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Fator de Potência

Conceitos Básicos

A maioria das cargas das unidades consumidoras consome energia reativa


indutiva, tais como: motores, transformadores, reatores para lâmpadas de
descarga, fornos de indução, entre outros. As cargas indutivas necessitam de
campo eletromagnético para seu funcionamento, por isso sua operação requer
dois tipos de potência:

Potência ativa: potência que efetivamente realiza trabalho gerando calor, luz,
movimento, etc.

É medida em kW. A figura abaixo mostra uma ilustração disto.

Potência Reativa: potência usada apenas para criar e manter os campos


eletromagnéticos das cargas indutivas. É medida em kvar. A figura seguinte
ilustra esta definição.

Assim, enquanto a potência ativa é sempre consumida na execução de


trabalho, a potência reativa, além de não produzir trabalho, circula entre a
carga e a fonte de alimentação, ocupando um espaço no sistema elétrico que
poderia ser utilizado para fornecer mais energia ativa. Definição: o fator de
potência é a razão entre a potência ativa e a potência aparente. Ele indica a
eficiência do uso da energia. Um alto fator de potência indica uma eficiência
alta e inversamente, um fator de potência baixo indica baixa eficiência
energética. Um triângulo retângulo é frequentemente utilizado para representar
as relações entre kW, Kvar e kVA, conforme a Fig. 3.

Conseqüências e Causas de um Baixo Fator de Potência / Perdas na


Instalação

As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais


ao quadrado da corrente total (I².R). Como essa corrente cresce com o excesso
de energia reativa, estabelece-se uma relação entre o incremento das perdas e
o baixo fator de potência, provocando o aumento do aquecimento de
condutores e equipamentos.
Quedas de Tensão

O aumento da corrente devido ao excesso de energia reativa leva a quedas de


tensão acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de
energia elétrica e a sobrecarga em certos elementos da rede. Esse risco é
sobretudo acentuado durante os períodos nos quais a rede é fortemente
solicitada. As quedas de tensão podem provocar ainda, a diminuição da
intensidade luminosa das lâmpadas e aumento da corrente nos motores.

Subutilização da Capacidade Instalada

A energia reativa, ao sobrecarregar uma instalação elétrica, inviabiliza sua


plena utilização, condicionando a instalação de novas cargas a investimentos
que seriam evitados se o fator de potência apresentasse valores mais altos. O
“espaço” ocupado pela energia reativa poderia ser então utilizado para o
atendimento de novas cargas.

Os investimentos em ampliação das instalações estão relacionados


principalmente aos transformadores e condutores necessários. O
transformador a ser instalado deve atender à potência total dos equipamentos
utilizados, mas devido a presença de potência reativa, a sua capacidade deve
ser calculada com base na potência aparente das instalações.

A Tabela 1 mostra a potência total que deve ter o transformador, para atender
uma carga útil de 800 kW para fatores de potência crescentes.

Também o custo dos sistemas de comando, proteção e controle dos


equipamentos cresce com o aumento da energia reativa. Da mesma forma,
para transportar a mesma potência ativa sem o aumento de perdas, a seção
dos condutores deve aumentar à medida em que o fator de potência diminui. A
Tabela 2 ilustra a variação da seção de um condutor em função do fator de
potência. Nota-se que a seção necessária, supondo-se um fator de potência
0,70 é o dobro da seção para o fator de potência 1,00.
A correção do fator de potência por si só já libera capacidade para instalação
de novos equipamentos, sem a necessidade de investimentos em
transformador ou substituição de condutores para esse fim específico.

Vantagens da Correção do Fator de Potência / Melhoria da Tensão

As desvantagens de tensões abaixo da nominal em qualquer sistema elétrico


são bastante conhecidas. Embora os capacitores elevem os níveis de tensão, é
raramente econômico instalá-los em estabelecimentos industriais apenas para
esse fim. A melhoria da tensão deve ser considerada como um benefício
adicional dos capacitores. A tensão em qualquer ponto de um circuito elétrico é
igual a da fonte geradora menos a queda de tensão até aquele ponto. Assim,
se a tensão da fonte geradora e as diversas quedas de tensão forem
conhecidas, a tensão em qualquer ponto pode ser facilmente determinada.
Como a tensão na fonte é conhecida, o problema consiste apenas na
determinação das quedas de tensão.
A fim de simplificar o cálculo das quedas de tensão, a seguinte fórmula é
geralmente usada :

Por esta expressão, torna-se evidente que a corrente relativa à potência reativa
opera somente na reatância. Como esta corrente é reduzida pelos capacitores,
a queda de tensão total é então reduzida de um valor igual a corrente do
capacitor multiplicada pela reatância. Portanto, é apenas necessário conhecer
a potência nominal do capacitor e a reatância do sistema para se conhecer a
elevação de tensão ocasionada pelos capacitores.

