Você está na página 1de 130

PROPRIEDADES

DE ÓLEO, GÁS
E ÁGUA

Autor: Luiz Carlos de Souza


PROPRIEDADES
DE ÓLEO, GÁS
E ÁGUA
PROPRIEDADES
DE ÓLEO, GÁS
E ÁGUA

Autor: Luiz Carlos de Souza

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Reconhecer as características de cada um dos três


componentes do petróleo bruto, identificando as suas
características que influenciam na produção, tratamento,
escoamento, comercialização e qualidade dos produtos
obtidos a partir do petróleo.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 15

Capítulo 1 - Óleo
Objetivos 17
1. Óleo 19
1.1. Composição e principais propriedades do petróleo 20
1.1.1. Hidrocarbonetos: características e classificação 21
1.1.2. Não-hidrocarbonetos 23
1.2. Classificação do petróleo 29
1.3. Correção em medições de volumes 30
1.4. Propriedades físico-químicas 31
1.4.1. Densidade e Grau API 32
1.4.2. Viscosidade 35
1.4.3. Outras propriedades 36
1.5. Estabilização do óleo 38
1.6. BSW e seu cálculo 39
1.7. Exercícios 43
1.8. Glossário 45
1.9. Bibliografia 47
1.10. Gabarito 48

Capítulo 2 - Gás natural


Objetivos 51
2. Gás natural 53
2.1. Composição química do gás natural 54
2.1.1. Contaminantes no gás natural 55
2.2. Principais características do gás natural 56
2.3. Classificação dos gases quanto à situação em que
se encontram no reservatório 57
2.4. Propriedades do Gás Natural 58
2.4.1. Fração molar 58
2.4.2. Peso molecular de misturas 59
2.4.3 Compressibilidade 60
2.4.4. Massa específica real de um gás 62
2.4.5. Densidade de um gás 64
2.4.6. Poder calorífico 64
2.4.7. Viscosidade de um gás 69
2.4.8. Riqueza do gás natural 71
2.5. Cálculo aproximado de volumes a pressões
e temperaturas variadas 72
2.5.1. Definição de gás ideal 72
2.5.2. Equação de Boyle-Mariotte 72
2.5.3. Equação de Charles 74
2.5.4. Lei de Avogadro 75
2.5.5. Equação de estado para um gás ideal 76
2.6. Hidrato 76
2.6.1. Formação de hidratos 77
2.6.2. Inibição ou remoção de hidratos 77
2.7. Exercícios 79
2.8. Glossário 82
2.9. Bibliografia 83
2.10. Gabarito 84

Capítulo 3 - Água
Objetivos 87
3. Água 89
3.1. Concentração das soluções e grandezas 91
3.2. Principais propriedades físico-químicas da água 95
3.2.1. Capacidade térmica e calor específico 95
3.2.2. Tensão superficial 96
3.2.3. Ponte de hidrogênio 96
3.3. Composição 97
3.3.1. Dureza 98
3.3.2. Salinidade 98
3.3.3. pH - potencial Hidrogeônico 99
3.3.4. Condutividade elétrica 99
3.3.5. Sólidos dissolvidos 99
3.3.6. Sólidos em suspensão 100
3.3.7. Alcalinidade total 100
3.4. A água e os problemas de incrustação e corrosão 100
3.4.1. Principais conseqüências da corrosão (C) e da incrustação (I) 102
3.5. Água produzida 103
3.6. Diferentes aplicações industriais 105
3.6.1. Uso da água nas plataformas marítimas 105
3.6.2. Osmose reversa 106
3.7. Exercícios 110
3.8. Glossário 112
3.9. Bibliografia 113
3.10. Gabarito 114
Introdução

O
rganismos aquáticos, vegetais e animais proliferam nos mares,
apresentando uma lenta, porém constante degradação
bacteriológica. Ao longo do tempo, esta matéria orgânica
decomposta migra para camadas superiores do subsolo e se concentra
em rochas permeáveis que atuam como um reservatório.

O conjunto dos produtos provenientes dessa degradação é


constituído por hidrocarbonetos e gases que futuramente seriam
conhecidos como petróleo, um produto que impulsionaria
fortemente o desenvolvimento econômico da humanidade.

Conhecer as propriedades físico-químicas do óleo é fundamental 15


para o trabalho na indústria petrolífera, uma vez que o petróleo
bruto é composto por óleo, gás e água.

As características químicas do petróleo são aproveitadas para


a promoção de reações químicas que vão transformando-o em
produtos de maior valor agregado. Cada tipo de petróleo possui uma
característica química definida, de forma que para seus diferentes
tipos são obtidos, também, diferentes tipos de produtos derivados.

O tema Propriedades de Óleo, Gás e Água foi desenvolvido para


fornecer aos empregados da área de E&P da Petrobras um referencial
que permita o entendimento dos fenômenos físico-químicos mais
relevantes envolvidos na formação do petróleo, na sua produção e
na sua transformação em derivados como o GLP (gás liquefeito de
petróleo), a gasolina e o diesel.

CORPORATIVA
CORPORATIVA
Capítulo 1
Óleo

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Relacionar as substâncias que compõem o petróleo;


• Classificar o petróleo de acordo com suas características;
• Reconhecer a necessidade de correção em medições de
volume;
• Explicar o conceito de estabilização do óleo;
• Conceituar BSW (Basic Sediments and Water).

CORPORATIVA
Alta Competência

18

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

1. Óleo

O
petróleo em estado natural é uma mistura complexa de
vários elementos, sendo a maioria deles hidrocarbonetos.
Em proporções menores, o petróleo contém, em sua mistura,
compostos orgânicos oxigenados, nitrogenados e sulfurados e
organo-metálicos. Também existem gases e sólidos dissolvidos no
petróleo bruto.

A qualidade do petróleo está associada ao rendimento de derivados de


maior valor comercial, ou seja, derivados leves e médios (nafta, QAV
e diesel), de maior grau API e facilidades de escoamento e estocagem
(ponto de fluidez e viscosidade), bem como ao processo de tratamento
(BSW e sal). Esta qualidade deriva da origem e evolução do petróleo na
rocha, além de possível contaminação da água de formação/injeção.
19
O petróleo ou óleo cru é um líquido preto, marrom escuro ou esverdeado
encontrado em formações de pedras porosas na terra.

Pode-se conceituar o petróleo como:

substância viscosa, mais leve que a água, composta por grandes


quantidades de hidrocarbonetos (carbono e hidrogênio) e quantidades
menores de oxigênio, nitrogênio, enxofre e metais.

Devido a sua densidade de energia elevada, transporte fácil e abundância


relativa, tornou-se a fonte de energia mais importante do mundo a
partir da segunda metade do século XIX.

Fonte de energia por excelência, é também matéria-prima para a


produção de plásticos, fármacos, tintas, tecidos sintéticos e detergentes,
por exemplo. Aproximadamente 16% da produção de petróleo é
convertida em materiais desse tipo. O petróleo é hoje o mais importante
produto de todo o comércio internacional.

CORPORATIVA
Alta Competência

Os restos de matéria orgânica, bactérias, produtos nitrogenados


e sulfurados no petróleo indicam que ele é o resultado de uma
transformação da matéria orgânica acumulada no fundo dos oceanos e
mares durante milhões de anos, sob pressão das camadas de sedimentos
que foram se depositando e formando rochas sedimentares.

O conjunto dos produtos provenientes desta degradação


(hidrocarbonetos e compostos voláteis) misturados aos sedimentos
e aos resíduos orgânicos está contido na rocha-mãe. A partir daí,
o petróleo é expulso sob efeito da compactação provocada pela
sedimentação, migrando para impregnar areias ou rochas mais porosas
e mais permeáveis, tais como arenitos ou calcários.

Uma camada impermeável, quando constitui uma “armadilha”, permite


a acumulação dos hidrocarbonetos, impedindo-os de escapar.

20 Por exigir altos investimentos iniciais e contínuos reinvestimentos,


apenas companhias de grande porte asseguram o desenvolvimento da
indústria petrolífera.

1.1. Composição e principais propriedades do petróleo

A estrutura química do petróleo é composta de cadeias de


hidrocarbonetos de estruturas diferentes.

Composição do petróleo

Estas substâncias químicas de hidrocarbonetos diferentes são separadas


através de destilação em uma refinaria de óleo para obter gasolina,
combustível de jato, querosene, e outros hidrocarbonetos. A fórmula
geral para estes hidrocarbonetos alcanos é CnH2n+2.

Por exemplo, o 2,2,4-trimetilpentano (iso-octano), extensamente usado


em gasolina, tem uma fórmula química de C8H18 que reage com
oxigênio, exotermicamente. Veja a representação a seguir:

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

2C8H18(l) + 25O2(g) —› 16CO2 + 18H2O(l) + 10.86MJ


Combustão do componente da gasolina

A combustão incompleta de petróleo ou gasolina resulta em emissão


de gases venenosos como monóxido de carbono e óxido nítrico.

1.1.1. Hidrocarbonetos: características e classificação

Os hidrocarbonetos são substâncias orgânicas compostas somente por


átomos de carbono (C) e de hidrogênio (H), formando diversos tipos
de moléculas.

Os hidrocarbonetos podem ser gasosos, líquidos ou sólidos nas condições


normais de temperatura e pressão e ainda, conforme o número e
arranjo dos átomos de carbono nas moléculas. Portanto, o que define
se essas substâncias são sólidas, líquidas ou gasosas, é a quantidade e os 21
arranjos de átomos de carbono no hidrocarboneto.

Hidrocarbonetos
Estado Nº de átomos de carbono
Gasoso Até 4 (quatro) átomos de carbono.
Líquido De 5 a 19 átomos de carbono.
Sólido 20 ou mais átomos de carbono.

? VOCÊ SABIA?
Existem outras fontes de hidrocarbonetos, além do
petróleo. O carvão e o xisto são exemplos dessas fontes.

Veremos, agora, que os hidrocarbonetos não são todos iguais. Existem


dois grupos distintos: os hidrocarbonetos. Alifáticos e os hidrocarbonetos
cíclicos. Observe a tabela a seguir:

CORPORATIVA
Alta Competência

Tipo de
Características
Hidrocarboneto

Estes compostos apresentam cadeia carbônica acíclica,ou seja,


aberta, sendo divididos em:
• Alcanos;
• Alcenos;
Hidrocarbonetos
• Alcinos;
Alifáticos
• Alcadienos.
Os lineares são conhecidos como parafínicos.
Os cíclicos são conhecidos como naftênicos, que são formados
por cadeias fechadas.

São compostos que possuem pelo menos uma cadeia carbônica


fechada, subdividida em:
• Cicloalcanos ou ciclanos;
• Cicloalcenos ou ciclenos;
22 • Cicloalcinos ou ciclinos;
Hidrocarbonetos • Aromáticos.
Cíclicos Os compostos aromáticos possuem pelo menos um anel
aromático (anel benzênico) além de suas outras ligações. Estes
hidrocarbonetos são compostos químicos baseados na molécula
de benzeno C6H6 e apresentam cheiros característicos. Podemos
dizer que a química dos compostos aromáticos é a química do
benzeno e seus derivados.

Observe a representação de estruturas de Alcanos ou Parafínicos, a seguir:

2,2-Dimetilpropano C5H12 3-Metilpentano, C6H14


Estruturas de Alcanos ou Parafínicos

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

As estruturas de hidrocarbonetos saturados cíclicos possuem pelo


menos uma cadeia carbônica fechada. Observe:

Ciclohexano, C6H12 1,2-Dimetilciclopropano, C5H10


Naftênicos ou ciclo-alcanos - Ciclopentano e ciclo-hexano

23

Benzeno, C6H6 Estireno, C8H8


Estruturas aromáticas do Benzeno e do Naftaleno

Carbono Hidrogênio
*Modelos moleculares desenvolvidos pelo software Dave’s Molecular Models*

1.1.2. Não-hidrocarbonetos

Os compostos não-hidrocarbonetos estão presentes no petróleo


em proporções que variam de reservatório para reservatório e são
considerados contaminantes pela indústria petrolífera, pois interferem
diretamente no processo de tratamento e na qualidade dos derivados.

CORPORATIVA
Alta Competência

Estes compostos não são separados na fase de tratamento na planta de


processo da produção.

Estes são classificados em:

• Nitrogenados;

• Sulfurados;

• Oxigenados;

• Metálicos.

a) Compostos nitrogenados

24 São compostos orgânicos que apresentam átomos de nitrogênio em


suas estruturas, aparecendo até nos destilados mais pesados e nos
resíduos, assim como os compostos sulfurados.

Estão presentes no petróleo, principalmente nas formas de piridinas,


quinolinas e pirróis. Os compostos nitrogenados são de difícil remoção
nas etapas do refino.

Pirrol, C4H5N Quinolina, C9H7N

Carbono Nitrogênio Hidrogênio


Composto nitrogenado

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

A presença de substâncias nitrogenadas prejudica tanto as operações


de tratamento quanto as de refino, pois estas possuem propriedades
tensoativas e contribuem para aumentar a capacidade do óleo de reter
a água emulsionada. No refino, estes compostos tornam instáveis os
produtos destilados, propiciando a formação de goma e coloração,
além de constituírem veneno para certos catalisadores e aumento da
emissão de poluentes na queima de combustíveis.

Quanto ao teor de nitrogênio, o petróleo é assim classificado:

• ATN (alto teor de nitrogênio) ≥ 0,25% m/m;

• BTN (baixo teor de nitrogênio) < 0,25% m/m.

ATENÇÃO
25
O petróleo importado é classificado como BTN (baixo
teor de nitrogênio) e o petróleo nacional é ATN (alto
teor de nitrogênio), exigindo adaptação do parque de
refino para atender às exigências de mercado.

Observe, na ilustração a seguir, a influência do nitrogênio na qualidade


do diesel, com a intensidade da cor associada ao grau de oxidação dos
derivados e os depósitos associados à temperatura.

Nitrogênio (cor)

Nitrogênio + Ácidos (cor e depósitos)


Influência do nitrogênio na qualidade do diesel

CORPORATIVA
Alta Competência

b) Compostos sulfurados

Estes compostos apresentam átomos de enxofre em suas moléculas e


estão presentes no petróleo sob diversas formas, como por exemplo:

• Ácido sulfídrico;

• Benzotiofenos;

• Enxofre elementar;

• Mercaptans;

• Polissulfetos;

26 • Sulfetos.

