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NOÇÕES DE

MOVIMENTAÇÃO
DE CARGAS

Autores: Orlando José Ferreira Torres


Ronaldo Gonçalves Cruz
NOÇÕES DE
MOVIMENTAÇÃO
DE CARGAS
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P.
É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora
do ambiente PETROBRAS.

Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o


tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE
INFORMAÇÕES RESERVADAS".

Órgão gestor: E&P-CORP/RH


NOÇÕES DE
MOVIMENTAÇÃO
DE CARGAS
Autores: Orlando José Ferreira Torres
Ronaldo Gonçalves Cruz

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Compreender conceitos, princípios gerais e normas de


segurança envolvidos na movimentação de cargas.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 15

Capítulo 1 - Movimentação de cargas


Objetivos 17
1. Movimentação de cargas 19
1.1. Princípios gerais 20
1.2. Legislação e normas aplicáveis 21
1.2.1. Carga limite recomendada 24
1.3. Princípios ergonômicos 26
1.4. Recomendações gerais sobre segurança na
movimentação de cargas 27
1.4.1. Sinalização 29
1.4.2. Cuidados específicos na movimentação de cargas 33
1.4.3. Segurança na movimentação e acondicionamento de cargas 35
1.5. Exercícios 37
1.6. Glossário 40
1.7. Bibliografia 41
1.8. Gabarito 42

Capítulo 2 - Movimentação manual de cargas


Objetivos 45
2. Movimentação manual de cargas 47
2.1. Princípios ergonômicos e de segurança 48
2.2. Riscos e cuidados para a carga 53
2.3. Equipamentos auxiliares 58
2.4. Exercícios 60
2.5. Glossário 62
2.6. Bibliografia 63
2.7. Gabarito 64
Capítulo 3 - Movimentação de cargas com uso de equipamentos
Objetivos 67
3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos 69
3.1. Tipos e descrição de equipamentos 69
3.1.1. Guindaste 70
3.1.2. Ponte rolante 77
3.1.3. Trolley (Trole) 77
3.1.4. Talha 78
3.1.5. Tirfor (guinchos de alavanca) 80
3.2. Tipos e descrição de acessórios 82
3.3. Procedimentos e cuidados na utilização de
equipamentos e acessórios 89
3.4. Exercícios 93
3.5. Glossário 95
3.6. Bibliografia 96
3.7. Gabarito 97
Introdução

D
esde os tempos mais remotos, o homem realiza a movimentação
de cargas. Um dos exemplos mais antigos que podemos citar
da aplicação da movimentação de cargas na humanidade
são as pirâmides do Egito. Existem várias teorias sobre as técnicas
utilizadas para a construção das pirâmides, que ocorreu há mais de
4.000 anos.

Os arqueólogos acreditam que foram construídas por milhares de


trabalhadores que teriam acampado próximo ao local da construção
(cemitérios foram descobertos nestes lugares em 1990).

Um dos muitos recursos que possivelmente foram utilizados para 15


a construção dessas grandes obras da história da humanidade,
embora ainda não haja comprovação, é o arraste de blocos de
pedras calcárias, que pesavam entre 5 e 50 toneladas, sobre rolos de
madeira, caracterizando uma das formas primárias de movimentação
de cargas.

RESERVADO
Atualmente, entretanto, há inúmeros recursos para movimentação de
cargas. Equipamentos como guindastes viabilizam a movimentação
de equipamentos e estruturas em tempo extremamente reduzido e
com muita segurança.

A necessidade de erguer monumentos e componentes utilizados nas


construções fez presentes acessórios como alavancas e roldanas.

A utilização desses dispositivos em guindastes, porém, precisa ser


avaliada de acordo com os recursos disponíveis e as limitações a que
estão sujeitos.

Um exemplo bastante atual de uma grande operação de


movimentação de cargas em atividade é o içamento de partes de
plataformas de exploração e produção de petróleo.

16 É nesse contexto que apresentaremos informações básicas sobre o


tema, além de conceitos fundamentais de ergonomia, tão importantes
em operações dessa natureza. O treinamento para movimentação
de cargas baseia-se, fundamentalmente, em conhecer as formas
adequadas de trabalhar nessas condições.

RESERVADO
Capítulo 1
Movimentação
de cargas

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os princípios legais, ergonômicos e de segurança


da movimentação de cargas;
• Relacionar as recomendações básicas de segurança para a
movimentação de cargas;
• Citar cuidados específicos na movimentação de cargas.

RESERVADO
Alta Competência

18

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

1. Movimentação de cargas

A
movimentação de cargas é compreendida como qualquer
operação de manipulação, transporte, içamento e sustentação
de uma carga, realizada por um ou mais operadores.

A movimentação de cargas pode ser feita manualmente ou com


o auxílio de equipamentos e acessórios, tais como guindastes,
usados em operações que demandem o transporte rápido e seguro
de estruturas muito pesadas. Na maioria das vezes, entretanto, é
realizada manualmente.

Seja manualmente ou com o auxílio de equipamentos e acessórios,


a movimentação de carga implica esforço físico. Por isso a sua
relação direta com a ergonomia, ciência que estuda a adaptação
do ser humano ao trabalho com o objetivo de promover a melhoria 19
das condições de trabalho e bem-estar dos trabalhadores. Por ser
uma atividade que pode causar danos à saúde dos empregados, a
movimentação de cargas deve ser realizada de forma segura, dentro
dos limites de cada profissional.

Nesse contexto, o mais importante nos estudos e treinamentos


sobre movimentação de cargas é saber os métodos adequados para
trabalhar em condições distintas, levando-se em consideração as
recomendações de segurança indicadas.

? VOCÊ SABIA?
O termo ergonomia também é conhecido pelas
expressões human factors (fatores humanos) ou human
factors & ergonomics (fatores humanos e ergonômicos),
expressões utilizadas nos Estados Unidos.

RESERVADO
Alta Competência

1.1. Princípios gerais

Desde pequenos, exercitamos a movimentação de cargas sem


percebermos os impactos que esta ação tem sobre o nosso corpo ou
aos dos nossos filhos. Nossas atividades na vida adulta continuam
relacionadas ao manuseio de cargas. Isso significa que a movimentação
de cargas é uma tarefa realizada com maior ou menor freqüência por
quase todos os trabalhadores de setores de atividades diversas.

Com relação à segurança e à saúde dos trabalhadores, é essencial


conhecer a limitação do ser humano quanto ao manuseio de cargas,
a fim de evitar problemas físicos graves. A movimentação manual de
cargas implica a utilização do corpo como instrumento de trabalho e
envolve qualquer sustentação ou transporte de peso (levantar, baixar,
empurrar e puxar) realizado por uma pessoa.

20 Por isso, alguns princípios gerais devem ser observados:

• Qual é o tipo de carga a ser movimentada ou transportada:


material, forma, volume, peso e localização da carga no ambiente
de trabalho?

• Qual é o esforço físico necessário para a execução da tarefa?

• Quais são as condições da pessoa que irá realizar a tarefa (sexo,


idade, condição física etc.)?

• Qual é o percurso e o deslocamento envolvidos?

• Qual é o tipo de piso em que será realizada a movimentação


(se há desnível, se é escorregadio etc.)?

O treinamento consiste em conhecer os métodos adequados para


realizar essas atividades da melhor maneira possível, sem grandes
impactos para a saúde do empregado.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

Pesos acima da recomendação indicada nas Normas


Regulamentadoras ou que possam afetar a saúde do trabalhador,
inclusive devido à dificuldade na pega do material, devem ser
transportados com uso de equipamentos próprios.

Os equipamentos utilizados para transporte e movimentação de


cargas são diversos, assim como os acessórios. Para a movimentação
de cargas com equipamentos também há recomendações e
prevenções específicas visando garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos.

1.2. Legislação e normas aplicáveis

No Brasil, ainda não há uma legislação específica sobre movimentação


de cargas. A atual legislação estipula que o limite máximo de carga
para ser manuseada é de 60 Kg para homem e de 20 kg para mulheres,
em trabalhos eventuais. Não existe, portanto, estudo com relação 21
às variáveis que influenciam esse tipo de operação, ou seja, esses
números não levam em consideração as repetições que o trabalhador
realiza levantando ou manuseando a carga durante a sua jornada
de trabalho e nem a freqüência do seu esforço. O conjunto de
circunstâncias que envolvem a operação inclui, ainda, fatores como a
má postura, o tipo de pega da carga e o tipo de chão. Sendo assim,
muitos trabalhadores acostumados a carregar ou levantar cargas até
abaixo desse limite (15 kg ou 20 kg) apresentam problemas de hérnia
de disco e lesões na coluna ou nos membros.

As seguintes normas brasileiras fazem referência ao manuseio e


movimentação de cargas:

a) Norma Regulamentadora NR-5 – Comissão Interna de Prevenção


de Acidentes (CIPA)

De acordo com essa Norma, os principais pontos a serem observados


pela CIPA com relação a riscos ergonômicos são:

• Esforço físico;

• Levantamento de peso;

RESERVADO
Alta Competência

• Exigência de posturas inadequadas;

• Imposição de ritmos intensos;

• Monotonia e repetitividade.

b) Norma Regulamentadora NR-15 – Atividades e Operações


Insalubres

Atividades que afetem a saúde do trabalhador durante o período


laboral são consideradas insalubres. No caso específico da
movimentação manual de cargas, esta NR apresenta uma tabela com as
taxas de metabolismo por tipo de atividade, a seguir apresentada:

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE


Taxas de metabolismo por tipo de atividade
Tipo de atividade Kcal/h
22
Sentado, em repouso. 100

Trabalho leve

Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex: datilografia). 150

Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex: dirigir). 150

De pé, trabalho leve, em máquinas ou bancada, principalmente com braços. 150

Trabalho moderado
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 180

De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 175

De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 220

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300

Trabalho pesado
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos. 440
Trabalho fatigante. 550

De acordo com essa tabela, podemos observar que as operações de


movimentação de cargas são consideradas trabalhos moderados
e pesados.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

c) Norma Regulamentadora NR-17 – Ergonomia

A Ergonomia estuda a adaptação dos trabalhadores ao ambiente


para que haja melhoria nas condições de trabalho e no bem-estar dos
trabalhadores. A NR-17 refere-se ao manuseio de cargas em vários
itens, os quais destacamos como sendo de maior importância o item
17.2 - Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

Nesse item, a Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia – descreve


como transporte manual de cargas “todo transporte no qual o peso da
carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o
levantamento e a disposição da carga”.

O item 17.2.2 define que “não deverá ser exigido nem admitido o
transporte manual de cargas, por um trabalhador, cujo peso seja suscetível
de comprometer sua saúde ou sua segurança”. É previsto também no
item 17.2 a obrigatoriedade de “treinamento ou instruções satisfatórias 23
quanto aos métodos de trabalho que o trabalhador designado para o
transporte manual regular de cargas deverá receber, com o objetivo de
salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes”.

O item 17.2.5 determina que “quando mulheres e trabalhadores mais


jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso
máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido
para os homens...”, também visando não comprometer a saúde e a
segurança desses trabalhadores.

d) Norma Regulamentadora NR-18 – Condições e meio ambiente de


trabalho na indústria da construção

A NR-18 estabelece no item 18.24 critérios sobre armazenagem e


estocagem de materiais.

O item 18.24.1 destaca que o armazenamento e o estoque de materiais


deve ser realizado “de modo a não prejudicar o trânsito de pessoas e de
trabalhadores, a circulação de materiais, o acesso aos equipamentos de
combate a incêndio” devendo, também, “não obstruir portas ou saídas de
emergência e não provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes, lajes ou
estruturas de sustentação, além do previsto em seu dimensionamento.”

RESERVADO
Alta Competência

No item 18.24.7 consta uma importante determinação:


“Os materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou explosivos devem ser
armazenados em locais isolados, apropriados, sinalizados e de acesso
permitido somente a pessoas devidamente autorizadas.” Destaca ainda
que estas pessoas devem conhecer previamente “o procedimento a ser
adotado em caso de eventual acidente.”

