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Em linhas aéreas, os condutores são suspensos à torre e isolados dela e entre si por
cadeias de isoladores onde o número de isoladores por cadeia é determinado pela
tensão da linha. A figura mostra uma linha de transmissão de 500KV (sistema de
Furnas). Cada cadeia de isoladores
possui 26 isoladores. Os dois braços
mais curtos, acima dos condutores das
fases, suportam fios chamados de
cabos de cobertura e protegem os
condutores das fases das descargas
atmosféricas. São usualmente de aço,
de diâmetro muito menor do que os
condutores das fases e, são quase não
visíveis na fotografia da figura, mas são eletricamente conectados à torre e, portanto,
estão ao mesmo potencial da terra. Atualmente utilizam-se, também, os cabos OPGW.
No que se refere aos cálculos onde intervém a capacitância, são consideradas linhas
curtas as linhas aéreas de 60Hz com extensão de até 80 km (50 milhas). As linhas
aéreas de 60Hz com extensão de 80 km (50 milhas) até 240 km (150 milhas) são
consideradas médias. Em linhas aéreas com extensão maior que 240km (150 milhas),
é necessário realizar os cálculos em termos de parâmetros distribuídos, quando for
requerido um elevado grau de precisão, embora, para alguns propósitos, possa ser
usada uma representação em termos de parâmetros concentrados para linhas de até
320 km (200 milhas).
De acordo com a teoria dos circuitos trifásicos, num sistema equilibrado não há
corrente circulando pelo condutor que une o neutro do gerador “o” e o neutro da carga
“n”, uma vez que a soma das correntes nesses nós é zero. Portanto os pontos “o” e
“n” estão no mesmo potencial. Dessa forma podemos considerar uma das malhas do
sistema trifásico para ser o circuito objeto dos cálculos. O diagrama a seguir ilustra
isso.
Os cálculos feitos para essa malha (para esse circuito) são estendidos para o circuito
trifásico todo, lembrando que as correntes nas outras duas fases tem o mesmo módulo
e apresentam defasagens de 120º e 240º. Não importa se a carga, dada por sua
tensão, potência e fator de potência, esteja ligada em Δ ou em Y, uma vez que a
ligação Δ pode ser substituída por seu Y equivalente.
Uma linha de média extensão pode ser representada com precisão suficiente por
parâmetros R e L concentrados e com metade da capacitância ao neutro por fase
concentrada em cada extremidade do circuito equivalente, o que é apresentado no
diagrama a seguir.
IS = IR
VS = VR + IR.Z
| |−| |
çã %= 100
| |
Onde:
|VNL| é o módulo da tensão nos terminais da carga em vazio
|VFL| é o módulo da tensão nos terminais da carga em condições de plena carga
Quando a carga de uma linha de transmissão curta, como a representada pelo circuito
anterior, é removida, a tensão nos terminais do lado da carga é igual à tensão nos
terminais do gerador. Com a carga conectada, a tensão nos terminais da carga é VR,
sendo |VR|=|VFL|. A tensão no gerador será VS, sendo |VS|=|VNL|.
= . .
2
Ou, ainda,
.
= 1 . .
2
= . .
2 2
".#
Substituindo VS, dado pela expressão =! 1% . . teremos,
$
. .
= . . 1 1 .
4 2
IMPORTANTE: o circuito não representa a linha real, mas uma aproximação da linha
quando ela é dividida em duas ou mais seções, cada qual representada pelo seu
circuito π.
A figura acima mostra uma fase e o neutro de uma linha trifásica. Não são mostrados
parâmetros concentrados porque vamos considerar a solução da linha com
admitância e impedância distribuídos uniformemente. O mesmo diagrama pode
também representar uma linha monofásica se utilizarmos a impedância em série da
malha no lugar da impedância por fase da linha trifásica e a admitância será a
)*
' = . (. ' ou = .(
)+
)-
' = ,' onde = ,
)+
'$ '
= (.
' $ '
'$ '
= ,.