Metanotiol, CH4S Dimetilsulfeto, C2H6S

Compostos sulfurados

Carbono Enxofre Hidrogênio

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

Da mesma forma que os nitrogenados, os compostos sulfurados são


indesejáveis, pois podem causar danos aos produtos finais, tais como:

• Corrosividade, principalmente pela presença do enxofre


elementar e o H2S;

• Poluição, aumento da polaridade dos óleos;

• Envenenamento de catalisadores.

Os compostos sulfurados deterioram a cor e o cheiro dos produtos finais,


ocasionando problemas de poluição na queima dos combustíveis, onde
são produzidos SO2 e SO3, poluentes atmosféricos.

O teor de enxofre é mais elevado em petróleos mais pesados.


27
Estes compostos classificam-se da seguinte forma:

• ATE (alto teor de enxofre) ≥ 1% m/m;

• BTE (baixo teor de enxofre) < 1% m/m.

c) Compostos oxigenados

São compostos orgânicos que apresentam átomos de oxigênio em suas


estruturas. No petróleo estão predominantemente na forma de ácidos
naftênicos (ácidos orgânicos).

Na etapa do refino são separados com certa facilidade, mas são os


causadores da corrosão naftênica nesta etapa.

CORPORATIVA
Alta Competência

Ácido Propanóico, C3H6O2 Ácido 2-Metilbutanoico, C5H10O2

Ácidos naftênicos

Carbono Oxigênio Hidrogênio

28 d) Compostos metálicos

Os compostos metálicos encontram-se na forma de compostos organo-


metálicos e de sais inorgânicos, estes dissolvidos na água emulsionada
ao petróleo, como o cloreto de sódio.

Os metais predominantes no petróleo são o níquel e o vanádio,


geralmente associados às moléculas de asfaltenos, conseqüentemente
presentes nos resíduos da destilação, onde são considerados venenos
de catalisadores.

Ligados aos asfaltenos, os metais atuam como estabilizadores da


emulsão petróleo-água.

Outros contaminantes presentes no petróleo são a água, oriunda da


formação ou a partir do processo de injeção como forma de recuperação
secundária e sedimentos como a areia, esta oriunda do processo de
erosão da zona produtora de petróleo.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

? VOCÊ SABIA?
Quando o teor de enxofre do petróleo é alto, o teor de
metais também é maior. São encontrados no petróleo,
porém em menor quantidade, metais como o cromo, o
cádmio, zinco, cobre e o mercúrio.

1.2. Classificação do petróleo

De acordo com a predominância do tipo de hidrocarbonetos encontrado


no óleo cru, podemos classificar o petróleo em:

• parafínico;

• naftênico;
29
• misto;

• aromático.

Observe, no quadro a seguir, a classificação, a definição e as características


desses tipos de petróleo:

CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

• Gasolina de baixo índice de octanagem;


• Querosene de alta qualidade;
• Óleo diesel com boas características de
O petróleo é classificado
combustão;
petróleo desta forma quando existe
parafínico predominância de hidro- • Óleos lubrificantes de alto índice
carbonetos parafínicos. de viscosidade, elevada estabilidade
química e alto ponto de fluidez;
• Resíduos de refinação com elevada
percentagem de parafina.

CORPORATIVA
Alta Competência

CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

o petróleo é classificado • Gasolina de alto índice de octanagem;


desta forma quando • Óleos lubrificantes de baixo resíduo de
petróleo carbono;
existe predominância
naftênico
de hidrocarbonetos • Resíduos asfálticos na refinação;
naftênicos. • Possui cadeias em forma de anel.

possui mistura de seus hidrocarbonetos, com propriedades


petróleo misto intermediárias, de acordo com maior ou menor percentagem de
hidrocarbonetos parafínicos e naftênicos.

o petróleo é classificado Este tipo de petróleo é raro, produzindo


desta forma quando solventes de excelente qualidade e
petróleo
existe predominância gasolina de alto índice de octanagem.
aromático
de hidrocarbonetos O petróleo aromático não é utilizado
aromáticos. para a fabricação de lubrificantes.

30
Após a seleção do tipo desejável de óleo cru, este é refinado através de
processos que permitem a obtenção de óleos básicos de alta qualidade,
livres de impurezas e componentes indesejáveis.

Chegando às refinarias, o petróleo cru é analisado para que sejam


conhecidas suas características e definidos os processos aos quais será
submetido para que determinados produtos sejam obtidos.

As refinarias, conhecendo suas limitações, já adquirem petróleos dentro


de determinadas especificações. A separação das frações é baseada no
ponto de ebulição dos hidrocarbonetos.

1.3. Correção em medições de volumes

As análises químicas estão intimamente ligadas às atividades


produtivas em praticamente todos os processos industriais de extração
e transformação. Na indústria do petróleo, as análises químicas estão
presentes desde a exploração até a venda dos produtos finais e, ainda,
no monitoramento ambiental.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

No E&P, uma das mais importantes aplicações de análises químicas é


a medição dos fluidos produzidos em poços de petróleo. As medições
de vazão de petróleo, gás e água devem ser corrigidas por fatores de
correção obtidos através de análises químicas dos fluidos de petróleo.

Alguns ensaios como teor de água e sedimentos, massa específica,


viscosidade, fatores de encolhimento de petróleo e compressibilidade
do gás, cromatografia do gás natural e razão gás óleo são partes
indispensáveis de todo sistema de medição.

Importante!
As correções de medição de volume são realizadas
para adequar os fluidos às necessidades de mercado.
Por exemplo, nas operações de venda externa de
petróleo realizadas pela Petrobras são utilizadas,
em sua maioria, as correções de volume para a 31
temperatura de 15°C e 60°F, para obter as quantidades
a serem faturadas. Internamente, a empresa adota a
temperatura de 20ºC para as correções de volume.

1.4. Propriedades físico-químicas

Veja o texto a seguir, extraído da Revista Petrobras, de janeiro de 2008:

MAIS GÁS E ÓLEO LEVE NA BACIA DO ESPÍRITO


SANTO

Em mais uma descoberta, a Petrobras confirmou,


no dia 6 de dezembro [2007], novos reservatórios
de gás natural ao norte do Campo de Camarupim,
na Bacia do Espírito Santo, com a perfuração do
poço pioneiro 4-ESS-177 e do poço exploratório
6-ESS-168. A descoberta confirma o grande
potencial de gás e óleo leve dessa bacia e deve
resultar no aumento dos volumes recuperáveis
esperados pela área, que já responde por parte
substancial dos Projetos de Produção de Gás
(Plangás). O poço pioneiro foi perfurado numa

CORPORATIVA
Alta Competência

lâmina d’água de 708 metros, no litoral capixaba, e


encontrou reservatórios arenosos de 101 metros de
espessura, saturados de gás, a uma profundidade
de 3.417 metros. Esse poço, localizado no bloco
exploratório BM-ES-5, é operado pela Petrobras,
que tem 65% de participação, em parceria com
a empresa norte-americana El Paso Corporation,
que detém os 35% restantes. Além de gás, foi
constatada a presença, no poço pioneiro, de
óleo leve em reservatórios mais rasos, numa
profundidade de 2.461 metros. A descoberta
reforça o grande potencial de prospectos ainda
não perfurados no mesmo bloco.

Observe que nesta matéria aparece o termo “óleo leve”. Quais fatores
determinam que um óleo seja leve ou pesado?
32
Várias são as propriedades do petróleo que devem ser investigadas,
para que se possa avaliar o seu comportamento nas fases de produção,
tratamento, movimentação, estocagem e refino.

Essas propriedades são medidas através de ensaios normatizados, ou


seja, baseados em normas nacionais e estrangeiras, estabelecidas pela
indústria do petróleo, realizados com o uso de técnicas instrumentais.
A seguir, observe cada uma delas.

1.4.1. Densidade e Grau API

Densidade absoluta ou massa específica é uma propriedade física


das substâncias cujo valor se calcula pela relação entre certa massa
da substância e o volume ocupado por essa massa (d=m/V), tomando
por unidade geralmente o grama por centímetro cúbico (g/cm³).
No sistema internacional a unidade adotada é o quilograma por
metro cúbico (kg/m³).

Geralmente, utiliza-se a medida de densidade na forma de densidade


relativa, que é a razão entre a massa da amostra a ser analisada e a
massa de igual volume de uma determinada sustância de referência.
No caso da indústria do petróleo, a água é a substância de referência e
tem densidade igual a 1.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

Importante!
A densidade do petróleo varia com a temperatura.
Quanto maior a temperatura, menor a densidade.

No Brasil, os valores da densidade relativa são expressos à


temperatura 20/4ºC enquanto que, no mundo, a temperatura
predominante é a 60 grau Fahrenheit (°F).

A densidade do petróleo pode ser medida por duas metodologias


distintas. A primeira utiliza o densímetro, um aparelho cujo
funcionamento é baseado no princípio do empuxo, ou seja, na força
que atua em um objeto quando mergulhado em algum líquido, no
sentido contrário ao da gravidade, forçando a subida deste objeto.
Outra forma de medição da densidade do óleo é o densímetro digital
de bancada muito utilizado no E&P, quando se busca uma medição mais 33
precisa. Este equipamento, de modo geral, possui:

• Correção automática da influência da viscosidade;

• Célula de medição da densidade pelo princípio do tubo em U;

• Termômetro de elevada precisão nas medidas.

ATENÇÃO

Quanto menor for a densidade, mais fácil será o


processamento primário de petróleo. O mesmo
ocorre no refino, com a obtenção de derivados
de maior valor comercial que atendem melhor à
matriz energética do país.

a) Cálculo de densidade (°API)

Comumente usado na indústria petrolífera, a densidade do petróleo é


expressada através de uma escala arbitrária, instituída pelo API (American
Petroleum Institute).

CORPORATIVA
Alta Competência

A relação entre a escala API e a densidade do petróleo é obtida por


meio da fórmula:

º API = 141,5 131,5


d 60/60ºF

b) Densidades dos tipos de petróleo

A ilustração a seguir mostra como estão hierarquizados os tipos de


petróleo, de acordo com a densidade.

34

Hierarquia dos tipos de petróleo quanto à densidade.

c) Grau de API (°API) dos tipos de petróleo

De acordo com a escala API, podemos observar, através do esquema a


seguir, que o petróleo aromático tem ºAPI menor que o naftênico, e
este menor que o parafínico.

Hierarquia dos tipos de petróleo quanto ao ºAPI

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

A Petrobras, através da Área de Abastecimento, classifica o petróleo de


acordo com seu grau ºAPI, observe a tabela a seguir:

ºAPI CLASSIFICAÇÃO
< 15,0 Asfáltico
de 15 a 18,9 Extra-Pesado
de 19 a 26,9 Pesado
de 27 a 32,9 Médio
de 33 a 39,9 Leve
> 40 Extra-Leve

1.4.2. Viscosidade

A viscosidade pode ser considerada como o atrito interno de um


fluido. Nas operações de transferência e tratamento, é imprescindível 35
conhecê-la. Quanto maior a viscosidade do óleo, mais lenta é a etapa
de sedimentação das gotículas de água nas operações de tratamento.

Nas atividades de transferência de petróleo, é de grande importância


conhecer a viscosidade do mesmo, uma vez que o dimensionamento
das tubulações e bombas fica restrito à força que precisa ser vencida
para promover o escoamento.

O emprego da temperatura durante o tratamento tem a finalidade de


diminuir a viscosidade do óleo, o que facilita as fases de coalescência e
sedimentação das gotículas de água.

A viscosidade mede a resistência de um fluido ao escoar, sob a ação


da gravidade, obtida pela medida do tempo de escoamento de um
volume fixo do fluido.

Observe que a unidade da viscosidade absoluta ou dinâmica no


sistema SI é Kg/(m s), Ns/m2 ou Poiseuille. Infelizmente, ninguém os
utiliza, sendo corrente a adoção da unidade do antigo sistema cgs g/
(cm s), Poise, ou ainda o centiPoise (cP) igual a 10-2 Poise. Se Kg/ms é
igual a 10 g/cm s, para converter de cP para Kg/m s multiplique por 1000.
Esta é a chamada viscosidade dinâmica, que não está relacionada
com a densidade.

CORPORATIVA
Alta Competência

A viscosidade dinâmica é a medida da facilidade com que o fluido


escoa, obtida através da relação entre a tensão de cisalhamento e a
taxa de cisalhamento.

Além da viscosidade dinâmica existe a chamada viscosidade


cinemática que é a viscosidade dinâmica dividida pela densidade
do fluido. No sistema SI tem unidade de mm²/s, mas usualmente é
medida em centiStokes (cS). 1 cSt é igual a 1mm2/s.

A temperatura influencia diretamente a viscosidade do petróleo.


A variação da pressão, por sua vez, exerce pouca influência sobre a
viscosidade do petróleo, nas condições usuais de processo.

Os petróleos parafínicos apresentam valores de viscosidade menores


do que os naftênicos e os aromáticos de cadeias carbônicas de
tamanho equivalente.
36
1.4.3. Outras propriedades

Existem outras propriedades associadas ao óleo que são analisadas com


menor freqüência, embora não menos importantes. São elas:

a) Ponto de fluidez

Indica a menor temperatura (expressa em múltiplos de 3ºC) na qual a


amostra ainda flui ao ser submetida a um resfriamento. Está relacionado
ao teor de parafinas e asfaltenos presentes no petróleo e influencia
diretamente as condições de bombeio e escoamento do petróleo, assim
como a densidade e a viscosidade.

b) TIAC – Temperatura Inicial de Aparecimento de Cristais

É a temperatura na qual os primeiros cristais de parafina aparecem com


o resfriamento da amostra. Conhecer a TIAC é essencial nos processos
de escoamento do petróleo, principalmente na produção marítima,
devido à baixa temperatura da água, interferindo, também, no processo
de tratamento, pois as parafinas dificultam a coalescência das gotículas
de água presentes no petróleo.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

c) Índice de Acidez Total

Este índice constitui um dado de grande importância para as operações


de tratamento, uma vez que alguns estudos indicam que os ácidos
carboxílicos são os maiores responsáveis pela emulsionabilidade dos
óleos, pois agem como tensoativos naturais, estes são constituintes
polares dos petróleos que interagem com a água, migrando para as
interfaces óleo-água e estabilizando as gotículas do meio polar aquoso
no meio polar oleoso.

