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Transformadores Trifásicos

Preparado por: Kely Fabiana de Assis


1. INTRODUÇÃO

A energia elétrica produzida nas usinas hidrelétricas é levada, mediante condutores de


eletricidade, aos lugares mais adequados para o seu aproveitamento. Ela iluminará cidades,
movimentará máquinas e motores, proporcionando muitas comodidades.
Para o transporte da energia até os pontos de utilização, não bastam fios e postes. Toda a rede de
distribuição depende estreitamente dos transformadores, que ora elevam a tensão, ora a rebaixam.
Nesse sobe e desce, eles resolvem não só um problema econômico, reduzindo os custos da
transmissão a distância de energia, como melhoram a eficiência do processo.

Por razões de rendimento e considerável economia no uso do condutor, a geração, a


transmissão e a distribuição da energia elétrica é feita por sistemas trifásicos e não monofásicos. O
processo se inicia com o gerador elétrico, que é projetado para desenvolver uma tensão trifásica. O
sistema de tensão trifásica é caracterizado pelo fato de que cada tensão de fase tem o mesmo valor
máximo, mas, uma fase é defasada no tempo das outras grandezas de fase por 120 graus elétricos.
A fonte original de energia pode ser vapor gerado por uma caldeira, água caindo de
uma queda, combustão de gasolina ou óleo diesel, vento, luz solar, das marés etc. Frequentemente,
a tensão de saída de um gerador elétrico é limitada, por considerações físicas, a 25 kV. A
transmissão de grandes quantidades de energia elétrica por distâncias consideráveis nestas tensões
relativamente baixas acarretaria grandes perdas, tornando o sistema impraticável. A solução
tradicional é introduzir transformadores entre o gerador e as linhas de transmissão para elevar a
tensão para níveis onde as perdas na linha sejam toleráveis. Frequentemente, a tensão de
transmissão é elevada a um nível de 230 kV ou acima, por meio de transformadores. Na
extremidade receptora das linhas de transmissão é novamente necessário o emprego de
transformadores, para reduzir as tensões nas subestações para níveis mais razoáveis. Isto é, seguido
por uma nova redução em vários pontos ao longo da linha de distribuição, onde a energia elétrica é
finalmente consumida. Ao longo do processo, os transformadores são utilizados em arranjos
trifásicos, para proporcionar as transformações necessárias.

2. O PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O princípio básico de funcionamento de um transformador é o fenômeno conhecido


como indução eletromagnética: quando um circuito é submetido a um campo magnético variável,
aparece nele uma corrente elétrica cuja intensidade é proporcional às variações do fluxo magnético.
Os transformadores, na sua forma mais simples, consistem de dois enrolamentos de fio
(o primário e o secundário), que geralmente envolvem os braços de um quadro metálico (o núcleo).
Uma corrente alternada aplicada ao primário produz um campo magnético proporcional à
intensidade dessa corrente e ao número de espiras do enrolamento (número de voltas do fio em
torno do núcleo). Através do material ferromagnético, o fluxo das linhas de força quase não
encontra resistência e, assim, concentra-se no núcleo, em grande parte, e chega ao enrolamento
secundário com um mínimo de perdas. Ocorre, então, a indução eletromagnética: no secundário
surge uma corrente elétrica, que varia de acordo com a corrente do primário e com a razão entre os
números de espiras dos dois enrolamentos.
O enrolamento primário é alimentado, criando-se o campo magnético que circula pelo
núcleo que induz no secundário a tensão de saída, como mostram as figuras abaixo.
3. TRANSFOMADOR IDEAL X TRANSFORMADOR REAL

Transformador ideal

É um transformador sem perdas, isto é, a potência elétrica obtida no secundário é igual à


potência elétrica injetada no lado do primário.
O transformador representado na figura abaixo possui NP espiras de fio no primário e NS
espiras de fio no secundário.
A relação de transformação para este transformador é dada por:

Como estamos a considerar o transformador sem perdas, logo podemos considerar que,
a relação de transformação é:

Transformador real

Tendo qualquer transformador, real, perdas, estas terão que ser consideradas, mesmo
quando apenas ao nível de utilização da máquina – determinação do rendimento, que relaciona a
energia fornecida e a energia utilizada. Às perdas já referidas no eletromagnetismo (perdas por
correntes induzidas, perdas por histerese e perdas por dispersão magnética) vem adicionar-se as
perdas por Efeito Joule nos enrolamentos primário e secundário, visto que tem resistência e por elas
passam as correntes do primário e do secundário.
Levando em conta com as referidas perdas, teremos o circuito elétrico equivalente do
transformador:
Em que:

