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UNIVERSIDADE CESUMAR – UNICESUMAR

CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU


CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

WALTER BARBOSA COUTO JUNIOR


RA: 22326493-5
MAPA – ANÁLISE DE SISTEMAS DE POTÊNCIA - 54/2023

FOZ DO IGUAÇU
2023
1- Você é o novo engenheiro eletricista responsável pelo monitoramento e
pelas decisões do sistema elétrico de potência da figura a seguir:

Figura 1 - Representação unifilar de sistema de potência fictício. Fonte: o autor.

Em que as porcentagens representam o carregamento das linhas de


transmissão, a setas são as cargas e os círculos nas barras 1, 2 e 3 representam
os geradores.

Durante o seu turno, ocorreu uma falha em uma linha de transmissão entre as
barras 4 e 9, conforme a figura a seguir:

Figura 2 - Representação unifilar com a simulação de falta em uma linha de


transmissão do sistema. Fonte: o autor.
Pode-se notar que o carregamento das linhas de transmissão está em níveis
seguros, porém a tabela a seguir apresenta o nível de tensão nas barras:

Tabela 1 - Dados de grandezas elétricas do sistema de potência representado


nas figuras expostas

Fonte: o autor.

ETAPA 1 Identifique quais barras não estão com níveis seguros de tensão
e explique que medidas você tomaria para ajustar esses níveis sem
considerar o carregamento das linhas de transmissão. Apresente pelo
menos duas soluções possíveis.

RESPOSTA: No nosso sistema elétrico, os níveis de tensão são padronizados


para estarem dentro de uma faixa que vai de 0,95 P.U. até 1,05 P.U., e caso os
valores estejam foram dessa faixa, sistemas de proteção contra subtensão e
sobretensão irão atuar para preservar a integridade do sistema elétrico. Os níveis
de tensão dependem grandemente do fluxo de potência reativa do sistema
elétrico. Quando há deficiência de potência reativa, o nível de tensão cai;
inversamente, quando há excesso de potência reativa o nível de tensão sobe.
Portanto, controlam-se os níveis de tensão em um sistema elétrico controlando-
se a geração, a absorção e o fluxo de potência reativa no sistema.
Com base nos valores informado na tabela 1, observa-se que as barras 7,8 e 9
estão apresentando subtensão. A seguir, 3 medidas que podem ser adotadas
para a regulação da tensão nas barras:

Aumentar a tensão na barra Slack (barra de referência) em no máximo 1,05 P.U.


pode ajudar a elevar o nível de tensão nas barras;

Uma solução seria ajustar a geração de energia nas barras adjacentes para
fornecer mais energia às barras com subtensão. Isso pode ser feito aumentando
a geração de energia nas barras adjacentes ou redirecionando a energia de
outras partes do sistema. É possível controlar as tensões de um sistema elétrico
mudando-se os tapes dos transformadores. Quase todos os transformadores
possuem tapes no enrolamento de alta ou de baixa tensão e, às vezes, em
ambos os enrolamentos. Trocando-se os tapes, altera-se o número de espiras
no lado de alta ou de baixa e, com isto, o valor da tensão também é alterado. A
troca de tapes pode ser feita com o transformador desligado ou quando o mesmo
está conectado ao SEP. Neste último caso, diz-se que o transformador tem
"comutação sob carga". A troca de tapes sob carga pode ser feita manualmente
ou eletro manualmente pelo operador, ou ainda de forma automática, quando o
transformador for dotado de relé regulador de tensão capaz de trocar os tapes
automaticamente. A mudança de tapes altera os fluxos de var do sistema,
podendo, em alguns casos, causar uma mudança de produção ou absorção de
var nas unidades geradoras.

Instalação de bancos de capacitores na barra com baixo nível de tensão;