1.2.1. Carga limite recomendada

A legislação em relação à carga limite recomendada difere de país a


país, mas a maioria possui uma legislação ou recomendação sobre o
manuseio e a movimentação de cargas.

Um estudo foi desenvolvido nos Estados Unidos pelo National Institute


for Ocupational Safety and Health (NIOSH - Instituto Nacional de Saúde
e Segurança Ocupacional), para recomendar uma carga máxima a
24 ser manuseada e movimentada manualmente numa atividade de
trabalho. Esse estudo levou em consideração:

a) Aspectos epidemiológicos – Incidência das doenças (na maioria,


doenças lombares).

b) Aspectos psicológicos – Comportamento humano em determinada


situação.

c) Aspectos biomecânicos – Estruturas e funções dos sistemas


biológicos, tratando do movimento humano no trabalho, na vida
diária e no esporte.

d) Aspectos fisiológicos – Funções do organismo em relação ao


trabalho físico.

A partir dessas avaliações, o método NIOSH propôs o Limite de Peso


Recomendado (LPR) e o Índice de Levantamento (IL).

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

O LPR deve respeitar:

• O peso que uma pessoa possa levantar em situação de trabalho


(90% dos homens e, no mínimo, 75% das mulheres), sem
apresentar lesão;

• Fator de qualidade da pega da carga;

• A compressão no disco L5 e S1 da coluna vertebral.

Cervical

Torácico
25

Lombar
L4
S1 Pélvico

Os cálculos utilizados para estipular a carga limite recomendada


utilizam como fatores:

• Distância das mãos ao chão na origem do levantamento;

• Distância máxima do peso ao corpo durante o levantamento;

• Distância vertical do peso entre a origem e o destino;

• Pega;

• Freqüência do levantamento.

RESERVADO
Alta Competência

O método NIOSH estabeleceu o limite de peso em 23 kg, destacando


que mais de 90% dos homens e 75% das mulheres poderiam levantar
uma carga equivalente a 23 Kg sem apresentar problemas.

A Petrobras trabalha com a norma N-1965 – Movimentação de cargas


com guindaste, que fixa as condições exigíveis para a execução
dos serviços de movimentação de carga em terra (onshore), com
utilização de guindastes e a norma N-2170 – Inspeção em serviços
de acessórios de carga, responsável pelos critérios para execução
da inspeção em serviço de manilhas de carga, ganchos, eslingas e
moitões com seus acessórios.

1.3. Princípios ergonômicos

A ergonomia é a ciência que estuda a adaptação do ser humano


ao trabalho, com o objetivo de ajustar as condições de trabalho
26 às características físicas e limitações individuais do ser humano,
ou seja, adaptar instrumentos, ambientes e condições de trabalho
às capacidades psicológicas, fisiológicas, antropométricas e
biomecânicas do homem. Isto porque se evidencia, agora, o
fato de que muitas doenças físicas como lombalgias, problemas
músculo-esqueléticos, LER, DORT, entre outras chamadas “doenças
ocupacionais” são causadas por projetos equivocados do ambiente
de trabalho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) –
estima que morrem, por dia, cerca de 6.000 trabalhadores devido a
acidentes e a doenças relacionadas ao trabalho.

? VOCÊ SABIA?
O médico italiano Bernardino Ramazzini é considerado
o “Pai da Medicina do Trabalho” pela publicação do
livro “As Doenças dos Trabalhadores”, em 1700. A obra
apresenta uma relação de profissões com a descrição
dos principais problemas de saúde apresentados pelos
trabalhadores. Dessa forma, Ramazzini chamou a
atenção para a necessidade de se conhecer a ocupação
atual e pregressa de seus pacientes. A partir disso,
juntamente às perguntas clássicas que um médico
fazia ao paciente na anamnese clínica, acrescentou-se
mais uma: “qual é a sua ocupação?”.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

Entre os principais fatores de risco relacionados ao trabalho,


vale citar: as posturas inadequadas, os movimentos repetitivos
e a exposição a ruídos e vibrações. Entretanto, a movimentação
de cargas manualmente apresenta fator maior de risco para o
empregado e deve ser realizada dentro dos padrões estipulados
pelas normas de segurança.

É nesse sentido que a ergonomia atua, de forma a reduzir os


acidentes de trabalho, os custos operacionais, o cansaço e os erros dos
trabalhadores. Além disso, ela aumenta o conforto do trabalhador,
a produtividade e a rentabilidade. Em outras palavras, a ergonomia
busca proporcionar melhores condições de trabalho ao homem e,
simultaneamente, aumentar a sua eficiência.

1.4. Recomendações gerais sobre segurança na movimentação


de cargas
27
Segurança é um termo comum no dia-a-dia das pessoas e também
é uma preocupação. Profissionalmente, no que se refere à
movimentação de cargas, a segurança abrange tanto a saúde dos
profissionais envolvidos na operação quanto a proteção dos materiais
movimentados. Algumas regras de proteção para esse tipo de
operação são fundamentais.

RESERVADO
Alta Competência

ATENÇÃO

Para que não aconteçam acidentes, os profissionais


envolvidos na movimentação de cargas precisam ter
consciência da importância de acatar recomendações
básicas de segurança neste tipo de operação:

• Usar sempre os Equipamentos de Proteção Individual


(EPI);

• Prestar atenção na sinalização dos ambientes;

• Inspecionar equipamentos e acessórios antes da


sua utilização;

• Nunca utilizar o equipamento acima da capacidade


indicada;
28
• Inspecionar a carga antes do seu içamento;

• Nunca utilizar o equipamento indevidamente;

• Informar-se sobre o trajeto da carga;

• Nunca movimentar cargas sobre as pessoas;

• Sempre utilizar cinto de segurança nos trabalhos


em altura e saber como usá-los;

• Devolver peças defeituosas ou com as cores


desatualizadas, colocando-as na área de
quarentena;

• Não improvisar. A improvisação é uma das maiores


causas de acidentes e perdas.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

Os problemas relacionados à segurança e à avaliação de riscos, na


Petrobras, estão caracterizados da seguinte maneira:

Acidente Evento indesejável que resulta em danos ou perdas.

Evento indesejável ou não planejado que ocorreu e


Incidente/quase acidente
poderia ter acarretado um acidente.
Evento indesejável que originou um acidente ou quase
Desvio/incidente
acidente.
É aquele que pode ocorrer pelo exercício do trabalho,
a serviço da empresa, provocando lesão corporal,
Acidente de trabalho perturbação funcional ou doença, causando morte,
perda ou redução permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho.

1.4.1. Sinalização
29
É comum, em algumas operações de movimentação de cargas, a
ocorrência de pontos cegos ao operador do equipamento. Içamentos
em uma plataforma de exploração e produção de petróleo, por
exemplo, a partir do nível mais baixo até o convés, demandam o repasse
de instruções via rádio ou por apoio da figura do sinalizador.

A função do sinalizador é orientar o operador do equipamento por


meio de sinais padronizados, sendo hoje utilizada como referência a
Norma ASME B 30.5 intitulada “Mobile and locomotive cranes”.

As seguintes considerações são aplicáveis quanto ao emprego


destes sinais:

• Os sinais convencionais devem ser fixados em local visível junto


à equipe de movimentação de carga ou junto aos equipamentos
de guindar;

• Para operações não cobertas pelos sinais convencionais, devem


ser previstas adições às indicações dos sinais padronizados.
Estas têm de ser previamente acordadas entre o operador, o
sinalizador e o supervisor da operação;

RESERVADO
Alta Competência

• Deve-se assegurar o conhecimento e a utilização dos sinais


convencionais pelas pessoas envolvidas nas operações de
movimentação de carga;

• O operador e o sinalizador deverão, antes de iniciar a


operação, revisar os sinais convencionais para assegurar o pleno
entendimento;

• Apenas o sinalizador designado irá transmitir os sinais, devendo


o operador somente acatar os sinais dados por ele.

As ilustrações a seguir apresentam os sinais padronizados:

30

Use cabo de carga – Suspender Arriar


UseUse
Cabo
UseCabo
Cabo
de Carga
dedeCarga
Carga Suspender
Suspender
Suspender
a Lança
a aLança
Lança Arriar
Arriar
Arriar
a Lança
a aLança
Lança
auxiliar a lança a lança
Auxiliar
Auxiliar
Auxiliar
Bata
Bata
BataBata no com
no cotovelo
no cotovelo
nocotovelo
cotovelocom
uma com
comumauma umaBraço
Braço estendido,
Braço
Braço
estendido, dedos
estendido,
estendido,
dedoscerrados,
dedos Braço
dedos Braço estendido,
Braço
Braço
estendido, dedos
estendido,
estendido,
dedos
dedos
dedos
dasdas
mãos;
dasmãos;
mãos;
use
das use
então
use
mãos; então
então
use os sinais
osos
então ossinais
sinais
cerrados,
sinais cerrados,
cerrados,
polegar polegar
polegar
polegar
apontando apontando
apontando
paraapontando cerrados,
cerrados,
cima. cerrados, cerrados,
polegar
polegar polegar
polegar
apontando
convencionais.
convencionais.
convencionais.
convencionais. parapara
para
cima.
cima.
cima. apontando
para apontando
apontando
baixo. parapara
para
baixo.
baixo.
baixo.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

Içar Arriar Use o cabo de carga


Içar
IçarIçar Arriar
Arriar
Arriar Use
UseUse
ooCabo
Cabo
o Cabo
de
deCarga
de
Carga
Carga
Com o antebraço na verti- Com o braço estendido para Bata em punho na cabeça
Com
Com Com
ooantebraço
antebraço
o antebraço
cal, dedo na navertical,
na
vertical,
indicadorvertical,
Com
Com
apon-Com
baixo,ooindicador
braço
braço
o braço
estendido
estendido
estendido a eBata
apontando Bata
useBata
com
comcom
entãopunho
punho
os punho
na
nacabeça
sinais na
cabeça
cabeça
con-
dedo
dedodedo
indicador
indicador
indicador
apontado
apontado
apontado
tando para cima, movi- para
para
para
baixo,
baixo,
baixo,
indicador
indicador
indicador eeuse
use
e
mão em pequenos círculos na vencionais.use
então
então
então
os
ossinais
sinais
os sinais
para
parapara
cima,
cima,
cima,
movimente
movimente
movimente apontando
apontando
apontandoaamão
mão
a mão
em
emem convencionais.
convencionais.
convencionais.
aamão
mão
a mão
mente
em em
apequenos
empequenos
mão em pequenos
pequenos
horizontal.
pequenos
pequenos
pequenoscírculos
círculos
círculos
na
na na
círculos
círculos círculos
círculos horizontais.
horizontais.
horizontais.
horizontais. horizontal.
horizontal.
horizontal.