' $ '
'$
= ,(
' $
'$
= ,(
' $
Por exemplo, a solução de V quando derivada duas vezes em relação a x, terá que
ser igual a yzV; isso sugere uma equação tipo exponencial do tipo:
= ./ . √12+ .$ . 3√12+
)4 *
Que é a solução para a equação )+ 4
= ,(
. 5 − . 5
= 67 367
2 2
8 8 −
5 5
= 67
− 367
2 2
Onde:
2
5 = 91 é a impedância característica da linha e,
Onde:
Rcc é a resistência à passagem da corrente contínua;
Ra é a resistência aparente, que é provocada pela existência de fluxos magnéticos no
interior do condutor;
Rad é a resistência aparente adicional.
<.
55 =
=
Obs.: A resistividade (ρ) de um condutor, por sua vez, depende de outros fatores ou
características:
Esse fenômeno recebe o nome de efeito pelicular ou skin effect, e de modo geral
causa um aumento da resistência do condutor e uma diminuição em sua reatância
interna. Para fins práticos, é usual o emprego de valores tabelados em manuais e
catálogos do fabricante do condutor, com os quais se pode obter razoável precisão.
As perdas de energia nos isoladores são provocadas pelo escape de corrente elétrica
através do material pelo qual é fabricado o isolador (por ex.: vidro ou porcelana), como
também ao longo de sua superfície. Dentre os fatores que influenciam as perdas nos
isoladores, podemos citar:
- Qualidade do material;
- Condições superficiais do isolador;
- Geometria do isolador;
- Frequência da tensão aplicada;
- Potencial elétrico ou tensão na linha;
'?
=>
'@
onde:
L = indutância do circuito (H)
e = tensão induzida (V)
di/dt = taxa de variação da corrente (A/s)
mostra a seção transversal de um condutor cilíndrico. Vamos admitir que ele seja
bastante longo e, também, que o retorno da corrente se dê a uma distância tão grande
que não afete o campo magnético do condutor considerado: nestas condições, as
linhas de fluxo serão concêntricas ao condutor.
/
>?A@ = $ 103B H/m
C
>?A@ = D.E H/m
/
>?A@ = 103B H/m
$
I
>/,G+@ = 2 103B . H J H/m
K
/
>/,?A@ = 103B H/m
$
/ I
>/ = 103B 2 103B . H H/m
$ JK
Essa expressão pode ser reescrita de forma mais simples, ficando como,
I
>/ = 2 103B . H K H/m
JK .G L 8M
Uma vez que a corrente do condutor 2 tem sentido oposto à da corrente do condutor
1 (está defasada de 180º), o fluxo concatenado por ela produzido, considerado
isoladamente, envolve o circuito com o mesmo sentido do fluxo produzido pela
corrente do condutor 1. O fluxo resultante é determinado de fato pela soma das forças
magnetomotrizes (FMMs) dos dois condutores. Considerando a permeabilidade
constante, podemos somar os fluxos concatenados e, também, as indutâncias dos
dois condutores considerados isoladamente. Por comparação, a indutância devido à
corrente no condutor 2 é dada por,
I
>$ = 2 103B . H K H/m
J4 .G L 8M
I I
> = >/ >$ = 2 103B . H K 2 103B . H K H/m
JK .G L 8M J4 .G L 8M
Ou, ainda,
I
> = 4 103B . H H/m
9JK .G LK8M .J4 .G LK8M
I
> = 4 103B . H K H/m
J.G L 8M
I I I
>N = 2 103B . H K H/m; >P = 2 103B . H K H/m e >R = 2 103B . H K H/m
JO .G L 8M JQ .G L 8M JS .G L 8M
Para condutores encordoados, utilizamos o raio médio geométrico entre os fios dos
condutores. Por exemplo, para um cabo encordoado de sete fios idênticos, teremos,
TU = 2,177. W
O raio médio geométrico é tabelado pelos fabricantes dos condutores, por exemplo,
segue uma tabela.
013.pdf
O cálculo da indutância ficará mais complicado quando a linha trifásica tiver seus
condutores com espaçamento assimétrico. Neste caso, o fluxo concatenado e a
indutância correspondentes a cada fase não são os mesmos. O circuito fica
desequilibrado quando cada fase tem indutância diferente. Pode-se restaurar o
equilíbrio entre as três fases trocando, a intervalos regulares, a posição relativa entre
os condutores, de modo a que cada condutor ocupe a posição original de cada um
dos outros por uma distância igual. Chama-se transposição a essa troca de posições.