No contexto de controle de tensões no sistema elétrico de potência, os bancos


de capacitores desempenham um papel significativo na solução de problemas
de subtensão em barras específicas. Os bancos de capacitores são dispositivos
capazes de gerar reativos, o que os torna particularmente eficazes na elevação
das tensões em um sistema. Quando uma barra no sistema elétrico está
enfrentando subtensão, a instalação de um banco de capacitores nessa barra
pode ser uma medida eficaz. Os bancos de capacitores geram potência reativa,
que é consumida pelo sistema para compensar a deficiência de potência reativa
na barra afetada. Esse reativo ajuda a elevar a tensão na barra, combatendo a
subtensão. Ao fornecer reativos, os bancos de capacitores também ajudam na
correção do fator de potência, melhorando a eficiência do sistema elétrico como
um todo. Os bancos de capacitores podem ser projetados com diferentes valores
de potência reativa para permitir um ajuste fino da tensão. Isso significa que eles
podem ser dimensionados de acordo com a demanda específica da barra em
subtensão, proporcionando uma solução personalizada. A capacidade de instalar
bancos de capacitores em locais estratégicos no sistema permite uma resposta
rápida e eficaz às situações de subtensão. Eles podem ser colocados próximos
às barras críticas ou áreas propensas a problemas de tensão. Os bancos de
capacitores também podem ser utilizados para o ajuste grosso das tensões em
todo um sistema de transmissão. Isso significa que eles podem influenciar a
tensão em uma escala mais ampla, sendo uma ferramenta valiosa para a
estabilização global da tensão. A capacidade de controlar dinamicamente a
operação dos bancos de capacitores em resposta às mudanças nas condições
de carga e à dinâmica do sistema oferece uma solução flexível e adaptável para
o controle de tensão.

Instalação de compensadores síncronos podem ser instalados para fornecer


reativos ao sistema conforme necessário.

Os compensadores síncronos, como os Sistemas de Compensação Estática ou


Sistemas de Compensação Dinâmica , podem ser instalados para fornecer
reativos ao sistema conforme necessário. A tensão nos terminais de uma
unidade geradora geralmente é controlada por um regulador automático que
induz mudanças na corrente de excitação do gerador, de modo a manter a
tensão a níveis constantes preestabelecidos. Quando a tensão cai abaixo do
ponto de ajuste, a corrente de excitação aumenta. Com isto, o gerador passa a
suprir mais potência reativa (maior valor de VAR), mas a produção de potência
ativa (W) não se altera significativamente. Quando a tensão nos terminais
ultrapassa o ponto de ajuste, o regulador reduz a corrente de excitação, o que
faz com que a geração de var também diminua. Se a corrente de excitação for
suficientemente reduzida, o gerador passará a absorver var. Conforme
mencionado, nos sistemas elétricos as tensões são controladas pela quantidade
de VAR suprida ou absorvida. Os pontos de ajuste dos reguladores de tensão
podem ser alterados de modo a controlar a produção de VAR do gerador. Isto,
porém, deve ser feito com cuidado porque, caso se reduza demais a excitação
da unidade geradora (ou seja, se ocorrer subexcitação), a unidade pode tornar-
se instável. Por outro lado, caso essa corrente aumente demais, a unidade
geradora pode ficar sobre excitada, provocando um possível superaquecimento
do rotor. Os compensadores síncronos são máquinas que podem operar em
modo de geração ou absorção de potência reativa. Eles podem ser usados para
controlar a tensão em uma barra específica. Ao instalar um compensador
síncrono na barra com subtensão, você pode ajustar a quantidade de potência
reativa que ele fornece para aumentar a tensão.

ETAPA 2 Uma nova cidade se conectará à barra 3 do seu sistema elétrico


de potência, expandindo o SEP. Você faz um estudo de fluxo de carga e
encontra os seguintes resultados:

Figura 3 - Representação unifilar com a simulação de linhas de transmissão


sobrecarregadas Fonte: o autor.
Tabela 2 - Dados da simulação do sistema elétrico da figura 3

Analisando os dados expostos, elenque os problemas desse aumento do


SEP. Após isso, apresente uma solução para a diminuição da sobrecarga
da linha de transmissão entre as barras 1 e 4, sem que seja necessária a
construção de uma nova LT.
RESPOSTA: A inserção da cidade na barra 3 elevou o consumo do sistema
elétrico, e provocou subtensões em todas as barras a partir da barra 5. A linha
de transmissão entre as barras 1 e 4 parece estar sobrecarregada. Isso pode
levar a perdas de energia excessivas e potencialmente a falhas no sistema. A
redistribuição da carga em um sistema elétrico de potência é uma estratégia que
pode ser usada para aliviar a sobrecarga em linhas de transmissão específicas.
Uma maneira de aliviar a sobrecarga na linha de transmissão entre as barras 1
e 4 seria redistribuir a carga no sistema, o que pode ajudar a reduzir a quantidade
de energia que precisa ser transmitida pela linha sobrecarregada. Isso pode ser
feito ajustando a geração de energia nas barras 2 e 3 para fornecer mais energia
às barras com carga excessiva até o limite de suas capacidades. A geração na
barra 1 não deve ser aumentada pois ela já está em sobrecarga. Os valores
podem ser determinados fazendo um novo estudo do fluxo de potência da rede.
Caso o aumento de potência não reduza a sobrecarga do sistema, então seria
de fato necessário construir uma nova linha.