As perdas referidas estão exemplificadas na figura a seguir:

A determinação dos valores analíticos relacionados com as referidas perdas pode ser
realizada através de testes ao transformador – ensaio em curto circuito e ensaio em vazio.
4. ALTERNATIVA ENTRE TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS

Existe uma alternativa a um transformador trifásico, que consiste na utilização de três


transformadores monofásicos, cada um deles ligado a uma fase. Esta alternativa tem as suas
vantagens e as suas desvantagens.
O transformador monofásico:
- é mais leve, logo mais facilmente transportável;
- tem menores dimensões, logo é mais fácil arrumá-lo e pode reduzir o estoque para 1/3;
- na eventualidade de um defeito numa fase, podem manter-se os outros dois enrolamentos em
funcionamento (isto é mantêm-se com duas fases em funcionamento);
O transformador trifásico:
- ocupa menos espaço e é menos pesado que três monofásicos;
- é mais barato devido à redução em isoladores;
- tem maior rendimento;

5. AUTOTRANSFORMADOR

É um caso particular de transformador de potência, com um único enrolamento,


dividido em dois. A tensão de “saída” é obtida à custa da divisão de tensão do enrolamento, como
se pode ver na figura.
Este tipo de transformador é mais barato (um único enrolamento), no entanto não isola o
circuito elétrico primário do circuito elétrico secundário. Havendo, por exemplo, uma quebra nas
espiras N2, a tensão VS torna-se igual à tensão VP.
Para este tipo de transformador a relação entre as tensões é dada por:
6. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

O modo de operação trifásico pode ser obtido seja através de um único transformador
trifásico ou pelo uso de três transformadores monofásicos, apropriadamente interligados para
operação trifásica. Uma unidade trifásica é construída com três pernas, com cada perna
acomodando as bobinas do primário e secundário de uma fase.
Quando comparado com três transformadores monofásicos projetados para suportar os
mesmos volt-ampères, a unidade trifásica isolada é mais leve, mais barata, requer menos espaço e é
ligeiramente mais eficiente. Algumas instalações econômicas empregam preferencialmente o
transformador trifásico, pelo seu menor investimento inicial.
Porém, uma escolha a favor de três transformadores monofásicos tem algumas
vantagens importantes. A área de superfície total maior, por exemplo, propicia uma melhor
refrigeração e maior facilidade de reparo. Além disso, na fase inicial de um sistema de potência,
pode ser perfeitamente possível operar com apenas dois dos transformadores, se bem que com
capacidade reduzida. Uma terceira unidade pode ser acrescentada em alguma ocasião futura,
quando toda a capacidade do sistema for necessária.
Também, se uma unidade de reserva for necessária para atender a condições de
emergência, uma pequena unidade é suficiente para se ter disponível, em comparação com a
necessidade de se possuir um transformador trifásico completo, no outro caso. Somando-se a isso,
esta última solução vai requerer mais espaço para armazenagem e é mais difícil de movimentar. Em
vista destes prós e contras, é óbvio que a escolha em uma situação específica será fortemente
influenciada pelas circunstâncias especiais envolvendo o caso em particular.

7. FORMAS DE LIGAÇÃO DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

Apresentam-se diferentes formas de ligação dos enrolamentos de transformadores


trifásicos:
As duas primeiras formas já são conhecidas. Já a terceira forma – ligação em zig-zag – é
nova. Esta forma pressupõe a partição de cada um dos três enrolamentos em dois semi-
enrolamentos, interligados da maneira apresentada na figura – é uma espécie de estrela
“desmembrada”.
Num circuito estrela equilibrado ou desequilibrado, a tensão na carga é a tensão de fase
(VF) da rede, e a corrente na carga (IF) é igual a corrente na linha (IL). Veja o fechamento em
estrela.