Vários são os tensoativos naturais (fenóis, carbazóis e indóis)


encontrados nos petróleos, porém, os ácidos são considerados os mais
ativos, embora não se deva esquecer da ação sinérgica dos demais
compostos heteroatômicos.

No refino, a acidez do petróleo, principalmente a causada por ácidos


naftênicos, constitui séria ameaça de corrosão. A ocorrência de acidez 37
nos petróleos está estreitamente associada à biodegradação, que é
a utilização dos hidrocarbonetos, preferencialmente das parafinas
normais, pelas bactérias por meio de reações de oxidação, catalisadas
por enzimas.

Como nessas reações oxidativas, as bactérias metabolizam igualmente


micronutrientes nitrogenados e sulfurados, ou seja, compostos
heteroatômicos, os petróleos biodegradados exigem empobrecimento
de parafinas normais e relativo enriquecimento em hidrocarbonetos
iso-e cicloparafínicos, aromáticos, asfaltenos e em compostos sulfurados,
nitrogenados e oxigenados (resinas).

Entre os compostos oxigenados resultantes da alteração microbiana estão


os ácidos carboxílicos, maiores responsáveis pela acidez do petróleo. De
forma global, os processos biodegradativos, ao enriquecerem os óleos
nos constituintes heteroatômicos, aumentam sua polaridade e sua
dificuldade de tratamento. Pode-se afirmar, portanto, que todo óleo
biodegradado é mais polar e proporciona emulsões mais estáveis.

CORPORATIVA
Alta Competência

Árabe Albacora Marlim Fazenda


Urucu
Leve P-31 P- 32 Alegre
º API 48,2 33,1 28,3 19,6 13,2
Fluidez (Cº) -6 - 54 - 21 -39 + 12
Visc. 20º C 3,577 10,28 39,3 468,5 -
Visc. 50º C - - 12,89 76,49 2276
Enxofre (%) 0,0059 1,91 0,44 0,67 0,31
Nitrogênio (%) 0,083 0,30 0,43 0,33
Acidez (mg/g) < 0,05 < 0,05 0,15 1,23 0,80
Ni (ppm) < 0,5 5 6 21 42
V (ppm) < 0,5 16 9 29 6
Sal 4,4 2,5 312,8 306,1 698,7
BSW < 0,05 < 0,05 0,35 1,0 0,2

38 1.5. Estabilização do óleo

A estabilização do óleo é a remoção dos componentes leves de


mistura de hidrocarbonetos, reduzindo a pressão de vapor até os
níveis desejados, minimizando a vaporização durante as etapas de
transferência e estocagem.

Pressão de vapor de um líquido é a pressão exercida pelo seu vapor


quando o líquido e o vapor estão em equilíbrio dinâmico.

Se uma substância líquida for colocada dentro de um recipiente


fechado no qual tenha sido feito vácuo, uma parte do líquido irá
evaporar passando para a fase vapor e ocupando o espaço vazio dentro
do recipiente. Assim, a pressão acima do líquido aumentará a partir
do zero e eventualmente se estabilizará atingindo um valor constante,
que é a pressão de vapor daquele líquido.

Embora a pressão dentro do recipiente fechado fique constante, a


cada instante moléculas do vapor ainda estarão se condensando e
moléculas do líquido estarão evaporando, só que a uma taxa constante
e igual para os dois processos, de modo que as quantidades relativas
de vapor e de líquido não mudem. Isso é um processo de equilíbrio
dinâmico e por isso, a pressão de vapor é também chamada de pressão
de vapor de equilíbrio.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

Pressão de Vapor

A pressão de vapor depende fundamentalmente da temperatura.


Quanto maior for a temperatura, mais energéticas serão as moléculas
do líquido e maior a sua tendência de evaporar e a mesma quantidade
de líquido entrará em equilíbrio com uma quantidade maior de vapor. 39
Portanto quanto maior for a temperatura de um líquido, maior será a
sua pressão de vapor.

A presença de compostos leves (voláteis) nas operações de bombeio


pode provocar a cavitação de bombas. O ensaio analítico da pressão de
vapor reid, medida na condição de equilíbrio termodinâmico a 37,8°C
(100ºF) pode determinar de forma imediata a condição operacional do
sistema de tratamento.

1.6. BSW e seu cálculo

O petróleo é produzido, na maioria dos casos, com a presença de água


e sedimentos. Na fase aquosa da produção, o petróleo contém sais
dissolvidos e arrasta consigo partículas sólidas finamente divididas. Este
percentual de água + sedimentos é chamado de BSW (Basic Sediments
and Water).

CORPORATIVA
Alta Competência

O aparecimento de água juntamente com o petróleo pode estar ligado


aos seguintes fatores:

• Falhas na cimentação e invasão da água de outras formações;

• Danos no revestimento;

• Formação de cone devido à ascensão da interface água-óleo;

• Produção de água injetada para recuperação secundária;

• Produção, juntamente com o óleo, da água de formação da


própria zona produtora.

A produção de água e sedimentos junto com o óleo não é desejável,


40 pois trará conseqüências danosas aos equipamentos, como corrosão
e incrustação. A presença de água também causa problemas durante
o transporte e o refino do óleo, aumentando os custos operacionais e
de manutenção.

O destino da água produzida juntamente com o petróleo é ainda


descartá-la no mar na produção marítima, após tratamento para
adequar às condições necessárias para descarte sem promover agressão
ao meio ambiente, reduzindo assim o teor de óleo e graxa, presente na
água para limite aceitável.

A tendência imediata é destinar esta água para a recuperação secundária,


injetando-a no reservatório de onde originou, como alguns projetos na
Bacia de Campos colocados em prática.

A maioria dos sedimentos encontrados no petróleo é oriunda da


produção de areia do próprio reservatório ou então introduzida
durante as fases de perfuração e de completação do poço produtor.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

? VOCÊ SABIA?
Quanto maior o BSW, maior o teor de sal, sob a forma
de NaCl. Na especificação do petróleo tratado, o BSW
deve ser menor ou igual a 1% v/v e o teor de sal menor
ou igual a 570mg/L.

O método de análise de BSW consiste em centrifugar volumes iguais


de petróleo (50mL) e solvente por 10 minutos a +/- 1500rpm, com
adição preliminar de desemulsificante específico e aquecimento a
60ºC por 15 minutos.

RESUMINDO...

• A estrutura química do petróleo é composta por


cadeias de hidrocarbonetos de comprimentos diferentes. 41
Estas substâncias químicas são separadas através de
destilação em uma refinaria de óleo para obter gasolina,
combustível de jato, querosene, entre outros produtos.

• De acordo com a predominância do tipo de


hidrocarbonetos encontrados no óleo cru, pode-se
classificar o petróleo em: parafínico, naftênico, misto
ou aromático.

• Para adequar os fluidos às necessidades de mercado


são realizadas correções de medição de volume.
Para venda externa de petróleo, a Petrobras realiza
correções de volume para a temperatura de 15°C
e 60°F. Internamente, é adotada a temperatura de
20ºC para as correções de volume.

CORPORATIVA
Alta Competência

RESUMINDO...

• A densidade, o Grau de API e a viscosidade


constituem propriedades físico-químicas analisadas
com interesse pela indústria do petróleo. Da
mesma forma, embora com menor freqüência, são
propriedades de grande interesse o ponto de fluidez, a
TIAC (Temperatura Inicial de Aparecimento de Cristais)
e o Índice de Acidez Total.

• A estabilização do óleo consiste na remoção dos


componentes leves da mistura de hidrocarbonetos,
reduzindo a pressão de vapor até os níveis desejados,
minimizando a vaporização nas etapas de transferência
e estocagem.

42
• BSW (Basic Sediments and Water) consiste no percentual
de água e sedimentos (sais e partículas sólidas
diminutas).

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

1.7. Exercícios

1) Preencha as lacunas:

O petróleo é uma substância viscosa, mais leve que a água, composta


por grandes quantidades de ______________ e quantidades
menores de _______________, ______________, ______________ e
_______________.

2) Complete a cruzadinha:

1. Tem como característica o fato de dar origem a óleos lubrificantes


de alto índice de viscosidade.

2. Gasolinas produzidas a partir desse tipo de petróleo têm alto


índice de octanagem.

3. Possui uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos e naftênicos. 43


4. Este tipo de petróleo não é utilizado para a fabricação de
lubrificantes.

2)
1)

3)

4)

3) Por qual motivo é realizada a correção de volume em fluidos?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

CORPORATIVA
Alta Competência

4) Quais as propriedades físico-químicas analisadas com interesse pela


indústria do petróleo?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5) Qual o nome dado à remoção dos componentes leves de mistura


de hidrocarbonetos, reduzindo a pressão de vapor até os níveis dese-
jados, minimizando a vaporização durante as etapas de transferência
e estocagem?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

6) Na fase aquosa da produção, o petróleo contém sais dissolvidos e


arrasta consigo partículas sólidas finamente divididas. Que nome é
dado a este percentual de água + sedimentos e quais as suas causas?

44 _______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

1.8. Glossário
Alcano - composto orgânico binário, constituído de carbono e hidrogênio,
classificado como hidrocarboneto alifático saturado, de fórmula geral CnH2n+2.

API - American Petroleum Institute; a sigla é utilizada para expressar a densidade do


petróleo através de uma escala arbitrária.

Asfalteno - um dos constituintes do petróleo, com elevado peso molecular, com


predominância de compostos ciclanos e aromáticos.

ATN - Alto Teor de Nitrogênio

BSW - Basic Sediments and Water.

BTN - Baixo Teor de Nitrogênio

Catalisador - substância que altera a velocidade de uma reação, embora


permaneça inalterada.

Cicloalcano - constitui, junto com os alcanos, os hidrocarbonetos de cadeia saturada


45
(não possuem ligações dupla, tripla ou aromática).

Coalescência - agrupamentos de gotículas de água em gotas maiores, através da


adição de produtos químicos ou aplicação de campo eletrostático, para facilitar a
decantação e separação da água contida no óleo.

Heteroatômico - átomo de qualquer elemento químico presente no composto


orgânico, que não seja o carbono e hidrogênio, sendo o oxigênio, nitrogênio,
enxofre e os halogênios mais comuns.

Mercaptan - agente de transferência de cadeia.

Nafta - subproduto muito leve do petróleo, que se apresenta na fase líquida, nas
condições normais de temperatura e pressão.

Octanagem - propriedade da gasolina que indica a qual limite máximo a mistura


vapor de combustível mais ar pode ser comprimida dentro da câmara de combustão
sem que haja detonação espontânea.

QAV - Querosene de Aviação.

Sedimentação - decantação da fase água na parte inferior do vaso separador de


óleo, gás e água.

Tensão de cisalhamento - tensão resultante da aplicação de forças que podem


provocar o deslizamento de parte adjacentes, em relação uma à outra, de um corpo
ou fluido, na mesma direção mas em sentido contrário.

CORPORATIVA
Alta Competência

Tensoativa - constituinte polar dos petróleos que interage com a água, migrando
para as interfaces óleo-água e estabilizando as gotículas do meio polar aquoso no
meio polar oleoso.

TIAC - Temperatura Inicial de Aparecimento de Cristais.

46

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

1.9. Bibliografia
BUCCI, José Valmir F. Importância das análises químicas na área de medição - E&P-
Serv/Us-Ap/LF. Apresentação eletrônica no PowerPoint da Microsoft. Rio de
Janeiro: 2006.

Combustíveis com menos enxofre. In: Revista Petrobras, Ano 14 – Nº 33. Petrobras:
Rio de Janeiro, jan 2008.

GUIMARÃES, Regina Célia e PINTO, Ulysses Brandão. Apostila do Curso de


Caracterização e Análise de Petróleo. CENPES/PDP/TPAP. Rio de Janeiro: 2006.

SHIOYA, Nilce Hiromi. Tratamento de Petróleo. Apostila. Rio de Janeiro: 2006.

PETROBRAS - Química Aplicada – Química Inorgânica e do Petróleo. Série Programa


de Formação de Operadores de Produção e Refino de Petróleo e Gás. Rio de
Janeiro: Petrobras, 2003.

“Medição de Pressão de Vapor em Petróleo pelo Método da Expansão” In: Padrão


de Execução PETROBRAS – E&P-PE-3ED-02622. Elaborado por Márcio Rogério
Vieira de Oliveira, em 10 mai 2006. 47

CORPORATIVA
Alta Competência

1.10. Gabarito

48

CORPORATIVA
Capítulo 1. Óleo

1) Preencha as lacunas:

O petróleo é uma substância viscosa, mais leve que a água, composta por grandes
quantidades de hidrocarbonetos e quantidades menores de oxigênio, nitrogênio,
enxofre e metais.

2) Complete a cruzadinha:

1. Tem como característica o fato de dar origem a óleos lubrificantes de alto índice
de viscosidade.

2. Gasolinas produzidas a partir desse tipo de petróleo têm alto índice de


octanagem.

3. Possui uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos e naftênicos.

4. Este tipo de petróleo não é utilizado para a fabricação de lubrificantes.

2)
1) P A R A F I N I C O
A
F
3) M I S T O 49
Ê
N
I
4) A R O M Á T I C O
O

3) Por qual motivo é realizada a correção de volume em fluidos?

As correções de medição de volume são realizadas para adequar os fluidos às


necessidades de mercado.

4) Quais as propriedades físico-químicas analisadas com interesse pela indústria


do petróleo?

Densidade - Grau API – Viscosidade - Ponto de fluidez – TIAC - Índice de acidez total.

5) Qual o nome dado à remoção dos componentes leves de mistura de


hidrocarbonetos, reduzindo a pressão de vapor até os níveis desejados, minimizando
a vaporização durante as etapas de transferência e estocagem?

Estabilização do óleo.

6) Na fase aquosa da produção, o petróleo contém sais dissolvidos e arrasta consigo


partículas sólidas finamente divididas. Que nome é dado a este percentual de água
+ sedimentos e quais as suas causas?

Chamamos de BSW (Basic Sediments and Water) e os fatores determinantes


são as falhas na cimentação e invasão da água de outras formações; os danos
no revestimento; a formação de cone devido à ascensão da interface água-
óleo; a produção de água injetada para recuperação secundária e a produção,

CORPORATIVA
CORPORATIVA
Capítulo 2
Gás natural

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Descrever a composição química do gás natural e


identificar suas características e propriedades;
• Classificar os gases quanto à situação em que se
encontram no reservatório;
• Conceituar hidratos.

