comparação, a indutância devido à
corrente no condutor 2 é dada por,

I
>$ = 2 103B . H K H/m
J4 .G L 8M

Dessa forma, para o circuito completo, teremos,

I I
> = >/ >$ = 2 103B . H K 2 103B . H K H/m
JK .G L 8M J4 .G L 8M

Ou, ainda,

I
> = 4 103B . H H/m
9JK .G LK8M .J4 .G LK8M

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Se ambos os condutores forem de mesmo diâmetro, r1=r2=r. teremos a expressão


para a indutância da linha como,

I
> = 4 103B . H K H/m
J.G L 8M

Essa é a expressão da indutância de uma linha de dois condutores, considerando os


fluxos concatenados produzidos pelas correntes em ambos, e sendo um deles
considerado o retorno do outro. Este valor é chamado indutância por metro de linha,
para diferençar da indutância de um circuito, que considera a corrente de um condutor
apenas.

Numa linha trifásica de espaçamento equilateral, as equações vistas anteriormente


podem ser adaptadas, para o cálculo da indutância da linha trifásica. Consideremos a
figura a seguir, onde temos três condutores. Admitindo que não exista o neutro, ou
admitindo que o sistema é equilibrado (vetorialmente, Ia+Ib+Ic=0)

Seção transversal de uma linha trifásica com condutores igualmente espaçados

Teremos assim, para os condutores, as respectivas indutâncias por fase da linha


trifásica.

I I I
>N = 2 103B . H K H/m; >P = 2 103B . H K H/m e >R = 2 103B . H K H/m
JO .G L 8M JQ .G L 8M JS .G L 8M

Para condutores encordoados, utilizamos o raio médio geométrico entre os fios dos
condutores. Por exemplo, para um cabo encordoado de sete fios idênticos, teremos,

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Seção transversal de um cabo composto de 7 fios

Considerando cada condutor de raio r, o raio médio geométrico desse cabo é


determinado por:

TU = 2,177. W

O raio médio geométrico é tabelado pelos fabricantes dos condutores, por exemplo,
segue uma tabela.

Tabela de características de cabos para linhas de transmissão

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Extraído do catálogo da Nexans – Alumínio - Condutores Nus


Disponível em: https://mesindustrial.com.br/fornecedores/nexans/mes-industrial-nexans-catalogo-nus_maio-

013.pdf

O cálculo da indutância ficará mais complicado quando a linha trifásica tiver seus
condutores com espaçamento assimétrico. Neste caso, o fluxo concatenado e a
indutância correspondentes a cada fase não são os mesmos. O circuito fica
desequilibrado quando cada fase tem indutância diferente. Pode-se restaurar o
equilíbrio entre as três fases trocando, a intervalos regulares, a posição relativa entre
os condutores, de modo a que cada condutor ocupe a posição original de cada um
dos outros por uma distância igual. Chama-se transposição a essa troca de posições.
Um ciclo completo de transposição é apresentado na figura a seguir. Os condutores
de cada fase são designados pelas letras a, b e c, e as posições indicadas pelos
números 1, 2 e 3. A transposição resulta em que a indutância média de cada condutor,
em um ciclo completo de transposição, seja a mesma.

Para determinar a indutância de um condutor de uma linha transposta, calculamos o


fluxo concatenado com o condutor em cada uma das posições ocupadas na

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transposição, e determinamos o fluxo concatenado médio. Felizmente a assimetria de


uma linha não transporta, em muitos casos é pequena e pode ser desprezada na
solução de muitos problemas. Nessas condições a indutância pode ser calculada
como se tivéssemos uma linha totalmente transposta. A reatância indutiva de cada
fase é considerada igual ao valor médio da reatância de uma fase da mesma linha;
par determinar a indutância média de um condutor de uma linha transposta, achamos
o fluxo concatenado com o condutor em cada uma das posições ocupadas durante o
ciclo e verificamos o fluxo concatenado médio.