Um ciclo completo de transposição é apresentado na figura a seguir. Os condutores
de cada fase são designados pelas letras a, b e c, e as posições indicadas pelos
números 1, 2 e 3. A transposição resulta em que a indutância média de cada condutor,
em um ciclo completo de transposição, seja a mesma.
IXY
>N = 2 103B . H H/m
J
Onde:
Numa linha trifásica de dois circuitos paralelos a reatância indutiva é a mesma. Para
o circuito equivalente as dois em paralelo, a reatância indutiva será a metade de cada
circuito considerado isoladamente, desde que a separação entre eles seja tal que a
indutância mútua possa ser desprezada. Se ambos os circuitos estiverem montados
nas mesmas torres, considera-se os condutores de cada fase como componentes de
IXY
> = 2 103B . H I]
H /fase/m
Onde;
/8 / /
TU = W $ . ^ 8[ . ℎ 8`
/8 )
> = 2 103B . H a2 [. b H/condutor/m
J
O efeito corona torna-se excessivo nas tensões acima de 230 kV, isto é, para altas
tensões, aumentando excessivamente, em consequência, as perdas de potência e a
interferência nas comunicações, quando o circuito é constituído apenas de um
condutor por fase. Na faixa de alta tensão, a colocação de dois ou mais condutores
em paralelo por fase, bastante próximos em relação à distância entre fases, reduz de
forma substancial o gradiente de potencial nos condutores. Os condutores com esta
disposição são denominados cabos múltiplos e consistem em dois, três ou quatro
condutores. Os condutores dos cabos triplos são geralmente colocados nos vértices
de um triângulo equilátero, enquanto os cabos quádruplos os têm nos vértices de um
quadrado. Estas disposições são mostradas na figura a seguir. A menos que exista
uma transposição entre os condutores de um cabo múltiplo, a corrente não será
distribuída de maneira uniforme entre os condutores, mas esta diferença não tem
importância prática.
Uma tensão alternada aplicada sobre uma linha de transmissão faz com que, em
qualquer ponto, as cargas dos condutores cresçam e decresçam com o aumento é a
diminuição do valor instantâneo da tensão entre os condutores naquele ponto. O
deslocamento de cargas é uma corrente, e a corrente causada pelo carregamento e
descarregamento alternados de uma linha devidos a uma tensão alternada é chamada
Z
T= Coulomb/metro quadrado
$.E.+
À capacitância entre os dois condutores de uma linha a dois fios foi definida como a
quantidade de carga nos condutores por unidade de diferença de potencial entre eles.
Na forma de uma equação, a capacitância por unidade de comprimento da linha é,
Z
g = h Farad/metro
A tensão Vab entre os dois condutores da linha a dois fios mostrada na figura pode ser
obtida determinando a diferença de potencial entre os dois condutores da linha,
calculando primeiro a queda de tensão devida à carga qa, do condutor a e depois a
queda de tensão devida à carga qb do condutor b. Pelo princípio da superposição, a
queda de tensão entre o condutor a e o condutor b, devida à carga dos dois
condutores, é a soma das quedas de tensão devidas a cada um deles. Considerando
a teoria dos campos elétricos e as superfícies equipotenciais, podemos determinar a
capacitância entre os condutores pela expressão,
Z $.E.i
gNP = * O = k4
Farad/metro
OQ jA
lO .lQ
Onde,
Z $.E.i
gNP = * O = k Farad/metro
OQ jA! %
l
A capacitância de uma linha trifásica com espaçamento equilátero, ou seja, com três
condutores idênticos de raio r são mostrados na figura a seguir, formando uma linha
trifásica de espaçamento equilátero.
Z $.E.i
gA = * O = k Farad/metro, para o neutro
Om jA! %
l
Observe que as expressões para a linha de dois condutores é a mesma que esta para
a linha trifásica com relação ao neutro.