CORPORATIVA
Alta Competência

52

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

2. Gás natural

O bserve os dados extraídos do site Global da Petrobras.

INVESTIMOS NA EXPANSÃO DA REDE DE


DISTRIBUIÇÃO E EM NOVAS TECNOLOGIAS QUE
ESTIMULEM A OFERTA E O CONSUMO DE GÁS
NATURAL

O gás natural é o combustível fóssil mais limpo


entre os consumidos no mundo. Sua queima emite
baixíssimas quantidades de dióxido de enxofre
(SO2) e material particulado (resíduos do processo
de combustão) presentes na fumaça. Versátil, pode
53
ser utilizado em aplicações domésticas, industriais
e automotivas, substituindo a gasolina, o álcool e
o óleo diesel.

Acompanhando a tendência mundial de


aproveitamento de combustíveis mais limpos,
investimos na expansão da rede de distribuição e
em novas tecnologias que estimulem a oferta e o
consumo de gás natural.

Nossa meta é aumentar a oferta de gás natural


de 24,8 milhões de m3/dia, em 2006, para 73
milhões de m3/dia em 2011 e ultrapassar 100
milhões de m3/dia em 2015. Para isso, vamos
investir R$ 21,5 bilhões em projetos de exploração
e aproveitamento de gás e R$ 11,4 bilhões na
ampliação da malha de gasodutos.

Site Global da Petrobras, 2008.

CORPORATIVA
Alta Competência

O gás natural é encontrado no subsolo, nos reservatórios naturais


de petróleo. Ele vem ganhando importância nas últimas décadas,
principalmente em decorrência das pressões ecológicas, uma vez que
se trata de um combustível fóssil de queima limpa, com baixa emissão
de compostos de enxofre, nitrogênio e material particulado.

? VOCÊ SABIA?
Segundo o código de reservas da Petrobras, o gás
natural é definido como “a porção do petróleo que
existe na fase gasosa ou em solução no óleo, nas condições
originais do reservatório, e que permanece no estado gasoso
nas condições atmosféricas de pressão e temperatura”.

O gás natural apresenta queima mais limpa que demais combustíveis


fósseis. Emite menos enxofre, carbono e nitrogênio do que o carvão ou
54 os combustíveis líquidos, e não resta quase nenhuma partícula de cinza
depois da queima.

Mesmo diante dessas vantagens, é importante registrar que persistem as


preocupações de caráter ambiental com o uso de qualquer combustível.
Como ocorre com outros combustíveis fósseis, a queima do gás natural
produz gás carbônico que é o gás mais importante do efeito estufa.

2.1. Composição química do gás natural

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos, constituída


principalmente pelos componentes mais voláteis da série dos alcanos
(hidrocarbonetos de cadeia saturada).

Com freqüência, são encontradas no gás substâncias inorgânicas


consideradas contaminantes. Podem-se dividir, assim, os componentes
do gás natural:

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

Componentes do gás natural


Não-Hidrocarbonetos Hidrocarbonetos
Hélio Metano
Nitrogênio Etano
Gás carbônico Propano
Água (vapor) Isobutano, n-butano
Gás sulfídrico Isopentano, n-pentano
Sulfeto de carbonila Hexano +
Dissulfeto de carbono

O gás natural apresenta sempre um odor característico dos compostos


de enxofre, do tipo mercaptans para fins de comercialização. Esta
medida é importantíssima, pois o gás natural puro quase não tem
cheiro e um vazamento não seria notado se não fosse pela presença de
um odorante.
55
2.1.1. Contaminantes no gás natural

Os contaminantes podem ser divididos em três tipos: inertes, gases


ácidos e vapor d’água. Os inertes possuem como característica principal
o fato de não apresentarem reatividade química com os componentes
e materiais da unidade, que é o caso do nitrogênio.

Importante!
O vapor d’água é um contaminante dos mais
preocupantes, quando em altas concentrações. Veja
por que no esquema a seguir.

CORPORATIVA
Alta Competência

Vapor d’água em altas concentrações

Especificação técnica do gás natural


56 Características Unidade Especificações
Poder calorífico superior a 25ºC e
Kcal/m3 8.500 A 12.500
1 atm
Densidade relativa do ar - 0,6 A 0,81
Enxofre total ppm vol 80 máximo
H2S ppm vol 20 máximo
N2 +CO2 % vol 6 máximo

2.2. Principais características do gás natural

O gás natural, como todo gás, possui massa e ocupa internamente todo
o espaço a ele reservado. Também possui energia e poder calorífico
superior a 940Kcal/m³, tornando-se inflamável nos limites de 5 a 15%
de gás na temperatura de ignição entre 1100 e 1300°F.

Para efeito de comparação, o H2S (gás sulfídrico) apresenta faixa de


inflamação de 4 a 46%, bem mais ampla do que a do gás natural.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

O gás natural apresenta densidade menor do que a do ar, pois é


composto basicamente por metano (≈80%molar), o que faz com
que se disperse rapidamente ao ser liberado. Também apresenta
relação hidrogênio/carbono igual a 4:1 e baixo teor de enxofre e
nitrogênio, garantindo uma queima mais limpa e com baixo índice
de emissão de poluentes.

Na indústria automobilística, por exemplo, pode-se citar outra


característica do gás natural. O GNV (Gás Natural Veicular) suporta
altas taxas de compressão, implicando em bom desenvolvimento de
potência, pois forma uma mistura mais homogênea com o ar. Com isso,
garante, também, uma melhor distribuição nos cilindros, aumentando
o rendimento do motor, além de facilitar a partida a frio.

Este componente do petróleo apresenta menor formação de depósitos


na câmara de combustão, válvulas e pistão, exigindo menos do
lubrificante, pois não o dilui, e gera baixíssima quantidade de compostos 57
ácidos durante a queima.

2.3. Classificação dos gases quanto à situação em que se


encontram no reservatório

De acordo com a forma em que se encontra o petróleo no reservatório,


pode-se classificar o gás de diversas formas.

Observe:

Tipo de Gás Características


É todo gás natural existente nos reservatórios
considerados produtores de gás, cujo plano de
explotação prevê a produção de óleo como o seu
Gás associado ao óleo principal energético. Caracteriza-se, na superfície, por
um teor expressivo de hidrocarbonetos pesados na
fase gasosa. É identificado principalmente na saída dos
separadores de produção.
É o gás natural que se encontra na fase gasosa, nas
Gás livre associado ao óleo condições de pressão e temperatura originais do
reservatório considerado produtor de óleo.

CORPORATIVA
Alta Competência

Tipo de Gás Características


É o gás natural que se encontra em solução no óleo
Gás em solução associado
nas condições originais de pressão e temperatura do
ao óleo
reservatório considerado produtor de óleo.
É todo gás natural existente nos reservatórios
considerados produtores de gás nos quais o plano de
explotação prevê a produção de gás como principal
Gás não associado ao óleo
energético. É constituído predominantemente por
metano, e é produzido normalmente, em altas pressões,
aproveitando a energia natural dos reservatórios.
É o gás natural que se encontra na fase gasosa nas
Gás livre não associado ao óleo condições de pressão e de temperatura originais do
reservatório considerado produtor de gás.
É o gás natural que se encontra em solução no óleo
Gás em solução não associado
nas condições de pressão e temperatura originais de
ao óleo
reservatório considerado produtor de gás.

58
2.4. Propriedades do Gás Natural

A seguir, serão apresentadas as principais propriedades do Gás Natural


e suas características.

2.4.1. Fração molar

A composição de um gás pode ser expressa com base nas frações


molares, volumétricas ou mássicas. Estes valores podem ser expressos
como porcentagem molar, porcentagem volumétrica ou porcentagem
mássica, multiplicando as respectivas frações por 100.

ni
A fração molar é definida como: yi =
ntotal

Onde:

yi = fração molar do componente i na mistura


ni = número de moles do componente i na mistura

ntotal = número de moles total dos componentes da mistura

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

Lembre-se que para um gás sujeito à lei de Avogadro, a fração


volumétrica é igual ao percentual molar.

2.4.2. Peso molecular de misturas

Para mistura utiliza-se o conceito de peso molecular aparente (PMa),


baseado em sua composição molar:

PMa = soma (y1 . PMi) = y1.PM1 + y2.PM2 + ... + yn. PMn

Onde:

PMa = peso molecular aparente da mistura;

PMi = peso molecular do componente “i” da mistura;


59
PM1 = peso molecular do componente “1” da mistura;

PM2 = peso molecular do componente “2” da mistura;

PMn = peso molecular do componente “n” da mistura;

yi = fração molar do componente “i” da mistura;

y1 = fração molar do componente “1” da mistura;

y2 = fração molar do componente “2” da mistura;

yn = fração molar do componente “n” da mistura.

Importante!
Quando se fala de volume ideal, deve-se levar em
consideração que estamos nos referindo à mesma
condição de temperatura e pressão.

CORPORATIVA
Alta Competência

2.4.3 Compressibilidade

Os gases reais apresentam um desvio de comportamento em relação


aos gases ideais. Para que a equação de estado de um gás ideal possa
ser utilizada para um gás real é necessária utilização de um fator
de correção, conhecido como fator de compressibilidade (Z), que é
definido como a relação entre o volume real de uma determinada
massa de gás e o volume dessa massa, calculado com base na lei dos
gases ideais, nas mesmas condições de temperatura e pressão:

Volume real
Z=
Volume ideal

Assim, a equação de estado para gases ideais aplicada para os gases


reais toma a seguinte forma:

60
PV = Z.n.R.T

Onde:

P = representa a pressão do gás;

V = é o volume ocupado pelo gás;

Z = fator de Compressibilidade;

n = a quantidade química (número de moles) de gás presente;

R = a constante universal dos gases ideais;

T = é a temperatura absoluta.

Nessa equação, o fator “Z” passa a ser entendido como um termo que
traz o gás para uma condição de idealidade, sendo ele adimensional.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

O fator Z não é constante, depende da composição da temperatura


e da pressão do gás. O resultado de determinações experimentais do
fator Z normalmente toma forma da anterior e a seguir:

z aproxima-se de 1,0
quando P tende a zero
1,0

baixas pressões altas pressões

V real < V ideal V real > V ideal

Variação de “Z” com a pressão

Na ilustração anterior observa-se que as pressões muito baixas e as


moléculas de gás estão muito distantes umas das outras. O gás tem 61
comportamento similar ao de um gás ideal e o fator de compressibilidade
se aproxima de 1,0.

Em situações de pressão moderada, a proximidade entre as moléculas


já é suficiente para que comece a haver atração entre elas. Esta
atração causa uma redução do volume real de tal forma que o fator de
compressibilidade passa a assumir valores menores que 1,0.

Em altas pressões, a distância média entre as moléculas é tão reduzida


que forças de repulsão começam a atuar entre elas, fazendo com que
o volume real do gás assuma valores maiores do que os calculados
pela equação dos gases ideais. Assim Z passa a ter valores maiores do
que 1,0.

CORPORATIVA
Alta Competência

O gráfico a seguir mostra o comportamento do gás metano (gás real)


frente a um gás ideal, onde podemos concluir resumidamente que:

Um gás real se comporta como um gás perfeito (Z = 1) a pressões muito baixas


independente da temperatura ou a baixa pressão e alta temperatura.

2,4
Fator de compressibilidade do metano

2,0
-70ºC
20ºC
1,6
200ºC

1,2
Gás perfeito

0,8

62 0,4

0
0 200 400 600 800 1000 1200
Pressão atm

O fator de compressibilidade de um gás pode ser determinado através


de experimentos em laboratório, mas o tempo demandado para isso é
grande e, portanto, inadequado. Além disso, poderiam ocorrer erros
de amostragem e análise.

Em virtude dessa dificuldade em se determinar os valores de Z, em


função da composição, pressão e temperatura dos gases, foram
desenvolvidas dezenas de equações para o seu cálculo, cujos resultados
são satisfatórios e amplamente utilizados.

2.4.4. Massa específica real de um gás

Consiste na relação da massa do gás, por unidade de volume, a determinada


temperatura e pressão. Pode ser calculada da seguinte forma:

P. PM
ρ= = ρi /Z
Z.R.T

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

Onde:

P = pressão a qual está submetido o gás;

PM = peso molecular do gás;

T = temperatura a qual está submetido o gás;

Z = fator de compressibilidade do gás à pressão P e temperatura T;

R = constante universal dos gases;

ρi = massa específica ideal do gás a T e P;

ρ = massa específica real do gás a T e P;


63
A constante universal dos gases pode assumir vários valores, dependendo
das unidades P, T e PM.

Por exemplo:

R = 8,314 J/mol = 1,987cal/mol.

K = 83,14cm3.bar/mol.

K = 82,03cm3.atm/mol.

K = 0,7302atm.ft3/lbmol.

R = 10,73psia.ft3/lbmol.

R = 1545ft.lbf/bmol.

R = 1,986Btu/lbmol.R.

CORPORATIVA
Alta Competência

2.4.5. Densidade de um gás

É a relação entre a massa específica de um gás, sob determinadas


condições de T e P, e a massa específica do ar nas mesmas condições.
Assim:

d = ρ / ρar = M.Zar / Mar.Z

Onde:

d = densidade do gás a T e P em relação ao ar à mesma T e P;

Z = fator de compressibilidade do gás a T e P;

Zar = fator de compressibilidade do ar nas mesmas condições de T e P


64 do gás;

M = massa molecular do gás;

Mar = massa molecular do ar;

ρ = massa específica real do gás a T e P;

ρar = massa específica real do ar a T e P;

2.4.6. Poder calorífico

O poder calorífico mede a capacidade do combustível em produzir


energia, uma vez realizada a combustão de forma completa.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

Para comparação, a tabela a seguir mostra os poderes caloríficos de


outras substâncias inflamáveis:

Fonte: http://www.pantanalenergia.com.br/
Tipo de Gás Poder Calorífico
Gás Natural 1.000 - 1.100 BTU/ft3
Propano 1.500 BTU/ft3
Butano 3.250 BTU/ft3
Gasolina

naturalgas.asp
4.750 BTU/ft3

GLP (gás de cozinha) 2.500 BTU/ft3

Devido à formação de água como produto na reação de combustão,


existem dois valores para o poder calorífico:

a) Poder Calorífico Superior Ideal (PCSi)


65
É a quantidade de energia transferida na forma de calor pela combustão
completa e ideal de uma unidade de volume do gás com o ar, nas
condições de temperatura e de pressão especificadas, onde toda a água
formada pela reação encontra-se na forma líquida.

b) Poder Calorífico Inferior Ideal (PCIi)

É a quantidade de energia transferida na forma de calor pela combustão


completa e ideal de uma unidade de volume do gás com o ar, nas
condições de temperatura e de pressão especificadas, onde toda a água
formada pela reação encontra-se na forma gasosa.

