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DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA CCE1490

Semana Aula 3
Perfis de Carga, Perdas e Banco de Capacitores

Prof. Msc. Rildo Arrifano


5.4 Perfis de Carga:
5.4.1 Curva de carga residencial e características
5.4.2 Curva de carga comercial e características
5.4.3 Curva de carga industrial e características
5.4.4 Curva de carga iluminação pública e características
6 Perdas Técnicas e Comerciais:
6.1 Perda: definição
6.2 Principais tipos de perdas
6.3 Perdas técnicas: identificação e otimização
6.4 Perdas comerciais: Identificação e combate
7 Banco de Capacitores e Correção de Fator de Potência
7.1 Causas
7.2 Formas de correção
7.3 Cálculo de fator de potência
7.4 A utilização de bancos de capacitor: esquemas de ligação e tipos de bancos de capacitores
Perfis de Carga
Perdas Técnicas e Comerciais

No novo contexto do setor elétrico, em especial para os sistemas de distribuição, torna-se


importante reduzir as perdas de energia elétrica, uma vez que elas acarretam custo
econômico indesejável às empresas e aos consumidores, devido ao consumo desnecessário.

O conhecimento das perdas globais como um todo não é suficiente, pois a quantificação das
perdas de energia elétrica, segundo o tipo e o componente onde ocorrem, é que vai permitir
identificar qual ação a ser adotada para sua redução, direcionando de forma otimizada os
recursos necessários.

As concessionárias devem, portanto, ser capazes de identificar as perdas por tipo (técnicas
ou comerciais) e o local onde ocorrem (redes secundárias, transformadores de distribuição e
redes primárias), para tentarem alcançar o nível de perdas ótimo.
As perdas globais de energia, em um sistema de distribuição, podem ser encontradas
subtraindo a energia despachada pela subestação, saída do alimentador, da energia mensal
medida dos consumidores atendidos pelo alimentador em questão.

As perdas globais de energia são divididas em: perdas comerciais e perdas técnicas.

São comerciais aquelas referentes à energia entregue ao consumidor, mas não faturada ou
faturada incorretamente.

Enquanto as técnicas são inerentes ao processo de distribuição de energia, sendo causadas,


em carga, devido à passagem da corrente elétrica nos diversos elementos que compõem uma
rede de distribuição e, em vazio, devido à excitação magnética do núcleo dos
transformadores.
As concessionárias devem, portanto, ser capazes de identificar as perdas por tipo (técnicas ou
comerciais) e o local onde ocorrem, para tentarem alcançar o nível de perdas ótimo.

Em relação às perdas comerciais, o nível ótimo é zero, isto é, o ideal é que toda energia
realmente entregue aos consumidores seja faturada corretamente.

Já, em relação às perdas técnicas, o nível ótimo será em função da topologia e do


comprimento das redes, dos materiais e dos equipamentos utilizados, do comportamento da
carga (equilíbrio, fator de carga, demanda máxima, nível de carregamento permissível...).
Banco de Capacitores e Correção de Fator de Potência

A primeira providência para corrigir o baixo fator de potência é a análise das causas que levam à
utilização excessiva de energia reativa.

A eliminação dessas causas passa pela racionalização do uso de equipamentos:

- desligar motores em vazio;


- redimensionar equipamentos superdimensionados;
- redistribuir cargas pelos diversos circuitos, etc.

Estas providências podem, eventualmente, solucionar o problema de excesso de reativo nas


instalações.

A partir destas providências, uma forma de reduzir a circulação de energia reativa pelo sistema
elétrico, consiste em “produzi-la” o mais próximo possível da carga, utilizando um equipamento
chamado Capacitor.
Instalando-se capacitores junto às cargas indutivas, a circulação de energia reativa fica limitada a
estes equipamentos.

Na prática, a energia reativa passa a ser fornecida pelos capacitores, liberando parte da capacidade
do sistema elétrico e das instalações da unidade consumidora.

Isso é comumente chamado de “compensação de energia reativa”.


Quando está havendo consumo de energia reativa, caracterizando uma situação de compensação
insuficiente, o fator de potência é chamado de indutivo.

Quando está havendo um fornecimento de energia reativa à rede, caracterizando uma situação de
compensação excessiva, o fator de potência é chamado de capacitivo.
Cálculo de Fator de Potência

Parâmetros dos capacitores


O capacitor é um dispositivo elétrico utilizado para introduzir capacitancia em um circuito.

É constituido por um sistema de condutores e dielétricos que têm a propriedade de


armazenar energia elétrica quando submetidos a um campo elétrico.

Um capacitor é caracterizado por:

Capacitancia nominal: valor da capacitancia atribuído pelo fa­bricante (μF).

Tensão nominal: valor eficaz da tensão senoidal entre os seus terminais, para a qual um
capacitor é projetado (V, kV).
Corrente nominal: valor eficaz da corrente correspondente a sua po­tência
nominal, quando aplicada ao capacitor a sua tensão nominal sob frequência
nominal.

Potência nominal: potência reativa sob tensão e frequência no­minais, para a


qual o capacitor é projetado (kVAr).

Carga de um capacitor: é o acúmulo de cargas elétricas no dispositivo,


resultando em elevação da tensão entre suas placas; por extensão, o termo
também significa o valor de carga elétrica acu­mulada.
Os capacitores possuem um dispositivo de
descarga que é elétrico (basicamente um
resistor) ligado entre os terminais do
capacitor ou a ele Incorporado, ou ligado
entre os condutores de alimentação.