31

Deslocamento Estender a lança (lanças Recolher a lança


Deslocamento
Deslocamento
(sobre Deslocamento
trilhos ou carros) Estender
Estender
Estender
a Lança
a Lança
telescópicas) a Lança Recolher
Recolher
(lanças Recolher
a Lança
a Lança
telescópicas) a Lança
(Sobre
(SobreTrilhos
(Sobre
Trilhos
ou
Trilhos
ou
Carros)
Carros)
ou Carros) (Lanças
(Lanças(Lanças
Telescópicas)
Telescópicas)
Telescópicas) (Lanças
(Lanças (Lanças
Telescópicas)
Telescópicas)
Telescópicas)
Braço estendido, mão aberta e Ambos os punhos na frente Ambos os punhos na frente
Braço
Braço Braçoum pouco
estendido,
estendido, levantada,
estendido,
mão mão mão fazendo
Ambos doos
Ambos corpo
Ambos
os com
punhos ososna
punhos polegares
punhos
na
frente
frente do
na frentecorpo os
Ambos
Ambos com
Ambos
os os
punhospolegares
punhos
os na
punhos
na
frente
frente
na frente
aberta
abertae aberta
um
e ummovimento
pouco
pouco de
e um pouco empurrar nadodo
corpo
corpo
do
comcorpo
comos os
apontando polegares
compolegares
para apontando
os polegares
fora. dodo
corpo
corpo
dopara
com dentro.
corpo
comos os
polegares
compolegares
os polegares
levantada,
levantada, direção
levantada,
fazendo
fazendodo deslocamento.apontando
fazendo apontando
apontando
para
para
fora.
fora.
para fora. apontando
apontando
apontando
parapara
dentro.
dentro.
para dentro.
movimento
movimento
movimento
dede
empurrar
empurrar
de empurrar
nanadireção
direção
na do
direção
do
deslocamento
deslocamento
do deslocamento

RESERVADO
Alta Competência

GiroGiro
Giro
Giro Suspender
Suspender
Suspender
Suspender aa lança
a aLança
Lançae e ee
Lança Arriar
Arriar
Arriar
Arriar aelança
a Lança
a aLança
Lança e e e
Arriar
Arriar
Arriar e e e Carga
Carga
Carga
arriar a carga suspender
Suspender
Suspender
Suspender a aCargaa carga
a Carga
Carga

BraçoBraço
Braço estendido
estendido
estendido apontando Com
apontando
apontando Com Com o braço
o obraço
braço estendido
estendido
estendido ee e Com
Com
Com o braço
o obraço
braço estendido
estendido
estendido
Braço
com
com com estendido
o dedo
o odedo
dedo na
nanadireção
direçãodododo Com
apontando
direção o braço
o polegar
o opolegar
polegar estendido
apontando
apontando
apontando parae o polegar
para
para com oapontando
polegar
polegar braço estendido,
apontando
apontando parapolegar
para
para
giro
com giro
giro
dada da
olança.
dedo na direção do polegar
lança.
lança. cima
cima cima apontando
flexione
flexione
flexione os
ososdedos para
dedos
dedos para
para cima baixo,
para apontando
baixo,
baixo, para
flexione
flexione
flexione baixo,
os
ososdedosdedos
dedos flexione
dentrodentro
dentro e eparae para
para fora,
fora,
fora, enquanto para
enquanto
enquanto para
para dentro
dentro
dentro e para
e epara
para fora,
fora,
fora,
giro da lança. flexione
for for
os dedos
desejado
fordesejado
desejado
para dentro
o movimento
o omovimento
movimento
e os dedos
enquantofor
para dentro
desejado
e para
enquantofor
enquantofor desejado
desejado oo o
para fora,
da
dadacarga.
carga. enquanto for desejado movimento
carga. fora, enquanto
movimento
movimento da for desejado o
carga.
dadacarga.
carga.
o movimento da carga. movimento da carga.

32

Deslocamento Deslocamento
Deslocamento Deslocamento
(com ambas esteiras) Deslocamento
(com uma esteira) Deslocamento
(Com Ambas Esteiras) (Com Ambas Esteiras) (Com Uma Esteira) (Com Uma Esteira)
Ambos os punhos na frente do trave a esteira do lado indicado pelo
mbos os punhos na frenteAmboscorpo, os
fazendo
punhosmovimento
na frentecir- Trave
punho a esteira
erguido. do lado
Desloque Trave a esteira do lado
a esteira
o corpo, fazendo movimentodocular,
corpo,
um fazendo movimento
sobre o outro, indican- indicado pelo punho erguido.
oposta no sentido indicado pelo indicado pelo punho erguido.
rcular, um sobre o outro, circular, um sobre o outro,
do o sentido do deslocamento Desloque
movimento a esteria
circular oposta
do outro punho,Desloque
no a esteria oposta no
ndicando o sentindo do indicando o sentindo do sentido indicado pelo sentido indicado pelo
(para frente ou para trás). girando verticalmente, na frente do
eslocamento deslocamento movimento circular do outromovimento circular do outro
corpo.
punho, girando verticalmente, punho, girando verticalmente,
para frente ou para trás) (para frente ou para trás)
na frente do corpo. na frente do corpo.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

Parada de de
Parada emergência
Emergência

AmbosAmbos braços
os braços extendidos,
estendidos, palmas
palmas para baixo,
para baixo, mova as mãos para
mova asdireita
mãose para direita e
para esquerda. para esquerda.

1.4.2. Cuidados específicos na movimentação de cargas

Quanto à utilização de dispositivos, equipamentos e acessórios,


os cuidados a serem observados são mais específicos. Nesses casos, 33
é necessário realizar o planejamento da movimentação de cargas,
respeitando as medidas de segurança indicadas para antes, durante
e depois da operação.

As orientações a seguir complementam as indicações relacionadas


aos cuidados no uso de dispositivos, equipamentos e acessórios para
movimentação de cargas e devem ser observadas sempre, não só
pelos técnicos de operação, mas por todos os envolvidos em serviços
de movimentação de cargas.

a) Antes da operação

• Realizar o planejamento da operação, com a seqüência de ações


estabelecida e com uma criteriosa análise de riscos, seguida das
atribuições de responsabilidades dos envolvidos na operação;

• Inspecionar todos os equipamentos e acessórios de


movimentação de carga;

• Concluir todos os testes e análises necessárias para que os


equipamentos envolvidos estejam prontos para uso;

RESERVADO
Alta Competência

• Observar deficiências e levá-las ao conhecimento do supervisor


da operação, assegurando-se que equipamentos defeituosos
sejam marcados e retirados de operação até que sejam
reparados;

• Testar o freio dos equipamentos para garantir que não haja


riscos de deslizamento da carga;

• Isolar a área, restringindo a permanência no local apenas para


os envolvidos na operação.

b) Durante a operação

• Os equipamentos de movimentação de carga só deverão ser


operados por pessoal treinado e qualificado;

34 • O técnico de operação e os outros envolvidos no serviço deverão


usar EPIs apropriados;

• Os sinais convencionais deverão ser conhecidos e praticados;

• Os sinais devem ser dados somente por uma pessoa e o técnico


de operação deverá acatá-la;

• Os limites de cargas do equipamento devem ser obedecidos e,


em caso de dúvida, consultar o manual do equipamento.

c) Rotineiramente

• Os registros do plano de manutenção preventiva dos


equipamentos, dispositivos e acessórios de movimentações de
carga devem ser atualizados;

• Um equipamento defeituoso não deve ser operado sob


qualquer circunstância. Verificar o material, observando se não
está danificado;

• Os guinchos devem dar no mínimo três voltas de cabo no


tambor em qualquer condição de operação.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

Importante!
• Não operar talhas de correntes com elos trincados
ou torcidos;

• Ganchos que estejam danificados, deformados ou


gastos não devem ser utilizados;

• As correntes das talhas devem ser inspecionadas,


observando se não há restos de materiais que possam
se depositar no mecanismo durante a operação;

• Cabos de aço com deformações ou com quantidade


de arames rompidos acima da quantidade estabele-
cida na norma de referência para inspeção não de-
vem ser utilizados.
35

1.4.3. Segurança na movimentação e acondicionamento de cargas

Os critérios para acondicionamento variam de acordo com o material


a ser armazenado.

As cargas devem ter local definido e demarcado e os produtos,


identificados e codificados. Devem ser acondicionadas de modo a
não interferir no trânsito de pessoas e trabalhadores, bem como de
materiais. Também não podem prejudicar o acesso aos equipamentos
de combate a incêndio, portas e saídas de emergência. É preciso ter
cuidado para não provocar sobrecargas nas paredes, lajes ou estruturas
de sustentação, além das previstas no seu dimensionamento.

Cargas que possuam maior necessidade de movimentação, assim


como as de grande porte e pesadas que sejam difíceis de manusear,
deverão localizar-se próximas às entradas e saídas.

Produtos químicos, inflamáveis, tóxicos, corrosivos, explosivos têm


de ser acondicionados em locais próprios e isolados. Além disso,
precisam estar sinalizados e seu acesso é permitido somente a
pessoas autorizadas.

RESERVADO
Alta Competência

Outra recomendação importante é sobre os materiais. Estes não


podem ser empilhados em locais que apresentem piso úmido, instável
ou com desnível.

O acondicionamento de cargas deve ser feito de forma esquematizada,


de modo que os materiais sejam retirados em uma seqüência lógica
de utilização planejada para não prejudicar a estabilidade das pilhas
nem dificultar o acesso ao material necessário.

É importante que os materiais sejam embrulhados de acordo com a


forma e a altura, de modo a garantir a sua estabilidade e a facilitar
o seu manuseio.

36

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

1.5. Exercícios

1) Os limites máximos de carga manuseada pelo homem e pela mu-


lher estabelecidos pela atual legislação brasileira são:
( ) 60 kg para homem e 20 kg para mulheres.
( ) 30 kg para homem e 23 kg para as mulheres, eventualmente.
( ) 50 kg para homem e 20 kg para as mulheres.
( ) 60 kg para homem e 20 kg para mulheres, em ocasiões
eventuais.
( ) 50 kg para homem e 25 kg para as mulheres, em ocasiões
eventuais.

2) De acordo com a NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Aciden-


tes (CIPA), quais os principais pontos a serem observados com relação
a riscos ergonômicos?
37
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

3) De acordo com o que estabelece a NR-15, em relação às taxas de


metabolismo por tipo de atividade, como podem ser classificadas as
operações de movimentação de cargas?

( ) Como trabalhos leves.

( ) Como trabalhos de moderados a pesados.

( ) Como trabalhos de leves a moderados.

( ) Como trabalhos pesados.

( ) Como trabalhos moderados.

RESERVADO
Alta Competência

4) Alguns trabalhadores, embora lidem com cargas muito inferio-


res ao limite máximo estabelecido, apresentam problemas como
hérnia de disco e diferentes lesões na coluna ou nos membros. Por
que isto ocorre?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5) A movimentação de cargas, quando feita de modo incorreto, afe-


ta diretamente as condições físicas dos profissionais envolvidos em
operações dessa natureza. Por isso, é fundamental seguir algumas
recomendações, dentre as quais cite pelo menos cinco:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
38 _______________________________________________________________

6) Relacione os problemas de segurança listados na primeira coluna


com as características apresentadas na segunda coluna:

(1) Acidente ( ) Evento indesejável que origina


um problema de segurança.
(2) Incidente/quase ( ) Evento decorrente do exercício
acidente do trabalho, a serviço da empre-
sa, provocando perda ou redução
permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho.
(3) Desvio/incidente ( ) Evento indesejável que pode
acarretar um acidente.
(4) Acidente de ( ) Evento indesejável que resulta
trabalho em danos ou perdas.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

7) Cite pelo menos três recomendações específicas de segurança rela-


cionadas à sinalização:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

39

RESERVADO
Alta Competência

1.6. Glossário
Anamnese - entrevista que o médico faz com o paciente para relembrar fatos
relativos ao doente e à doença.

Antropométrica - relativo à antropometria, estudo das proporções e medidas das


diferentes partes do corpo.

Biomecânica - mecânica das atividades biológicas (muscular, locomoção, exercícios


físicos).

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

Disco L5 e S1 - articulação da coluna vertebral; ponto de apoio da coluna vertebral


no osso sacro.

DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.

EPI - Equipamento de Proteção Individual.

40 Eslinga - cabo para movimentar pesos com as extremidades em forma de laço.

IL - Índice de Levantamento.

LER - Lesão por Esforço Repetitivo.

Lombalgia - dor na região lombar.

LPR - Limite de Peso Recomendado.

Manutenção preventiva - manutenção que visa prevenir a ocorrência da falha.


Pode ser sistemática (quando as tarefas de manutenção realizadas em tempos
ou situações definidas) ou não programada (realizadas quando se observa a
necessidade de sanar um defeito antes que ocorra, fora da rotina).

Moitão - dispositivo que consiste em uma caixa de madeira ou metal contendo


uma ou mais roldanas, provido de um gancho ou olhal pelos quais pode ser fixado;
é usado para transmitir força ou alterar a direção de um movimento, mediante
cabos ou cadeias que passam ao redor das roldanas.

NIOSH - National Institute for Ocupational Safety and Health. Instituto Nacional de
Saúde e Segurança Ocupacional.