O PCSi e o PCIi são calculados da seguinte forma:

n
PCSi = ∑ xj. (PCSi)j = xi.PCSi + x2.PCS2 + . . . +
xn.PCSn
j=n1

n
PCIi = ∑ xj. (PCIi)j = xi.PCIi + x2.PCI2 + . . . +
xn.PCin
j=1

CORPORATIVA
Alta Competência

Onde:

PCSi = poder calorífico superior ideal por unidade de volume;

PCS1 = poder calorífico superior ideal do componente “1” por


unidade de volume;
PCS2 = poder calorífico superior ideal do componente “2” por
unidade de volume;
PCSn = poder calorífico superior ideal do componente “n” por
unidade de volume;

PCIi = poder calorífico inferior ideal por unidade de volume;

PCI1 = poder calorífico inferior ideal do componente “1” por unidade


de volume;

PCI2 = poder calorífico inferior ideal do componente “2” por unidade


66 de volume;

PCIn = poder calorífico inferior ideal do componente “n” por unidade


de volume;

Xj = fração molar do componente “j”;


X1 = fração molar do componente “1”;
X2 = fração molar do componente “2”;
Xn = fração molar do componente “n”;
(PCSi)j = poder calorífico superior por unidade de volume do
componente “j”;
(PCIi)j = poder calorífico inferior por unidade de volume do
componente “j”.

A diferença entre o PCSi e o PCIi está na quantidade de calor latente


que o vapor d’água nos produtos da combustão possui.

Poder calorífico “real” de um gás seco.

PCSR = (PCSi) / Z

PCIR = (PCIi) / Z

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

Onde:

PCSR = poder calorífico superior real do gás por unidade de volume;


PCIR = poder calorífico inferior real do gás por unidade de volume;
PCSi = poder calorífico superior ideal do gás por unidade de
volume;
PCIi = poder calorífico inferior ideal do gás por unidade de volume;
Z = fator de compressibilidade do gás.

CÁLCULO DO PODER CALORÍFICO


Composto PCi xi PCi . xi
(Btu/ft3) (Btu/ft3)
metano 1010 0,552 557,9
etano 1769,7 0,196 346,5
67
propano 2516,1 0,08 202,3
iso-butano 3251,9 0,052 170,4
n-butano 3262,3 0,028 91,3
iso-pentano 4000,9 0,042 168
n-pentano 4008,9 0,021 84,2
nitrogênio 0 0,018 0
gás carbônico 0 0,011 0
total - 1 1620,7

Influência da umidade no poder calorífico do gás.

Quando o gás contém umidade e sua composição molar está expressa


em base seca, a fração molar de cada componente deve ser corrigida
da seguinte forma:

Xj(corrigido) = Xi(1-Xw)

CORPORATIVA
Alta Competência

Onde:

Xj = fração molar corrigida do componente;

Xi = fração molar do componente;

Xw = fração de água, que pode variar de zero até o valor de saturação.

INFLUÊNCIA DO TEOR DE ÁGUA NO PODER CALORÍFICO


Composto PCi xi Xj(corr) PCi . xi
(Btu/ft3) (Btu/ft3)
metano 1010 0,552 0,5469 552,4
etano 1769,7 0,196 0,1938 343
propano 2516,1 0,08 0,0796 200,3

68 iso-butano 3251,9 0,052 0,0519 168,8


n-butano 3262,3 0,028 0,0277 90,4
iso-pentano 4000,9 0,042 0,0416 166,4
n-pentano 4008,9 0,021 0,0208 83,4
nitrogênio 0 0,018 0,0173 0
gás carbônico 0 0,011 0,0104 0
água 0 - 0,01 0
total - 1 1604,6

É importante também observar que, de acordo com a norma


ASTM-D-3588, o poder calorífico calculado dessa forma ainda é o poder
calorífico ideal.

O valor real difere do ideal em menos de uma parte por 10.000 a 1,0 atm.
Para o cálculo do valor real deve-se levar em conta também o teor de
água no ar utilizado na combustão e fração de água que não se condensa
após a combustão.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

Importante!
É bom lembrar que, na prática, dependendo do teor
de água no gás e no ar, poderá haver ou não conden-
sação de água após a combustão.

2.4.7. Viscosidade de um gás

O conceito de viscosidade é considerado primeiramente em problemas


de escoamento de fluidos. É tratado pela hidrodinâmica e pela
aerodinâmica como uma medida da resistência de atrito que um fluido
em movimento oferece a uma força de cisalhamento aplicada.

Resumindo, é a medida da resistência ao fluxo exercida pelo fluido.

A viscosidade dos gases é função da pressão e da temperatura, ou seja: 69

µ = f (T e P)

Onde:

µ = viscosidade;

T = temperatura;

P = pressão.

CORPORATIVA
Alta Competência

Os gases com comportamento próximo do ideal (P → 0) apresentam um


“Variação da viscosidade de um gás à baixa
aumento da viscosidade com o aumento da temperatura.
pressão com a temperatura”.
Viscosidade

Temperatura
Variação de viscosidade de um gás à baixa pressão com a temperatura

Para elevadas pressões, os gases apresentam comportamento


idêntico ao dos fluidos, ou seja, sua viscosidade decresce com o
Variação da viscosidade de um gás
70 aumento da temperatura.
à alta pressão com a temperatura
Viscosidade

Temperatura
Variação de viscosidade de um gás à alta pressão
com a temperatura

a) Viscosidade de misturas

A determinação experimental de viscosidade de um gás é muito difícil.


Normalmente, a viscosidade de gás é calculada por meio de correlações
de viscosidade.

A seguinte equação pode ser utilizada para o cálculo da viscosidade de


mistura de gases, quando a composição da mistura e as viscosidades dos
componentes são conhecidas, à pressão e temperatura de interesse:

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

Σ Yi. µi (PMi)1/2
µm =
Σ Yi (PMi)1/2

Onde:

Yi = fração molar do componente i da mistura;

µi = viscosidade do componente i na mistura na temperatura e pressão


de interesse;

Pmi = peso molecular do componente i na mistura;

µm = viscosidade da mistura na temperatura e pressão de interesse.

É importante lembrar que, para o cálculo da viscosidade da 71


mistura, é necessário o conhecimento prévio da viscosidade de cada
componente da mistura na temperatura e pressão de interesse. A
partir da composição molar do gás natural obtida a partir da análise
cromatográfica e utilizando algoritmos, obtém-se a viscosidade do
gás natural.

2.4.8. Riqueza do gás natural

É o somatório das percentagens molares dos componentes mais pesados


do gás natural, considerando os componentes de peso molecular maior
ou igual ao propano (C+).

Se a riqueza for superior a 8,0%, o gás é considerado rico; se for menor


que 6,0% o gás é considerado pobre; se o teor estiver entre 6,0 e 8,0%
o gás é considerado de riqueza mediana.

Esta propriedade está associada ao poder calorífico, inferindo a


valoração do gás natural na sua comercialização.

CORPORATIVA
Alta Competência

2.5. Cálculo aproximado de volumes a pressões e temperaturas


variadas

Um gás pode ser definido como um fluido homogêneo de baixa


densidade e baixa viscosidade que não tem forma e nem volume
definidos, mas expande-se até preencher totalmente o recipiente no
qual está contido.

2.5.1. Definição de gás ideal

Para se começar o estudo das equações de estado de um gás real,


deve-se considerar um gás hipotético conhecido como gás ideal, que
apresenta as seguintes características:

72

2.5.2. Equação de Boyle-Mariotte

Em experiências, Boyle observou que o volume de um gás ideal


é inversamente proporcional à pressão para uma dada massa de
gás quando a temperatura é mantida constante. Isso pode ser
expresso como:

lei de boyle
(T = constante)

P1 V1 = P2 V2

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

Onde:

P¹ = pressão absoluta do gás nas condições originais;

P² = pressão absoluta do gás nas condições alteradas;

V¹ = volume do gás nas condições originais;

V² = volume do gás nas condições alteradas.

? VOCÊ SABIA?
Robert Boyle foi um filósofo natural anglo-irlandês do
século XVII que se destacou pelos seus trabalhos no
âmbito da física e da química.

73
a) Relação entre pressão absoluta e pressão manométrica

A pressão absoluta é o resultado da soma da pressão manométrica –


aquela lida com o manômetro – com a pressão atmosférica. Observe:

pressão manométrica (Psig) + pressão atmosférica(Psi)

pressão absoluta (Psia)

Psi = lbf/in²;

Psia = pressão absoluta expressa em Psi (lbf/in²);

Psig = pressão manométrica expressa em Psi.

CORPORATIVA
Alta Competência

2.5.3. Equação de Charles

Charles descobriu que o volume de um gás ideal é diretamente


proporcional à temperatura para uma dada massa de gás quando a
pressão é mantida constante.

Simbolicamente:

lei de charles
(P = constante)

V1 V2
74 T1 T2

Onde:

T¹ = temperatura do gás nas condições originais;

T² = temperatura do gás nas condições alteradas;

V¹ = volume do gás nas condições originais;

V² = volume do gás nas condições alteradas.

? VOCÊ SABIA?
Em 1787, o físico francês Jacques Alexandre César Charles
estudou as variações de volume de amostras de alguns
gases e de ar causadas por variações de temperatura.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

a) Relação entre as escalas de temperatura

Existem duas escalas absolutas de temperatura:

• Escala Kelvin (K) e;

• Escala Rankine (R).

As escalas relativas de temperatura mais utilizadas são a Celsius (ºC) e


a Fahrenheit (F).

As relações entre elas são as seguintes:

K = ºC + 273

R = 1,8 K 75

F = 1,8 ºC + 32

F = R – 459,67

Temperatura infere o grau de agitação das moléculas do gás. A unidade


usada para esta grandeza, no sistema internacional (SI), é o kelvin (K).

2.5.4. Lei de Avogadro

Avogadro descobriu que, sob as mesmas condições de temperatura e


pressão, volumes iguais de gases contêm o mesmo número de moléculas.
Isto equivale a dizer que a uma dada temperatura e pressão, um mol de
um gás ideal ocupa o mesmo volume que um mol de qualquer outro
gás ideal.

Segundo Avogadro, em um mol de um gás ideal existem 6,023 x


1023 moléculas.

CORPORATIVA
Alta Competência

? VOCÊ SABIA?
O conde Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro
Di Quarequa e Di Carreto, advogado e físico italiano,
foi um dos primeiros cientistas a distinguir átomos
e moléculas. Elaborou a “Hipótese de Avogadro”,
segundo a qual "volumes iguais de gases diferentes à
mesma temperatura e pressão contêm o mesmo número
de moléculas."

2.5.5. Equação de estado para um gás ideal

As equações de Boyle, Charles e Avogadro podem ser combinadas em


uma única equação de estado para gases ideais:

76 PV = n RT

Onde:

P = pressão absoluta;

V = volume do gás;

n = número de moles do gás (n = massa do gás dividida pelo seu


peso molecular);

R = constante universal dos gases;

T = temperatura.

2.6. Hidrato

Hidrato é um termo usado em química inorgânica e química orgânica


para indicar que uma substância contém água.

Na indústria do gás natural, hidrato é um sólido semelhante ao gelo


no aspecto visual, porém apresenta propriedades bem diferentes

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

deste (por exemplo, pode solidificar em temperaturas acima de 0°C).


Sua principal característica é manter aprisionado, entre os cristais de
água, moléculas de gás.

Assim:

hidrato = hidrocarbonetos + água livre

Hidratos são, portanto, cristais constituídos de água livre presente no


gás natural e componentes deste - principalmente o metano e etano -
que são as menores moléculas da composição do gás natural, que pelo
tamanho, são facilmente encapsulados pelo gelo.

Isto indica que um gás rico tem menor probabilidade de formar o


hidrato do que um gás natural pobre.

77
2.6.1. Formação de hidratos

Para formar hidrato é preciso que estejam presentes ao mesmo tempo:

• Água (fria);

• Gás livre ou petróleo com gás dissolvido (frio);

• Temperatura baixa (T menor que 25°C);

• Pressão alta, inclusive pressão hidrostática (P maior que 5Kgf/cm²).

2.6.2. Inibição ou remoção de hidratos

• Injeção de inibidores da formação de hidrato, tais como: etanol,


metanol, CaCl2, NaCl, NaCl, Di e Trietilenoglicol;

• O etanol é o inibidor termodinâmico de hidrato padrão para


linha de gás da Petrobras devido à boa eficiência e ao menor custo
e risco em relação ao metanol;

• Remoção de hidratos: descompressão, aquecimento e injeção


de inibidores de hidrato.

CORPORATIVA
Alta Competência

RESUMINDO...

O gás natural consiste na parte do petróleo na


fase gasosa, ou sob a forma de solução no óleo, nas
condições originais do reservatório, que se mantém no
estado gasoso mesmo em condições atmosféricas de
pressão e de temperatura. Além disso:

• O gás natural é constituído pela mistura de


hidrocarbonetos, em especial os componentes mais
voláteis da série dos alcanos. Possui poder calorífico
superior a 940 Kcal/m³ e torna-se inflamável nos
limites de 5 a 15%.

• De acordo com a forma em que se encontra


78 o petróleo no reservatório, o gás pode ser
classificado como:

• Gás associado ao óleo;

• Gás livre associado ao óleo;

• Gás em solução associado ao óleo;

• Gás não associado ao óleo;

• Gás livre não associado ao óleo;

• Gás em solução não associado ao óleo.

• Hidratos são cristais formados por componentes


do gás natural em presença de água livre. Os
hidrocarbonetos ficam presos em estruturas
cristalinas de hidrato. A diminuição da temperatura,
o aumento da pressão e a presença de água livre
favorecem a formação de hidratos.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

2.7. Exercícios

1) Marque com X a afirmativa que melhor descreve a composição


química de gás natural, segundo o código de reservas da Petrobras:

( ) Porção do petróleo que existe na fase gasosa ou em


solução no óleo, nas condições originais do reservatório,
que se liquefaz nas condições atmosféricas de pressão
e temperatura.