Quando os condutores de uma linha trifásica não estão com espaçamento equilátero,
torna-se mais difícil o problema do cálculo da capacitância. Numa linha usual, sem
transposição, as capacitâncias de cada fase ao neutro não são iguais. Em uma linha
transposta, a capacitância média ao neutro, em um ciclo completo de transposição, é
a mesma para qualquer das fases pois o condutor de cada fase ocupa a mesma
posição de qualquer dos outros numa distância igual, uma vez ao longo do ciclo de
transposição. A assimetria das linhas não transpostas é pequena nas configurações
usuais, de forma que todos os cálculos serão realizados considerando como se todas
as linhas fossem transpostas.
Seção transversal de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico e representação do ciclo de
transposição
/ IOQ J I
NP = $.E.i !nN . H nP . H I nR . H IQS% volts
J OQ SO
ZO $.E.i
gA = = kXY Farad/metro, para o neutro
*Om jA! %
l
Onde:
A terra afeta a capacitância de uma linha de transmissão porque sua presença altera
o campo elétrico da linha. Supondo que a terra seja um condutor perfeito na forma de
um plano horizontal de extensão infinita, fica evidente que o campo elétrico dos
condutores acima da terra não é o mesmo que existiria se a superfície equipotencial
da terra não estivesse presente.
O solo é considerado um condutor ideal; pode-se considerar que ele funciona como
um “espelho”.
Este condutor fictício estará abaixo da superfície da terra, a uma distância igual à que
a separa do condutor aéreo. Se a terra for removida e considerarmos uma carga igual
e oposta à do condutor aéreo colocada no condutor fictício, o plano a meio caminho
entre os dois condutores será uma superfície equipotencial e estará na mesma
posição da superfície equipotencial da terra. Então, o fluxo elétrico entre o condutor
elétrico e essa superfície equipotencial será o mesmo que existiria entre o condutor e
a terra. Assim, no que concerne ao cálculo da capacitância, a terra pode ser
substituída por um condutor fictício denominado condutor-imagem colocado abaixo da
superfície da terra a uma distância igual à distância do condutor aéreo à terra e
carregado com uma carga igual e de sinal contrário à do condutor aéreo. O método
Como vimos, uma linha com essa configuração não está equilibrada sem a
transposição das fases. Vamos considerar que a carga em cada condutor, por unidade
de comprimento, permacerá a mesma ao longo do ciclo de transposição. Estando o
condutor de uma fase de um dos circuitos, ligado em paralelo com o condutor da
mesma fase do outro circuito, ambos terão a mesma carga. A fim de calcular a tensão
entre a e b, vamos considerar uma carga idêntica qa nos condutores de a e a’. As
demais cargas nos condutores das outras fases, serão tratadas da mesma forma.
$.E.i
gA = \ 4 Farad/metro, de um condutor para o neutro
√4.p q 8\
jAo .! % s
l r
/
e5 = em Ohm/m para o neutro (visto, C ser dado em F/m para o neutro)
$.E.t.5
x
u = 5,5. 90,62. . /yy (KV)
Onde:
E é a tensão entre fases, em KV
P é a potência transmitida, em KW
z = √3. u. . | }∅ (KW)
Onde:
P é a potência transmitida, em KW
E é a tensão entre fases, em KV
I é a corrente transmitida, em A
Ø é o fator de potência
z = 3. RR .
$
Para condutores do tipo cabo com alma de aço (CAA), tem-se as seguintes seções
ótimas:
- 380/420 kV: 1200 mm2;
- 500/520 kV: 1600 mm2;
- 700/765 kV: 2200 mm2.
Bibliografia
A.J. Monticelli, A.V. Garcia, Introdução a sistemas de energia elétrica, 1ª ed.,
Campinas: Editora da Unicamp, 2004.
Kagan, Nelson; Barioni, Carlos César; Robba, Ernesto João. Introdução aos
Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica. 2ª ed. São Paulo: Edgard Blücher.
2010.
Weedy, B. M., Sistemas Elétricos de Potência. São Paulo, Ed. Universidade de São
Paulo: Polígono, 1973.