Nos estabelecimentos industriais com sistemas de distribuição modernos e a


uma só transformação, a elevação de tensão proveniente da instalação de
capacitores é da ordem de 4 a 5%.
Redução das Perdas

Na maioria dos sistemas de distribuição de energia elétrica de


estabelecimentos industriais, as perdas RI2t variam de 2,5 a 7,5% dos kWh da
carga, dependendo das horas de trabalho a plena carga, bitola dos condutores
e comprimento dos alimentadores e circuitos de distribuição. As perdas são
proporcionais ao quadrado da corrente e como a corrente é reduzida na razão
direta da melhoria do fator de potência, as perdas são inversamente
proporcionais ao quadrado do fator de potência.

Redução percentual das perdas :

A Fig. 5 está baseada na consideração de que a potência original da carga


permanece constante. Se o fator de potência for melhorado para liberar
capacidade do sistema e, em vista disso, for ligada a carga máxima
permissível, a corrente total é a mesma, de modo que as perdas serão também
as mesmas. Entretanto, a carga total em kW será maior e, portanto, a perda
percentual no sistema será menor.
Algumas vezes torna-se útil conhecer o percentual das perdas em função da
potência aparente (S) e potência reativa (Q) da carga e da potência reativa do
capacitor (Qc). Assim :

Vantagens da Empresa

Redução significativa do custo de energia elétrica;


Aumento da eficiência energética da empresa; Melhoria da tensão;
Aumento da capacidade dos equipamentos de manobra;
Aumento da vida útil das instalações e equipamentos;
Redução do efeito Joule;
Redução da corrente reativa na rede elétrica.

Vantagens da Concessionária

O bloco de potência reativa deixa de circular no sistema de transmissão e


distribuição;
Evita as perdas pelo efeito Joule;
Aumenta a capacidade do sistema de transmissão e distribuição para
conduzir o bloco de potência ativa;
Aumenta a capacidade de geração com intuito de atender mais
consumidores;
Diminui os custos de geração.

Definições

Potência: Capacidade de produzir trabalho na unidade de tempo;


Energia: Utilização da potência num intervalo de tempo;
Potência Ativa (kW): É a que realmente produz trabalho útil;
Energia Ativa (kWh): Uso da potência ativa num intervalo de tempo;
Potência Reativa (kvar): É a usada para criar o campo eletromagnético das
cargas indutivas;
Energia Reativa (kvarh): Uso da potência reativa num intervalo de tempo;
Potência Aparente (kVA): Soma vetorial das potências ativa e reativa, ou seja,
é a potência total absorvida pela instalação.

Fator de Potência: Razão entre Potência Ativa e Potência Aparente.

MANUAL DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

Tipos de Correção do Fator de Potência


A correção pode ser feita instalando os capacitores de quatro maneiras
diferentes, tendo como objetivos a conservação de energia e a relação
custo/benefício:

a) Correção na entrada da energia de alta tensão: corrige o fator de potência


visto pela concessionária, permanecendo internamente todos os
inconvenientes citados pelo baixo fator de potência e o custo é elevado.

b) Correção na entrada da energia de baixa tensão: permite uma correção


bastante significativa, normalmente com bancos automáticos de capacitores.
Utiliza-se este tipo de correção em instalações elétricas com elevado número
de cargas com potências diferentes e regimes de utilização poucos uniformes.
A principal desvantagem consiste em não haver alívio sensível dos
alimentadores de cada equipamento.

c) Correção por grupos de cargas: o capacitor é instalado de forma a corrigir


um setor ou um conjunto de pequenas máquinas (maior que 10cv). É instalado
junto ao quadro de distribuição que alimenta esses equipamentos. Tem como
desvantagem não diminuir a corrente nos circuitos de alimentação de cada
equipamento.
d) Correção localizada: é obtida instalando-se os capacitores junto ao
equipamento que se pretende corrigir o fator de potência. Representa, do ponto
de vista técnico, a melhor solução, apresentando as seguintes vantagens:

- reduz as perdas energéticas em toda a instalação;


- diminui a carga nos circuitos de alimentação dos equipamentos;
- pode-se utilizar em sistema único de acionamento para a carga e o capacitor,
economizando-se um equipamento de manobra;
- gera potência reativa somente onde é necessário.

e) Correção mista: no ponto de vista ¨Conservação de Energia¨, considerando


aspectos técnicos, práticos e financeiros, torna-se a melhor solução. Usa-se o
seguinte critério para correção mista:

1. Instala-se um capacitor fixo diretamente no lado secundário do


transformador;
2. Motores de aproximadamente 10 cv ou mais, corrige-se localmente (cuidado
com motores de alta inércia, pois não se deve dispensar o uso de contatores
para manobra dos capacitores sempre que a corrente nominal dos mesmos for
superior a 90% da corrente de excitação do motor).