( ) Porção do petróleo que existe na fase gasosa ou em solu-


ção no óleo, nas condições originais do reservatório, que
permanece no estado gasoso nas condições atmosféricas de
pressão e temperatura.
( ) Porção do petróleo que existe na fase aquosa ou em solução
no óleo, nas condições originais do reservatório, que se alte-
ra nas condições atmosféricas de pressão e temperatura.
79
2) Marque com X as afirmativas que constituam características do
gás natural:

( ) O gás natural possui energia e poder calorífico superior a


940 Kcal/m³, tornando-se inflamável nos limites de 5 a 15%
de gás na temperatura de ignição entre 1100 e 1300°F.
( ) O gás natural é encontrado no subsolo, nos reservatórios
naturais de petróleo.
( ) O gás natural tem baixa tendência a formar depósitos na
câmara de combustão, válvulas e pistão, não dilui o lubri-
ficante e gera baixíssima quantidade de compostos ácidos
durante a queima.

( ) O gás natural é um combustível fóssil de queima limpa,


com baixa emissão de compostos de enxofre, nitrogênio e
material particulado.
( ) O gás natural emite mais enxofre, carbono e nitrogênio do
que o carvão ou os combustíveis líquidos.

CORPORATIVA
Alta Competência

3) Faça a correlação dos gases quanto à situação em que se encontram


no reservatório e suas características:

( 1 ) Gás associado ao óleo

( 2 ) Gás livre associado ao óleo

( 3 ) Gás em solução associado ao óleo

( 4 ) Gás não associado ao óleo

( 5 ) Gás livre não associado ao óleo

( 6 ) Gás em solução não associado ao óleo

( ) É o gás natural que se encontra em solução no óleo, nas


condições de pressão e temperatura originais de reservatório
considerado produtor de gás.
( ) É todo gás natural existente nos reservatórios considerados
produtores de gás nos quais, o plano de explotação prevê
80
a produção de óleo como o seu principal energético.
Caracteriza-se, na superfície, por um teor expressivo de
hidrocarbonetos pesados na fase gasosa. É identificado
principalmente na saída dos separadores de produção.
( ) É o gás natural que se encontra em solução no óleo, nas
condições originais de pressão e temperatura do reservatório
considerado produtor de óleo.

( ) É o gás natural que se encontra na fase gasosa, nas condições


de pressão e temperatura originais do reservatório
considerado produtor de óleo.

( ) É o gás natural que se encontra na fase gasosa, nas condições


de pressão e de temperatura originais do reservatório
considerado produtor de gás
( ) É todo gás natural existente nos reservatórios considerados
produtores de gás no qual o plano de explotação prevê a
produção de gás como principal energético. É constituído
predominantemente por metano, e é produzido, normal-
mente, em altas pressões, aproveitando a energia natural
dos reservatórios.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

4) Escreva V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas.

( ) Hidrato é um bloco de gelo, constituído apenas de água


condensada do gás natural.

( ) Um gás real tem comportamento semelhante a um gás


perfeito em pressões muito baixas independente da
temperatura.

( ) Poder calorífico é a propriedade do combustível que indica


a quantidade de calor produzido por uma massa ou volume
de combustível, quando este entra em combustão, em
excesso de ar.

( ) Podemos realizar cálculos de volume de gás natural


utilizando a equação de estado dos gases perfeitos.

5) Sabe-se que os hidratos de carbono constituem uma solução sólida,


parecida com o gelo e possuem uma composição mal definida.
81
Explique como se formam:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

CORPORATIVA
Alta Competência

2.8. Glossário
Alcano - composto orgânico binário, constituído de carbono e hidrogênio,
classificado como hidrocarboneto alifático saturado, de fórmula geral CnH2n+2.

Explotação - é a retirada dos recursos naturais, com equipamentos adequados,


para fins de beneficiamento, transformação e utilização.

GNV - Gás Natural Veicular.

Mercaptan - composto de enxofre utilizado para odorização do gás natural por


motivo de segurança em caso de vazamento.

PCIi - Poder Calorífico Inferior Ideal.

PCSi - Poder Calorífico Superior Ideal.

82

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

2.9. Bibliografia
Investimos na expansão da rede de distribuição e em novas tecnologias que
estimulem a oferta e o consumo de gás natural. In: Site Global da Petrobras.
Disponível em: <http://www.petrobras.com/ptcm/appmanager/ptcm/dptcm?_
nfpb=true&_pageLabel=petr_com_area_detalhe&idConteudoPrincipal=area
_detalhe_00003>. Acesso em: 1 abr 2008. REF.

SOUZA, Raul T B. Apostila Operações de Produção (ênfase em produção-GEDEP),


Disciplina: Propriedade do Óleo. Rio de Janeiro: 2006.

83

CORPORATIVA
Alta Competência

2.10. Gabarito
1) Marque com X a afirmativa que melhor descreve a composição química de gás
natural, segundo o código de reservas da Petrobras:

( ) Porção do petróleo que existe na fase gasosa ou em solução no óleo, nas


condições originais do reservatório, que se liquefaz nas condições atmosfé-
ricas de pressão e temperatura.

( X ) Porção do petróleo que existe na fase gasosa ou em solução no óleo, nas


condições originais do reservatório, que permanece no estado gasoso nas
condições atmosféricas de pressão e temperatura.

( ) Porção do petróleo que existe na fase aquosa ou em solução no óleo, nas


condições originais do reservatório, que se altera nas condições atmosféri-
cas de pressão e temperatura.

2) Marque com X as afirmativas que constituam características do gás natural:

( X ) O gás natural possui energia e poder calorífico superior a 940 Kcal/m³,


tornando-se inflamável nos limites de 5 a 15% de gás na temperatura de
84 ignição entre 1100 e 1300°F.

( X ) O gás natural é encontrado no subsolo, nos reservatórios naturais de petróleo.

( X ) O gás natural tem baixa tendência a formar depósitos na câmara de com-


bustão, válvulas e pistão, não dilui o lubrificante e gera baixíssima quanti-
dade de compostos ácidos durante a queima.

( X ) O gás natural é um combustível fóssil de queima limpa, com baixa emissão


de compostos de enxofre, nitrogênio e material particulado.

( ) O gás natural emite mais enxofre, carbono e nitrogênio do que o carvão


ou os combustíveis líquidos.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Gás natural

3) Faça a correlação dos gases quanto à situação em que se encontram no


reservatório e suas características:

( 1 ) Gás associado ao óleo

( 2 ) Gás livre associado ao óleo

( 3 ) Gás em solução associado ao óleo

( 4 ) Gás não associado ao óleo

( 5 ) Gás livre não associado ao óleo

( 6 ) Gás em solução não associado ao óleo

( 6 ) É o gás natural que se encontra em solução no óleo, nas condições de pres-


sões e temperatura originais de reservatório considerado produtor de gás.

( 1 ) É todo gás natural existente nos reservatórios considerados produtores de


gás nos quais, o plano de explotação prevê a produção de óleo como o seu
principal energético. Caracteriza-se, na superfície, por um teor expressivo
de hidrocarbonetos pesados na fase gasosa. É identificado principalmente
na saída dos separadores de produção.

( 3 ) É o gás natural que se encontra em solução no óleo, nas condições originais


de pressão e temperatura do reservatório considerado produtor de óleo. 85

( 2 ) É o gás natural que se encontra na fase gasosa, nas condições de pressão e


temperatura originais do reservatório considerado produtor de óleo.

( 5 ) É o gás natural que se encontra na fase gasosa, nas condições de pressão e


de temperatura originais do reservatório considerado produtor de gás

( 4 ) É todo gás natural existente nos reservatórios considerados produtores


de gás no qual o plano de explotação prevê a produção de gás como
principal energético. É constituído predominante por metano, e é
produzido, normalmente, em altas pressões, aproveitando a energia
natural dos reservatórios.

4) Escreva V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas.

(F) Hidrato é um bloco de gelo, constituído apenas de água condensada do


gás natural.
Justificativa: falsa, pois há a presença de hidrocarbonetos leves também.
( V ) Um gás real tem comportamento semelhante a um gás perfeito em pres-
sões muito baixas independente da temperatura.

( V ) poder calorífico é a propriedade do combustível que indica a quantidade


de calor produzido por uma massa ou volume de combustível, quando este
entra em combustão, em excesso de ar.
(F) Podemos realizar cálculos de volume de gás natural utilizando a equação
de estado dos gases perfeitos.
Justificativa: falsa, pois há a necessidade de introduzir o fator de compres-
sibilidade na equação de estado dos gases perfeitos.

CORPORATIVA
Alta Competência

5) Sabe-se que os hidratos de carbono constituem uma solução sólida, parecida


com o gelo e possuem uma composição mal definida. Explique como se formam:

Verifique se sua resposta considerou os aspectos a seguir:

A formação de hidratos resulta do processo de solidificação (congelamento) do gás


natural. A redução da temperatura e o aumento da pressão favorecem o processo,
favorecida pela presença de água. A presença e o acúmulo de água livre em curvas,
conexões e válvulas, colabora para a formação de hidratos nesses locais.

86

CORPORATIVA
Capítulo 3
Água

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as principais propriedades físico-químicas da água;


• Distinguir as conseqüências dos processos de corrosão e
incrustação;
• Citar as formas de utilização da água na indústria do
petróleo, voltada para o processo produtivo.

CORPORATIVA
Alta Competência

88

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

3. Água

Á
gua é, para os seres humanos, um fluido vital. Do ponto de
vista da ciência, ela pode ser analisada pela própria composição
ou pelas substâncias que a ela se agregam e modificam na
natureza e nos processos industriais.

Muitas características da água são alteradas mesmo que


inconscientemente pelo homem. O uso intensivo de insumos químicos na
agricultura, a poluição gerada pelas indústrias e pelos grandes centros
urbanos concentram alguns gases na água das chuvas, resultando na
chamada chuva ácida, causadora de danos ao ambiente natural.

A preocupação com a qualidade da água adquire importância cada


vez maior. Veja a matéria publicada em 22 de março de 2008, no site
www.globo.com transcrita a seguir. 89

NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA, ONU DESTACA


PROBLEMA DE SANEAMENTO BÁSICO

A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um


alerta neste sábado sobre as péssimas condições
de saneamento básico em que vivem mais de dois
bilhões de pessoas no planeta. No Brasil, que tem
cerca de 12% da água doce disponível no mundo,
ambientalistas usaram um cenário exuberante
para marcar o Dia Mundial da Água.

Matar a sede, mas proteger as fontes de água. O


filtro de barro usado para simbolizar essa idéia
era grande o bastante para disputar a atenção dos
visitantes, que vêm para ver as quedas, algumas
do tamanho de um prédio de 20 andares.

CORPORATIVA
Alta Competência

O balão inflável de 15 metros de altura foi amarrado


a um dos mirantes das cataratas. Os ambientalistas
escolheram o cenário não apenas pela beleza das
cataratas, mas porque o Rio Iguaçu, com seus 113
afluentes, é um bom exemplo da importância de
se proteger as nascentes.

O rio percorre mais de mil quilômetros cruzando o


Paraná de leste a oeste. Abastece cidades e irriga
lavouras. Em um ponto, demarca a fronteira entre
Brasil e Argentina e se divide em 275 quedas com
um volume de água que atinge em média 1,5
milhão de litros de água por segundo.

Mas o Fundo Mundial para a Natureza, que


organizou a manifestação, faz um alerta:
90 manter as árvores de pé é a melhor maneira de
assegurar que a água continue correndo nos rios
e nas torneiras.

“As florestas são produtoras de água, é importante


conservar as florestas para que a gente tenha água
de qualidade pras propriedades, pros animais e
pro consumo da população em geral”, declara
Carlos Alberto Scaramuzza, da WWF do Brasil.

A matéria confirma que a água é uma preocupação cada vez maior


para a humanidade.

Desde que a vida surgiu na Terra, há pouco mais de 3,5 bilhões de anos,
a água foi fundamental como base da alimentação dos organismos e
como meio de desenvolvimento de plantas e animais. Mas se a água
não é um bem renovável, o que garante sua disponibilidade até hoje?

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

A resposta está no ciclo da água. Observe a imagem a seguir e veja se


ela o faz recordar.

Condensação

Precipitação
Es
co
am
en
to

Transpiração
su
p er

Rio Evaporação
f
ici
al

Infiltração
Lençol Fluxo do rio
freático Oceano

Fluxo subterrâneo

Ciclo Hidrológico
91
A ilustração anterior representa a forma como, ao longo de milhões
de anos, o mesmo volume original de água em movimento alimenta
rios, lagos e aqüíferos ou reservatórios subterrâneos no chamado
ciclo hidrológico.

Chama-se de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, à constante mudança


de estado da água na natureza. O grande motor deste ciclo é o calor
irradiado pelo sol.

Na atmosfera, o vapor da água em forma de nuvens pode ser


transformado em chuva, neve ou granizo, dependendo das condições
do clima. Essa transformação provoca o que se chama de precipitação.

3.1. Concentração das soluções e grandezas

Água – solvente universal

A água é um excelente solvente, ou seja, ela é capaz de "misturar"


muito bem uma série de substâncias: sólidas (como o açúcar),
líquidas (como a groselha) e sob a forma de gás (como o oxigênio),
formando, com ela, soluções. Por isso ela é muitas vezes considerada
como solvente universal.

CORPORATIVA
Alta Competência

E uma solução, sempre há dois componentes: o solvente, normalmente


em maior quantidade, e o soluto, que vai "desaparecer", ou seja,
dissolver-se no solvente. Os solutos dissolvidos em água podem ser
sólidos, líquidos ou ainda gasosos.

• Concentração é a relação entre a massa do soluto e o volume


da solução.

Soluto

solvente solução

Um exemplo prático, que pode salvar vidas, é o soro caseiro para


hidratação oral. Ele consiste, na verdade, em uma solução de água, sal
92
e açúcar, nas seguintes proporções:

• 1 colher de sopa de açúcar (rasa);

• 1 colher de chá de sal (rasa);

• 1 copo de água filtrada ou fervida (200 ml).