Ciclo de transposição dos condutores

A reatância indutiva de cada fase é considerada igual ao valor médio da reatância de


uma fase da mesma linha; par determinar a indutância média de um condutor de uma
linha transposta, achamos o fluxo concatenado com o condutor em cada uma das
posições ocupadas durante o ciclo e verificamos o fluxo concatenado médio; para
obter a expressão fasorial do fluxo concatenado com a na posição 1, quando b está
na posição 2 e c na posição 3. Dessa forma obtém-se a expressão da indutância
média por fase que será

IXY
>N = 2 103B . H H/m
J

Onde:

TGZ = \;T/$ . T$[ . T[/

Numa linha trifásica de dois circuitos paralelos a reatância indutiva é a mesma. Para
o circuito equivalente as dois em paralelo, a reatância indutiva será a metade de cada
circuito considerado isoladamente, desde que a separação entre eles seja tal que a
indutância mútua possa ser desprezada. Se ambos os circuitos estiverem montados
nas mesmas torres, considera-se os condutores de cada fase como componentes de

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um condutor composto. Consideremos dois circuitos trifásicos, verticalmente


dispostos, como mostrado na figura a seguir. Um dos circuitos é constituído pelos
condutores a, b e c; e o outro pelos condutores a’, b’ e c’. Associados em paralelo, a-
a’, b-b’ e c-c’, constituem, respectivamente as fases a, b e c.

Fase na posição 1 Fase na posição 2 Fase na posição 3


Disposição dos condutores de um circuito duplo de uma linha trifásica nas posições do ciclo de
transposição

Seguindo o ciclo de transposição, os condutores a e a’ ocupam inicialmente as


posições antes ocupadas por b e b’ e, após, ocupadas por c e c’ (conforme mostrado
na figura nas posições 1, 2 e 3). O valor da indutância é consideravelmente diminuído
se os condutores de cada fase forem separados o mais distante possível e se a
distância entre as fases for mantida pequena. Para uma linha com dois circuitos, isso
é conseguido colocando-se em diagonal os condutores de duas fases, como mostra
a figura (ao invés de usar a disposição simétrica). Dessa forma a indutância por fase
pode ser expressa pela expressão,

IXY
> = 2 103B . H I]
H /fase/m

Onde;

/8 / /
TU = W $ . ^ 8[ . ℎ 8`

Considerando que os dois circuitos estão suficientemente afastados (g/f


aproximadamente igual a 1), a indutância mútua entre os condutores será desprezível
e a indutância de um condutor individual pode ser expressa pela equação,

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/8 )
> = 2 103B . H a2 [. b H/condutor/m
J

Observe que r é o raio do condutor, se maciço, ou, o raio médio geométrico se


condutor composto (Ds).

O efeito corona torna-se excessivo nas tensões acima de 230 kV, isto é, para altas
tensões, aumentando excessivamente, em consequência, as perdas de potência e a
interferência nas comunicações, quando o circuito é constituído apenas de um
condutor por fase. Na faixa de alta tensão, a colocação de dois ou mais condutores
em paralelo por fase, bastante próximos em relação à distância entre fases, reduz de
forma substancial o gradiente de potencial nos condutores. Os condutores com esta
disposição são denominados cabos múltiplos e consistem em dois, três ou quatro
condutores. Os condutores dos cabos triplos são geralmente colocados nos vértices
de um triângulo equilátero, enquanto os cabos quádruplos os têm nos vértices de um
quadrado. Estas disposições são mostradas na figura a seguir. A menos que exista
uma transposição entre os condutores de um cabo múltiplo, a corrente não será
distribuída de maneira uniforme entre os condutores, mas esta diferença não tem
importância prática.

Disposição de cabos múltiplos.

A redução da reatância é outra vantagem importante dos cabos múltiplos. O aumento


do número de condutores em um cabo múltiplo reduz o efeito corona e a reatância. A
redução da reatância no cabo múltiplo resulta de um aumento do raio médio
geométrico do cabo.