3. Motores com menos de 10 cv corrige-se por grupos. 4. Redes próprias para


iluminação com lâmpadas de descarga, usando-se reatores de baixo fator de
potência, corrige-se na entrada da rede;

5. Na entrada instala-se um banco automático de pequena potência para


equalização final.

Quando se corrige um fator de potência de uma instalação, consegue-se um


aumento de potência aparente disponível e também uma queda significativa da
corrente, conforme exemplo:

Deseja-se corrigir o fator de potência para 0,92 de uma carga de 930 kW, 380
V e f.p.= 0,65:

- Sem Correção do Fator de Potência:


Neste caso, após a correção do fator de potência, a instalação poderá ter
aumentos de cargas em até 41%.

Consumo de energia – Como calcular em Kwh!


Chegou a fatura da companhia de energia elétrica referente ao consumo de
energia gasta no mês, e você ficou com aquela dúvida de como fazer o cálculo
de kWh? O Mundo da Elétrica vai explicar neste artigo como calcular o
consumo por hora e como calcular em kWh, para você conseguir checar aos
cálculos cobrados e saber quais eletrodomésticos são os vilões do consumo de
energia. Então, vamos lá pessoal!
Consumo de energia
Na hora de pagar a conta de energia elétrica, sempre fica aquela dúvida ao
conferir o medidor de energia para saber se estamos gastando em excesso e
de como entender os cálculos. É possível saber quais dos eletrodomésticos
têm os maiores consumos. Para isso precisamos fazer alguns cálculos e
considerar alguns dados antes de começar.

Como calcular consumo em kwh


Para calcular o consumo por hora, deve-se multiplicar a potência em kW pela
quantidade de horas em que um aparelho for utilizado. Este resultado será
obtido em quilowatt hora ou kWh. Em seguida basta multiplicar a sua potência
em kW pela quantidade de dias e horas em que ele foi utilizado.
Por exemplo, para saber o cálculo de kwh mensal de um chuveiro com
potência de 5.500 watts. Primeiro é preciso achar o valor em kW, dividindo o
valor da potência por 1.000, obtendo 5,5 kw (5.500/1.000).
O segundo passo é saber o tempo de utilização no período, supondo que ele
seja ligado durante 15 minutos por dia, é só multiplicar o valor pelo total de
dias, neste caso o total mensal (15×30), depois temos que transformar em
horas, dividindo 450 por 60, obtendo 7,5 horas de utilização no mês. Assim, o
aparelho terá consumido 5,5 kW multiplicado por 7,5 horas, totalizando 41,25
kWh no mês.
O cálculo de kWh serve para qualquer aparelho, sabemos que dispositivos de
iluminação têm um baixo consumo de energia. Uma lâmpada com potência de
15 W ou 0,015 kW ligada por 6 horas por dia, por exemplo, consumirá 0,015
kW x 180 horas por mês.
O total consumido será apenas 2,7 kWh, portanto podemos dizer que os vilões
da história são os aparelhos de maior potência, como o chuveiro por exemplo.
Mas é preciso ter atenção àqueles que ficam ligados o tempo todo, por
exemplo, a geladeira que geralmente tem 300W de potência, mas fica ligada 24
horas por dia.
Vilões do consumo de energia
Os aparelhos vilões da fatura mensal com maior consumo de energia,
geralmente são aqueles que possuem resistência ou aqueles que têm função
de congelamento.
O chuveiro, por exemplo, tem potência muito elevada em comparação com
outros aparelhos domésticos. O chuveiro, ligado na posição inverno tem 5,4 kW
ou 5.400 W de potência. Se em uma casa com duas pessoas que costumam
tomar um banho de 15 minutos cada, o período mensal acumulado será de 15
horas durante o mês e seu consumo total será 81 kWh.
Os refrigeradores mesmo com uma potência relativamente baixa, respondem
por consumo mensal elevado, pois seus motores ficam ligados por longos
períodos. A geladeira, por exemplo, pode chegar a utilizar seu motor por até
metade do tempo em que estiver ligada a tomada, seu motor permanece
ligando e desligando, chegando a quase 12 horas de consumo em apenas um
dia.
Aplicando os cálculos
Vamos fazer os cálculos de consumo de energia mensal e ver a sua relação de
gastos!
Veja nos exemplos abaixo como usar a expressão e realizar os cálculos!