Neste exemplo temos os dois componentes citados:

• o açúcar e o sal são os solutos;

• a água é o solvente.

O soro pronto é a solução.

Na produção de petróleo, incluindo as operações de facilidades, a


operação lida com muitos produtos químicos que auxiliam no tratamento
do óleo, na qualificação da água de injeção e de consumo.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

Estes produtos são injetados em sistemas com uma dosagem predefinida


em função dos objetivos a serem alcançados. Por exemplo, para controle
bacteriológico, adiciona 400 ppm de biocida, 2 vezes por semana no
sistema de injeção.

Para isso, duas unidades de medida de concentração são muito


utilizadas:

• porcentagem %– Expressa uma relação de quantidade de soluto


em cem partes de solvente.

Exemplos:

• 10% (m/m) = 10g de soluto em 100g de solvente.


massa / massa

93
• 10% (m/v) = 10g de soluto em 100mL de solvente.
massa / volume

• 10% (v/v) = 10mL de soluto em 100mL de solvente.


volume / volume

A unidade percentagem é utilizada para concentrações elevadas de


soluções, como nas embalagens de produtos químicos.

• partes de por milhão - ppm - Expressa uma relação de quantidade


de soluto em um milhão de partes de solvente. Utilizada
para soluções muito diluídas, então, aplicável nos sistemas de
tratamento de óleo, gás e água dos processos produtivos.

Exemplos:

µg / g - µg de soluto dissolvido em g (1000.000 de µg);

µL / L - µL de soluto dissolvido em L.

1 ppm = 1 parte de soluto / 106 partes de solução.

CORPORATIVA
Alta Competência

Um produto químico com 100% de matéria ativa terá 1.000.000


de partes de soluto em 100.000.000 de partes de solvente. Com isso
podemos obter o fator de 1000 para converter percentagem para ppm,
necessário para a aplicação das fórmulas a seguir.

Esse fator de conversão deverá ser utilizado quando for necessário obter
a vazão da bomba de injeção de um determinado produto químico,
como no caso da dosagem de desimulsificante no petróleo para quebra
da emulsão. E também quando for necessário calcular o volume de um
produto químico a ser adicionado em um volume estático, como o caso
de hipoclorito de sódio no tanque de água potável.

1. Calcular a dosagem na bomba de injeção para o tratamento de fluido


em movimento:

C (ppm) x Vazão bruta (m3 / hora)


Vazão na bomba (L/h) =
94 1000

Onde:

Vazão na bomba(L/h) – é a vazão de produto químico a ser ajustada na


bomba de injeção.

C(ppm) – é a concentração desejada em ppm do produto a ser injetado


no fluido a ser tratado.

Vazão bruta (m3/hora) – é a vazão do fluido a ser tratado.

1000 – Quando consideramos todo o produto como matéria ativa. É o


caso do desimulsificante, anti-espumante e inibidor de incrustação.

2. Calcular o volume de produto químico a ser adicionado em um


fluido estático:

(Cd - Cr) (ppm) x Vol. do sistema (m3)


Volume (L) =
%p x 10000

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

Onde:

Volume (L) - é o volume a ser adicionado num fluido a ser tratado, por
exemplo, em um tanque de água potável.

(Cd – Cr) - é a concentração desejada menos a concentração real do


sistema em ppm.

Volume do Sistema - é o volume do sistema a ser tratado com


produto químico.

%p - é a concentração em porcentagem do produto a ser adicionado


no sistema a ser tratado.

As características físicas e químicas da água estão relacionadas à sua


estrutura e ao comportamento de cada molécula.
95

3.2. Principais propriedades físico-químicas da água

Assim como o óleo e o gás, que também fazem parte da composição


do petróleo, a água apresenta algumas propriedades físico-químicas
bastante distintas.

3.2.1. Capacidade térmica e calor específico

Se um copo com água for aquecido em seu interior, observamos que o


papel não queima, e que a temperatura da água aumenta. Isso acontece
porque a água é capaz de absorver o calor do copo, de modo que este
não queime.

Essa capacidade é conhecida como capacidade térmica. No caso


da água, afirma-se que tem alta capacidade térmica, porque
é necessário fornecer muito calor para conseguir aumentar a
temperatura da água.

O calor específico é a quantidade de calor necessária para alterar em


1°C a temperatura. A água apresenta um elevado calor específico, ou
seja, é necessário fornecer ou retirar uma grande quantidade de calor
para que se altere a temperatura.

CORPORATIVA
Alta Competência

A capacidade térmica caracteriza o corpo, e não a substância que


o constitui.

Dois corpos de massas e de substâncias diferentes podem possuir a


mesma capacidade térmica. Entretanto, dois corpos de massas diferentes
e de mesma substância possuem capacidades térmicas diferentes.

3.2.2. Tensão superficial

Devido às características físicas e químicas da água forma-se o que


chamamos de tensão superficial. Esta tensão é uma força capaz de
manter a água unida, coesa, como se existisse uma capa cobrindo a
água. É uma medida da força do filme de superfície da água. A atração
entre as moléculas de água cria um filme forte que entre outros líquidos
comuns só é ultrapassado pelo mercúrio.

96 Esta tensão superficial permite à água sustentar substâncias mais


pesadas e mais densas que ela. Uma agulha de aço cuidadosamente
colocada na superfície de um copo d’água flutuará. Alguns insetos
aquáticos confiam em tensão de superfície para caminhar sobre a água
e, portanto não afundam, e às vezes nem se molham. O detergente,
porém, é capaz de romper esta película que se forma na superfície da
água, "quebrando" a tensão superficial.

3.2.3. Ponte de hidrogênio

A molécula de água é atraída por outra molécula de água, caracterizando


a coesão. A água pode ser atraída por outro material, caracterizando
a adesão.

O oxigênio da água tem carga negativa e o hidrogênio tem carga


positiva. Os hidrogênios da molécula da água são atraídos pelo oxigênio
de outra molécula, justificando as propriedades de adesão e coesão
por esta força atrativa.

A água é a única substância que apresenta uma massa volumétrica


maior quando se encontra no seu estado líquido. O seu valor máximo
é obtido a 4ºC.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

Esta particularidade da água pura deve-se às ligações de hidrogênio


existentes (ponte de hidrogênio) entre as suas moléculas, que na fase
sólida (gelo) formam uma estrutura ordenada, aberta e muito estável.

Com baixas temperaturas, a água, na fase líquida, apresenta uma massa


volumétrica mais alta que na fase sólida. É por isso, que o gelo flutua
na água líquida e estas pontes são também responsáveis pelo alto calor
latente de fusão e evaporação e alta capacidade calorífica da água.

3.3. Composição

A água pura (H2O) é um líquido formado por átomos de hidrogênio e


oxigênio. Na natureza, ela é encontrada em mistura com gases como
dióxido de carbono e nitrogênio. Também fazem parte desta solução
líquida sais como nitratos, cloretos e carbonatos.

Elementos sólidos como poeira e areia podem também ser carregados em 97


suspensão. Outras substâncias químicas dão cor e gosto à água. Íons podem
causar uma reação quimicamente alcalina ou ácida. As temperaturas
apresentam variação de acordo com a profundidade e com o local onde
a água é encontrada, constituindo-se em fatores que influenciam no
comportamento químico.

Ainda em seu trajeto pela atmosfera, partículas sólidas e gases


atmosféricos de várias origens são dissolvidos pelas águas que caem
sobre a superfície da Terra em forma de chuva, neblina ou neve.

As águas superficiais, se não estiverem contaminadas, apresentam


teor de oxigênio dissolvido, matéria orgânica e sólidos suspensos
muito superiores ao das águas subterrâneas. As águas de formações
petrolíferas (produzida juntamente com o petróleo) apresentam
em média 3 a 4 vezes mais sais dissolvidos que o existente na água
do mar.

A caracterização da água se dá por meio de determinações analíticas


que indicam a composição dos principais materiais dissolvidos.

CORPORATIVA
Alta Competência

3.3.1. Dureza

Em depósitos subterrâneos, a água pode entrar em contato com certos


materiais como o calcário (CaCO3) ou a dolomita (CaCO3. MgCO3).

Desta forma, passa a existir em sua composição uma quantidade


excessiva de íons Ca2+ e Mg2+, na forma de Bicarbonato, Nitrato, Cloreto
e Sulfato, o que torna imprópria para consumo humano e uso em
trocadores de calor.

A quantidade de dureza é igual à soma das concentrações de cálcio


e magnésio na água, expressa geralmente em mg/L ou ppm (parte
por milhão).

Água dura – teores acima de 150mg/L.


98 Água moderada – teores entre 75 e 150mg/L.

Água mole – com teores abaixo de 75mg/L.

A água dura é caracterizada pela dificuldade de formação de espuma


de sabão durante o banho, a lavagem de utensílios domésticos
e roupas. Também causa incrustação em tubulações e apresenta
sabor característico.

3.3.2. Salinidade

Geralmente é expressa na forma iônica Cl- (cloreto). É um dos principais


ânions inorgânicos presentes na água e em efluentes. As concentrações
de cloretos são geralmente mais altas em águas residuais do que em
esgotos domésticos.

Ocorre também em águas naturais, em teores variados, devido


ao contato com depósitos minerais ou com a água do mar. Embora
em quantidades razoáveis não sejam prejudiciais à saúde humana,
transmitem à água sabor salgado repulsivo.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

Concentrações elevadas de sólidos dissolvidos fixos em comparação com


sólidos dissolvidos voláteis indicam água residual, com alta salinidade
e a provável necessidade de tratamento físico-químico, uma vez que
esses sais não são efetivamente removidos em processos biológicos.

3.3.3. pH - potencial Hidrogeônico

É a relação numérica que expressa o equilíbrio entre íons (H+) e


(OHˉ). Apresenta variação entre 0 e 14, sendo 7,0 o valor neutro.
Águas com pH < 7,0 são consideradas ácidas, e com pH > 7,0 são
consideradas básicas.

Alterações naturais advêm da presença de ácidos carbônicos e húmicos


dissolvidos. Águas com pH baixo ou elevado são agressivas, podendo
causar corrosão em tubulações. Alterações bruscas de pH (<5,0 ou >9,0)
podem causar o desaparecimento de espécies aquáticas.
99
3.3.4. Condutividade elétrica

É a capacidade da água de transmitir corrente elétrica. Apresenta


relação proporcional à concentração de substâncias iônicas dissolvidas.
Em águas doces varia de 30 a 2000 μs/cm a 25ºC.

É determinada pela presença de substâncias dissolvidas que se dissociam


em ânions e cátions. Grandes variações decorrem de lançamentos de
despejos industriais e de mineração e esgotos domésticos.

3.3.5. Sólidos dissolvidos

Quantidade total de substâncias dissolvidas em água e efluentes,


incluindo matéria orgânica, minerais e outras substâncias inorgânicas;
a água que contém níveis elevados de sólidos dissolvidos é imprópria
para o uso industrial e considerada de qualidade inferior para
consumo humano.

Excesso de sólidos dissolvidos na água pode causar alterações de sabor


e problemas de corrosão em tubulações de distribuição. Em águas
utilizadas para irrigação, pode gerar problemas de salinização do solo.

CORPORATIVA
Alta Competência

3.3.6. Sólidos em suspensão

São partículas insolúveis na água, com velocidades de sedimentação


tão reduzidas que inviabilizam sua decantação natural ao longo do
tempo, mas que podem ser removidas por processos de filtração.

Os sólidos em suspensão dividem-se em sedimentáveis e não


sedimentáveis. Tais sólidos podem aumentar a turbidez das águas,
prejudicando seus aspectos estéticos e a produtividade do ecossistema
pela diminuição da penetração da luz.

3.3.7. Alcalinidade total

É a capacidade apresentada por substâncias presentes na água de


se ligarem a ácidos fortes, equivalentes em concentração. Os cátions
associados a bases fracas, bicarbonatos, carbonatos, ácidos orgânicos e
100 íon hidroxila pertencem a esta classe de compostos.

Decorre da presença de carbonatos, bicarbonatos e hidróxidos, quase


sempre de alcalinos ou alcalinos terrosos (sódio, potássio, cálcio,
magnésio, etc.).

Grandes teores provêm de despejos de indústrias têxteis, químicas,


lavanderias e curtumes. Podem inibir a ação de microorganismos
presentes nos processos biológicos de sistemas de tratamento e
interferem com a autodepuração dos cursos d’água.

Os resultados da alcalinidade, normalmente são utilizados para


identificação de fluidos de formação, avaliação e controle de processos
de corrosão, incrustação e poluição.

3.4. A água e os problemas de incrustação e corrosão

Face aos diversos tipos de água existentes, de diferentes composições, a


utilização em sistemas fechados de resfriamento ou aquecimento pode
acarretar problemas de incrustação e corrosão.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

A incrustação apresenta-se sob a forma de uma camada não uniforme


de sais, óxidos e hidróxidos sobre a superfície metálica.

Esta deposição irregular pode gerar um processo de corrosão, devido


à diferença de potencial eletroquímico (fenômeno de corrosão
localizada) ou pelo superaquecimento do metal, uma vez que a
incrustação aumenta a temperatura do metal devido à diminuição da
condutividade térmica.

Os principais fatores que influenciam na formação da incrustação e


corrosão são:

• Temperatura;

• pH;

101
• Velocidade de escoamento da água;

• Agentes incrustantes e corrosivos com o seu produto de solubilidade


ultrapassado para o meio tais como:

• Carbonatos;

• Cloretos, ferro, silicatos, gases;

• Sólidos dissolvidos (oxigênio e gás carbônico);

• Rugosidades da superfície.

A corrosão pode ser definida como o desgaste, ou modificação química


e/ou estrutural de um material, provocados pela ação química ou
eletroquímica espontânea de agentes do meio ambiente aliada ou não
a esforços mecânicos.

CORPORATIVA
Alta Competência

Corrosão

Sais pouco solúveis em água, tais como carbonato de cálcio,


podem precipitar na forma de sais em função de fatores químicos
(concentração dos mesmos na água) ou físicos (por exemplo, em
função da temperatura).

102 Quimicamente falando, um sal se torna insolúvel e precipita quando seu


produto de atividade é maior que seu produto de solubilidade. Os sais
precipitados se tornam um depósito, através do crescimento dos cristais.
A presença do íon cloreto na água acelera o processo de corrosão.