OIT - Organização Internacional do Trabalho.

Onshore - localizado ou operado em terra.

Ponto cego - ponto fora do raio de visão da operação.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

1.7. Bibliografia
ASME - Mobile and locomotive cranes. Section V, Edition 2007.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Normas Regulamentadoras.


Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/
default.asp>. Acesso em: 27 ago 2008.

CRUZ, Ronaldo G. Monitoração de cargas em guindastes. Apostila. Petrobras.


Macaé: 2005.

CRUZ, Ronaldo G.; PUPPIM, Carlos H. J. Compêndido sobre movimentação de


cargas. Apostila. Petrobras. Macaé: 2005.

MERINO, Eugênio Andrés Díaz. Efeitos agudos e crônicos causados pelo manuseio
e movimentação de cargas no trabalhador. Tese de Mestrado. Curso de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, SC, 1996.

41

RESERVADO
Alta Competência

1.8. Gabarito
1) Os limites máximos de carga manuseada pelo homem e pela mulher estabelecidos
pela atual legislação brasileira são:

( ) 60 kg para homem e 20 kg para mulheres.

( ) 30 kg para homem e 23 kg para as mulheres, eventualmente.

( ) 50 kg para homem e 20 kg para as mulheres.

( X ) 60 kg para homem e 20 kg para mulheres, em ocasiões eventuais.

( ) 50 kg para homem e 25 kg para as mulheres, em ocasiões eventuais.

2) De acordo com a NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),


quais os principais pontos a serem observados com relação a riscos ergonômicos?

• Esforço físico;

• Levantamento de peso;

• Exigência de posturas inadequadas;


42 • Imposição de ritmos intensos;

• Monotonia e repetitividade.

3) De acordo com o que estabelece a NR-15, em relação às taxas de metabolismo


por tipo de atividade, como podem ser classificadas as operações de movimentação
de cargas?

( ) Como trabalhos leves.

( X ) Como trabalhos de moderados a pesados.

( ) Como trabalhos de leves a moderados.

( ) Como trabalhos pesados.

( ) Como trabalhos moderados.

4) Alguns trabalhadores, embora lidem com cargas muito inferiores ao limite


máximo estabelecido, apresentam problemas como hérnia de disco e diferentes
lesões na coluna ou nos membros. Por que isto ocorre?

Porque outros fatores tais como as repetições do movimento, a freqüência do


esforço, a má postura, os tipos de pega da carga e de chão, também influenciam
neste tipo de operação.

RESERVADO
Capítulo 1. Movimentação de cargas

5) A movimentação de cargas, quando feita de modo incorreto, afeta diretamente


as condições físicas dos profissionais envolvidos em operações dessa natureza.
Por isso, é fundamental seguir algumas recomendações, dentre as quais cite pelo
menos cinco:

• Informar-se sobre o trajeto da carga;

• Nunca movimentar cargas sobre as pessoas;

• Prestar atenção na sinalização dos ambientes;

• Nunca utilizar o equipamento acima da capacidade indicada;

• Inspecionar equipamentos e acessórios antes da sua utilização.

6) Relacione os problemas de segurança listados na primeira coluna com as


características apresentadas na segunda coluna:

(1) Acidente (3) Evento indesejável que origina um problema de


segurança.
(2) Incidente/ (4) Evento decorrente do exercício do trabalho, a
quase acidente serviço da empresa, provocando perda ou redução
permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho.
(3) Desvio/ (2) Evento indesejável que pode acarretar um
43
incidente acidente.
(4) Acidente de (1) Evento indesejável que resulta em danos ou
trabalho perdas.

7) Cite três recomendações específicas de segurança relacionadas à sinalização:

• Os sinais convencionais devem ser fixados em local visível junto à equipe ou


junto aos equipamentos de guindar;

• Devem ser previstas adições às indicações dos sinais padronizados para operações
não cobertas pelos sinais convencionais;

• Deve-se assegurar o conhecimento e a utilização dos sinais convencionais pelas


pessoas envolvidas nas operações de movimentação de carga;

• O operador e o sinalizador deverão, antes de iniciar a operação, revisar os sinais


convencionais para assegurar o pleno entendimento;

• Apenas o sinalizador designado irá transmitir os sinais, devendo o operador


somente acatar os sinais dados por ele.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 2
Movimentação
manual de
cargas

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Relacionar os procedimentos básicos da movimentação


manual de cargas;
• Identificar os cuidados necessários à segurança do
trabalhador e da carga;
• Citar os princípios gerais da movimentação manual de cargas.

RESERVADO
Alta Competência

46

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

2. Movimentação manual de cargas

O
manuseio de cargas é realizado com maior ou
menor freqüência, nas circunstâncias mais diversas.
Profissionalmente, quase todos os trabalhadores de variados
setores estão envolvidos, ainda que de forma eventual, com a
movimentação manual de cargas.

Os serviços que exigem a movimentação manual de carga, na maioria


das vezes, utilizam-se do corpo como instrumento de trabalho. Isso
acontece nas situações de transporte de peso, seja para levantar,
baixar, empurrar ou puxar cargas.

Antes de executar tarefas de movimentação de carga, devem


ser observados:
47
Qual é o material, a forma, o volume, o peso e a
Tipo de carga
localização da carga no ambiente de trabalho?

Qual será o esforço físico necessário para a


Esforço requerido execução da tarefa? Avalie a necessidade de usar
um equipamento ou requisitar reforço.
Quais as condições físicas da pessoa que irá
Condições do operador
realizar a tarefa?
O percurso é longo? Qual é o tipo de chão do
local? É escorregadio? O ambiente é aberto?
Percurso e deslocamento
Há espaço suficiente para a movimentação? Há
desníveis no chão?

O trabalho manual pesado contínuo ocasiona várias conseqüências


ao técnico de operação:

• Aumento da freqüência respiratória;

• Aumento do batimento cardíaco;

• Cansaço rápido e iminente;

RESERVADO
Alta Competência

• Esgotamento da sua capacidade máxima de resistência física;

• Necessidade de uso de força motriz para substituir o


trabalho pesado.

2.1. Princípios ergonômicos e de segurança

Muitas atividades laborais utilizam, com freqüência, o manuseio e


a movimentação manual de cargas. Estudos são desenvolvidos para
que esse serviço seja realizado de forma a não sobrecarregar alguma
parte do corpo, provocando lesões. Em 1980, nos Estados Unidos,
um grupo de pesquisadores se reuniu para elaborar um método
consistente a fim de determinar a carga máxima a ser manuseada
e movimentada numa atividade de trabalho. A conseqüência desse
estudo foi a criação do método NIOSH, que estabeleceu o Limite de
Peso Recomendado (LPR) e o Índice de Levantamento (IL).
48
Algumas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) versam sobre as medidas de segurança a serem
adotadas em função do trabalho de movimentação manual de cargas.
A Norma Regulamentadora NR-17 – Ergonomia, do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), trata das condições de trabalho no que
se referem ao levantamento, ao transporte e descarga de materiais,
ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto
de trabalho e à própria organização do trabalho. Essa norma visa
a estabelecer padrões para adaptar as condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores.

O transporte manual de cargas é designado, segundo a Norma


Regulamentadora NR-17 – Ergonomia, como todo transporte no qual
o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador,
compreendendo o levantamento e a deposição da carga.

O trabalhador deve estar atento às repetições com que realiza


atividades desse tipo, pois a freqüência do esforço, aliada ao
conjunto de circunstâncias que envolvem a operação, tais como má
postura, dificuldade com o tipo de pega do material, tipo de chão e
não utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), pode
agravar os problemas ocasionados pela movimentação de cargas.

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

Para evitar esse desgaste, a seqüência favorável de carregamento


deve obedecer à seguinte ordem:

• A desconcentração progressiva do efeito do esforço sobre o


corpo do operador é resultado da articulação dos joelhos e das
mãos sendo abaixados;

• Assim que as mãos tocarem o objeto, automaticamente, as


costas devem ser mantidas na posição ereta, corrigindo em
seguida a postura do corpo.

As principais recomendações a serem adotadas ao manusear a


carga são:

• Utilizar as palmas das mãos e a raiz dos dedos. O uso só das pontas
exige um esforço maior, podendo ocasionar a queda do objeto;
49
• Manter os braços junto ao corpo se possível, de forma que o
corpo movimente a carga, não sobrecarregando dedos, pulsos,
braços e músculos dos ombros;

• Agarrar o canto oposto do objeto, se possível;

• Efetuar o levantamento com os músculos das coxas, através


das pernas, buscando a posição reta;

• Levantar a carga por estágios, isto é, do chão para os joelhos e


deste para a posição de carregamento;

• Evitar a posição com o corpo rígido;

• Manter o queixo seguro, evitando que a cabeça não se projete


para frente ou para trás;

• Dobrar o joelho até a posição agachado e manter as costas na


posição reta, mas não necessariamente na vertical;

RESERVADO
Alta Competência

• Repousar a carga em algum lugar seguro para trocar de


posição, caso a movimentação não permita mudar a posição da
pegada do objeto;

• Utilizar o mesmo procedimento adotado para o levantamento,


só que de maneira inversa, para abaixar a carga;

• Evitar ficar de pé, suportando a carga;

• O esforço real depende, principalmente, da destreza no uso do


peso sob o corpo, do seu balanço e elasticidade.

ATENÇÃO

A falta de treinamento e conhecimento das regras


de manuseio são as maiores causas de incapacidade
50 industrial.

O trabalhador que se orgulha de poder transportar


cargas pesadas sozinho não só ameaça a si mesmo
como aos que com ele trabalham.

A força aplicada não depende somente do esforço muscular e sim do


treinamento do trabalhador.

Uma das recomendações principais relativas ao manuseio de cargas é


a de não se curvar, pois a coluna deve servir como suporte. Uma força
intensa de compressão no disco L5 e S1 da coluna vertebral (observe
na ilustração a seguir) pode provocar micro-traumas ou mesmo a
ruptura no disco, dentre outras lesões.

L5

S1

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

Observe, nas ilustrações a seguir, importantes recomendações e


práticas seguras sobre o manuseio de cargas.

Para empurrar um objeto

Errado Correto Errado Correto


Certo Errado

Mantenha as pernas e os braços firmes e a coluna reta, apoiando


a carga com força contrária ao corpo. Evite a postura curvada e as 51
pernas flexionadas, pois essa postura prejudica a coluna e apóia o
peso nas pernas.

Para puxar uma carga para baixo

Errado Correto Errado Correto


Certo Errado

Segure a carga com as mãos firmes sobre a cabeça, mantendo as


pernas levemente afastadas para ter apoio. Evite movimentações
inesperadas. Segure firme o objeto (corda, caixa, entre outros) e
flexione os cotovelos para dimensionar o peso do objeto.

RESERVADO
Alta Competência

Para manusear a carga sobre a cabeça

Errado Correto Errado Correto


Certo Errado

Erga os braços, mantendo a coluna ereta e firme, com as pernas


levemente afastadas. Segure o objeto e mantenha a cabeça nivelada,
sem olhar para cima. Evite puxar o objeto em direção à face e fazer
52 movimentos bruscos em direção ao próprio corpo.

Para utilizar uma alavanca

Errado Correto Errado Correto


Certo Errado

Mantenha a coluna ereta, as mãos firmes e faça força contrária à


posição do objeto. Evite agachamentos e pernas juntas. O afastamento
das pernas é essencial para manter o equilíbrio.

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

Para levantar uma carga

Errado Correto Errado Correto


Certo Errado

Mantenha as pernas e as costas relaxadas, pois facilitam o movimento.


Evite pernas e costas endurecidas. Pés juntos impedem o ajuste,
dificultando o movimento.

53

? VOCÊ SABIA?
É incorreto dizer que determinado equipamento ou
mobiliário é “ergonômico”. Há uma moda no uso da
palavra “ergonomia”, transformada em argumento
de venda. Um mobiliário, por exemplo, pode ser
considerado “ergonomicamente adequado ou não”,
mas não “ergonômico”.