Calcular energia elétrica


O consumo total considerando apenas esses dois aparelhos é de 189 kWh/Mês
(81+108). Este cálculo deve ser feito para todos os equipamentos elétricos
para se chegar ao total registrado pelo medidor de energia elétrica.
Depois de todas essas contas prontas, é preciso calcular qual valor será pago
na fatura mensal. Esse valor depende de cada região, onde é cobrado o valor
por kWh de acordo com a concessionária de energia local. Esta informação
pode variar de acordo com a empresa prestadora do serviço, mas está indicada
na própria conta de luz.
Após consultar o valor do kWh, basta multiplicar este valor pelo consumo de
todos os aparelhos calculados. Valor do kWh x Consumo total.
Conceitos usados

Potência Elétrica – Fórmula


Para achar esses cálculos, foi usado um conceito de potência elétrica, para
isso foi considerado a seguinte expressão P = U x I. Onde P é a potência
elétrica, unidade representada por Watt ou W, no sistema internacional de
unidades.
U é a tensão elétrica, normalmente 220 V ou 110 V e a sua unidade
representada é o Volt ou V, no sistema internacional de unidades. I é a corrente
elétrica, que circula na instalação, sua unidade representada é o Ampere ou A,
no sistema internacional de unidades.
Vimos que potência elétrica é P = U x I em Watts e a relação com consumo =
potência/1000 x tempo de uso em quilowatt hora.
Conceito
Quando vamos dimensionar a potência de um no-break ou analisar a eficiência
de um equipamento eletroeletrônico, devemos entender o conceito de fator de
potência.
O fator de potência, ou sua abreviação FP, é um número entre 0 e 1 (atenção,
nenhuma relação com números binários) que indica o quão eficiente é o
consumo de energia elétrica por um equipamento ou circuito. O fator de
potência ideal é 1, e quanto mais baixo for este número, menor a eficiência ou
rendimento do equipamento. técnicamente falando, fator de potência é o
ângulo de separação entre as curvas de tensão (Volts) e corrente (Amperes) na
rede elétrica, sendo “1” quando não há ângulo entre elas.
A potência de um equipamento elétrico pode ser desmembrada em 3
partes: Potência reativa, potência ativa e potência aparente, que é a soma
das duas primeiras. A forma mais simples de entender estas 3 partes é fazendo
uma analogia a um copo de chopp.
Quando você pede um copo de chopp, o ideal seria se viesse cheio de líquido
até a borda, mas geralmente temos uma camada de espuma no topo, que
apesar de não ter sido comprada, ocupa lugar no copo que poderia estar cheio
de chopp. No caso o copo todo representa a potência aparente (VA), o chopp
líquido a potência ativa (W), e a espuma (indesejada) a potência reativa (VAr).

Analogia de potência aparente (VA), ativa (W) e reativa (VAr).


Para uma carga completamente RESISTIVA, como por exemplo uma
resistência de chuveiro ou uma lâmpada incandescente, o fator de potência
será 1, pois a curva de tensão (V) e corrente (I) estarão juntas, ou “em fase”.
Elas não precisam possuir a mesma amplitude, mas começam e terminam
juntas ao longo do tempo.
Tensão (V) e corrente (I) em fase.
Já uma carga INDUTIVA, como um motor elétrico, possui um atraso da
corrente em relação a tensão. Esta característica faz com que parte da energia
seja “devolvida” pela fiação elétrica (potência reativa), e apesar de não ser
utilizada para desenvolver trabalho (no caso girar o eixo do motor), deve ser
considerada para dimensionar a bitola do condutor e demais partes da infra-
estrutura elétrica. Neste caso o fator de potência é menor que 1 e isso não quer
dizer que o motor seja ruim, mas é uma característica de equipamentos que
trabalham por indução eletromagnética.

Tensão (V) antecipada em relação a corrente (I).