3.4.1. Principais conseqüências da corrosão (C) e da incrustação (I)

Sendo assim, os principais problemas decorrentes da corrosão (C ) e da


incrustação( I ), são:

Redução da eficiência operacional dos trocadores (C e I).

Entupimento dos tubos dos trocadores de calor (C e I).

Aumento da perda de carga/redução da vazão/elevação da pressão da bomba de


recirculação (maior custo de energia elétrica) (C e I).

Aceleração da corrosão localizada (I).

Adsorção e consumo excessivo de produtos químicos (I).

Vazamento após furo/redução da vida útil dos feixes (C).

Redução da resistência mecânica dos feixes (C).

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

Os íons mais comuns envolvidos na formação de incrustações são:

Ba++ + SO4-- → BaSO4

Ca++ + SO4-- → CaSO4

Ca++ + CO3-- →CaCO3

Sr++ + SO4-- → SrSO4

A foto a seguir mostra o precipitado (incrustação) formado na coluna


de um poço produtor de petróleo a partir da interação do íon sulfato
presente na água do mar injetada no reservatório como forma de
recuperação secundária e o íon Bário ou Estrôncio presente na água do
reservatório, formando o sulfato de bário.
103

Inscrustação em coluna de produção

3.5. Água produzida

Quando o petróleo é extraído do subsolo, isto é, produzido, destaca-se


a co-produção de água de formação e em muitos casos como na Bacia
de Campos, misturas de água de formação e de injeção, além de outras
impurezas como sais e partículas sólidas.

CORPORATIVA
Alta Competência

O percentual de água pode chegar a 95% do volume produzido


dependendo das características do poço, da sua localização e tempo de
produção.

A remoção da água produzida visa economizar energia, reduzir custos


na transferência e atender exigências do refino.

A eficiência desta remoção é obtida com o uso de mecanismos


integrados:

• Elétrico – acelerar a velocidade de quebra da emulsão;

• Térmico – o aquecimento da mistura promove a redução da


viscosidade do óleo, aumentando a diferença entre as viscosidades
do óleo e da água, facilitando assim a sedimentação das gotas
de água;
104
• Químico – o uso de produtos químicos, denominados
desimulsificantes que rompem a emulsão.

Importante!
Conhecer a concentração de íons presentes na
água nos permite avaliar o percentual de água de
injeção que está retornando juntamente com a
produção de óleo.

A força centrífuga, utilizada no tratamento do petróleo, é bastante


aplicada no tratamento da água produzida, preparando-a para o
descarte no ambiente marinho ou reinjeção no subsolo.

O descarte da água produzida exige um controle sobre sua qualidade,


visando atender à exigência da legislação ambiental, principalmente
no parâmetro Teor de Óleo e Graxa – TOG até o limite máximo de 29
mg/L, em vigor na atual portaria do IBAMA.

Para isso, uma série de equipamentos é utilizada como: degaseificadores,


flotadores e hidrociclones.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

3.6. Diferentes aplicações industriais

É utilizada industrialmente, por exemplo, para gerar vapor que se


transforma em energia e mover máquinas. É utilizada, também, para
refrigerar equipamentos, fabricar bebidas e alimentos.

Na indústria do petróleo, a água tem participação direta, na injeção


em poços para recuperação secundária, no descarte de água oleosa
oriunda do processo de separação óleo-água, na geração de vapor, no
aquecimento e refrigeração de equipamentos e fluidos.

? VOCÊ SABIA?
A água utilizada nos trocadores de calor (água quente
e de resfriamento) é controlada, principalmente,
quanto ao residual de inibidor de corrosão e
teores de sais dissolvidos. Esta água deve atender 105
a parâmetros mais críticos do que a água utilizada
para o consumo humano.

Estes processos envolvem exigências quanto ao nível de qualidade


da água que, por sua vez, implicam na utilização de recursos para a
obtenção de água dentro dos padrões aceitáveis.

3.6.1. Uso da água nas plataformas marítimas

A água de injeção pelas plataformas marítimas é obtida a partir da


água do mar que, desde sua passagem pelo sistema de captação até
a sua injeção, recebe tratamento de filtração, injeção de bactericida e
remoção do oxigênio dissolvido, apresentando um controle rigoroso
na sua qualidade que é monitorada pelo IQUAI –Índice da Qualidade
da Água Injetada, composto dos ensaios de Sulfeto, Oxigênio,
Bactérias Redutoras de Sulfato, Contagem de partículas e teor de
Sólidos Suspensos.

A água de aquecimento ou de resfriamento de equipamentos e fluidos


em circuitos fechados tem um acompanhamento analítico semanal
com amostragens realizadas pelos Técnicos da Operação. Uma atenção

CORPORATIVA
Alta Competência

especial é dada à água de reposição (água de make up) dos sistemas de


aquecimento e resfriamento.

A tabela a seguir aponta a especificação das três águas envolvidas


nestes sistemas:

Ensaios Unidade Especificação


pH - 9 a 10
Cloretos mg/L <50
Dureza Total mg/L <250
Alcalinidade Total mg/L _
Inib de Corrosão (Nitrito) (*) mg/L 300 a 400
(*) a água de reposição não possui nitrito.

A água potável de uso nas plataformas para limpeza da unidade e


higiene pessoal, além da aplicação como água de reposição dos sistemas
106 de aquecimento e resfriamento, pode ser obtida por dois processos
distintos: pela importação de terra ou pela desmineralização da água
do mar. Este último utilizando o princípio da destilação a vácuo ou
através da técnica da osmose reversa.

Esta última técnica apresenta um sistema um pouco mais complexo do


que a destilação a vácuo nas plataformas marítimas, face ao controle
da água de entrada e os custos operacionais envolvidos como troca
periódica das membranas, geralmente à base de poliamidas.

A osmose natural ocorre quando duas soluções salinas de concentrações


diferentes encontram-se separadas por uma membrana semipermeável.
Neste caso, a água (solvente) da solução menos concentrada tenderá a
passar para o lado da solução de maior salinidade. Com isto, esta solução
mais concentrada, ao receber mais solvente, se dilui, num processo
impulsionado por uma grandeza chamada "pressão osmótica", até que
as duas soluções atinjam concentrações iguais.

3.6.2. Osmose reversa

A osmose reversa ocorre quando se aplica uma pressão no lado da


solução mais salina ou concentrada, revertendo-se à tendência natural.
Neste caso, a água da solução salina passa para o lado da água pura,
ficando retidos os íons dos sais nela dissolvidos.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

A pressão a ser aplicada é maior do que a pressão osmótica característica


da solução.

Osmose: passagem do solvente do meio mais diluído para o meio mais concentrado

107

Osmose reversa: obtenção de água pura a partir da água do mar:

Ações necessárias para a osmose reversa:

• Descloração da água, face ao ataque do cloro às membranas;

• Microfiltragem em filtros de cartucho;

• Redução ou eliminação potencial de incrustação salina;

• Uso de dois estágios em série visando uma maior eficiência.

CORPORATIVA
Alta Competência

RESUMINDO...

• As principais propriedades físico-químicas da água são:

• capacidade térmica e calor específico;

• transporte;

• tensão superficial;

• formação de Pontes de Hidrogênio.

• As principais conseqüências dos processos de corrosão


e/ou incrustação são:

• redução da eficiência operacional dos trocadores;

108 • entupimento de tubos dos trocadores de calor;

• aumento da perda de carga e da pressão da bomba,


redução da vazão e elevação da pressão da bomba de
recirculação;

• elevação do gasto de energia elétrica;

• vazamento quando há furos e redução da vida útil


de equipamentos;

• redução da resistência mecânica dos feixes de


trocadores de calor.

• Na indústria do petróleo, a água pode ser


utilizada principalmente:

• na injeção ou reinjeção em poços para


recuperação secundária;

• no aquecimento e refrigeração de equipamentos


e fluidos.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

RESUMINDO...

• A água é amplamente utilizada, na indústria, a saber:

• na geração de vapor que se transforma em energia;

• sob a forma de vapor é usada para mover máquinas;

• nas indústrias, a água é utilizada para a refrigeração,


em trocadores de calor para aquecer e resfriar
instalações e como solvente.

109

CORPORATIVA
Alta Competência

3.7. Exercícios

1) Correlacione as principais propriedades físico-químicas da água,


da coluna da esquerda, com as respectivas descrições da coluna da
direita, numerando-as adequadamente.
1. capacidade de transporte ( ) A necessidade de fornecer
muito calor para conseguir
aumentar a temperatura
da água.
2. calor específico ( ) Permite que as moléculas da
água, na fase sólida (gelo),
formem uma estrutura
ordenada, aberta e muito
estável.
3. capacidade térmica ( ) A quantidade de calor
110 necessária para alterar em
1°C a temperatura.
4. pontes de hidrogênio ( ) A força capaz de manter a água
unida, coesa, como se uma
película cobrisse a superfície.
5. tensão superficial ( ) A capacidade da água de
carregar líquidos e partículas.

2) Complete as lacunas, a seguir, identificando o fenômeno provoca-


do pela água em cada definição:

a) A ____________________ apresenta-se sob a forma de uma


camada não uniforme de sais, óxidos e hidróxidos sobre
a superfície metálica. Esta deposição irregular pode gerar
um processo de corrosão, devido à diferença de potencial
eletroquímico ou pelo superaquecimento do metal, uma vez
que a incrustação aumenta a temperatura do metal devido à
diminuição da condutividade térmica.

b) A _____________________ pode ser definida como o desgaste, ou


modificação química e/ou estrutural de um material, provocados
pela ação química ou eletroquímica espontânea de agentes do
meio ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

3) Marque as afirmações a seguir com (C), se constituírem


conseqüências da Corrosão, com ( I ), se constituírem
conseqüências da Incrustação e com (C e I) caso constituam
conseqüência de ambas:

( ) Redução da eficiência operacional dos trocadores.


( ) Entupimento dos tubos dos trocadores de calor.
( ) Adsorção e consumo excessivo de produtos químicos.
( ) Vazamento após furo/redução da vida útil dos feixes.
( ) Redução da resistência mecânica dos feixes.

4) Descreva três formas de utilização da água produzida na indústria


do petróleo.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
111
5) Marque com X as afirmativas que correspondam a aplicações in-
dustriais da água.

( ) A geração de vapor, nas indústrias, é transformada em


energia.
( ) Nas indústrias, a água é utilizada para a refrigeração.

( ) A água possui alto poder anti-corrosivo para tubulações


e partes metálicas das instalações industriais com as quais
entra em contato.
( ) A água é usada na indústria como solvente, para diluição
de algumas soluções muito concentradas.
( ) A água é usada em trocadores de calor (água quente e de
resfriamento) em instalações industriais.

CORPORATIVA
Alta Competência

3.8. Glossário
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis, do Ministério do Meio Ambiente.

Sedimentação - decantação da fase água na parte inferior do vaso separador de


óleo, gás e água.

TOG - Teor de Óleo e Graxa . Parâmetro para controle da presença desses elementos
(máximo 20 mg/L), por ocasião do descarte da água produzida, conforme exigência
da legislação ambiental.

112

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

3.9. Bibliografia

No Dia Mundial da Água, ONU destaca problema de saneamento básico. Jornal


Nacional, de 28.03.2008. Publicação Eletrônica. In: Globo.com. Disponível em:
<http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1676283-3586,00.html>.
Acesso em: 1 abr 2008.

113

CORPORATIVA
Alta Competência

3.10. Gabarito
1) Correlacione as principais propriedades físico-químicas da água, da coluna
da esquerda, com as respectivas descrições da coluna da direita, numerando-as
adequadamente.

1. capacidade de transporte (3) A necessidade de fornecer muito calor


para conseguir aumentar a temperatura
da água.
2. calor específico (4) Permite que as moléculas da água, na fase
sólida (gelo), formem uma estrutura orde-
nada, aberta e muito estável.
3. capacidade térmica (2) A quantidade de calor necessária para al-
terar em 1°C a temperatura.
4. pontes de hidrogênio (5) A força capaz de manter a água unida, co-
esa, como se uma película. cobrisse a su-
perfície
5. tensão superficial (1) A capacidade da água de carregar líquidos
e partículas.
114
2) Complete as lacunas, a seguir, identificando o fenômeno provocado pela água
em cada definição:

a) A incrustação apresenta-se sob a forma de uma camada não uniforme de sais,


óxidos e hidróxidos sobre a superfície metálica. Esta deposição irregular pode gerar
um processo de corrosão, devido à diferença de potencial eletroquímico ou pelo
superaquecimento do metal, uma vez que a incrustação aumenta a temperatura
do metal devido à diminuição da condutividade térmica.

b) A corrosão pode ser definida como o desgaste, ou modificação química e/


ou estrutural de um material, provocados pela ação química ou eletroquímica
espontânea de agentes do meio ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos.

3) Marque as afirmações a seguir com (C), se constituírem conseqüências da


Corrosão, com ( I ), se constituírem conseqüências da Incrustação e com (C e I) caso
constituam conseqüência de ambas:

(C e I) Redução da eficiência operacional dos trocadores.


(C e I) Entupimento dos tubos dos trocadores de calor.
( I ) Adsorção e consumo excessivo de produtos químicos.
( C ) Vazamento após furo/redução da vida útil dos feixes.
( C ) Redução da resistência mecânica dos feixes.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Água

4) Descreva três formas de utilização da água produzida na indústria do petróleo.

A água produzida é utilizada nas seguintes situações:

• Injeção em poços para recuperação secundária;

• Descarte de água oleosa oriunda do processo de separação óleo-água;

• Geração de vapor;

• Aquecimento e refrigeração de equipamentos e fluidos.

5) Marque com X as afirmativas que correspondam a aplicações industriais da água.

( X ) A geração de vapor, nas indústrias, é transformada em energia.

( X ) Nas indústrias, a água é utilizada para a refrigeração.

( ) A água possui alto poder anti-corrosivo para tubulações e partes metálicas


das instalações industriais com as quais entra em contato.

( X ) A água é usada na indústria como solvente, para diluição de algumas solu-


ções muito concentradas.
( X ) A água é usada em trocadores de calor (água quente e de resfriamento)
em instalações industriais. 115

CORPORATIVA
Anotações

116
Anotações

Anotações

117
Anotações

118
Anotações

Anotações

119
Anotações

120
Anotações

Anotações

121
Anotações

122
Anotações

Anotações

123
Anotações

124
Anotações

Anotações

125

Você também pode gostar