Em um circuito triângulo equilibrado ou desequilibrado, a tensão na carga (VF)


corresponde à tensão de linha (VL) da rede.
Num circuito triângulo equilibrado, a corrente na linha de alimentação (IL) é √3 vezes
maior que a corrente na carga (IF). Porém, para os circuitos triângulo desequilibrado a relação entre
a corrente de linha (IL) e a de fase (IF) é diferente de √3.
8. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS – CONEXÕES E APLICAÇÕES

Os tipos de conexões mais comuns serão demonstrados na figura a seguir, onde os


enrolamentos do transformador são indicados pelas linhas mais espessas. São elas: estrela-estrela,
estrela-triângulo, triângulo-estrela e triângulo-triângulo. Além dessas conexões temos outras, como:
estrela-estrela com terciário em triângulo e triângulo-zigue zague. As conexões triângulo são
também conhecidas como delta.
O detalhamento das conexões possíveis, bem como suas vantagens, desvantagens e
aplicações serão descritas logo após a figura que segue.

8.1 – CONEXÃO ESTRELA/ESTRELA


Vantagens
- Conexão mais econômica para pequenas potências e altas tensões.
- Ambos os neutros são disponíveis para aterramento ou para fornecer uniu alimentação equilibrada
a quatro fios.
- Uma das conexões mais fáceis de se trabalhar, quando da colocação em paralelo.
- Se faltar uma fase em quaisquer dos dois lados, as duas remanescentes poderão operar de forma a
permitir uma transformação monofásica, com 1/√3 de potência de quando operava com as três
fases.
Desvantagens
- Os neutros são flutuantes, a menos que sejam solidamente aterrados.
- Uma falta em uma fase torna o transformador incapaz de fornecer uma alimentação trifásica.
- As dificuldades de construção das bobinas tornam-se maiores e os custos mais altos à medida que
as correntes de linha se tornam muito grandes.
Aplicação
- Usados na alimentação de cargas de pequena potência.

8.2 – CONEXÃO ESTRELA/ESTRELA COM TERCIÁRIO EM DELTA

Vantagens
Ver “aplicações”
Desvantagens
- Dependendo do propósito para o qual se queira o enrolamento adicional (∆), o custo incremental
pode ser muito grande.
- Se usado para o suprimento de uma carga, o circuito auxiliar pode, em transformadores que
operam com altas tensões de ambos os lados, ficar sujeito a uma tensão à terra perigosa devido à
indução eletrostática.
- Uma falha do enrolamento auxiliar (∆) pode tornar o transformador inoperante.
Aplicação
- O enrolamento em delta fornece um caminho para os componentes de 3º harmônico da corrente de
magnetização, que elimina as tensões de 3º harmônico dos enrolamentos principais. Os pontos
neutros de tais enrolamentos são então estáveis e podem ser aterrados sem quaisquer efeitos
perniciosos para o transformador ou para o sistema.
- O enrolamento adicional (∆) pode ser utilizado para o suprimento de cargas, tais como motores,
ou mesmo ser usado para distribuição.

8.3 – CONEXÃO DELTA/DELTA

Vantagens

- Se faltar uma fase em qualquer um dos lados as duas remanescentes poderão ser operadas em
delta aberto para dar saída trifásica com l/√3 da potência anterior.
- É a combinação mais econômica para transformadores de baixa tensão e altas correntes.
- As tensões de 3º harmônico são eliminadas pela circulação de correntes de 3º harmônico nos
"deltas".
- Uma das mais fáceis combinações para colocação em paralelo.
- Com tensões de linha simétricas, nenhuma parte dos enrolamentos pode estar normalmente a um
potencial excessivo em relação à terra, a não ser devido a cargas estáticas.
Desvantagens
- Não há neutros disponíveis.
- Não pode haver suprimento de energia com quatro condutores.
- As dificuldades de construção das bobinas são maiores e os custos, mais altos com altas tensões de
linha.
- Sob condições normais de operação, a máxima tensão à terra em cada fase é 1/√3 da tensão de
linha; a mínima tensão é de 1/2√3. As solicitações do isolamento são, portanto, maiores que para
conexão estrela.
Aplicações
- Em sistemas em que uma falta fase-terra é muito provável, pode ser uma opção perigosa.

8.4 – CONEXÃO DELTA/ZIGUE ZAGUE

Vantagens
- As tensões de 3º harmônico são eliminadas pela circulação de correntes de 3° harmônico com o
primário em ∆.
- O neutro do secundário pode ser aterrado ou utilizado para alimentação de cargas, ou, ainda, para
prover um neutro para um sistema de corrente contínua (c.c.) de três condutores.
- Cargas equilibradas e desequilibradas podem ser alimentadas simultaneamente.
- De grande aplicação em sistemas de conversão estática.
Desvantagens
- A falta de uma fase torna o transformador trifásico inoperante.
- Devido ao defasamento das metades dos enrolamentos, que são conectados em série para formar
uma fase, a conexão zigue zague exige em cada enrolamento 15,5% de cobre a mais.
Aplicação
- A principal aplicação é em transformadores para conversores. Ainda mais uma considerável
componente c.c., devido ao desequilíbrio, pode ser solicitada sem qualquer efeito pernicioso sobre a
característica magnética do transformador.