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Considerando Ds como raio médio geométrico de um cabo (ou raio reduzido de um


cabo) e TU5c como o raio médio geométrico de cabos múltiplos (ou raio reduzido de
cabos múltiplos), temos:

- Para dois cabos por fase: TU5c = ;TU . '

- Para três cabos por fase: TU5c = ;TU . ' $


\

- Para quatro cabos por fase: TU5c = 1,09. ;TU . ' [


M

A reatância indutiva pode ser determinada pela expressão:

e = 2. f. ^. > em Ohm/m (visto, L ser dado em H/m)

A diferença de potencial entre os condutores de uma linha de transmissão faz com


que estes se carreguem da mesma maneira que as placas de um capacitor quando
entre elas existe uma diferença de potencial. A capacitância entre os condutores é a
carga dos condutores pela diferença de potencial entre eles.

A capacitância de uma linha de transmissão resulta da diferença de potencial entre os


condutores; ela faz com que estes se tornem carregados de modo semelhante às
placas de um capacitor entre as quais exista uma diferença de potencial. A
capacitância entre condutores é a carga por unidade de diferença de potencial. A
capacitância entre condutores em paralelo é uma constante que depende das
dimensões e do afastamento entre os condutores. Para linhas menores do que 80 km
(50 milhas) de comprimento, o efeito da capacitância é mínimo e usualmente é
desprezado. Para linhas mais longas de tensões mais elevadas, torna-se mais
importante a capacitância.

Uma tensão alternada aplicada sobre uma linha de transmissão faz com que, em
qualquer ponto, as cargas dos condutores cresçam e decresçam com o aumento é a
diminuição do valor instantâneo da tensão entre os condutores naquele ponto. O
deslocamento de cargas é uma corrente, e a corrente causada pelo carregamento e
descarregamento alternados de uma linha devidos a uma tensão alternada é chamada

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corrente de carregamento da linha. A corrente de carregamento existe na linha de


transmissão mesmo quando ela está em vazio. Ela afeta tanto a queda de tensão ao
longo da linha quanto o seu rendimento e o fator de potência e a estabilidade do
sistema ao qual pertence linha. O campo elétrico é tão importante no estudo da
capacitância quanto o é o campo magnético no estudo da indutância.

As linhas de fluxo elétrico se originam nas cargas positivas de um condutor e terminam


nas cargas negativas do outro. O fluxo elétrico total que emana de um condutor é
numericamente igual à carga do condutor em coulombs (C). A densidade de fluxo
elétrico é o fluxo elétrico por metro quadrado e é medida em coulombs por metro
quadrado. Se um condutor cilíndrico, reto e longo, estiver mergulhado em um meio
uniforme como o ar, tendo uma carga uniforme em toda a sua extensão e se estiver
isolado de outras cargas, sua carga estará uniformemente distribuída sobre toda a
sua superfície e o fluxo será radial. Todos os pontos equidistantes de um tal condutor
serão pontos equipotenciais e terão uma mesma densidade de fluxo elétrico. A figura
a seguir mostra um condutor isolado como este, carregado com uma distribuição
uniforme de carga.

Linhas de fluxo elétrico de cargas uniformemente distribuídas sobre a superfície de um condutor


cilíndrico

A densidade de campo elétrico a uma distância de x metros do centro do condutor


pode ser calculada imaginando uma superfície cilíndrica concêntrica ao condutor, que
tenha x metros de raio. Como todos os pontos da superfície são equidistantes do
condutor, que possui uma distribuição uniforme de carga, a superfície cilíndrica e
equipotencial e a densidade do fluxo elétrico sobre ela é igual ao fluxo que sai do
condutor por metro de comprimento, dividido pela área da superfície contida em um
comprimento axial de um metro. A densidade de fluxo elétrico será,

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Z
T= Coulomb/metro quadrado
$.E.+

Onde q é a carga no condutor em Coulombs por metro de comprimento e x é a


distância em metros, deste condutor até o ponto onde é calculada a densidade de
fluxo elétrico.