2.2. Riscos e cuidados para a carga

Os riscos e cuidados estudados no que se referem à prevenção


de acidentes com o técnico de operação estão ligados, também,
à proteção da carga. Muitos produtos se perdem durante a
movimentação, gerando custo e tempo para a empresa. Sendo
assim, é importante pontuar esses cuidados de acordo com suas
especificidades, tais como:

• Não usar cordas para içar ou puxar cargas, a não ser com o
cabo guia;

• Não arrastar nenhum tipo de carga no piso;

RESERVADO
Alta Competência

• Antes de movimentar um tambor de 200 l ou bombona,


consulte a Ficha de Informação de Segurança de Produto
Químico (FISPQ), que traz informações importantes a respeito
do produto, caso ele seja tóxico, inflamável, ou se acarreta danos
ao meio ambiente ou à própria saúde;

• Caso o tambor ou a bombona estejam vazando, não perca


tempo. Consulte a FISPQ e transfira o produto para outro tambor
ou bombona que esteja limpa ou em boas condições de uso;

• Nunca sugar produtos químicos com a boca através de


mangueira ou de outro artifício para transferir o líquido;

• Só movimentar tambores ou bombonas quando estiverem


completamente fechados e nunca movimentar manualmente
uma bombona ou tambor de 200 l cheios. Nunca os incline. Eles
54 podem perder o centro de gravidade, sair do prumo e tombar;

• Cuidado redobrado ao manusear produtos químicos perigosos


ou inflamáveis. Tanto bombonas ou tambores cheios, como
vazios, podem ser movimentados verticalmente em cestas ou
redes apropriadas. É possível usar também cintas de nylon com
laço de força em pontos opostos no recipiente e nunca rodar ou
rolar no piso bombonas ou tambores cheios, eles só podem ser
manuseados vazios ou com no máximo 1/3 da capacidade. As
regras são as mesmas para tambores com resíduos de coleta;

• Tome cuidado em dobro para não imprensar as mãos entre dois


tambores ou duas bombas. Da mesma forma é preciso atenção
com os pés. Nunca os deixe embaixo de tambores e bombonas;

• Empilhe os tambores cheios em cima de berços na posição


horizontal, no máximo em três camadas. Já os vazios, só podem
ser empilhados em duas camadas;

• O armazenamento vertical dos tambores deve ser feito sobre


paletas em apenas uma camada;

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

• Para armazenar produtos químicos, é importante considerar


as possíveis reações químicas entre materiais que sejam
incompatíveis. Consultar a FISPQ e em caso de dúvida, falar com
o supervisor;

• A movimentação horizontal de bombonas ou tambores de 200


l deve ser feita em carrinhos especiais;

• Todos os cilindros devem ser movimentados, armazenados e


operados seguindo o padrão PE-27-01517;

• Da mesma forma que os tambores e as bombas, tome cuidado


para não imprensar mãos ou pés enquanto estiver transportando
cilindros. Nunca role cilindros no piso;

• Só usar as mãos para movimentar cilindros, na retirada dos


skids e no posicionamento do carrinho. Tomar cuidado para que 55
ele não volte à posição inicial ou caia no chão;

• Mesmo que pareça mais prático, nunca role bobinas de cabos,


estejam elas cheias ou vazias. Ver com atenção se a bobina ou
o carretel tem pregos, grampos, farpas, clipes ou fitas de metal
afiadas que possam ferir as mãos;

• Empinar as bobinas de forma que elas não rolem. Elas devem


ser calçadas ou viradas e apoiadas em sua face plana;

• Quando for empilhar as bobinas, observar: o estado de


conservação dos containers, a estabilidade da pilha, a contenção
contra tombamentos e a colocação de bobinas menores por
cima das maiores;

• Todo cuidado é pouco com as chapas de aço, que podem ter


extremidades finas e cortantes. Por isso, é importante nunca
colocar as mãos entre chapas armazenadas ou em movimento,
pois elas podem ceder e causar acidentes. Cuidado também com
os pés. Se as chapas forem muito pesadas podem escorregar,
furar a lata e cortar os pés;

RESERVADO
Alta Competência

• Nunca suspender a chapa sozinho. Pedir sempre a ajuda de um


colega e nunca arrastar as chapas no chão. Tomar cuidado para
não botar as mãos embaixo dela;

• Nunca colocar as mãos entre dois perfis ou tubos, pois elas


podem ser esmagadas ou amputadas;

• Ao movimentar caixas de madeira, ver o peso e as dimensões


das mesmas e as posições em que elas devem ser movimentadas
com as setas indicando a direção correta do movimento;

• Checar se a caixa tem produtos químicos ou inflamáveis ou se


possui equipamentos soltos que possam provocar desequilíbrio
da caixa quando movimentada;

• Avaliar se o conteúdo da caixa é frágil e se existem pregos,


56 farpas, grampos, clipes ou fitas de metal afiadas;

• Quando desmontar caixas ou engradados, evitar que pregos e


grampos fiquem expostos;

• No empilhamento de caixas, atentar para que as mais volumosas


e pesadas fiquem embaixo, na base, e as mais leves e menores no
topo. Não empilhar engradados. Eles podem cair e se quebrar;

• No armazenamento em prateleiras, tomar cuidado para que as


caixas maiores ou mais pesadas fiquem nas prateleiras inferiores
e as mais leves e menores nas prateleiras mais altas;

• É proibida a rolagem de flanges de qualquer diâmetro no


piso para qualquer fim. É proibido movimentar flanges com
cordas. Nunca usar ganchos para movimentar flanges. Utilizar
sempre cintas ou manilhas e nunca empilhar essas peças sem
contenção lateral;

• Nunca tentar arrumar uma pilha instável de flanges com a


mão. Eles podem cair e imprensar dedos e mãos;

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

• Ao soltar a peça da eslinga ou amarra, ver se ela esta apoiada


com firmeza, evitando que ela se desloque;

• Ao entrar nos containers, muito cuidado onde se pisa.


Cuidado com pregos, cacos ou qualquer outro objeto que
possa machucar;

• Manter o interior dos containers sempre limpo;

• Utilizar cintas de nylon ou eslingas de cabo de aço para abertura


ou fechamento das tampas dos containers;

• Depois que a cesta sair do chão, não colocar mais as mãos nela,
mesmo que seja para dar uma arrumada final no conteúdo ou
colocar outros materiais;

57
• Antes de movimentar qualquer refil ou tanque, é fundamental
conhecer o conteúdo para que as precauções necessárias possam
ser tomadas;

• Cuidados especiais devem ser tomados a fim de evitar


vazamentos em refis e tanques. Válvulas, torneiras e registros
devem estar bem fechados e sem vazamento. Fazer uma inspeção
cuidadosa antes de movimentar as cargas. Ver se existe algum
dano, corrosão, amassado ou trinca que provoque vazamento;

• Raspas, pó de metal, parafusos, porcas, recortes de chapas


e falanges são algumas das sucatas metálicas que podem ser
coletadas. Elas devem ser armazenadas em tambores amarelos
com tarja cinza com a inscrição “Sucata Metálica” em destaque;

• Os tambores devem assegurar a contenção de toda a sucata


a ser armazenada e não deve transpor as bordas. Devem ser
usados tambores com as bordas cintadas;

• A movimentação de sucata de tambores para o transporte final


será feita com equipamento de guindaste, evitando o contato
manual com a sucata;

RESERVADO
Alta Competência

• Depois de colocar a sucata metálica nos tambores, ela não pode


ser arrumada manualmente, pois o manuseio pode ocasionar
ferimentos nas mãos;

• Nunca colocar as mãos nas bordas das cestas que contenham


sucata, pois o material pode imprensá-la.

2.3. Equipamentos auxiliares

Alguns equipamentos são usados para auxiliar na movimentação


de cargas. A ilustração a seguir oferece alguns exemplos desses
equipamentos.

58

Exemplos de equipamentos auxiliares

a) Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Para quaisquer atividades de movimentação de cargas é obrigatória


a utilização dos seguintes Equipamentos de Proteção Individual:

• Técnicos de operação de movimentação de cargas (guindasteiro):


usar capacete com jugular, óculos de segurança, protetor auricular
(dupla proteção acima de 100 dBa), luva de algodão, macacão anti-
chama e bota de segurança;

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

• Mecânicos: usar capacete com jugular, óculos de segurança, protetor


auricular (dupla proteção acima de 100 dBa), luva de algodão,
macacão anti-chama e bota de segurança;

• Eletricistas: usar capacete com jugular, óculos de segurança,


protetor auricular (dupla proteção acima de 100 dBa), luva de
algodão, macacão anti-chama e bota de segurança;

• Instrumentistas: usar capacete com jugular, óculos de segurança,


protetor auricular (dupla proteção acima de 100 dBa), luva de
algodão, macacão anti-chama e bota de segurança;

• Auxiliares: usar capacete com jugular, óculos de segurança, protetor


auricular (dupla proteção acima de 100 dBa), luva tipo vaqueta
algodão, macacão anti-chama e bota de segurança.

A ilustração a seguir, refere-se aos tipos de EPIs: 59

Exemplos de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Importante!
Para trabalho em altura, usar cinto de segurança
trava-quedas.

• Para trabalho com produtos químicos, usar ócu-


los de segurança ampla visão e luvas de PVC de
cano longo;

• O uso de cintas para proteção lombar é obriga-


tório para auxiliares de movimentação de carga.

RESERVADO
Alta Competência

2.4. Exercícios

1) Para realizar uma operação de movimentação manual de cargas


de acordo com os procedimentos básicos é preciso planejar a ação,
observando alguns itens, tais como:

( ) Condições da carga e tipos de EPIs.


( ) Tipo de chão e peso da carga.
( ) Número de técnicos de operação envolvidos na operação.
( ) O tipo de equipamento a ser utilizado.
( ) O tipo de carga, as condições físicas do técnico de operação,
o esforço requerido e o percurso e deslocamento.

2) Um dos cuidados básicos relativos ao manuseio de cargas é:

( ) Não se curvar, pois a coluna deve servir como suporte.


60
( ) Curvar-se, mantendo as pernas afastadas para não forçar
a coluna.
( ) Manter as pernas e as costas rígidas.
( ) Manter as costas relaxadas e as pernas rígidas e afastadas.

( ) Não manter as pernas afastadas, pois é fundamental para


o equilíbrio.
3) Com relação às recomendações para um correto manuseio de car-
gas, coloque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas:
( ) A carga deve ser levantada por estágios.
( ) Utilize as palmas das mãos e a raiz dos dedos.
( ) Nunca agarre o canto oposto do objeto, pois isto poderá
desequilibrá-lo.
( ) Levante a carga com os músculos das coxas, com as pernas,
buscando a posição reta.
( ) Os braços devem ficar levemente afastados do corpo e,
então, o corpo movimenta a carga.

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

4) Marque com X a imagem que representa um exemplo correto de


movimentação manual de cargas:

Errado Correto
Errado Correto
( ) Levantando uma carga ( ) Utilizando a alavanca

61

Errado Correto
Errado Correto
( ) Puxando uma carga para baixo ( ) Manuseando a carga sobre
a cabeça

5) Cite os princípios gerais que devem ser observados no que se


refere à movimentação manual de cargas:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

2.5. Glossário
Bombona - reservatório metálico, em geral de ferro, com paredes espessas, para
armazenagem de gases comprimidos; torpedo.

Container - caixa de embalagem volumosa para transporte a longa distância,


sobretudo por via marítima.

Disco L5 e S1 - articulação da coluna vertebral; ponto de apoio da coluna vertebral


no osso sacro.

EPI - Equipamento de Proteção Individual.

Eslinga - cabo para movimentar pesos com as extremidades em forma de laço.

FISPQ - Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico.

Flange - disco em forma de aro, adaptado ou fundido na extremidade de um tubo


e com que se faz a ligação a outro idêntico.

62 Força motriz - força que imprime movimento motor.

IL - Índice de Levantamento.

LPR - Limite de Peso Recomendado.

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego.

NIOSH - National Institute for Ocupational Safety and Health. Instituto Nacional de
Saúde e Segurança Ocupacional.