8.5 – CONEXÃO ESTRELA/DELTA

Vantagens
- As tensões de 3º harmônico são eliminadas pela circulação das correntes de 3º harmônico no
secundário em delta.
- O neutro do primário mantém-se estável devido ao secundário em delta.
- O neutro do primário pode ser aterrado.
- É a melhor combinação para transformadores abaixadores, pois a conexão estrela é apropriada
para altas tensões e a delta, para altas correntes.
Desvantagens
- Não há neutro no secundário disponível para aterramento ou para uma possível alimentação a
quatro fios.
- A falta de uma fase torna o transformador inoperante.
Aplicações
A principal é a do abaixamento de tensão de sistema usando grandes transformadores.
8.6 – CONEXÃO DELTA/ESTRELA

Vantagens
- As tensões de 3º harmônico são eliminadas pela circulação das correntes de 3º harmônico no
primário em delta.
- O neutro do secundário pode ser aterrado ou utilizado para uma alimentação a quatro condutores.
- Cargas equilibradas e desequilibradas podem ser alimentadas simultaneamente.
Desvantagens
- A falta de uma fase leva à inoperância do transformador.
- O enrolamento em delta pode ser mecanicamente fraco no caso de transformadores abaixadores
com uma tensão primária muito alta, ou no caso ele pequenas potências de saída.
Aplicações
- A principal aplicação é na alimentação com quatro condutores de cargas, que podem ser
equilibradas ou desequilibradas.
- É também usado para a elevação de tensão para a alimentação de uma linha de alta tensão. Como
as tensões de 3º harmônico são eliminadas, o neutro é disponível para aterramento, e ambos os
enrolamentos são empregados sob as melhores condições.
9. TESTES EM TRANSFORMADORES

Ensaio em vazio

O secundário é deixado em aberto (não ligado a qualquer carga), sendo o enrolamento


primário ligado à tensão nominal. Dado que o secundário está em vazio, nenhuma corrente flui nele
e, consequentemente:
a) nenhuma energia é transmitida para aquele ramo do circuito;
b) as perdas por efeito Joule, no enrolamento secundário, são nulas.

Verifica-se, entretanto, que o wattímetro e o amperímetro, inseridos no circuito do


primário, mostram valores não nulos – esta energia é “gasta” no enrolamento primário (Joule) e no
núcleo de ferro (Eddy e histerese). Dado que o valor de RP e XP são muito inferiores a RC e Xm,
poderemos dizer que a energia gasta neste ensaio é atribuível às perdas de Eddy e de Histerese,
denominadas de perdas no ferro – PFE.
Além deste valor de perdas, poderemos ainda determinar o fator de potência do
transformador, em vazio. Este valor é importante, pois muitas vezes o transformador é deixado sem
carga, tendo, do ponto de vista do fornecedor de energia, energia reativa (consumida ou produzida)
que importa conhecer. Assim, sendo a potência ativa dada por:
Ensaio em curto-circuito

O secundário é curto circuitado e aumenta-se a tensão no primário até que a corrente no


secundário atinja o valor nominal.

Note-se que, estando o secundário em curto circuito, a sua impedância é quase nula,
donde, a tensão necessária, no primário, para obter essa corrente, é muito pequena1. É, assim,
necessário possuir uma fonte de tensão regulável para alimentar com um valor reduzido o
enrolamento primário2.
Como neste ensaio a tensão no primário é reduzida, então a corrente que flui no
enrolamento (IP) é também reduzida.
Este ensaio permite conhecer, também, o valor da corrente de curto circuito do
secundário (e, através da relação de transformação, a corrente de curto circuito do primário),
fazendo uma regra de três simples – se com uma tensão VPcc se obtém a corrente nominal no
secundário, então com a tensão nominal no primário (e um curto circuito no secundário) obter-se-á
a corrente de curto circuito. O conhecimento deste valor é de fundamental importância para a
determinação de algumas grandezas relacionadas com dispositivos de proteção na instalação
elétrica, à qual o transformador pertence.