À capacitância entre os dois condutores de uma linha a dois fios foi definida como a
quantidade de carga nos condutores por unidade de diferença de potencial entre eles.
Na forma de uma equação, a capacitância por unidade de comprimento da linha é,

Z
g = h Farad/metro

Onde q é a carga elétrica (Coulombs/metro) e v é a diferença de potencial entre os


condutores em volts. Podemos obter a capacitância entre dois condutores conforme
ilustrado na figura a seguir,

Seção transversal de uma linha de dois condutores paralelos

A tensão Vab entre os dois condutores da linha a dois fios mostrada na figura pode ser
obtida determinando a diferença de potencial entre os dois condutores da linha,
calculando primeiro a queda de tensão devida à carga qa, do condutor a e depois a
queda de tensão devida à carga qb do condutor b. Pelo princípio da superposição, a
queda de tensão entre o condutor a e o condutor b, devida à carga dos dois
condutores, é a soma das quedas de tensão devidas a cada um deles. Considerando
a teoria dos campos elétricos e as superfícies equipotenciais, podemos determinar a
capacitância entre os condutores pela expressão,

Z $.E.i
gNP = * O = k4
Farad/metro
OQ jA
lO .lQ

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Onde,

k é a permissividade elétrica do material do condutor. É determinada pela habilidade


de um material de se polarizar em resposta a um campo elétrico aplicado e, dessa
forma, cancelar parcialmente o campo dentro do material. Está diretamente
relacionado com a susceptibilidade elétrica. No sistema internacional de unidades o
valor da permissividade no vácuo é k0= 8,85x10-12 Farad/metro.

Se ambos os condutores tiverem o mesmo diâmetro, teremos ra=rb=r, assim,

Z $.E.i
gNP = * O = k Farad/metro
OQ jA! %
l

A capacitância de uma linha trifásica com espaçamento equilátero, ou seja, com três
condutores idênticos de raio r são mostrados na figura a seguir, formando uma linha
trifásica de espaçamento equilátero.

Seção transversal de uma linha trifásica com condutores igualmente espaçados

É interessante a determinação da capacitância para o neutro do sistema visto as


caraterísticas como se apresentam no sistema de potência (vide representações das
linhas de pequena, média e longas extensões). Assim, a capacitância para o neutro é
expressa pela equação,

Z $.E.i
gA = * O = k Farad/metro, para o neutro
Om jA! %
l

Observe que as expressões para a linha de dois condutores é a mesma que esta para
a linha trifásica com relação ao neutro.

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Quando os condutores de uma linha trifásica não estão com espaçamento equilátero,
torna-se mais difícil o problema do cálculo da capacitância. Numa linha usual, sem
transposição, as capacitâncias de cada fase ao neutro não são iguais. Em uma linha
transposta, a capacitância média ao neutro, em um ciclo completo de transposição, é
a mesma para qualquer das fases pois o condutor de cada fase ocupa a mesma
posição de qualquer dos outros numa distância igual, uma vez ao longo do ciclo de
transposição. A assimetria das linhas não transpostas é pequena nas configurações
usuais, de forma que todos os cálculos serão realizados considerando como se todas
as linhas fossem transpostas.

Seção transversal de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico e representação do ciclo de
transposição

Se desconsiderarmos a queda de tensão ao longo da linha, a tensão ao neutro de


uma fase em uma parte do ciclo de transposição será igual à tensão ao neutro da
mesma fase em qualquer outra parte do mesmo ciclo. Portanto, a queda de tensão
entre dois condutores quaisquer será a mesma em todas as partes do ciclo de
transposição. Segue-se que a carga sobre um condutor deve ser diferente quando a
posição do condutor varia com respeito aos outros condutores. Para os espaçamentos
e para os condutores usuais, obtém-se precisão suficiente supondo que a carga por
unidade de comprimento da linha seja a mesma em qualquer seção do ciclo de
transposição. Quando se faz esta consideração a respeito da carga, a tensão entre
um par de condutores será diferente em cada seção do ciclo de transposição.
Podemos então obter um valor médio da tensão entre condutores e calcular a
capacitância a partir deste valor. A tensão média entre os condutores a e b, baseada
na suposição de mesma carga sobre um condutor, independentemente de sua
posição no ciclo de transposição, é