Ao aumentar a geração de energia nas barras adjacentes, a carga na linha de


transmissão sobrecarregada é efetivamente redistribuída. Isso ocorre porque a
energia adicional gerada nas barras adjacentes pode ser usada para atender à
demanda de carga que anteriormente era atendida pela linha de transmissão
sobrecarregada.

Após a redistribuição da carga, é importante monitorar o sistema para garantir


que a sobrecarga foi aliviada e que não surgiram novos problemas. Isso pode
envolver o monitoramento dos níveis de tensão e corrente, bem como a
realização de análises de contingência para prever e mitigar futuros problemas.

ETAPA 3

Determine os tipos das barras 2, 3, 7 e 9 sabendo que a barra 1 é a de


referência, ou seja, 𝑽𝒌 , 𝜽𝒌 .
RESPOSTA: As barras em um sistema de potência são ajustadas de acordo com
as condições do sistema e os requisitos de operação. Aqui estão algumas
maneiras pelas quais as barras podem ser ajustadas:

1. Barras PQ: São barras nas quais são conhecidos os valores de Potência ativa
(P) e Potência Reativa (Q). Tanto as barras de geração quanto as barras de carga
podem ser do tipo PQ.

2. Barras PV: São barras com tensão controlada, ou ainda, barras nas quais se
conhece a Tensão e esta é mantida constante, através de injeções de reativos.
Nesse tipo de barra a potência ativa e o módulo da tensão são conhecidos e a
potência reativa Q e o defasamento angular da tensão são incógnitas. A barra de
geração, também é chamada de barra PV. A potencia ativa gerada e a magnitude
da tensão terminal são conhecidas e o angulo da tensão e potência reativa
gerada (ou consumida) devem ser calculadas. Ou seja, conhece-se P e V e
calcula-se θ e Q.

3. Barra Swing (ou Slack): Barra que estabelece a referência angular para o
estudo do fluxo de Potência. Normalmente, é uma barra na qual se conecta uma
usina de maior porte do sistema elétrico. A barra Slack tem dupla função: fornece
a referência angular do sistema e é utilizada para fechar o balanço de potência
do sistema, levando em conta as perdas de transmissão não conhecidas antes
de termos a solução final do problema. Ela deve ser uma barra de geração onde
a tensão (magnitude e angulo de fase) são conhecidas e as potências (ativa e
reativa) devem ser calculadas. Ou seja, conhece-se V e θ e calcula-se P e Q.

Com base nas informações, temos:

Barra 2: é uma barra de geração do tipo PQ, pois são conhecidas a potência
ativa (163MW) e a potência reativa (86MVAr) e temos o gerador conectado
diretamente nela.
Barra 3: é uma barra de geração do tipo PQ, pois são conhecidas a potência
ativa (85MW) e a potência reativa (129MVAr) e temos o gerador conectado
diretamente nela.

Barra 7: é uma barra de carga do tipo PQ, pois são conhecidas a potência ativa
(100MW) e a potência reativa (35MVAr). É uma barra de carga pois não temos o
gerador conectado a ela.

Barra 9: é uma barra de carga do tipo PQ, pois são conhecidas a potência ativa
(125MW) e a potência reativa (50MVAr). É uma barra de carga pois não temos o
gerador conectado a ela.
REFERÊNCIAS:

1) MENEZES, M.M.; AZZI, W.A. Análise de Sistemas de Potência. Maringá


- PR: Unicesumar, 2022.

2) MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a Sistemas de Energia


Elétrica. Editora UNICAMP, 1ª. Edição, Campinas, 2003.

3) STEVENSON, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de Potência. 2ª


ed. Editora MacGraw-Hill do Brasil. São Paulo.1986.

4) https://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/187
95/material/Aula%2011-SE.pdf. Acesso em 01/12/2023.

5) https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11488/11488_3.PDF. Acesso em
01/12/2023.

6) https://www.researchgate.net/publication/322350297_Impact_of_DG_on
_locational_marginal_price_under_multi_constrained_environment#pf2.
Acesso em 01/12/2023.

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