1
Se a tensão no primário fosse a nominal, a corrente no secundário seria extremamente elevada, danificando esse
enrolamento (IS = VS / ZS)
2
Estamos a supor um transformador abaixador
10. RENDIMENTO

Determinadas as perdas, poderemos determinar o rendimento do transformador.


Define-se o fator de carga (C), como sendo a relação entre a corrente do secundário do
transformador, num determinado momento, e a sua corrente nominal, isto é:

As perdas no Ferro são praticamente constantes, qualquer que seja a carga do


Transformador.
As perdas no Cobre dependem do fator de carga, já que a sua expressão é:

Podemos então definir o rendimento do transformador como:

Que tem o seu valor máximo, quando PFe = PCu, ou seja quando o fator de carga é
aproximadamente três quartos (C ≈ ¾).
11. ARREFECIMENTO DE TRANSFORMADORES

Dada a existência de perdas por efeito de Joule, haverá aquecimento dos enrolamentos
do transformador. Aquecimento esse, que deverá ser dissipado. Dependendo da potência do
transformador, essa dissipação poderá revestir-se de maior ou menor importância. Para
transformadores de pequena potência (Imenor ⇒ Ejoule menor) essa dissipação processa-se por
convecção natural. Para transformadores de médias e altas potências essa dissipação é realizada
mergulhando os enrolamentos em óleo mineral isolante que, para além de melhorarem o fator de
dissipação, aumentam o isolamento elétrico. Para transformadores de elevada potência adiciona-se
ainda, em momentos de carregamento elevado a convecção forçada do óleo, ou ventilação forçada.

12. NOTAÇÕES UTILIZADAS PARA TRANSFORMADORES

Letra maiúscula – tensão mais elevada


Letra minúscula – tensão menor
Designação das formas de ligação para transformadores trifásicos: Y – estrela, D –
triângulo e Z – zig-zag.
Exemplo: dYn : lado da tensão mais elevada ligado em estrela, com neutro acessível;
lado da tensão menos elevada ligado em triângulo, tratando-se de um transformador elevador.

13. PARALELO DE TRANSFORMADORES

O paralelo de transformadores, por exemplo, para aumentar a potência que se tornou


necessária a uma instalação, por exemplo, porque se aumentou a capacidade de produção, com mais
máquinas, deverá obedecer a algumas regras, tais como valores de tensão iguais e índice horário
igual.
De fato, fazendo o paralelo de 2 transformadores cujos valores de tensão no secundário
(e no primário) não sejam iguais, vai criar uma diferença de potencial entre os dois, com a
consequente circulação de corrente entre os transformadores. Este fato não poderá ocorrer.
Já o respeito pelo índice horário (índice que indica de que forma a tensão no secundário
se relaciona com a tensão no primário, em termos de desfasamento), é menos evidente, embora
igualmente importante para o bom funcionamento dos equipamentos.
De fato é também necessário, para além dos níveis de tensão iguais, que as tensões do
secundário do novo transformador estejam em fase com as tensões do secundário do transformador
existente, dado que se não estiverem, vamos ter diferentes valores de amplitude, num e noutro
transformador, o que implica uma diferença de potencial entre os dois – situação análoga à anterior.
Na figura anterior, temos a referência Yy0 e Yy6. Esta simbologia tem a seguinte
interpretação: as duas primeiras letras dizem como estão ligados os enrolamentos do lado de tensão
mais elevada (letra maiúscula) e do lado da tensão menor (letra minúscula) e o dígito numérico que
significa o quanto a tensão secundária aparecerá desfasada, em relação à tensão primária que
alimentará o transformador.
O valor do dígito corresponde ao valor das horas de um relógio, isto é 12 horas
correspondem a 360º, ou seja, cada hora corresponde a 30º. Portanto Yy6 significa que o
desfasamento corresponde às seis horas, isto é o desfasamento é de 180º.

BIBLIOGRAFIA:

TORO, Vicente Del. Fundamentos de Máquinas Elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 1994.

OLIVEIRA, José Carlos de; COGO, João Roberto; ABREU, José policarpo Gonçalves.
Transformadores: Teoria e Ensaios. São Paulo: Edgard Blucher, 1984.

FITZGERALD, A. E.; JR, Charles Kingsley; UMANS, Stephen D. Máquinas Elétricas com
Introdução à Eletrônica de Potência. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

Artigo científico sobre transformadores escrito por EDUARDO PAIVA.

INTERNET

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