/ IOQ J I
NP = $.E.i !nN . H nP . H I nR . H IQS% volts
J OQ SO

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Da mesma forma podem ser obtidas as expressões para as tensões com a


transposição dos condutores (condutor a ocupando posição do b e do c
sucessivamente ao longo do ciclo de transposição). Considerando o circuito
equilibrado, ou seja, qa+qb+qc=0, teremos a expressão para o cálculo da capacitância
em relação ao neutro

ZO $.E.i
gA = = kXY Farad/metro, para o neutro
*Om jA! %
l

Onde:

TGZ = \;TNP . TPR . TRN

A terra afeta a capacitância de uma linha de transmissão porque sua presença altera
o campo elétrico da linha. Supondo que a terra seja um condutor perfeito na forma de
um plano horizontal de extensão infinita, fica evidente que o campo elétrico dos
condutores acima da terra não é o mesmo que existiria se a superfície equipotencial
da terra não estivesse presente.

A consideração de uma superfície equipotencial plana é evidentemente limitada pelas


irregularidades do terreno e pelo tipo de superfície da terra. Entretanto, está
consideração nos permite compreender o efeito de um solo condutor sobre os cálculos
de capacitância. Consideremos um circuito constituído de um único condutor aéreo
com retorno pela terra. Ao carregarmos o condutor, chegam cargas da terra para o
condutor, e passa a existir uma diferença de potencial entre os dois. A terra estará
carregada com uma carga de igual valor e de sinal contrário à do condutor. O fluxo
elétrico que liga as cargas do condutor às cargas da terra é perpendicular à superfície
equipotencial da terra, pois, esta superfície é supostamente um condutor perfeito.

O solo é considerado um condutor ideal; pode-se considerar que ele funciona como
um “espelho”.

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Representação do campo elétrico entre um condutor e a terra

Imaginemos um condutor fictício de mesma forma e seção transversal que o condutor


aéreo, colocado verticalmente abaixo do mesmo, e a uma distância do primeiro igual
a duas vezes a distância entre o condutor aéreo e a terra.

Condutor e sua imagem

Este condutor fictício estará abaixo da superfície da terra, a uma distância igual à que
a separa do condutor aéreo. Se a terra for removida e considerarmos uma carga igual
e oposta à do condutor aéreo colocada no condutor fictício, o plano a meio caminho
entre os dois condutores será uma superfície equipotencial e estará na mesma
posição da superfície equipotencial da terra. Então, o fluxo elétrico entre o condutor
elétrico e essa superfície equipotencial será o mesmo que existiria entre o condutor e
a terra. Assim, no que concerne ao cálculo da capacitância, a terra pode ser
substituída por um condutor fictício denominado condutor-imagem colocado abaixo da
superfície da terra a uma distância igual à distância do condutor aéreo à terra e
carregado com uma carga igual e de sinal contrário à do condutor aéreo. O método

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de cálculo da capacitância pela substituição da terra pela imagem de um condutor


aéreo pode ser estendido a mais de um condutor. Se colocarmos um condutor-
imagem para cada o condutor aéreo, o fluxo entre os condutores originais e suas
imagens será perpendicular ao plano que substitui a terra e este plano será uma
superfície equipotencial. O fluxo acima do plano é o mesmo que existiria com a
presença da terra no lugar dos condutores-imagem.

Verifica-se que o efeito da terra é aumentar a capacitância da linha. Se a distância


dos condutores ao solo for muito maior que a distância entre eles, então o efeito da
terra pode ser desprezado nas linhas trifásicas.

Para linhas trifásicas de circuitos paralelos, conforme considerado no cálculo da


indutância, consideremos a configuração como mostrado na figura a seguir,

Fase na posição 1 Fase na posição 2 Fase na posição 3


Disposição dos condutores de um circuito duplo de uma linha trifásica nas posições do ciclo de
transposição

Como vimos, uma linha com essa configuração não está equilibrada sem a
transposição das fases. Vamos considerar que a carga em cada condutor, por unidade
de comprimento, permacerá a mesma ao longo do ciclo de transposição. Estando o
condutor de uma fase de um dos circuitos, ligado em paralelo com o condutor da
mesma fase do outro circuito, ambos terão a mesma carga. A fim de calcular a tensão
entre a e b, vamos considerar uma carga idêntica qa nos condutores de a e a’. As
demais cargas nos condutores das outras fases, serão tratadas da mesma forma.