Eles reduzem praticamente a zero a tensão


entre os seus terminais, quando o capacitor
é desligado da fonte de alimentação.

A figura ao lado mostra um banco de


capacitores utilizado para a correção do
fator de potência.
Um banco de capacitores é um conjunto de capacitores de
potência, estruturas de suporte e com os necessários
dispositivos de manobra, controle e proteção, montado de
modo a constituir um equipamento completo.

Os capacitores são normalmente determinados pela sua


potência nominal reativa dada em VAr (Volt Ampere
Reativo).
A potência nominal de um
capacitor é absorvida do sistema
quando é ele submetido à
tensão e frequências nominais a
uma temperatura ambiente igual
a 20°C.

Assim, por meio da equação ao


lado podemos determinar a
Capacitancia:
Para tensões de até 660 V a potência nominal normalmente não é su­perior aos
50 kVAr em unidades trifásicas e 30 kVAr em unidades monofásicas.

Compensação do Fator de Potência

A utilização de capacitor tem como função a melhoria do fator de potência, pois


todas as Instalações que possuem motores, transformadores, etc, possuem
uma potência reativa que não realiza trabalho.

O capacitor tem por finalidade diminuir a quantidade de potência reativa que


os geradores precisam fornecer.
Esquema de Ligação

Para determinar a forma de ligação de banco de capacitores de alta tensão, primeiramente verifica-se se o
neutro do sistema de alimentação é aterrado ou não. Recomenda-se para evitar eventuais distúrbios de
ressonância série:

- Se o transformador a ser corrigido pelo banco estiver ligado em estrela aterrada o banco também deverá ser
ligado em estrela aterrada.

- Se o transformador a ser corrigido pelo banco estiver ligado em estrela não aterrada o banco deverá ser
ligado em estrela não aterrada ou triângulo de preferência.

- Se o transformador a ser corrigido pelo banco estiver ligado em triângulo o banco deverá ser ligado em
estrela não aterrada , de preferência ou em triângulo.

- A ligação do banco capacitivo dupla-estrela é enquadrada nas condições da estrela não aterrada.

As fases do sistema devem ser as mais equilibradas possíveis.


Tipos de Banco de Capacitores
BANCO DE CAPACITOR FIXO

É recomendado para a correção de cargas constantes, onde não há grande variação da energia consumida nem do Fator de
Potência. Devem ser utilizados com cuidado, de forma a não provocar um baixo fator de potência capacitivo, e os módulos
fixos devem conter, no mínimo, um sistema de proteção.

A instalação do banco de capacitores fixo pode trazer retornos do investimento a partir do segundo mês dependendo de
cada caso.

BANCO DE CAPACITOR PROGRAMÁVEL (OU SEMIAUTOMÁTICO)

Pode atuar em condições pré-definidas (períodos ou eventos) de acordo com a necessidade específica de correção do Fator
de Potência. Eles atuam ligando os sistemas no horário indutivo e desligando-os no período capacitivo.

São ideais para estabelecimentos de pequeno ou médio porte, com uma demanda elétrica estável, e que passam por longos
períodos de baixo ou quase nulo consumo elétrico.
BANCO DE CAPACITOR AUTOMÁTICO

Realiza uma compensação automática por meio do monitoramento de


sinais de tensão e corrente, ligando e desligando módulos capacitivos de
acordo com a necessidade de fator de potência desejada.

Por isso, ele é mais indicado para prédios comerciais e indústrias com
equipamentos que ligam e desligam muitas vezes ao dia causando
variação no consumo de energia e no fator de potência ao longo deste
período.

Das opções, é o que tem maior custo, mas também é a forma mais
eficiente de corrigir o fator de potência sem o risco da rede ficar
capacitiva.

Por isso o retorno do investimento é um pouco mais longo, por volta de


nove meses em média em soluções tradicionais.
Exercícios
 
1. Comente o perfil de carga dos consumidores.
 
2. Como são calculadas as perdas globais de energia elétrica em sistemas de distribuição?

3. Onde ocorrem as perdas técnicas mais significativas num sistema de distribuição?


 
4. Dada a seguinte instalação elétrica, calcule o fator de potência da instalação e corrija para
0,92.
 Dois motores de 10 cv com FP = 0,85;
 Um motor de 15 cv com FP = 0,85;
 Dois motores de 30 cv com FP = 0,87.
Aprenda +
Assista os vídeos:

CÁLCULO DAS PERDAS ELÉTRICAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA


Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=F6WudTsgbLg >.
Acesso em: 17 ago. 2022.

Os 5 Componentes do BANCO DE CAPACITORES para correção de fator de potência


Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=vMbAnfXKbdY>.
Acesso em: 17 ago. 2022.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Benjamim Ferreira Barros. Sistema Elétrico de Potência SEP: Guia Prático: Conceitos, Análises e
Aplicações de Segurança da NR10. São Paulo: Editora Érica, 2013.

Eldis Camargo Neves Cunha. Infraestrutura Energética Planejamento e Regulação de Setor Elétrico. 1°.
São Paulo: Editora MP, 2009.

Lineu Belico dos Reis Arlindo Philippi. Matrizes energéticas – Conceitos e Usos em Gestão e Planejamento.
São Paulo: Manoele, 2011.

Lineu Belico dos Reis Eldis Camargo Neves Cunha. Energia Elétrica e Sustentabilidade: Aspectos
tecnológicos, socioambientais e legais. 2°. São Paulo: Manoele, 2014.

Ruth Pastôra Saraiva Leão. Harmônicos em Sistemas Elétricos. 1°. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

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