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TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO

DE ENERGIA ELÉTRICA
TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA EM LINHAS DE TRANSMISSÃO II

PROF. ME. JÁDER DE ALENCAR VASCONCELOS


Linha de Transmissão em Vazio
(continuação...)
• Vejamos o que acontece quando ligamos um reator no final da linha em vazio:

Figura 1: Compensação reativa.

Y, é a admitância do reator
Linha de Transmissão em Vazio
• Normalmente o reator é fornecido com uma potência trifásica Q3Ф e uma tensão
nominal de linha V. Se a potência for trifásica, obtemos admitância Yr, com a
tensão nominal de linha:

• Com a potência monofásica, obtemos Yr. segundo a expressão


Linha de Transmissão em Vazio
• Com o reator ligado no fim da linha, associamos os quadripolos em cascata

• Novamente, para o conjunto linha em vazio com reator, ou seja, sem carga no
terminal receptor, obtemos a constante A equivalente da associação em cascata:
Linha de Transmissão em Vazio
• Supondo a tensão fixa no início da linha, se quisermos impor a mesma tensão no
final da linha em vazio, o que corresponderia a um perfil plano de tensão durante
a energização, é necessária a condição A, = 1, ou seja

• Lembrando que o valor da admitância do π equivalente é dado por

• encontramos, nesse caso, a admitância do reator que cancela exatamente a


admitância da linha de transmissão:
Linha de Transmissão em Vazio
• Quando a alimentação é feita pela extremidade oposta, pelo lado receptor, e o
início da linha estiver desconectado de qualquer fonte, tudo se processa da
mesma forma, sendo provavelmente necessário também instalar um reator de
inicio de linha. Nesse caso, alteramos a constante D da linha.
• Desse modo, os reatores podem ser utilizados no início e fim de linha, com a
finalidade de controlar as tensões quando temos a alimentação apenas por um
dos dois lados, como por exemplo nas energizações ou rejeições de carga, ou
mesmo nas condições de baixo carregamento, em carga leve, com a corrente I,
pequena.

Figura 2: Quadripolo com reatores na entrada e saída.


LINHA DE TRANSMISSÃO EM CARGA

Figura 3: Linha sem compensação.

• Como desprezamos as perdas, o que facilita o equacionamento sem


prejudicar a interpretação dos aspectos fundamentais, sabemos que
as constantes do quadripolo da linha ficam:
LINHA DE TRANSMISSÃO EM CARGA

• Se considerarmos módulos de tensões iguais no início e fim de linha, Vs = Vr,


simplificamos a fórmula anterior para P:

• Para linhas pouco carregadas e não muito longas:


LINHA DE TRANSMISSÃO EM CARGA
• As expressões anteriores nos oferecem os elementos básicos para
analisarmos o comportamento das tensões e potências em uma linha de
transmissão:
• Os principais objetivos da compensação são modificar os parâmetros Z0 e ϴ, com
influência nas tensões e potências, viabilizando as operações em carga e em vazio,
com enfoque em aspectos de estabilidade da transmissão e controle das tensões ao
longo da linha.
• À medida que aumentamos o comprimento l da linha de transmissão, elevamos o
comprimento elétrico ϴ.
• O transporte de níveis razoáveis de potência a grandes distâncias sem compensação
se revela proibitivo, sendo um dos motivos os elevados valores requeridos de tensão
Vs, no inicio da linha, além da grande sensibilidade desses valores em relação ao
fator de potência da carga, para mantermos tensão nominal Vr no sistema receptor.
LINHA DE TRANSMISSÃO EM CARGA
• A expressão a seguir nos dá um primeiro indicador, muito simplificado, do limite máximo
admissível de transporte de potência ativa na linha de transmissão:

• Para comprimentos elevados, verificamos o impacto da reatância série no limite de


potência e, consequentemente, a necessidade de sua redução para se estender a
capacidade de transporte e elevar as condições de robustez do sistema

Figura 4: Quadripolos de seções de linha ligadas por capacitor


série
COMPENSAÇÃO EM DERIVAÇÃO
• Visa neutralizar o efeito das reatâncias em derivação das linhas
empregando elementos em derivação que absorvam energia reativa
de sinal oposto (reatores indutivos para compensar as reatâncias
capacitivas naturais das linhas).
COMPENSAÇÃO EM
DERIVAÇÃO
• Essa compensação procura, principalmente,
neutralizar o efeito Ferranti, ligando-se às
extremidades das linhas reatores indutivos de
indutância variável. Com isso, as tensões nas
extremidades são mandidas no valor desejado.
COMPENSAÇÃO EM SÉRIE
• Os parâmetros série das LT’s (R e XL) são os responsáveis pelas
grandes quedas de tensão nas linhas.
• A reatância indutiva é ainda responsável pelo ângulo de potência da
linha, portanto, também pelo seu grau de estabilidade.
• Essa compensação aumenta a capacidade de transporte das linhas,
podendo adiar ou até evitar a construção de nova linha.
COMPENSAÇÃO EM SÉRIE
• A compensação poderá ser feita com capacitores ligados em série,
capazes de reduzir ou mesmo anular os efeitos da indutância na LT,
quando visto de seus terminais. O emprego de capacitores estáticos
em série com as LT’s apresentam as seguintes vantagens:
• Representam em geral a solução mais econômica para melhora os limites de
estabilidade estática e transitória*;
• Melhoram a regulação das linhas**;
• Ajudam a manter o equilíbrio da energia reativa;
• Melhoram a distribuição de cargas e as perdas globais no sistema.
COMPENSAÇÃO EM SÉRIE
• Os capacitores série, idealmente, deveriam ser distribuídos ao longo
da linha, mas devido aos custos, são empregados nas extremidades
ou um ou dois pontos intermediários.
• Localização ideal: meio da linha (o que requer uma subestação e vias
de acesso).
• A posição mais adequada poderá ser indicada mediante um estudo
econômico: no meio ou extremidades.
• Em uma linha capacitores série, verifica-se uma redução sensível na
queda de tensão reativa e redução no ângulo de potência.
Regulação de Tensão
• É “o aumento de tensão na barra receptora, dado em porcentagem
da tensão de plena carga, quando toda carga, a um determinado fator
de potência é retirada da linha”:

𝑉෢
𝑟,𝑣 −𝑉෢ 𝑟,𝑐
• 𝑅𝑣(%) = ∗ 100%
𝑉෢𝑟,𝑐

• 𝑉෢
𝑟,𝑣 : tensão a vazio
• 𝑉𝑟,𝑐 : tensão a plena carga

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