Com essas considerações, a expressão para a determinação da capacitância em


relação ao neutro é,

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$.E.i
gA = \ 4 Farad/metro, de um condutor para o neutro
√4.p q 8\
jAo .! % s
l r

Tendo sido obtida a capacitância ao neutro, a reatância capacitiva entre um condutor


e o neutro, para uma permissividade relativa k=k0= 8,85x10-12 Farad/metro, é
determinada por,

/
e5 = em Ohm/m para o neutro (visto, C ser dado em F/m para o neutro)
$.E.t.5

Seleção da Tensão de Transmissão


A norma brasileira ABNT NBR 5422 - Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de
Energia Elétrica (fev/1985), fixa as condições básicas para o projeto de linhas de
transmissão com tensão máxima (valor eficaz fase-fase) acima de 38 KV e não
superior a 800 KV, de modo a garantir níveis mínimos de segurança e limitar
perturbações em instalações próximas. Também se aplica a projetos de re-isolamento
e/reforma de linhas de transmissão. Uma linha de transmissão de energia elétrica
apresenta quatro parâmetros distintos que afetam o transporte de energia:
– Resistência;
– Indutância;
– Condutância;
– Capacitância.

A resistência dos condutores de uma linha de transmissão é a causa mais importante


da perda de potência em uma linha de transmissão.

A seleção da tensão de transmissão de uma linha de transmissão é determinada,


segundo o Critério de Still (fórmula empírica válida até 400 km) por:

x
u = 5,5. 90,62. . /yy (KV)

Onde:
E é a tensão entre fases, em KV
P é a potência transmitida, em KW

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l é o comprimento da linha de transmissão, em Km

A potência trifásica é expressa por:

z = √3. u. . | }∅ (KW)

Onde:
P é a potência transmitida, em KW
E é a tensão entre fases, em KV
I é a corrente transmitida, em A
Ø é o fator de potência

As perdas por efeito Joule, podem ser determinadas por:

z = 3. RR .
$

Quando se eleva a tensão em um cabo condutor da linha de transmissão a corrente


diminui, o que permite a utilização de uma menor seção para o cabo condutor. Para
cada valor de tensão, existe um valor ótimo de potência a ser transmitida sob o
aspecto global da transmissão (e não somente das perdas). Essa potência,
denominada de potência natural, varia com a impedância natural da linha de
transmissão, independe da extensão da linha, sendo função apenas da
configuração/geometria dos condutores.

A tabela a seguir apresenta valores de potências naturais função das classes de


tensão das linhas de transmissão usualmente empregadas.

Valores de Potências Naturais função das Tensões Nominais


Condutor/ Potência Natural (MW)
Fase 33KV 69KV 88KV 138KV 220KV 345KV 500KV 765KV
1 207 10,8 19,4 47,6 120 300 - -
2 - - 24,2 59,5 150 370 780 -
3 - - - - 170 425 890 1750
4 - - - - 200 500 1040 2000

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Estudos realizados demonstram que, com relação a densidade de corrente em linhas


de transmissão de E.A.T (extra alta tensão), a faixa de 0,6 a 0,8 A/mm2 afigura-se
como a mais econômica para linhas de transmissão operando com sua potência
natural.

Para condutores do tipo cabo com alma de aço (CAA), tem-se as seguintes seções
ótimas:
- 380/420 kV: 1200 mm2;
- 500/520 kV: 1600 mm2;
- 700/765 kV: 2200 mm2.

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Pfeil, M.; Pfeil, W. Estruturas de Aço: dimensionamento prático. 6ª ed., Rio de


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Weedy, B. M., Sistemas Elétricos de Potência. São Paulo, Ed. Universidade de São
Paulo: Polígono, 1973.

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