Skid - dispositivo especial para transporte de carga.

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

2.6. Bibliografia
CRUZ, Ronaldo G.; PUPPIM, Carlos H. J. Compêndido sobre movimentação de
cargas. Apostila. Petrobras. Macaé: 2005.

63

RESERVADO
Alta Competência

2.7. Gabarito
1) Para realizar uma operação de movimentação manual de cargas de acordo
com os procedimentos básicos é preciso planejar a ação, observando alguns
itens, tais como:

( ) Condições da carga e tipos de EPIs.

( ) Tipo de chão e peso da carga.

( ) Número de técnicos de operação envolvidos na operação.

( ) O tipo de equipamento a ser utilizado.

(X) O tipo de carga, as condições físicas do técnico de operação, o esforço


requerido e o percurso e deslocamento.
2) Um dos cuidados básicos relativos ao manuseio de cargas é:

( X ) Não se curvar, pois a coluna deve servir como suporte.

( ) Curvar-se, mantendo as pernas afastadas para não forçar a coluna.

( ) Manter as pernas e as costas rígidas.


64
( ) Manter as costas relaxadas e as pernas rígidas e afastadas.

( ) Não manter as pernas afastadas, pois é fundamental para o equilíbrio.

3) Com relação às recomendações para um correto manuseio de cargas, coloque (V)


para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas:

(V) A carga deve ser levantada por estágios.


(V) Utilize as palmas das mãos e a raiz dos dedos.
(F) Nunca agarre o canto oposto do objeto, pois isto poderá desequilibrá-lo.
Justificativa: se possível, deve-se agarrar o canto oposto do objeto.
(V) Levante a carga com os músculos das coxas, com as pernas, buscando a
posição reta.
(F) Os braços devem ficar levemente afastados do corpo e, então, o corpo
movimenta a carga.
Justificativa: os braços devem ficar junto ao corpo, se possível.

RESERVADO
Capítulo 2. Movimentação manual de cargas

4) Marque com X a imagem que representa um exemplo correto de movimentação


manual de cargas:

Errado Correto
Errado Correto
( ) Levantando uma carga ( X ) Utilizando a alavanca

65

Errado Correto
Errado Correto
( ) Puxando uma carga para baixo ( ) Manuseando a carga sobre a
cabeça

5) Cite os princípios gerais que devem ser observados no que se refere à


movimentação manual de cargas:

• O tipo de carga a ser movimentada ou transportada (material, forma, volume,


peso e localização da carga no ambiente de trabalho);

• O esforço físico necessário para a execução da tarefa;

• As condições da pessoa que irá realizar a tarefa (sexo, idade, condição física etc.);

• O percurso e o deslocamento envolvidos.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 3
Movimentação
de cargas
com uso de
equipamentos

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Relacionar os principais tipos de equipamentos às


respectivas descrições e procedimentos de uso seguro;
• Identificar os principais riscos individuais, coletivos e para
a carga envolvidos na movimentação de cargas com uso de
equipamentos;
• Distinguir procedimentos, equipamentos e acessórios aplicáveis
à movimentação de cargas com uso de equipamentos.

RESERVADO
Alta Competência

68

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

3. Movimentação de cargas
com uso de equipamentos

A
movimentação de cargas com peso elevado é feita com o
auxílio de equipamentos diversos, tais como guindastes,
guinchos, talhas, troles e pontes rolantes, entre outros.

Essas máquinas foram construídas para erguer, movimentar e


arrastar cargas. Alguns dispositivos destacam-se pela sua utilização
freqüente na movimentação de pequenas cargas. O uso desses
equipamentos para a empresa significa movimentação rápida de
materiais e baixo custo.

É sempre bom lembrar que métodos e equipamentos ineficientes


de movimentação de cargas podem acarretar aumento de custo 69
para a empresa, pois os materiais a serem transportados são bens
da empresa que precisam ser resguardados, assim como a saúde de
seus técnicos de operação. Em outras palavras, a utilização adequada
desses equipamentos oferece melhores condições de trabalho aos
empregados da empresa.

3.1. Tipos e descrição de equipamentos

Os principais equipamentos de movimentação de cargas, suas


características e peculiaridades serão apresentados a seguir. Esses
equipamentos são divididos da seguinte maneira:

• Transportadores contínuos

Exemplo: esteiras transportadoras, fitas metálicas e transportadores


de roscas, magnéticos, pneumáticos, de roletes livres e de correntes.

• Equipamentos para manuseio em áreas restritas

Exemplo: pontes rolantes, stacker crane, pórticos.

RESERVADO
Alta Competência

• Equipamentos para manuseio entre pontos sem limites fixos

Exemplo: carrinhos, paleteiras, empilhadeiras.

• Equipamentos de grande porte

Exemplo: guindastes, plataformas de carga e descarga, mesas e


plataformas hidráulicas, Automatic Guided Vehicles (AGV).

• Acessórios

Exemplo: eslingas, cintas, tornel, bola peso, patescas, manilhas etc.

Os principais equipamentos utilizados, suas características, aplicações


e peculiaridades serão a seguir descritos.

70 3.1.1. Guindaste

Os guindastes são utilizados para erguer, movimentar


e baixar cargas elevadas, incompatíveis com içamento
manual. Constituídos basicamente por uma torre equipada
com cabos e roldanas, os guindastes são usados na
construção civil e na indústria de equipamentos pesados.
Pode-se observar, a seguir, um guindaste com todas as suas peças
estruturais designadas:

Extensor da lança

Polia e bloco
de junção
Tensionador

Guia do cabo
de aço
Carretel
Transdutor
de pressão Jib

Gancho Cilindro
hidráulico
Cabine de
comando

Patola

Peças estruturais de um guindaste

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

Os guindastes têm seu princípio básico de projeto bastante simples,


mas as características de serviço determinaram diferenças construtivas
para dois grupos de equipamentos.

a) Equilíbrio de esforços

Intuitivamente, percebe-se que um princípio básico presente no


projeto dos guindastes é o equilíbrio de momento (produto força
x distância), ou seja, para uma determinada carga suspensa pela
lança de um guindaste, é necessário um esforço equivalente e oposto
presente.

O peso de componentes como a lança, o contrapeso, o chassi e toda a


estrutura montada sobre o equipamento contribuem para este efeito.
O saldo resultante das diferentes contribuições deve ser orientado de
modo a “tombar” o equipamento para frente ou para trás, anulado
pela reação imposta pela conexão com sua base de giro. 71

Ao tomar-se, por exemplo, um guindaste de comprimento de lança L


dividida em seções, nas seguintes situações:

Situação “a” – Efetuando um içamento a uma distância r bem próxima


a L, ou seja, com a lança bastante distendida:
L
a) b)
L

r r=0.5 L
r=L

Q
Q1
Em geral Q1 > Q
Em geral Q1>Q

RESERVADO
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Situação “b” – Içando cargas a uma distância r de 0,5 L. Dessa forma,


a lança está elevada em relação à horizontal:

L
a) b)
L

r r=0.5 L
r=L

Q
Q1
Em geral Q1 > Q
Em geral Q1>Q

Pela equação de momento, o guindaste deve elevar cargas


maiores na situação “b”, uma vez que o braço de alavanca é
menor que na situação “a”, permitindo, com isto, que uma
carga maior seja suspensa.

72
É possível que ocorram comportamentos diferentes deste, mas, sem
dúvida, não são comuns, portanto, podem estar indicando problemas
no projeto do equipamento.

O esforço capaz de provocar o colapso do equipamento é denominado


de momento de tombamento. Esse esforço pode fazer com que um
equipamento como um guindaste sobre esteiras ou rodas eleve sua
traseira até o tombamento. Da mesma maneira, pode derrubar uma
unidade offshore do pedestal, após a ruptura da sua fixação.

Outros fatores complementares influenciam na determinação da


capacidade de içamento do guindaste em termos estruturais, ou seja,
mais especificamente no que se relaciona à resistência mecânica de
seus componentes. A potência também é influenciada em função da
forma de acionamento a ser utilizada.

• Unidades onshore e offshore

A percepção das condições diferenciadas de operação entre os


serviços onshore e offshore determinou a necessidade de se estabelecer
características estruturais e funcionais destinadas, principalmente, a
garantir a segurança e a adequabilidade dos projetos destinados ao
uso offshore.

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

As justificativas para tal afirmativa são as seguintes:

• Momento de tombamento

Em uma unidade onshore, o contrapeso é elemento fundamental para


a garantia de equilíbrio em operações.

O contrapeso pode determinar a capacidade máxima do


equipamento. Nessa condição, mesmo que o momento resultante
dos esforços presentes – peso próprio de componentes e carga
suspensa – possa ser suportado pelos elementos constituintes da
base de giro, a massa do contrapeso poderá permitir o tombamento
da máquina, uma vez que esta não está “ancorada” no solo.

O uso do contrapeso para estes guindastes, entretanto, é benéfico.


Isso porque é possível efetuar alterações, tais como o aumento de
comprimento de lança, sem comprometer a capacidade de içamento, 73
bastando, para tanto, se adicionar massa ao contrapeso.

O contrapeso é elemento fundamental em


uma unidade onshore

RESERVADO
Alta Competência

Essa operação é facilitada também pela viabilidade de locomoção


da unidade, que permite a um outro guindaste posicionar-se
adequadamente para o acréscimo de contrapeso.

Box boom onshore

Outro tipo de guindaste utilizado em unidades onshore está ilustrado


a seguir:

74

Treliçado onshore

As unidades offshore que utilizam contrapeso, em geral, aproveitam


equipamentos mais antigos, provenientes de adaptações de
guindastes onshore, pois a presença desses itens não é prática.

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

Em uma plataforma, normalmente, um guindaste não possui


alcance suficiente para efetuar operações de montagem ou
remoção de contrapesos em outro guindaste. Isso pode, inclusive,
aumentar significativamente o peso total do equipamento,
afetando o projeto de sua fixação no convés. Nessas condições de
serviço, a base de giro passa a ter a responsabilidade de manter o
equipamento firme no pedestal.

• Carregamento dinâmico

Denominam-se carregamento dinâmico as operações realizadas no


mar, em que a diferença de velocidade relativa entre o gancho do
sistema de elevação de carga e a carga posicionada no convés de
uma embarcação pode transferir ao guindaste esforços elevados pelo
tensionamento brusco do cabo de aço.

O choque pode resultar em uma aplicação de esforços bastante 75


superior ao peso da carga içada. As unidades offshore possuem
reforços estruturais na fixação de tambores e projeto do cavelete,
entre outros, para suportar a ocorrência de carregamento dinâmico.

As unidades offshore utilizam, ainda, componentes de resistência


mecânica superiores aos correspondentes em equipamentos de uso
onshore, a exemplo da fixação à base de giro. Isso também influencia
nas condições de carregamento, sendo necessário considerar fatores
de segurança diferenciados para operações sobre o mar e convés para
esses equipamentos.

Offshore com rolamento de giro Offshore adaptado

RESERVADO
Alta Competência

• Intensa movimentação de lança

A utilização de equipamento fixo em pedestal proporciona às


unidades offshore efetuar intensa movimentação de lança. Assim, é
possível posicionar ou elevar determinadas cargas situadas em pontos
diferentes da plataforma.

O dimensionamento do tambor destinado à acomodação do cabo


de aço desse sistema requer atenção, para que não se desgaste
prematuramente. Esses tambores, se comparados aos instalados nas
unidades onshore, são de maiores diâmetros para reduzir os esforços
transmitidos ao cabo de aço.

É preciso cuidar, também, para não haver danos ao cabo de aço


resultantes do seu constante enrolamento e desenrolamento.

76

Equipamento fixo em pedestal em


uma unidade offshore

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

3.1.2. Ponte rolante

A ponte rolante é um aparelho que se move sob um trilho a certa


altura. Este equipamento locomove-se lateralmente por meio de
motores elétricos e de um sistema de rodas de ferro. A ponte rolante
é controlada por um técnico de operação que fica, em geral, em uma
pequena cabine situada em uma das pontas da ponte. De lá, ele pode
ter uma visão geral do funcionamento do equipamento. A ponte é
usada para mover objetos pesados.