Por último, uma carga CAPACITIVA, como alguns antigos reatores para
lâmpadas fluorescentes, funciona de forma oposta à INDUTIVA, antecipando a
curva da corrente elétrica em relação a tensão. Quando a curva de tensão
começa a subir, a corrente já está lá em cima.
Corrente (I) antecipada em relação a tensão (V).
Exemplos
Em alguns motores elétricos, na etiqueta de identificação, encontramos
a informação da “eficiência” do mesmo, por exemplo 70%. Se um motor tem
eficiência de 70% quer dizer que seu fator de potência é 0,7. As vezes
podemos encontrar a informação direto como FP ou PF (Power Factor em
inglês).

Exemplo de fator de potência indicado na etiqueta de um motor.


Vamos supor que este mesmo motor tenha uma potência de 2.000 Watts. Isso
quer dizer que dos 2.000 Watts que ele consome (e você vai pagar por ele na
conta de luz), somente 1.400 Watts (2.000 x 0,7) serão utilizados para de fato
realizar o trabalho, os outros 600 Watts serão “devolvidos” à rede elétrica em
forma de potência reativa.
No Brasil as concessionárias de energia elétrica exigem uma eficiência mínima
de 92% por parte dos clientes para que não seja cobrado Kvar (Kilo-Watt-Hora-
Reativo). Se a única coisa ligada na rede do cliente fosse este motor, com 70%
de eficiência, além da energia consumida no período em Kwh (Kilo-Watt-Hora)
também seria passível de cobrança um adicional por baixa eficiência, pois o
cliente estaria ocupando “espaço” nos condutores e transformadores da
concessionária por uma energia que está circulando e não está sendo utilizada.
Nesse caso o ideal seria instalar capacitores para correção do fator de
potência, desta forma elevando para no mínimo 92% a eficiência (veja abaixo
como).
Outro caso muito importante onde devemos considerar o fator de potência é ao
adquirir um no-break. A grande maioria dos equipamentos deste tipo vem com
sua potência de saída expressa em VA (Volt-Ampere), que não é a mesma
coisa que Watts. Alguns modelos possuem fator de potência 1, e nesse caso
sua potência em Watts é a mesma que VA, mas a maioria possui fator de
potência <1 e muitas vezes só é possível encontrar no datasheet do
equipamento. Se você adquirir um no-break de 1Kva (1000 Volts-ampere) e ele
tiver FP 0,6 por exemplo, na verdade o máximo de equipamentos que poderá
ser ligado em sua saída é 600 Watts e não 1000 Watts.
Como medir o fator de potência
Existem equipamentos específicos para medir o fator de potência, alguns deles
bem simples para termos em casa, como os “Kill-a-Watt”.
Basta conectá-lo em uma tomada elétrica, e ligar nele o equipamento que
queremos medir o consumo, respeitando o limite de potência. Através de um
display LCD é possível medir diversos parâmetros como a potência aparente,
potência real e fator de potência em tempo real.

Exemplo de Kill-a-watt um dos equipamentos mais simples para medir


fator de potência.
Correção do fator de potência
O objetivo da correção de fator de potência é deixar a rede mais eficiente
através da instalação de bancos de capacitores com o objetivo de “anular” ou
“juntar o máximo possível” as curvas de tensão e corrente.
Sabendo que uma carga CAPACITIVA antecipa a corrente e uma INDUTIVA
antecipa a tensão, podemos juntar as duas pra tornar nosso fator de potência o
melhor possível, ou o mais próximo a 1 interligando capacitores (ou bancos
com vários capacitores para cargas maiores) em paralelo com nossas cargas
indutivas. A capacitância necessária depende do quanto defasada está a
corrente, e deve ser calculada por um especialista.

Exemplo de banco de capacitores corrigindo fator de potência.


Conclusão
Então afinal, devemos nos preocupar com o fator de potência?
Se você for um cliente residencial, a resposta provavelmente é não, se sua
única preocupação é não ter cobrança de potência reativa. Isso porque apesar
de existirem diversos equipamentos indutivos em uma residência (máquina de
lavar roupa, liquidificador, geladeira, batedeira etc.) quase todas possuem
chuveiros elétricos (carga puramente resistiva) que anulam esta diferença.
Como o chuveiro consome muita energia em relação aos demais equipamentos
citados, alguns minutos de banho geram muito mais consumo com fator de
potência próximo de 1 do que o resto do tempo com outros equipamentos de
baixo fator de potência.
Mas se você possui uma empresa ou indústria, com muitos motores “pesados”,
incluindo elevadores, deve se preocupar. Você pode conferir em sua fatura de
energia elétrica se está sendo cobrado excedente por potência reativa e se
estiver, considere a instalação de um banco de capacitores para corrigir o fator
de potência e evitar cobrança extra.

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