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Sistema Elétrico de Potência - SEP

O sistema elétrico brasileiro é composto pela geração, transmissão,


distribuição e carga. Para esse sistema operar, precisamos das subestações
elevadoras, abaixadoras, de interligação e de distribuição.
Essas subestações de forma simplificada são um conjunto de sistemas,
tais como transformadores, disjuntores, chaves seccionadoras, banco de
capacitores para regular tensão ou potência, reatores, TC (Transformadores de
Corrente) e TP (Transformadores de Tensão/Potencial) e cargas internas das
subestações tais como a iluminação de pátio e alimentação dos painéis de
proteção/teleproteção e mesa de operação. Dependendo do tipo da subestação
(elevadora, abaixadora e etc...) e nível de tensão o sistema se torna mais
complexo.
Transformadores:
O sistema brasileiro precisa de subestações elevadoras, pois a
característica do nosso sistema é ter fontes de energia ao lado oeste do país
enquanto que a maior parte da carga se encontra na costa leste do país. Então
para isso usamos transformadores de alguns MVA de potência, e com uma alta
relação de transformação pois com um nível de tensão maior reduzimos a
corrente e consequentemente as perdas elétricas no condutor elétrico, pois
matematicamente:
I=U/Z, e a energia dissipada é Ed=RI²∆t
Onde:
I – Corrente elétrica [A];
U – Tensão elétrica [V];
Z – Impedância [Ω];
R – Resistência elétrica [Ω].
Por exemplo esse transformador da imagem abaixo:

Fonte: www.weg.net/catalog/weg
Esse transformador de 13.8/138 kV de 20 MVA, no nosso sistema existem
transformadores maiores, a título de curiosidade, os geradores de uma
hidroelétrica têm uma saída em torno de 10 kV.
Os transformadores de potência podem ter vários esquemas de ligação,
a depender de estudos de curto circuito do sistema e qualidade de energia.
Esses esquemas de ligação podem ser estrela-triângulo, estrela-estrela,
aterrado ou não, triângulo-triângulo. Como mostrado na imagem abaixo:

Fonte: Youtube – Canal: Eng. Luís César Emanuelli

Em alguns casos usamos transformadores com três enrolamentos:

Fonte: koeeng.com.br – “Correntes de CC em trafos com terciário em paralelo”

Esse Trafo da imagem acima usa ligação estrela-estrela-triângulo, o


terciário em triângulo pode ser usado para isolar a corrente da terceira harmônica
do sistema. Também em algumas situações alimentam os serviços auxiliares da
subestação.
Cargas elétricas:
As cargas elétricas do nosso consumidor final em sua maioria têm uma
característica resistiva e indutiva, e um dos motivos de usarmos banco de
capacitores em subestações é para equilibrar a carga indutiva com o seu
conjugado que é a carga capacitiva. No triângulo de potência conseguimos
visualizar essa relação melhor:

Fonte: www.flukeacademy.com.br

Fazemos essa instalação dos bancos de capacitores, pois essa energia


reativa (Var), é uma energia que os indutores/motores usam para gerar o campo
magnético, mas não é uma energia que gera trabalho, é uma perda e
conseguimos reduzir essa corrente, diminuindo a potencia efetiva ou potência
aparente (VA). Um exemplo que ajuda entender esse fenômeno é o clássico
exemplo da Chopp:

Fonte: www.profcide.blogspot.com – O que é fator de potência (FP)?

Onde o total do Chopp (Líquido + espuma) é chamado de VA, o líquido de


watts, o que realmente deixa bêbado e a espuma em Var que não gera nada, só
ocupa espaço.
Também podemos instalar banco de capacitores ou um reator indutivo em
uma linha de transmissão para fazer um casamento de impedância e diminuir os
efeitos de reflexão da linha ou regular a tensão, a solução adotava vai depender
das características da linha de transmissão de energia, o exemplo do reator
indutivo pode se enquadrar em linhas de alta tensão 230 kV ou mais e de longa
distância, pois nessas linhas o efeito capacitivo ocorre de forma natural na
própria linha e pode "sobrar” potência reativa capacitiva.

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