Existem pontes rolantes de tamanhos variados e alguns desses


equipamentos são controlados por técnicos de operação que ficam
no chão.

3.1.3. Trolley (Trole)

Trolleys ou troles são mecanismos destinados ao transporte de 77


granéis e volumes em percursos horizontais, verticais ou inclinados,
fazendo curvas ou não e com posição de operação fixa.

Os troles são formados por um leito, no qual o material desliza em


um sistema de correias ou correntes sem fim, acionadas por tambores
ou polias. Esses equipamentos são utilizados em locais com grande
fluxo de material a ser transportado em percursos fixos.

Os principais tipos de leitos são:

• Correias planas ou côncavas;

• Elementos rolantes: rodízios, rolos ou esferas;

• Correntes (aéreas ou sob piso), taliscas e elevador de


caçamba contínuo.

RESERVADO
Alta Competência

Os tipos de troles são:

• Carros troles manuais;

• Carros troles manuais e mecânicos;

• Carros troles elétricos.

3.1.4. Talha

As talhas costumam estar disponíveis em diferentes construções,


sendo dispositivos de larga utilização em serviços tais como:

• Construção e manutenção de linhas de transmissões;

78 • Estruturas e montagens industriais;

• Oficinas de manutenção;

• Arraste e estiramento de cargas.

Geralmente, as talhas apresentam as seguintes características


construtivas:

• Estrutura em chapa estampada;

• Corrente de alta resistência;

• Quantidade variada de número de linhas de corrente;

• Ganchos forjados com travas de segurança;

• Freios com travas de segurança.

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

As talhas de grande capacidade possuem reduções que permitem


o içamento de cargas com esforços de tração bastante reduzidos.
Por exemplo: para um determinado modelo, com 9 toneladas de
capacidade, é necessário um esforço de tração de apenas 28 kg. Há
outros exemplos apresentados na tabela a seguir:

Exemplos de dados operacionais de talha

Capacidade (kg) 750 1.500 3.000 4.500 6.000 9.000


Tipo de corrente Elos
Bitola (mm) 6 8 8 8 8 8
Número de ramais 1 1 2 3 4 6
Peso sem corrente (kg) 5,0 8,0 10 15 20 34
Redução 45:1 87:1 174:1 261:1 238:1 522:1

Esforço necessário (kg) 19 22 25 27 28 28


79

Além das talhas manuais, como mostram as ilustrações adiante, há


disponível no mercado talhas de alavanca e talhas elétricas.

Talha manual Talha de alavanca

RESERVADO
Alta Competência

As talhas elétricas, em geral, possuem maior capacidade. Podem ser


instaladas em troles, permitindo o deslocamento do conjunto ao longo
de trilhos suspensos e, ainda, contar com cabos de aço para içamento.

Talhas elétricas

80 3.1.5. Tirfor (guinchos de alavanca)

Tirfor são guinchos de alavanca.

O princípio de funcionamento desses equipamentos é semelhante ao


puxar de uma corda. Uma vez introduzido o cabo de aço no interior
do guincho, este é preso por mordentes atuados por molas que evitam
o deslizamento do cabo. Ao acionarmos, por exemplo, a alavanca
de tração, os mordentes puxam o cabo, retendo o seu movimento
enquanto a alavanca retorna.

Aplicações do tirfor:

• Arraste de carga, mesmo a longas distâncias;

• Montagens industriais e de estruturas;

• Levantamento de cargas;

• Operações portuárias;

• Agricultura.

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

Alavanca de retrocesso

Alavanca de abertura
dos mordentes
Alavanca de tração

Alavanca telescópica

Mordente
superior Cabo
de aço
inferior

81

Mordente inferior

Princípio de funcionamento dos guinchos de alavanca

RESERVADO
Alta Competência

A seguir, exemplos de aplicação dos guinchos de alavanca.

A multiplicação da capacidade em função do número de linhas


de carregamento e a possibilidade de utilização dos dispositivos,
tanto para condição de arraste como içamento, demonstram
sua versatilidade.

1 1

1
2

1
3

1 1 1
2 3
1
82
1 1

1
1

2 1 2
1
Aplicações dos guinchos de alavanca

? VOCÊ SABIA?
Rigging é o planejamento de movimentação de carga.
O projeto de rigging pode evitar acidentes, como a
queda de um material a ser içado por guindaste.

3.2. Tipos e descrição de acessórios

A diversidade de acessórios utilizados na movimentação de cargas


é muito grande. Sendo assim, abordaremos aqueles de uso mais
freqüente, tecendo considerações sobre a utilização segura desses
equipamentos auxiliares.

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

a) Cintas

Podem ser constituídas em poliéster (PES), poliamida (PA) e


polipropileno (PP). Como estes materiais têm propriedades mecânicas
e químicas bastante diferentes, há necessidade de atenção especial
quando selecionados em função do serviço. A cor da etiqueta identifica
a matéria-prima com a qual a cinta foi fabricada. Por exemplo, AZUL
- Poliéster, VERDE - Poliamida e MARROM - Polipropileno.

Os olhais dobrados e costurados devem ser reforçados com o mesmo


material da cinta ou couro. Outra consideração importante refere-se
às costuras das cintas, que devem ser feitas com fios do mesmo material
usado na sua fabricação. Não se pode, portanto, misturar poliéster
com poliamida, devido às diferentes propriedades mecânicas.

As seguintes informações devem constar da etiqueta de uma cinta:


83
• Carga máxima de trabalho na posição vertical;

• Material utilizado na fabricação (PES, PA ou PP);

• Comprimento nominal;

• Identificação do fabricante;

• Código de rastreabilidade;

• Norma de fabricação.

Na seleção da cinta a ser utilizada, além da capacidade requerida,


deve-se considerar a forma de sustentação da carga e da própria
cinta, em função das suas extremidades (uso de ganchos, anéis etc.).
Como exemplo, a seguir há uma transcrição das tabelas de produtos
fabricados em poliéster.

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Largura Vertical Choker Basket Largura Vertical Choker Basket


mm kg kg kg mm kg kg kg
ES-50 1.000 800 2.000 ES-50 500 400 1.000
ED-50 2.000 1.600 4.000 ED-50 1.000 800 2.000
ES-60 2.500 2.000 5.000 ES-60 1.250 1.000 2.500
ED-60 5.000 4.000 10.000 ED-60 2.500 2.000 5.000
ES-80 3.000 2.400 6.000 ES-80 1.500 1.200 3.000
ED-80 6.000 4.800 12.000 ED-80 3.000 2.400 6.000
ER-100 4.000 3.200 8.000 ES-100 2.000 1.600 4.000
ED-100 8.000 6.400 16.000 ED-100 4.000 3.200 8.000

Largura Choker Basket Largura Choker Basket


mm kg kg mm kg kg
GE-50 500 1.000 CD-100 2.000 4.000
GD-50 1.000 2.000 CD-160 3.000 6.000
GS-60 1.500 3.000 CD-200 4.000 8.000
GD-60 2.500 5.000 CD-240 5.000 10.000
84 GS-80 3.000 6.000 CD-320 6.000 12.000
GD-80 6.000 12.000

b) Eslingas

Estruturadas em cabos de aço, com uma ou mais linhas, normalmente


são utilizadas como extensões dos cabos de carga dos guindastes ou
como acessórios fixos a containers.

As extremidades das eslingas são em forma de laço onde as pernas


do cabo são “trançadas” manualmente ou submetidas ao trançado
flamengo, podendo este último utilizar presilhas de aço ou não.

Eslingas: extensões dos cabos de


carga dos guindastes

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

Exemplos de possibilidades de formas das


extremidades das eslingas

Assim como para as cintas, a seleção das eslingas deve considerar a


carga a ser içada, tanto em massa como na forma de sustentação,
uma vez que o número de linhas e a geometria do conjunto terão
participação fundamental na definição da capacidade de içamento.

Considerando novamente a eslinga, a extensão do cabo do guindaste,


por ser uma linha única, pode ter o diâmetro do cabo determinado
exclusivamente pela resistência dos arames para atender a solicitação 85
de carga, enquanto o suporte do container também dependerá do
ângulo entre as linhas de cabo.

Na tabela a seguir, está apresentada uma seleção de um conjunto de


eslingas com duas linhas de cabo de aço. Para um mesmo diâmetro
do cabo utilizado, percebe-se a redução de capacidade do conjunto
em função do aumento do ângulo formado entre as linhas:

RESERVADO
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Conjuntos destinados para movimentar


cargas em dois pontos.

Laço tipo A Laço tipo B


DN Cargas de trabalhos em Ton.
Em ângulos
Gancho 30º 45º 60º
mm Pol. Anel
Olhal

86 6.4 1/4 SN-1 NGO-1 0.9 0.7 0.5


8.0 5/16 SN-2 NGO-2 1.4 1.1 0.8
9.5 3/8 SN-3 NGO-3 2.0 1.6 1.1
13.0 1/2 SN-5 NGO-4 3.3 2.7 1.9
16.0 5/8 SN-8 NGO-5 5.2 4.2 3.0
19.0 3/4 SN-10 NGO-6 7.4 6.1 4.3
22.0 7/8 SN-12 NGO-7 10.0 8.2 5.8
26.0 1´ SN-15 NGO-8 13.0 10.6 7.5
29.0 1.1/8 SN-20 NGO-8 16.3 13.3 9.4
32.0 1.1/4 SN-25 NGO-9 20.1 16.4 11.6
35.0 1.3/8 SN-30 NGO-9 24.1 19.8 14.0
38.0 1.1/2 SN-40 NGO-10 28.6 23.3 16.5

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

c) Tornel

Acessório de carga utilizado para cargas leves que funciona como um


destorcedor.

Tornel com Tornel com


olhal gancho

d) Bola peso

Dispositivo cuja função principal é prover peso e manter o prumo 87


do cabo de carga do guindaste. É composto pelo destorcedor, peso
e gancho.

Bola Peso

RESERVADO
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e) Moitão e Cardenal

Conjunto formado por roldanas e gancho, este com ou sem destorcedor


(Swivel), suspenso por um cabo de carga.

O moitão é composto por uma roldana. O cadernal é composto por


duas ou mais roldanas.

88

Moitão Cardenais

f) Patesca

Dispositivo fixo, composto por uma ou mais roldanas, solidário a um


gancho ou manilha.

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

g) Manilha

Acessório constituído por um vergalhão metálico em forma de U, com


um pino (cavirão) atravessado entre as duas extremidades, e que se
emprega para unir quartéis de amarras e cabos de aço. As figuras a
seguir apresentam tipos de manilhas diferenciadas apenas pela forma
de travamento do pino.

89

Manilha com contra-pino Manilha com porca e contra-pino

3.3. Procedimentos e cuidados na utilização de equipamentos


e acessórios

O trabalho com movimentação de cargas exige a elaboração de um


Plano de Movimentação de Cargas (PMC) com o objetivo de analisar
os riscos e propor ações de controle para:

Içamento de carga Qual o peso da carga?


Que acessórios serão utilizados? Cabos,
Forma e tipo da carga
eslingas, cintas ou redes?
Rota de transporte É preciso analisar a rota.
Verificar possíveis obstáculos como fios
Obstáculos aéreos
elétricos, por exemplo.
Analisar área de isolamento, resistência
Guindaste parado e em
do guindaste e forma da rota do
deslocamento
guindaste.
Considerações sobre os limites do Quadro de cargas, nivelamento da carga
equipamento e do guindaste.

RESERVADO
Alta Competência

Para cada um dos equipamentos e acessórios há procedimentos e


cuidados específicos a serem adotados a fim de garantir a segurança
da operação.

Alguns desses cuidados estão descritos nas tabelas a seguir:

Cuidados na utilização de guindastes


Em uso onshore, selecionar o equipamento considerando a capacidade requerida para a
condição de serviço mais severa.
Garantir que estejam disponíveis e que sejam seguidas as indicações de capacidade, em
função dos raios de operação, contidas nas tabelas de carga dos equipamentos.
Certificar-se de que a operação será conduzida por um profissional qualificado para uso do
equipamento selecionado.
Em caso de uma análise mais criteriosa para que se saiba o tipo mais adequado de
guindaste a ser usado, deverão ser considerados itens como centro de gravidade do
material, tipo do terreno, dentre outros.
90

Cuidados na utilização de talhas


Ler as instruções de uso, operação e manutenção das talhas.
Manter-se com os pés firmes no chão ou em segurança quando operar uma talha manual.
Certificar-se de que o gancho superior da talha está seguramente preso ao suporte.
Certificar-se de que a carga esteja presa com dispositivo compatível devidamente fixado ao
gancho inferior.
Certificar-se de que a carga esteja livre para ser transportada e que não haverá obstruções
no caminho, quando operando uma talha com trole.
Confirmar que a trava de segurança do gancho, quando existente, esteja fechada e livre de
qualquer carga.
Elevar cuidadosamente a carga alguns centímetros e checar o equilíbrio da carga antes de
continuar o içamento.
Evitar balançar a carga ou o gancho.
Inspecionar a talha regularmente, substituindo peças danificadas ou gastas e manter
sempre registros das manutenções.
Não sobrecarregar a talha além do seu limite de capacidade.
Não acionar a talha antes de verificar se a corrente está apropriadamente assentada na
polia de carga.
Não utilizar a corrente de acionamento da talha para içar a carga.
Não tentar aumentar a extensão da corrente de carga ou reparar algum dano na mesma.

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

Cuidados na utilização de tirfor


(Guinchos de alavanca)

Na seleção do guincho a ser utilizado, considerar a capacidade requerida e a especificação


do cabo empregado.
Por exemplo: 3,2 ton. – cabo 7/8” – arames 180/200 kgf/mm2.
Os guinchos, em geral, são projetados para suportar até cerca de 30% de sobrecarga em
relação a sua capacidade nominal. Solicitados acima desse limite, ocorre o cisalhamento
de um pino de segurança, que interrompe seu funcionamento, mantendo a carga ainda
suspensa. Estão disponíveis pinos sobressalentes junto a cada dispositivo, mas tal
ocorrência deve ser seguida de uma reavaliação da operação em andamento.

Há procedimentos específicos e cuidados que também devem ser


observados na utilização de acessórios:

Cuidados na utilização de cintas


Descartá-las quando apresentarem rompimento ou algum dano. 91
Não devem ser utilizadas para içamento de carga com quina viva, bem como em peças ou
tubos com graxa.
Cintas sem etiquetas ou com etiquetas ilegíveis não podem ser usadas.
Proteja a cinta contra superfícies ásperas e cantos afiados, utilizando proteções adequadas
(poliuretano, poliéster ou couro).
Utilizar cintas idênticas quando precisar acoplar mais de uma cinta na carga e no gancho
do meio de elevação.
Nunca sobrecarregar a cinta, para evitar acidentes.

Centralizar o gancho de elevação sobre o centro de gravidade da carga a ser movimentada.

Considerar os ângulos e a forma de utilização da cinta, para determinar a carga de trabalho.


Nunca dar nós nas cintas para encurtá-las, pois dessa forma a capacidade de carga é
reduzida entre 25% a 75%.
Nunca movimentar cargas com cintas torcidas, pois reduz a capacidade.
Evitar arranques e choques na cinta durante a movimentação da carga. Uma carga dinâmica
é muito superior a uma carga estática e pode causar danos por sobrecarga na cinta.
Nunca arrastar cargas com a cinta ou descê-la sobre a mesma, para evitar danos.

Manter o controle de estado das cintas após a sua utilização.


Armazenar as cintas em recintos secos, com temperaturas não muito altas e protegidas dos
raios solares e de danos mecânicos.
Observar as principais prescrições do fabricante referentes ao contato com soluções
alcalinas, ácidas e umidade no armazenamento.

RESERVADO
Alta Competência

Cuidados na utilização de eslingas


Devem ser avaliadas quanto às ocorrências de danos, tais como deformações no cabo ou
arames rompidos.
Devem ser descartadas quando apresentarem defeitos acima do permitido pela norma de
inspeção de referência.
Eslingas sem rastreabilidade de fornecimento, não permitindo a identificação de
capacidade, não devem ser utilizadas.
Nunca sobrecarregar a eslinga, para evitar acidentes.

Considerar os ângulos e a forma de utilização da eslinga, para determinar a carga de trabalho.

Evitar arranques e choques nas eslingas durante a movimentação de carga. Uma carga
dinâmica é muito superior a uma carga estática, e pode causar danos por sobrecarga na cinta.

Ter o controle das eslingas e cintas após o uso e inspecioná-la quanto a danos nos cabos e
acessórios.
As eslingas devem ser armazenadas em recintos secos e preservadas periodicamente com
graxa.
92

RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

3.4. Exercícios

1) Relacione os principais equipamentos de movimentação de cargas


e as suas respectivas características e aplicações:

1. Guindaste ( ) Aparelho que se move sob um trilho a


certa altura e, através de um sistema
de rodas de ferro, locomove-se lateral-
mente por meio de motores elétricos.
2. Ponte rolante ( ) Guinchos de alavanca utilizados para
arrastar cargas por longas distâncias.
3. Trolley (trole) ( ) Utilizado para erguer, movimentar e
baixar materiais pesados incompatí-
veis com içamento manual.

4. Talha ( ) Mecanismo destinado ao transporte


de granéis e volumes em percursos 93
horizontais, verticais ou inclinados,
fazendo curvas ou não e com posição
de operação fixa.

5. Tirfor ( ) Dispositivo utilizado nas estruturas e


montagens industriais.

2) Com relação aos procedimentos de segurança na movimentação


de cargas com equipamentos, marque a opção correta:

I. É fundamental conhecer o peso da carga.

II. Os acessórios a serem utilizados serão definidos de acordo com


o peso da carga.

III. É importante analisar a área de isolamento e a resistência


do guindaste.

IV. A rota a ser percorrida não provoca influências significativas.

( ) Apenas a I está correta.

( ) As afirmativas I e II estão corretas.

( ) As afirmativas I e III estão corretas.

( ) Apenas a afirmativa III está correta.

( ) Apenas a afirmativa IV está correta.

RESERVADO
Alta Competência

3) Cite quatro cuidados específicos que devem ser tomados na movi-


mentação de cargas por talhas:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

4) Relacione os principais acessórios de movimentação de cargas e as


suas respectivas características e aplicações:

1. Cintas ( ) Provém peso e mantém o prumo do cabo


de carga do guindaste.
2. Eslingas ( ) Empregados para unir quartéis de amar-
ras e cabos de aço.
94 3. Tornel ( ) Selecionadas em função do serviço,
precisam de atenção quanto à
capacidade e ao material utilizado para
sua confecção.
4. Bola peso ( ) Utilizadas como extensões dos cabos de
carga dos guindastes ou como acessórios
fixos a containers.
5. Manilha ( ) Utilizado para cargas leves, funciona
como um destorcedor.

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Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

3.5. Glossário
AGV - Automatic Guided Vehicles.

Container - caixa de embalagem volumosa para transporte a longa distância,


sobretudo por via marítima.

Contrapeso - peso que serve para equilibrar uma força.

Moitão - dispositivo que consiste em uma caixa de madeira ou metal contendo


uma ou mais roldanas, provido de um gancho ou olhal pelos quais pode ser fixado;
é usado para transmitir força ou alterar a direção de um movimento, mediante
cabos ou cadeias que passam ao redor das roldanas.

Eslinga - cabo para movimentar pesos com as extremidades em forma de laço.

Mordente - instrumento utilizado para fixar ou apertar um objeto no lugar.

Offshore - localizado ou operado no mar.

Onshore - localizado ou operado em terra. 95


Paleteira - veículo dotado de garras especiais, usado no transporte de paletas.

Patesca - diz-se da roda que é inteiriça.

PMC - Plano de Movimentação de Carga.

Polia - roda de ferro ou de madeira, lisa ou sulcada em sua periferia, fixa num eixo
rotatório e acionada por uma correia.

Poliamida (PA) - composto caracterizado por mais de um grupo de amida,


especialmente uma amida polimérica (como náilon, um polipéptido ou
uma proteína).

Poliéster (PES) - matéria sintética resultante da combinação de poliácidos


com alcoóis não saturados ou com compostos glicogênicos.

Polipropileno (PP) - polímero de propileno semelhante nas propriedades ao


polietileno.

Pórtico - átrio espaçoso, com abóbada sustentada por colunas ou pilares.

Stacker crane - torre apoiada sobre trilho inferior e guiada por trilho superior.

Swivel - destorcedor.

Talisca - transportador de correntes de madeira na transversal muito utilizado em


linhas de montagem.

Trançado flamengo - trançado flamengo com presilhas de aço (NBR 11900 Tipo 1)
é um sistema reconhecido internacionalmente como sendo o mais seguro entre
todos os métodos para a confecção de laços.

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Alta Competência

3.6. Bibliografia
CRUZ, Ronaldo G. Monitoração de cargas em guindastes. Apostila. Petrobras.
Macaé: 2005.

CRUZ, Ronaldo G. Noções básicas sobre inspeção de guindastes. Apostila.


Petrobras. Macaé: 2005.

CRUZ, Ronaldo G.; PUPPIM, Carlos H. J. Compêndido sobre movimentação de


cargas. Apostila. Petrobras. Macaé: 2005.

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RESERVADO
Capítulo 3. Movimentação de cargas com uso de equipamentos

3.7. Gabarito
1) Relacione os principais equipamentos de movimentação de cargas e as suas
respectivas características e aplicações:

1. Guindaste (2) Aparelho que se move sob um trilho a certa altura e,


através de um sistema de rodas de ferro, locomove-
se lateralmente por meio de motores elétricos.
2. Ponte rolante (5) Guinchos de alavanca utilizados para arrastar cargas
por longas distâncias.
3. Trolley (trole) (1) Utilizado para erguer, movimentar e baixar mate-
riais pesados incompatíveis com içamento manual.
4. Talha (3) Mecanismo destinado ao transporte de granéis e
volumes em percursos horizontais, verticais ou in-
clinados, fazendo curvas ou não e com posição de
operação fixa.
5. Tirfor (4) Dispositivo utilizado nas estruturas e montagens in-
dustriais.

2) Com relação aos procedimentos de segurança na movimentação de cargas com 97


equipamentos, marque a opção correta:

I. É fundamental conhecer o peso da carga.

II. Os acessórios a serem utilizados serão definidos de acordo com o peso da


carga.

III. É importante analisar a área de isolamento e a resistência do guindaste.

IV. A rota a ser percorrida não provoca influências significativas.

( ) Apenas a I está correta.

( ) As afirmativas I e II estão corretas.

( X ) As afirmativas I e III estão corretas.

( ) Apenas a afirmativa III está correta.

( ) Apenas a afirmativa IV está correta.

3) Cite quatro cuidados específicos que devem ser tomados na movimentação de


cargas por talhas:

• Manter os pés firmes no chão ou em segurança;

• Ler as instruções de uso, operação e manutenção;

• Certificar-se de que o gancho superior da talha está seguramente preso ao suporte;

• Elevar a carga, cuidadosamente, a alguns centímetros e checar o equilíbrio da


carga antes de continuar o içamento.

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4) Relacione os principais acessórios de movimentação de cargas e as suas respectivas


características e aplicações:

1. Cintas (4) Provém peso e mantém o prumo do cabo de carga do


guindaste.
2. Eslingas (5) Empregados para unir quartéis de amarras e cabos de aço.
3. Tornel (1) Selecionadas em função do serviço, precisam de
atenção quanto à capacidade e ao material utilizado
para sua confecção.
4. Bola peso (2) Utilizadas como extensões dos cabos de carga dos
guindastes ou como acessórios fixos a containers.
5. Manilha (3) Utilizado para cargas leves, funciona como um
destorcedor.

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